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A produção do Projeto de Pesquisa

como Ferramenta no Espaço


Acadêmico

Profª Christina Gladys (UFPE)

1
CONSIDERAÇÕES
INICIAIS

2
O QUE É PESQUISA?
 Pode-se definir pesquisa como o procedimento racional e
sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas
aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida
quando não se dispõe de informação suficiente para
responder ao problema, ou então quando a informação
disponível se encontra em tal estado de desordem que não
possa ser adequadamente relacionada ao problema.
 A pesquisa é desenvolvida mediante o concurso dos
conhecimentos disponíveis e a utilização cuidadosa de
métodos, técnicas e outros procedimentos científicos. Na
realidade, a pesquisa desenvolve-se ao longo de um processo
que envolve inúmeras fases, desde a adequada formulação
do problema até a satisfatória apresentação dos resultados.
(GIL, 2009, p.17)

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QUALIDADES PESSOAIS DO PESQUISADOR
 Conhecimento do assunto a ser pesquisado
 Curiosidade
 Criatividade
 Integridade intelectual
 Atitude auto-corretiva
 Sensibilidade social
 Imaginação disciplinada
 Perseverança e paciência
 Confiança na experiência

4
O PROJETO DE PESQUISA

5
DEFINIÇÃO

Projeto de pesquisa enquanto


instrumento é um guia de atuação.
É produto, pois é um documento
escrito, resultante de uma reflexão
sobre determinado tema, e é
elemento de processo de
construção de conhecimento, com tal
está sujeito a mudanças

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PROJETO DE PESQUISA É UM GÊNERO?

Gênero acadêmico escrito, de natureza


argumentativa, tem como destinatário um
professor, banca ou órgão de fomento à
pesquisa.
Está circunscrito a um determinado
espaço social, tempo, filiação acadêmica.
Obedece a normas padronizadas pela
academia.
Como texto , é de curta validade.
7
POR QUE ELABORAR UM PROJETO DE
PESQUISA?

Como toda atividade racional e sistemática, a pesquisa exige


que as ações desenvolvidas ao longo de seu processo sejam
efetivamente planejadas. De modo geral, concebe-se o
planejamento como a primeira fase da pesquisa, que
envolve a formulação do problema, a especificação de seus
objetivos, a construção de hipóteses, a operacionalização dos
conceitos etc. O planejamento deve envolver também os
aspectos referentes ao tempo a ser despendido na pesquisa,
bem como aos recursos humanos, materiais e financeiros
necessários a sua efetivação. (GIL, 2009, p.19)

8
QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
NUM PP

Qual o panorama?

O quê vai ser pesquisado e com base


em quê?

Por quê e para quê?

Como e onde?

Quando?

9
ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DE PP
O que pesquisar?
Introdução ou contextualização – definição do
problema, hipóteses, bases teórica e conceitual

Por que pesquisar?


Justificativa para a escolha do problema

Para que pesquisar?

Os propósitos ou objetivos do estudo

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Como pesquisar?
Metodologia: instrumentos, procedimentos,
corpus sujeitos

Quando pesquisar?

Cronograma de Execução

Pesquisado por quem?

Equipe/Pesquisador

11
COMPONENTES DE UM PROJETO DE
PESQUISA
Contextualização da situação de pesquisa ou
delimitação do tema da pesquisa

A pergunta de pesquisa e a perspectiva teórica que


subsidia a sua abordagem

A justificativa e os objetivo gerais e específicos da


pesquisa (e as hipóteses, se houver)

Breve descrição do corpus, da natureza da pesquisa,


da coleta de dados e da perspectiva de análise

Cronograma de implementação da
pesquisa

Referências Bibliográficas - ABNT

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COMO ESQUEMATIZAR UMA PESQUISA?
a) escolha e delimitação do tema;
b) formulação do problema;
c) construção de hipóteses;
d) apresentação dos objetivos: geral e específicos;
e) Revisão bibliográfica;
f) identificação do tipo de pesquisa;
g) seleção da amostra;
h) determinação do procedimento de coleta e análise dos
dados;
i) cronograma de execução da pesquisa.

