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Atendente de Farmácia e Manipulação – UNETESC Bal.

Barra do Sul – SC

MÓDULO
1E2

Profª. Enfª. Beatriz Mees Botion


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Atendente de Farmácia e Manipulação – UNETESC Bal. Barra do Sul – SC

AULA 01 – ATRIBUIÇÕES DO ATENDENTE DE FARMÁCIA E ÉTICA


FARMACÊUTICA

Quem é o atendente de farmácia?

- São pessoas muitos importantes para a imagem do estabelecimento em que


trabalham;

- É uma pessoa responsável pelo atendimento ao público;

- Supervisionado pelo profissional farmacêutico;

- É orientador sobre o uso correto de medicamentos, cosméticos e demais produtos.

Atribuições do Atendente de Farmácia

- Auxiliar no processo de produção, controle, dispensação, manipulação, produção,


controle de qualidade e distribuição de medicamentos, cosméticos e produtos para a
saúde;

- Ter conhecimento sobre as substâncias encontradas atualmente no mercado


farmacêutico;

- Recepcionar clientes;

- Organizar e agilizar o fluxo do atendimento;

- Ser crítico e ter segurança quanto a utilização das drogas.

O que é Ética?

Ética está relacionada aos valores de um indivíduo. Podendo assim mudar de


um indivíduo para outro, dependendo da cultura, idade ou outros fatores.

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COMO É SER UM PROFISSIONAL ÉTICO?


Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional mesmo nos
momentos mais inoportunos.
Para ser uma pessoa ética, devemos seguir um conjunto de valores.
Ser ético é proceder sem prejudicar os outros.
Algumas das características básicas de como ser um profissional ético é ser
bom, correto, justo e adequado.
Além de ser individual, qualquer decisão ética tem por trás valores
fundamentais. Eis algumas das principais:
1. Ser honesto em qualquer situação – é a virtude dos negócios.
2. Ter coragem para assumir as decisões – mesmo que seja contra a opinião alheia.
3. Ser tolerante e flexível – deve-se conhecer para depois julgar as pessoas.
4. Ser íntegro – agir de acordo com seus princípios.
5. Ser humilde – só assim conseguimos reconhecer o sucesso individual.
O atendente de farmácia deve antes de tudo, prezar pelo respeito integral ao
seu cliente. Da mesma forma, o atendente de farmácia deve respeitar todos os seus
colegas e chefes, criando um ambiente harmonioso de trabalho.
Todos os procedimentos realizados por este profissional devem estar pautados
na ética profissional. Ética se refere a “valores” e a “ética profissional” está relacionada
com os valores que um profissional deve ter para que possa atuar de forma
competente e satisfatória.
No ramo farmacêutico você deve saber que não poderá ter preconceitos com
nenhum cliente, e você tem que ter em mente que quando estiver atuando
profissionalmente, como balconista de farmácia, você deve agir com ética, sempre
pensando como você gostaria de ser atendido, se coloque no lugar do próximo que
entenderá como agir.
O profissional que não atender os pressupostos apresentados corre o risco de
não permanecer num emprego por muito tempo, pois a conduta antiética de um
funcionário denigre a imagem de uma farmácia. E hoje a imagem de uma empresa
tem um alto valor.
Alguns itens são fundamentais para um profissional de sucesso na área
farmacêutica.
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Apresentação de um Balconista de Farmácia

Para um bom atendimento e um bom trabalho dentro de uma farmácia você


deve seguir alguns passos:

1) Entregue ao cliente somente produtos de qualidade.

Os produtos comercializados/dispensados em uma farmácia devem atender às


exigências legais da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A farmácia só
pode adquirir medicamentos ou cosméticos de distribuidoras com situação regular
junto à Anvisa.
Algumas empresas, principalmente de cosméticos, podem fornecer produtos
às farmácias por representantes, o que não é proibido, mas a farmácia somente pode
adquirir produtos com nota fiscal, que atendam às exigências sanitárias.
Outras situações que não devem ocorrer é a venda de medicamentos com o
prazo de validade vencido, que tenham sido mal acondicionados (expostos à luz solar
intensa ou mantidos sem refrigeração, quando isso é uma exigência, mesmo que por
um pequeno período), que não apresentem registro junto à Anvisa, vindos do Paraguai
e produtos para uso veterinário.
Algumas dessas situações configuram “falsificação de medicamentos”,
considerado crime hediondo no Brasil. Portanto, fique atento: o balconista de farmácia,
assim como o proprietário da farmácia e o farmacêutico, pode ser responsabilizado
junto à Justiça. As penas podem variar dependendo do caso, mas não é incomum as
pessoas envolvidas nesses crimes terem restrição à liberdade, ou seja, numa
linguagem mais popular, ficarem presas na cadeia.

2) Mantenha sigilo sobre as informações que chegam até você.

No exercício da função, o balconista de farmácia tem acesso a informações de


cunho pessoal que devem ser consideradas “segredo de confessionário”. Ao atender
um cliente, o balconista pode saber sobre a existência de uma doença grave, gravidez,
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dependência por drogas, adultério, etc. Independente da informação que o balconista


tenha acesso, e independente do cliente, nenhuma, repito, nenhuma informação dos
clientes deverá ser comentada com outra pessoa!
E isso significa dizer que o balconista de farmácia não deve comentar nem com
a sua esposa (ou marido) e nem com um colega de trabalho. Quando um cliente revela
uma informação pessoal não significa que o fez por considerar-se amigo do
balconista, mas somente porque essa informação é crucial para um atendimento
adequado. As consequências da difusão de uma informação pessoal de um cliente
podem ser sérias e irreversíveis, como o fim de um casamento, a dissociação de uma
sociedade empresarial, a demissão de um funcionário, chegando ao extremo de um
suicídio ou homicídio.

3) Seja Discreto!

Algumas situações que motivam a entrada em uma farmácia podem ser


embaraçosas para muitas pessoas. Uma mulher pode se sentir constrangida em
solicitar absorventes íntimos para um balconista homem; da mesma forma, um cliente
pode não se sentir à vontade ao pedir preservativos ou medicamentos para disfunção
erétil; e isso também vale para os adolescentes ao ir comprar camisinha,
anticoncepcional ou gel de lubrificação íntima.
A função do balconista é tornar o espaço da farmácia um ambiente acolhedor,
diminuindo a tensão que alguns clientes apresentam. Para isso, o balconista jamais
deve demonstrar espanto ou admiração pelo pedido do cliente. Nesses casos, além
desse cuidado, o balconista nunca deve se dirigir a um colega em voz alta
perguntando algo sobre o produto que o cliente veio comprar, como por exemplo, o
preço, se a filial tem o produto, etc.

4) Preste um bom Atendimento

Todo cliente precisa ser atendido de forma perfeita! Um atendimento perfeito


passa pelo conhecimento dos produtos e serviços que uma farmácia oferece. É claro
que um estabelecimento trabalha com milhares de produtos diferentes e seria
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impossível para uma só pessoa memorizar todos os detalhes sobre composição,


indicação e contraindicações de cada produto. Entretanto, não é porque é impossível
saber tudo que o balconista não vai saber nada.
Aos poucos, com a experiência profissional e a dedicação e estudo contínuo, o
profissional vai acumulando uma série de conhecimentos que será de grande valia no
atendimento ao cliente.
E o que fazer quando você não sabe responder às perguntas de um cliente. A
postura ética é se desculpar e pedir para que o cliente espere uns instantes até que o
balconista busque a informação que precise, seja na pesquisa em livros, sites da
internet ou diretamente com o farmacêutico. A seriedade e a firmeza com que o
balconista conduz uma situação que exige compreensão do cliente irão garantir a
satisfação do cliente.
O que não pode ocorrer, sob hipótese alguma, é o balconista “inventar” uma
informação porque se vê pressionado em fornecer uma resposta imediata ao cliente.
Todas as informações fornecidas devem ser corretas. Fique tranquilo que nem os
farmacêuticos e nem os médicos sabem tudo sobre tudo.

5) Prometa aquilo que consiga cumprir

É normal uma pessoa tentar todas as estratégias possíveis para fugir de uma
situação estressante. No caso específico do trabalho em farmácia, é comum um
cliente se mostrar enraivecido porque o seu medicamento não chegou ou porque foi
vendido um medicamento diferente daquele que tinha solicitado.
Para todas as situações que envolvam um estresse, o equilíbrio e a sinceridade
são as principais armas que um profissional responsável tem ao seu dispor. Portanto,
nunca prometa produtos, prazos ou condições de pagamento que não possam ser
cumpridas por você, somente para se ver livre da situação embaraçosa de um cliente
insatisfeito. Se um cliente já está insatisfeito, ele ficará ainda mais irritado se as novas
promessas não se efetivarem.

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6) Não enxergue o seu cliente como um amigo

Um cliente é um cliente e um profissional é um profissional. É inadequado um


balconista buscar uma intimidade com um cliente. Você não precisa saber para qual
time o seu cliente torce, nem quantos filhos ele tem, muito menos quanto é o seu
salário. É claro que a convivência por um longo período estreita relações e pode ser
natural um processo de aproximação, mas isso deve ocorrer de maneira muito natural
e de forma muito comedida.
Por outro lado, também é inadequado você expor os seus problemas pessoais
para o cliente. O cliente não é responsável e nem vai poder auxiliá-lo em casos de
falta de dinheiro, problemas com os filhos, divergências conjugais ou qualquer tipo de
problema pessoal. Isso vale também para problemas que possam ocorrer entre você
e algum colega ou entre você e o seu chefe. As situações de família devem ser
resolvidas na família; as situações financeiras devem ser resolvidas no banco e as
situações de trabalho devem ser resolvidas com o chefe.

7) Cuide da sua aparência pessoal

Você já deve ter ouvido falar que as aparências enganam, mas isso não motivo
para você descuidar da sua. Todo funcionário de uma farmácia, incluindo o
farmacêutico, o gerente, o caixa e os balconistas, deve se apresentar de forma sóbria,
discreta, limpa e asseada. As roupas devem estar limpas, incluindo os calçados; as
unhas bem cortadas e limpas; os cabelos limpos e presos se compridos; os dentes
escovados e sem restos de alimentos; o uniforme limpo e bem passado.
Todo produto de higiene pessoal que tenha uma fragrância, como desodorante
e perfume, deve ser suave para não conferir um cheiro muito forte ao balconista. Em
relação às roupas, não é adequado uma mulher usar decotes muito profundos, nem
saias muito curtas. Para os homens, as camisas devem estar com, no máximo, um
botão aberto. Roupas muito justas, ou muito coloridas, como camisas de time de
futebol, devem ser evitadas. Quanto às bijuterias, é adequado apenas peças
pequenas, discretas e em número pequeno.

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8) Cuide da aparência do seu local de trabalho

Assim como é importante o cuidado com a aparência pessoal, a aparência do


local de trabalho também deve estar impecável.
Apesar de uma farmácia contar com a colaboração de um funcionário
exclusivamente para a limpeza de piso, parede, banheiros e outros espaços, a
organização das prateleiras e das gôndolas é de responsabilidade dos balconistas.
Cada farmácia deve estabelecer uma rotina de limpeza desses espaços e
dividir a tarefa entre todos os balconistas.

09) Nunca discuta uma decisão médica ou farmacêutica com o cliente.

Caso você não concorde com a decisão do médico ou do farmacêutico em


relação a um tratamento proposto, nunca expresse a sua opinião ao cliente. A
utilização de medicamentos ocorre somente pela prescrição médica ou odontológica
e pela indicação farmacêutica.
Esses profissionais, ao atenderem um paciente, reúnem várias informações
que fundamentam a prescrição/indicação de um tratamento específico. Mesmo que o
balconista ache “estranho” algum detalhe do tratamento, como posologia, forma
farmacêutica, tempo total de tratamento, não é com o cliente que ele deve discutir o
caso.
Se você detectar uma situação danosa ao paciente, você deverá entrar em
contato imediatamente com o médico ou com o farmacêutico para alertá-los sobre a
prática inadequada que prescreveram/indicaram ao paciente.

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AULA 2- NOÇÕES DE ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DE FARMÁCIAS E


DROGARIAS

A Farmácia
- Local para armazenamento de fármacos;
- É de responsabilidade do profissional farmacêutico e da equipe que a compõe;
- Possui um responsável técnico Farmacêutico;
- Dispensação e atendimento privativo de unidade hospitalar ou de qualquer outra
equivalente de assistência médica, odontológica ou veterinária;

A Drogaria
- Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais.

O que devemos saber?

- Nome do responsável Técnico;


- Composição dos produtos farmacêuticos;
- Peso, Volume líquido ou quantidade se for o caso;
- Finalidade, uso e aplicação;
- Precaução, cuidados especiais;

Organização de uma Farmácia

Para a organizar uma farmácia ou drogaria existem alguns critérios que tornam
mais eficientes e práticos o trabalho dos envolvidos.
Toda farmácia trabalha com milhares de remédios, que envolvem diversas
apresentações, o que torna fundamental a organização de prateleiras e gavetas para
facilitar a procura de cada remédio.
Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma farmácia.
Ela começa pela separação dos medicamentos e outros produtos de acordo
com o laboratório, a ordem alfabética do medicamento, e o grupo ou seção em que se
enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o uso do medicamento.

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Secções de Organização

- Seção ou grupo de comprimidos, drágeas, cápsulas, pastilhas e pílulas.


- Seção ou grupo de ampolas injetáveis e orais.
- Seção ou grupo de medicamentos líquidos, em suspensão, as geleias, os elixires,
sprays, gotas, xaropes.
- Seção ou grupo de pomadas, cremes, unguentos, supositórios, óvulos, bastões,
inaladores, pós, granulados e calicidas.
- Seção ou grupo de envelopes de comprimidos ou pós que vem em embalagens
múltiplas e que podem ser comercializadas de forma avulsa. Estes produtos são
usualmente guardados em gavetas e na parte externa delas coloca-se uma etiqueta
que identifica o produto.
- Seção ou grupo de medicamentos que têm a venda controlada, como psicotrópicos,
entorpecentes e antibióticos. (Normalmente possuem armários próprios e ficam no
final da farmácia)
- Produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e odontológicos
também possuem prateleiras próprias. (Normalmente fora do balcão de atendimento
de medicamentos)

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AULA 3 – MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA, SIMILAR E GENÉRICOS.

O que são medicamentos e remédios?


A ideia de remédios está associada a todo e qualquer tipo de cuidado utilizado
para curar ou aliviar doenças, sintomas, desconforto e mal-estar. (ex: chás,
emplastros, banhos terapêuticos)
Já os medicamentos são substâncias ou preparações elaboradas em farmácias
(medicamentos manipulados) ou industriais (medicamentos criados em indústrias),
que devem seguir as determinações legais de segurança, eficácia e qualidade.

Tipos de Medicamentos

Especialidade Farmacêutica: qualquer medicamento industrializado com


registro na ANVISA, cuja fabricação é regulamentada por normas governamentais,
com fórmula conhecida e ação terapêutica comprovada, embalado de modo uniforme
e comercializado com um nome convencional.
• PODEM SER:
- Medicamento oficial / oficinal
- Medicamento de referência (ético)
- Medicamento genérico
- Medicamento similar
• OU AINDA:
De uso contínuo
De uso ocasional
De venda livre
De venda controlada / tarjados
 OU TAMBÉM:
- Medicamento alopático
- Medicamento homeopático
- Medicamento fitoterápico

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Medicamento de Referência – Ético

Produto inovador registrado na ANVISA, cuja eficácia, segurança e qualidade


foram comprovadas cientificamente por ocasião do registro.
Beneficiado pela Lei das Patentes O laboratório que detém a patente do
produto tem exclusividade para produzi-lo durante 5 anos.
Geralmente é o primeiro medicamento que surgiu para determinado fim e sua
marca é bastante conhecida

Medicamentos Genéricos

Regulamentados pela Lei 9.787/99.


Produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros
direitos de exclusividade.
Comercializados com nome genérico  designado pela DCB ou, na sua
ausência, pela DCI (RDC nº 16/2007).
Há a intenção de que eles sejam intercambiáveis com o produto original 
Comprovado por testes in vitro de equivalência farmacêutica e in vivo de
bioequivalência (mesma biodisponibilidade) exigidos pela ANVISA.
Normalmente são fabricados sem licença da empresa detentora de registro do
medicamento de referência.

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Custo menor é explicado pela não


necessidade da realização dos
testes clínicos e toxicológicos que
são necessários para o registro
de novos medicamentos.

Medicamentos Similares

Produzido por empresas diferentes da original após o vencimento do


impedimento previsto pela Lei das Patentes.
Vendido com nome de marca (nome fantasia ou comercial).
Contém os mesmos princípios ativos, mesma concentração, forma
farmacêutica, via de administração, posologia e indicação do medicamento de
referência.
É equivalente ao medicamento registrado no órgão federal responsável pela
vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho
e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículo.

Sobre o Registro dos Medicamentos Similares

RDC Nº133/2003 determinou que todos os medicamentos similares fossem


submetidos aos testes de equivalência farmacêutica e biodisponibilidade relativa para
comprovação científica de que produzem o mesmo efeito, na mesma dosagem e no
mesmo tempo gasto pelo medicamento de referência.
RDC Nº134/2003 estabeleceu os critérios para adequação dos Medicamentos
similares já presentes no mercado.
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RDC Nº17/2007 aprova o regulamento técnico para registro de medicamentos


similares.
Devido ao prazo dado em 2003 para a adequação dos medicamentos similares
às regras de equivalência farmacêutica e bioequivalência, atualmente (2019) todos os
similares devem ser equivalentes aos medicamentos de referência.

