V JOCUPE
EDUCAÇÃO INCLUSIVA E
RESPEITO AS DIFERENÇAS
23 e 24 de Maio de 2019
Arcoverde - PE
ISSN: 2447 - 0449
ANAIS DA V JORNADA DO CURSO DE PEDAGOGIA
V JOCUPE - 23 e 24 de Maio de 2019
COMISSÃO ORGANIZADORA 1
Profa. Mestra Simone Salvador de Carvalho
Profa. Mestra Katya Carvalho Alexandre
Profa. Especialista Petrolina Maria de Oliveira Santos Paes
COMISSÃO CIENTÍFICA
Prof. Doutor Augusto César Acioly
Prof. Doutor Edmilson Sá
Prof. Doutora Izabel Cristina Souza
Prof. Mestre Jadilson Marinho da Silva
Prof. Mestre Joseildo Cavalcanti Ferreira
Profa. Mestra Katya Carvalho Alexandre
Profa. Mestra Ladjane Pereira
Profa. Mestra Simone Salvador de Carvalho
Profa. Mestra Taíza Cavalcanti
Sumário 2
PROGRAMAÇÃO .........................................................................................................................................................3
APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................................ 4
PROGRAMAÇÃO 3
APRESENTAÇÃO 4
Comissão Organizadora:
Profa. Simone Salvador de Carvalho
Profa. Katya Carvalho Alexandre Almeida
Profa. Petrolina Maria de Oliveira Santos Paes
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1. INTRODUÇÃO
M
uito tem se discutido sobre a relevância de estudos sobre ludicidade e
desenvolvimento da aprendizagem. O uso de brincadeiras pode contribuir
para o desenvolvimento da inteligência, a organização do pensamento, o
aprendizado de regras e normas que contribuem para a construção da cidadania, entre outros.
Como afirma Almeida, (1995, p 11):
A educação lúdica é uma ação inerente na criança e aparece sempre como uma forma
transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na elaboração
constante do pensamento individual em permutações constantes com o pensamento
coletivo.
Dessa forma, permite que o sujeito construa sua identidade ao mesmo tempo que
desenvolve aspectos coletivos e globais. É brincando que as crianças e adolescentes conseguem
desenvolver vários aspectos, tais como: criatividade, liberdade de expressão, análise, crítica,
interpretação e vivência de normas, e até mesmo transformação da realidade.
É brincando que as crianças constroem seu próprio mundo, o mundo que queriam e
gostam, do jeito que eles imaginam. As ações lúdicas tendem a ser apontadas como estratégias
bastante significativas para serem usadas como estimulo na construção de conhecimento e
alcance de objetivos propostos pedagogicamente.
Portanto, é importante valorizar a ludicidade dentro e fora de sala de aula, bem como, é
necessário fazer com que as crianças se sintam desafiadas a aprender através destas atividades
que trazem um grande benefício para processo de aprendizagem.
Em escolas do campo, é possível afirmar a existência de uma riqueza de práticas
historicamente desenvolvidas pelas comunidades, que, uma vez aproveitadas poderão favorecer
a vivência de atividades capazes de ressignificar o currículo escolar, por meio da valorização
dos conhecimentos e saberes da cultura local, de acordo com a realidade e história das
comunidades campesinas.
Dessa forma, atividades lúdicas e brincadeiras populares estão longe de ser atividades
ingênuas ou simples passa tempo. Acredita-se que podem ser utilizadas como ferramentas de
1
Licenciando em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA). E-mail:
eduardo.beserra98@gmail.com
2
Licenciando em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA). E-mail:
rone.jose91@gamil.com
3
Professora orientadora. Mestre em Educação Contemporânea pela UFPE. E-mail:
sisacarvalho91@gmail.com
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Uma mobilização nacional iniciada na década de 1980 e consolidada a partir dos anos
de 1990, protagonizada pelos movimentos sociais do campo, que vem pressionando o
Estado por políticas públicas para o campo (educação, saúde, transporte,
infraestrutura, segurança etc.) que, de forma articulada, possam assegurar os direitos
dos povos que vivem no/do campo.
4
Encontro organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em parceria com a
Universidade de Brasília – UnB.
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Na última década, a infância deixou de ser tratada como um conceito singular. Decorre
daí a exigência de falar de infâncias e não da infância, reconhecendo-se a pluralidade
de práticas culturais e de modos de vida que configuram a vida das crianças em
diferentes contextos sociais, geográficos e políticos.
[...] são marcos para a inserção das crianças brasileiras no mundo dos direitos
humanos, num movimento de reconhecimento daquilo que as iguala em suas
condições gerais. Ao mesmo tempo, legislações específicas, materializadas em leis,
decretos e resoluções voltados a grupos particulares, na maioria das vezes resultado
da luta organizada desses mesmos grupos, compõem esse sistema de proteção com
vistas ao combate às desigualdades que caracterizam a realidade das crianças.
Destarte, o direito de participação que se efetiva nas práticas diárias quando as infâncias
são ouvidas sobre seus desejos, suas opiniões e seus cotidianos, materializa-se no direito à
brincadeira, que por sua vez, possibilita a real vivência da infância (NERY, 2010).
Assim, a construção da cidadania nas crianças do campo é resultado do empate entre a
realidade plural, geralmente desigual, as lutas, conquistas e valorização dos modos próprios de
vida. Uma rotina, cujo tempo está dividido entre o convívio com a família e a comunidade, as
brincadeiras, as tarefas diárias, a escola, entre outras atividades.
No campo a criança constrói sua referência e identidade na relação com as atividades
de seu grupo social, as formas de sociabilidade resultam dos modos de produção dessa relação
que pela convivência rígida não implicam a separação entre adultos e crianças.
Na história antiga há relatos de que o ato de brincar era desenvolvido por toda a
família, até quando os pais ensinavam os ofícios para seus filhos. Destacamos que
para cada época e sociedade a concepção sobre educação sempre teve um
entendimento diferenciado, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção. Os povos
primitivos davam à educação física uma importância muito grande e davam total
liberdade para as crianças aproveitarem o exercício dos jogos naturais, possibilitando
assim que esses pudessem influenciar positivamente a educação de suas crianças.
O lúdico faz parte das diferentes culturas e é uma estratégia que pode ser utilizada para
estimular a construção dos conhecimentos e o desenvolvimento de diferentes habilidades
motoras e cognitivas desde a infância.
“A palavra lúdico se origina do latim ludus que significa brincar”. (SANT’ANNA &
NASCIMENTO, 2011, p. 20). Trata-se de um conjunto de práticas cuja importância envolve a
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Platão, já em meados de 367 a.C., apontou a importância da utilização dos jogos para
que o aprendizado das crianças pudesse ser desenvolvido. Afirmava que em seus
primeiros anos de vida os meninos e meninas deveriam praticar juntos, atividades
educativas através dos jogos. (SANT’ANNA & NASCIMENTO, 2011, p. 20).
Brincar é uma atividade humana na qual as crianças fazem parte de forma espontânea
tornando-se uma maneira de viver e recriar as atividades e experiências sociocultural dos
adultos. Na educação do campo a brincadeira une- se a imaginação, fantasia e realidade que dá
novas interpretações e produções na ação das crianças.
Pensando nas escolas do campo, as brincadeiras têm um grande benefício para o
processo de ensino-aprendizagem dos educandos e de recursos para os educadores, pois quando
brinca a criança trás para a brincadeira as marcas das suas relações e elementos da sua cultura,
provavelmente a criança do campo nas suas brincadeiras expressa alguns elementos do lugar
onde vive o campo.