13
INTRODUÇÃO

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A Introdução é a parte textual na qual deve ser exposto o tema
do projeto. É uma apresentação rápida do assunto abordado e
sua importância. Através deste capítulo, o pesquisador deverá
demonstrar a importância e necessidade deste projeto.
Possibilita uma visão geral do trabalho a ser realizado.
Apresenta uma conceituação do tema e da delimitação do
problema ou objeto de estudo. Introduzir significa apresentar.
Na introdução, o pesquisador deve apresentar e contextualizar
o problema, isto é, deve explicar o que se conhece e o que não
se conhece a respeito do tema e que fatos ou motivos o
levaram a formular uma hipótese de trabalho.

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PERGUNTAS QUE DEVEM SER NECESSARIAMENTE
“RESPONDIDAS” EM UMA BOA INTRODUÇÃO DE UM PROJETO
DE PESQUISA:
O que vai ser estudado?
O que sabemos sobre o assunto?

Que autores consultados trabalharam com idéias


semelhantes e que conhecimentos produziram? (quem já
publicou sobre o assunto?)
 Qual é a dúvida relacionada ao tema?

Quais foram às observações que despertaram a curiosidade


para aquele determinado problema?
Para que serve o que se vai estudar?

Que pergunta irá responder?

Qual a necessidade da pesquisa?


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SELECIONANDO O TEMA DA
PESQUISA

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 A primeira questão que está posta quando você pretende
organizar um projeto de pesquisa é: o que pesquisar? Este é o
momento de selecionar o tema.
 Os temas de uma pesquisa podem surgir de várias maneiras:
Da observação do cotidiano

Da vida profissional

Do contato com especialistas; de maneira individual ou


coletiva(através de seminários; conferências, etc.
Do estudo da literatura especializada, que pode indicar
controvérsias e lacunas a serem preenchidas
Da criatividade, da descoberta repentina e algumas vezes de
um problema a ser investigado.
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O tema deve ser do seu interesse, proporcionando-lhe uma
experiência gratificante, além, é claro de contribuir para o
avanço da área a ser pesquisada;
 O tema deve ser adequado, tanto à sua formação, quanto
ao tempo, recursos e energia que você poderá dedicar a essa
pesquisa;
 O tema deve ser suficientemente documentado. Isto é, o
material bibliográfico pertinente deve ser suficiente,
facilmente identificável, disponível e, sobretudo, deve permitir
uma rápida “varredura”.

19
O PROBLEMA DE PESQUISA

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 Nem todos os problemas que encontramos são
necessariamente problemas que se prestam à pesquisa
científica. Um problema de pesquisa é um problema que se
pode “resolver” com conhecimentos e dados já disponíveis ou
com aqueles factíveis de serem produzidos.

 Um problema de pesquisa não é, portanto, um problema que


se pode “resolver” pela intuição, pela tradição, pelo senso
comum ou até pela simples especulação. Um problema de
pesquisa supõe que informações suplementares podem ser
obtidas a fim de cercá-lo, compreendê-lo, resolvê-lo ou
eventualmente contribuir para a sua resolução. (LAVILLE;
DIONNE, 1999. p. 87-88)

21
TEMA E PROBLEMA
 O tema de uma pesquisa é o assunto que se deseja provar ou desenvolver;
“é uma dificuldade, ainda sem solução, que é mister determinar com
precisão, para intentar, em seguida, seu exame, avaliação crítica e solução”
(ASTI VERA, 1976, p.97). Determinar com precisão significa enunciar um
problema, isto é, determinar o objetivo central da indagação. Assim,
enquanto o tema de uma pesquisa é uma proposição até certo ponto
abrangente, a formulação do problema é mais específica: indica
exatamente qual a dificuldade que se pretende resolver. (MARCONI;
LAKATOS, 2000, P.139)

 Formular o problema consiste em dizer, de maneira explícita, clara,


compreensível e operacional, qual a dificuldade com a qual nos
defrontamos e que pretendemos resolver, limitando o seu campo e
apresentando suas características. Desta forma, o objetivos da formulação
do problema da pesquisa é torná-lo individualizado, específico,
inconfundível. (RUDIO, 1997, p. 75)

