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MÓDULO V

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (TCC)


Francisco das Chagas Rodrigues da Silva

TERESINA/2016
SUMÁRIO

APRESENTAÇAO 03
UNIDADE I – PLANEJAMENTO DA PESQUISA 04
1.1 Seleçã o do tema/objeto de estudo 04
1.2 Revisã o de literatura 06
1.3 Formulaçã o do problema de pesquisa 08
1.4 De iniçã o dos objetivos da pesquisa 11
1.5 Escolha da modalidade de pesquisa 12
1.6 De iniçã o do contexto, dos sujeitos e/ou das fontes de pesquisa 14
1.7 Seleçã o das té cnicas de pesquisa e elaboraçã o dos instrumentais de
coleta/geraçã o de dados 17
Atividade I 19
UNIDADE II – COLETA/GERAÇAO DE DADOS 21
Atividade II 21
UNIDADE III – COMPOSIÇAO DO REFERENCIAL TEORICO 22
3.1 De iniçã o das categorias teó ricas 22
3.2 Composiçã o do texto 22
Atividade III 23
UNIDADE IV – ANALISE DOS DADOS 24
4.1 De iniçã o das formas de aná lise 24
4.2 Apresentaçã o dos dados e discussã o dos resultados 25
Atividade IV 25
UNIDADE V – ORGANIZAÇAO DO ARTIGO CIENTIFICO 26
5.1 Estrutura 26
5.2 Formataçã o 29
5.2.1 Apresentaçã o 29
5.2.2 Citaçõ es 30
5.2.3 Referê ncias 33
Atividade V 35
Atividade VI 35
Atividade VII 35
REFERENCIAS 36
03

APRESENTAÇÃO

Este mó dulo tem por inalidade oferecer diretrizes para auxiliar o processo de
construçã o do seu Trabalho de Conclusã o de Curso, o qual deverá ser apresentado na
forma de artigo cientí ico. Assim, o material que disponibilizamos contempla orientaçõ es
para o encaminhamento de investigaçã o cientı́ ica adequada à produçã o deste gê nero
acadê mico. Isso envolve o planejamento da pesquisa, com a seleçã o do tema/objeto de
estudo, revisã o de literatura, formulaçã o do problema, de iniçã o dos objetivos, escolha
da modalidade de pesquisa, de iniçã o do contexto, dos sujeitos e/ou das fontes, seleçã o
das té cnicas e elaboraçã o dos instrumentais de coleta/geraçã o de dados. Colocamos
també m recomendaçõ es para a composiçã o do referencial teó rico e aná lise dos dados,
bem como para a organizaçã o do artigo, no que diz respeito à estrutura e formataçã o.
Deste modo, esperamos contribuir com a realizaçã o dessa ú ltima e decisiva etapa de sua
experiê ncia de formaçã o no â mbito do Curso de Especializaçã o em Educaçã o, Pobreza e
Desigualdade Social.

Bom trabalho!
04

UNIDADE I – PLANEJAMENTO DA PESQUISA

O planejamento é a primeira fase do processo de investigaçã o, na qual sã o


estabelecidas as diretrizes teó ricas e metodoló gicas da pesquisa. E nesse momento que
apontamos as intençõ es e inalidades do estudo. Portanto, vamos começar com a
de iniçã o do tema, problema e objetivos do trabalho.

1.1 Seleção do tema/objeto de estudo

A seleçã o do tema ou objeto de estudo corresponde à pergunta: o que será


explorado na pesquisa? Essa seleçã o, embora dependa també m da intuiçã o e criatividade
de quem vai realizar a investigaçã o, nã o é aleató ria e, portanto, deve observar alguns
princıp
́ ios norteadores, entre os quais destacamos:

Suas aptidõ es e interesses pessoais e pro issionais;


Sua experiê ncia de vida, buscando indagaçõ es que o incomodam, que o fazem
pensar sobre o porquê de determinadas coisas, sobretudo relacionadas as suas
prá ticas acadê micas e pro issionais;
A opiniã o de pessoas que conhecem bem a á rea de conhecimento na qual se
vincula seu interesse de pesquisa;
Estudos semelhantes ao que você se propõ e fazer (publicaçõ es especializadas
disponıv́eis na internet; banco de teses e dissertaçõ es da CAPES, entre outros);
O conhecimento que você dispõ e sobre o tema;
O tempo disponıv́el e a viabilidade da pesquisa (você tem condiçõ es de realizar
esta pesquisa?);
A adequaçã o da pesquisa ao gê nero de trabalho acadê mico que deverá ser
produzido (um estudo destinado a um artigo cientı́ ico é diferente de uma
investigaçã o de mestrado, doutorado e até mesmo uma monogra ia de
graduaçã o ou pó s-graduaçã o latu senso);
A importâ ncia do estudo (relevâ ncia social, originalidade, contribuiçã o teó rica e
prá tica para a á rea de conhecimento e/ou campo pro issional).
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Neste trabalho, você deve levar em conta, sobretudo, a experiê ncia de formaçã o
em andamento no nosso curso, quer dizer, as discussõ es acerca da relaçã o entre
educaçã o, pobreza e desigualdade social. Para isso, ao pensar sobre o que deseja abordar
em seu TCC, lembre-se das leituras e atividades desenvolvidas no decorrer do curso,
especialmente das atividades de re lexã o-açã o. Essas atividades levaram você a ter
contato tanto de forma indireta, atravé s das leituras, quanto de forma direta, por meio
dos trabalhos de campo, com realidades objetivas de vivê ncias envolvendo a relaçã o
entre educaçã o, pobreza e desigualdade social. Sã o exemplos disso a entrevista que você
realizou com famıĺia participante do Programa Bolsa Famıĺia; o diagnó stico e a
elaboraçã o de plano de açã o a respeito dos Direitos Humanos no contexto de trabalho
com educaçã o; e a descriçã o, aná lise e proposta de intervençã o tendo como objeto o
ambiente da escola, seus sujeitos e seu entorno.
Sã o essas realidades que você deve focar em sua investigaçã o. Para tanto,
considere quatro linhas de trabalho:

Pobreza, cidadania e educaçã o;


Pobreza, direitos humanos, justiça e educaçã o;
A escola como espaço e tempo de reproduçã o e resistê ncia da pobreza;
Articulaçã o entre pobreza e currıćulo.

Essas linhas de trabalho correspondem à s temá ticas desenvolvidas nos quatro


mó dulos do curso e sua pesquisa deve se vincular a uma delas. Tome como ponto de
partida o referencial teó rico (textos e vıd
́ eos) disponıv́el na plataforma e as atividades
(fó runs, atividades das unidades e atividades de re lexã o-açã o) que você desenvolveu.
Selecione uma linha de pesquisa e retome seus estudos e produçõ es realizadas em cada
unidade do referido mó dulo para relembrar os assuntos discutidos e identi icar aquilo
que lhe interessa saber um pouco mais, aprofundar e avançar seu conhecimento, aquilo
que mais chama a sua atençã o. Como alguns trabalhos foram feitos em grupo, converse
com seus colegas sobre o que eles pretendem abordar em seus TCCs, para evitar que
você s escolham a mesma coisa. Um objeto ou tema de estudo pode ser analisado por
diversas perspectivas, a partir de diversos aspectos.
Por exemplo, os planos de ação e as propostas de intervenção apresentados nos
mó dulos II e III, podem ser tomados como tema/objeto de estudo. Nessa alternativa,
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você iria investigar todo o processo de implementaçã o do plano de açã o ou proposta de


intervençã o, desde o planejamento até os resultados alcançados. Quando o trabalho foi
feito em grupo, cada integrante focaria um aspecto ou dimensã o do plano de açã o ou
proposta de intervençã o.