Sobre dispensação de medicamentos de referência, genéricos e similares (RDC


nº 58/2014)

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EXERCÍCIOS

1) Pesquise e cite três nomes de medicamentos de Referência, três


medicamentos genéricos e três medicamentos similares.
2) Como é diferenciado um medicamento de Referência de um Genérico?
3) Discuta com seus colegas sobre o perigo na substituição errada de uma
medicação, e como podemos evitar esse erro.

AULA 4 – FARMACOLOGIA

O que é farmacologia?

Farmacologia é a ciência que estuda o fármaco e como ele age no organismo


desde a sua administração até a sua eliminação. O estudo é realizado sob os
seguintes aspectos:
- A natureza do fármaco (natural/ sintético);
- Propriedades químicas e físicos-químicas;
- Absorção;
- Distribuição;
- Metabolismo;
- Mecanismo de Ação;
- Efeitos indesejáveis/ adversos;
- Eliminação ou excreção.

Natureza do Fármaco

Os fármacos podem ser classificados de acordo com a sua natureza podendo


ser naturais, sintéticas e semissintéticas.
Drogas Naturais: São substâncias extraídas de uma determinada planta ou
componente existente na natureza por algum processo, como cozinhar, ou queimar
para inalar a fumaça.

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Não tem origem em laboratórios, mas sabe-se que passam por tratamentos
químicos para melhorar a qualidade, durabilidade, odor, etc., aumentar a sua vida útil.
- Enganam-se as pessoas que dizem que as drogas naturais não prejudicam a
saúde ou não trazem problemas posteriores. Com seu uso frequente, essas
substâncias podem provocar sérios danos à saúde.
Drogas Sintéticas: As drogas sintéticas possuem características distintas e se
dividem em: Drogas semissintéticas e drogas sintéticas.
Semissintéticas: As drogas semissintéticas são aquelas que são produzidas
geralmente a partir de plantas que contenham substâncias psicoativas, e passam por
processos químicos em laboratório até se transformarem em drogas mais potentes,
como o crack, cocaína, haxixe etc.
Sintéticas: As drogas sintéticas são as substâncias ou misturas de várias
substâncias químicas, com efeito, exclusivamente psicoativo. Elas são processadas e
produzidas em laboratórios. Os principais componentes ativos dessas drogas não são
encontrados na natureza, e sim, totalmente fabricadas em laboratórios.

Divisões da farmacologia

A farmacologia é dividida em farmacodinâmica e farmacocinética. A


farmacodinâmica refere-se ao que o medicamento faz no organismo – em que locais
ele age, quais são seus mecanismos de ação e seus efeitos (terapêuticos e/ou
tóxicos). A farmacocinética é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem o
sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que
influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Basicamente, estuda os
processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação e eliminação das
drogas.

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Biodisponibilidade – indica a quantidade de drogas que atinge seu local de


ação ou um fluido biológico de onde tem acesso ao local de ação. É uma fração da
droga que chega à circulação sistêmica.
Bioequivalência - é a equivalência farmacêutica entre dois produtos, ou seja,
dois produtos são bioequivalentes quando possuem os mesmos princípios ativos,
dose e via de administração, e apresentam estatisticamente a mesma potência.

Farmacodinâmica

A Farmacodinâmica estuda os efeitos das drogas ou fármacos nos organismos,


seus mecanismos de ação e a relação entre a dose do fármaco e efeito.
De acordo com o seu mecanismo de ação os fármacos podem ser divididos em
dois grupos:
Os estruturalmente inespecíficos são aqueles que dependem única e
exclusivamente de suas propriedades físico-químicas, para promoverem o efeito
biológico, ou seja, não se ligam a nenhum componente celular para desencadear seu
efeito. Um bom exemplo são os antiácidos estomacais conhecidos como “sal de
frutas”, eles atuam diminuindo diretamente a acidez do suco gástrico por suas
propriedades físico-químicas.
Os estruturalmente específicos exercem seu efeito biológico pela interação
seletiva com um determino componente celular, como um alvo na célula, que pode
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ser uma enzima, um canal iônico ou uma proteína sinalizadora, conhecida por
receptor. Podemos dizer que o reconhecimento entre o fármaco e seu alvo pode ser
simplificadamente ilustrado pelo modelo chave-fechadura.

Existem dois conceitos farmacodinâmicos interessantes pontuados, são eles a


afinidade e a atividade intrínseca. Resumidamente:

• Afinidade é a capacidade da droga ou fármaco de se ligar ao seu alvo, no modelo


representado pela habilidade da chave entrar na fechadura.

• Atividade intrínseca é a capacidade de, uma vez ligado, a droga ou fármaco


promover uma ação dentro da célula. Importante: Um fármaco ou droga não cria uma
ação no metabolismo da célula, ele altera atividades que já são desempenhadas pelas
células.

Farmacocinética

Vias de administração dos medicamentos: A escolha da via de


administração (porta de entrada no organismo) é o primeiro passo para que um
medicamento possa fazer efeito. Vias de administração são as diferentes formas de
aplicar um medicamento:

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AULA 5, 6, 7 e 8 – CONTINUAÇÃO FARMACOLOGIA

COMO SE MODIFICA O MEDICAMENTO AO ENTRAR NO ORGANISMO

Absorção: é a passagem do fármaco do local em que foi administrado para a


circulação sanguínea. Constitui-se do transporte da substância através das
membranas biológicas. Tratando-se da via de administração intravenosa, não se deve
considerar a absorção, uma vez que, neste caso, o fármaco é administrado
diretamente na corrente sanguínea.
Para que o princípio ativo dos medicamentos possa atuar, é necessário que
seja liberado da forma farmacêutica que o contém.
A seguir deve ser absorvido para atingir a corrente sanguínea.
Todos os medicamentos, seja qual for sua via de administração, chegam até a
corrente sanguínea, exceto alguns de uso local. Por isso, a via oral é suficiente para
tratar a maioria das enfermidades.
Os medicamentos administrados por via retal são absorvidos muito
rapidamente. Por essa razão se utiliza, às vezes, essa via administração em certas
situações de emergência. Ex.: para parar a crise convulsiva em uma criança, o mais
prático é administrar-lhe Diazepam por via retal.
No caso da via intravenosa (I.V.), o medicamento é administrado diretamente
no sangue. Nesse caso não há absorção.
Alguns fatores influenciam a absorção, tais como: características
físicoquímicas da droga, veículo utilizado na formulação, perfusão sanguínea no local
de absorção, área de absorção à qual o fármaco é exposto, via de administração,
forma farmacêutica, entre outros.
Distribuição: é a passagem de um fármaco da corrente sanguínea para os
tecidos. A distribuição é afetada por fatores fisiológicos e pelas propriedades
físicoquímicas da substância. Os fármacos pouco lipossolúveis, por exemplo,
possuem baixa capacidade de permear membranas biológicas, sofrendo assim
restrições em sua distribuição. Já as substâncias muito lipossolúveis podem se
acumular em regiões de tecido adiposo, prolongando a permanência do fármaco no
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organismo. Além disso, a ligação às proteínas plasmáticas pode alterar a distribuição


do fármaco, pois pode limitar o acesso a local de ação intracelular.
Uma vez absorvido, o princípio ativo se distribui por meio do sangue para as
diferentes partes do corpo. Chega nos “sítios especiais” de ação e ali começa a agir
durante certo tempo. Ex.: o médico receita Salbutamol a uma pessoa com asma. Ela
toma o comprimido por via oral e este se desmancha no estômago - desagregação. O
“princípio ativo” é liberado - absorvido - passa para o sangue e chega até os brônquios
nos pulmões - distribuição. Os brônquios se abrem, e o paciente respira melhor -
efeito.
Biotransformação ou metabolismo: é a transformação do fármaco em outra
substância(s), por meio de alterações químicas, geralmente sob ação de enzimas
inespecíficas. A biotransformação ocorre principalmente no fígado, nos rins, nos
pulmões e no tecido nervoso.
Entre os fatores que podem influenciar o metabolismo dos fármacos estão as
características da espécie animal, a idade, a raça e fatores genéticos, além da indução
e da inibição enzimáticas.
Alguns medicamentos são eliminados pelo organismo tal como foram
absorvidos. Todavia, a maioria deles se transforma no organismo. Essa transformação
se chama metabolismo ou biotransformação e ocorre principalmente no fígado.
O metabolismo transforma o medicamento em um ou vários metabólitos. Um
metabólito pode ser, às vezes, mais ativo ou menos ativo que o medicamento inicial.
Metabólito – é o produto da reação de biotransformação de um fármaco. Os
metabólitos possuem propriedades diferentes das drogas originais. Geralmente,
apresentam atividade farmacológica reduzida e são compostos mais hidrofílicos,
portanto, mais facilmente eliminados. Em alguns casos, podem apresentar alta
atividade biológica ou propriedade tóxicas.
Excreção ou eliminação – é a retirada do fármaco do organismo, seja na
forma inalterada ou na de metabólitos ativos e/ou inativos. A eliminação ocorre por
diferentes vias e varia conforme as características físico-químicas da substância a ser
excretada.
Os medicamentos saem do corpo, da mesma forma que outras substâncias,
por exemplo, os alimentos, por vias diferentes.
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Alguns são eliminados diretamente pela urina. Outros passam primeiro pelo
fígado (metabolismo), para depois serem eliminados pela urina, fezes, suor, lágrimas,
leite ou pelo ar dos pulmões.
Todo esse percurso do medicamento, desde que o ingerimos até ser eliminado,
leva certo tempo.
Esse tempo varia de um medicamento para outro e determina o horário e o
número de vezes que devemos tomá-lo, ou seja sua posologia.
Por exemplo: Captopril 25 mg, via oral – Tomar 1 cp de 12/12 h, por 30 dias.
Se passar mais tempo que o recomendado entre uma tomada e outra, restará
pouco medicamento no nosso corpo, ficando em quantidade insuficiente para produzir
o efeito farmacológico.
Meia-vida – a meia-vida (T1/2) é o tempo necessário para que a concentração
plasmática de determinado fármaco seja reduzida pela metade. Supondo então que a
concentração plasmática atingida por certo fármaco seja de 100 mcg/mL e que sejam
necessários 45 minutos para que esta concentração chega a 50 mcg/mL, a sua meia-
vida é de 45 minutos.

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Fatores que interferem nas respostas dos medicamentos

Muitos fatores podem influenciar nas respostas dos medicamentos como:

Interações Medicamentosas

Interações medicamentosas são alterações nos efeitos de um medicamento em


razão da ingestão simultânea de outro medicamento (interações do tipo medicamento-
medicamento) ou do consumo de determinado alimento (interações do tipo alimento
medicamento).
Embora em alguns casos os efeitos de medicamentos combinados sejam
benéficos, mais frequentemente as interações medicamentosas são indesejáveis e
prejudiciais. Tais interações podem intensificar ou diminuir os efeitos de um
medicamento ou agravar seus efeitos colaterais.
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Quase todas as interações do tipo medicamento-medicamento envolvem


medicamentos de receita obrigatória, mas algumas envolvem medicamentos de venda
livre (sem necessidade de receita), mais comumente aspirina, antiácidos e
descongestionantes.
O risco de uma interação medicamentosa aumenta quando não há
coordenação entre a receita dos medicamentos e o fornecimento e a orientação de
seu uso. As pessoas que estão aos cuidados de vários médicos estão em maior risco,
porque um dos profissionais pode não ter conhecimento de todos os medicamentos
que estão sendo tomados.
O risco de interação medicamentosa pode ser reduzido pela utilização de uma
mesma farmácia, que aviará todas as receitas. Os medicamentos podem interagir de
muitas formas.
Um medicamento pode duplicar o efeito de outro ou se opor a ele, ou ainda
alterar a velocidade de absorção, o metabolismo ou a excreção do outro
medicamento.

Efeitos de Duplicação

Às vezes dois medicamentos tomados simultaneamente têm efeitos similares,


o que resulta em duplicação terapêutica. Uma pessoa pode, por descuido, tomar dois
medicamentos com o mesmo ingrediente ativo. Isso ocorre comumente com
medicamentos de venda livre.
Por exemplo, a difenidramina é ingrediente de muitos remédios para tratamento
de alergia ou de resfriado; é também o ingrediente ativo de muitos indutores do sono.
A aspirina pode ser ingrediente de remédios contra a gripe e de produtos para
o alívio da dor. Mais frequentemente dois medicamentos similares, mas não idênticos,
são tomados ao mesmo tempo. Em alguns casos, o médico planeja isso, para que
seja obtido um efeito maior.
Assim, o médico pode prescrever dois medicamentos anti-hipertensivos para
uma pessoa cuja pressão alta é de difícil controle. No tratamento de câncer, os
médicos às vezes prescrevem diversos medicamentos (quimioterapia combinada)

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para a obtenção de um resultado melhor. Mas podem surgir problemas quando o


médico, inadvertidamente, prescreve medicamentos similares.
Os efeitos colaterais podem se tornar graves; por exemplo, podem ocorrer
sedação e tontura excessivas quando uma pessoa toma dois sedativos diferentes (ou
álcool ou outra droga que tenha efeitos sedativos)
Efeitos Opostos

Dois medicamentos com ações opostas (antagonistas) podem interagir. É o


caso de drogas antiinflamatórias não-esteróides (DAINEs), como o ibuprofeno, que,
tomadas para combater a dor, fazem com que o organismo retenha sal e água; os
diuréticos, por seu lado, ajudam a eliminar o excesso de sal e água do organismo. Se
esses medicamentos forem tomados simultaneamente, o DAINE diminuirá (fará
oposição, ou antagonizará) a eficácia do diurético.
Alguns medicamentos administrados para o controle da pressão alta e da
doença cardíaca (por exemplo, betabloqueadores como o propranolol e o atenolol)
antagonizam certos medicamentos administrados contra a asma (por exemplo, drogas
estimulantes betaadrenérgicas, como o albuterol).

Alterações na Absorção

Medicamentos tomados por via oral devem ser absorvidos através do


revestimento do estômago ou do intestino delgado. Em alguns casos, os alimentos ou
alguma droga podem reduzir a absorção de outra droga. Por exemplo, o antibiótico
tetraciclina não é absorvido adequadamente se for tomado no período de uma hora
após a ingestão de cálcio ou de alimentos que contenham cálcio, como o leite e
laticínios.
A obediência a orientações específicas - por exemplo, evitar alimentos por uma
hora antes ou algumas horas depois de ter tomado um remédio, ou tomar os remédios
com um intervalo de pelo menos duas horas - é uma precaução importante.

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Alterações no Metabolismo

Muitos medicamentos são inativados por sistemas metabólicos no fígado, como


o sistema enzimático P-450. Os medicamentos circulam através do organismo e
passam pelo fígado, onde as enzimas atuam inativando as drogas ou alterando sua
estrutura, de modo que os rins possam filtrá-las.
Algumas drogas alteram esse sistema enzimático, fazendo a inativação de
outra droga ocorrer com maior rapidez ou lentidão que o habitual.
Assim, por exemplo, pelo fato de os barbitúricos, como o fenobarbital,
aumentarem a atividade enzimática no fígado, drogas como a warfarina tornam-se
menos eficazes quando tomadas durante o mesmo período.
Por isso, os médicos às vezes precisam aumentar a dose de certos
medicamentos para compensar esse tipo de efeito. Mas se o fenobarbital for
interrompido mais tarde, o nível de outros medicamentos poderá aumentar de forma
drástica, levando a efeitos colaterais potencialmente graves.

Alterações na Excreção

Uma droga pode afetar a velocidade de excreção pelos rins de outra droga.
Algumas drogas, por exemplo, alteram a acidez da urina, o que, por sua vez, afeta a
excreção de outras drogas. Em grandes doses, a vitamina C pode ter esse efeito.

Planejamento e Desenvolvimento dos Medicamentos

Muitos dos medicamentos em uso corrente foram descobertos por pesquisas


experimentais e pela observação em animais e seres humanos.
As abordagens mais recentes ao desenvolvimento de um medicamento se
baseiam na determinação das alterações bioquímicas e celulares anormais causadas
pela doença e no planejamento de compostos que possam impedir ou corrigir
especificamente essas anormalidades.

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Quando um novo composto se mostra promissor, comumente ele é modificado


muitas vezes para otimizar sua seletividade, potência, afinidade pelos receptores e
eficácia terapêutica.
Também são considerados outros fatores ao longo do desenvolvimento dos
medicamentos, como se o composto é absorvido pela parede intestinal e se é estável
nos tecidos e líquidos do corpo. Idealmente, o medicamento deve ser efetivo ao ser
tomado por via oral (para a conveniência da auto-administração), bem absorvido pelo
trato gastrointestinal e razoavelmente estável nos tecidos e líquidos do corpo, de
modo que uma dose por dia seja adequada.
O medicamento deve ser altamente seletivo para seu local-alvo, de modo que
tenha pouco ou nenhum efeito nos outros sistemas do organismo (efeitos colaterais
mínimos ou ausentes). Além disso, o medicamento deve ter potência e eficácia
terapêutica em alto grau para que seja efetivo em baixas doses, mesmo nos
transtornos de difícil tratamento. Não existe o remédio que seja perfeitamente efetivo
e completamente seguro. Portanto, os médicos avaliam os benefícios e riscos
potenciais dos medicamentos em cada situação terapêutica que exija tratamento com
medicamento de receita obrigatória.
Mas às vezes alguns transtornos são tratados sem a supervisão de um médico;
por exemplo, pessoas fazem auto tratamento com medicamentos de venda livre para
pequenas dores, insônia, tosses e resfriados. Nesses casos, essas pessoas devem
ler a bula fornecida com o medicamento, seguindo explicitamente as orientações para
seu uso.