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CARACTERÍSTICAS DE UM BOM PROBLEMA DE
PESQUISA
a)Deve ser claro e preciso;
b) Deve ser empírico;
c) Deve ser suscetível de solução;
d) Deve gerar perguntas de pesquisa;
e) É baseado em teoria;
f) Relaciona-se com uma ou mais disciplinas
acadêmicas;
g) Os dados necessários estão disponíveis e
podem ser obtidos. 23
A ESCOLHA DO PROBLEMA DE PESQUISA

Muitos fatores determinam a escolha de um problema


de pesquisa tais como, sua originalidade e sua relevância,
interesse e adequação para aquele que faz a proposta que, em
síntese, deve também ponderar mais dois aspectos
fundamentais: o resultado trará algum benefício? E, ainda:
 Tenho possibilidades reais para executar tal pesquisa?

 Tenha clareza e precisão,

Pense em dimensões viáveis e formule o problema como


pergunta.

24
DEFINIÇÃO DO OBJETO DE
PESQUISA

25
Certificar-se do que
NÃO QUER E NÃO PROPOR E DEFINIR UM
SABE PESQUISAR
PROBLEMA DE PESQUISA
Conscientizar-se de
um problema
Torná-lo significativo
e delimitá-lo
Formulá-lo em forma
de pergunta

Decidir sobre os dados


necessários

“TESTAR” O MATERIAL
Recolhê-los
DISPONÍVEL
Examinar
previamente os
dados em função do
problema proposto
26
Revisar a bibliografia
sobre o assunto

Definir
objetivos Identificar e definir
claros e perspectivas teóricas
relevantes para a
PROPOSTO o
exeqüíveis
abordagem do objeto

PROBLEMA DE
PESQUISA

Formular uma Traçar um


justificativa social esquema
e científica metodológico de
relevante coleta e análise
de dados 27
AS HIPÓTESES

28
COMO CONSTRUIR HIPÓTESES?
 Muitas definições são propostas para o termo hipótese. Para Goodee Hatt
(1969, p. 75) “é uma proposição que pode ser colocada a prova para
determinar sua validade”. Neste sentido, hipótese é uma suposta resposta ao
problema a ser investigado. É uma proposição que se forma e que será aceita
ou rejeitada somente depois de devidamente testada.

 O papel fundamental da hipótese na pesquisa é sugerir explicações para os


fatos. Essas sugestões podem ser a solução para o problema. Podem ser
verdadeiras ou falsas, mas, sempre que bem elaboradas, conduzem à
verificação empírica, que é o propósito da pesquisa científica. (p. 56)

 Em algumas pesquisas, as hipóteses são implícitas e em outras são


formalmente expressas. Geralmente, naqueles estudos em que o objetivo é o
de descrever determinado fenômeno ou as características de um grupo, as
hipóteses não são enunciadas formalmente. Nesses casos, as hipóteses
envolvem uma única variável e o mais freqüente é indicá-la no enunciado dos
objetivos da pesquisa. ( p. 39)

29
JUSTIFICATIVA

30
“Relevância do estudo é a resposta que o autor do
projeto dá à seguinte indagação do leitor: em que o
estudo é importante para a área na qual você está
atuando, ou para área na qual busca formação
acadêmica, ou para a sociedade em geral? Em outras
palavras, nessa seção o autor justifica seu estudo,
apontando-lhe contribuições de ordem prática ou ao
estado da arte na área”. (VERGARA, 2003, p.32)
Justificar um tema é evidenciar razões suficientes para que haja o
desenvolvimento da pesquisa. Isto significa que você deve apresentar
bons e convincentes motivos para empreender o seu esforço de
investigação.