1.2 Revisão de literatura

Você já fez alguma leitura sobre aquilo que despertou seu interesse de pesquisa,
entrando em contato com formulaçõ es teó ricas, conceitos, ideias, concepçõ es relativas
ao tema/objeto de estudo selecionado. Portanto, esta etapa é de aprofundamento da
fundamentaçã o teó rica que deverá orientar suas escolhas metodoló gicas, o processo de
coleta/geraçã o dos dados, bem como a apresentaçã o e discussã o dos resultados. Para
isso, sugerimos o levantamento e seleçã o de outras referê ncias ou releituras de textos já
conhecidos, e a sistematizaçã o dessas (re)leituras:

Levantamento e seleção de referências bibliográ icas


Considerando o tema/objeto que você escolheu para investigar, faça uma busca
de trabalhos (livros, artigos cientı́ icos, monogra ias, dissertaçõ es, teses, relató rios
té cnicos, etc.) que tratam desse tema. Pode começar veri icando os textos utilizados no
material didá tico dos mó dulos do curso. Alé m dos textos discutidos em cada unidade,
examine també m aqueles indicados como leitura complementar. Veja també m as
referê ncias utilizadas nesses textos (a lista de referê ncias bibliográ icas localizada,
geralmente, no inal do texto). Outro meio bastante e icaz para encontrar esse material é
atravé s dos mecanismos de busca na Internet. Para isso, “jogue” no Google, por exemplo,
palavras-chave que dizem respeito ao seu tema de estudo, acompanhadas da sigla “PDF”.
Certamente irá aparecer uma variedade de artigos e outros tipos de publicaçã o, inclusive
livros digitalizados. Acesse o texto, faça a leitura do resumo ou do sumá rio e, caso o
julgue pertinente para sua pesquisa, baixe o arquivo e salve no computador. Contudo,
nem todo material bibliográ ico disponıv́el na Internet deve ser usado como referê ncia.
E preciso se certi icar de que se trata de fonte con iá vel, ou seja, se contempla
caracterıśticas, princıp
́ ios e padrõ es recomendados e reconhecidos pela comunidade
acadê mico-cientı́ ica. No caso de artigos cientı́ icos, averigue se o suporte (revista ou
perió dico eletrô nico) possui ISBN ou ISSN, conselho editorial e base de indexaçã o. No
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Brasil, geralmente os perió dicos eletrô nicos de relevâ ncia acadê mica sã o vinculados a
universidades/programas de pó s-graduaçã o, redes e grupos de pesquisa ou sociedades
e associaçõ es cientı́ ico-pro issionais.

Leitura e ichamento das referências bibliográ icas


Para facilitar a organizaçã o da leitura das fontes bibliográ icas selecionadas e sua
posterior utilizaçã o (sobretudo no momento de escrever o referencial teó rico e analisar
os dados), recomendamos que você faça ichamento dos textos examinados. Entre os
tipos de ichas descritos por Marconi e Lakatos (2010), indicamos a icha de citações, que
consiste na reproduçã o iel de frases/sentenças consideradas relevantes ao estudo em
pauta. Isto é , em trechos literais (da forma como aparecem no texto) que repercutem
formulaçõ es teó ricas, concepçõ es, ideias ou conceitos desenvolvidos pelos autores que
você leu e relacionados ao seu objeto de estudo. Procure destacar trechos que possam
ser citados no seu artigo, principalmente na fundamentaçã o teó rica, na apresentaçã o e
discussã o dos resultados. Veja o exemplo abaixo, que serve de modelo para a construçã o
das suas ichas:

TEMA: A relaçã o entre escola e desigualdade social


REFERÊNCIA: DUBET, F; BELLAT, M. D; VERETOUT, A. As desigualdades escolares
antes e depois da escola: organizaçã o escolar e in luê ncia dos diplomas. Sociologias,
Porto Alegre, ano 14, n. 29, p. 22-70, jan./abr. 2012.

CONTEÚDO:

“A ‘funçã o’ de reproduçã o da escola é uma invariante das sociedades modernas, que


precisam encontrar nos veredictos escolares, rati icando as competê ncias e o mé rito
das pessoas, a justi icativa das hierarquias sociais produzidas pelas desigualdades
escolares. Consequentemente, a reproduçã o passaria, primeiro, pela transformaçã o das
desigualdades sociais em desigualdades escolares de mesma extensã o e, depois, das
desigualdades escolares em desigualdades sociais em um circuito idê ntico de
repetiçã o.” (p. 24)

“Para compreender o papel da escola na produçã o e na reproduçã o das desigualdades


sociais, nã o se devem analisar apenas as consequê ncias escolares das desigualdades
sociais, mas també m os efeitos sociais das desigualdades escolares.” (p. 25)

“As desigualdades entre os alunos podem depender do nıv ́ el de segregaçã o social e


escolar dos estabelecimentos. A maneira como se agrupam os alunos pode
desempenhar um papel decisivo em suas aquisiçõ es e na formaçã o das desigualdades.
Reunir os melhores de um lado e os mais fracos do outro pode aumentar as distâ ncias e
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baixar o nıv ́ el mé dio, pois, nesse caso, os mais fracos progridem particularmente pouco
[...]” (p. 40)

“[...] as diversas maneiras de organizar os estudos exercem um papel importante na


amplitude das desigualdades entre alunos e, portanto, na construçã o dos mecanismos
da reproduçã o social.” (p. 42)

“Mesmo que a constataçã o possa parecer banal, é preciso atentar para a correlaçã o
positiva entre as desigualdades escolares e a força da reproduçã o social medida pela
transmissã o intergeracional da renda. De modo tendencial, quanto mais desigualdades
escolares existirem, mais marcada, em mé dia, será a reproduçã o social e mais as rendas
serã o transmitidas de uma geraçã o a outra.” (p. 59)

1.3 Formulação do problema de pesquisa

A escolha do tema/objeto de estudo traz em si um problema, à medida que parte


de uma dú vida, curiosidade, inquietaçã o, vontade ou desejo que saber, descobrir alguma
coisa sobre determinada realidade. Todavia, esse problema precisa ser expresso em
termos formais, de acordo com parâ metros e princıp
́ ios cientı́ icos. Gil (2010) aponta
algumas orientaçõ es para auxiliar esta tarefa:

O problema deve ter caráter cientí ico


Nem todo problema é passı́vel de tratamento cientı́ ico, sendo que para se
realizar uma pesquisa é necessá rio, em primeiro lugar, veri icar se o problema cogitado
se enquadra na categoria de cientı́ ico. “O que pode ser feito para melhorar a escola
pública no Brasil?”, por exemplo, nã o é um problema propriamente cientı́ ico, pois da
forma como está posto nã o possibilita a investigaçã o segundo os mé todos pró prios da
ciê ncia. A ciê ncia pode fornecer sugestõ es e inferê ncia acerca de possıv́eis respostas,
mas nã o responder diretamente a este problema. Ele nã o indaga como sã o as coisas,
suas causas e consequê ncias, mas sim como fazer as coisas. Um problema de natureza
cientı́ ica envolve proposiçõ es que podem ser testadas mediante veri icaçõ es empıŕicas.

O problema deve ser formulado como pergunta


Alé m de ser a forma á gil e direta de de inir um problema, facilita sua identi icaçã o
por parte de quem consulta o projeto ou o relató rio da pesquisa.
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O problema deve ser claro e preciso


Um problema de pesquisa apresentado sem essas caracterıśticas di icilmente
será passı́vel de resoluçã o.

O problema deve ser empírico


Um problema de pesquisa relativo exclusivamente a consideraçõ es subjetivas
pode invalidar os propó sitos da investigaçã o cientı́ ica, que tem a objetividade como
uma das mais importantes caracterıśticas. Embora as ciê ncias se interessem també m
pelo estudo das subjetividades, como os valores, estas devem ser analisadas
objetivamente, como fatos, como “coisas”. Por exemplo,

[...] a formulaçã o de determinado problema poderá fazer referê ncia a maus


professores. Essa expressã o indica valor, mas o pesquisador poderá estar
interessado em pesquisar professores que seguem prá ticas autoritá rias, nã o
preparam suas aulas ou adotam crité rios arbitrá rios de avaliaçã o. Trata-se,
portanto, de transformar as noçõ es iniciais em outras mais ú teis, que se re iram
diretamente a fatos empıŕicos e nã o a percepçõ es pessoais. (GIL, 2010, p. 12)

Nã o obstante, embora o pesquisador deva buscar a objetividade, é importante


reconhecer que o processo de construçã o do conhecimento nã o é neutro, uma vez que
nã o há como eliminar completamente a subjetividade do investigador. Isso é constatado,
particularmente, no campo das ciê ncias sociais, onde o pesquisador se propõ e a estudar
realidades das quais ele mesmo faz parte.

O problema deve ser suscetível de solução


E preciso certi icar-se de que existe tecnologia (meios de investigaçã o) adequada
para a soluçã o do problema.

O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável


Em muitas pesquisas, o problema tende a ser formulado em termos bastante
amplos, requerendo algum tipo de delimitaçã o, a qual depende dos meios disponıv́eis
para a investigaçã o e també m do gê nero de trabalho acadê mico que se pretende
elaborar. (Isto é , ao pensar no seu problema de pesquisa se lembre que você irá produzir
um artigo cientı́ ico).
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Alé m destas recomendaçõ es, outra atitude que pode ser ú til no momento da
formulaçã o do problema é fazer perguntas a respeito do tema de estudo. Vejamos um
exemplo:

Supondo que sua escolha seja pela linha de trabalho “A escola como espaço e tempo de
reprodução e resistência da pobreza”, a partir da qual de ine o seguinte tema/objeto de
estudo: “a representação social de professores acerca do Programa Bolsa Família”.