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CLASSIFICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS

Depressores do sistema nervoso central (SNC) (anestésicos gerais, sedativos


hipnóticos, antiepilépticos, antiparkinsonianos, hipnoanalgésicos, analgésicos
e antipiréticos, outros analgésicos, antivertiginosos e antipruriginosos centrais)
– São fármacos que produzem analgesia, perda de consciência, relaxamento
muscular e redução na atividade reflexa mediante depressão não seletiva, mas
reversível, do SNC. Exemplo: éter, fenobarbital, diazepam, biperideno, morfina,
ibuprofeno, ácido mefênamico.

Estimulantes do SNC (analépticos, psicoestimulantes e nootrópicos) – Esses


fármacos exercem sua ação através do estímulo não seletivo do SNC. Alguns
produzem estímulo intenso; outros, estímulo fraco. Exemplo: cafeína.

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Fármacos psicotrópicos (sedativos ansiolíticos, antipsicóticos, antidepressivos


e para sintomatologia neurovegetativa) – São modificadores seletivos do SNC
usados no tratamento de distúrbios psíquicos. Também chamados de psicofármacos,
incluem fármacos que deprimem ou estimulam seletivamente a atividade mental.
Exemplos: alprazolam, haloperidol, citalopram.

Fármacos que atuam no sistema nervoso periférico (SNP) (anestésicos locais)


– Bloqueiam reversivelmente a geração e a condução de impulsos ao longo de uma
fibra nervosa. Exemplo: lidocaína.

Miorrelaxantes (centrais e periféricos) – São fármacos usados para relaxar os


espasmos que acompanham as síndromes musculares crônicas dolorosas. Exemplo:
orfenadrina.

Espasmolíticos (anticolinérgicos e musculotrópicos) – Chamados também de


antiespasmódicos, são fármacos que reduzem o tônus e a motilidade dos aparelhos
gastrointestinal e geniturinário. Exemplo: atropina.

Antialérgicos (anti-histamínicos, glicocorticóides e outros) – São utilizados para


combater alergias. Exemplo: dexclorfeniramina.
Antiinfecciosos (anti-sépticos, antiprotozoários, antifúngicos, sulfonamidas,
tuberculostáticos e hansenostáticos, quimioterápicos para respiratório, urinário
e antivirais, antibióticos e imunoestimulantes) – Fármacos utilizados no tratamento
de doenças infecciosas. Ex.: Triclosana, quinina, nistatina, cirpofloxacino, aciclovir,
amoxicilina.

Antibióticos - Antibacterianos: matam bactérias (ex: penicilina, amoxilina, cefalexina,


tetraciclina, amicacina); antifúngicos: matam fungos (ex: nistatina, cetoconazol,
anfotericina, miconazol, fluconazol); antiparasitários: matam vermes, piolhos (ex:
cloroquina, mebendazol, albendazol, metronidazol, secnidazol, tinidazol, permetrina);
anti-virais: matam vírus (ex.: aciclovir, ribavirina, zidovudina).
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Antiinflamatórios – Combatem processos de inflamação, cujos sintomas são dor,


rubor, calor e perda de sensibilidade. Esses fármacos são divididos em dois grandes
grupos: esteroidais e não esteroidais. Esteróides: dexametasona, hidrocortisona,
prednisona, cortisona. Não esteróides: AAS, dipirona, paracetamol, diclofenaco de
sódio e potássio, nimesulida, piroxican.

Cardiovasculares (para ICC, antiarrítmicos, dilatadores de vasos coronarianos,


antihipertensivos, contra aterosclerose, antivaricosos, vasoconstritores e
vasodilatadores) – São aqueles empregados na prevenção ou tratamento de
doenças cardiovasculares. Exemplos: digoxina, propranolol, anlodipino, atenolol,
nimodipino.

Fármacos do sangue (antianêmicos, antineutropênicos, coagulação sanguínea


e hemostípticos, sangue e frações e substitutos do sangue) – Também
denominados agentes hematológicos, são substâncias que atuam no sangue ou
substituem algum de seus componentes. Exemplos: ácido fólico, varfarina.

Fármacos do trato gastrointestinal (anti-secretores, antiácidos, catárticos,


antiinfecciosos do TGI, antidiarréicos, antiprotozoários para distúrbios GI,
digestivos, antieméticos e eméticos) – São utilizados no tratamento dos distúrbios
e doenças que afetam o sistema digestivo, principalmente o estômago e o intestino.
Exemplos: ranitidina, hidróxido de alumínio, óleo de rícino, albendazol, loperamida,
metronidazol, bromoprida.

Metabolismo e nutrição (anorexígenos e antiobesidade, antiastênicos


energéticos, dietéticos, antilipêmicos, lipotrópicos, antidiabéticos,
anabolizantes, hipotireoidismo, hipertireoidismo, ácido úrico, hormônio do
crescimento) – São fármacos que interferem no metabolismo e nutrição. Exemplos:
sibutramina, sinvastatina, insulinas.

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Interferentes no metabolismo da água e eletrólitos (diuréticos, hormônio


antidiurético e análogos, mineralocorticóides, fornecedores de água e minerais,
acidificantes, alcalinizantes, resinas permutadoras de íons). Exemplos:
hidroclorotiazida, bicarbonato de sódio.

Vitaminas (lipossolúveis, hidrossolúveis, multivitamínicos com ou sem


minerais, coenzimas) – Substâncias essenciais ao metabolismo normal dos seres
vivos, sendo necessárias em quantidades muito pequenas. Exemplos: vitaminas A, B,
C, D, E, K.

Distúrbios hormonais (masculinos, femininos, gonadotrofinas e seus


estimulantes, antagonistas da gonadotrofina e inibidores de prolactina,
estimulantes e relaxantes uterinos) – Exemplos: testosterona, estradiol.

Agentes imunizantes (soros, imunoglobulinas e vacinas) – São substâncias


utilizadas para aumentar a imunidade dos seres humanos. Exemplo: vacinas.

Preparações para pele e mucosas (antiinfecciosos, antiinflamatórios locais,


antipruríticos e anestésicos locais, adstringentes, detergentes, emolientes,
demulcentes e protetores, queratolíticos e queratoplásticos e outros) –
Exemplos: clotrimazol, capsaicina, uréia, ácido azeláico, hidroquinona.

Medicamentos oftálmicos, otológicos e nasofaríngeos – São utilizados


topicamente tanto em infecções quanto em outros quadros clínicos que afetam o olho,
ouvido, nariz e garganta. Exemplo: pilocarpina.

Anti-reumáticos (AINE’s, corticosteróides, antigotosos) – São utilizados no


tratamento de doenças das articulações. Exemplos: piroxiam, prednisona, alopurinol.

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Imunossupressores – Utilizados para diminuir as reações imunológicas


responsáveis pelas manifestações clínicas que ocorrem após transplantes de órgãos
ou da medula óssea. Exemplo: ciclosporina.

Diversos e outros (auxiliares de diagnóstico, antídotos, agentes quelantes, retenção


urinária, disfunção erétil, dissuadores de álcool, abandono do tabagismo, indução do
parto, odontológicos, geriátricos e tônicos, DIU’s, espermicidas e testes de gravidez).

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MÓDULO
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AULA 11, 12, 13 e 14 – PRINCIPIOS BÁSICOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA E


HIPERTENSÃO ARTERIAL

Definição
Anatomia: é a ciência que estuda as estruturas corporais e das relações entre elas.
Fisiologia: é a ciência que estuda o funcionamento do corpo.

O Corpo Humano

A divisão anatômica básica do corpo humano é feita em cabeça, pescoço,


tronco e membros. Do ponto de vista morfológico e funcional, o corpo é composto de:
células, tecidos e sistemas orgânicos.

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Células: são unidades básicas da vida, tanto em termos estruturais, como


funcionais, além de serem as menores unidades vivas do corpo humano.
Tecidos: são grupos de células e os materiais que as cercam atuando juntos
para realizar determinada função (órgãos).
Sistemas orgânicos: são grupos de órgãos que atuam no desenvolvimento de
determinada função orgânica.

Sistema Esquelético

O sistema esquelético é a estrutura interna que dá sustentação ao corpo.


Formada de ossos, articulações e cartilagens. Junto com o sistema muscular estriado,

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compõe o aparelho locomotor. O esqueleto tem função também de proteção de vários


órgãos vitais. Ex. os ossos do crânio que protegem o cérebro, e os ossos da caixa
toráxica que protege os pulmões e o coração.
Produção dos glóbulos: além das funções de natureza física e mecânica,
vários ossos desempenham papel na formação do sangue, alojando a medula
vermelha, que produz glóbulos vermelhos (hemácias) e brancos (leucócitos),
Esqueleto: o esqueleto adulto tem 206 ossos, dividi-se em axial (osso da
cabeça e do tronco) e apendicular (ossos dos membros).
Formados de sais minerais, especialmente o fosfato de cálcio, os ossos são
também estruturas vivas repletas de células nutridas pelo sangue.
O maior osso do corpo humano é o fêmur da coxa, com cerca de 50 cm em um
homem de 1,80 m. E o menor osso do corpo humano é o estribo no ouvido, com cerca
de 2,6 a 3,4 mm. Articulações: fazem as ligações entre os ossos. Podem ser móveis,
como as dos joelhos, semi-móveis como a sínfise pubiana, e fixas como as dos ossos
do crânio.
Doenças: raquitismo e osteoporose.

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Sistema Muscular

O sistema muscular se refere ao conjunto de centenas de músculos voluntários


(estriados), conhecidos como músculos esqueléticos, e de suas formações
acessórias, como tendões e aponeuroses. Existem também os músculos lisos, que
compõem a estrutura de vários órgãos e o involuntário (músculo cardíaco).
Fibra muscular: a principal propriedade da fibra muscular é ser contrativa.
Quando o músculo se contrai, chega a ficar com um terço de seu comprimento. Essa
contração consome energia e produz calor.
Doenças: distensões e distrofia muscular.

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Sistema Nervoso

Controla os movimentos e ato do organismo. Grande parte de suas atividades


tem origem na captação de estímulos visuais, auditivos, térmicos, gustativos, olfativos
ou táteis pelos receptores sensoriais (olhos, ouvido, nariz, língua e pele). Tais
estímulos podem desencadear uma resposta imediata e reflexa, ou ser memorizados
e armazenados no cérebro.
Neurônio: é a célula nervosa que constitui a unidade anatômica e funcional
desse sistema. Os neurônios motores podem chegar a ter mais de um metro de
comprimento. Cada neurônio é capaz de relacionar-se com dezenas de outros, daí se
origina uma rede de fibras nervosas. Os nervos têm por função conduzir impulsos da
periferia para o centro e vice-versa. A estocagem de informação é chamada memória.
Sistema central e periférico: o sistema nervoso é subdivido em uma parte
central, representada pelo encéfalo e pela medula espinhal, e outra periférica,
representada pelos nervos.
O sistema nervoso humano se divide em três níveis: medular, encefálico inferior
e encefálico superior.
Nível medular: é o mais primitivo. Está localizado na medula espinhal e é o
responsável pelos reflexos motores inconscientes, como a de coçar.

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Nível encefálico inferior: engloba as partes do cérebro bulbo, ponte,


mesencéfalo, hipotálamo, tálamo, gânglios basais e cerebelo.
É responsável pelas atividades inconscientes, como controle da pressão
arterial, equilíbrio, respiração, salivação e muitas das expressões emocionais, como
raiva, excitação e atividades sexuais.
Nível encefálico superior: está no córtex cerebral e é responsável pela
consciência e raciocínio. É onde acontece a recepção das sensações e emissão das
ordens para os movimentos voluntários.
Doenças: encefalite, meningite, mal de Parkinson.

Sistema Endócrino

O sistema endócrino é formado pelas glândulas endócrinas e estruturas


constituídas de células secretoras. Podem aparecer como minúsculos fragmentos de
tecido endócrino em outros órgãos ou formar um único órgão visível a olho nu.

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Glândulas endócrinas: são a hipófise, tireóide, paratireóides, supra-renais,


pâncreas, ovários e os testículos. Estes produzem hormônios e atuam na regulação
química do organismo.
Hormônios: atuam como reguladores químicos, desencadeando, inibindo,
ativando ou mantendo em conjunto com o sistema nervoso, determinadas funções,
como crescimento, ciclos reprodutores e estabilidade metabólica.

Sistema Respiratório

Sua função principal é obter oxigênio e eliminar gás carbônico. O sistema


envolve o funcionamento pelas narinas, traqueia, laringe, pulmões e diafragma.
Narinas: tem a função de conduzir, aquecer, umedecer e filtrar o ar. A entrada
de ar também pode ser complementada pela boca.
Do nariz ou da boca o ar passa pela faringe. A caixa craniana contém cavidades
que estão cheias de ar.
Traqueia: depois de passar pela faringe, o ar entra na traqueia, o tubo é
subdividido em dois brônquios que leva o ar até o pulmão. Uma lâmina chamada

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epiglote fecha o orifício superior do tubo quando a pessoa come ou bebe e abre-se
apenas para a passagem de ar.
Laringe: é o órgão responsável pela voz, localizada na parte superior da
traqueia, a laringe constitui-se de duas membranas que se estiram quando o ar é
expelido, formando o som.
Pulmões: são os principais órgãos do sistema respiratório, sua localização é
no tórax e fica protegido pelas costelas. O ar chega aos pulmões através dos
bronquíolos, estes carregam de ar os alvéolos pulmonares e nos alvéolos o ar
inspirado irá oxigenar o sangue e receber deste gás carbônico produzido por todas as
células do organismo. Os pulmões possuem cerca de 300 milhões de alvéolos.
Diafragma: é o músculo responsável, junto com os músculos das costelas, pelo
movimento constante dos pulmões, o que permite a entrada e saída de ar. Está
localizado na base dos pulmões, acima do abdômen.
Quando o diafragma se expande (inspiração), o ar é sugado através das
narinas e da boca e quando contrai (expiração) a ar é expulso eliminando o gás
carbônico no ar expirado.
Doenças: pneumonia, tuberculose e bronquite.

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Sistema Digestório

O sistema digestório é
constituído pelo tubo digestivo,
formando em disposição
contínua pela boca, faringe,
esôfago, estômago, intestino
delgado, intestino Gross, reto e
ânus.
Sua função é preparar os
alimentos e absorver seus
nutrientes. As principais
glândulas que se ligam a esse
sistema são as salivares, o
fígado e o pâncreas.

Processo de digestão:
começa na boca, onde dentes e
língua trituram os alimentos, misturando-os com a saliva. No estômago, o suco
gástrico desintegra as fibras dos alimentos e prepara o bolo alimentar que no intestino
delgado sofre ação do suco pancreático e da bile. No intestino delgado ocorre ainda
grande parte da absorção dos nutrientes. No intestino grosso, a água, os minerais e
algumas vitaminas são absorvidos. Pela via porta, esses nutrientes chegam ao fígado,
onde são armazenados ou após metabolismo enviados à corrente sanguínea.
A defecação é a última etapa do processo e ocorre quando as fezes são
expulsas através do ânus, que contém o esfíncter, terminal do tubo digestivo que
controla voluntariamente esse ato.
Doenças: gastrite, úlcera péptica, cirrose hepática, hepatite e hemorroidas.

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Sistema Circulatório

O sistema circulatório é formado por coração e vasos, dentro dos quais circula
o sangue.
Coração: é o órgão central do sistema circulatório.
O coração é uma estrutura fundamentalmente muscular que atua como bomba,
enviando e recebendo sangue pelos vasos, funciona ritmicamente por meio de
contrações (sístoles) e relaxamento (diástoles) que se sucedem.
Anatomicamente o coração é dividido em duas partes: direita e esquerda e
cada uma apresenta parte superior (átrios) e inferior (ventrículos).
Batimentos cardíacos: no homem adulto o coração gera em torno de 72
batimentos por minuto (normal).
Vasos sanguíneos: são estruturas tubulares que permitem que o sangue do
coração chegue a todas as partes do organismo e vice-versa.
Pressão arterial: para irrigar o organismo, o sangue se encontra sob pressão
no interior do sistema cardiovascular.
Um aparelho chamado esfigmomanômetro mede a pressão arterial em
milímetros de mercúrio (mmHg).