O brincar faz parte do processo de aprendizagem do ser humano, começando na infância
e podendo se estender em alguns momentos na fase da vida adulta, algumas das características
da brincadeira são: Atividade espontânea em que as crianças participam ativamente, tem regras
própria que orientam as ações dos que brincam, proporciona sentimento de alegria e prazer.
Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil - RCNEI (BRASIL,
1998, p.22):
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Então o brincar e criar, imaginar com o outro. A brincadeira não só desenvolve o lado
motor da criança como também desenvolve no processo de socialização, habilidades,
inteligência. É brincando que ela descobre o mundo ao seu redor, esses aspectos são
desenvolvidos durante a brincadeira que vai com a criança durante toda sua vida.
A brincadeira pode ser livre, mas o importante é que o professor consiga equilíbrio a
cada função para que aconteça a aprendizagem.
De acordo com o RCNEI (BRASIL, 1998, p.29):
O educador não precisa ensinar a criança a brincar, pois este é um ato que acontece
espontaneamente, mas sim planejar e organizar situações para que as brincadeiras
ocorram de maneira diversificada, propiciando às crianças a possibilidade de escolher
os temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar. Dessa maneira, poderão
elaborar de forma pessoal e independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos
e regras sociais.
Brincar é também um grande canal para o aprendizado, senão o único canal para
verdadeiros processos cognitivos. Para aprender precisamos adquirir certo
distanciamento de nós mesmos, e é isso o que a criança prática desde as primeiras
brincadeiras transicionais, distanciando-se da mãe. Através do filtro do
distanciamento podem surgir novas maneiras de pensar e de aprender sobre o mundo.
Ao brincar, a criança pensa, reflete e organiza-se internamente para aprender aquilo
que ela quer, precisa, necessita, está no seu momento de aprender; isso pode não ter a
ver com o que o pai, o professor ou o fabricante de brinquedos propõem que ela
aprenda.
crescimento saudável, ou seja, vivendo sua infância para quando for adulto torna se um adulto
16
com mais equilíbrio com relação ao físico como também emocionalmente.
Enquanto direito, o brincar é inerente a todas as crianças. Entretanto, as questões
econômicas, de tempo e espaço, imprimem formas e sentidos diferentes para sua efetivação.
Silva, Felipe e Ramos (2012, p. 420) ao tratarem sobre a infância no campo, declaram:
No campo o brincar articula tempos diversos e formas de vida que combinam a novidade
e a tradição. Dessa forma, a brincadeira é instintiva. Pode-se dizer que a criança faz tudo
brincado, por mais séria que seja a atividade para o adulto, ela a faz com muita intensidade,
criando seus próprios brinquedos com matérias locais muito simples, disponíveis no meio onde
vive.
Para Vygotsky (2007, p. 122).
Assim, desde o processo de fabricação do brinquedo, até a definição das regras do jogo,
há o desenvolvimento de diferentes dimensões motoras e cognitivas que despertam a
curiosidade, contribuem para o desenvolvimento da inteligência e, consequentemente,
favorecem a aprendizagem.
De acordo com Gehrke (2002), no campo, a escolha dos brinquedos deve ser conforme
os objetivos. Assim, é possível classificar os brinquedos em três categorias: Brinquedos
prontos, que colocam a criança diante da técnica, da economia e da imaginação. Já os
brinquedos de construção permitem o desafio de construir, adaptar e criar, estimulando a
criatividade, a solução de problemas, o que exige esforço, concentração e lógica na combinação
de peças. Há ainda o brinquedo material, aquele formado por argila, pedras, madeiras, folhas,
ou seja, coisas que as crianças coletam. Além de útil e barato, fortalece os valores, a cultura e
materializa ideias. Os dois últimos tipos são os mais completos, pois, favorecem o
desenvolvimento de habilidades criadoras e de organização para a vida e o trabalho.
Dessa forma, é fundamental compreender como a escola tem utilizado a ludicidade
enquanto forma de garantir a essa infância o direito de brincar e quais as contribuições desse
processo para a aprendizagem.
influenciados pelas crianças. Mas, também quem não filhos na escola ajudou. Os jovens
18
colaboraram, outros vinham por curiosidade e acabavam ajudando.” (GEHRKE, 2002, p. 31)
A forma de organização do parque levou em consideração a categoria brinquedo de
construção. Para o autor:
As crianças sentiram-se realizadas em poderem ajudar a construir algo para eles e elas
mesmos, olhando no jeito delas se via como elas estavam felizes, ansiosas para
poderem desfrutar daquilo que já era uma realidade. O próprio processo de construir
o parque já era prazeroso, já é brinquedo. (Ibidem, p. 31).
Nesse sentido, conforme afirma Silva, Felipe e Ramos (2012) ocorre um processo no
qual a criança ocupa espaços partilhados e constrói referencias e identidade na relação com as
atividades do grupo social.
Em relação aos brinquedos e brincadeiras utilizados nesses parques, foram identificados
(GEHRKE, 2002):
O parque infantil tem toda uma lógica de ser construído com reaproveitamento de
elementos da natureza, como: pneus, troncos de madeira, restos de tinta, couros,
placas... na perspectiva de dar um novo sentido aos mesmos, embelezando ambientes,
criando o gosto de reocupar os espaços com criatividade. (Ibidem, p. 33).
Além disso, a escolha dos mesmos está diretamente relacionada aos conhecimentos das
pessoas da comunidade e suas formas históricas de brincar. Comprova-se a afirmação de Reck
(2007) ao apontar a riqueza cultural presente no campo, enquanto produto e produtor de cultura,
da criação do novo, do criativo. Criatividade esta, perceptível na experiencia analisada.
Destaca-se ainda: a valorização das relações de gênero e geracional, uma vez que idosos,
adultos, jovens, adolescentes e crianças do sexo masculino e feminino interagem ao longo de
todo o processo. Além disso, há o embelezamento do local, por meio da movimentação e do
encontro constante de pessoas reunidas para resgatar e vivenciar brincadeiras e jogos
conhecidos na comunidade (GEHRKE, 2002).
Segundo Oliveira, Solé e Fortuna (2010) apud Silva (2013, p.46):
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ideia principal dessa pesquisa foi investigar as contribuições das atividades lúdicas
enquanto ferramentas para construção de conhecimentos em escolas do campo.
Ao analisar as especificidades da infância no campo, Nery (2010) destaca que há direitos
assegurados deste a Constituição Federal, reafirmados pela LDB 9.394/96 e pelo ECA que
precisam ser garantidos a todas as crianças, em qualquer espaço. Um dos principais é o direito
a participação que se efetiva nas práticas sociais que dão voz e vez a estes sujeitos.
A vivência de uma infinidade de experiências contribui para a construção da cidadania
das crianças do campo, envolvendo momentos de lutas, conquistas, lazer e valorização dos
modos próprios de vida. Elementos que fortalecem a sua identidade.
Sobre a concepção de ludicidade e brincadeiras na Educação do Campo, percebe-se que
estas práticas fazem parte da história humana e da cultura popular. Favorecem a troca de
conhecimentos e saberes, momentos de interação e aprendizagem prazerosa. O brincar tem um
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6. REFERÊNCIAS
ALMEIDA, P. N. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo, SP: Loyola,
1995.
Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
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21
CALDART, R. S. Sobre Educação do Campo. In: SANTOS, C. A. (Org.). Educação do
Campo: Campo – Políticas Públicas – Educação. Brasília, DF: Articulação Nacional “Por
Uma Educação do Campo”, 2008. (Coleção: Por uma Educação do Campo – Vol. 7).
FORTUNA, T. R. O lugar do brincar na Educação Infantil. Pátio. Porto Alegre. 2002, v.27
p. 8-10, 2011.
