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Introdução à

Gestão
Financeira
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Introdução à Gestão Financeira –


Brasília: SEST/SENAT, 2016.

61 p. :il. – (EaD)

1. Administração financeira. 2. Demonstração


financeira. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço
Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 005.915

ead.sestsenat.org.br
Sumário

Apresentação 5

Unidade 1 | Conceitos Básicos de Matemática Financeira 6

1 Introdução 7

2 Formas de Remuneração do Capital 8

2.1 Juros Compostos 8

2.2 Taxa de Juros 9

Atividades 13

Referências 14

Unidade 2 | Sistemas de Amortização de Dívidas 15

1 Introdução 16

2 Amortização de Dívidas 16

Atividades 23

Referências 24

Unidade 3 | Rateio de Custos Comuns 25

1 Introdução 26

2 Rateio de Custos aos Departamentos (Departamentalização) 27

Atividades 35

Referências 36

Unidade 4 | Relação Custo-Volume-Lucro 37

1 Introdução 38

2 O Modelo CVL 38

3 Ponto de Equilíbrio 40

4 Análise CvL Multiprodutos 41

Atividades 44

3
Referências 45

Unidade 5 | Demonstrações Financeiras e Análises por Meio de Indicadores 46

1 Introdução 47

2 Demonstrações Financeiras 48

2.1 Balanço Patrimonial 48

2.1.1 Ativo 49

2.1.2 Passivo e Patrimônio Líquido 49

2.2 Demonstração do Resultado do Exercício 51

2.2.1 Índices de Liquidez 53

2.2.2 Índices de Administração de Ativos 54

2.2.3 Índices de Lucratividade 54

2.2.4 Índices de Valor de Mercado 55

Atividades 58

Gabarito 59

4
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Introdução à Gestão Financeira!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que têm a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

Este curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 5 unidades,
conforme a tabela a seguir.

Unidades Carga Horária


Unidade 1 | Conceitos Básicos de Matemática Financeira 6h
Unidade 2 | Sistemas de Amortização de Dívidas 6h
Unidade 3 | Rateio de Custos Comuns 6h
Unidade 4 | Relação Custo-Volume-Lucro 6h
Unidade 5 | Demonstrações Financeiras e Análises por Meio
6h
de Indicadores

Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato através do e-mail suporteead@sestsenat.org.br.

Bons estudos!

5
UNIDADE 1 | CONCEITOS
BÁSICOS DE MATEMÁTICA
FINANCEIRA

6
Unidade 1 | Conceitos Básicos de Matemática
Financeira

Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) ao curso de Introdução à Gestão Financeira!

Os conceitos básicos de matemática financeira são fundamentais para a gestão das


rotinas financeiras da empresa. É importante que o trabalhador técnico em transporte
conheça os conceitos de remuneração do capital e saiba o que significam juros simples e
compostos.

Os objetivos desta unidade são:

• Apontar as formas de remuneração do capital: juros simples e compostos.

• Identificar os conceitos de taxa nominal e taxa efetiva de juros.

• Definir equivalência de capitais e valor presente.

Bons estudos!

1 Introdução

As pessoas costumam preferir ter disponibilidade de capital hoje a ter no futuro.


Economicamente falando, as pessoas têm preferência pela liquidez, ou seja, as pessoas
preferem ativos financeiros (ações, títulos etc.) ou ativos reais (imóvel, automóvel etc.)
que podem ser convertidos rapidamente em dinheiro. Para que um proprietário de
capital (dinheiro) abra mão de sua disponibilidade de capital, ele precisa ser convencido
a fazê-lo. Isto é, deve-se acenar para o proprietário de capital com uma promessa
atrativa de pagamento futuro. O valor que o proprietário do dinheiro receberá no
futuro deve ser maior do que o valor emprestado, por exemplo.

7
2 Formas de Remuneração do Capital

O ganho extra de dinheiro no futuro deve reconstituir, em

ee termos de poder de compra, o capital imobilizado (capital


emprestado).

A remuneração paga pela imobilização do capital, por um dado período de tempo, é


que se convencionou chamar de juros. Portanto, os juros representam os custos da
imobilização do capital num dado período.

As formas mais usuais de remunerar o capital são: juros simples e juros compostos.
Veremos apenas o regime de juros compostos, o mais utilizado na prática.

2.1 Juros Compostos

No regime de juros compostos, a taxa de juros incide sempre sobre o capital atualizado
(saldo de cada período). Isto é:

Fn= P(1 + i)n

Em que Fn é o valor de resgate (ou valor futuro), P é o valor aplicado (principal), i é a


taxa de juros (constante) e n é o número de períodos de aplicação de P.

hh
Há uma ampla variedade de taxas de juros de mercado. Citamos
as principais encontradas nos jornais de circulação nacional:
taxa de letra do Tesouro; SELIC; taxa de título do Tesouro e taxa
de redesconto. Se você tem mesmo interesse em aprofundar
seus conhecimentos sobre taxas de juros, procure livros-texto
de macroeconomia.

8
ee
O processo de passar valores de hoje para valores futuros é
chamado de capitalização.

2.2 Taxa de Juros

Uma vez definida a forma de capitalização, é


preciso definir o tipo de taxa de juros com que
se quer trabalhar. Há as seguintes formas: taxa
equivalente; taxa nominal e taxa efetiva.

a) Taxas de juros equivalentes

Duas taxas de juros são ditas equivalentes se,


ao serem aplicadas sobre um mesmo principal
P, durante períodos equivalentes, produzirem o
mesmo valor futuro F. Isto é,

Fn = Fk [1.2]

Fn = P(1 + i)n [1.3]

Fk = P(1+ ik )k [1.4]

Sendo que k e n são períodos de aplicação equivalentes, respectivamente, a 12 meses


e um ano e ik e i são taxas de juros.

Substituindo as equações [1.3] e [1.4] em [1.2] e eliminado P para obter:

[1.5]

9
Agora, isolando ik, temos
n
k

i = (1 + i) − 1 [1.6]
k

Desse modo, no regime de juros compostos, a taxa mensal ( ik ) equivalente à taxa de


18% ao ano ( i ) com capitalização anual é igual a ( n = 1, ano; k =12, meses; i = 18%):

ik = (1 + 0,18)

ik = 0,01389 ou ik ≈ 1,39% ao mês.

b) Taxas de juros nominal e efetiva

Uma taxa de juros é dita nominal quando o período em que a taxa está sendo
referenciada não coincide com o período em que sua capitalização (período em que são
feitos os cálculos financeiros para a acumulação do capital) está sendo mencionada.

Para exemplificar, 18% ao ano com capitalização mensal é uma taxa nominal. A taxa
de juros nominal é a taxa mais comumente encontrada nas operações financeiras. No
entanto, deve-se tomar cuidado em relação ao verdadeiro custo da operação financeira,
pois 2% ao mês, capitalizados durante 12 meses, produzem um resultado maior do que
24% ao ano.

