LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 1
__________________________________________________ LIBRAS
SUMARIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 03
www.ibrasuperior.com.br 2
__________________________________________________ LIBRAS
INTRODUÇÃO
Prezados alunos,
www.ibrasuperior.com.br 4
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 5
__________________________________________________ LIBRAS
visível através do que se chamou alfabeto digital, usado para ensinar a ler, associado
à leitura dos lábios e a manipulação dos órgãos fonoarticulatórios e pelo ensino de
diferentes posições para a emissão do som.
A Idade Contemporânea trouxe a visão clínica [...] equivocada quanto aos seus
princípios, que procurava a todo custo acabar com aquilo que não podia ser tratado,
curado na maioria das vezes (MOURA, 2000, p.26). A única forma de “salvar” o surdo
seria através do uso da fala, pela restauração da audição, pois se ela fosse restaurada,
a fala também o seria.
No entanto, os insucessos obtidos através dessa proposta não foram suficientes
para convencer a maioria desses educadores oralistas. Apesar disso, o médico Jean
Itard após dezesseis anos de tentativas e experiências frustradas de oralização de
surdos sem conseguir atingir os objetivos desejados, rendeu-se ao fato de que o surdo
pode ser educado através da língua de sinais.
O Congresso de Milão realizado em 1880 declarou a superioridade do método
oral puro sobre o uso de sinais o que provocou uma grande polêmica entre professores
ouvintes e surdos (a estes não foi permitido votar), em defesa do oralismo e da língua
de sinais, tendo esta última sido batida na preferência da grande maioria de
professores ouvintes.
A partir desse evento que teve o maior impacto na educação, se considerarmos
os cem anos de sua hegemonia, os surdos foram subjugados às práticas ouvintistas.
Ficou legitimado que apenas a língua oral deveria ser aprendida pelos surdos, sendo
a língua de sinais considerada como prejudicial para o desenvolvimento dessa criança.
Um grande processo de mudança se desencadeou e foi logo adotado pela
maioria das escolas, em oposição à educação do século XVIII. Naquele momento
acreditava-se que o surdo poderia desenvolver-se como os ouvintes aprendendo
apenas a língua oral. Desse modo, a oralização passou a ser o principal objetivo da
educação da criança surda e para que ela pudesse dominar essa forma de
comunicação passava a maior parte de seu tempo recebendo treinamento oral e se
dedicando a este aprendizado (GOLDFELD, 1998). Estamos diante de uma
perspectiva que destacava a visão clínica da surdez e através da reabilitação da fala e
treinamento auditivo buscavam “curar’ os surdos.
Portanto, essa ideia deu origem ao modelo educacional denominado oralismo
que durante um século se manteve como proposta principal para a educação de
www.ibrasuperior.com.br 6
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 8
__________________________________________________ LIBRAS
2. LEGISLAÇÃO E SURDEZ
www.ibrasuperior.com.br 10
__________________________________________________ LIBRAS
licenciaturas.
www.ibrasuperior.com.br 11
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 12
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 13
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 14
__________________________________________________ LIBRAS
sejam oferecidas para todos aqueles que vivem e participam da sociedade condições
para superar limitações encontrando novos caminhos.
Essa mudança radical nas propostas de uma sociedade para todos foi
alavancada no ano de 1994, quando representantes de oitenta países reunidos na
Espanha, elaboraram a assinaram a Declaração de Salamanca que trouxe para a
sociedade uma nova ordem de participação dos seus membros.
As recomendações contidas nessa declaração trouxeram para as escolas uma
nova forma de combater a discriminação, trazendo para elas responsabilidade
extensiva a toda a sociedade. Se antes parecia que a deficiência era um problema
individual agora muda de foco, ou seja, aponta para uma responsabilidade
compartilhada por toda a sociedade, tendo na escola um dos seus principais
representantes.
Essa escola deve acolher todas as crianças, independentemente de suas
condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais ou linguísticas (PERLIN e
STROEBEL, 2008).
Na esteira dessas observações a LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação contempla a maioria desses pontos.
LDB 9394/96
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
especial.
www.ibrasuperior.com.br 15
__________________________________________________ LIBRAS
não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
necessidades especiais:
para os superdotados;
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
www.ibrasuperior.com.br 17
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 18
__________________________________________________ LIBRAS
A história de educação de surdos mostra que sua trajetória foi marcada por uma
diversidade de opiniões que ao longo desse tempo foi se modificando. Sabemos que
os surdos foram alvos desde o início da Idade Moderna de dois tipos de atenção: a
médica e a religiosa.