22
PEDAGOGIA HOSPITALAR: EDUCAÇÃO E SAÚDE ATUANDO NO
DESENVOLVIMENTO FÍSICO, EMOCIONAL E SOCIAL DE
CRIANÇAS HOSPITALIZADAS
1. INTRODUÇÃO
5
Aluna Graduanda do Curso de Graduação em Pedagogia do CESA. E-mail: janaalves999@gmail.com
6
Professora orientadora. Mestra em Educação Contemporânea pela UFPE. E-mail: sisacarvalho91@gmail.com
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para atuarem no desenvolvimento integral do sujeito, com destaque para o papel primordial
23
do(a) pedagogo(a) nesse processo.
Partindo desse pressuposto, a pesquisa busca responder o seguinte problema: A
pedagogia hospitalar pode contribuir para amenizar as consequências da internação nas
crianças e, consequentemente, em suas famílias? Para tanto, traçou-se como objetivo geral:
Investigar como a Pedagogia Hospitalar pode contribui para amenização das consequências
físicas, emocionais e sociais causadas em crianças durante longos períodos de internação.
Como objetivos específicos, pretende-se: Examinar os principais documentos e bases
legais que fundamentam a Pedagogia Hospitalar; correlacionar a trabalho do(a) Pedagogo(a)
Hospitalar e da família na aceitação e amenização dos sofrimentos causados durante a
hospitalização; analisar a importância do(a) pedagogo(a) hospitalar no desenvolvimento
cognitivo, crítico, social e emocional das crianças hospitalizadas; identificar metodologia e
materiais utilizados na brinquedoteca do hospital.
Enquanto metodologia, a pesquisa foi realizada por meio de uma análise qualitativa
descritiva, onde não se tem como finalidade quantificar os dados analisados. Para coleta de
dados e informações utilizou-se a pesquisa bibliográfica, com leitura de livros, revistas e artigos
científicos. De acordo com Gil (2002, p.44), “[...] a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com
base em material já elaborado, constituindo principalmente de livros e artigos científicos”.
Como principais autores para a fundamentação teórica, utilizou-se: Fonseca (2003) e
Fontes (2004, 2005), Esteves, (2008), Gomes, Gonçalves, André, Lopes (2010), Guareschi e Martins
(1997), que contribuem significativamente com o objeto da pesquisa.
Além disso, utilizou-se a pesquisa documental com análise de documentos e legislações
sobre o tema. Para Gil (2002, p.45), [...] a pesquisa documental vale-se de materiais que não
recebem ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os
objetos da pesquisa.
Na escolha dos documentos, optou-se pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
(BRASIL, 1990), Declaração dos Direitos da Criança e do Adolescente Hospitalizados,
resolução nº 41 de 13 de outubro de 1995, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –
LDB 9.394/96 (BRASIL, 1996), Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar
(BRASIL, 2001), com o intuito de identificar informações legais sobre os direitos das crianças
hospitalizadas.
Espera-se que o trabalho possa contribuir para que Pedagogia Hospitalar se torne mais
conhecida e por consequência, valorizada. Que seja reconhecida sua relevância para o
desenvolvimento pessoal e social das crianças.
ainda visa sanar dificuldades de aprendizagem, tornando assim a criança mais segura e
24
confiante no seu potencial, diminuindo o sofrimento causado no âmbito hospitalar. Nesse
sentido, Fonseca (2003, p. 22) afirma:
7
Denomina-se classe hospitalar o atendimento pedagógico-educacional que ocorre em ambientes de tratamento
de saúde, seja na circunstância de internação, como tradicionalmente conhecida, seja na circunstância do
atendimento em hospital-dia e hospital-semana ou em serviços de atenção integral à saúde mental. (BRASIL, 2002,
p.13).
8
Atendimento pedagógico domiciliar é o atendimento educacional que ocorre em ambiente domiciliar, decorrente
de problema de saúde que impossibilite o educando de frequentar a escola ou esteja ele em casas de passagem,
casas de apoio, casas-lar e/ou outras estruturas de apoio da sociedade (BRASIL, 2002, p. 13).
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escolares, facilitando para que a criança compreenda sua condição e tenha um maior conforto
25
emocional. Apesar de sua relevância e tempo de existência, trata-se de um ramo da Pedagogia
pouco conhecido e explorado. Pouco se fala e se conhece sobre essa área de atuação do(a)
pedagogo(a).
Assim, pode-se dizer que o período de internação afeta a criança na sua totalidade,
acarretando consequências nos aspectos físico, emocional e social.
Sobre as consequências físicas, dependendo da gravidade do caso, o paciente passa a
ser privada de várias atividades habituais e necessárias ao seu desenvolvimento, tais como:
brincar, correr, pular. Assim:
O ambiente hospitalar é para ela um local de proibições; lá não se pode correr pelos
corredores, jogar bola, falar alto e dependendo das regras do hospital também não se
pode brincar. Este lugar é no geral assustador, pois não há nada nele que possa
identificar com suas experiências anteriores, e somando a isso, o fato da sua
debilitação física e emocional estarem presentes na situação, tornam a experiência
ainda mais agravante. (Ferro e Amorim, 2007 apud Valverde 2010 p.8).
Este fator faz com que a criança encare o período de hospitalização como algo doloroso.
Cada momento que ela é submetida a algum procedimento ela o encara como uma punição a
algo que ela poderá ter feito, muitas vezes, nem se quer entende o que lhe fez estar ali.
Sendo assim, a dor ultrapassa o físico e atinge o emocional, uma vez que esta não
consegue aceitar estar naquela condição. Daí surgem os fatores emocionais que afetam sua
permanência no hospital, uma vez que, ao ser retirada do seio familiar e social para ser
submetida a um período de hospitalização que, muitas vezes, torna-se longo, surgem inúmeros
sentimentos confusos em sua mente, sentimentos estes nunca vividos anteriormente.
Assim, Gomes, Gonçalves, André, Lopes (2010 p. 736) afirmam que: “O hospital é visto
pela criança como um local de solidão, lágrima e de saudade, pois a afasta de suas rotinas e de
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sua família. Por isso, o hospital é tão temido pelas crianças e um local para o qual ela nunca
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deseja ir”.
Guareschi e Martins (1997) corroboram com os autores quando afirmam que para a
criança o ambiente hospitalar provoca o aumento da tensão emocional, pelo medo de perder
pais, familiares, por ser uma experiência traumática e estressante.
Assim, para Kytayama e Bruscato (2008) apud Valverde (2010, p. 6):
O sofrimento pode ser compreendido como uma angústia acentuada, que transcende
o desconforto corporal, relacionando-se intimamente a sensação de ameaça à
integridade pessoal diante das adversidades. Resulta da leitura pessoal que cada
paciente faz de sua condição existencial e dos significados que atribui a essa condição.
Algumas crianças passam a ver aquele período de hospitalização como algo punitivo, e
começam a buscar respostas para entender o que lhe fez chegar a esse estado. O que é
confirmado por Oliveira (1993, p. 328) “Este evento de estar hospitalizada, os procedimentos
médicos realizados e a própria doença surgem na percepção da criança como uma punição, um
castigo, algo estreitamente relacionado a uma culpa subjacente [...].”
Toda essa situação faz com ela, muitas vezes, passe a acreditar que a culpa de estar ali
é sua, que foram as ações dela que fizeram com que ela passasse por esse período que deixara
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marcas por toda a sua vida, principalmente, se não for trabalhado de forma cuidadosa o que lhe
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fez ficar nesse estado.
