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Técnico em Edificações

Disciplina: Mecânica dos Solos


Hidráulica dos Solos
Prof. Neto Guedes
E-mail: francisco.guedes@ifpb.edu.br
Engenheiro Civil - UFERSA
EMENTA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 UNIDADE I –Mecânica dos solos
 UNIDADE II – Textura dos solos 1ª PROVA
 UNIDADE III – Índices físicos dos solos

 UNIDADE IV – Plasticidade e consistência


 UNIDADE V – Investigações geotécnicas 2ª PROVA
 UNIDADE VI – Características mecânicas dos solos

 UNIDADE VII – Hidráulica dos solos


 UNIDADE VIII – Resistência ao cisalhamento 3ª PROVA
 UNIDADE IX – Pressões atuantes no solo

 UNIDADE X – Estabilidade de taludes 4ª PROVA


 UNIDADE XI – Fundações
Problemática

▪ Em muitos casos, há situações em que é necessário controlar o


movimento de água através do solo;
▪ Necessidade de proporcionar uma proteção contra os efeitos nocivos
deste movimento;
▪ Do ponto de vista prático, a água pode ser considerada
incompressível e sem nenhuma resistência ao cisalhamento, o que
lhe permite, sob a ação de altas pressões, penetrar em micro fissuras
e poros, e exercer pressões elevadas que levam enormes maciços ao
colapso.
Problemática

▪ A ação e a influência dessas águas têm causado numerosos


imprevistos e acidentes, sendo os casos mais comuns verificados em
cortes de estradas, escavações de valas e canais, fundações para
barragens, pontes, edifícios, etc.
▪ Há obras que necessitam de escavações abaixo do lençol freático,
como por exemplo, a construção de edifícios, barragens, túneis, etc;
pode ser executado um tipo de drenagem ou rebaixamento do lençol
freático.
Ciclo Hidrológico: Infiltração e formação de lençol freático
Fenômenos capilares

Distribuição de umidade no solo

▪ O solo não se apresenta saturado ao longo de toda a altura de


ascensão capilar.
▪ Observa-se que o fenômeno de capilaridade ocorre em maiores
proporções em solos argilosos. A altura capilar é calculada pela teoria
do tubo capilar, que considera.
Fenômenos capilares

▪ Nos solos, por capilaridade, a água se eleva por entre os interstícios


de pequenas dimensões deixados pelas partículas sólidas, além do
nível do lençol freático. A altura alcançada depende da natureza do
solo.
Fenômenos capilares
Permeabilidade

▪ Propriedade que o solo apresenta de permitir o escoamento da água


através dele, sendo o grau de permeabilidade expresso
numericamente pelo “coeficiente de permeabilidade.

(Todos os solos são mais ou menos permeáveis)


Permeabilidade

Importância
▪ Os problemas, mais graves, de construção estão relacionados com
a presença da água no solo.

Principalmente
▪ em barragens de terra e fundações, na estimativa da vazão que
percolará através do maciço;
▪ em obras de drenagem;
▪ rebaixamento do nível d’água;
▪ adensamento.
Permeabilidade

Lei de Darcy
▪ O fluxo real da água no solo ocorre nos vazios existentes, porém,
por condições práticas o estudo da percolação da água no solo é
feito em termos da condição media da seção transversal do solo.
▪ O fluxo nos poros é laminar, entretanto, em materiais mais grossos
(como pedregulho) o fluxo pode se tornar turbulento, dependendo
dos gradientes hidráulicos.
▪ A lei de Darcy originou-se no séc. XIX, quando o engenheiro Darcy
realizou um experimento que relacionava a taxa de perda de
energia da água (gradiente hidráulico) com a velocidade de
escoamento.
Permeabilidade
Permeabilidade

▪ O coeficiente de permeabilidade é uma das propriedades do solo


que mais varia. Para se ter uma idéia basta conferir os valores
típicos do coeficiente de permeabilidade de solos sedimentares:
Permeabilidade

DETERMINAÇÃO DO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE

O coeficiente de permeabilidade de um solo pode ser obtido por meio de


métodos diretos e indiretos.
Os métodos diretos baseiam-se em ensaios de laboratório sobre
amostras representativas ou em ensaios de campo.
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Métodos diretos
Dentre os métodos diretos destacam-se os permeâmetros que
são aparelhos destinados a medir a permeabilidade dos solos, em
laboratório e o ensaio de bombeamento, realizado in situ. Ambos utilizam
a lei de Darcy para o cálculo do Coeficiente de permeabilidade (K).

Dentre os métodos diretos pode-se fazer determinações em:


• Laboratório (permeâmetros de carga constante e permeâmetros de
carga variável);
• Campo (ensaio de bombeamento, perfuração de poços, entre
outros).
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em laboratório – permeâmetro de carga constante

O corpo de prova,
convenientemente colocado no
permeâmetro, é submetido a uma
altura h de carga constante (diferença
de nível entre o reservatório superior e
inferior). Durante um certo tempo (t), a
água percolada é colhida e seu
volume é medido (v). Conhecidas a
vazão (Q) e as características
geométricas (área da seção
transversal – A), o coeficiente de
permeabilidade é calculado pela Lei
de Darcy:
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em laboratório – permeâmetro de carga cosntante

Este tipo de ensaio é empregado para solos de permeabilidade


alta (areias e pedregulhos), uma vez que nos solos pouco permeáveis, o
intervalo de tempo necessário para que percole uma quantidade
apreciável de água e bastante grande.
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em laboratório – permeâmetro de carga constante


Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em laboratório – permeâmetros de carga variável