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PONTOS QUE PODEM SER CONTEMPLADOS NA
JUSTIFICATIVA
 Modo como foi escolhido o tema para ser pesquisado e como
surgiu o problema levantado para o estudo.
 Relação do tema e/ou do problema estudado com o contexto
social.
 Explicação dos motivos que justificam a pesquisa nos planos
teórico e prático, considerando as possíveis contribuições do
estudo para o conhecimento humano e para a solução do
problema em questão.
 Fundamentação da viabilidade da execução proposta de
estudo.
 Considerações sobre a escolha dos locais que serão
pesquisados. Relatar se a pesquisa será realizada em nível
local, regional, nacional ou internacional. 32
Nesta etapa devemos refletir sobre “o porquê” da realização
da pesquisa procurando identificar as razões da escolha e sua
importância. Pergunte a você mesmo:
 O tema é relevante e, se é, por quê?

 Quais pontos positivos você percebe na abordagem


proposta?
 Que vantagens e benefícios você pressupõe que a pesquisa
irá proporcionar;
 Descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares.

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ESTABELECIMENTO DOS
OBJETIVOS

34
“Se o problema é uma questão a investigar, objetivo é
um resultado a alcançar. O objetivo final, se
alcançado, dá resposta ao problema. Objetivos
intermediários são metas de cujo atingimento
depende o alcance do objetivo final. Objetivos devem
ser redigidos com o verbo no infinitivo”. (VERGARA,
2003, p.25)
Os objetivos precisam ser formulados para responder a
questão:
Para que será feita esta pesquisa?
O objetivo é o que você pretende atingir com a sua
pesquisa e não o que você vai fazer para atingi-lo
35
 Podemos distinguir os objetivos da pesquisa em
gerais e específicos:
 Os objetivos gerais definem o que se pretende
alcançar com a realização da pesquisa. É um objetivo
mais amplo, a questão principal da pesquisa.
 Os objetivos específicos são considerados objetivos
secundários, estão relacionados à questão principal
e definem aspectos mais específicos, que
contribuem para alcançar o objetivo geral.

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REVISÃO DA LITERATURA

37
“Fazer a revisão da literatura em torno de uma questão é,
para o pesquisador, revisar todos os trabalhos disponíveis,
objetivando selecionar tudo o que possa servir em sua
pesquisa. Nela tenta encontrar essencialmente os saberes e
as pesquisas relacionadas com sua questão; deles se serve
para alimentar seus conhecimentos, afinar suas perspectivas
teóricas, precisar e objetivar seu aparelho conceitual.
Aproveita para tornar ainda mais conscientes e articuladas
suas intenções e, desse modo, vendo como outros
procederam em suas pesquisas, vislumbrar sua própria
maneira de fazê-lo.” (LAVILLE; DIONNE, 1999, p. 112-113)
Nesta fase você deverá responder às seguintes questões:
1. Quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto;
2. Que aspectos já foram abordados;
3. Quais as lacunas existentes na literatura.

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OS OBJETIVOS GERAIS DE UMA REVISÃO DA
LITERATURA SÃO:
 Identificar as tendências da pesquisa;
 Ajudar a conceber o problema, melhorá-lo e se necessário delimitar
a sua amplitude;
 Identificar as lacunas nas pesquisas na área de interesse;
 Ampliar e aperfeiçoar o conhecimento existente;
 Desenvolver hipóteses de pesquisa;
 Obter sugestões sobre como realizar o estudo, como evitar erros
cometidos por outros pesquisadores e quais métodos poderiam ser
mais efetivos;
 Identificar os debates e as controvérsias na área de estudo;
 Colocar o problema no contexto de pesquisas prévias, mostrando
como ele se relaciona com as pesquisas e como pode ir além delas.
39
O PERCURSO METODOLÓGICO

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 O percurso metodológico se refere ao caminho
trilhado para que você atinja os objetivos que definiu.
Aqui você deverá também explicitar os instrumentos
que utilizará na investigação e as fontes de pesquisa.
 Méthodos significa o caminho para chegar a um fim,
enquanto logos indica estudo sistemático,
investigação. Assim, no sentido etimológico,
metodologia significa o estudo dos caminhos a
serem seguidos, incluindo os procedimentos
escolhidos. (GONÇALVES,2003, P. 61-62)