Veja o seguinte exemplo. Suponha um principal de R$ 1.000,00 e os seguintes períodos


de capitalização com as respectivas taxas de juros: anual (n = 1, i = 18%) e mensal ( n =
12, i = 1,5%):

Período de Capitalização
Mensal (n = 12, i = 1,5% ) Anual (n = 1, i = 18%)
F12 = P(1+ i)12 F1 = P(1+ i)1
F12 = R$1.000,00(1 + 0,015)12 F1 = R$1.000,00 (1 + 0,18 )
F12 = R$ 1.195,62 F1 = R$1.180,00

Desse modo, como se pode ver, F12 = (R$ 1.195,62) é maior do que F1 = (R$ 1.180,00).

Finalmente, uma taxa de juros é chamada de efetiva se o período em que ela estiver
referenciada for coincidente com o período de capitalização. Ou seja, uma taxa de
2,5% ao mês com capitalização mensal é uma taxa efetiva.

10
c) Equivalência de capitais

Dois ou mais capitais, com datas de vencimento diferentes, são ditos capitais
equivalentes quando forem transportados para uma mesma data, à mesma taxa
de juros, produzirem, nessa data, valores iguais. Vejamos as principais relações de
equivalência de capitais.

Relação entre P e F

O caso mais comum é a relação entre os valores P e F, principal e valor futuro,


respectivamente. A fórmula básica é:

Fn = P(1 + i)n [1.7]

O termo (1+ i)n é o chamado fator de P para F.

Valor Presente

Deseja-se saber qual o valor presente de uma sequência de n parcelas de valor igual a
C j ( j = 1,2,, n ). Diga-se que os C j são diferentes (ou pelo menos um deles é diferente
dos demais).

O valor presente é o valor atual de um fluxo de caixa ou de uma


série de fluxos de caixas futuros. E o caixa (receita total menos
custos totais) que a empresa gera durante algum período
específico é denominado fluxo de caixa.

A fórmula para calcular o valor presente P da sequência de parcelas Cj é:

[1.8]

n
P=∑
j=i

11
Por definição, os números sob o eixo
horizontal representam os períodos Entradas de caixa
de tempo (meses, trimestres, anos
etc.). As setas orientadas para
baixo representam pagamentos,
desembolsos (saídas de caixa).
As setas orientadas para cima 0 1 2 3 4 5
representam recebimentos (entradas
de caixa). O período zero, um período
imediatamente anterior ao período Saída de caixa
1, pode ser um lapso de tempo. Por
definição, o valor presente refere-se ao período zero.

Concluindo

O conhecimento dos juros e das técnicas de equivalência de capitais é


muito importante para o gerenciamento do caixa e dos investimentos das
empresas. As entradas e saídas de recursos financeiros são representadas
no fluxo de caixa, importante instrumento para a tomada de decisão.

12
Atividades

aa
1) 1) Julgue verdadeiro ou falso. Se a inflação for nula, haverá
diferença entra a taxa real e a taxa nominal de juros.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O termo (1+i)n é chamado fator


de F para P.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

13
Referências

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2009.

BREALEY, E. F.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: McGraw-Hill,


1992.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2001.

BRIGHAM, E. F. ; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2004.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo:


Atlas, 2001.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.

PARENTE, E.; CARIBÉ, R. Matemática comercial & financeira. São Paulo: FTD, 1996.

PUCCINI, A. L. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,


1999.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. São


Paulo: Atlas, 2001.

14
UNIDADE 2 | SISTEMAS DE
AMORTIZAÇÃO DE DÍVIDAS

15
Unidade 2 | Sistemas de Amortização de Dívidas

Nesta unidade serão apresentados os dois sistemas mais utilizados para o reembolso
de empréstimos e financiamentos tomados pelas empresas, em geral, junto aos bancos
e instituições financeiras. Portanto, tenha em mente que o objetivo desta unidade é
conhecer os sistemas mais utilizados de amortização de dívidas.

Bons estudos!

1 Introdução

Muitas vezes, usa-se capital de terceiros para


complementar os recursos necessários para
realizar projetos de investimento e também
para obter capital de giro, que se refere ao
dinheiro para tocar a empresa.

Normalmente, o capital usado nos projetos


de investimento é suprido por instituições
financeiras (bancos privados, bancos de
desenvolvimento etc.) segundo taxas de
juros e regras específicas.

Uma vez que os empréstimos geram obrigações futuras, impactando o caixa da


empresa, caberá ao gestor financeiro avaliar e decidir qual sistema de amortização
escolher para reembolsar o empréstimo.

2 Amortização de Dívidas

Brigham e Houston (1999, p. 232) lembram que a palavra amortização vem do latim
mors, que significa morte; portanto, um empréstimo amortizado é um empréstimo
que é “morto” no decorrer do tempo.

16
Define-se prestação como:

Prestação = Amortização + Juros

Então, estudaremos dois sistemas de amortização:

• Sistema francês de amortização (Tabela Price).

• Sistema de amortização constante (SAC).

O sistema francês – também conhecido como sistema de amortização progressiva – e


o SAC são os dois sistemas mais utilizados no Brasil.

a) Sistema francês de amortização

A premissa básica deste sistema é que as prestações ( ) são constantes, isto é:

pk = Jk + ak , k = 1,2,3,...n [2.1]

Onde Jk, são os juros, ak é a amortização e pk é a prestação.

Para o cálculo das prestações, que são constantes, usa-se a seguinte expressão:

[2.2]

Onde é o valor da prestação constante, S é o montante do empréstimo, i é a taxa de


juros e n é o horizonte de tempo do empréstimo.

A seguir, apresentamos uma planilha de amortização, chamada Tabela Price, do sistema


francês.

Na primeira coluna aparece o período (horizonte de tempo) do empréstimo. O


período zero corresponde ao período da contratação do empréstimo e S é o valor do
empréstimo.

A segunda coluna traz o valor das prestações, calculado com o auxílio da equação [2.2].
Os valores dos juros e da amortização, período a período, aparecem na terceira e na
quarta colunas, respectivamente. Na última coluna, figura o saldo devedor, sendo que
Sn = 0.