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Apresenta-se como pressão arterial sistólica (medida durante a contração


cardíaca – máxima) e a pressão arterial diastólica (medida durante a fase de
relaxamento cardíaca – mínima).
Os valores considerados normais para um adulto é de 120 mmHg (sistólica) por
80 mmHg (distólica), ou seja, 12 X 8 na linguagem corriqueira.
Sangue: é o fluído que circula no interior do sistema cardiovascular e que
alimenta todas as células do organismo; é constituído de uma parte líquida (plasma),
rica em proteínas, glicose (açúcar) e outros elementos nutritivos. A outra parte, sólida
é formada de células sanguíneas, entre elas se distinguem os glóbulos vermelhos
(hemácias), que transportam oxigênio, glóbulos brancos (leucócitos), responsáveis
pela defesa do organismo e as plaquetas, que participam da coagulação sanguínea.
Sangue arterial e venoso: o sangue rico em oxigênio e pobre em gás carbônico
é chamado arterial, o inverso é denominado venoso.
De certa forma podemos dizer que o sangue arterial é conduzido pelas artérias
e o sangue venoso, pelas veias. Mas são exceções a artéria pulmonar e seus ramos,
que conduzem sangue venoso do coração aos pulmões e as veias pulmonares que
levam sangue arterial dos pulmões ao coração.
Circulação sanguínea: a circulação que vai do ventrículo direito ao átrio
esquerdo, passando pelos pulmões, é chamada pequena (pulmonar); a que vai do
ventrículo esquerdo ao átrio direito, passando pelos diferentes órgãos, é a grande
circulação (geral).
O sangue arterial é bombeado pelo coração através da aorta (artéria de maior
calibre do organismo) para os órgãos, aos quais chega após passar por vasos arteriais
cada vez menores e por capilares.
Nos órgãos o sangue arterial deixa o oxigênio e recebe o gás carbônico e outros
produtos metabolizados pelas células. Esse sangue torna-se venoso e segue através
de capilares e vasos venosos para átrio direito, onde chega pelas veias cavas superior
e inferior, que são veias de grande calibre.
Do átrio direito, o sangue venoso passa para o ventrículo direito de onde é
bombeado para os pulmões. Nos pulmões, o sangue libera gás carbônico trazido dos
tecidos e capta oxigênio transformando-se novamente em arterial. As veias

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pulmonares enviam o sangue arterial ao átrio esquerdo, deste passa ao ventrículo


esquerdo e recomeça o ciclo.
Doenças: arteriosclerose, enfarte do miocárdio e hipotensão arterial.

Sistema Urinário

O sistema urinário é formado pelos


órgãos urinários (rins, ureteres, bexiga e
uretra), sua função é produzir e eliminar a
urina, que contém produtos do metabolismo
desnecessários ao organismo.
Rins: processam o plasma sanguíneo
e mantêm o volume hídrico do corpo,
excretando os líquidos excedentes.
Ureteres: são tubos fibromusculares
que conduzem a urina para a bexiga, de
onde é drenada para fora do corpo pela
uretra, canal que atinge cerca de 20 cm no homem adulto e 4 cm na mulher adulta.
Doenças: nefrite, infecções do trato urinário (cistite) e cálculos renais.

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Sistema Reprodutor Masculino

Os espermatozóides (células
reprodutoras) e testosterona
(hormônio sexual masculino) são
produzidos por ação dos testículos, as
duas glândulas sexuais que se alojam
no escroto.
A testosterona aparece em
abundancia na puberdade e provoca o
crescimento dos órgãos sexuais, o
fortalecimento de ossos e músculos, o
alargamento das cordas vogais
provoca o engrossamento da voz e o
surgimento dos pelos no corpo.
O desenvolvimento das células
do esperma requer uma temperatura
de cerca de 35ºC, atingindo pelo fato
de estas células estarem no escroto,
separadas das partes mais quentes
do corpo.
O duto deferente, que percorre a cavidade pélvica e atravessa a parede
abdominal, conduz os espermatozóides para a uretra, que desemboca no duto
ejaculador. Nessa fase as secreções da glândula prostática e das vesículas seminais
são adicionadas ao espermatozóide, formando o sêmen.
A uretra atravessa duas estruturas diferentes: a próstata, a camada
fibromuscular e na porção distal é envolvida pelo corpo esponjoso do pênis.

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Sistema Reprodutor Feminino

O sistema reprodutor feminino é formado pela vulva, vagina, útero, ovários e


mamas.
A vulva é o conjunto dos órgãos genitais externos da mulher.
A vagina é um canal com um revestimento fibromuscular, pelo qual escoa a
menstruação. Também recebe o sêmen e no parto, leva o bebê do útero ao exterior.
O útero é dividido em duas partes: o colo, localizado no alto da vagina, e o
corpo, localizado no interior da pélvis, que dá origem à menstruação e abriga o feto.
O ovário produz os óvulos e secreta os hormônios estrógenos e progesterona.
O estrogênio é responsável pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários
(crescimento da mama, alargamento dos quadris, aparecimento de pêlos pubianos).
Doença: Doenças sexualmente transmissíveis (sífilis, gonorréia, herpes),
cistos no ovário e mioma.

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HIGIENE DAS MÃOS

 Lavar as mãos após contato com sangue, secreções corporais, excreções e


artigos contaminados, tendo usado ou não luvas.
 Lavar as mãos caso tenha contato com diferentes pacientes, evitando a
transferência de microorganismos para outros pacientes ou ambientes.  Lavar as
mãos entre procedimentos com o mesmo paciente para prevenir contaminação
cruzada por diferentes partes do corpo.
 A lavagem das mãos deve ser cuidadosa e visa remover a flora normal e
transitória, por isso é indicado também o uso de anti-séptico, especialmente no início
do trabalho.
 Deve ser evitado o uso de anéis, pulseiras e relógios.
 Entre os cuidados, pode-se utilizar na limpeza das mãos, álcool 70%
glicerinado a 2%, friccionando por 30 segundos até secar.

COMO HIGIENIZAR AS MÃOS?

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1. Abrir a torneira, regulando a água para um jato constante e com temperatura


agradável (sem tocar a pia com o corpo, jaleco ou mãos);
2. Molhar as mãos;
3. Colocar quantidade suficiente de sabão líquido nas mãos;
4. Ensaboar as mãos friccionando as palmas e os espaços interdigitais;
5. Esfregar a palma da mão direita sobre o dorso da mão esquerda e vice-versa.
Dar atenção aos espaços interdigitais;
6. Esfregar o polegar direito com a mão esquerda, e vice-versa;
7. Fazer movimentos circulares com as pontas dos dedos da mão direita unidos
sobre a palma da mão esquerda fechada em concha, e vice-versa;
8. Esfregar com a palma da mão esquerda em concha sobre a mão direita
fechada, em movimento de vai-e-vem e vice-versa;
9. Esfregar o punho com movimentos circulares;
10. Enxaguar as mãos retirando totalmente os resíduos de sabão;
11. Secar cuidadosamente, iniciando pelas mãos e seguindo pelos punhos com
papel-toalha descartável branco;
12. Utilizar torneira que dispense o contato das mãos, quando do fechamento
da água, ou, utilizar a toalha de papel para fechar a torneira;
13. Desprezar o papel na lixeira utilizando pedal ou outro sistema que evite
contaminação.
Recomendações: As unhas devem ser curtas e sem esmaltes, pois o álcool
utilizado é um solvente do esmalte e pode contaminar o medicamento. O uso de luvas
deve ser adotado quando necessário.

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HIPERTENSÃO ARTERIAL

A hipertensão arterial ou pressão alta é uma doença crônica caracterizada


pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias. Ela acontece quando os
valores das pressões máxima e mínima são iguais ou ultrapassam os 140/90 mmHg
(ou 14 por 9).
A pressão alta faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior
do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no
corpo. A pressão alta é um dos principais fatores de risco para a ocorrência de
acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma arterial e insuficiência renal e
cardíaca.
O problema é herdado dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores que
influenciam nos níveis de pressão arterial, como os hábitos de vida do indivíduo.

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Causas da Hipertensão

Essa doença é herdada dos pais em 90% dos casos, mas há vários fatores
que influenciam nos níveis de pressão arterial, entre eles:
 Fumo
 Consumo de bebidas alcoólicas
 Obesidade
 Estresse
 Elevado consumo de sal
 Níveis altos de colesterol
 Falta de atividade física;
Além desses fatores de risco, sabe-se que a incidência da pressão alta é
maior na raça negra, em diabéticos, e aumenta com a idade.

Sintomas Hipertensão
Os sintomas da hipertensão costumam aparecer somente quando a pressão
sobe muito: podem ocorrer dores no peito, dor de cabeça, tonturas, zumbido no
ouvido, fraqueza, visão embaçada e sangramento nasal.
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Tratamento

A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada.
Somente o médico poderá determinar o melhor método para cada paciente.

Diagnóstico

Medir a pressão regularmente é a única maneira de diagnosticar a


hipertensão. Pessoas acima de 20 anos de idade devem medir a pressão ao menos
uma vez por ano. Se houver casos de pessoas com pressão alta na família, deve-se
medir no mínimo duas vezes por ano.

Prevenção

Além dos medicamentos disponíveis atualmente, é imprescindível adotar um


estilo de vida saudável:
 Manter o peso adequado, se necessário, mudando hábitos alimentares;
 Não abusar do sal, utilizando outros temperos que ressaltam o sabor dos
alimentos;
 Praticar atividade física regular;
 Aproveitar momentos de lazer;
 Abandonar o fumo;
 Moderar o consumo de álcool;
 Evitar alimentos gordurosos;
 Controlar o diabetes.

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Aparelhos Utilizados Para Aferição da Pressão Arterial

Esfigmomanometro Aneróide Estetoscópio

Aferição da pressão arterial

O cliente deve estar em repouso de pelo menos cinco minutos, não ter
praticado exercícios físicos nos 90 minutos que antecedem a medida da pressão
arterial, não deve estará com a bexiga cheia, não deve ter ingerido bebidas alcoólicas,
café ou alimentos e não ter fumado nos 30 minutos anteriores ao procedimento.

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Antes de iniciar a aferição da pressão arterial, deve-se explicar o procedimento


ao paciente.
A seguir, está a descrição de uma técnica, passo a passo, para a medida de
pressão arterial.
1. remover parte da roupa que cobre o braço no qual será tomada a medida
da pressão;
2. posicionar o braço para que o mesmo fique na altura do coração, com a
palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente fletido;
3. solicitar ao paciente para que não fale durante o procedimento; Medir a
circunferência do braço do paciente;
4. posicionar o manguito na fossa cubital, de modo que a parte central do
mesmo esteja sobre a artéria braquial;
5. acomodar a campânula do estetoscópio sobre a artéria braquial na altura da
fossa cubital;
6. inflar o manguito até cerca de 30 mmHg além do nível estimado para a
pressão sistólica
7. iniciar a deflação de forma lenta (2 a 4 mmHg por segundo)
8. determinar a pressão sistólica pela ausculta do primeiro som (fase I de
Korotkoff), que é um som fraco seguido de batidas regulares (após este procedimento,
deve-se aumentar a velocidade de deflação);
9. determinar a pressão diastólica pelo desaparecimento do som (fase V de
Korotkoff);
10. auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu
desaparecimento e depois finalizar a deflação de forma rápida e completa
11. informar ao paciente os valores determinados;
12. registrar os valores determinados.

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AULA 15 a 23 – DIABETES E PORTARIA 344/98

DIABETES

Diabetes mellitus é um grupo de distúrbios metabólicos que apresentam em


comum a hiperglicemia (acima de 100 mg/dL em jejum) como resultado de defeitos
na ação da insulina, na secreção de insulina ou de ambas as condições.
O diabetes mellitus pode ser classificado em diabetes tipo 1, ou insulino-
dependente, diabetes tipo 2, ou não insulino-dependente, e ainda o diabetes
gestacional.
O diabetes tipo 1 é mediado por autoimunidade que promove destruição das
células beta pancreáticas.
No diabetes tipo 2 ocorrem defeitos na ação e na secreção da insulina.
Além da hiperglicemia, pode ocorrer hipoglicemia, caracterizada por níveis
glicêmicos abaixo de 60 mg/dL, causando os seguintes sintomas: sensação de fome
aguda, dificuldade de raciocinar, sensação de fraqueza associado a um cansaço muito
grande, sudorese exagerada, tremores finos ou grosseiros de extremidades,
bocejamento, sonolência, visão dupla, estado confusional que pode progredir para a
perda total da consciência (coma).
A principal forma de monitorar o diabetes é o controle da glicemia. O teste de
glicemia capilar é um exame de triagem, ou seja, de monitoramento, e não é um
diagnóstico.
A determinação da glicemia capilar se dá por equipamentos de autoteste. Os
equipamentos de autoteste utilizam glicosímetro (aparelho manual para glicemia), fita
reagente ou fita-teste (utilizada para inserir uma gota de sangue), lanceta (instrumento
perfurocortante estéril), lancetador (para fazer a retirada da gota de sangue). São
necessários também luvas de procedimento descartáveis, algodão e álcool etílico
70%.
Os procedimentos devem seguir a sequência apresentada a seguir:
• separar o material necessário;
• preparar o glicosímetro e o lancetador;
• lavar as mãos e fazer antissepsia das mesmas, mediante técnica apropriada;
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• colocar as luvas de procedimento;


• retirar a fita teste da embalagem;
• ligar o aparelho medidor de glicemia, introduzir a fita teste no aparelho,
evitando tocar na parte reagente;
• orientar o paciente a lavar as mãos com água e sabão e secá-las bem;
• fazer a antissepsia do dedo a ser lancetado com álcool 70% se necessário (o
dedo deve estar completamente seco);
• escolher o local para a punção (o melhor é a ponta dos dedos, evitando a
polpa digital);
• fazer a punção utilizando o lancetador para coletar a amostra de sangue;
• esperar a formação da gota, segurando o dedo do paciente;
• encostar a gota de sangue na área indicada;
• manter a gota de sangue em contato com a fita-teste até o glicosímetro indicar
que o volume é suficiente;
• descartar imediatamente a lanceta em recipiente apropriado para descarte de
material perfurocortante;
• limpar o dedo do paciente com algodão e álcool 70% e fazer pressão sobre o
local da punção por alguns segundos; • fazer leitura do resultado;
• o glicosímetro desligará automaticamente após o término da determinação;
• retirar as luvas de procedimento e lavar as mãos;
• descartar o material usado no contentor de descarte de material biológico: fita,
luvas de procedimento descartáveis e algodão;
• anotar o resultado obtido;
• orientar o paciente sobre o resultado da glicemia.

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TIPOS DE RECEITAS

As receitas podem ser de quatro tipos:


- simples,
- carbonada branca (medicamentos sujeitos a controle especial),
- azul (medicamentos psicotrópicos) ou
- amarela (retinóides de uso sistêmico).

AVIAMENTO DAS RECEITAS

Para preenchimento correto do aviamento de receitas são necessários os


seguintes dados:
- Identificação do emitente (nome, endereço e número de registro no conselho
a que pertence);
- Identificação do usuário (nome completo e endereço);
- Nome do medicamento/ substância (nome comercial ou genérico, posologia);
- Data da prescrição.

PORTARIA 344/98

Esta portaria aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos


sujeitos a controle especial.
Segue uma síntese de seu conteúdo:
- Notificação de receita
Documento padronizado destinado à notificação da prescrição de
medicamentos.
- Livro de receituário Nele é feito todo o controle de entrada, saída e perda dos
medicamentos desta portaria. O registro nesse livro deverá ser feito diariamente,
somente pelo farmacêutico responsável ou, na sua ausência, pelo seu substituto.
- Psicotrópicos Ficam sujeitos a esse controle todos os medicamentos com
ação no sistema nervoso central (estimulantes), bem como as substâncias
consideradas entorpecentes (depressoras), além dos retinóicos de uso sistêmico.
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- Prescrição
As prescrições devem estar com todos os campos preenchidos, sem rasuras e
contendo os seguintes dados:
- Sigla da Unidade da Federação;
- Identificação numérica (portarias A, B)

- Identificação do emitente (nome, inscrição no devido conselho, endereço e


telefone);
- Identificação do usuário (nome e endereço completos e, no caso de uso
veterinário, identificação do animal e dados completos do proprietário);
- Nome do medicamento ou da substância com dosagem ou concentração,
forma farmacêutica, quantidade e posologia;
- Data da emissão;
- Assinatura do emissor;
- Informações da gráfica (portarias A e B).
As receitas terão a duração (validade) de 30 dias para notificações B e C, 30
dias para notificação A.
As notificações do tipo C são válidas para todos os estados brasileiros,
enquanto que as demais (A e B) somente têm validade no estado em que foram
expedidas.

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A Lei n° 13.732, de 08 de novembro de 2018, altera o parágrafo único do art.