41
TIPOS DE PESQUISA

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Tipos de pesquisa Tipos de Tipos de Tipos de
segundo os pesquisa pesquisa pesquisa
objetivos segundo os segundo as segundo a
procedimentos fontes de natureza dos
de coleta informação dados

• Exploratória • Experimental • Campo • Quantitativa


•Descritiva • Estudo de caso • Laboratório •Qualitativa
• Explicativa • Bibliográfica • Bibliográfica
•Aplicada • Documental • Documental
•Intervencionista • Participante
•Pesquisa- ação

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QUANTO AOS OBJETIVOS:
 Exploratória: é aquela que se caracteriza pelo
desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com
objetivo de oferecer uma visão panorâmica, uma primeira
aproximação a um determinado fenômeno que é pouco
explorado.
 Descritiva: “ Expõe características de determinada
população ou de determinado fenômeno[...]. Não tem
compromisso de explicar os fenômenos que descreve,
embora sirva de base para tal explicação.”
 Explicativa: “ Tem como principal objetivo tornar algo
inteligível, justificar-lhe os motivos. Visa, portanto,
esclarecer quais fatores contribuem, de alguma forma,
para a ocorrência de determinado fenômeno.”

44
 Aplicada: “ é fundamentalmente motivada pela
necessidade de resolver problemas concretos, mais
imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao
contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela
curiosidade intelectual do pesquisador e situada
sobretudo no nível da especulação.”
 Intervencionista: “ tem como principal objetivo interpor-
se, interferir na realidade estudada, para modificá-la.
Não se satisfaz, portanto, em apenas explicar. Distingue-
se da pesquisa aplicada pelo compromisso de não
somente propor resoluções de problemas, mas também
de resolvê-los efetiva e participativamente.”

45
QUANTO AOS PROCEDIMENTOS DE COLETA
 Experimental: “é investigação empírica na qual o pesquisador manipula e
controla variáveis independentes e observa as variações que tais
manipulação e controle produzem em variáveis dependentes. Variável é um
valor que pode ser dado por quantidade, qualidade, característica,
magnitude, variando em cada caso individual.”
 Participante: “ não se esgota na figura do pesquisador. Dela tomam parte
pessoas implicadas no problema sob investigação, fazendo com que a
fronteira pesquisador/ pesquisado, ao contrário do que ocorre na pesquisa
tradicional, seja tênue.”
 Pesquisa-ação: “é um tipo particular de pesquisa participante e de
pesquisa aplicada que supõe intervenção participante na realidade social.
Quanto aos fins é, portanto, intervencionista.”
 Estudo de caso: “é o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas
essas como pessoa, família, produto, empresa, órgão público, comunidade
ou mesmo país. Tem caráter de profundidade e detalhamento. Pode ou não
ser realizado no campo.” 46
QUANTO AS FONTES DE INFORMAÇÃO:
 Pesquisa de campo: “é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou
ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo.”
 Pesquisa de laboratório: “é experiência realizada em local circunscrito, já que
no campo seria praticamente impossível realizá-la. Simulações em
computador situam-se nessa classificação.”
 Documental: “é realizada em documentos conservados no interior de órgãos
públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas: registros, anais,
regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações
informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações em
disquete, diários, cartas pessoais e outros.”
 Bibliográfica: “é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material
público em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível
ao público em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo
de pesquisa, mas também pode esgotar-se em si mesmo.”

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QUANTO A NATUREZA DOS DADOS

 Quantitativa: remete para uma explanação das


causas, por meio de medidas objetivas,
testando hipóteses, utilizando-se basicamente
da estatística.
 Qualitativa: preocupa-se com a compreensão,
com a interpretação do fenômeno,
considerando o significado que os outros dão às
suas práticas, o que impõe ao pesquisador uma
abordagem hermenêutica.
48
PROCEDIMENTOS DE COLETA DE
DADOS

49
 Observação: “pode ser simples, ou participante. Na simples, você mantém
certo distanciamento do grupo ou da situação que tenciona estudar; é um
espectador não interativo. Na participante, você já está engajado ou se
engaja na vida do grupo ou na situação; é um ator ou um espectador
interativo.”