Uma pergunta possıv́el em relaçã o a este tema seria: quais as representações sociais de
professores acerca do Programa Bolsa Família?

Observe que esse problema tem cará ter cientı́ ico, posto que busca saber como é o
estado de alguma coisa; está formulado como pergunta; é claro e preciso (revela de
imediato o que se quer saber); é empıŕico, considerando que permite sua veri icaçã o de
forma objetiva (atravé s da identi icaçã o e aná lise das representaçõ es sociais); e é
suscetıv́el de soluçã o, pois há mé todos/metodologias adequados e consolidados no
meio acadê mico-cientı́ ico para o estudo das representaçõ es sociais. Faltou satisfazer
apenas uma daquelas recomendaçõ es: ser delimitado a uma dimensã o viá vel, uma vez
que o problema indaga sobre as representaçõ es sociais de professores, mas que
professores? Todos os professores? Os professores do mundo todo? Do Brasil inteiro?
Do Nordeste? Do Piauı?́ De uma determinada cidade? De uma ú nica escola? Professores
de todos os nıv́eis/modalidades de ensino? Ou de um ú nico nıv́el de ensino?

Ao tomar essa decisã o, questione se você tem condiçõ es, diante do tempo e dos
recursos disponıv́eis, de fazer uma pesquisa com todos os professores, de diferentes
nıv
́ eis de ensino, do Piauı,́ por exemplo.

Numa situaçã o real, o problema poderia ser assim delimitado: quais as representações
sociais acerca do Programa Bolsa Família compartilhadas por professores das séries
inais do ensino fundamental da rede pública do município de Acauã/PI?
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1.4 De inição dos objetivos da pesquisa

O problema de pesquisa també m pode ser apresentado na forma de objetivos, o


que, segundo Gil (2010), representa um passo importante para a operacionalizaçã o da
investigaçã o e o esclarecimento dos resultados esperados. Os objetivos sã o a expressã o
dos propó sitos do estudo, daquilo que se pretende alcançar com a pesquisa.
De acordo com Santos (2006), os objetivos sã o compostos de duas partes: uma
ação, que é indicada atravé s de verbos no in initivo terminados em ar, er, ir ou or, e um
conteúdo, que é constituıd
́ o de uma hipó tese sobre o fenô meno a ser investigado. A
escolha do verbo tem a ver com o está gio cognitivo que leva à atividade/açã o intelectual.
Santos (2006) distingue seis está gios cognitivos e seus respectivos verbos:

Estágio Verbos
Apontar, criar, classi icar, conhecer, de inir, descrever, identi icar,
Conhecimento
reconhecer, relatar.
Compreender, concluir, deduzir, demonstrar, determ inar, diferenciar,
Compreensã o
discutir, interpretar, localizar, rea irmar.
Aplicar, desenvolver, empregar, estruturar, operar, organizar, praticar,
Aplicaçã o
selecionar, traçar.
Analisar, comparar, criticar, debater, diferenciar, discriminar,
Aná lise
examinar, in vestigar, provar.
Compor, construir, documentar, especi icar, esquematizar, formular,
Sın
́ tese
produzir, propor, reunir, sintetizar
Argumentar, avaliar, constatar, decidir, escolher, estimar, julgar,
Avaliaçã o
medir, selecionar.

Em geral, no contexto de projetos de pesquisa cientı́ ica sã o de inidos um objetivo


geral e dois ou mais objetivos especı́ icos. O objetivo geral é a expressã o mais
abrangente do que se pretende alcançar com o processo de investigaçã o, diretamente
relacionado ao problema proposto. Os objetivos especí icos correspondem à divisã o do
problema de pesquisa em tantas partes quantas forem necessá rias para resolvê -lo,
destacando-se os aspectos mais signi icativos do fenô meno a ser estudado.
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Objetivos de pesquisa sã o diferentes dos procedimentos necessá rios à realizaçã o


da pesquisa. Por exemplo, “estudar o conceito de representação social” e “re letir sobre as
representações sociais de professores” nã o constituem objetivos de pesquisa, mas sim
procedimentos indispensá veis à realizaçã o de uma investigaçã o sobre representaçõ es
sociais. Da mesma forma, objetivo de proposta de intervenção nã o se confunde com
objetivo de pesquisa. “Ressigni icar concepções de professores acerca do Programa Bolsa
Família” poderia ser um objetivo de proposta de intervençã o, mas nã o de pesquisa.
Neste caso, um objetivo de pesquisa poderia ser “analisar o processo de ressigni icação
das concepções de professores acerca do Programa Bolsa Família”, mediante alguma açã o
de formaçã o continuada, por exemplo. Vejamos entã o como icariam os objetivos geral e
especı́ icos considerando o problema tomado como exemplo no item anterior:

Problema: Quais as representações sociais acerca do Programa Bolsa Família


compartilhadas por professores das séries inais do ensino fundamental da rede pública
do município de Acauã/PI?

Objetivo geral: Analisar as representações sociais acerca do Programa Bolsa Família


(PBF) compartilhadas por professores das séries inais do ensino fundamental da rede
pública do município de Acauã/PI.

Objetivos especí icos:


Identi icar as representações sociais acerca do PBF compartilhadas por
professores das séries inais do ensino fundamental da rede pública do município
de Acauã/PI;
Determinar possíveis fatores de constituição das representações sociais acerca do
PBF compartilhadas por esses professores;
Examinar em que medida as representações sociais acerca do PBF compartilhadas
pelos professores re letem a reprodução e/ou a resistência da pobreza na escola.

1.5 Escolha da modalidade de pesquisa

Quanto à abordagem, as pesquisas cientı́ icas sã o comumente classi icadas em


qualitativas, quantitativas e mistas (que associam princıp
́ ios, té cnicas e procedimentos
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qualitativos e quantitativos na apreciaçã o de um mesmo objeto). No campo das ciê ncias


sociais/humanas di icilmente será possıv́el encaminhar uma investigaçã o sustentada
apenas em aná lises quantitativas. Assim, tendo em vista a natureza dos temas discutidos
no nosso curso e das linhas de trabalho à s quais o TCC deve se vincular, sua escolha
sobre que modalidade de pesquisa seguir nã o poderá deixar de considerar a abordagem
qualitativa. Para saber mais sobre pesquisa qualitativa, seus fundamentos, princıp
́ ios e
caracterıśticas, veri ique os textos listados abaixo:

PESQUISA QUALITATIVA: CONSIDERAÇOES SOBRE AS BA SES FILOSOFICAS E OS PRINCIPIOS


NORTEADORES
(http://www.revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/747/520 )

ANALISE QUALITATIVA: TEORIA, PASSOS E FIDEDIGNIDADE


(http://www.scielosp.org/pdf/csc/v17n3/v17n3a07)

METODOLOGIA QUALITATIVA DE PESQUISA


(http://www.scielo.br/pdf/ep/v30n2/v30n2a07)

PESQUISA QUALITATIVA EM EDUCAÇAO: PERTINENCIA, VALIDEZ E GENERALIZAÇAO


(http://josenorberto.com.br/03_artigo_zanten.pdf)

O COTIDIANO COMO FONTE DE PESQUISA NAS CIENCIAS SOCIAIS


(https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/cotidiano.pdf )

PESQUISA QUALITATIVA: REFLEXOES SOBRE O TRABALHO DE CAMPO


(http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/pesquisa_qualitativa_re lexoes_sobre_o_trabalho_de_camp
o.pdf)

No â mbito da abordagem qualitativa, há muitas formas de se desenvolver um


projeto de investigaçã o, de modo que é necessá rio decidir entre as diversas modalidades
de pesquisa consolidadas no campo das ciê ncias sociais/humanas. Essa decisã o nã o é
aleató ria e tem a ver, diretamente, com os objetivos do estudo. Isto é , você precisa se
certi icar de que a modalidade de pesquisa a ser selecionada é adequada, reú ne os meios
necessá rios para atingir os objetivos propostos. Na sequê ncia citamos alguns textos que
abordam modalidades de pesquisa qualitativa, a partir dos quais você poderá conhecer
suas caracterıśticas, especi icidades e formas de aplicaçã o, assim como ter acesso a
outros referenciais (indo atrá s das referê ncias citadas nos textos):
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MODALIDADE TEXTOS

O ESTUDO DE CASO COMO MODALIDADE DE PESQUISA


(http://unisc.br/portal/upload/com_arquivo/o_estudo_de_caso_como_modalidade
_de_pesquisa.pdf)
Estudo de Caso ESTUDO DE CASO NA PESQUISA QUALITATIVA EM EDUCAÇAO: UMA
METODOLOGIA
(http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/ iles/VI.encontro.2010/GT.1/GT_
01_14.pdf)