35 da Lei nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, determinando que o receituário de
medicamentos passará a ter validade em todo o território nacional,
independentemente da unidade da Federação em que tenha sido emitido, inclusive o
de medicamentos sujeitos ao controle sanitário especial.
Anteriormente o receituário prescrito pelo médico era considerado válido
apenas no Estado em que houve o atendimento médico. Com esta modificação dada
pela Lei nº 13.732, o receituário médico passa a ser aceito pelas farmácias, drogarias
e estabelecimentos que comercializam fármacos sob prescrição em todo território
nacional. Visto que o responsável técnico da farmácia deverá apresentar em até 72h
no órgão da vigilância de seu município a receita de outro Estado para a averiguação
da mesma.
- Dispensação
Os medicamentos constantes nesta portaria só podem ser dispensados por
farmacêuticos. No ato da dispensação deverão ser conferidos os seguintes dados:
- Dados do emitente;
- Numeração da receita;
- Dados da gráfica;
- Validade da receita.
A quantidade máxima a ser dispensada por receita é o equivalente a 60 dias
de tratamento (para anticonvulsivantes e antiparkinsonianos a quantidade pode
chegar a seis meses de tratamento).
No ato da dispensação deverão ser anotados os seguintes dados no verso da
receita:
Dados do usuário (nome completo, endereço, RG e telefone); .
Dados do medicamento que está sendo dispensado (nome, concentração,
forma farmacêutica e quantidade).
O farmacêutico deverá ainda datar e assinar a receita.
-Guarda
As substâncias constantes nesta portaria, bem como os medicamentos nela
contidos e existentes nos estabelecimentos, deverão ser obrigatoriamente guardados

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sob chave ou outro dispositivo que ofereça segurança, em local exclusivo para esse
fim, sob a responsabilidade do farmacêutico.
-Balanços
A cada três meses deve ser realizado um balanço relatando as entradas, saídas
e perdas de cada uma dessas substâncias. Os balanços deverão ser entregues na
autoridade sanitária local até o dia 15 dos meses de abril (referente aos meses de
janeiro a março), julho (abril a junho), outubro (julho a setembro) e janeiro (outubro a
dezembro).
Além do balanço trimestral, no término de cada ano deverá ser realizado
também um balanço anual que deverá ser entregue até o dia 30 de janeiro do ano
subsequente.
O balanço também é de responsabilidade do farmacêutico. Ele deverá ser
entregue em duas vias, em que uma ficará retida na autoridade sanitária, e a outra
permanecerá no estabelecimento.

TIPOS DE RECEITUÁRIOS

De uma maneira geral, as receitas no Brasil têm validade de 30 (trinta) dias,


contado a partir da data de emissão, sendo a data de emissão considerado o dia zero,
pois considera-se como primeiro dia, o dia seguinte à data da emissão da receita,
considerando a lógica de 24 horas da duração do dia.
Antibióticos, por exemplo, valem por 10 dias, segundo RDC nº 20/2011,
Receitas contendo o medicamento Talidomida tem validade de 20 dias, conforme
RDC nº 11/2011 e receitas de medicamentos controlados ficam válidas por 30 dias,
segundo a Portaria nº344 de 12 de maio de 1998. As receitas para medicamentos
eventuais têm validade de 30 dias.
Sobre a informação repassada pelos médicos que a receita tem validade de 06
meses, pesquisamos e encontramos apenas essa referência para casos de prescrição
de medicamentos não controlado que serão aviados nas farmácias do Programa
Farmácia Popular (da rede pública e privada).

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Prescrições de medicamentos sujeitos a controle especial tem validade


nacional de 30 dias, conforme Portaria Federal 344/98: Os medicamentos de tarja
preta ou vermelha com retenção obrigatória de receita são divididos em diferentes
categorias para melhor controle, mas todas tem a mesma validade (30 dias) o que
muda são as quantidades que podem ser vendidas, conforme o grupo ou lista a qual
pertence o medicamento prescrito. Essa regra é nacional, deve ser seguida por
prescritores e principalmente pelos farmacêuticos e pelas farmácias e drogarias de
todo o país.
Medicamentos Lista A – Receituário amarelo: encontram-se aqui os
entorpecentes e as receitas tem validade de 30 dias, e são emitidas em papel de cor
amarela.

Medicamentos Lista B1 – Receituário Azul NRB: encontram-se aqui os medicamentos


capazes de induzir dependência física ou psíquica. A validade é, novamente, de 30
dias e a receita é emitida em papel de cor azul.

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Medicamentos Lista B2 – Receituário Azul NRB2: encontram-se aqui os psicotrópicos


anoxerígenos, ou os medicamentos emagrecedores. A validade é, novamente, de 30
dias, e a receita é emitida em papel de cor azul.

Medicamentos Lista C1 – Receituário Branco emitido em duas vias:


a lista inclui os anticonvulsivantes, antiepiléticos, antiparkinsonianos, antidepressivos
e antipsicóticos.
A validade é de 30 dias a partir da emissão, e a receita é entregue em papel da cor
branca.

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No caso dos anticonvulsivantes e antiparkinsonianos, a validade da receita é de 30


dias (ao invés de 06 meses), mas podem ser vendidos/dispensados quantidade para
até 06 meses de tratamento.

Medicamentos Lista C2 – Notificação de Receita de Retinóides Sistêmicos: a lista


inclui os retinóides de uso sistêmico, voltados ao tratamento de acne. A validade é de
30 dias a partir da emissão, e a receita é emitida em papel de cor branca.

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Medicamentos Lista C3 – Notificação de Receita de Talidomida: na lista está apenas


um medicamento: a talidomida, usada nos tratamentos de hanseníase, úlceras aftoide
idiopática em pacientes portadores de HIV/aids, lúpus eritematoso, mieloma múltiplo,
entre outras. A validade é de 20 dias.

Medicamentos Lista C4 – Formulário de DST/Aids: encontram-se aqui os


antiretrovirais usados no tratamento da infeção por HIV/Aids. A validade das receitas
é de 30 dias.

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Medicamentos Lista C5 – Receituário Branco emitido em duas vias: encontram-se


aqui os medicamentos esteróides anabolizantes. A validade das receitas é de,
novamente, 30 dias.

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MÓDULO
5E6

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AULA 24 A 31 – INJETÁVEIS E TEMPERATURA CORPORAL

MEDICAMENTOS INJETÁVEIS

A aplicação de injetáveis é um ofício que exige habilidade e responsabilidade.


Qualquer equívoco durante o processo de uma aplicação pode gerar danos
irreparáveis para o paciente e problemas para o aplicador.

CARACTERÍSTICAS DO PROFISSIONAL PARA APLICAR INJETÁVEIS


 Apresentar calma e serenidade no atendimento;
 Estar seguro de suas ações;
 Estar adequadamente paramentado;
 Executar as aplicações apenas mediante apresentação de recita médica;
 Executar corretamente a técnica.

PARTES DA SERINGA E AGULHA


Durante a aplicação é necessário fazer a escolha correta da seringa e agulha
para cada caso.

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OS RISCOS EM CADA APLICAÇÃO

Via Intramuscular (IM)


 Lesão de vasos: acidentalmente, pode-se perfurar um vaso sanguíneo.
 Lesão de nervos: principalmente do nervo ciático na região glútea.
 Lesão do tecido subcutâneo por injeções superficiais, provocando dor,
nódulos e abscessos.
 Abscessos por falhas assépticas.
 Outras alterações orgânicas, por reação ao medicamento introduzido e
quando se injetam no vaso sanguíneo medicações que não podem ser administradas
por essa via.
Via Subcutânea (SC)
 Choque anafilático: devido à hipersensibilidade do paciente à droga, mesmo
em pequenas quantidades.
 Ulceração: necrose do tecido, devido à administração de medicamentos
contra-indicados por essa via.
 Sangramento: quando a agulha é de grosso calibre.
 Dor e prurido: ocorrem pela introdução de substâncias muito concentradas,
comum nos testes de sensibilidade.

Quantidade suportado de ml por músculos para injetáveis

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CUIDADOS DURANTE O PREPARO


 Trabalhe de frente para o material da cintura para cima;
 Evite tossir, espirrar, falar sobre o material exposto;
 Não faça movimentos sobre a área esterilizada;
 Trabalhe em ambiente limpo, calmo, seco e sem corrente de ar;
 Disponha o material a ser usado;
 Agite a ampola, sem formar espuma, para homogeneizar a solução (quando
necessário);
 Monte a seringa e adapte a agulha, certificando-se do funcionamento e da
integridade delas;
 Faça descer todo o conteúdo acima do gargalo;
 Limpe a ampola com algodão embebido em álcool etílico 70%;
 Abra a ampola, quebrando seu gargalo envolvido com algodão, para não se
cortar, com os dedos polegar e indicador;

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 Introduza a agulha na ampola, com o bisel inicialmente para baixo, tendo o


cuidado de não contaminar a parte interna da ampola com o canhão da agulhar;
 Aspire o conteúdo, retire-o do interior da ampola e, com a seringa em posição
vertical, tire o ar (recomenda-se trocar a agulha depois de aspirar um medicamento
de sua ampola).

Procedimento Para Aplicação De Injetáveis

Atividades:
1. organizar o material necessário (a definição da seringa e agulha apropriadas
irá depender da via de administração e do local a ser administrado o medicamento);
2. fazer uma inspeção visual na ampola ou frasco para verificar possíveis
alterações nas características do medicamento;
3. higienizar as mãos;
4. vestir as luvas de procedimento;
5. explicar ao paciente o procedimento a ser realizado;
6. carregar a seringa;
7. fazer antissepsia no local da aplicação utilizando algodão e álcool 70%;
8. introduzir a agulha;
9. aspirar para verificar se foi acessado um vaso sanguíneo (caso verifique a
presença de sangue, retirar o aparelho de injeção do paciente, solicitar ao paciente
para que o mesmo pressione o ponto de aplicação com algodão e reiniciar todo o
procedimento novamente, trocando a agulha);
10. se nenhum vaso foi acessado, aplicar o medicamento lentamente;
11. retirar a agulha;
12. ocluir o local da punção com algodão seco (este procedimento favorece a
hemostasia);
11. desprezar o material utilizado (luvas, agulha, seringa e algodão) em
recipiente apropriado;
12. retirar as luvas e lavar as mãos;
13. registrar o procedimento.

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APLICAÇÃO DE INSULINA

Locais para aplicação de insulina ou medicações subcutâneas.

Material Necessário: Seringa e Agulha de insulina, algodão, álcool 70% e


medicamento (insulina conforme a prescrição médica)

Procedimento:

-Lavar as mãos;
-Explicar o procedimento ao paciente;
-Retirar o frasco de insulina da geladeira 10 a 20 minutos antes da aplicação;
-Rolar o frasco entre as mãos sem agitar com no mínimo 20 movimentos;
-Realizar a assepsia do frasco com algodão embebido em álcool 70%;
-Aspirar a quantidade de ar na seringa;
-Injetar o ar dentro do frasco para melhor retirada da insulina;
- Virar o frasco e a seringa para baixo, aspirando a quantidade de unidades conforme
a prescrição médica;
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-Retirar o ar que esteja presente na seringa;


-Selecionar a área de aplicação, tendo os cuidados mencionados anteriormente no
rodízio de áreas para aplicação;
-Fazer assepsia da área com algodão;
- Fazer prega na pele e introduzir a seringa em ângulo de 90º e após soltar a prega;
-Administrar a quantidade de insulina que consta na seringa;
- Retirar a seringa e após fazer uma leve compressão com algodão e álcool 70%;
-Organizar o material utilizado;
- Lavar as mãos e registrar no prontuário.

Notas complementares

1 - Ao encontrar presença de sangue na aplicação da insulina, seguir o seguinte:


sangue em pequena quantidade, continuar a administração, sangue em grande
quantidade, interromper a administração e preparar nova dose de insulina (Ministério
da Saúde).
2 - O tamanho da agulha é avaliado pelo profissional segundo o tipo físico do paciente.
3 - A prega cutânea deve ser feita antes da introdução da agulha e soltando antes da
introdução da insulina.
4 - O ângulo de aplicação deverá ser de 90°C, entretanto caso a agulha seja maior
que a indicada em alguns pacientes magros e crianças é necessário uma avaliação e
utilização de ângulos de 45 ou 60°C (Associação Americana dos Diabéticos, 2004).
5 - A aspiração após a introdução da agulha não é necessária quando se está
utilizando os instrumentos corretos (Associação Americana dos Diabéticos, 2004).
6 - O reuso das agulhas e seringas em serviços hospitalares públicos e privados é
proibido pela Divisão de Medicamentos no Brasil (DIMED), por meio da Portaria nº 3
de 07/02/86, incluindo a utilização do material no mesmo paciente.
7 -O reuso das agulhas e seringas pelos pacientes diabéticos que fazem
insulinoterapia em casa é controverso na literatura, uma vez que alguns autores
trazem a reutilização como uma forma de complicação que pode ocasionar lesão local
por infecção, sendo isso para um diabético um problema relevante.

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Por outro lado, o Ministério da Saúde (2006) considera como adequada a


reutilização por até oito aplicações sempre pela mesma pessoa, mantendo-se os
seguintes cuidados: a seringa deve ser retampada e guardada em temperatura
ambiente ou sob refrigeração (gaveta ou porta da geladeira), ainda considerar que o
paciente deve estar com ausência de feridas abertas nas mãos e livre de infecções
de pele nos locais da aplicação; o diabético deve ter destreza manual, ausência de
tremores e boa acuidade visual, sendo capaz de reencapar a agulha com segurança.
A limpeza da agulha não deve ser feita com álcool, porque é capaz de remover
o silicone que a reveste, tornando a aplicação mais dolorosa. As seringas reutilizadas
devem ser descartadas quando a agulha se torna romba, curva ou entra em contato
com alguma superfície diferente da pele e logo que a aplicação se torne muito mais
dolorosa. É importante salientar que esta reutilização é empregada apenas aos
pacientes que fazem uso de insulina domiciliar, nunca em hospitais.
8 - O paciente deve sempre ser orientado sobre o descarte do material perfurocortante
em recipiente apropriado.
9- Algumas insulinas podem ser prescritas e administradas conjuntamente no
paciente, entretanto, é importante que o profissional de enfermagem tenha
conhecimento de quais podem ser misturadas para a aplicação na mesma seringa,
conforme consta abaixo:

- Mistura de NPH + Regular: pode ser feita e utilizada imediatamente ou armazenada


em refrigerador para uso em 30 dias.
- Mistura de NPH + Ultrarrápida: pode ser feita e deverá ser utilizada imediatamente
após o preparo.
- Mistura de Regular + Lenta: não tem indicação.
- Glargina ou Detemir + qualquer tipo de insulina: não pode ser misturada devido ao
Ph baixo do diluente.

Nos casos em que houver a mistura das insulinas seguindo as


orientações anteriores, a técnica é a mesma da citada na administração da
insulina, incluindo:

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- Primeiramente aspira-se a quantidade de ar que consiste as unidades de insulina


NPH e injeta-se o ar dentro de frasco de insulina NPH;
- Após o mesmo procedimento com a insulina regular, já aspirando a quantidade de
insulina para a seringa;
- Por último aspira-se a quantidade de insulina NPH, sendo que o ar já foi injetado
anteriormente.
Na hipótese de se aspirar quantidades superiores às prescritas, de forma
alguma recolocar as insulinas nos frascos. Desprezar e realizar o procedimento
novamente.

COMO PROCEDER APÓS A APLICAÇÃO DE INJETÁVEIS?

Após a aplicação de injetáveis deve ser descartado todo material


perfurocontante (seringas, agulhas) em local adequado como os descarpacks.

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O QUE É FEBRE?

A febre é um aumento temporário da temperatura do corpo, muitas


vezes devido a uma doença. Essa condição nada mais é do que um fenômeno
de defesa do organismo ao sofrer qualquer tipo de agressão. Tem como função,
através do aumento da temperatura, melhorar o tempo de resposta das células
do organismo para destruir os invasores, geralmente vírus e bactérias.
Ter febre é um sinal de que algo fora do normal está acontecendo em
seu corpo e isto pode ocorrer em qualquer indivíduo, adulto ou criança. Na
grande maioria das vezes, através deste processo os invasores são eliminados
antes de provocarem outros prejuízos ao nosso organismo.
Em outras ocasiões este mecanismo pode falhar, iniciando-se uma
infecção, que pode ser leve ou grave, dependendo da força do microorganismo
e da imunidade do paciente.

Causas da Febre

Febre ocorre quando uma área em seu cérebro chamada hipotálamo percebe
uma invasão de microorganismos, reage deslocando a temperatura corporal normal.
A temperatura corporal normal varia ao longo do dia - é mais baixa na parte da
manhã e mais alta no final da tarde e início da noite. A maioria das pessoas considera
37°C uma temperatura normal, mas ela pode variar um pouco a menos, ficando entre
36,6° e 37,8°C. Fatores como ciclo menstrual ou exercícios pesados podem afetar a
temperatura corporal.
Febre pode ser causada por:
 Vírus
 Infecção bacteriana
 Insolação
 Queimadura de sol
 Certas condições inflamatórias, como artrite reumatoide
 Tumor maligno

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 Alguns medicamentos e drogas, como antibióticos utilizados para tratar a


pressão alta ou convulsão
 Reação adversa a algumas vacinas
 Desidratação.
Por vezes, a causa de uma febre não pode ser identificada. Se o
paciente é adulto e tem uma temperatura corporal de 38,3°C ou mais durante três
semanas e o médico não é capaz de encontrar a causa após extensa avaliação, o
diagnóstico pode ser febre de origem desconhecida. Nesses casos, a causa pode ser
uma infecção crônica pouco comum ou algo diferente, como uma doença do tecido
conjuntivo ou câncer.

Sintomas de Febre

Em adultos
A febre acontece quando a temperatura sobe acima de sua faixa normal. O que
é normal para você pode ser um pouco maior ou menor do que a temperatura média
de 37°C.
Dependendo do que está causando a febre, sintomas adicionais podem incluir:
 Suor
 Tremedeira
 Dor de cabeça
 Dores musculares
 Perda de apetite
 Desidratação
 Fraqueza geral.

Febres altas entre 39,4°C e 41,1°C podem causar:


 Alucinação
 Confusão
 Irritabilidade
 Convulsão

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 Desidratação

Em crianças e bebês

Uma criança tem febre quando a temperatura é igual ou superior a um destes


níveis:

 Temperatura anal maior que 38 °C


 Temperatura bucal maior do que 37,5 °C
 Temperatura axilar maior do que 37,3 °C
 Temperado no ouvido maior do que 38 °C.