17
Período Prestação juros Amortização Saldo Devedor
0 - - - S
1 p1 = J1 + a1 J1 = iS a1 = p1 − J1 S1 = S − a1
2 p2 = J 2 + a2 J2 = iS1 a2 = p2 − J2 S2 = S1 − a2
3 p3 = J3 + a3 J3 =iS2 a3 = p3 − J3 S3 = S2 − a3
k pk = Jk + ak Jk = iSk −1 ak = pk − Jk Sk = Sk −1 − ak
n pn = Jn + an Jn = iSn−1 an = pn − Jn Sn = Sn−1 − an

b) Sistema de amortização constante (SAC)

A característica deste sistema é a de amortizações ( ) constantes, ou seja:

[2.3]

O saldo devedor no período n é dado por

Sn = Sn−1 − [2.4]

Abaixo é mostrada uma planilha de amortização do SAC. Note-se que:

a) O valor das prestações cai ao longo do tempo, porque o saldo devedor cai e, logo,
os juros caem.

b) O saldo devedor no período n é igual a zero (Sn = 0).

Período Prestação juros Amortização Saldo Devedor


0 - - - S

1 p1 = J1 + a1 J1 = iS S1 = S −

J2 = iS1
2 p2 = J 2 + a2 S2 = S − 2
J2 = J1 − i
3 p3 = J3 + a3 J3 =iS2 S3 = S − 3
Jk = iSk −1
k pk = Jk + ak Sk = S − k
Jk = Jk −1 − i
pn = Jn + an Jn = iSn−1
n Sn = S − n
pn = Jn + Jn = Jn −1 − i

18
c) Empréstimo com carência

É muito conveniente do ponto de vista do tomador de empréstimo ter um período


de carência para amortização da dívida. É importante frisar que durante o período de
carência apenas os juros obtidos pela incidência da taxa de juros sobre o saldo devedor
são devidos.

Alguns tipos de carência são:

a) Durante o prazo de carência, apenas os juros sobre o principal são pagos.

b) Durante o prazo de carência, não há pagamento, nem de juros sobre o saldo


devedor, nem da amortização do principal. Dessa forma, os juros devidos são
somados ao saldo devedor, resultando num saldo devedor maior.

Veja os seguintes exemplos:

Exemplo 1

Um banco liberou para uma empresa de transporte de cargas, a título de


financiamento para a aquisição de um caminhão, R$ 100.000,00, sem prazo
de carência. A taxa de juros cobrada pelo banco é de 1% ao mês. O
empréstimo deve ser pago em cinco parcelas mensais. Elaborar planilhas
de pagamentos no sistema SAC e PRICE.

Solução

No sistema SAC, o valor da amortização é constante, calculado assim:

19
Em $

Período Prestação Amortização juros Saldo


0 - - - 100.000,00
1 21.000,00 20.000,00 1.000,00 80.000,00
2 20.800,00 20.000,00 800,00 60.000,00
3 20.600,00 20.000,00 600,00 40.000,00
4 20.400,00 20.000,00 400,00 20.000,00
5 20.200,00 20.000,00 200,00 0,00

No sistema francês (PRICE), o valor da prestação é constante, calculado por meio da


fórmula [2.2] acima.

Portanto:

A planilha é:

Em $

Período Prestação Amortização juros Saldo


0 - - - 100.000,00
1 20.603,98 19.603,98 1.000,00 80.396,02
2 20.603,98 19.800,02 803,96 60.596,00
3 20.603,98 19.998,02 605,96 40.597,98
4 20.603,98 20.198,00 405,98 20.399,98
5 20.603,98 20.399,98 204,00 0,00

20
Exemplo

Um grande Centro de Distribuição financiou um investimento de $10


milhões por um prazo de seis anos, com dois anos de carência. A taxa de
juros é de 10% ao ano. Fazer a projeção das prestações utilizando o método
francês para os casos: (a) pagamento de juros durante o período de carência;
e (b) ausência de pagamentos de juros durante o período de carência.

Solução (para o cálculo das prestações utiliza-se a fórmula [2.2] acima):

Caso (a): Pagamento de juros durante o período de carência

Período Prestação Amortização juros Saldo


0 - - - 10.000.000,00
1 - - 1.000.000,00 10.000.000,00
2 - - 1.000.000,00 10.000.000,00
3 3.154.708,04 2.154.708,04 1.000.000,00 7.845.291,96
4 3.154.708,04 2.370.178,84 784.529,20 5.475.113,12
5 3.154.708,04 2.607.196,72 547.511,31 2.867.916,40
6 3.154.708,04 2.867.916,40 286.791,64 0,00

Caso (b): Ausência de pagamento de juros durante o período de carência

Em $

Período Prestação Amortização juros Saldo


0 - - - 10.000.000,00
1 - - 1.000.000,00 11.000.000,00
2 - - 1.100.000,00 12.100.000,00
3 3.817.196,72 2.607.196,72 1.210.000,00 9.492.803,28
4 3.817.196,72 2.867.916,40 949.280,33 6.624.886,88
5 3.817.196,72 3.154.708,04 662.488,69 3.470.178,84
6 3.817.196,72 3.470.178,84 347.017,88 0,00

Note-se que os juros referentes aos períodos 1 e 2 são incorporados ao saldo devedor.

21
Concluindo

As prestações no sistema de amortização constante (SAC) caem com o


tempo. No sistema francês (Tabela Price) as amortizações sobem à medida
que a dívida é saldada, porque os juros caem.

Finalmente, cabe ressaltar que do saldo devedor é somente deduzido o


valor da amortização, quer no sistema francês, quer no SAC.

22
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Um empréstimo amortizado é
um empréstimo que é “morto” no decorrer do tempo?

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2)Julgue verdadeiro ou falso. Seja o SAC. Para o cálculo das


prestações dividimos o valor do empréstimo pelo horizonte
de tempo do empréstimo?

Verdadeiro
( ) Falso
( )

23
Referências

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2009.

BREALEY, E. F.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: McGraw-Hill,


1992.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2001.

BRIGHAM, E. F. ; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2004.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo:


Atlas, 2001.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.

PARENTE, E.; CARIBÉ, R. Matemática comercial & financeira. São Paulo: FTD, 1996.

PUCCINI, A. L. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,


1999.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. São


Paulo: Atlas, 2001.

24
UNIDADE 3 | RATEIO DE CUSTOS
COMUNS

25
Unidade 3 | Rateio de Custos Comuns

Esta unidade focaliza a atenção no rateio de custos com finalidades de controle e


planejamento das atividades da empresa.

Desse modo, estudaremos o rateio de custos para os departamentos. Serão apresentados


os seguintes métodos de rateio de custos: método direto; método progressive; e método
recíproco, ou método de alocação sequencial.

Bons estudos!

1 Introdução

O conhecimento dos custos dos serviços e


dos produtos na empresa é de fundamental
importância para o gerenciamento da
organização. Conhecer quais são as rubricas de
custos e qual é o departamento responsável
por cada uma delas auxilia na tarefa de fixar
preços para produtos e serviços da empresa.
Os métodos de rateio permitem dividir pelos
diversos departamentos da empresa aqueles
custos que não são diretamente relacionados
ao processo de produção do produto ou serviço. São os custos chamados de comuns
ou custos indiretos.