PESQUISA DOCUMENTAL: CONSIDERAÇOES SOBRE CONCEITOS E


CARACTERISTICAS NA PESQUISA QUALITAT IVA
Pesquisa (http://proceedings.ciaiq.org/index.php/ciaiq2015/article/download/252/248)
Documental
PESQUISA DOCUMENTAL: PISTAS TEORICAS E METODOLOGICAS
(https://www.rbhcs.com/rbhcs/article/view/6/pdf)

A PESQUISA PARTICIPANTE: UM MOMENTO DA EDUCAÇAO POPULAR


(http://www.seer.ufu.br/index.php/reveducpop/article/view/19988/10662)

A PESQUISA PARTICIPANTE: SUAS CONTRIBUIÇOES NO AMBITO DAS CIENCIAS


SOCIAIS
(http://www.rchunitau.com.br/index.php/rch/article/viewFile/121/69)

Pesquisa PESQUISA PARTICIPANTE: POSSIBILIDADES PARA O ESTUDO DA ESCOLA


Participante (http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/530.pdf )

PESQUISA PARTICIPANTE: ASPECTOS EDUCATIVOS E SOCIO-POLITICOS


(http://rbep.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/1499/1474 )

A PESQUISA PARTICIPANTE E SEUS DESDOBRAMENTOS : EXPERIENCIAS EM


ORGANIZAÇOES POPULARES
(https://www.ufmg.br/congrext/Direitos/Direitos8.pdf )

PESQUISA-AÇAO: UMA INTRODUÇAO METODOLOGICA


(http://www.scielo.br/pdf/ep/v31n3/a09v31n3.pdf)
Pesquisa-Açã o
PESQUISA-AÇAO: UMA METODOLOGIA DO “CONHECER” E DO “AGIR” COLETIVO
(http://revistas.ucpel.tche.br/index.php/rsd/article/viewFile/570/510)

1.6 De inição do contexto, dos sujeitos e/ou das fontes de pesquisa

A de iniçã o desses elementos depende dos objetivos delineados para a pesquisa.


Conforme Marconi e Lakatos (2010), a seleçã o do contexto diz respeito à delimitaçã o do
campo de investigaçã o, que envolve dois aspectos: o limite no tempo, quando o fato deve
ser estudado em determinado momento, e o limite no espaço, quando o objeto deve ser
analisado em certo lugar, tratando -se, portanto, da indicaçã o do quadro histó rico e
15

geográ ico onde se localiza o tema em questã o. Retomando o exemplo da pesquisa sobre
as representações sociais acerca do Programa Bolsa Família (PBF) compartilhadas por
professores das séries inais do ensino fundamental da rede pública do município de
Acauã/PI, o limite geográ ico seria o referido municıp
́ io. Como este objeto/problema nã o
se refere a um tempo especı́ ico, nã o é necessá rio apontar o limite histó rico, uma vez que
o interesse incide sobre a ocorrê ncia do fenô meno no tempo presente. Diferente seria se
o propó sito fosse analisar a dinâmica das taxas de evasão escolar de alunos bene iciários
do PBF no município de Acauã/PI, que exigiria um recorte histó rico, visto que só é
possıv́el mensurar essa evolução por meio de uma sé rie histó rica (no perıo
́ do entre 2005
e 2015, por exemplo). Todavia, o lugar do estudo pode ser uma ú nica escola ou um
grupo de escolas, ou qualquer outra instituiçã o. No planejamento e no relató rio da
pesquisa (no trabalho inal, no TCC, no artigo cientı́ ico), a indicaçã o do contexto deve vir
acompanhada de sua descriçã o, revelando informaçõ es importantes para a compreensã o
do limite espacial e/ou temporal da investigaçã o.
Os sujeitos de uma pesquisa sã o os interlocutores, ou seja, pessoas que prestam
informaçõ es (atravé s de entrevistas, questioná rios, etc.) essenciais para a satisfaçã o dos
objetivos e resoluçã o do problema levantado no estudo. Em geral, a de iniçã o dessas
pessoas se dá por meio de amostragem, a qual corresponde a uma parcela do universo
da pesquisa. Este, por sua vez, corresponde à populaçã o de pessoas diretamente
envolvida com o fenô meno a ser investigado, con igurando-se como um subconjunto do
universo da pesquisa. Em pesquisas sociais/humanas a determinaçã o da amostragem
nã o costuma seguir padrõ es e princıp
́ ios estatıśticos rıǵidos, sendo permitido e aceitá vel
o estabelecimento de amostragem aleató ria. Isso signi ica que você nã o precisa saber a
dimensã o exata do universo para tirar sua amostragem, com base em regras estatıśticas.
Os sujeitos (ou o sujeito) em estudos qualitativos nas ciê ncias sociais/humanas podem
ser formados por um grupo de pessoas ou mesmo ser uma ú nica pessoa. Todavia, para a
seleçã o dos sujeitos é imprescindıv́el o estabelecimento de crité rios, em consonâ ncia
com os objetivos da pesquisa.
Voltando à quele exemplo do estudo das representações sociais acerca do PBF, o
universo seria constituıd
́ o pelos professores das sé ries inais do ensino fundamental da
rede pú blica do municıp
́ io de Acauã /PI, cuja amostragem poderia ser determinada
segundo alguns crité rios previamente adotados, tais como: professores lotados em
escolas da rede pública do município de Acauã que atendem a alunos bene iciários do PBF;
16

professores em efetivo exercício da docência nas séries inais do ensino fundamental; e


professores que aceitassem participar da pesquisa mediante concordância e assinatura de
termo de compromisso livre e esclarecido. Quer dizer, somente os professores que
atendessem a essas condiçõ es estariam aptos a participar do estudo. Nã o obstante, nã o
precisarıámos trabalhar com todos os professores que se enquadrassem nesses
crité rios, sendo possıv́el delimitar ainda mais a amostragem, colocando outros pré -
requisitos, como considerar uma escola por zona do municıp
́ io (zona urbana e zona
rural, ou centro e periferia), ou ainda focar uma ú nica escola (e realizar um Estudo de
Caso, por exemplo). Assim, a seleçã o dos sujeitos vai depender dos objetivos traçados,
mas també m da modalidade de pesquisa escolhida (Estudo de Caso, Pesquisa-Açã o e
Pesquisa Participante, por exemplo, sã o mais viá veis com sujeitos que compartilham um
ú nico e um mesmo contexto) e das reais condiçõ es de cumprir o trabalho de campo.
Nesse sentido, é sempre pertinente questionar-se sobre a capacidade que dispomos de
contatar/encontrar pessoas e colher as informaçõ es necessá rias para a realizaçã o da
pesquisa.
As fontes de pesquisa correspondem a todo e qualquer material (textos,
imagens fotográ icas e videográ icas, sons, entre outros) utilizado para se atingir os
objetivos do estudo proposto. Na pesquisa social/humana uma das fontes mais
recorrentes sã o as fontes documentais (ou primá rias), que dizem respeito a documentos,
escritos ou nã o, quase sempre coletados atravé s de levantamento em arquivos de
domın
́ io pú blico ou privado (fıśicos ou virtuais, como os bancos de dados de ó rgã os
o iciais, disponıv́eis na Internet). Entram neste hall de fontes publicaçõ es o iciais (leis,
atos, portarias, decretos, pareceres, resoluçõ es e legislaçã o em geral, contratos e
prestaçõ es de contas do poder pú blico), estudos, projetos e relató rios té cnicos tornados
pú blicos, peças e processos judiciá rios a que se tem acesso, estatıśticas e censos o iciais,
currıćulos e programas de ensino, projetos pedagó gicos de escolas, livros didá ticos,
cadernos e anotaçõ es de professores, etc. També m fazem parte desta categoria de fontes
cartas pessoais ou pú blicas, relatos biográ icos ou autobiográ icos, textos jornalıśticos,
fotogra ias, á udios, vıd
́ eo ilmagens, material cartográ ico (mapas, globos), desenhos,
iguras e ilustraçõ es diversas, obras musicais, obras cinematográ icas, obras literá rias,
peças de teatro e programas de televisã o. Geralmente essas fontes sã o indiretas (ou seja,
produzidas por terceiros) e retrospectivas (produzidas num tempo passado), a exemplo
do que acontece com os documentos o iciais, antigos ou contemporâ neos, biogra ias ou
17