Para Guareschi e Martins (1997, p. 423):
Quando esta se recusa a aceitar o tratamento, a batalha para a obtenção da cura torna-se
ainda mais árdua. Ela passa a recusar os procedimentos médicos, passa a viver em constantes
períodos de choro, ansiedade, medo, e o único desejo dela é fugir daquele ambiente que se torna
hostil, com procedimentos invasivos e dolorosos, afetando a parte física, emocional e
comportamental, privando-lhe de sua individualidade e dinâmica diária.
Ainda conforme Gomes, Gonçalves, André, Lopes (2010, p.737): “Durante a
hospitalização são interrompidas as brincadeiras e a vida escolar da criança, havendo privação
da companhia dos familiares e dos companheiros”, o que poderá dificultar sua volta ao convívio
interpessoal e o atraso escolar.
Dessa forma, é fundamental o investimento em ações que possam amenizar estas
consequências, oportunizando as crianças atividades por meio das quais sintam-se, na medida
do possível, incluídas e acolhidas mesmo dentro de hospitais. Segundo a Neurociência, as
atividades capazes de produzir emoções positivas são essenciais nesse processo (A MENTE É
MARAVILHOSA, 2019). Para Larson (2000) o tédio e a falta de atividades físicas levam as
crianças a preocupantes níveis de infelicidade. Por outro lado, as brincadeiras, fazem o cérebro
liberar dopamina, hormônio do prazer e noradrenalina, hormônio que influencia no humor,
ansiedade, sono, alimentação, favorecendo a plasticidade do cérebro.
Trata-se, portanto, de um trabalho essencial para que esta sinta-se incluída em um novo
grupo. A abordagem pedagógica, assim como afirma Fontes (2004), ajuda a criança na
diminuição dos efeitos traumáticos, causados, pelo distanciamento dos seus familiares, amigos
e a escola.
Fontes (2005) ressalta ainda em relação as contribuições pedagógicas para o bem estar
da criança enferma, que a mesma passa por duas vertentes de análise: a primeira é em relação
ao acionamento do lúdico, como meio de comunicação e ajuda para a criança esquecer por
alguns instantes dos sofrimentos causados no ambiente hospitalar, além de lhe remeter a
memórias da sua infância, antes da chegada ao hospital. A segunda, é em relação ao
reconhecimento do ambiente hospitalar, desmistificando medos e sentimentos em relação ao
espaço hospitalar, facilitando para que a criança confie mais nos profissionais que ali atuam.
Nesta perspectiva é interessante entender que seu trabalho contribui para:
De acordo com esse novo enfoque educacional, sugerimos a prática de uma educação
para o afeto ao lado da secular educação para o conhecimento. E também convidamos
à reflexão sobre as novas possibilidades de se pôr em prática a relevância da
interdisciplinaridade, que ainda conhecemos apenas teoricamente.
Dessa forma, a prioridade nos hospitais não deve ser voltada unicamente para a parte
clínica, mas também, para o desenvolvimento cognitivo, emocional, físico e social. Quando
isso não ocorre as crianças podem sair do período de internamento com atrasos intelectuais e
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sociais, o que muitas vezes pode resultar em traumas, alterações de humor e conduta. Ainda
30
segundo Fontes (2004, p. 7):
Uma criança com uma doença crônica fatal apresenta estresse especialmente intenso
e desafios de enfrentamento para ela e para sua família. Para a criança, há a dor e
medo da quimioterapia, da radiação ou de procedimentos cirúrgicos e, é claro, a
ameaça de morrer; para os pais, o custo emocional de ter uma criança doente ou
terminal muitas vezes é o suficiente para desencadear sérios sintomas psicológicos e
fisiológicos em indivíduos que de outra forma seriam saudáveis.
Ainda conforme o autor, a classe hospitalar pretende integrar a criança no seu novo
modo de vida, o mais rápido possível. Através de um ambiente acolhedor e humanizado, serve
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como auxilio para a criança, manter-se em relações sociais e familiares, diminuindo assim tanto
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o sofrimento da família, quanto da criança (ESTEVES, 2008).
Em relação as estratégias metodológicas, considerando os estudos realizados pela
Neurociência, a brinquedoteca é um dos espaços essenciais para desenvolvimento das funções
motoras, cognitivas, afetivas e sociais. O trabalho com o lúdico favorece a intervenção
pedagógica. O brincar é fundamental para a redução de tensão, raiva, frustração, conflito e
ansiedade (Soares, 2003), pois estimula a liberação de hormônios como a dopamina e a
noradrenalina.
A brinquedoteca hospitalar torna-se uma estratégia fundamental, pois, a mesma é
utilizada de forma interativa, estimulando o desenvolvimento social, emocional e físico. As
atividades desenvolvidas amenizam o estresse e a dor, favorecendo a interação entre crianças
hospitalizadas, famílias/ responsáveis e profissionais.
Brincar é um direito de toda criança. No âmbito hospitalar esse direito está amparado
pela Lei Federal de nº 11.104 de 21 de Março de 2005, que sugere que os hospitais que oferecem
atendimento pediátrico em condição de internação, são obrigados a ofertarem o espaço lúdico
da “Brinquedoteca Hospitalar”, ressaltando ainda, que devem ser ofertados brinquedos e jogos,
tanto para estimular a criança quanto seus acompanhantes.
A brinquedoteca hospitalar tem como objetivos:
Assim, pode-se ressaltar a importância que o lúdico traz para a vida das crianças
hospitalizadas, além de lhes fazer esquecer um pouco os sofrimentos causados, faz com que
eles aceitem o tratamento com maior facilidade, ainda preparam-nas para sua volta para casa,
estimulando assim seu desenvolvimento e aprendizagem.
Em relação as metodologias que devem ser utilizadas Cunha (1994, p. 80) ainda afirma:
[...] São tarefas para a Brinquedoteca: deixar brincar, deixar criar, mais e mais, com
vários brinquedos e com muita variedade de materiais, desafiando e promovendo a
inventividade, resgatando assim o direito à verdadeira especialidade que é a de ser
diferente e único.
hospitalizados, de modo que os mesmos viajem naquele momento mágico que é o momento do
32
brincar, e que se percebam como seres diferentes sim mas, que a sua diferença não o exclui o
torna único, do jeito que ele é.
Nesse sentido, os brinquedos e jogos são ferramentas essenciais para o trabalho no
ambiente hospitalar pois conforme Cunha (2007) apud Silva e Matos (2009) o trabalho na
brinquedoteca facilita tanto para a criança, quanto para a família e ainda para os médicos, que
através das atividades lúdicas podem explicar os tratamentos nos quais o paciente será
submetido, facilitando assim para a administração dos mesmos.
Assim, a atuação do(a) pedagogo(a) hospitalar é fundamental para assegurar um
ambiente pedagógico e lúdico, que promova atividades voltadas a interação e entretenimento
dos pacientes, oportunizando a estes uma metodologia dinâmica e interativa, com brincadeiras,
leituras, resolução de atividades, etc.; capazes de movimentar as crianças por meio de atividades
físicas planejadas de acordo com as condições de cada uma delas e atividades cognitivas,
conforme sua faixa-etária e nível escolar, envolvendo as diferentes áreas de conhecimento.
Nesse sentido, elas estarão mais próximas da sua dinâmica social cotidiana, não se
sentirão tão aprisionadas, farão novas amizades e ocuparão a mente com aquilo que gostam.
Um trabalho especial, capaz de contribuir para que crianças e familiares tenham uma maior
aceitação da doença, melhorem a qualidade da estadia durante a internação, o que poderá
favorecer a obtenção da cura.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou investigar como a Pedagogia Hospitalar pode contribui para
amenização das consequências físicas, emocionais e sociais causadas em crianças durante
longos períodos de internação. Para tanto, foram consultadas legislações específicas e autores
que trabalham com o tema.