Um sinal comum de febre em bebês é uma testa quente – mas isso não
suficiente para diagnosticar febre. Bebês e crianças também podem sentir mais
preguiça do que o normal.

Outros sintomas associados à febre em bebês e crianças incluem:


 Falta de sono
 Má alimentação
 Falta de interesse em jogos
 Letargia
 Convulsão

Verificação de Temperatura Axilar

Explicar o procedimento à paciente.


 Realizar a higienização das mãos.
 Proceder à limpeza do termômetro antes e depois de cada aferição utilizando
algodão embebido em álcool a 70%, com três fricções.

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 Posicionar o termômetro na região axilar e solicitar que a paciente permaneça com


o membro superior junto ao tórax.

Termômetro de Mercúrio:
 Aguardar o tempo de espera de dois minutos no mínimo, média de três e máximo
de cinco minutos.
 Segurar o termômetro sempre longe da ponta de mercúrio e aferir a temperatura
marcada no termômetro.
 Sacudir levemente para retornar a coluna de mercúrio até o mínimo indicado no
termômetro.

Termômetro Digital:
 Aguardar o tempo de espera que será indicado pelo alarme sonoro do próprio
termômetro, em média 5 min.
 Efetuar a leitura da temperatura no visor.
 Desligar o termômetro. Para os dois tipos de termômetros:
 Realizar a higienização do termômetro utilizando algodão e álcool a 70%, com três
fricções.
 Guardar o termômetro em local próprio.
 Realizar anotação dos valores encontrados em impresso próprio

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AULAS 32 – 38 – FARMÁCIA HOSPITALAR, CIPA, BIOSEGURANÇA,


PRIMEIROS SOCORROS.

FARMÁCIA HOSPITALAR

A farmácia hospitalar é um órgão de abrangência assistencial, técnico-


científica e administrativa, onde se desenvolvem atividades ligadas à produção,
armazenamento, controle, dispensação e distribuição de medicamentos e correlatos
às unidades hospitalares.
É igualmente responsável pela orientação de pacientes internos e
ambulatoriais, visando sempre à eficácia da terapêutica, além da redução dos custos,
voltando-se também para o ensino e a pesquisa, propiciando assim um vasto campo
de aprimoramento profissional.
Um serviço de farmácia em um hospital é o apoio clínico integrado, funcional e
hierarquicamente, em um grupo de serviços que dependem diretamente da Direção
Central e estão em constante e estreita relação com sua administração.
A principal razão de ser da farmácia é servir ao paciente, objetivando dispensar
medicações seguras e oportunas. Sua missão compreende tudo o que se refere ao
medicamento, desde sua seleção até sua dispensação, velando a todo o momento
por sua adequada utilização no plano assistencial, econômico, investigativo e docente.
O farmacêutico tem, portanto, uma importante função clínica, administrativa e de
consulta.

O SESMT, a CIPA e a Segurança

São obrigadas a manter os Serviços Especializados em Engenharia de


Segurança e Medicina do trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção
de Acidentes (CIPA) as empresas privadas e públicas (incluindo os hospitais) que
possuem empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
São responsabilidades inerentes à CIPA e SESMT:
a. zelar pela saúde e integridade física do trabalhador;

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b. revisar todos os acidentes envolvendo visitantes, pacientes e funcionários,


bem como manter relatórios e estatísticas de todos os danos;
c. investigar e analisar acidentes, recomendando medidas preventivas e
corretivas para evitá-los;
d. apoiar a área gerencial como consultor na área de segurança do trabalho e
atividades afins;
e. coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a
população envolvida em situações de incêndio. Recentemente, através da Portaria nº
5 de 17 de agosto de 1992, do Ministério do trabalho, ficou estabelecido que a CIPA
terá como obrigatoriedade adicional a confecção de denominado "Mapa de Riscos".
Esse mapa deverá ser confeccionado com auxílio do SESMT e terá como finalidade
básica fazer uma representação gráfica do reconhecimento dos riscos existentes nos
diversos locais de trabalho, a conscientização e informação dos trabalhadores através
da fácil visualização dos riscos existentes na Empresa.
O SESMT e a CIPA O SESMT e a CIPA são instrumentos que os trabalhadores
e as empresas dispõem para tratar da prevenção de acidentes e das condições do
ambiente de trabalho.
Esses órgãos protegem a integridade física do trabalhador e de todos os
aspectos que potencialmente podem afetar sua saúde.
A CIPA e o SESMT são regulamentados legalmente pelos artigos 162 a 165 da
CLT e pela Portaria 3214/78 baixada pelo Ministério do trabalho, em suas NR-5 E NR-
4, respectivamente. São, portanto, organizações obrigatórias nas empresas (inclusive
nos hospitais), desde que o número mínimo de funcionários seja atingido. Para
determinação das duas dimensões leva-se em conta, além do número de funcionários,
o grau de risco do local de trabalho. Para o ambiente hospitalar o grau de risco é 3,
isto em acordo com o Código de Atividades constante do Quadro I da NR-4, da
Portaria 3214/78.

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BIOSSEGURANÇA

O que é Biossegurança?
A biossegurança é um conjunto de ações visando prevenir riscos acidentais
físicos, químicos e biológicos que podem comprometer a saúde do homem ou
qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

CUIDADOS
-Higienização das mãos;
Tem a finalidade da remoção da sujidade interrompendo a transmissão de
infecções.
- Equipamentos de segurança;
Evita a contaminação do material e experimento ou em produção.
Materiais conhecidos como EPI's - Equipamento de proteção individual são:
Luvas, máscaras, óculos, jalecos, avental, gorro, sapato fechado.
- Imunização
Reduzem o risco de infecções, protegem o paciente e o farmacêutico.
- Descarte de resíduos e lixos químicos;
Caixas duras com adesivos indicando o conteúdo da caixa.

- Procedimentos recomendados pós-exposição a material biológico.


Lavar o local com água e sabão e receber procedimentos de urgência.

PRIMEIROS SOCORROS

Em primeiros socorros o objetivo é auxiliar a vítima, o mais rápido possível,


utilizando os recursos materiais e humanos disponíveis no local, antes da chegada
do socorro especializado.
A importância do atendimento correto nos primeiros momentos depois da
ocorrência de um acidente é fundamental para:
 Diminuir o sofrimento da vítima;
 Reduzir danos para a saúde;
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 Prevenir sequelas;
 Evitar mortes.

É fundamental saber:
O que fazer nos primeiros momentos após a ocorrência de algum acidente,
auxiliando a vítima.
Um atendimento mal feito pode prejudicar ainda mais a saúde da vítima,
prejudicando-a.
Como tomar as primeiras medidas até que a vítima seja atendida por equipe
especializada de socorristas.

LEI
O artigo 135 do Código Penal Brasileiro é bem claro: deixar de prestar socorro
à vítima de acidentes ou pessoas em perigo iminente, podendo fazê-lo, é crime.
Deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma assistência a vítima.
 Quem chama por auxílio especializado, por exemplo, já está prestando
algum tipo de socorro.

ASPECTOS GERAIS.
Para a prestação de primeiros socorros o espírito de solidariedade não basta.
É preciso dominar as técnicas de primeiros socorros.
Muitos pensam que na hora de uma emergência não terão coragem ou
habilidade suficientes para socorrer.
Isso não é motivo para deixar de aprender as técnicas, que poderão ser úteis
algum dia.

O QUE SÃO PRIMEIROS SOCORROS?


 Definição: São os procedimentos iniciais e imediatos que devem ser aplicados
à vítima, fora do ambiente hospitalar, para:
- Garantir a vida evitando o agravamento do seu quadro até que receba assistência
definitiva.
- Manter os sinais vitais;
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- Socorrista: nome do profissional especializado em atendimento de emergência


(multiprofissional);

*** Nós não somos socorristas.

- Sempre que possível, preferir o atendimento dos socorristas paramédicos, que


contam com a formação e equipamentos adequados.

QUANDO DEVO PRESTAR SOCORRO?

Sempre que a vítima não esteja em condições de cuidar de si própria.

-Urgência: ocorrência imprevista no campo da saúde, com ou sem risco


potencial de vida, que demanda assistência médica imediata.
- Emergência: condição ou agravo à saúde quem implique em risco iminente
de vida, ou sofrimento intenso, exigindo assistência médica imediata.

MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


- Tomar todas as precauções durante a manipulação da vítima, para:
 Evitar lesões corporais ao socorrista;
 Evitar sua contaminação por agentes biológicos, substâncias tóxicas ou
radioativas presentes no corpo, no sangue e nas secreções da vítima.
- Se o local do socorro oferecer riscos que não possam ser neutralizados,
remover a vítima para local seguro.
- Se necessário, improvisar material que proteja o socorrista das secreções e
do sangue (ex: envolver as mãos em sacos plásticos).
- Em caso de acidente, sinalizar e isolar a área para prevenir acidentes
secundários.
É importante saber os 10 mandamentos dos socorristas.
1- Manter a calma;
2- Ter sempre em mente a seguinte ordem de segurança: Você é a prioridade
(quem está socorrendo), depois vem a sua equipe, e por último, a vítima,
(não queremos gerar novas vítimas).

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3- Ao socorrer, ligar para o atendimento de emergência de imediato (193


bombeiros, 192 SAMU, 190 polícia militar).
4- Antes de agir, sempre verificar se há riscos no local, para você e sua equipe.
5- Manter sempre o bom senso.
6- Manter o espírito de liderança, afastando os curiosos do local.
7- Distribuir tarefas. (Assim, os curiosos que poderiam atrapalhar, poderão ser
úteis).
8- Evitar atitudes inoportunas. Seja sempre calmo e prudente.
9- Caso haja várias vítimas, priorize aquelas que correm maior risco de vida.
Ex: sangramentos abundantes ou vítimas de parada cardiorrespiratória.
10- Seja socorrista e não herói. (Lembrar sempre do segundo mandamento).

Os acidentes podem ser de diversas naturezas:


- Acidente de trânsito (atropelamentos, colisões).
- Acidentes com animais peçonhentos (cobras, aranhas, escorpião, lagartas)
- Intoxicação medicamentosa (acidentais ou intencionais – tentativa de
suicídio).
- Intoxicação alcoólica;
- Acidentes de trabalho.
 Agentes químicos (intoxicação por solventes, substâncias ácidas ou
básicas).
 Agentes biológicos (contaminação por bactérias, vírus e outros
microrganismos).
 Agentes físicos (choque elétrico, calor excessivo, frio excessivo).
 Quedas.
 Com ou sem fraturas (expostas ou não)
 Contusões.
 Luxações.
 Escoriações,
 Ferimento fechado (com hematoma);
 Ferimento aberto, com sangramento (abundante ou não).

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COMO AVALIAR A VÍTIMA DE FORMA SEGURA?

A avaliação da vítima é o ponto principal quando se trata de primeiros socorros


efetivos, com a meta de garantir condições seguras e livres de qualquer perigo. Vale
sempre destacar que você nunca deve colocar sua vida em risco para tentar salvar
alguém, em hipótese alguma e independente do motivo.
A avaliação primária deve ser feita sempre seguindo etapas básicas, afinal, é
para isso que servem os procedimentos de primeiros socorros: começar pela
desobstrução de vias aéreas, para que a pessoa consiga respirar e não sofra uma
asfixia.
Faça isso com os dedos, abrindo a boca da vítima e remover dentaduras,
próteses, sangue, resto de alimentos ou objetos que atrapalhem a respiração.
Depois disso, posicionar a cabeça com o queixo erguido, tomando o máximo
de cuidado com a coluna cervical. Esse é o principal método para saber se a pessoa
está viva e para mantê-la nesse estado!
Outros sinais vitais que podem ser avaliados em sequência são temperatura,
pressão arterial e pulso. Eles são facilmente perceptíveis e, na ausência de algum
deles, categoricamente afirma-se que há alguma alteração no quadro e funções do
corpo. Logo, o cuidado precisa ser imediato. Se o estado de consciência do indivíduo
é estável, quando ele tem noção e entende perguntas lógicas, deve-se tranquilizá-lo,
atentando-se sempre que o evento acarreta em uma condição anormal para ele, que
provavelmente entrará em pânico. Afastar curiosos e conversar com o padecente é
uma forma de mostrar que a situação irá se normalizar com a chegada do socorro
especializado.
Já quando a pessoa está inconsciente, mas reage a toque ou dor, pressupõem-
se que há alguma lesão interna. Nesse caso, não se deve movimentá-la de maneira
alguma. Mantenha aquecida com um cobertor ou roupas, além de usar um algodão
ou gaze com água em caso de sede. Assim que os profissionais chegarem ao local
ou quando a vítima estiver no hospital, você precisa informar com clareza a situação
e os detalhes do ocorrido para que a ação seja prática e eficiente.

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Lembre-se sempre que, a regra básica de um plano bem-sucedido de primeiros


socorros considera três medidas técnicas e práticas: Prevenir, Alertar e Socorrer.
Ou seja, garantir a segurança, tanto a sua quanto da(s) pessoa(s) envolvida(s), falar
com o atendimento e tomar medidas necessárias sempre que possível, mantendo a
pessoa viva.

NOÇÕES IMPORTANTES DE PRIMEIROS SOCORROS.


 Quais são os primeiros socorros? As principais técnicas de primeiros socorros são:
1. Respiração Artificial (boca a boca)
2. Reanimação Cardíaca
3. Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
4. Estancagem de hemorragia
5. Transporte de acidentados
6. Imobilização em casos de fraturas
7. Cuidados em convulsão.
8. Engasgamento
 O que são procedimentos básicos de primeiros socorros? São procedimentos
básicos de primeiros socorros a análise da vítima, verificação de vias aéreas, verificar
a condição (batimentos cardíacos, sangramento, fraturas, etc) e dar início ao
atendimento emergencial com as técnicas de primeiros socorros recomendadas.
 O que é rcp em primeiros socorros? RCP é a sigla de Ressucitação
Cardiopulmonar, técnica de primeiros socorros utilizada em situações em que o
batimento cardiaco da vítima parou, como em casos de paradas cardíacas ou quase
afogamento.
 O que deve ter em um kit de primeiros socorros? O kit básico de primeiros socorros
deve ter: * Luva de látex; * Ataduras crepe 15cm * Talas 50cm * Gaze * Esparadrapo
* Tesoura * Compressa bandagem triangular * Cobertor isolante térmico * Band-aid *
Zipbag (sacos plásticos) * Bolsa de gelo químico * Lanterna caneta * Termômetro *
Tensiometro * Colar cervical * Álcool 70%

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PRIMEIROS SOCORROS O QUE NÃO FAZER?

Infelizmente, quando se trata de primeiros socorros, muitas ações erradas mais


atrapalham do que ajudam. Não é à toa que vale sempre reiterar que é primordial ter
calma nessas horas difíceis para lidar e realizar os cuidados de modo seguro e eficaz.
Mas, então, o que não fazer? Logo após o evento, movimentar a vítima de
forma brusca (em caso de acidentes e quedas), dar bebidas em caso de
envenenamento, tentar remover qualquer objeto cravado no corpo ou agir por conta
própria sem chamar um profissional especializado com urgência são fatores que
colocam a vida da pessoa em risco.
E receitas caseiras à base de produtos naturais, funcionam? O conhecimento
popular mostra que há muitas opções de plantas e soluções que ajudam a aliviar
dores, estancar sangramentos e agem até para acabar com o envenenamento.
Porém, por mais que tenha algum tipo de comprovação, especialistas não indicam
usar essas alternativas após um evento grave. Orientações e avaliações sempre
devem ser feitas por um profissional.
É importante deixar claro que os primeiros socorros são realizados como forma
de evitar a morte da pessoa, com atitudes básicas e práticas e que garantam um
pequeno bem-estar ao acidentado. É problemático tentar ir além do conhecimento,
bem como usar procedimentos por meio de achismos. Nessa hora, a razão é
fundamental, com boas práticas para que tudo acabe bem e da melhor forma possível.

PROCEDIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS BÁSICOS: O QUE FAZER.

Paradas cardíacas e respiratórias


São eventos que acontecem inesperadamente e desesperam, mas precisam
de ação rápida. Quando uma parada cardíaca não é tratada, logo ocorre a parada
respiratória. Por isso, para que a respiração e os batimentos cardíacos permaneçam
até que o paciente seja atendido por um médico, é preciso reanimar a vítima, seja com
recursos mecânicos (utilizados nos primeiros socorros) quanto elétricos, com
aparelhos específicos que só devem ser manipulados por profissionais.

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No primeiro caso, imediatamente você precisa fazer uma massagem


cardíaca ou respiração artificial. Ambos devem ser feitos após a checagem da
inconsciência e liberação das vias aéreas. Na massagem, posicione-se à esquerda
da vítima (deitada) e procure o final do osso ‘’esterno’’, localizado na parte anterior do
tórax. Com uma mão sobre a outra e os braços esticados, vá comprimindo e soltando
o tórax num ritmo frequente. A cada 30 compressões, pare para ventilação e retorne
até que chegue a 100. Se outra pessoa estiver apta para fazer a massagem, revese.
Em crianças, devido à fragilidade, realize o procedimento com os dedos.
Na respiração artificial, a vítima precisa ficar em uma superfície firme (no chão
mesmo). Abra as vias respiratórias (boca) e retire qualquer objeto que impeça a
respiração, como dentaduras. Com uma mão sobre o queixo e outra na testa da vítima,
feche o nariz dela com os dedos para evitar que o ar escape. Respire fundo e com a
boca vá assoprando firmemente, por duas vezes, observando se o tórax se eleva.
Caso isso aconteça, o ar está indo para os pulmões e há sinal de melhora.