autobiogra ias, registros de prá ticas escolares e experiê ncias de formaçã o numa
perspectiva histó rica. Todavia , algumas dessas fontes podem ser geradas por quem
encaminha a pesquisa, no momento presente, como no caso de registros fotográ icos e
de vıd
́ eogravaçõ es.
Nem toda investigaçã o trabalha com fontes documentais, assim como há estudos
baseados em declaraçõ es de pessoas (sujeitos) articuladas com informaçõ es derivadas
de fontes documentais, e pesquisas realizadas exclusivamente a partir do levantamento
e aná lise de documentos. Visualizando os exemplos citados anteriormente, poderıámos
fazer uma pesquisa usando como suporte metodoló gico apenas a té cnica da entrevista e
do questioná rio, para gerar dados relativos à s representações sociais acerca do Programa
Bolsa Família compartilhadas pelos professores selecionados. Ou entã o uma pesquisa
somente documental, para examinar a dinâmica das taxas de evasão escolar de alunos
bene iciários do PBF no período de 2005 a 2015, atravé s da coleta de documentos
escolares no contexto da investigaçã o. Nã o obstante, poderıámos utilizar fontes
documentais (projeto pedagó gico das escolas, estatıśticas de alunos bene iciá rios do PBF
atendidos pelas escolas, projetos de formaçã o continuada direcionados aos professores,
entre outros) para auxiliar na identi icaçã o e compreensã o das representaçõ es sociais
acerca do PBF compartilhadas pelos sujeitos da pesquisa. Da mesma forma que
poderıámos recorrer a dados produzidos por meio de entrevistas com o nú cleo gestor
das escolas para ajudar na mensuraçã o e explicaçã o do comportamento das taxas de
evasã o escolar de alunos inscritos no PBF. Portanto, o importante é de inir o “caminho”
(seja atravé s de sujeitos ou de documentos ou destes dois elementos) mais favorá vel ao
cumprimento dos objetivos da pesquisa e resoluçã o do problema suscitado.

1.7 Seleção das técnicas de pesquisa e elaboração dos instrumentais de


coleta/geração de dados

A seleçã o das té cnicas de pesquisa está diretamente vinculada à de iniçã o da


modalidade de investigaçã o, do contexto, dos sujeitos e/ou das fontes de pesquisa. Isto
porque as té cnicas sã o os instrumentos, os meios pelos quais conseguimos percorrer o
caminho metodoló gico trilhado. E atravé s das té cnicas que temos acesso à s informaçõ es
necessá rias à resoluçã o do problema de estudo. Sua escolha exige cuidados pontuais, os
quais podem ser tomados a partir de alguns questionamentos: a técnica é coerente com a
18

modalidade de pesquisa selecionada? Tem validade no meio acadêmico-cientí ico e, em


especial, na área de conhecimento a qual pertence a pesquisa? É adequada aos objetivos do
estudo? É su iciente para coletar/gerar os dados necessários? Eu (pesquisador/a) domino
essa técnica? Sei usá-la corretamente? Tenho conhecimento ou ao menos noção de como
proceder para organizar e analisar dados coletados/gerados a partir dessa técnica? Uma
atitude para sanar esses questionamentos é buscar e examinar trabalhos de discussã o
teó rica ou aplicaçã o das diferentes té cnicas de pesquisa, com atençã o em seus princıp
́ ios
orientadores, modos de elaboraçã o e formas de utilizaçã o. Nessa perspectiva, indicamos
abaixo alguns textos que abordam as principais té cnicas de pesquisa comumente usadas
na investigaçã o qualitativa no â mbito das ciê ncias sociais/humanas:

TÉCNICA DE
TEXTOS
PESQUISA

A ENTREVISTA NA PESQUISA SOCIAL


(http://www.eduinclusivapesq -uerj.pro.br/images/pdf/manzinisaopaulo1990.pdf)

ENTREVISTAS EM PESQUISAS QUALITATIVAS


(http://www.scielo.br/pdf/er/n24/n24a11.pdf)

A ELABORAÇAO DA ENTREVISTA NA PESQUISA EM EDUCAÇAO


(http://nead.uesc.br/arquivos/pedagogia/seminario-integrador3/ENTREVISTA-
NA-PESQUISA-EM-EDUCACAO.pdf)
Entrevista
ENTREVISTAS NARRATIVAS: UM IMPORTANTE RECURSO EM PESQUISA
QUALITA TIVA
(http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v48nspe2/pt_0080-6234-reeusp-48-nspe2-
00184.pdf)

DA FALA DO OUTRO AO TEXTO NEGOCIADO: DISCUSSOES SOBRE A ENTREVISTA


NA PESQUISA QUALITATIVA
(http://www.scielo.br/pdf/paideia/v14n28/04.pdf)

COMO ELABORAR UM QUESTIONARIO


(http://www.ufsj.edu.br/portal2-
Questioná rio repositorio/File/lapsam/Metodo%20de%20pesquisa/Metodos%20de%20pesquis
a%202013/Texto_11-_Como_elaborar_um_quesitonario.pdf)

A PESQUISA QUALITATIVA COM A UTILIZAÇAO DE IMAGENS


(http://hottopos.com/isle21/51-58Irene.pdf)

Pesquisa com PRODUÇAO E ANALISE DE VIDEOGRAVAÇOES EM PESQUISAS QUALITATIVAS


Imagens e (http://www.scielo.br/pdf/ep/v37n2/v37n2a03.pdf)
Vıd
́ eo-gravaçã o
O USO DE ENTREVISTA, OBSERVAÇAO E VIDEOGRAVAÇAO EM PESQUISA
QUALITATIVA
(https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/caduc/article/viewFile/1770/16
45)
19

OBSERVAÇAO NA PESQUISA E NA INTERVENÇAO EDUCACIONAL : A BUSCA DA


COERENCIA OPERACIONAL
(http://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/gt2/03.pdf )
Observaçã o
ESTUDO QUALITATIVO UTIL IZANDO OBSERVAÇAO PARTICIPANTE: ANALISE DE
UMA EXPERIENCIA
(http://ojs.uem.br/ojs/index.php/ActaSciBiolSci/article/download/2999/2143)

O USO DO GRUPO FOCAL EM PESQUISA QUALITATIVA


(http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/21.pdf)

GRUPO FOCAL NA PESQUISA QUALITATIVA: RELATO DE EXPERIENCIA


(http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/pdf/211_86.pdf )

GRUPOS FOCAIS COMO TECNICA DE INVESTIGAÇAO QUALITATIVA: DESAFIOS


METODOLOGICOS
(http://www.scielo.br/pdf/paideia/v12n24/04.pdf)

GRUPO FOCAL COMO TECNICA DE COLETA E ANALISE DE DADOS EM PESQUISAS


Grupo Focal QUALITATIVAS
(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/grupo_focal_como_tecnica_coleta_analise_
dados_pesquisa_qualitativa.pdf)

GRUPO FOCAL NA PESQUISA EM EDUCAÇAO


(http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/ppged/arquivos/ iles/VI.encontro.2010/GT.3/GT_
03_10_2010.pdf)

NOTAS PARA O TRABALHO COM A TECNICA DE GRUPOS FOCAIS


(http://www.pucminas.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI2004121
3115340.pdf)

Atividade I – Observando as recomendaçõ es explanadas na Unidade I, estabeleça as


diretrizes e fundamentos metodoló gicos que orientarã o a elaboraçã o do seu TCC,
conforme o roteiro abaixo:

a) Linha de trabalho:
b) Tema:
c) Problema:

d) Objetivos:
Geral:
Especí icos:
20

e) Modalidade de pesquisa:
Qual modalidade de pesquisa dará suporte ao estudo? Qual a de iniçã o dessa
modalidade de pesquisa? Por que a escolha dessa modalidade de pesquisa?

f) Contexto, sujeitos e/ou fontes de pesquisa:


Qual será o contexto (limite de espaço e tempo, ou de espaço, ou de tempo) da
pesquisa? Como esse contexto se caracteriza? Por que a escolha desse contexto?
No caso de a pesquisa envolver sujeitos (pessoas), quem serã o esses sujeitos?
Como eles serã o selecionados? Como será a participaçã o deles na investigaçã o?
No caso de a pesquisa envolver fontes documentais, quais serã o essas fontes?
Como essas fontes serã o levantadas e selecionadas? Com que inalidade e como
essas fontes serã o mobilizadas no estudo?

g) Técnicas de pesquisa:
Quais té cnicas de pesquisa serã o utilizadas? Por que a opçã o por essas té cnicas?
Qual a inalidade do uso dessas té cnicas? Como essas té cnicas serã o
mobilizadas?

h) Instrumentais de pesquisa:
Apresente os seus instrumentais de pesquisa. Por exemplo, se você selecionou
como té cnica de pesquisa o questionário e a entrevista, elabore um questioná rio
e um roteiro de entrevista e coloque-os anexos a esta atividade.
21

UNIDADE II – COLETA /GERAÇÃO DE DADOS

A coleta/geraçã o de dados é o momento de buscar as informaçõ es necessá rias


para a realizaçã o da pesquisa. A forma de encaminhamento dessa busca vai depender
das suas escolhas metodoló gicas. Se você optou pelo questioná rio e/ou a entrevista, é o
momento da aplicaçã o do questioná rio e/ou realizaçã o da entrevista no contexto e com
os sujeitos selecionados. Caso seu estudo seja baseado em fontes documentais, você
deverá proceder ao levantamento e seleçã o das fontes de pesquisa. Da mesma forma, se
for pertinente para sua investigaçã o, outras té cnicas poderã o ser empregadas, como
observaçõ es, registros fotográ icos, ilmagens, etc. En im, nesta etapa você deverá gerar
e/ou coletar todo o material imprescindıv́el para a aná lise do seu objeto de estudo e
resoluçã o do problema. Nas sugestõ es de leituras indicadas na Unidade I é possıv́el
encontrar referê ncias, aplicaçõ es e relatos de experiê ncias relacionados ao processo de
coleta/geraçã o de dados na perspectiva da pesquisa qualitativa.