Por meio da análise documental, é possível afirmar que apesar de uma das primeiras
classes hospitalares terem sido implementadas em 1950 no Hospital Jesus – RJ, é somente a
partir da década de 1990 que a educação em espaços não escolares passa a ser priorizada na
legislação brasileira, com a criação da Lei dos Direitos das Crianças e Adolescentes
Hospitalizados, Resolução n° 41 de 13/10/1995 (BRASIL, 1995).
Em 2002 a Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação, lança as
orientações e estratégias para o atendimento pedagógico em classes hospitalares e atendimento
domiciliar (BRASIL, 2002).
A revisão bibliográfica mostra tratar-se de um campo ainda pouco explorado. Por outro
lado, pode ser constatado o quanto essa área de atuação do(a) pedagogo(a) é fundamental para
o desenvolvimento físico, social, emocional, cognitivo e afetivo de crianças hospitalizadas por
períodos prolongados.
Este profissional também se torna peça chave no trabalho com a família/ responsáveis,
quando os auxilia a compreender a situação e a cuidar da criança, ajudando-os a entender e
aceitar o sofrimento vivenciado, evitando culpas e situações de dor e estresse capazes de os
fazer também adoecer.
Em relação a metodologia, é importante o desenvolvimento de atividades
interdisciplinares, principalmente, aquelas que envolvem a ludicidade. Nesse sentido, a
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8. REFERÊNCIAS
GIL, A. C. 1946- Como elaborar projetos de pesquisa. Antônio Carlos Gil. 4ª ed. São
Paulo: Atlas, 2002.
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STRAUB, R. O. (2005). Psicologia da Saúde. (R. C. Costa, trad.). Porto Alegre: Artmed
(trabalho original publicado em 2002). Disponível em:
https://www.sinopsyseditora.com.br/upload/produtos_pdf/195.pdf. Acesso em: 15 de
Setembro de 2018.
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1. INTRODUÇÃO
A
Arte-Educação tem como função estimular as habilidades e nortear no
processo de ensino-aprendizagem, desenvolvendo a percepção e a
imaginação, sendo indispensável na contribuição do desenvolvimento
intelectual, sensorial e emocional da criança. Nesta perspectiva, a arte enquanto expressão das
emoções e da comunicação possibilita a criança uma leitura de mundo e de si mesma, sendo
possível desenvolver o senso crítico, a sensibilidade e a criatividade.
O objetivo da Arte é permitir a liberdade de expressão. “[...] a arte na educação tem
como finalidade principal permitir que a criança expresse seus sentimentos e a ideia de que a
arte não é ensinada, mas expressada” (BARBOSA, 1979, p.46).
Refletindo sobre o tema, busca-se desenvolver uma pesquisa com a proposta de
investigar: “Qual a importância da arte-educação no processo do desenvolvimento infantil?”.
A partir da pesquisa citada pretende-se responder essa problemática, tendo como
Objetivo Geral: compreender a importância da arte-educação no processo do desenvolvimento
infantil.
A pesquisa teve como Objetivos Específicos: analisar o papel da Arte-Educação no
desenvolvimento cognitivo e emocional da criança na educação infantil; entender o papel do
professor na utilização da Arte enquanto ferramenta pedagógica e lúdica na motivação do
ensino crítico, reflexivo das crianças na educação infantil; perceber a importância da formação
continuada dos professores para o ensino da arte-educação, afim de que a mesma não fique
limitada.
9
Licenciando em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA) e bolsista CAPES da
Residência Pedagógica. E-mail: j.junior_425@hotmail.com.
10
Licencianda em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA e bolsista CAPES da
Residência Pedagógica. E-mail: rosilenejr@hotmail.com.
11
Orientadora, professora de Filosofia e de Ética do Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA). Doutora
em Filosofia pelo Programa Interinstitucional de Pós-graduação em Filosofia da UFPE-UFPB-UFRN.
Coordenadora do Departamento Pedagógico do CESA. Coordenadora Institucional da Residência Pedagógica
CAPES/CESA. E-mail: izabelfilosofia@yahoo.com.br.
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Assim, na humanidade a arte se faz presente e importante na vida de uma criança antes
mesmo da aquisição da fala e da alfabetização, sendo que a mesma precisa de estímulo para
adquirir novos saberes e apropriar seus conhecimentos.
A educação por sua vez engloba os processos de ensino-aprendizagem atua no
desenvolvimento integral do homem, isto é, de sua competência intelectual, física e moral,
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visando não apenas a formação de suas habilidades, mas em todo seu contexto social. Segundo
37
(SAVIANI, 2002, p.11), “a educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, e constitui-
se como instrumento fundamental para o desenvolvimento e construção da cidadania, tornando-
se, portanto, indispensável para a formação do homem como ser social”. Sendo assim a
educação urge por um olhar mais crítico e medidas energéticas para contemplar a formação
integral do indivíduo, por meio dos saberes científicos, cognitivos e emocionais no que diz
respeito à formação do cidadão reflexivo.
Com a união do termo arte-educação dado por Ana Mae Barbosa, pensadora sendo uma
das fundadoras da arte-educação no Brasil na década de 70. A mesma responsável por elaborar
a abordagem triangular (conhecer a História, fazer arte e saber apreciar uma obra). A abordagem
Triangular se referi à melhoria do ensino de arte, tendo por base um trabalho pedagógico
integrador, em que o fazer artístico, a análise ou leitura de imagens (compreendendo o campo
de sentido da arte) e a contextualização interagem ao desenvolvimento crítico, reflexivo e
dialógico do estudante em uma dinâmica contextual sociocultural.
Daí a preocupação com a educação pela arte, como forma de formação integral do ser
humano, na medida em que desempenha um papel fundamental, no desenvolvimento das
formas expressivas e na construção de personalidade do indivíduo.
A expressividade infantil implica na construção de formas de linguagem e comunicação
exercidas no processo de socialização, atuando expressivamente é que a criança aprende e
vivencia formas de ser e de estar no mundo humano.
Essa arte tem início quando os sentidos da criança estabelecem o primeiro contato com o
ambiente, e ela reage a essas experiências sensoriais. Tocar, cheirar, ver, manipular, saborear,
escutar, enfim, qualquer método de perceber o meio e reagir contra ele é, de fato, a base
essencial para a produção de formas artísticas.
Nota-se assim, que a arte tem como objetivo promover uma educação transformadora
enquanto estímulo para um bom desenvolvimento físico, social, cognitivo e afetivo da criança.
E na Educação Infantil deve privilegiar a liberdade de manifestação da mesma de forma a
contribuir no seu desenvolvimento.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais dos temas transversais de Arte
(1997):
Outro ponto importante é o contato da criança com as obras de arte. Quando isso
ocorre com crianças que têm oportunidade de praticar atividades artísticas, percebe-
se que elas adquirem novos repertórios e são capazes de fazer relações com suas
próprias experiências. E, ainda, se elas também são encorajadas a observar, tocar,
conversar e refletir... (FERRAZ e FUSARI, 1993, p.49).
Para desenvolver bem suas aulas, o professor que está trabalhando com arte precisa
conhecer as noções dos fazeres artísticos e estéticos dos estudantes e verificar em que
medida pode auxiliar na diversificação sensível e cognitiva dos mesmos. Nessa
concepção, sequenciar atividades pedagógicas que ajudem ao aluno a aprender a ver,
olhar, ouvir, pegar, sentir e comparar os elementos da natureza e as diferentes obras
artísticas e estéticas do mundo cultural deve contribuir para o aperfeiçoamento do
aluno (FERRAZ e FUSARI, 1994, p.21).