Desmaio
Desmaio é um dos eventos mais comuns e que não oferecem tanta gravidade.
Mesmo assim, deixa muitas pessoas sem saber como agir. A perda repentina dos
sentidos precisa ser tratada deixando a pessoa de costas, com as roupas afrouxadas,
cabeça mais baixa e pernas levantadas. Verifique a respiração e pulsação e aplique
compressas no rosto. Caso não desperte em cerca de dois minutos, é preciso
agasalhá-la e procurar atendimento médico, pois a vítima pode entrar em estado de
choque. Do contrário, depois de acordar, é primordial o repouso até a plena
recuperação.

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Convulsão
Contraturas involuntárias da musculatura, perda de consciência e movimentos
desordenadas são as características de uma convulsão. Quando isso acontece, é
necessário que o paciente fique deitado de costas e com a cabeça de lado, para que
não se afogue com a saliva. Retirar acessórios como óculos ou colares é fundamental,
além de cuidar para que ela não se machuque ao se debater.
Tente proteger a cabeça e nunca introduza objetos na boca para não atrapalhar
a respiração. Com esses primeiros socorros efetivos, a convulsão acaba e a pessoa

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volta à consciência. Depois disso, é necessário procurar ajuda médica para descobrir
a causa do problema ou deixar que ela durma por um tempo até que volte à
normalidade.

Hemorragia
Quando há saída de sangue após o rompimento de vasos internos, acontece a
hemorragia. Esse evento leva a diminuição de oxigênio nos tecidos e pode levar à
morte caso não seja tratado rapidamente. É uma situação grave e que necessita de
muita atenção. Lembre-se sempre de usar luvas para evitar o contato com o sangue
e outras secreções.
Existem dois tipos de hemorragia que ocorrem de maneiras diferentes. A
hemorragia externa é aquela em que o sangue é visível, seja de forma lenta ou
contínua. Quando isso acontece, a pessoa precisa ficar deitada e o ferimento
estancado por meio de uma gaze ou pano limpo, fazendo pressão na área. Se
possível, amarrar a compressa evitando apertar, sempre com adereços com o máximo
de higiene. A parte ferida precisa ficar elevada até que o socorro médico chegue e
realize o procedimento correto.

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Já para hemorragia interna acontece em algum órgão e não revela o sangue,


saiba que a pessoa entrará em estado de choque rapidamente, além de ficar suando,
pálida, com pele pegajosa e lábios azulados. Quando atinge o pulmão, há tosse e até
golfadas de sangue que sai pela boca.
O procedimento de primeiros socorros nessa hora é deitar a vítima para que
ela não aspire o sangue. Um saco de gelo na área afetada pode ajudar antes do
atendimento médico chegar. Em hipótese alguma dê algo para ingestão, nem mesmo
água.

Envenenamento
O envenenamento se dá por três formas: envenenamento por inalação, na pele
ou por ingestão.
Inalação é quando o indivíduo respira algum produto químico ou similar e
começa a passar mal.
Na pele, quando há contato com um agente periculoso (causando vermelhidão,
ardência ou queimadura);
E no caso de ingestão, o engolimento do veneno em si.
Todos os casos exigem cuidados especiais, com o encaminhamento imediato
para um pronto socorro, levando sempre o rótulo e todas as informações possíveis do
produto corrosivo. Além disso, ler a embalagem pode ajudar, já que há sempre
instruções básicas para serem realizadas nessa situação.
E os primeiros socorros, como ficam? Se o veneno for inalado, deve-se arejar
o ambiente o máximo possível, evitando que a vítima se movimente. No caso da pele,
use água para limpar a área o mais rápido possível. Já quando o indivíduo ingere o
produto, nunca deixe que ele beba água, leite ou qualquer líquido. Deve-se transportá-
lo deitado e evitar provocar o vômito (essa dica, aliás, vale para todos os casos).

Fraturas
Agir com cautela é essencial nos primeiros socorros relacionados à fratura. Ela
ocorre devido à ruptura de osso ou cartilagem, que não podem ser deslocados para
que danos maiores não aconteçam. Fraturas abertas e visíveis devem ser tratadas
com um curativo para proteção e imobilização da área com pano limpo antes do
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atendimento. Já nas fechadas, pode-se fazer uma tala com papelão ou travesseiro
para imobilizar, sempre com a vítima de barriga para cima e com as costas no chão.
Esse procedimento vale para pequenas luxações ou lesões em locais como
quadril, bacia ou costela. No caso do crânio, mantenha a cabeça levemente levantada,
atentando-se à manipulação que deve ser leve e sem aperto. Já na coluna vertebral,
pode ser necessário fazer respiração artificial. A movimentação deve ser mínima ou
nula. Trata-se de um caso grave em que só um especialista pode ajudar e tomar uma
decisão que não prejudique a vítima.

Queimaduras
Quem nunca se queimou, não é mesmo? Queimaduras são comuns, mas tem
vários níveis e motivos, seja por fogo, produtos químicos, líquidos, vapores ou frio
intenso. Nesse caso, a periculosidade depende do grau: primeiro, segundo ou terceiro.
De todas as formas, porém, é preciso afastar a pessoa do elemento causador da
queimadura, mantendo segura e protegida.
Os primeiros socorros atuam em situações graves de queimadura, geralmente
quando há dor latente, roupa colada no corpo e outras gravidades similares. Sendo
assim, não é indicado manipular o local, estourar bolhas, passar remédio ou qualquer
receita caseira. Apenas compressas com água corrente estão liberadas até que o
socorro especializado chegue. Locais como face, genitais e vias aéreas são os mais
críticos, por isso, é primordial um cuidado imediato pelo profissional de saúde.

Ferimentos
Ferimentos acontecem de diversas maneiras e com graus diversos,
dependendo do acidente. É o rompimento e machucado na pele, afetando ou não
tecidos internos. Antes de cuidar, é necessário usar luvas e nunca tentar retirar objetos
cravados ou tentar apertar o local. A avaliação é fundamental para saber qual a área
afetada e se a lesão é leve ou grave.
Em caso de ferimento superficial, deve-se limpar com água corrente e proteger
com gaze ou pano higienizado, substituindo se necessário. Remédios e outras
soluções só podem ser aplicadas com a orientação de um profissional. Já em
acidentes mais graves, como no abdômen, olhos, tórax ou cabeça, cobrir o
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machucado é essencial, sempre com materiais higienizados, com firmeza, mas sem
apertar. Esse é o procedimento preliminar antes do socorro especializado. Se
necessário, mantenha a vítima aquecida.

Engasgamento
Na maior parte das vezes, o engasgamento é leve e, por isso, nesses casos é
aconselhado:
1. Pedir para a pessoa tossir 5 vezes com força;
2. Bater 5 vezes no meio das costas, mantendo a mão aberta e num movimento
rápido de baixo para cima. Porém, se isso não funcionar, ou se o
engasgamento for mais grave, como o que acontece ao comer alimentos moles
como carne ou pão, deve-se iniciar imediatamente a manobra de Heimlich, que
consiste em:

1. Ficar de pé atrás da vítima, que também deve estar de pé, como mostra a
imagem a seguir nº 1;
2. Passar os braços à volta do tronco da pessoa;
3. Cerrar o punho da mão que tem mais força e colocá-la, com o nó do
polegar, sobre a boca do estômago da vítima, que fica entre as costelas, como
na imagem 2;
4. Colocar a outra mão sobre a mão que tem o punho cerrado;
5. Fazer pressão com as mãos contra o estômago da pessoa, para dentro e para
cima, como se fosse desenhar uma vírgula, como mostra a imagem 3.

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A pressão criada por esta manobra no estômago ajuda a deslocar o objeto pela
garganta acima, liberando as vias aéreas, mas não deve ser feita em crianças com
menos de 2 anos ou grávidas. Após este procedimento é normal que a pessoa comece
a tossir, por isso, é importante deixá-la tossir, pois é a melhor maneira de evitar o
sufocamento.

Engasgamento em bebês menores de 2 anos


O bebê pode engasgar ao se alimentar, tomar mamadeira, mamar, ou até
mesmo, com a própria saliva. Nesses casos, o que se deve fazer é:
1. Peça ajuda médica
 Ligar rapidamente para o 192 para chamar uma ambulância ou SAMU ou os
bombeiro ligando para 193, ou pedir que alguém ligue;
 Observar se o bebê consegue respirar sozinho.
Mesmo que o bebê esteja respirando com dificuldade isso é bom sinal, pois as
vias aéreas não estão completamente fechadas. Neste caso é normal ele tossir um

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pouco, deixe-o tossir o quanto for preciso e nunca tente tirar o objeto de sua garganta
com as mãos porque ele pode entrar ainda mais profundamente na garganta.

2. Inicie a manobra de heimlich


A manobra de heimlich ajuda a retirar o objeto que está causando o
engasgamento. Para fazer essa manobra deve-se:
1. Deitar a criança sobre o braço com a cabeça um pouco mais baixa que o
tronco e observar se existe algum objeto em sua boca que possa ser removido
facilmente;
2. Inclinar o bebê, com a barriga sobre o braço, para que o tronco fique mais baixo
que as pernas, e dar 5 palmadas com a base da mão nas costas;
3. Se ainda assim não for suficiente, deve-se virar a criança de frente, ainda sobre
o braço, e efetuar compressões com os dedos médio e anular sobre o tórax, na
região entre os mamilos.
Mesmo que com estas manobras tenha conseguido desengasgar o bebê esteja
atenta a ele, sempre observando-o. Em caso de alguma dúvida leve-o ao pronto
socorro. Se não conseguir, ligue para o 193 e chame uma ambulância.
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SINAIS DE ENGASGAMENTO NO BEBÊ


Os sinais mais claros de que o bebê engasgou são:
 Tosse, espirro, ânsia de vômito e choro durante a alimentação, por exemplo;
 A respiração pode estar rápida e o bebê ficar ofegante;
 Não conseguir respirar, o que pode pode causar lábios azulados e palidez ou
vermelhidão na face;
 Ausência de movimentos respiratórios;
 Fazer muito esforço para respirar;
 Emitir sons incomuns ao respirar;
 Tentar falar mas não emitir nenhum som.
A situação é mais grave se o bebê não conseguir tossir ou chorar. Nesse caso
os sintomas presentes são pele azulada ou arroxeada, esforço respiratório exagerado
e eventual perda de consciência.
Certos bebês podem parecer ter engasgado mas quando os pais tem certeza
de que ele não colocou nada na boca, devem levar a criança para o hospital o mais
rápido possível porque existe a suspeita de que ele alergia a algum alimento que tenha
ingerido, o que causou inchaço das vias aéreas e está impedindo a passagem do ar.

COMO FAZER OS PRIMEIROS SOCORROS - RESUMO DAS ETAPAS:

COMO FAZER PRIMEIROS SOCORROS?

 Avaliar a situação e delimitar o local para evitar acidentes;


 Desobstruir passagem de ar (em caso de atropelamento ou queda evite mover
o pescoço);
 Avalie se a vítima está consciente;
 Faça o pedido de socorro;
 Analise a respiração e em caso de parada respiratória inicie a respiração
artificial;
 Em caso de parada cardiorrespiratória aplique imediatamente a ressuscitação
cardiopulmonar (RCP).
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MÓDULO
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AULA 39 a 48– FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO

O QUE É? E O QUE UMA FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO FAZ?

É um local no qual as fórmulas dos medicamentos são preparadas de forma


personalizada para cada pessoa, de acordo com as recomendações prescritas pelo
profissional de saúde. Essa já é uma das diferenças entre esse tipo de
estabelecimento e as drogarias convencionais, pois estas recebem o remédio pronto
dos laboratórios.
Antes de a receita ser encaminhada para o setor em que são preparadas as
fórmulas, ela passa pelas mãos de um farmacêutico para conferência. Afinal de
contas, qualquer profissional de saúde pode cometer erros. Assim, é sempre bom que
haver outro profissional para revisar a prescrição e garantir a segurança do paciente,
que é o mais importante.
Para que uma farmácia de manipulação comece a funcionar, é necessário ter
autorização de alguns órgãos do governo, como a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), Vigilância Sanitária Estadual e Vigilância Sanitária Municipal e
Conselho Regional de Farmácia. Há normas e padrões que são exigidos para que o
estabelecimento fique legalizado.
Algumas normas que devem ser seguidas pelas farmácias de manipulação são:
 Ter um Alvará de Localização expedido pela prefeitura;
 Ter um projeto arquitetônico aprovado, seguindo as normas da Vigilância
Sanitária e da Anvisa;
 Ter um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos com um contrato
assinado com uma empresa certificada para incineração dos resíduos gerados
pela farmácia;
 Passar por uma fiscalização rigorosa antes conseguir o Alvará de
Funcionamento expedido pela Vigilância Sanitária.

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O QUE É UM MEDICAMENTO MANIPULADO?

São remédios feitos especificamente para uma pessoa. A quantidade de cada


substância que vai na fórmula é adequada para a sua necessidade e a de mais
ninguém.
Ele pode ser excelente opção quando o medicamento indicado não é
encontrado com facilidade nas drogarias. Pode ser que o medicamento exista, mas
em dosagem diferente ou com a forma mais indicada indisponível.

QUAIS AS VANTAGENS DO MEDICAMENTO MANIPULADO?


1. É personalizado
Um medicamento manipulado consegue oferecer a vantagem da
personalização, ou seja, é feito com base nas suas necessidades. Isso também ajuda
a deixar o tratamento mais rápido e eficaz.
2. Usa uma fórmula para cada situação
Em alguns casos, a forma na qual o medicamento se encontra pode fazer
diferença no tempo de tratamento. Por exemplo, o uso de um medicamento tópico
pode ser melhor que o de um comprimido para doenças de pele.
3. Preserva o meio ambiente
Sabia que, ao usar um produto manipulado, você também está ajudando o meio
ambiente? O fato de as dosagens e as quantidades para os medicamentos serem
exatas reduz o desperdício de substâncias que são descartadas na natureza.
4. Contém substâncias associadas
É possível colocar na fórmula diversas substâncias ativas, desde que uma não
interfira na outra, é claro. Isso torna o tratamento mais barato, porque você não precisa
comprar vários medicamentos. É como ter um dois em um.

QUAIS SÃO AS NORMAS DA ANVISA EM RELAÇÃO ÀS FARMÁCIAS DE


MANIPULAÇÃO?
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem, como principal
objetivo, garantir que as empresas cumpram com todas as normas preestabelecidas.
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No caso das farmácias de manipulação, então, são mais de 200 normas a


serem cumpridas. Estas garantem ao consumidor segurança ao adquirir um produto
manipulado, com uma qualidade previamente certificada, desde a aquisição da
matéria-prima até o produto final oferecido ao cliente.
A importância delas passa desde peso e dosagem exata de medicamentos —
sendo obtidos por meio de pesagens monitoradas e informatizadas, as quais evitam
erros como troca de medicamentos —, até o responsável técnico, bem como horário
de funcionamento do estabelecimento.
Uma das normas pouco conhecidas, mas não menos importantes, é o fato de
não se permitir propaganda de medicamentos manipulados. Isso se dá pelo fato de
esse tipo de medicamento ser, como informamos, específica para cada paciente, não
podendo, assim, ser usados por qualquer pessoa.
Dessa forma, somente aos profissionais habilitados é permitido prescrever
medicamentos e materiais informativos sobre princípios ativos que a farmácia
disponibiliza para manipulação. Talvez por esse motivo essas empresas não sejam
assim tão conhecidas.

QUE TIPOS DE MEDICAMENTOS PODEM SER MANIPULADOS?


Quando pensamos em medicamentos manipulados, logo se imagina que eles
sejam feitos de maneira especial, pensados diretamente ao cliente final. Mas a maior
dúvida talvez seja se todos os medicamentos podem ser manipulados.
Eles, em sua maioria, quando industrializados, atendem a um público muito
amplo, enquanto que o medicamento manipulado atende a um paciente em especial,
ou seja, é feito sob medida para a necessidade e as características individuais do
mesmo. Quase todo medicamento pode ser manipulado, desde a dosagem até os
componentes exigidos na receita.
Um aspecto importante a ser levado em consideração é que o componente
manipulado passa por várias fases, não todas iguais — daí a importância de se confiar
no fornecedor.

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QUAIS SÃO OS BENEFÍCIOS DE SE MANIPULAR REMÉDIO?


Um grande benefício da manipulação de medicamentos, e que atrai o
consumidor, é o custo-benefício, haja vista que ele se torna mais barato que o
convencional, além de ser oferecido de maneira adequada às necessidades do cliente
no momento.
Há pacientes que fazem uso de vários medicamentos industrializados ao
mesmo tempo, ocasionando, por vezes, até alguns malefícios a saúde, devido ao fato
de eles serem destinados a grande parte da população, enquanto que o medicamento
manipulado tem a possibilidade, como já dissemos, de associar diversos
componentes em um único comprimido.
Além disso, os manipulados são feitos levando em conta o histórico individual
do paciente, fazendo com que o tratamento se torne mais eficaz do que o feito por
meio de medicamentos industrializados comuns.
Uma outra vantagem encontrada no uso de medicamento manipulado é a
disponibilidade de remédios raros no mercado, pois há doenças que são tratadas com
medicamentos de difícil comercialização.