Atividade II – Em consonâ ncia com as orientaçõ es apresentadas nas Unidades I e II,


realize a coleta/geraçã o de dados de sua pesquisa, em duas etapas:

a) Coleta/geração dos dados – encaminhe o trabalho de campo, conforme as


escolhas metodoló gicas indicadas no planejamento da sua pesquisa.
b) Organização dos dados – apó s a coleta/geraçã o dos dados, elabore uma espé cie
de relató rio da pesquisa de campo, com a organizaçã o dos dados. Por exemplo,
se você fez entrevista o relató rio será a transcriçã o das respostas apresentadas
pelos sujeitos. Se você aplicou questioná rio, o relató rio será a tabulaçã o das
informaçõ es prestadas pelos interlocutores. Se fez observaçã o, o relató rio será a
descriçã o dos contextos, das situaçõ es, das experiê ncias, das prá ticas, ou seja,
das realidades observadas. Se produziu e/ou coletou fotogra ias o relató rio será
a apresentaçã o das imagens, assim como no caso de ilmagens. Se o material
coletado/gerado consistir de fontes documentais faça uma breve descriçã o dos
documentos, identi icando origem, autoria (caso haja), data de publicaçã o,
conteú do, entre outros aspectos que julgar pertinentes. E este relató rio que você
vai postar na plataforma.
22

UNIDADE III – COMPOSIÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO

Na Unidade I você fez a revisã o de literatura e deve ter produzido algumas ichas
de citações. Agora é o momento de retomar esse material e proceder à composiçã o do
referencial teó rico, ou seja, à escrita de um texto explanando e discutindo os conceitos,
ideias e/ou concepçõ es pertinentes a sua pesquisa.

3.1 De inição das categorias teóricas

Uma atitude que pode ser bastante ú til à composiçã o do texto de fundamentaçã o
teó rica é estabelecer as categorias teó ricas que darã o sustentaçã o à aná lise dos dados.
De acordo com Oliveira (2007), categoria teórica se refere à s leituras convergentes ao
tema central do estudo. A identi icaçã o dessas categorias depende diretamente das
leituras (revisã o de literatura) e da natureza e caracterıśticas dos dados coletados e/ou
gerados na pesquisa de campo. Isso equivale a se questionar: que formulações teóricas
(conceitos, ideias, concepções) os textos examinados revelaram? Que formulações teóricas
serão necessárias para compreender e explicar os dados empíricos de que disponho? Por
exemplo, no caso da aná lise das representações sociais acerca do Programa Bolsa Família
(PBF) compartilhadas por professores das séries inais do ensino fundamental da rede
pública do município de Acauã/PI, poderıámos de inir as seguintes categorias teó ricas:

Teoria das representaçõ es sociais;


O Programa Bolsa Famıĺia como polıt́ica de garantira do direito à educaçã o;
A escola como espaço-tempo de reproduçã o e resistê ncia da desigualdade social.

3.2 Composição do texto

Na composiçã o do texto você irá apresentar e discutir as categorias teó ricas,


usando as referê ncias examinadas durante a revisã o de literatura e articulando com seu
objeto de estudo. A organizaçã o do conteú do do texto pode ser estabelecida a partir das
23

pró prias categorias teó ricas. No caso do exemplo anterior, uma opçã o seria dividir o
texto em trê s seçõ es, da forma como segue:

1. REFERENCIAL TEORICO
1.1 Teoria das representaçõ es sociais
1.2 O Programa Bolsa Famıĺia como polıt́ica de garantira do direito à educaçã o
1.3 A escola como espaço-tempo de reproduçã o e resistê ncia da desigualdade social

Atividade III – Acompanhando as orientaçõ es explanadas nesta Unidade, escreva um


texto com o referencial teó rico da sua pesquisa.
24

UNIDADE IV – ANÁLISE DOS DADOS

Este momento envolve a apresentaçã o dos dados e a discussã o dos resultados,


começando pela de iniçã o das formas de aná lise.

4.1 De inição das formas de análise

No â mbito da pesquisa qualitativa, há muitas formas de encaminhar a aná lise do


material coletado/gerado durante a pesquisa de campo. A escolha da melhor forma de
proceder à aná lise depende da modalidade de investigaçã o adotada, das té cnicas
utilizadas e da natureza e caracterıśticas dos dados disponıv́eis. Para auxiliar essa
escolha recomendamos alguns textos que abordam processos de organizaçã o e aná lise
de dados qualitativos, coletados/gerados a partir das principais té cnicas de pesquisa
usadas na á rea das ciê ncias humanas/sociais (entre as quais certamente se encontra a
que você selecionou para realizar seu estudo):

ANALISE QUALITATIVA DE DADOS DE ENTREVISTA: UMA PROPOSTA


(http://www.scielo.br/pdf/paideia/n2/07.pdf)

MODELO DE FORMULARIO INTERATIVO PARA ANALISE DE DADOS QUALITATIVOS


(http://www.ufrgs.br/gianti/ iles/artigos/2005/2005_177_REA.pdf )

ANALISE DE CONTEUDO: CONSIDERAÇOES GERAIS, RELAÇOES COM A PERGUNTA DE PESQUISA,


POSSIBILIDADES E LIMITAÇOES DO METODO
(http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/download/10000/10871 )

TEXTO, CONTEXTO E SIGNIFICADOS: ALGUMAS QUESTOES NA ANALISE DE DADOS QUALITATIVOS


(http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/599.pdf )

ANALISE DE CONTEUDO DE UMA ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA


(http://mpelearning.pbworks.com/f/MICO.pdf)

ANALISE POR TRIANGULAÇAO DE METODOS: UM REFERENCIAL PARA PESQUISAS QUALITATIVAS


(http://revista.univap.br/index.php/revistaunivap/article/view/228/210 )
25

ANALISE DE CONTEUDO E PESQUISA NA AREA DA EDUCAÇAO


(http://www2.pucpr.br/reol/index.php/DIALOGO?dd1=637&dd99=pdf)

ANALISE DO DISCURSO E/OU ANALISE DE CONTEUDO


(http://www.pucminas.edu.br/imagedb/documento/DOC_DSC_NOME_ARQUI20041214095144.pdf )

ANALISE DE CONTEUDO, ANALISE DE DISCURSO: QUESTOES TEORICO-METODOLOGICAS


(http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/viewFile/316/299)

O DISCURSO, A ANALISE DE DISCURSO E A METODOLOGIA DO DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO NA


GESTAO INTERCULTURAL
(http://www.periodicos.adm.u ba.br/index.php/cgs/article/download/75/45 )

PESQUISA QUALITATIVA: ANALISE DE DISCURSO VERSUS ANALISE DE CONTEUDO


(http://www.scielo.br/pdf/tce/v15n4/v15n4a17)

O EMPREGO DA ABORDAGEM DSC (DISCURSO DO SUJEITO COLETIVO) NA PESQUISA EM EDUCAÇAO


(http://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/1361/1167 )

UM METODO DE TRANSCRIÇOES E ANALISE DE VIDEOS: A EVOLUÇAO DE UMA ESTRATEGIA


(http://www.u jf.br/emem/ iles/2015/10/UM-M%C3%89TODO-DE-TRANSCRI%C3%87%C3%95ES-E-
AN%C3%81LISE-DE-V%C3%8DDEOS-A-EVOLU%C3%87%C3%83O-DE-UMA-ESTRAT%C3%89GIA.pdf)

COLETA, TRANSCRIÇAO E ANALISE DE PRODUÇOES ORAIS


(http://wp.ufpel.edu.br/laboratorioelo/ iles/2014/05/corpora.pdf)

4.2 Apresentação dos dados e discussão dos resultados

Apó s a de iniçã o das formas de aná lise dos dados, chegamos à aná lise
propriamente dita das informaçõ es coletadas/ou geradas atravé s da aplicaçã o dos
instrumentais de pesquisa (entrevistas, questioná rios, observaçõ es, levantamento de
documentos, etc.). Trata-se de um exercıćio intelectual de descriçã o e interpretaçã o
dessas informaçõ es, a partir da articulaçã o entre a teoria (o conhecimento sobre o
objeto de estudo adquirido com a leitura das referê ncias bibliográ icas) e a empiria (o
conhecimento sobre o objeto de estudo adquirido na pesquisa de campo). E o momento
de delinear respostas (ou ao menos indıćios de respostas) para o problema suscitado
26

expor e discutir aspectos da realidade investigada que demonstrem o cumprimento dos


objetivos da pesquisa. A apresentaçã o dos dados pode ser feita por meio de transcriçõ es
literais (de trechos de entrevistas, de documentos ou de vıd
́ eo ilmagens, por exemplo),
de grá icos e tabelas (o que normalmente ocorre com informaçõ es decorrentes da
aplicaçã o de questioná rios), de mapas, de fotogra ias, de descriçã o de episó dios de
situaçõ es ilmadas e/ou gravadas, de anotaçõ es feitas durante observaçõ es de campo,
entre outras formas.