26
2 Rateio de Custos aos Departamentos (Departamentalização)

Custos comuns são custos de facilidades, produtos ou serviços compartilhados


(IUDÍCIBUS, 1998, p. 129; MAHER, 2001, p. 231).

O rateio de custos representa a atribuição de um custo comum a um objeto do custo,


segundo certa base de rateio. Por sua vez, um objeto do custo representa itens aos
quais custos são atribuídos.

Geralmente, em empresas, os objetos do custo são os departamentos.

Os departamentos apresentam custos diretos e indiretos:

a) Qualquer custo que pode ser relacionado diretamente com um objeto de custo é
um custo direto.

b) Qualquer custo que não pode ser relacionado diretamente com um objeto de
custo é um custo indireto.

Os departamentos são divididos em


departamento de serviço e departamento
usuário. Por definição, os departamentos
de serviços são aqueles que fornecem
serviços a outras unidades na empresa, e os
departamentos usuários utilizam os serviços
dos departamentos de serviços.

Os custos dos departamentos de serviços são distribuídos aos departamentos usuários


por meio de rateio. Portanto, o rateio de custo representa a atribuição de um custo do
departamento de serviço a um departamento usuário, segundo certa base de rateio.
Uma base de rateio é uma medida relacionada com dois ou mais departamentos
usuários, utilizada para ratear custos dos departamentos de serviços a esses objetos.

27
Tipicamente, em uma empresa transportadora de cargas existem os seguintes
departamentos de serviços e departamentos usuários:

Departamentos de serviços Departamentos usuários


Financeiro Transporte
Comercialização Armazenagem
Administração geral Embalagem e manuseio de cargas
Manutenção de caminhões Consolidação de cargas
Atendimento ao cliente -

Os departamentos são constituídos por centro de custos (um ou mais). Centro de


custos é a unidade mínima de acumulação de custos indiretos.

A escolha da base de rateio é a fase mais difícil do rateio de

cc custos, de acordo com a qual os custos serão rateados aos


departamentos usuários. Autores observam que por mais que a
base de rateio possa parecer razoável, sempre existirá certo
grau de arbitrariedade (IUDÍCIBUS, 1998; MAHER, 2001).

Usualmente, os custos dos departamentos de serviços são rateados com base em


direcionadores de custos, ou seja, fatores que causam custos. Exemplos são: horas de
mão de obra; horas-máquina; salários pagos; área ocupada; quantidade transportada,
quantidade embalada e consolidada etc. Contudo, nem sempre é viável estabelecer
direcionadores de custos.

É altamente recomendado que se estabeleça uma relação de causa e efeito entre o


objeto do custo (departamento ou produto) e o custo, e que se use um direcionador
(fator) de custo que reflita essa relação. Esses procedimentos constituem a base de
rateio da empresa.

A seguir, apresentam-se três categorias típicas de custos comuns de empresas


transportadoras de cargas, relacionadas com bases de rateio.

28
Categoria (relacionado com) Custo comum Base de rateio usual
Quantidade de
Mão de obra Supervisão
empregados
Manutenção dos
Máquinas Horas-máquinas
equipamentos
Serviços Manuseio de cargas Manuseio de cargas

Lembre-se que um direcionador de custo constitui uma boa base

ee de rateio, mas nem sempre é viável encontrar ou medir


direcionadores de custos.

I - Métodos de rateio

Os métodos usuais de rateio dos custos dos departamentos de serviços são:

a) Método direto.

b) Método progressivo.

c) Método recíproco.

II - Método direto

O método direto de rateio de custos ignora os departamentos de serviços intermediários,


se houver. Em outras palavras, não há rateio de custos entre os departamentos de
serviços. Os custos dos departamentos de serviços são atribuídos diretamente aos
departamentos usuários. Daí a denominação método direto.

Podemos representar o método direto da seguinte forma: sejam S1, S2 e S3 três


departamentos de serviços de certa empresa transportadora de cargas. Ela possui dois
departamentos usuários: de armazenagem e de entrega de cargas.

Os custos totais dos departamentos usuários seriam dados por

[3.1]

29
Onde, CTDUu é o custo total do departamento usuário u , CDUu é o custo próprio do
departamento usuário u , ls são percentuais (fatores) de rateio e CDSs é o custo do
departamento de serviços s que será rateado. Como observado anteriormente, a
determinação dos ls pois depende da base de rateio.

III - Método progressivo

Muitas vezes o método direto é criticado porque não considera as relações funcionais
entre os departamentos de serviços. O método de rateio progressivo procura remediar
essa suposta deficiência, reconhecendo uma parte dos serviços que departamentos de
serviços prestam a outros departamentos de serviços.

Por definição, departamentos de serviços que tiveram seus


custos rateados não recebem rateios de custos de outros
departamentos de serviços.

Muitas empresas adotam a seguinte estratégia: iniciam com o departamento que


presta a mais alta percentagem de seu serviço total a outros departamentos de serviço.

O método progressivo funciona assim: suponha que na Transportadora Irmãos Brothers


S.A. haja três departamentos de serviços, isto é, S1, S2 e S3. Os custos desses
departamentos em 2006 foram respectivamente:

Departamento Custo ($)


S1 40.000,00
S2 35.000,00
S3 25.000,00
Total 100.000,00

Sabe-se que o departamento de serviços S2 consome 50% dos serviços do departamento


S1 e 75% do departamento S3. O departamento S3 consome 10% de cada um dos dois
outros. O departamento S1 não usa serviços dos demais departamentos de serviços.
Essa empresa tem dois departamentos usuários, U1 e U2 (armazenagem e manuseio
de cargas e entrega de cargas, respectivamente) com custos próprios, no ano de 2006,
de $ 65.000,00 e $ 55.500,00, nesta ordem.

30
Então, de acordo com o método progressivo, 75% dos custos do departamento
de serviços S3 vão para o S2 e 25% restantes são distribuídos aos departamentos
usuários. Cinquenta por cento dos custos do departamento S1 destinam-se ao S2 e os
50% restantes vão para os dois departamentos usuários.

Lembre-se que de acordo com o método progressivo, o departamento de serviços que


teve uma vez seus custos rateados não recebe custos de rateio de outros departamentos
de serviços. Posto isto, os custos totais dos departamentos de serviços S1 e S3, CTDSs
( s = 1,3 ), seriam dados por

CTDS1 = CDS1 [3.2]

CTDS3 = CDS3

Onde, CDSs ( s = 1,3 ) representa os custos próprios dos departamentos.

Por outra parte, os custos totais do departamento de serviços S2, CTDS2, seriam dados
por:

CTDS2 = CDS2 + pCTDS3 + r CTDS1 [3.3]

Onde CDS2 representa os custos próprios do departamento de serviços S2 e, neste


exemplo, ∏ = 75% e p = 50% ( ∏ e p são fatores de rateio).