No caso do professor polivalente, ele precisa também saber ser um professor de Educação
41
Infantil que propõe Arte.
O educador da Educação Infantil polivalente percorre um trabalho desafiador. Envolver-
se e envolver seus alunos com a Arte, deixando o processo educativo mais fértil. O objetivo de
ensinar Arte na Educação Infantil é desenvolver o autoconhecimento, senso crítico, a
sensibilidade, a criatividade e as habilidades que serão valiosas durante toda sua vida adulta.
“A Arte além de incentivar a criatividade, facilita o processo de aprendizagem e prepara melhor
os alunos para enfrentar o mundo” (BARBOSA, 1979).
A arte como instrumento da prática pedagógica, permite que o aluno percorra trajetos
de aprendizagem que propiciem conhecimentos específicos no âmbito escolar, facilitando a
motivação diretamente ligada com as propostas pedagógicas que o docente pode abordar em
sala de aula, a ferramenta que o mesmo tem que espelhar, é a inovação, buscar da arte um saber
de todos os elementos que vão auxiliar na aprendizagem e o desenvolvimento crítico e reflexivo
dos discentes, utilizando-se também da ludicidade.
A Arte passou a fazer parte do currículo escolar a partir da Lei de Diretrizes e Bases n°
5.692/7 como educação artística, passando então a fazer parte do currículo escolar do ensino
fundamental, e em 1996 a LDB passa a considerar a arte como disciplina obrigatória da
educação básica. Esta nova proposta para o currículo de Artes tem o objetivo de aplicar
melhorias na qualidade da prática pedagógica de ensino, possibilitando a interação entre o aluno
e a arte para estimular sua percepção e imaginação e assim desenvolver sua criatividade na
produção artística, bem como, atribuir significados coerentes com sua visão de mundo.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, lei: 9394/96, Artigo 26 diz:
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Sem uma consciência clara de sua função e sem uma fundamentação consistente de
arte como área de conhecimento com conteúdos específicos, os professores não
conseguem formular um quadro de referências conceituais e metodológicas para
alicerçar sua ação pedagógica; não há material adequado para as aulas práticas, nem
material didático de qualidade para dar suporte às aulas teóricas (BRASIL, 1997, p.
26).
Para que possamos fazer um trabalho em arte e educação que priorize a expressão
criadora, não é possível que continuemos oferecendo aos nossos alunos somente um
monte de matérias para manipularem, sem que estejamos de fato conscientes de tudo
o que podemos suscitar em um indivíduo para que desenvolva sua forma pessoal de
expressão. É preciso respeitar o traço pessoal do aluno, mas também desafiá-lo a
desenvolver o seu repertório de representação visual, levando até ele conhecimento
em arte (SOUZA 2003, p.37).
[...] artes, saberes e significados da cultura [...]. São os processos de ensinar e aprender
mais complexos, e mais esquecidos dos currículos na organização dos tempos e
espaços escolares, na formação de professores (as). Aprendemos disciplinas sobre que
conhecimentos da natureza e da sociedade ensinar e com que metodologias, porém
não entra nos currículos de formação como ensinar-aprender a sermos humanos.
A escola precisa encarar a arte como a disciplina tão importante quanto às demais,
frequentemente a Arte é muitas vezes associada ao divertimento e lazer distorcendo seu real
significado, enquanto o conhecimento ele é associado apenas às disciplinas de maior
importância, desvalorizando assim também o profissional da Arte-Educação. Assim,
[...] precisamos continuar a luta política e conceitual para conseguir que arte seja não
apenas exigida, mas também definida como uma matéria, uma disciplina igual às
outras no currículo. Como a matemática, a história e as ciências, a arte tem um
domínio, uma linguagem e uma história. Constitui-se, portanto, num campo de
estudos específico e não apenas em mera atividade (BARBOSA 1991, p.6).
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
ARROYO, Miguel G. Ofício de Mestre: imagens e autoimagem. Petrópolis, RJ: vozes, 2000.
__________, A. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e novos tempos. São Paulo:
45
Perspectiva; Porto Alegre: Fundação IOCHPE, 1991.
FERRAZ, Heloisa; FUZARI, Maria F. de Resende; Arte na Educação Escolar. São Paulo:
Cortez, 1993.
FERREIRA, Sueli (org). O ensino das Artes: Construindo Caminhos. 10. Ed. Campinas, SP:
Papirus,2011.
NÓVOA, Antônio. Os professores e a sua formação. Coord. António Nóvoa, 2ª ed. 1995.
MENDES, Adriana; Cunha, Glória. Um universo sonoro nos envolve. IN: FERREIRA, Sueli.
O ensino das Artes: Contribuindo Caminhos. Campinas. Ed. Papirus, São Paulo, 2001 p.79-
114.
1. INTRODUÇÃO
O
anseio por esta temática se deu ao perceber a falta de uma formação continuada
para professores que trabalham na educação infantil, na inclusão de crianças
com transtorno do espectro autista (TEA), visto que a cada ano cresce o número
de crianças com (TEA) na rede regular de ensino. Portanto esta inclusão, é um tema que precisa
ser abordado, para analisar o porquê de tanta ansiedade, insegurança e medo dos educadores
em receber um aluno com este transtorno no meio escolar, como também enfatizar a grande
necessidade dos profissionais da educação em se aprofundarem mais nos estudos sobre o
(TEA).
O isolamento dessas crianças muitas vezes é visto como descaso ou como algo sem jeito,
até muitas famílias desprezam ou deixam isoladas no seu mundo, sem buscar meios para levá-
las a interagir. Portanto, o professor com uma formação continuada vem como facilitador,
através de recursos metodológicos irá intervir proporcionando assim novas formas de
comunicação para melhor aprendizagem desses educandos, contudo esses são alguns dos
motivos da importância de um professor com uma boa capacitação no desenvolvimento da vida
de uma criança com (TEA). Entretanto, faz-se necessário averiguar se os professores estão aptos
a incluir tal demanda e educá-las adequadamente.
De acordo com Paulon, Freitas e Pinho (2005, p. 9):
Um pressuposto frequente nas políticas relativas à inclusão supõe um processo
sustentado unicamente pelo professor, no qual o trabalho do mesmo é concebido como
o responsável pelo seu sucesso ou fracasso. É claro que a aprendizagem dos alunos é
uma das metas fundamentais, não só dos professores, mas de todo o profissional que
esteja implicado com a educação e, sem dúvida, uma prática pedagógica adequada é
necessária para alcançá-la.
12
Licenciando em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA) bolsista da (CAPES) PIBID
e Residência pedagógica. E-mail ericasilva@gmail.com.
13
Licenciando em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA). E-mail:
Lourdesmaria201@hotmail.com.
14
Orientadora e Professora do Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA). Doutora em Filosofia pelo
Programa Interinstucional de Pós-graduação em Filosofia da UFPE-UFPB-UFRN. Coordenadora do
Departamento pedagógico do CESA, e coordenadora institucional da residência pedagógica do CAPES/ CESA.
E-mail: Izabelfilosofia@yahoo.com.br.
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De acordo com as afirmações dos autores, acredita-se que o professor para estar apto
47
para receber a demanda de alunos com (TEA), gerada pelo processo de inclusão, deve receber
formação específica teórica e prática para lidar com as situações do dia-a-dia.
Diante do exposto percebe-se que o (TEA) precisa ser visto como pessoa capaz de
desenvolver habilidades mediantes estratégias adequadas.