FARMACOGNOSIA
A farmacognosia é um dos mais antigos ramos da farmácia. Ela é praticada por
farmacêuticos e tem como alvo os princípios ativos naturais. O termo deriva de duas
palavras gregas, pharmakon, ou droga, e gnosis ou conhecimento. Nessa ciência
estudam-se a identificação, a extração, o isolamento, a estrutura química e a
biossíntese dos princípios ativos de origem vegetal.
A definição mais ampla de farmacognosia: “é a aplicação simultânea de várias
disciplinas cientificas com o objetivo de conhecer fármacos naturais sob todos os
aspectos”. Ou ainda, a farmacognosia é uma ciência multidisciplinar que contempla o
estudo das propriedades físicas, químicas, bioquímicas e biológicas dos fármacos ou
dos fármacos potenciais de origem natural assim como busca novos fármacos a partir
de fontes naturais.
Originalmente – durante o século 19 e começo do século 20 – o
termo farmacognosia era utilizado para definir o ramo da medicina que tratava
das commodities cientificas, que tratavam das drogas vegetais brutas ou não
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processadas. Drogas vegetais são a parte utilizada da planta medicinal seca e


estabilizada, podendo ser inteira, rasurada ou pulverizada. Apesar da maioria dos
estudos farmacognosticos focar nas plantas e derivados, outros tipos de organismos
também são considerados de interesse farmacognostico, como por exemplo,
bactérias e fungos e também organismos marinhos.
A farmacognosia é interdisciplinar, fazendo interface com a botânica,
etnobotanica, antropologia medica, biologia marinha, microbiologia, fotoquímica,
fitoterapia, farmacologia, farmácia clínica, agronomia, entre outros.

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As plantas medicinais foram descobertas pelo homem através da procura por


alimentos, e desde então, foram aplicadas empiricamente para o tratamento de
patologias, divididas em 4 classes:
 Plantas com propriedades conservantes;
 Plantas com propriedades cosméticas;
 Plantas com propriedades medicinais;
 Plantas com propriedades tóxicas.

Ramos da Farmacognosia
 Farmacoergasia – cultivo e coleta da droga vegetal
 Farmacoquímica ou Fitoquímica –define a percentagem dos constituintes
químicos, investiga e determina a composição química das drogas ou bases
medicamentosas.
 Farmacofísica – métodos espectroscópicos, métodos cromatográficos e
índices físicos.
 Farmacobotânica – conhecimento botânico do fármaco;
 Farmacoetmologia – ramo da farmacognosia que se preocupa com a
origem do nome da droga de origem natural.
Exemplo: Atropa belladonna Linnaeus, em 1700 denominou esta planta de
Atropa belladonna. Atropa baseando-se em Atropos que era, segundo a
m itologia grega, a divindade responsável pela morte das pessoas;
“belladonna” (mulher bela). Extrato de Atropa nos olhos, efeito midriático.

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 Farmacozoologia – conhecimento do fármaco de origem animal.


 Etnobotânica – se preocupa com o estudo do conhecimento e das
conceituações desenvolvidas por qualquer sociedade a respeito do mundo
vegetal; Este estudo engloba tanto a maneira como um grupo social
classifica as plantas, como os usos que dá a elas.
 Etnofarmacologia – consiste numa transferência que trata de práticas
medicinais, especialmente remédios, usadas em sistemas tradicionais da
medicina.

CONCEITOS

 Droga – É todo produto de origem vegetal ou animal, que coletada ou separada da


natureza e submetida a processo d e preparo e conservação, tem composição e
propriedades tais, dentro da sua complexidade, que constitui a forma bruta de
medicamento.
Origem: mineral, vegetal e animal.

 Droga derivada – são produtos derivados de animal ou vegetal, obtidos diretamente,


isto é, sem o uso de processos extrativos delicados.
Exemplo: látex da papoula usado na produção de ópio; e mel de abelha.

Condições para que a matéria seja considerada droga em farmacognosia:


- Ser de origem animal ou vegetal;
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- Ter sido submetida aos processos de coleta e extração;


-Encerrar propriedades farmacodinâmicas ou ser considerada como necessidade
farmacêutica;
- Constituinte químico;
- Princípio ativo; o Marcador químico (ex: ácido mecônico identifica o pão de ópio na
presença de cloreto férrico – apresentando coloração vinho).

 Fármaco ou medicamento – substâncias que independentemente da sua origem,


composição, forma e apresentação são empregados em determinada dose para
prevenção e tratamento de doenças ou para modificar sistemas fisiológicos.
 Fitoterápicos - são produtos feitos exclusivamente de matéria-prima vegetal, que
possuem seu s efeitos comprovados, bem como seus riscos.
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) define fitoterápicos como
aqueles produtos que são obtidos a partir de derivados vegetais e que os riscos, os
me canismos de ação e onde agem no n osso corpo são conhecidos.
Esses medicamentos são feitos exclusivamente de matéria-prima vegetal. É
importante destacar que não é considerado um fitoterápico aquele medicamento que
contém substâncias ativas isoladas, bem como sua associação com extratos vegetais.
Todo fitoterápico deve ter sua ação comprovada através de estudos
farmacológicos e toxicológicos. Além disso, deve-se fazer um levantamento dos
artigos publicados, bem como d o conhecimento tradicional sobre determinada
espécie vegetal. Só depois de confirmadas sua ação e qualidade, ele é registrado.
Os medicamentos fitoterápicos possuem seus benefícios comprovados pela
Organização Mundial de Saúde e, como qualquer medicamento, só deve ser usado
com recomendação médica e/o u farmacêutica. Lembre-se também de que o
prescritor deve ser informado sobre a utilização de qualquer um desses produtos,
inclusive do uso d e plantas medicinais. Isso é válido principalmente para pessoas que
realizarão procedimentos cirúrgicos.
 Fito fármaco –é a substância ativa, isolada de matérias -primas vegetais ou mesmo,
mistura de substâncias ativas de origem vegetal.

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 Remédio – um termo amplo, referindo -se a qualquer processo ou meios


usados com a finalidade de cura e prevenção.
 Veneno – toda substância que administrada em excesso ocasiona
envenenamento ou morte.

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ESPÉCIES VEGETAIS MAIS REGISTRADAS

ETAPAS FARMACOGNOSIA

Levantamento de dados

 Pesquisa bibliográfica.
 Comparações com estudos de outros vegetais
 Pesquisa etnobotânica.

Cultivo e habitat

 Observação das condições climáticas.


 Se o cultivo for artificial, deve-se favorecer condições parecidas com as naturais.

Coleta

 Deve ser verificado o horário apropriado para evitar a perda de princípios ativos
ou de interesse farmacológico.

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Preparo

 Lavagem: água ou água hipoclorada;


 Mondagem: retirada da camada externa órgão;
 Fragmentação (picar em tamanhos menores depois do processo de secagem)

Secagem

Retira o excesso de umidade no vegetal.

 À sombra
 À sol
 Misto
 Aquecimento
 Circulação de ar
 Aquecimento e circulação de ar
 Vácuo
 Esfriamento.

Estabilização

São estratégias adotadas para evitar uma possível hidrólise ou inativação dos
componentes.

 Aquecimento com temperaturas maiores de 60 °C, por um tempo curto.


 Utilização de solventes.
 Irradiação UV.

Moagem

Diminui o tamanho da partícula de droga para facilitar seu transporte, armazenamento


e embalagem.

Embalagem e armazenamento

O vegetal depois de seco ou estabilizado, tendo sido moído ou não, deve ser
conservado em condições adequadas de pressão, umidade e temperatura.

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Extração

Utiliza-se técnicas para isolar e retirar o princípio ativo desejado

 Percolação
 Decocção
 Infusão
 Maceração
 Turboextração.

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FARMACOTÉCNICA

A farmacotécnica é um ramo da farmácia que tem como objeto a manipulação


dos princípios ativos e a preparação do fármaco para a fabricação de medicamentos.
Nessa área estuda-se o desenvolvimento de novos produtos e sua relação com o meio
biológico, técnicas de manipulação, doses, as formas farmacêuticas, as interações
físicas e químicas entre os princípios ativos e entre os princípios ativos e os
excipientes e veículos.
Para a preparação do fármaco é essencial conhecer:
- Cada componente da fórmula; suas características químicas e físico-
químicas;
- Se existe alguma incompatibilidade entre os componentes da fórmula;
- Qual é a técnica para o preparo da formulação.
- Pesos e medidas.

FORMAS E FÓRMULAS FARMACÊUTICAS FORMA FARMACÊUTICA

Forma farmacêutica é a apresentação, ou forma externa, de um medicamento


que contém uma dose determinada e permite sua administração ao paciente.
Existem diferentes formas de apresentação dos medicamentos, como veremos
a seguir:

SÓLIDOS
Pós - São formas farmacêuticas provenientes de drogas vegetais ou animais,
assim como substâncias químicas submetidas a um grau de divisão suficiente para
lhes assegurar homogeneidade e lhes facilitar a extração ou administração dos
princípios ativos.
A pulverização pode ser manual ou com o emprego de equipamentos
apropriados. Existem pós simples, constituídos por um tipo de substância, e os pós
compostos, resultantes da mistura de dois ou mais pós simples, todos com a mesma
tenuidade, a fim de obter uma mistura homogênea.
Grânulos - São como os pós, porém aglutinados.
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Cápsulas - As cápsulas são receptáculos obtidos por moldagem, em geral


utilizados para ingestão de fármacos em doses pré-estabelecidas.
O envólucro da cápsula oferece relativa proteção dos agentes externos, facilita
a administração e,devido à sua alta solubilidade e digestibilidade no organismo, libera
rapidamente o fármaco de seu interior.
Há dois tipos de cápsulas:
a) amiláceas: constituídas de amido de trigo e/ou farinha de trigo - foram as
primeiras cápsulas introduzidas na terapêutica e estão em desuso atualmente;
b) gelatinosas: constituídas de gelatina. Estas podem, ainda, ser de
consistência dura ou gelatinosa – que, ao contrário das cápsulas duras, pode
acondicionar soluções oleosas, suspensões e emulsões. Independentemente do tipo
de cápsulas, na produção do invólucro de gelatina devem ser adicionados
conservantes devido à natureza da sua composição.
O preenchimento das cápsulas gelatinosas duras pode ser manual, com auxílio
de pequenos encapsuladores manuais, ou encapsuladores semiautomáticos, ou
ainda, com máquinas totalmente automatizadas.
Em contrapartida, o preenchimento das cápsulas moles envolve uma etapa de
soldagem de duas metades das unidades, o que é possível com o uso de máquinas
próprias para esse fim.
Por esse motivo, nas farmácias de manipulação e em pequenos laboratórios
são mais comumente empregadas as duras.
Comprimidos - São os pós prensados por uma máquina apropriada. Drágeas -
São comprimidos com revestimento especial.

LÍQUIDOS
Soluções - São misturas de duas ou mais substâncias, do ponto de vista
químico e físico, homogêneas. As soluções farmacêuticas são sempre líquidas e
obtidas a partir da dissolução de um sólido ou líquido em outro líquido.
Há diversos fatores que influem na dissolução:
- pH: dependendo do caráter ácido ou básico do soluto, há maior ou menor
dissolução do mesmo em função do pH do solvente.
- agitação: em geral, quanto maior a agitação, melhor a dissolução.
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- tamanho do soluto: quanto menor a partícula de soluto a ser dissolvida, melhor


sua dissolução.
- temperatura: em geral, o aumento da temperatura facilita a dissolução.
- constante dielétrica do sol
- Solvente: para solutos polares, quanto maior a constante dielétrica do
solvente, melhor a dissolução.
- uso de co-solventes e substâncias hidrotrópicas: facilitam a dissolução.
Exemplos: álcool como co-solvente do metilparabeno em água; iodeto de sódio e
iodeto de potássio facilitam a dissolução do iodo em água.
Xaropes - São formas farmacêuticas aquosas, contendo cerca de dois terços
de seu peso em sacarose ou outros açúcares. Os xaropes apresentam duas
vantagens: correção de sabor desagradável do fármaco e conservação do mesmo na
forma farmacêutica de administração.
Os xaropes podem ser medicinais e/ou edulcorantes.
Suspensões - Suspensões são formas farmacêuticas de sistema heterogêneo,
cuja fase externa ou dispersante é líquida e a fase interna ou dispersa é constituída
de substâncias sólidas insolúveis no meio utilizado.
Os principais aspectos teóricos que devem ser considerados na preparação
racional de suspensões, são: flutuação das partículas suspensas, velocidade de
sedimentação e forma de sedimentação. Agentes suspensores empregados:
derivados da celulose, alginatos, líquidos viscosos, argilas, etc. As suspensões devem
ser agitadas antes do uso.
EMULSÕES
A emulsão é resultado da mistura de substâncias oleosas e aquosas com a
ajuda de tensoativos (ex: cremes e loções). São sistemas dispersos constituídos de
duas fases líquidas imiscíveis (oleosa e aquosa), cuja fase dispersa ou interna é
finamente dividida e distribuída em outra fase contínua ou externa. Temos emulsões
do tipo óleo em água (O/A: fase externa aquosa) e água em óleo (A/O: fase externa
oleosa).
A estabilidade da emulsão é garantida com o uso de agentes emulsificantes,
geralmente substâncias tensoativas. As emulsões podem ser pastosas ou líquidas,
como as loções, destinadas ao uso externo ou interno, devendo ser sempre agitadas
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antes do uso. Devem, ainda, ser adicionados adjuvantes com finalidade anti-oxidante
para a fase oleosa, como BHT e BHA.
No caso da inclusão de fármacos susceptíveis à oxidação, deve ser verificado
o seu coeficiente de partição, tendo em vista a proteção do fármaco na fase em que
será incluído.
Caso se distribua em ambas as fases (oleosa e aquosa), deverão ser
adicionados estabilizantes solúveis em água e em óleo. Como se trata de sistema
disperso, à semelhança das suspensões, o aumento da viscosidade nas preparações
líquidas pode melhorar a estabilidade física das emulsões (evitar ou diminuir a
separação de fases).
Nas emulsões líquidas de uso oral deverão ser acrescentados adjuvantes com
finalidade corretiva para aroma, sabor e cor, se necessário. Quando de uso
injetável,as emulsões devem atender às especificações de esterilidade e pirogênio.
GÉIS - São preparações farmacêuticas constituídas por uma dispersão
bicoerente de fase sólida (polímero) em fase líquida. Géis hidrofílicos são preparações
obtidas pela incorporação de agentes gelificantes - tragacanta, amido, derivados de
celulose, polímeros carboxivinílicos e silicatos duplos de magnésio e alumínio - à
água, glicerol ou propilenoglicol. Dependendo do tipo e concentração do gelificante,
temos géis para diversos usos como: lubrificantes de catéter e instrumentos cirúrgicos,
em oftalmologia, como base dermatológica, etc.
PASTAS - Pastas são pomadas contendo grande quantidade de sólidos em
dispersão. Em geral contêm mais de 20% de pós finamente pulverizados na
formulação. Apresentam consistência macia e firme, são pouco gordurosas e têm
grande poder de absorção de água ou de exsudados. Em geral, as preparações semi-
sólidas são obtidas em duas etapas. Inicialmente, são preparadas as bases,
conhecidas como excipientes, e, numa segunda fase, os fármacos são incorporados.
Os excipientes devem ter certas características como não serem irritantes ou
sensibilizantes, devem ser neutros em relação ao pH (ou aproximar-se ao pH da pele),
compatíveis com os fármacos que lhe serão incorporado.

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QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS EQUIPAMENTOS PARA UMA FARMÁCIA DE


MANIPULAÇÃO?

Balança analítica e semianalítica


Essas balanças para laboratório são equipamentos que determinam a massa
de uma substância, objeto ou corpo, oferecendo resultados precisos com quantidades
absolutas e quantidades relativas. Ambas podem ser usadas com capelas de proteção
ou uma mesa antivibratória para impedir que fatores externos influenciem na
pesagem.

Vidrarias
As vidrarias para laboratório são equipamentos que permitem a separação e a
mistura dos componentes dos medicamentos de maneira segura. Os frascos de vidro
são usados para manter os elementos neutros, sem alterar sua composição.

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Atendente de Farmácia e Manipulação – UNETESC Bal. Barra do Sul – SC

pHmetro
Os pHmetros são utilizados para medir o potencial hidrogeniônico das
substâncias utilizadas na composição dos medicamentos, indicando se elas são
ácidas, básicas ou neutras.

Agitadores
Agitadores magnéticos são indispensáveis neste tipo de estabelecimento, pois
a agitação é necessária em várias etapas do processo de manipulação de um
medicamento, desde a trituração até às misturas finais. Esses equipamentos são
capazes de controlar a agitação necessária, misturando os elementos da maneira
mais adequada.

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Medidor de fusão
O medidor de fusão serve para medir o ponto de ebulição das substâncias,
evitando o desperdício.

Almofariz e pistilo (para trituração e homogeneização de matéria prima)

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Proveta,

Bastão De Vidro,

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Encapsulador,

Termômetros

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ANOTAÇÕES
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