Atividade IV – Observando as orientaçõ es expostas nesta Unidade, escreva um texto


com a aná lise dos dados da sua pesquisa, ou seja, com a apresentaçã o e discussã o dos
resultados.
27

UNIDADE V – ORGANIZAÇÃO DO ARTIGO CIENTÍFICO

Cumpridas todas as etapas de construçã o da pesquisa (planejamento, coleta e/ou


geraçã o de dados, composiçã o do referencial teó rico e aná lise dos dados), o ú ltimo passo
é a organizaçã o dos textos produzidos no decorrer dessas etapas, para dar corpo ao seu
Trabalho de Conclusã o de Curso, na forma de artigo cientı́ ico, conforme os padrõ es
expressos abaixo.

5.1 Estrutura

Primeira página:

TÍTULO1

Aluno(a): nome completo do(a) aluno(a)


Orientador(a): nome completo do orientador(a)
Tutor(a): nome completo do(a) tutor(a) da turma

Resumo: Apresentaçã o, de forma sucinta, dos objetivos do estudo, das escolhas teó ricas
e metodoló gicas e dos resultados alcançados.
Palavras-chave: De 3 a 5 palavras termos, expressõ es que tenham relaçã o direta com o
tema central do estudo.

_______________________
1. Trabalho apresentado como requisito parcial para a obtençã o do certi icado de conclusã o do Curso de
Especializaçã o em Educaçã o, Pobreza e Desigualdade Social, promovido pela Universidade Federal do
Piauı,́ em parceria com a Coordenaçã o Geral de Acompanhamento da Inclusã o Escolar, da Secretaria de
Educaçã o Continuada, Alfabetizaçã o, Diversidade e Inclusã o, do Ministé rio da Educaçã o e Cultura.
28

A partir da segunda página:

INTRODUÇÃO
Esta parte do trabalho deve conter a exposiçã o, caracterizaçã o e/ou
contextualizaçã o do objeto/tema de estudo; a apresentaçã o do problema e dos
objetivos da pesquisa; e, ainda, a forma de organizaçã o do texto.

DESENVOLVIMENTO
Esta parte do artigo deve contemplar o referencial teó rico, os aspectos
metodoló gicos (abordagem de pesquisa, contexto, sujeitos e/ou fontes de pesquisa,
té cnicas de coleta e/ou geraçã o de dados, e formas de aná lise dos dados) e a aná lise dos
dados, isto é , a apresentaçã o e discussã o dos resultados. A organizaçã o do texto pode
ser feita em seçõ es e subseçõ es.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta parte deve abordar as conclusõ es do estudo, demonstrando como os
objetivos da pesquisa foram alcançados.

REFERÊNCIAS
Lista de todas as fontes bibliográ icas citadas ao longo do texto, redigidas
segundo as normas da ABNT.

APÊNDICES
Elementos opcionais. Produzido pelo autor do texto, como por exemplo, um
roteiro de entrevista ou questioná rio, fotogra ias, grá icos, tabelas, etc.

ANEXOS
Elementos opcionais proveniente de outras fontes, quer dizer, que nã o foi
produzido pelo autor do texto, como reproduçã o de imagens, grá icos, tabelas,
documentos oficiais, currıćulos e programas de ensino, etc.
29

5.2 Formatação

5.2.1 Apresentação

Item Apresentação
Papel Tamanho A4 (21cm x 29,7cm)
Times News Roman, tamanho 12, exceto nas citaçõ es
longas (acima de 3 linhas), nas notas de rodapé e na
indicaçã o das referê ncias (fonte, autoria e/ou ano de
Fonte
publicaçã o) de ilustraçõ es ( iguras, desenhos, grá icos,
quadros, tabelas etc.), que devem ser redigidas no
tamanho 10.
As folhas sã o contadas a partir da primeira pá gina,
Paginaçã o todavia a numeração só deve aparecer da segunda em
diante, na forma ará bica, no canto inferior direito.
3 cm nas margens superior e esquerda e 2 cm nas
Margens
margens inferior e direita.
1,5 entre as linhas, exceto no resumo e palavras-chave,
nas notas de rodapé , nas citaçõ es longas (acima de 3
Espaçamento
linhas) e na indicaçã o de referê ncias de ilustraçõ es, que
devem ter espaçamento simples entre as linhas.
O tıt́ulo principal do artigo deve ser centralizado e os
das seçõ es (incluindo introduçã o, consideraçõ es inais,
Alinhamentos
referê ncias, apê ndices e anexos) e subseçõ es (quando
houver) alinhados à esquerda.
Com exceçã o da introduçã o, das consideraçõ es inais, das
Numeraçã o das seçõ es e referê ncias e dos apê ndices e anexos, as demais seçõ es e
subseçõ es subseçõ es (quando houver) deverã o ser numeradas, em
algarismos ará bicos, no sistema de nıv́eis.
No texto principal usar sempre a cor preta. As demais
Cores
cores podem aparecer em grá icos, tabelas, quadros, fotos
30

e ilustraçõ es de modo geral.


Qualquer que seja o tipo (tabelas, grá icos, quadros, fotos,
iguras, desenhos, esquemas, luxogramas, organogramas,
mapas, plantas etc.), sua identi icaçã o deve constar na
parte inferior, justi icada à esquerda, precedida da
Ilustraçõ es
palavra designativa, acompanhada do nú mero de ordem
em que aparece no texto, em algarismos ará bicos, do
respectivo tı́tulo, da legenda explicativa (se houver) e das
referê ncias (fonte, autoria e/ou ano de publicaçã o).

5.2.2 Citações

Citação direta – transcriçã o literal de parte da fonte consultada, redigida entre aspas
com as mesmas palavras e aspectos gramaticais (acentuaçã o, pontuaçã o, concordâ ncia,
etc.) do texto original, podendo ser inserida no texto de duas formas, como nos exemplos
abaixo:

Citação direta com até três linhas

(...) “diante da barbá rie com que a infâ ncia e a adolescê ncia populares sã o tratadas, o
primeiro gesto deveria ser ver nelas a imagem da barbá rie social” (ARROYO, 2004, p.
17).

Para Arroio (2004, p. 17), “diante da barbá rie com que a infâ ncia e a adolescê ncia
populares sã o tratadas, o primeiro gesto deveria ser ver nelas a imagem da barbá rie
social.”
31

Citação direta com mais de três linhas

Nessa perspectiva, talvez uma das maiores contribuiçõ es dos movimentos


sociais latino-americanos à polıt́ica social democrá tica e igualitá ria seja o desa io de se
construir – tal qual a irmam movimentos sociais como o indıǵena, o quilombola, o MST
etc. – um mundo que seja ú nico e diverso, um mundo onde caibam muitos mundos.
Como a irmam Paoli e Telles (2000, p. 106):

Ao se fazerem reconhecer como sujeitos capazes de interlocuçã o pú blica, a


presença desses atores coletivos na cena polıt́ica teve o efeito de desestabilizar
ou mesmo subverter hierarquias simbó licas que os ixavam em lugares
subalternizados por entre uma trama densa de discriminaçõ es e exclusõ es, ao
impor crité rios igualitá rios de reconhecimento e princı́pios democrá ticos de
legitimidade.