 Questionário: “caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao


respondente, por escrito. Ás vezes, é chamado de teste, como é comum
em pesquisa psicológica; outras, é designado por escala, quando
quantifica respostas. O questionário pode ser aberto, pouco ou não
estruturado, ou fechado. No questionário aberto, as respostas livres são
dadas pelos respondentes; no fechado, o respondente faz escolhas, ou
pondera, diante de alternativas apresentadas.”

 Entrevista: “é um procedimento no qual você faz perguntas a alguém que,


oralmente, lhe responde. A presença física de ambos é necessária no
momento da entrevista, mas, se você dispõe de mídia interativa, ela se
torna dispensável. A entrevista pode ser informal, focalizada ou por
pautas[...]. Você pode gravar a entrevista, se o entrevistado permitir, ou
fazer anotações.”

50
Metodologia da Pesquisa Profa. Denise Lino

Etnografia: Baseia-se no contato inter-subjetivo


entre o pesquisador e o seu objeto, seja ele uma
tribo indígena ou qualquer outro grupo social sob
o qual o recorte analítico seja feito. A etnografia
implica a observação participante do pesquisador
durante um período de tempo em que esteja em
contato direto com o grupo a estudar. Utiliza-se
fundamentalmente o diário de campo.

51
TRATAMENTO DOS DADOS

52
 Tratamento dos dados refere-se àquela seção na qual se
explicita para o leitor como se pretende tratar os dados a
coletar, justificando por que tal tratamento é adequado aos
propósitos do projeto. Objetivos são alcançados com a coleta,
o tratamento e, posteriormente, com a interpretação dos
dados; portanto, não se deve esquecer de fazer a correlação
entre objetivos e formas de atingi-los.
 Os dados podem ser tratados de forma quantitativa, isto é,
utilizando-se procedimentos estatísticos, como o teste de
hipóteses[...].
 Os dados também podem ser tratados de forma qualitativa
como, por exemplo, codificando-os, apresentando-os de forma
mais estruturada e analisando-os. Existem outras estratégias.
Em verdade, elas são variadas e escolher a apropriada é
tarefa do pesquisador.
53
CRONOGRAMA

54
ETAPAS ABRIL MAIO JUNHO JULHO AGOSTO
Levantamento bibliográfico X X X

Coleta de dados X X

Análise e interpretação dos X X X


dados

Redação do Trabalho de X X X

conclusão de curso (TCC)


Defesa do TCC X

55
ESTRUTURA DO PROJETO DE
PESQUISA

56
1 . INTRODUÇÃO
- Delimitação do assunto
- Descrição da problemática
- Problema
- Hipóteses
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
2.2. Específicos
3. JUSTIFICATIVA
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5. METODOLOGIA
5.1 Tipo de pesquisa
5.2 Universo e amostra
5.3 Procedimento de coleta e análise de dados
6. CRONOGRAMA
7. ORÇAMENTO
8. REFERÊNCIAS

57
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: elaboração de Trabalhos na graduação. 2. ed.
São Paulo: Atlas, 1997.
ASTI VERA, Monique. Opinião pública: teoria e pesquisa. 2. ed. Petrópolis:Vozes, 1974.
DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais, 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1989.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GOODE, William J.; HATT, Paul K. Métodos em pesquisa social. São Paulo: Nacional, 1969.
LAVILLE, Christian; DIONE, Jean. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre:
Artmed, 1999.
MARCONI, Marina de Andrade, LAKATOS, Eva Maria. Metodologia científica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARION, José C.; DIAS, Reinaldo.; TRALDI, Maria Cristina. Monografia para os cursos de administração, contabilidade e
economia. São Paulo: Atlas, 2002.
MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2004.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. 21. ed. Petrópolis: Vozes, 1997.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do Trabalho Científico. 21. ed. rev. e ampl. São Paulo: Cortez, 2000.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

c.g.nogueira@hotmail.com 58

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