Agora, podemos calcular os custos totais dos departamentos usuários,

CTDUu , U1 e U2, assim:

CTDUu = CDUu + l3 (1−p )CTDS3 + l2CTDS2 + l1(1− r )CTDS1 , u = 1,2 [3.4]

Onde ls ( s = 1,2,3 ) são fatores de rateio, com diferentes bases de rateio.

As demais variáveis foram definidas anteriormente.

31
Tabela 1: Cálculo referente ao rateio de custos

Departamento custo
Rateio
de serviço próprio
Departamentos
S1 S2 S3
usuários
S1 ($) 40.000,00 - 20.000,00 - 20.000,00
S2 ($) 35.000,00 - - - 35.000,00
S3 ($) 25.000,00 - 18.750,00 - 6.250,00
Total ($) 100.000,00 38.750,00 - 61.250,00
38.750,00
100.000,00

Note-se que a totalidade dos custos dos departamentos de serviços ($ 100.000,00)


será distribuída aos departamentos usuários, sendo que o departamento S2, além
de repassar seu próprio custo, transfere os custos que recebeu de S1 e S3. Os
departamentos usuários U1 e U2 receberão esses custos, dados os fatores de rateio.

IV – Método recíproco

O método recíproco parece ser mais completo, pois faz rateios entre departamentos
de serviços quando prestam serviços uns aos outros. Pode-se dizer que esse método
traduz o processo real de troca de serviços entre departamentos que acontece nas
empresas.

Para a resolução do método recíproco é requerido o uso de

ee álgebra matricial e conceitos sobre matrizes. Vale assinalar que


este método é também conhecido por método da solução
simultânea, pelo fato de implicar a solução de um sistema de
equações.

Três passos sintetizam o método recíproco:

a) Expressar os custos dos departamentos de serviço e a relação recíproca entre


eles na forma de um sistema de equações lineares.

32
b) Resolver o sistema de equações simultâneas para obter o custo completo de
cada departamento de serviço.

c) Alocar o custo completo de cada departamento de serviço a todos os outros


departamentos da empresa na base dos fatores de rateio.

Veja o seguinte exemplo.

A empresa Transportadora SMRN Ltda. presta três tipos de serviços (produção):


armazenagem (P3), entrega de cargas perigosas (P2) e entrega de cargas não-perigosas
(P1). A empresa tem dois departamentos de serviços, S1 e S2. Em 2007, os três
departamentos de produção (ou departamentos usuários) e os dois departamentos de
serviços incorreram nos seguintes custos:

P1 P2 P3 S1 S2
$ 120.000 $ 312.500 $ 390.000 $ 67.000 $ 59.500

A matriz de utilização de serviços entre os departamentos é:

Departamento Departamentos
de Serviços S1 S2 P1 P2 P3
S1 - 0,40 0,30 0,20 0,10
S2 0,10 - 0,20 0,15 0,55

A matriz acima diz que o departamento de serviço S1 consome 40% dos custos do
departamento S2, por exemplo. Os custos restantes de S2 são distribuídos entres os
departamentos P1 (30%), P2 (20%) e P3 (10%).

O objetivo é ratear os custos dos departamentos de serviços a P1, P2 e P3. Em primeiro


lugar, usando as informações das tabelas acima, escrevemos:

S1 = 67.000 + 0,40 S2

S 2 = 59 .500 + 0,01 S1

Este sistema de equações também pode ser escrito assim:

67 .000 = S1− 0,40 S2

59.500 = −0,10S1+ S2

33
Ou, ainda, na forma matricial:

Resolvendo para S1 e S2 com o emprego da regra de Cramer, temos que S1 = 94.583 e


S 2 = 66.958.

hh A regra de Cramer é um método de resolução de matrizes.

Depois disto, facilmente podemos calcular o rateio de S1 e S2 para P1, P2 e P3,


conforme abaixo:

P1 = 0,30S1+ 0,20S2

P2 = 0,20 S1+ 0,15S2

P3 = 0,10S1+ 0,55S2

Concluindo

A escolha de um método de rateio ou de outro dependerá dos benefícios e


custos de sua implantação, operação e manutenção. As deficiências dos
métodos direto, progressivo e recíproco são:

Direto Progressivo Recíproco


Ignora os Ignora parcialmente
serviços que os os serviços que os
Método
departamentos de departamentos de
relativamente caro.
serviço prestam uns serviço prestam uns
aos outros. aos outros.

34
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Em empresas os objetos do
custo costumam ser os departamentos.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O método direto de rateio de


custos ignora os departamentos de serviços intermediários,
se houver.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

35
Referências

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2009.

BREALEY, E. F.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: McGraw-Hill,


1992.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2001.

BRIGHAM, E. F. ; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2004.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo:


Atlas, 2001.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.

PARENTE, E.; CARIBÉ, R. Matemática comercial & financeira. São Paulo: FTD, 1996.

PUCCINI, A. L. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,


1999.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. São


Paulo: Atlas, 2001.

36
UNIDADE 4 | RELAÇÃO CUSTO-
VOLUME-LUCRO

37
Unidade 4 | Relação Custo-Volume-Lucro

Nesta unidade, é apresentada a análise


Custo-Volume-Lucro (CVL) e discute-se o
seu uso na tomada de decisões gerenciais.
Assim, apresentaremos o modelo de custo-
volume-lucro para o cálculo do ponto de
equilíbrio da produção da empresa.

Bons estudos!

1 Introdução

A análise custo-volume-lucro (CVL) é o estudo das inter-relações entre custos e volume


de vendas e da forma como eles impactam o lucro.

2 O Modelo CVL

Primeiramente, vamos definir lucro.

O lucro (L) é igual à receita total (RT) menos o custo total (CT). Na forma matemática
temos:

L = RT - CT [4.1]

A receita total é simplesmente o preço do produto ou serviço (P) pela quantidade


vendida ou demandada (Q):

RT = P x Q [4.2]

38
O custo total pode ser dividido em um componente fixo (F), que não varia com
alterações no volume produzido dentro de um intervalo relevante (curto prazo), e em
um componente que varia com o volume produzido (CV):

CT = F + CV [4.3]

O custo variável é igual ao produto do custo variável unitário (u) pela quantidade
produzida e vendida (Q). Portanto, a equação do custo total pode ser escrita assim:

CT = F + uQ [4.4]

É importante assinalar que:

a) u = custo variável unitário de produção + custo variável unitário de marketing +


custos variáveis unitários administrativos.

b) F = custos fixos de produção + custos fixos de marketing + custos fixos


administrativos no período.

c) Q = quantidade produzida e vendida (demandada).