Portanto buscou-se reunir dados para o questionamento do seguinte Problema de
Pesquisa: Qual a importância de uma formação continuada para os professores que trabalham
com crianças autistas em sala de aula?
Obtendo assim como Objetivo Geral deste artigo compreender a importância da
formação continuada dos professores para a inclusão de alunos com (TEA) em sala de aula.
Como Objetivos Específicos, o artigo apresenta: conceituar o autismo e suas variações, refletir
sobre a formação continuada e suas contribuições para a prática docente, e discutir sobre
metodologias que melhorem o processo de ensino e aprendizagem na relação para crianças com
(TEA).
Observar-se a necessidade de estudar mais sobre a importância de uma formação
continuada. Visando que muitos profissionais da educação não buscam especialização, e não
tem o conhecimento deste transtorno, trazendo assim para seus alunos um regresso.
A metodologia utilizada na construção deste artigo foi a revisão bibliográfica e
documental do tipo explicativa e descritiva. Onde será descrito o porquê da falta de uma
formação continuada, através de estudos obtidos. A abordagem escolhida para a presente
pesquisa foi o enfoque qualitativo, interpretando e relacionando com ideias de autores e leis.
Sendo alguns deles, CUNHA (2013), ROMERO; (2016). Também foram analisados leis e
documentos que tratam do tema tais como: DSM-V (2014); ECA (1990); e LDB (1996), entre
outros. Vale destacar o quão pode ser relevante as atividades vindas de áreas específicas para o
aluno com transtorno do espectro autista (TEA), a escola e o professor estarão cumprindo
verdadeiramente o seu papel.
Autismo, do grego autós, significa “de si mesmo”. Este termo foi empregado pela
primeira vez pelo psiquiatra suíço Eugene-Bleuler, em 1911. Bleuler tentou descrevê-
lo como a “fuga da realidade e o retraimento interior dos pacientes acometidos de
esquizofrenia (CUNHA, 2013, p.20).
A citação supracitada faz referência a um sujeito retraído que evita qualquer contato
com o mundo exterior. Por desconhecer a síndrome acabavam confundindo autismo com os
conceitos de esquizofrenia, consequência de pesquisas anteriores feitas com crianças autistas,
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que suas respostas obtidas os levaram a pensar que seriam sintomas de outros conceitos com
48
parentesco ao autismo.
Com o passar do tempo, outros estudos foram realizados e novas características foram
apontadas: dificuldades de percepção de sentimentos; “distúrbios do sono e da
alimentação; anomalias congênitas; e hiporrespostas ou hiper-respostas aos estímulos
sensoriais”; mais comum entre meninos, no entanto, quando presente em meninas,
torna-se mais intensa; 70% a 80% possuem comprometimento intelectual.
Esses e outros fatores podem aparecer de forma maior, leve ou mais severa no
comportamento, mas independentemente do grau, essas crianças necessitam de um
acompanhamento multidisciplinar como: psicólogos fonoaudiólogos, pediatra, pedagogos e
psicopedagogos. Destaca-se então o papel do docente nesse cenário ao considerá-lo importante
para perceber as primeiras dificuldades de desenvolvimento da criança.
Em 1956 Kanner declarou que todos os indivíduos com o transtorno Autista não
possuíam a aptidão para um relacionamento social nem para reagir perante situações
da vida. Em sua concepção o autista não teria imaginação. Ao contrário, Bleuer
afirmou que os mesmos indivíduos sofriam com a ausência da realidade, pois
penetravam em seu mundo particular, ignorando o seu redor. O autista mergulharia
no seu interior, em sua própria e fecunda imaginação (RODRIGUES; SPENCER,
2010, p.19).
A criança autista tem limitações na integração social recíproca, tendem a ter limitações
na linguagem verbal ou não verbal, além da ausência ou limitações de atividades imaginativas.
A mesma ignora tudo que está ao seu redor, criando então o seu próprio mundo, sua própria
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imaginação vendo tudo do seu jeito diferente de ser. Quando tentam invadir o seu mundo de
49
forma agressiva ou barulhenta acabam se alterando.
Por várias décadas, teóricos teorizaram sobre as causas do Transtorno do Espectro
Autismo, uma das concepções encontradas foi nos anos 50, em que:
Então Kanner posteriormente se diz mal compreendido pelo psicólogo austríaco, tentando
reverter essa situação, sendo tarde demais, pois, já tinha sido o bastante para acreditarem que
seria essa a verdadeira causa, existindo ainda na atualidade pessoas que acreditam nessa
hipótese.
Nesta década, o mundo acreditava em hipóteses psicanalíticas como a causa do
Autismo, convencidos que as crianças nasciam autistas por culpa dos pais que não deram
carinho, amor e afeto a mesma, além da ausência do pai que possivelmente não esteve presente
durante a gestação. Esquecendo que possivelmente a maioria dessas famílias já teriam tido um
outro filho, sendo criado da mesma forma e apenas um ser diagnosticado com o transtorno.
A partir do momento que uma criança autista é criada em uma família construída
afetivamente e o trata com carinho, amor, afeto e compreensão, ela não terá problema em sua
formação humana. Caso contrário, a criança terá dificuldades em desenvolver atividades diárias
pois não teria estímulos vindos da família que é a base inicial da criança.
Uma década depois, para desfazer as dúvidas do conceito mãe geladeira, Kanner
responde que o transtorno do espectro autista (TEA) são matérias orgânicas, onde ele afirma
que a criança nasceria com TEA por questões ambientais que afetam o seu cérebro durante a
gestação.
Seria uma consequência de uma doença do sistema nervoso central; uma patologia
incapacitante e crônica que acarretava sérios comprometimentos no campo cognitivo,
no desenvolvimento da motilidade e da linguagem; um impedimento neurofuncional
(RODRIGUES; SPENCER, 2010, p.19).
Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59º. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:
- currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização, específicos, para
atender às suas necessidades;
I - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração
para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
II - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para
a integração desses educandos nas classes comuns;
III - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida
em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade
de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais
afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas
artística, intelectual ou psicomotora;
IV - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 60º. Os órgãos normativos
dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições
privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação
especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
Contudo, fica então não só a cargo da família, mas também do educador e da instituição
de ensino, a responsabilidade em inserir a criança com autismo na sociedade, onde a escola e
família ficaram unidas para que criança possa interagir da forma mais próxima do normal
possível.
15
A Lei de Diretrizes e Bases da educação (LDB) nº 9.394/96: Em seu Art 59º reza que: Os sistemas de ensino
assegurarão aos educandos com necessidades especiais: II- Professores com especialização adequada em nível
médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns.
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Para isso é necessário que os educadores estejam qualificados para receber tal demanda
52
e sua necessidade porque estes alunos dependem da experiência e do conhecimento desses
profissionais para um bom resultado no seu desenvolvimento.
Com isso, percebe-se que a teoria e a prática divergem, pois na prática da educação para
crianças com qualquer tipo de deficiência em especial os alunos com transtorno do espectro
autista não há profissionais especializados para ambos, pois, ao invés disso pessoas que cursam
apenas o ensino médio atuam com os mesmos, tendo o cargo de “cuidador” ou profissional de
apoio escolar, onde estão apenas em sala para cuidar dessas crianças, servindo apenas como
babás, não atuando como profissionais pedagógicos, portando, ao invés desses alunos terem um
bom desenvolvimento, eles regridem pois essas pessoas não tem recursos pedagógicos
adequados para um bom desempenho.
É necessário, pois que os educadores programem no currículo tudo que atenda às
necessidades dos alunos. Tendo conhecimento dos déficits de aprendizagem de cada transtorno,
esses profissionais tem que ter habilidades para fazer com que os educandos tenham autonomia
futura e um bom progresso.