Naquela ocasião a chamada “surdo-mudez” se constituía, conforme cita Soares
(1999) um desafio para a medicina, pois estava ligada a anomalia orgânica. Por outro
lado, a ajuda para aqueles que não podiam ouvir, nem falar, fazia parte dos preceitos
religiosos.
No entanto, os avanços da ciência e a participação de pais e amigos dessas
pessoas foram determinantes para que essa percepção fosse mudando. A atuação dos
médicos que foram se interessando pela educação de surdos foi marcada por uma
prática essencialmente pedagógica voltada para que o surdo adquirisse algum tipo de
conhecimento.
Gerolamo Cardano, que era matemático, médico e astrólogo italiano,
desenvolveu investigações sobre a condutibilidade óssea, foi o primeiro educador de
surdos. Segundo Soares (1999, p.17) afirmou “a mudez não se constituía um
impedimento para que o surdo adquirisse conhecimento”. Desse modo, começaram a
serem empregadas formas diversas para trabalhar com o surdo.
Segundo essa autora, apesar das diferenças entre os motivos que
encaminharam as ações educativas na Itália e na Espanha, no século XVI, e na
Holanda, Inglaterra e Alemanha, no século XVII, e início do século XVIII as práticas
exercidas por esses médicos e religiosos na educação de surdos, são bastante
semelhantes, no que diz respeito ao ensino através da escrita. Nesse sentido, a
presença da escrita nos diferentes métodos utilizados pelo oralismo teve como objetivo
a aquisição da fala.
A partir daí modificações foram sendo introduzidas na educação de surdos e
que podem ser resumidas nos seguintes modelos educacionais:
ORALISMO
COMUNICAÇÃO TOTAL
BILINGUISMO
Oralismo
www.ibrasuperior.com.br 19
__________________________________________________ LIBRAS
Leve
Moderada
Severa
Profunda
www.ibrasuperior.com.br 20
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 21
__________________________________________________ LIBRAS
O pressuposto que norteia esse modelo é que o surdo deve ser bilíngue, ou seja,
ele deve adquirir como língua materna a língua de sinais, que é considerada a língua
natural dos surdos e, como segunda língua, a língua a oficial de seu país na modalidade
oral e/ou escrita. Autores como Sanches (1993) acredita ser necessário para o surdo
adquirir a língua de sinais e a língua oficial do seu país apenas na modalidade escrita
e não oral.
Skliar (1999) comenta que a educação bilíngue não pode ser neutra nem opaca.
Ela deve se constituir como consciência política, para entender a educação dos surdos
como uma prática de direitos humanos concernentes aos surdos; a coerência
ideológica para discutir as assimetrias do poder e do saber entre surdos e ouvintes e a
análise de natureza epistemológica das representações colonialistas sobre surdez e
surdos.
Essas línguas não devem ser utilizadas simultaneamente para que suas
estruturas sejam preservadas.
O surdo, para os bilinguistas não precisa almejar uma vida semelhante ao
ouvinte, podendo aceitar e assumir a surdez (GOLDFELD, 2002).
Um dos princípios mais importantes desse modelo de ensino é que os surdos
formam uma comunidade, com cultura e língua próprias. A língua de sinais deve ser
aprendida em contato com adultos fluentes.
Muitos fatores ainda comprometem a adoção do bilinguismo, ou seja, falta a
estrutura recomendada para sua utilização. A escola pública, geralmente, ministra suas
aulas em português, por professores ouvintes que na sua grande maioria não domina
a língua de sinais. Por outro lado, o número insuficiente de intérpretes que não estão
presentes em todas as salas de aula, durante todo o tempo, assinala outra dificuldade
na viabilização dessa forma de promover o conhecimento nas salas de aula. Ao mesmo
tempo temos de esclarecer que mesmo contando com essa presença do profissional
intérprete, ela não garante a apreensão do conhecimento.
Para o bilinguismo o domínio da língua de sinais é mais fácil para que o surdo
perceba estes aspectos na língua oral, já que tem exemplos da língua de sinais para
se guiar.