Agora, substituindo as equações [4.2] e [4.4] em [8.1] para obter:

L = P × Q − (F +uQ) [4.5]

Ou ainda, colocando Q em evidência, obtemos:

L = (P −u)× Q − F [4.6]

O termo (P −u) × Q da equação [4.6] é a chamada margem de contribuição, diferença


entre receitas e custos variáveis. Ou seja, é a quantia com que as unidades vendidas
contribuem para cobrir os custos fixos e gerar lucro.

Pode-se estar interessado em calcular o valor das vendas, no lugar da quantidade


produzida e vendida, para um dado lucro L. Utilizando [4.6], fazendo L = e isolando Q
para obter:

[4.7]

Então, a equação [4.7] fornece a quantidade produzida e vendida ao nível de lucro .

39
O cálculo para o valor das vendas é facilmente feito a partir de [4.7]. Primeiro, vamos
multiplicar essa equação por P:

[4.8]

Depois, vamos dividir o numerador e o denominador do lado direito de [4.8] por P,


assim:

[4.9]

Ou, ainda (note-se que cancelamos P no numerador),

[4.10]

3 Ponto de Equilíbrio

O ponto de equilíbrio, também denominado de ponto de ruptura ou break-even point,


é o volume de vendas, QPE , para o qual o lucro é zero.

$ Ponto de equilíbrio
RT

Lucro
CT

PE

Prejuízo
CF

Q* Q

Fazendo = 0 nas equações [4.7] e [4.10], temos:

, em unidades, ou [4.11]

, em valor das vendas. [4.12]

40
Como o ponto de equilíbrio é o volume para o qual RT= CT , então:

d) Se Q < QPE , a firma incorre em prejuízo.

e) Se Q > QPE , a firma obtém lucro.

4 Análise CvL Multiprodutos

Sabe-se que muitas empresas produzem muitos produtos (ou ofertam diversos
serviços) com os mesmos ativos. Neste caso, a equação do lucro é dada por:

L = (P1 −u1)Q1 + (P2 −u2 )Q2 + ... + (Pn −un )Qn − F [4.13]

Onde Pi , ui e Qi é o preço, a margem de contribuição unitária e a quantidade do produto


i (=1,2,...,n), respectivamente. F denota os custos fixos.

A análise CVL, portanto, torna-se complexa. O número de soluções possíveis é grande,


porque muitas combinações de produtos produzirão o mesmo lucro.

Na prática, para se calcular o ponto de equilíbrio, costuma-se usar um dos seguintes


critérios:

a) Combinação fixa de produtos.

b) Margem de contribuição ponderada.

É importante destacar que os parâmetros para qualquer dos

ee dois critérios apresentados acima podem ser obtidos de dados


históricos da empresa. É importante destacar que os parâmetros
para qualquer dos dois critérios apresentados acima podem ser
obtidos de dados históricos da empresa.

41
Histórico de uma Empresa

Caracteristicas
% UR$ R$
da operação
Despesas financeiras
Registro DI 20% 23,29 50,00
Despesas c/ desembarque
Desconsolidação
10% 50 10,69
da carga
Lideração de B/L 1,6% 50 106,89
Despesa no desembaraço
Imposto de
20% 2.486,29 5.315,18
importação
IPI 35% 5.221,20 11.161,89
PIS 1,65% 275,96 589,94
COFINS 7,60% 1.271,08 2.717,31
Armazenagem 10% 9.254,52 19.784,32
Despachante +
5% 0 0
ISS
CPMF
25,4% 22.362,86 47.807,06
DINTERCOM
Nota fiscal de entrada
Crédito de IPI 16,5% 28.164,56 41.642,24

Suponha uma transportadora de cargas que oferte dois produtos, Q1 (entrega de


encomendas) e Q2 (armazenamento e embalagem de cargas). A equação lucro dessa
firma é dada por:

L = (P1 −u1)Q1 + (P2 −u2 )Q2 − F [4.14]

Historicamente, a participação de Q1 nas vendas é λ e, logo, a de Q2 é (1− λ), isto é:

[4.15]

42
[4.16]

Das expressões [4.15] e [4.16] facilmente conclui-se que, por exemplo, Q1 = ,Q2 ) .

Feito isso, podemos substituir Q1 em [4.14] e dados L ( = 0 ), P1, P2, u1 e u2 encontramos


Q2 , que equilibra receita total e custo total. Dado Q2 , Q1 pode ser obtido a partir de
[4.15], por exemplo.

Concluindo

A estrutura de custos de uma firma é definida como a proporção de custos


fixos e dos custos variáveis em relação ao custo total. Vimos que a estrutura
de custos de uma firma tem efeito significativo sobre a sensibilidade de
seu lucro a alterações na quantidade vendida. Quanto mais altos os custos
fixos de uma firma, mais alto é seu ponto de equilíbrio. Como regra geral,
firmas que têm baixos custos fixos adaptam-se mais facilmente a alterações
da demanda por seus produtos do que firmas com altos custos fixos.

A análise CVL ajuda a pensar sobre como administrar uma empresa. O


modelo fornece informações sobre os reflexos, no lucro, dadas variações
no preço de venda, no volume e nos custos fixos e variáveis. A análise CVL
assume linearidade da função lucro, o que pode não ser verdade. De todo
modo, a análise CVL é uma ferramenta poderosa a serviço dos gestores
administrativos e financeiros (IUDÍCIBUS, 1998; MAHER, 2001).

43
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A margem de contribuição é
definida como a diferença entra receitas e custos variáveis.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. O cálculo do ponto de equilíbrio


financeiro é uma importante aplicação do modelo CVL.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

44
Referências

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2009.

BREALEY, E. F.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: McGraw-Hill,


1992.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2001.

BRIGHAM, E. F. ; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2004.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo:


Atlas, 2001.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.

PARENTE, E.; CARIBÉ, R. Matemática comercial & financeira. São Paulo: FTD, 1996.

PUCCINI, A. L. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,


1999.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. São


Paulo: Atlas, 2001.

45
UNIDADE 5 | DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS E ANÁLISES POR
MEIO DE INDICADORES

46
Unidade 5 | Demonstrações Financeiras e Análises
por Meio de Indicadores

Nesta quinta e última unidade,


estudaremos as principais demonstrações
contábeis de uma empresa e como elas
são utilizadas para avaliar o desempenho
da empresa. Certifique-se de alcarnçar o
seguintes objetivos:

• Apontar as principais demonstrações


contábeis de uma empresa.

• Identificar as demonstrações
contábeis para a tomada de decisões.

