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Universidade Federal de Pernambuco

Centro de Informática
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação

Aplicação do Business Model Generation – BMG como


ferramenta de estratégia de inovação do setor de TI: com ênfase
no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Tocantins.

Rodrigo Oliveira Porto

Dianópolis – TO
2018
1 INTRODUÇÃO

A computação vem atuando em diversos papéis organizacionais, desde seu advento.


Por exemplo, até a década de 80, ela se preocupava em automatizar tarefas, cortar custos,
diminuir mão de obra, controlar estoques, finanças, dentre outras atividades. Sua função
perante o ambiente institucional estava focada em solucionar problemas operacionais.

Na década seguinte, houve uma evolução do papel, sua função principal passou a ser a
integração das diversas áreas da organização, gerando mais inteligência ao negócio, cortando
desperdícios, evitando duplicidade de informações e principalmente abrangendo a
organização de ponta a ponta. Neste período, a computação passa a ser enxergada com um
papel tático dentro das instituições.

Nos primeiros anos do novo milênio, ocorreu nova mudança de atuação. A partir
daquele momento, a TI como ficou conhecida dentro das instituições, passou a ser vista como
uma função estratégica, para suportar essa nova função começou a alinhar suas ações aos
planos da organização, mais do que simplesmente alinhar, passou a atuar de forma
bidirecional entre os objetivos de negócios e a capacidade de entregar resultados.

Na atualidade, estamos vivenciando nova ruptura do papel que a TI exerce no contexto


organizacional. Segundo Fernandes and Abreu (2014), atualmente além de operar em todos os
níveis de planejamento anteriores é necessário que a TI viabilize a geração de valor ao
negócio, disponibilizando mecanismos que suporte aproveitar as oportunidades que surgirem
pelo caminho, agregando vantagem competitiva ao negócio. A TI agora agrega a função de
gerar ou suportar a inovação dentro do contexto organizacional.

Diante dessa constante evolução do papel da TI, o desenvolvimento de uma cultura


que favoreça a governança e gestão de TI, bem como, a recorrente revisão dos métodos de
trabalho diários de um departamento de TI é um fator crítico de sucesso da própria
organização. E, para subsidiar as tomadas de decisões dos gestores da TI, durante os períodos
acima foram surgindo no mercado, diversos frameworks, melhores práticas, metodologias e
normas. Todo esse aparato de soluções serviram e continuam servindo para posicionar a TI de
forma que consiga entregar ao negócio soluções capazes de aproveitar todas as nuances
advindas do ambiente e contexto em que o negócio está inserido.
Neste trabalho, temos como proposta a aplicação do Business Model Generation –
BMG, modelo conhecido como Canvas, como estratégia de inovação ao setor de TI do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins – IFTO.
2 JUSTIFICATIVA

Segundo Osterwalder and Pigneur (2010), o BMG é um “modelo que descreve a


lógica de criação, entrega e captura de valor para a organização”, mas, no transcorrer da obra
os autores deixam implícito que o modelo pode ser aplicado a produtos, serviços ou mesmo
em departamentos de organizações que queiram entregar valor aos seus clientes. Em
entrevista a Revista HSM (2016), os autores afirmaram terem conhecimento do uso da
ferramenta em departamentos de finanças e recursos humanos de diversas organizações
mundiais.

E, dentro desse novo posicionamento que a TI está se enquadrando, é fundamental que


novas ferramentas sejam testadas e inseridas no arsenal dos gestores dessas áreas, para que
entreguem as novas demandas dentro das expectativas dos clientes.

Para Hütner (2017), o BMG, devido sua flexibilidade em desconstruir e construir


modelos, principalmente os de serviços, agrega grandes vantagens aos prestadores de serviços
de TI, graças a sua capacidade de demostrar de forma simples os resultados a serem entregues
para cada serviço desenhado, principalmente àqueles intangíveis.

O BMG, é uma ferramenta visual composta por 9 componentes, a saber: segmento de


clientes, proposta de valor, canais, relação com clientes, fontes de receitas, atividades chaves,
recursos chave, parcerias principais e estrutura de custos. Acreditamos que dentro do contexto
das instituições públicas, o mapeamento e definição de cada um dos elementos acima já
incremente uma mudança de postura dos servidores envolvidos, no mínimo teremos uma
visão macro das atividades internas e um novo posicionamento sobre a contribuição do
trabalho que cada membro realiza tanto para a organização como para a sociedade.

Ao explorarmos o componente segmento de clientes, por exemplo, acreditamos está


diante de uma oportunidade de visualizarmos todas as pessoas e instituições que direta ou
indiretamente, interna ou externamente são afetadas com as soluções ofertadas pela TI, desta
forma, após esse trabalho um novo desdobramento poderá ser executado, definindo assim
quais as melhores maneiras de atender as necessidades de cada um, entregando à estratégia de
serviços informações mais precisas sobre como montar cada solução e de que forma ofertá-la
a cada “cliente”.
No componente central do modelo, ou seja, a proposta de valor, acreditamos que após
a utilização do modelo, descobriremos quais são os maiores benefícios que a TI entrega
atualmente, podendo assim, maximizá-los, ou ainda mais importante, quais são as propostas
que entregam serviços sem valores agregados aos usuários e que consumem recursos
essenciais do departamento e da instituição.