Nessa perspectiva, talvez uma das maiores contribuiçõ es dos movimentos


sociais latino-americanos à polıt́ica social democrá tica e igualitá ria seja o desa io de se
construir – tal qual a irmam movimentos sociais como o indıǵena, o quilombola, o MST
etc. – um mundo que seja ú nico e diverso, um mundo onde caibam muitos mundos,
tendo em vista que:

Ao se fazerem reconhecer como sujeitos capazes de interlocuçã o pú blica, a


presença desses atores coletivos na cena polıt́ica teve o efeito de desestabilizar
ou mesmo subverter hierarquias simbó licas que os ixavam em lugares
subalternizados por entre uma trama densa de discriminaçõ es e exclusõ es, ao
impor crité rios igualitá rios de reconhecimento e princı́pios democrá ticos de
legitimidade (PAOLI; TELLES, 2000, p. 106).

Observaçã o: este tipo de citaçã o é destacado do texto principal por um espaço duplo
antes e depois, com recuo de 4 cm a partir da margem esquerda, justi icado, redigido
em tamanho 10 e espaçamento simples entre as linhas.
32

Citação indireta – reproduçã o nã o literal de ideias contidas nos textos consultados, isto
é , com outras palavras, conforme os exemplos a seguir:

Como destaca Enguita (2001), o caminho escolhido pela escola foi o da imposiçã o da
cultura escolar – que nada mais é que a cultura dos grupos dominantes – sobre toda
cultura popular, é tnica, grupal.

(...) o caminho escolhido pela escola foi o da imposiçã o da cultura escolar – que nada
mais é que a cultura dos grupos dominantes – sobre toda cultura popular, é tnica, grupal
(ENGUITA, 2001).

Observaçõ es:
A referê ncia da fonte bibliográ ica é indicada pelo ú ltimo sobrenome do autor em
letras maiú sculas (quando entre parê nteses) ou minú sculas (quando fora dos
parê nteses), do ano de publicaçã o e da pá gina (p. 1, por exemplo) ou das pá ginas
(p. 1-2, no caso de o trecho transcrito se localizar nestas duas pá ginas).
Quando o sobrenome do autor vem acompanhado de grau de parentesco ou
hierarquia, coloca-se o ú ltimo sobre seguido do respectivo grau (como Freitas
Jú nior ou FREITAS JUNIOR; Ribeiro Filho ou RIBEIRO FILHO; Aragã o Segundo ou
ARAGAO SEGUNDO).
Quando o texto citado tem mais de dois a trê s autores, separa-se os sobrenomes
por ponto e vıŕgula se estiverem entre parê nteses (RIBEIRO FILHO; MENDONÇA;
TEIXEIRA, 2010, p. 25) ou da seguinte forma se estiverem fora dos parê nteses:
Ribeiro Filho e Aragã o Segundo (2010, p. 25) ou Silva; Mendonça e Teixeira
(2010, p. 25).
Se o texto citado possuir mais de trê s autores, a referê ncia deve ser elaborada
com o sobrenome do primeiro autor acrescentado da expressã o et al.: Silva et al.
(2010, p. 25) ou (SILVA et al., 2010, p. 25).
No caso de citaçã o de citaçã o, direta ou indireta, indica-se o sobrenome do autor
do texto citado originalmente, seguido da partıćula apud, do sobrenome do autor
33

do texto consultado, da data de sua publicaçã o e da pá gina (quando for citaçã o
direta) onde a citaçã o se encontra, conforme este exemplo: Bourdieu apud Silva
(2015, p. 45) ou (BOURDIEU apud SILVA, 2015, p. 45) ou, ainda, (BOURDIEU apud
SILVA, 2015), ou també m Bourdieu apud Silva (2015). Isso signi ica que Bourdieu
foi citado no texto de autoria de Silva publicado em 2015.

5.2.3 Referências

Apresentaçã o das referê ncias bibliográ icas no artigo cientı́ ico deve seguir as
normas da Associaçã o Brasileira de Normas Té cnicas (ABNT). Para isso, demonstramos
alguns exemplos de con iguraçã o de referê ncias dos principais suportes de divulgaçã o
cientı́ ica, de acordo com a ABNT:

Livro:

ARROYO, M. G. Imagens quebradas: trajetó rias e tempos de alunos e mestres.


Petró polis: Vozes, 2004.

Capítulo de livro:

ARROYO, M. G. O direito a tempos-espaços de um justo viver. In: MOLL, J. (Org.).


Caminhos da educação integral no Brasil: direito a outros tempos e espaços
educativos. Porto Alegre: Penso, 2012. p. 33-45.

Artigo publicado em periódico impresso:

DAYRELL, J. O jovem como sujeito social. Revista Brasileira de Educação. Rio de


Janeiro, n. 24, set./dez. 2003.

Artigo publicado em meio eletrônico:

LEITE, L. H. A. Educaçã o Integral, territó rios educativos e cidadania: aprendendo com as


experiê ncias de ampliaçã o da jornada escolar em Belo Horizonte e Santaré m. Educar
em Revista. Curitiba, n. 45, p. 57-72, jul./set. 2012. Disponıv́el em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S0104-40602012000300005>. Acesso em: 5 set. 2014.
34

Texto publicado em anais de eventos cientí icos :

PAVAN, R. Desigualdade social e educaçã o: a ausê ncia da perspectiva histó rica. In:
SIMPOSIO NACIONAL DE HISTORIA, 24., 2007, Sã o Leopoldo, RS. Anais do XXIV Simpó sio
Nacional de Histó ria – Histó ria e multidisciplinaridade: territó rios e deslocamentos. Sã o
Leopoldo: Unisinos, 2007. CD-ROM.

Dissertação:

GEHRKE, Marcos. Escrever para continuar escrevendo : as prá ticas de escrita da


escola itinerante do MST. 2010. 163 p. Dissertaçã o (Mestrado em Educaçã o) –
Programa de Pó s-Graduaçã o em Educaçã o, Universidade Federal do Paraná , Paraná ,
2010. Disponıv́el em: <http://www.ppge.ufpr.br/teses/M10_gehrke.pdf>. Acesso em:
19 fev. 2 015.

Texto com dois/três autores:

LEITE, L. H. A; OLIVEIRA, F. S. A atualidade do pensamento de Paulo Freire e sua


contribuiçã o para a educaçã o no Brasil. Paideia, ano 9, n. 13, p. 43-56, jul./dez. 2012.

Texto com mais três autores :

AZEVEDO, F. et al. O manifesto dos pioneiros da Educaçã o Nova. HISTEDBR. Campinas,


n. especial, p. 188-204, ago. 2006.

Mais de uma referência de um mesmo autor:

Sacristá n, J. G. A educação obrigatória: seu sentido educativo e social. Porto Alegre:


Artmed, 2001.
______. O aluno como invenção. Porto Alegre: Artmed, 2005.

Texto sem autoria pessoal:

BRASIL. Congresso. Senado Federal. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.


Estabelece as diretrizes e bases da educaçã o nacional. Diá rio O icial da Uniã o, Poder
Legislativo, Brası́lia, DF, 23 dez. 1996. p. 27833. Disponıv́el em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 13 fev. 2015.
35

INSTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA (IPEA). Mé dia de anos de estudo das
pessoas de 15 anos ou mais de idade, por sexo, segundo cor/raça e localizaçã o do
domicıĺio – Brasil e Regiõ es, 1995 a 2012.

JORNAL DO BRASIL. Natal tem centro de cultura. Rio de Janeiro, 8 dez. 1962. p. 4.
Disponıv́el em: <http://memoria.bn.br/
DocReader/DocReader.aspx?bib=030015_08&PagFis=3472 6>. Acesso em: 12 fev. 2015.

MOVIMENTO dos trabalhadores rurais sem terra. Escola itinerante: uma prá tica
pedagó gica em acampamentos. Coleçã o Fazendo Escola. n. 4. Setor de Educaçã o do MST,
Sã o Paulo: Peres, 2001.

Atividade V – PRIMEIRA VERSÃO DO ARTIGO


Seguindo os padrõ es de estrutura e formataçã o (apresentaçã o, citaçõ es e referê ncias)
disponıv́eis na Unidade V, organize a primeira versã o do artigo (completo).

Atividade VI – REESCRITA DO ARTIGO


Observando as recomendaçõ es do(a) seu/sua orientador(a), refaça o que foi indicado e
apresente a segunda versã o do artigo.

Atividade VII – VERSÃO FINAL DO ARTIGO


Apó s as correçõ es necessá rias, apontadas por seu/sua orientador(a), apresente a
versã o inal do artigo.
36

REFERÊNCIAS

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. Sã o Paulo: Atlas.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia cientí ica. 7. ed. Sã o


Paulo: Atlas, 2010.

OLIVEIRA, M. M. Como fazer pesquisa qualitativa. Teresó polis/RJ: Vozes, 2007.

SANTOS, A. R. Metodologia cientí ica: a construçã o do conhecimento. 6. ed. Rio de


Janeiro: DP&A, 2006.

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