1 Introdução

Saliente-se que não nos concentraremos em como as demonstrações contábeis são


elaboradas, pois a contabilidade se encarrega disto. No entanto, vale a pena saber por
que elas surgiram. Algumas razões foram:

a) Risco de crédito: surgiu devido à necessidade de melhor avaliar a capacidade de


pagamentos do tomador de empréstimos.

b) Realização de investimentos por meio de retenção de lucros: surgiu devido à


necessidade de determinação do lucro.

c) Rentabilidade do negócio: surgiu devido à necessidade de avaliar com que


eficiência econômico-financeira o negócio estava sendo administrado.

d) Arrecadação de impostos: surgiu devido à necessidade de apurar o lucro com


vistas ao cálculo de impostos.

47
Há três formas legais básicas de organização de negócios. São

ee elas: a firma individual, a sociedade limitada e a sociedade


anônima.

Denomina-se firma individual a empresa de propriedade de uma pessoa e operada


para seu próprio lucro (transportadores autônomos, por exemplo).

Uma sociedade limitada é caracterizada por um negócio de propriedade de uma ou


mais pessoas e operado com fins lucrativos.

Uma sociedade anônima é uma entidade criada por lei – os proprietários de uma
sociedade anônima são seus acionistas, cuja propriedade é evidenciada por ações.

2 Demonstrações Financeiras

Estudaremos duas demonstrações contábeis fundamentais. São elas: Balanço


patrimonial (BP); Demonstração do resultado do exercício (DRE).

2.1 Balanço Patrimonial

O balanço patrimonial indica o que a empresa possui e a forma como tudo o que possui
é financiado. Resumidamente, o balanço patrimonial é dividido em três partes, a saber:

Balanço Patrimonial
2) Passivo
1) Ativo
3) Patrimônio dos acionistas

48
2.1.1 Ativo

O ativo constitui-se em todos os bens e direitos de propriedade da empresa, em termos


monetários, que representam benefícios presentes ou futuros para a empresa.
Classificam-se bens e direitos da seguinte forma:

Bens Direitos
Contas a receber, Duplicatas a receber,
Máquinas, Terrenos, Dinheiro,
Títulos a receber, Ações Títulos do
Estoques, Ferramentas, Veículos,
governo, Depósitos bancários, Títulos
Tratores, Instalações etc.
de crédito, etc.

ee
Assinale-se que a empresa relacionará como ativo somente
aquilo que for de sua propriedade, sobre o qual ela tem domínio.

Pode-se alugar um caminhão e ter posse sobre ele, mas não se tem a propriedade.
Assim, o caminhão alugado não é um ativo para a empresa.

Vale dizer que há certos bens que não são evidenciados no ativo da empresa, como
por exemplo, o caso de marcas de produto – bens intangíveis (incorpóreos), pois quase
sempre não se pode mensurá-los monetariamente.

2.1.2 Passivo e Patrimônio Líquido

Em termos gerais, o passivo relata as dívidas e as obrigações da empresa. Muitas vezes,


chama-se o passivo de passivo exigível, pois no momento em que a dívida ou obrigação
vencer, será reclamada (exigida) sua liquidação.

O patrimônio dos acionistas, também denominado patrimônio líquido ou capital


próprio, evidencia os recursos dos proprietários aplicados no empreendimento. Na
verdade, o patrimônio dos acionistas é obtido residualmente pela diferença entre

49
os ativos e os passivos da empresa. Ou seja, se uma transportadora de cargas, num
determinado ano, tiver $ 50 mil de direitos, $ 50 mil de bens e $ 60 mil de obrigações,
o patrimônio dos acionistas será de $ 40 mil (riqueza líquida).

O patrimônio líquido (PL) da empresa é acrescido por dois motivos principais:

a) Novos aportes de capital por parte dos proprietários.

b) Rendimentos resultantes do capital aplicado, ou lucro.

O lucro pertence aos proprietários que investiram na empresa, é a remuneração do


capital investido. Normalmente, uma fração do lucro é distribuída para os donos da
empresa e outra fração é reinvestida no negócio. A parcela retida é adicionada ao
patrimônio dos acionistas.

Reescrevemos o balanço patrimonial assim:

Balanço Patrimonial
2) Passivo (obrigações a pagar)

1) Ativo (bens e direitos)


3) Patrimônio líquido Capital social
Lucros acumulados

Costuma-se também denominar o passivo exigível de capital de terceiros – recurso de


indivíduos e de outras empresas emprestado para a empresa, como dívidas com bancos,
financeiras, fornecedores de matéria-prima e governo, principalmente impostos.

Então, no passivo relacionam-se duas fontes (origens) de capital: uma interna (capital
próprio) e outra externa (capital de terceiros). No ativo são relacionadas as aplicações
dos capitais.

50
Por fim, diga-se que o balanço patrimonial das empresas, por força de lei, deve ser
apresentado assim:

Denominação da empresa
Balanço Patrimonial
Data de encerramento: XX/XX/XX
Ativo Passivo e Patrimônio Líquido (PL)
Ano Ano
Ano atual Ano atual
Anterior Anterior
Bens Passivo
Direitos PL

Os ativos são ordenados conforme sua liquidez, isto é, o tempo que leva para convertê-
los em caixa (dinheiro). As obrigações são dispostas conforme a ordem cronológica em
que devem ser pagas.

2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Outra importante peça contábil das empresas é a demonstração do resultado do


exercício (DRE). O exercício social tem duração de um ano. A cada ano é apurado o
resultado, se houve prejuízo ou lucro. Diga-se que a DRE pode cobrir qualquer período
de tempo, mas comumente é preparada mensal, trimestral ou anualmente.

51
A estrutura da DRE comumente encontrada é a seguinte:

DRE Ano atual Ano anterior


Receita
(-) Custo, excluindo depreciação
(-) Depreciação
Lucro antes de juros e impostos (EBIT)
(-) Juros
Lucro antes de impostos (EBT)
(-) Impostos
Lucro líquido

A receita oriunda dos produtos vendidos aparece no topo da DRE. Da receita são
deduzidos os diversos custos para obter o chamado EBIT (lucro antes de juros e
impostos), inclusive a depreciação. O lucro líquido disponível para os proprietários é
obtido após as deduções de juros e impostos.

hh
Muitas vezes, a DRE traz na parte inferior da demonstração a
informação sobre dividendos por ação. E na chamada última
linha aparecem os lucros por ação, considerada a informação
mais importante da DRE.

Diga-se que a DRE é um importante instrumento de controle financeiro. Projeções da


DRE são comparadas com demonstrações reais. Por exemplo, se as receitas estiverem
abaixo do esperado e, pior ainda, se os custos estiverem acima dos níveis previstos,
então medidas corretivas precisam ser implementadas antes que o problema financeiro
se agrave.

Por fim, cabe assinalar que enquanto o balanço patrimonial é

ee geralmente visto como uma fotografia num dado instante, a


demonstração de resultados relata as operações da empresa ao
longo de determinado período de tempo.

52
As demonstrações contábeis são de grande valia para a interpretação do comportamento
financeiro das empresas e para a previsão de seus eventos financeiros futuros. Isso
pode ser obtido por meio dos índices financeiros.