Ao trabalharmos as parcerias principais, poderemos nos deparar com possíveis


soluções de diversos gargalos que nos acompanham a certo tempo, como por exemplo, a falta
de interconexão entre as unidades mais isoladas. Acreditamos que a construção de uma
proposta de parceria com outras instituições governamentais de outras esferas que enfrentam
os mesmos problemas nestes locais, possa encontrar meios de trabalharmos contratações
conjuntas junto as operadoras locais ou interessadas para que torne viável essas conexões para
ambas as instituições. Ou, poderemos encontrar outros meios para solucionarmos os
problemas concomitantes.

Conforme Freitas (2013), o mercado de governança e gestão de TI dispõe de uma


infinidade de soluções para os problemas da área, tais como: as ISOs 1, para melhorias de
processos; o PMBOK®2, para gerenciamento de projetos; o COBIT®3, para controles de
objetivos e mapas de auditorias; o ITIL® 4, para gerenciamento de serviços; o CMMI5, para
desenvolvimento de software, dentre outros. O que propomos neste trabalho é a aplicação de
forma complementar as demais soluções apresentadas, do BMG sobre a TI do IFTO para
abstração de um modelo que posicione o departamento de forma estratégica e inovadora para
a organização, gerando o valor esperado pela comunidade e gestores. Acreditamos que
esse trabalho colocará a TI do Instituto em uma nova postura perante a organização e
sociedade, fazendo jus ao novo contexto que essa área vivência mundialmente.

1 Conjunto de normas internacionais da International Organization for Standardization (ISO).


2 Project Management Body of Knowledge, é um conjunto de práticas em gerência de projetos instituido pelo
Instituto de Gerenciamento de Projetos – PMI.
3 Capability Maturity Model Integrated, é um modelo de referência que contém práticas necessárias à
maturidade
em disciplinas específicas de sistemas, softwares, produtos e fornecimento de serviços.
4 Information Tecnology Infrastructure Library (ITIL), desenvolvido pelo Governo Britânico nos anos 80,
como
um conjunto de boas práticas para gerenciamento de serviços de TI.
5 Capability Maturity Model Integration, criado pela Universidade de Carnegie Mellon dos Estados Unidos é
modelo de maturidade para avaliação de desenvolvimento de software.
3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral proposto por este trabalho é alcançar um modelo de negócio que
comporte a estratégia e a inovação do setor de TI da instituição trabalhada, para que ela
suporte as demandas da instituição e sociedade dentro do padrão esperado.

3.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos deste projeto, são:


● Aplicar o modelo BMG no âmbito da Diretoria de Tecnologia da Informação –
DTI do IFTO, para que seja gerado o modelo de negócio “ideal” de atuação do
departamento, dentro da perspectiva atual de negócio;
● Desdobrar cada elemento dos componentes do modelo encontrado para
elucidação da melhor abordagem a ser adotada e para servirem de entrada no
planejamento das ações desse departamento;
● Montar com base no modelo encontrado a diretriz principal de atuação do
setor;
● Elaborar base de conhecimento dos resultados ou fracassos colhidos para
servirem de instrumento de pesquisa para outras instituições.
4 METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada na pesquisa será a revisão da literatura pertinente e


posteriormente a aplicação do modelo ao departamento informado, para se alcançar os
objetivos propostos, detalharemos os resultados encontrados e construiremos o modelo, seus
componentes e elementos que subsidiaram a mudança requerida.

Dentre os materiais a serem utilizados estão as obras dos autores do modelo, literatura
complementar sobre a aplicação prática da ferramenta, quadro branco para exploração das
ideias, pinceis, post-it, softwares online de aplicação do modelo.

Para recolhimento de informações e discussões de detalhes, realizaremos reuniões com


as partes envolvidas, com aplicações de técnicas de contagem de histórias e prototipação.
5 CRONOGRAMA

Etapas 2018 2019 2020


Revisão bibliográfica
Aplicação do BMG a DTI e coleta de
informações
Copilação das informações e escrita do
projeto
Apresentação
REFERÊNCIAS

FERNANDES, Aguínaldo Aragon; ABREU, Vladímir Ferraz de. Implantando a governança


de TI da estratégia à gestão de processos e serviços. 4. ed. Rio de Janeiro – RJ: Brasport,
2014.

OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. Business Model Generation, inovação em


modelos de negócios. Rio de Janeiro – RJ: Alta Books, 2011.

HÜTNER, Alexandra. Análise de negócios de TI através do Business Model Canvas. Belo


Horizonte – MG. Disponível em:
<http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/1829>. Acesso em: 26 abr.
2018.

FREITAS, Marcos André dos Santos. Fundamentos do gerenciamento de serviços de TI. 2.


ed. Rio de Janeiro – RJ: Brasport, 2011.

GOMES, Adriana Salles; ALONSO, Viviana. O “canvas” do modelo de negócio. Disponível


em: <http://www.revistahsm.com.br/inovacao/o-canvas-do-modelo-de-negocio/>. Acesso em:
27 abr. 2018.

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