Quando o coeficiente de
permeabilidade é muito baixo, a
determinação pelo método de carga
constante é pouco precisa. Emprega-se o de
carga variável. Verifica-se o tempo (t) que a
água na bureta acoplada superior, de seção
transversal (a), leva para baixar da altura
inicial (h1) para a altura final (h2).
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em campo – ensaio de bombeamento

Deve-se frisar que os ensaios em laboratório são realizados sobre


amostras de pequenas dimensões, as quais não representam as características
gerais do solo no campo, com suas descontinuidades e particularidades. A maneira
mais realista de obter o coeficiente de permeabilidade é mediante ensaios in situ,
tais como o ensaio de perda de água sob pressão (bombeamento), que é bastante
utilizado para o estudo da permeabilidade de maciços rochosos que servirão de
fundação para barragens.
No campo, pode-se optar por ensaio de bombeamento, formando-se
poços e medindo-se o tempo para estabilização do nível freático, que
também é determinado. Este ensaio é caro e dispendioso. O princípio do
método consiste em esgotar-se a água até o estabelecimento de um
escoamento uniforme, medir a descarga do poço e observar a variação do
nível d’água em piezômetros colocados nas proximidades.
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em campo – ensaio de bombeamento

Por meio desse ensaio determina-se in loco, a permeabilidade de


estratos de areia ou pedregulho, situados abaixo do nível freático.
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em campo – ensaio de bombeamento

O poço para bombeamento deve penetrar em toda a profundidade da


camada ensaiada e com diâmetro suficiente para permitir a inserção de uma
bomba com tipo e capacidade necessária ao bombeamento.

Nas proximidades e situados radialmente são instalados poços de


observação do nível d’água ou piezômetros. Recomenda-se a instalação de 4
(quatro) poços de observação e um mínimo de dois, e levados até
profundidades abaixo do nível mais baixo que a água deve atingir durante o
ensaio.

Ao se manter constante o nível d’água no poço efetua-se as medidas das


alturas de água em cada um dos piezômetros instalados e a permeabilidade é
medida.
Permeabilidade
Permeabilidade dos solos

▪ Determinação em campo – ensaio de tubo aberto

Outro ensaio é o do tubo aberto in loco. Consiste em abrir um tubo de


sondagem no terreno, com dimensões de 30 x 30 cm, até a profundidade
desejada, enchê-lo com água e marcar o tempo necessário para a infiltração da
mesma no maciço. Este ensaio é bastante utilizado para se determinar a
permeabilidade de solos que servirão de base para sumidouros ou valas de
infiltração de esgotos sanitários.

É prática preencher o furo com água. Quando a infiltração se


produzir de maneira lenta, anota-se o tempo necessário para o NA baixar
1cm. Este corresponde ao k do solo.
Permeabilidade

OBSERVAÇÃO
A permeabilidade depende também das características do fluído (peso
específico e viscosidade), e como as propriedades do fluído dependem
da temperatura, a permeabilidade também dependem.
Para uniformizar os resultados dos ensaios convencionou-se apresentar
o coeficiente de permeabilidade para temperatura de 20° C. Para isso
deve-se aplicar a seguinte correção:

sendo:
u:viscosidade do fluído na temperatura de ensaio
u20:viscosidade do fluído a 20°C
Permeabilidade
FATORES QUE INFLUEM NO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE

• Forma e tamanho dos grãos – quanto maiores são os grãos, maior será o
coeficiente de permeabilidade (k). Pedregulhos são mais permeáveis que areias,
que são mais permeáveis que siltes, que são mais permeáveis que argilas. O
formato das partículas influi, pois partículas arredondas favorecem e partículas
lamelares desfavorecem o fluxo da água;

• Índices de vazios e porosidade – vazios interligados intersticialmente


favorecem a permeabilidade. A permeabilidade tende a aumentar com o aumento
da porosidade e do índice de vazios do solo finos e grossos. O k das areias pode
ser, no estado mais fofo, cerca de 3 vezes maior do que no estado compactado.
No processo de adensamento, quando se aumenta a tensão normal atuante,
ocorre uma redução do índice de vazios, consequentimente, quanto maior a
tensão normal aplicada, menor o k;
Permeabilidade
FATORES QUE INFLUEM NO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE

• Grau de saturação – a medida que um solo é mais saturado do que outro,


causará maior facilidade de percolação da água, pois o ar dificulta a passagem da
água. Quanto menos ar mais permeável é o solo, ou ainda, não havendo
necessidade de preenchimento de vazios anteriormente secos em solos pouco
saturados, ou seja, quanto maior o nível de saturação de um solo, mais
rapidamente a água percolará;

• Compacidade – a medida que aumenta o grau de compactação de um solo, a


sua capacidade de permeabilidade é diminuída, pois as partículas estarão mais
íntimas e com menor porosidade;

• Composição das argilas – quanto maior a espessura da camada dupla das


argilas, menor a permeabilidade;
Permeabilidade
FATORES QUE INFLUEM NO COEFICIENTE DE PERMEABILIDADE

• Estrutura – solos argilosos com estruturas floculadas possuem coeficiente de


permeabilidade maior que argilas com estruturas dispersas, devido ao arranjo
mais ordenado entre as partículas lamelares das argilas na estrutura dispersa. No
ensaio de compactação, a estrutura do solo no ramo seco é dita floculada, e no
ramo úmido, dispersa. Logo, a permeabilidade do solo abaixo da umidade ótima é
superior a acima, devido a acomodação do arranjo das partículas;

•Temperatura – a temperatura influi devido ao fato que quanto maior esta, menos
viscoso é o fluido, logo, maior facilidade de permear;

Pode-se notar que qualquer tentativa no sentido de procurar avaliar o


efeito isolado de cada uma das características, enumeradas acima, é difícil,
visto que, elas, em geral, são interdependentes.

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