Estudaremos as seguintes classes de índices: liquidez; de administração de ativos; de


administração do exigível; de lucratividade e de valor de mercado.

2.2.1 Índices de Liquidez

Um ativo é dito líquido quando pode


ser rapidamente convertido em caixa
a um preço de mercado vigente. A
posição de liquidez de uma empresa
leva em consideração esse conceito. Os
dois índices de liquidez normalmente
utilizados são os seguintes: índice de
liquidez corrente e índice de liquidez seca.
Estes indicadores são especialmente
avaliados pelos credores da empresa.

O índice de liquidez corrente, ILC, é definido assim:

[5.1]

Onde AC é o ativo circulante e PC é o passivo circulante.

Já o índice de liquidez seca, ILS, é dado por:

[5.2]

Onde E representa os estoques. Os estoques são, tipicamente, os ativos circulantes


menos líquidos de uma empresa. Daí, a importância de se medir a capacidade da empresa
de pagar suas obrigações de curto prazo sem contar com a venda dos estoques.

53
2.2.2 Índices de Administração de Ativos

Estes índices medem quão eficazmente a empresa está administrando seus ativos. Os
proprietários da empresa têm especial interesse nesses indicadores.

Analisaremos o índice de giro dos ativos totais, IGAT, e o índice de giro de estoques,
IGE. O primeiro deles é dado por:

[5.3]

E o segundo é escrito formalmente assim:

[5.4]

Índices de administração do exigível

Destacamos dois índices. O primeiro é o índice de endividamento, IE:

[5.5]

Onde ET é o exigível total ou total de capital de terceiros.

O segundo é o índice de cobertura de juros, ICJ, dado por

[5.6]

Onde EBIT é lucro antes de juros e impostos e DJ representa as despesas de juros.

Os acionistas e os credores têm particular interesse nesses indicadores.

2.2.3 Índices de Lucratividade

Os índices de lucratividade procuram mostrar os efeitos combinados da liquidez,


do gerenciamento de ativos e da administração das dívidas sobre os resultados da
empresa.

54
hh
Pode-se dizer que os índices de lucratividade medem o resultado,
consequência de políticas e decisões empresariais.

Destacamos os índices: índice da capacidade de geração de lucros (ICGL), retorno sobre


ativos totais (RSA) e retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL).

São eles, respectivamente:

[5.7]

[5.8]

[5.9]

Onde LL é o lucro líquido disponível para os acionistas e PL é o patrimônio líquido. Esses


três indicadores são tipicamente apreciados por acionistas, fornecedores, credores,
investidores etc.

2.2.4 Índices de Valor de Mercado

Estes índices relacionam o preço da ação de uma empresa a seus lucros.

O principal indicador é o índice preço/lucro (IPL):

[5.10]

Onde PA é o preço por ação e LA é o lucro por ação. Este índice mostra quanto os
investidores estão dispostos a pagar por uma unidade monetária de lucro contábil. Os
investidores têm interesse específico neste indicador.

Tomamos como exemplo a empresa fictícia Cirlândia Transportadora de Cargas Ltda.


(observe-se a unidade de medida dos indicadores).

INDICADORES FINANCEIROS DA EMPRESA E MÉDIA DO SETOR

55
Tabela 2: Cirlândia Transportadora de Cargas Ltda.

Índice Empresa Média do Setor


ILC 3,2 vezes 4,1 vezes
ILS 1,2 vez 2,0 vezes
IGAT 1,5 vez 1,8 vez
IGE 4,5 vezes 8,2 vezes
IE 53,5% 35%
ICJ 3,2 vezes 6,5 vezes
ICGL 14,1% 17,5%
RSA 3,7% 7,0%
RSPL 10,7% 13,2%

Como a empresa Cirlândia Transportadora de Cargas é uma sociedade de capital


fechado, não se pode calcular o IPL, que é medido em X vezes.

Concluindo

As demonstrações contábeis são importantes documentos para avaliar a


situação financeira e a situação econômica das empresas. Os indicadores
são as ferramentas que permitem avaliar essa situação.

O gestor deve notar que os indicadores financeiros de uma empresa,


analisados isoladamente, têm pouco ou nenhum significado. É preciso
compará-los com os indicadores de outras empresas.

Tipicamente, o analista compara os índices da empresa inserida em uma


certa indústria com os índices da empresa líder dessa indústria.

É bom saber que os analistas também estratificam a indústria segundo o


porte (grande, médio e pequeno) da empresa e depois disso procedem às
análises.

56
Há inúmeras empresas no mercado que se dedicam a analisar os indicadores
financeiros de empresas. Portanto, o gestor de uma empresa poderá se
valer de uma dessas fontes para desenvolver seu trabalho comparativo. No
entanto, antes de utilizar uma dessas fontes, convém verificar as definições
exatas dos índices para se assegurar da coerência com o seu próprio
trabalho.

Para terminar, recomenda-se a leitura de Brealey e Myers (1998), de


Brigham e Houston (1999), Brigham, Gapenski e Ehrhardt (2001) e Gitman
(2004) para as limitações da análise por índices e também para uma
exposição do indicador EVA® economic value added (em português, valor
econômico adicionado). O EVA® é um indicador financeiro robusto para o
caso de empresas organizadas na forma de departamentos ou unidades de
negócio, por exemplo.

57
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Um ativo é dito líquido quando
pode ser rapidamente convertido em caixa a um preço de
mercado vigente.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Balanço patrimonial (BP) é um


exemplo de demonstrações contábeis.

Verdadeiro
( ) Falso
( )

58
Referência

ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. São Paulo: Atlas, 2009.

BREALEY, E. F.; MYERS, S. C. Princípios de finanças empresariais. Lisboa: McGraw-Hill,


1992.

BRIGHAM, E. F.; GAPENSKI, L. C.; EHRHARDT, M. C. Administração financeira: teoria e


prática. São Paulo: Atlas, 2001.

BRIGHAM, E. F. ; HOUSTON, J. F. Fundamentos da moderna administração financeira.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. São Paulo: Pearson, 2004.

IUDÍCIBUS, S. Contabilidade Gerencial. São Paulo: Atlas, 1998.

MAHER, M. Contabilidade de custos: criando valor para a administração. São Paulo:


Atlas, 2001.

MARION, J. C. Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2005.

PARENTE, E.; CARIBÉ, R. Matemática comercial & financeira. São Paulo: FTD, 1996.

PUCCINI, A. L. Matemática financeira. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos,


1999.

SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos. São


Paulo: Atlas, 2001.

59
Gabarito

Questão 1 Questão 2
Unidade 1 V V
Unidade 2 V V
Unidade 3 V V
Unidade 4 V V
Unidade 5 V V

60

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