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Introdução:
Os Estados Unidos é o primeiro país a reconhecer a independência do Brasil
em 1824, estabelecendo-se assim, as primeiras relações diplomáticas entre os dois
países. Desde então, essa relação é marcada pela grande influência política,
cultural e econômica dos Estados Unidos na agenda do país, passando por várias
fases. Nesse artigo, será apresentada a relação Brasil-EUA na era Vargas (1930 –
1945 e 1950-1954), aonde essa relação foi marcada pelo predomínio do
alinhamento pragmático herdado de Rio Branco, e sustentado por Vargas em suas
administrações.
Contexto Geral
Em 1929, vivenciamos uma grande crise econômica, conhecida como a
“Grande depressão”, para muitos, considerada a pior crise da história do capitalismo.
Neste contexto, grandes potências econômicas da Europa e os Estados Unidos
iniciaram uma corrida protecionista para a reativação do seu comércio internacional.
Os Estados Unidos, por sua vez, percebeu que a América Latina em geral, e
particularmente o Brasil, representava um importante mercado comercial para o
fornecimento de matérias- primas e o consumo de manufaturados. Neste terreno
ideológico, os Estados Unidos defendiam a bandeira liberal, e utilizavam-se de
artifícios pan-americanistas para praticar a política da boa vizinhança no hemisfério.
Já, a Alemanha, em contrapartida, adotara o nazismo como ideologia, o que acabou
aniquilando o liberalismo no continente europeu.
No Brasil, os efeitos da crise eram sentidos, principalmente, no setor cafeeiro,
o país era extremamente dependente das exportações de café, o único produto que
garantia as exportações do país. Com a crise mundial e a retratação da economia a
produção agrícola ficou sem mercado, houve grandes problemas de desemprego e
distribuição de renda nas cidades, e a moeda conversível desaparecia, gerando um
grande desequilíbrio na balança comercial. Sobe os efeitos da crise, através de um
movimento militar, conhecido como Revolução de 1930, que Vargas assume o poder
do país. Para atenuar os efeitos da crise, Vargas criou o Conselho Nacional do Café,
o objetivo era comprar e estocar o produto, numa tentativa de valorização do café.
Porém, em virtude da crise, a demanda pelo setor cafeeiro ficou escassa, o que
acarretou na formação de grandes estoques de café, ou seja, excesso de oferta,
levando o governo a realizar a queima dos excedentes. Observa-se também, o
desenvolvimento das atividades industriais, principalmente no setor têxtil e na
indústria alimentícia. Desenvolvimento este, que se deu pela política de substituição
de importações (PSI), que consistia na substituição dos bens manufaturados, que
antes eram importados, pela produção nacional.
Desde o início do seu Governo Provisório, em 1930, Vargas encontrou
problemas ao definir sua política econômica, principalmente, em virtude dos efeitos
da crise, situação que só viria a melhorar um pouco em seu governo constitucional
( 1934 – 1937), onde percebeu –se um rápido crescimento econômico.
Conclusão
Em síntese, aquele alinhamento pragmático com os Estados Unidos,
cimentado na política do não intervencionismo, multilateralismo e da cooperação,
que Vargas conquistara em seu primeiro mandato, fazendo o país entrar para a
agenda externa de prioridades dos Estados Unidos, não se repetira com tanta
eficácia no seu segundo mandato. Impedindo assim, a revisão da relação entre os
dois países, porém isso não evitou que nós tentássemos a qualquer custo manter
essa relação, sustentando essa premissa na nossa agenda de política externa.
Referência
CERVO, Amado e BUENO, Clodoaldo. História da Política Exterior do
Brasil;
PINHEIRO, Letícia, O segundo governo de Vargas > A política externa de
Vargas. Disponível em
<http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/artigos/EleVoltou/PoliticaExterna
> Acesso em 2 de novembro de 2015