REFLEXÕES
www.ibrasuperior.com.br 24
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 25
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 26
__________________________________________________ LIBRAS
CONCEITO
Modelo educacional
A ênfase não era mais na deficiência intrínseca do indivíduo, mas sim nas
condições do meio em proporcionar recursos adequados que promovessem o
desenvolvimento e a aprendizagem.
Deixamos, portanto, a lógica do binarismo, normal/anormal criando movimentos
que contribuam para o apagamento da diferença na medida em que os dispositivos
clínicos sejam afastados. A lógica global não auxilia muito nesse processo. Ao
contrário, o espaço das certezas, das regras e das padronizações instigados pela
ideologia dominante, fixa as culturas locais em identidades rígidas disseminando a
ideia de culturas globais hegemônicas provocando desconforto frente aos diversos
papéis a serem assumidos pelos sujeitos na atualidade (DORZIAT, 2009).
Algumas consequências são inevitáveis no cenário atual, como mostra Hall
(1997) a desintegração do conceito de identidade única; reforçamento das identidades
locais pela via da resistência à globalização e a aceitação de um inevitável hibridismo
nas identidades. Desse modo reforçando as identidades locais é possível desmistificar
a imagem de unificação em torno do modelo capitalista liberal.
“No entanto, o contexto multifacetado coloca esses sujeitos frente a situações
muito diversificadas, exigindo deles a incorporação de diferentes papéis sociais, o que
demanda uma organização menos rígida” (DORZIAT, 2009, p.18). Nesse sentido se
adotamos um discurso que possa evitar a expressão do poder, estaremos na trilha para
iniciar um processo de desvendamento das sinuosidades do poder, desconstruindo a
lógica existente para criar uma nova lógica de convivência social
Seguindo a ótica da autora, as identidades ao invés de apagadas, são vistas no
contexto complexo que envolve comportamentos, crenças, valores.
www.ibrasuperior.com.br 27
__________________________________________________ LIBRAS
Segundo Skliar (2003, p 47), a única opção possível para que a alteridade não
fique aprisionada entre a condição e o estado do ser ou não ser deve ser a de uma
temporalidade denominada estar sendo.
Por apresentar dificuldades em se adequar a esse padrão baseado num ouvinte
único, a pessoa surda foi ao longo do tempo patologizado, obrigado a se submeter aos
mais diferentes tratamentos terapêuticos, visando sua normalização. Terapias de fala,
treinamentos de restos auditivos, técnicas para adquirir a leitura orofacial são algumas
das iniciativas para normalizar essas pessoas (DORZIAT, 2009).
Na contramão desse conceito, a adoção do modelo inclusivista trouxe a
possibilidade concreta de aceitação da diferença pelas políticas públicas. A
possibilidade de uso da língua de sinais foi sendo paulatinamente inserida nas escolas.
Apesar dessa inserção ainda detectamos contradições decorrentes da cultura
majoritária, e, nesse sentido a Libras toma corpo apenas no aparato legal que mascara
a continuidade das políticas homogêneas e unilaterais.
Incluir uma criança surda em salas regulares é um desafio particularmente
difícil, devido ao que pode ser considerado como uma diferença linguística
irrecuperável, em relação aos demais alunos.
No sistema educacional brasileiro apesar de esforços já empreendidos, os
programas de capacitação de professores para atuar junto aos surdos se revelaram
até o momento como ineficientes, se considerarmos, principalmente, a comunicação
empregada por essas crianças, a língua de sinais.
Sem as condições de fazer a leitura orofacial esperada pelos professores que
por sua vez não dominam os conhecimentos fundamentais para que possa
compreender o aprendizado de uma criança com audição ausente. Estaremos assim
diante de um obstáculo que os sistemas escolares ainda não conseguiram eliminar,
pois em sala de aula os conhecimentos são transmitidos em língua portuguesa.
Esse professor espera que o aluno surdo possa dar conta da comunicação em
língua portuguesa, seja tentando articular lentamente para que o aluno surdo possa
fazer a leitura orofacial e, desse modo compreender os aspectos do léxico e do
semântico da língua portuguesa, ou ainda deixando para que o intérprete de Libras
resolva essa questão. Nesse caso sem as condições adequadas o surdo não poderá
obter desempenho acadêmico em níveis satisfatórios (FERNANDES, 2005).
www.ibrasuperior.com.br 28
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 30
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 31
__________________________________________________ LIBRAS
REFERÊNCIAS
www.ibrasuperior.com.br 32
__________________________________________________ LIBRAS
www.ibrasuperior.com.br 33