Fonte: https://neuro-conecta.com.br/atividades-que-estimulam-a-coordenacao-motora/
A tecnologia através do uso software tem como objetivo estimular este aluno buscando,
novos conhecimentos, fazendo com que as atividades estejam mais estimulantes.
utilizada, pela primeira vez, em Edimburgo, com Donald, um menino autista de 7 anos
de idade (VALENTE; FREIRE,2001, p.29). 55
Portanto, nos dias atuais o uso das tecnologia como recurso pedagógico auxilia o
professor a melhorar o desempenho em sala de aula, a utilização das multimídias (som, imagem
e textos) ajudam o trabalho do professor de forma mais rica e prazerosa, beneficiando o aluno
e conduzindo o processo de aprendizagem de forma autônoma, tornando uma atividade mais
flexível e fácil de ser adaptada ás diferentes necessidade de cada aluno.
Fonte: https://razoesparaacreditar.com/tecnologia/tecnologia-tratamento-criancas-autistas/
Fonte: https://neuro-conecta.com.br/como-aplicar-terapia-aba/
Conceitua-se o método TEACCH, onde explica-se que, “o método foi criado por Eric
Schoppler em 1972 no Departamento de Psiquiatria da Universidade de Carolina do Norte, em
Chapel Hill, para atender crianças portadoras de autismo ou psicose infantil como era mais
comum na época” (FILHO,2008, p.6). O TEACCH é um método psicoeducacional que
proporciona através do seu trabalho, métodos de acordo com suas limitações, de forma
interventiva para a independência do sujeito. São utilizadas estratégias para amenizar os déficits
de comunicação do Autismo, onde, é utilizado recursos visuais para enriquecer o pensamento
e a linguagem facilitando sua comunicação.
Seguindo a ordem das atividades é afirmado que, “TEACCH a partir de técnicas
comportamentais estrutura a vida do autista para que este possa entender o se quer obter dele
para que ele possa dentro de suas limitações dizer quais suas necessidades, longe de se tornar
um protótipo de robô” (FILHO, 2008, p.7). As atividades devem ser aplicadas de modo com
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que a criança tenha um entendimento do que se quer dele através do que está sendo realizado,
57
de forma que o aluno não passe a ser um robô, onde, só se passam ordens e a crianças reproduz.
Os recursos utilizados em cada criança autista são sendo modificado de acordo com os
avanços conseguidos, pois, o nível das atividades vai aumentando.
Fonte: http://www.inspiradospeloautismo.com.br/
O PECS é um método que é de grande ajuda para o ensino- aprendizagem, este recurso
tem o intuito de ajudar as crianças com (TEA) alcançar habilidades na sua comunicação em
sociedade. Sendo utilizado com pessoas que não sabem se comunicar ou que tem dificuldades
na comunicação.
Este sistema tem sido visto, e aceitos por vários pesquisadores em todo os países, pois
ele tem a facilidade de encontrar matérias adaptados, e baratos para começar os processos de
ensino, no caso da Alfabetização o professor pode usar o computador, como forma de estimular
seu aluno, ajudando assim na coordenação motora, tendo como proposito melhor conquistas
nos seus resultados.
Sabe-se que atividades lúdicas são mais prazerosas, e estimulantes, pois com elas os
profissionais conseguem melhores resultados nas suas finalidades, ao usa-las de maneira
correta, será uma boa ferramenta, para ajudar esses alunos no seu processo de aprendizagem.
58
Fonte: https://neuro-conecta.com.br/uso-de-pecs-para-ajudar-na-comunicacao-funcional/.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados alcançados por esta pesquisa mostraram a lacuna existente entre o trabalho
educacional e a inclusão de crianças com (TEA). Considera- se que o professor diante do
desenvolvimento da criança com (TEA), tem o papel fundamental no propósito de identificar
esse transtorno, promover a interação da criança com os demais alunos, além de estimular a
comunicação/ linguagem.
O que se observa é que estes alunos se deparam muitas vezes com realidade de escolas
públicas sem infraestrutura, salas superlotadas e profissionais despreparados para estes
desafios. Realidade está que não possibilitam um desenvolvimento favorável ao educando.
Diante da pesquisa exposta podemos constatar que é de suma importância que os
professores tenham uma formação especializada para trabalhar com crianças com (TEA) para
que estejam preparados não só para saber agir, como também ensinar.
Para que isso ocorra é necessário que o professor aceite utilizar metodologias inovadoras
para o desenvolvimento do transtorno, não só pensando em habilidades que as crianças trazem
de si, mas também criar novas habilidades que estimulem o desenvolvimento do mesmo.
Entretanto percebe-se que não a inclusão sem que haja uma conscientização de todos
envolvidos no processo. O poder público, escola, professores, e família necessitam juntar
esforços para que de fato a inclusão seja concretizada na vida de uma criança com (TEA).
Por fim, percebe-se a indispensabilidade de expandir os estudos nesta área através de
mais pesquisas que fiquem na realidade vivida por professores e alunos com (TEA) no espaço
escolar, é necessário também diversos fatores no qual estão incluídos um espaço apto,
currículos direcionados ás especificidades do aluno e politicas publicas compromissada que
assegurem que as leis sejam enfatizadas, só assim, a inclusão destes pode sim ocorrer com
sucesso.
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V JOCUPE - 23 e 24 de Maio de 2019
6. REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos, 1946- Como elaborar projetos de pesquisa! Antônio Carlos Gil. -4,
ed- São Paulo: Atlas 2002.
1. INTRODUÇÃO
E
ste artigo reflete sobre a importância e contribuição da afetividade no processo
de ensino – aprendizagem, destacando a necessidade de trazer para o ambiente
escolar uma convivência agradável e mais prazerosa, tornando o afeto entre
professor e aluno um facilitador para o processo de aprendizagem.
Com esse estudo teremos um melhor esclarecimento sobre nossas práticas e como anda
nossa convivência em sala de aula, tendo em vista observar os aspectos emocionais, cognitivos
e motores dos alunos. Faremos uma análise cujo principal objetivo será o esclarecimento para
compreensão dos professores sobre a importância da afetividade na aprendizagem, tornando
assim com esse estudo facilitar o desenvolvimento de novas práticas pedagógicas.
Sempre observando que o desenvolvimento da criança deve ser estudado por completo,
não se pode fragmentar e que é de grande importância o professor conhecer seu aluno para um
melhor resultado, sendo assim que os resultados deste estudo possam dar suporte para os
profissionais no processo de ensino e aprendizagem, mostrando que relacionamento afetuoso
entre professor e aluno trará um grande impacto na forma como o aluno adquire seus
conhecimentos.
Com isso compreende-se que cognição e afetividade devem caminhar juntas, pois é
notório que sempre aprendemos mais quando há emoção positiva relacionada a esta
aprendizagem, quando se tem uma sala de aula afetiva, se obtém resultados mais qualitativos,
que percebamos que a afetividade no processo de aprendizagem tem enorme significado,
acreditamos que o ser humano é em sua dimensão total emoção, e assim sendo ele precisa de
afeto para sua construção cognitiva.
Diante disso, surge o Problema de Pesquisa: De que forma o Desenvolvimento da
Afetividade pode estar atrelado à Constituição do Desenvolvimento Cognitivo (processos de
ensino e aprendizagem?
Diante da problemática apresentada e visando atende-la, este artigo propõe como
Objetivo Geral: analisar qual a importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem.
E como Objetivos Específicos propõem: discutir sobre o conceito de afetividade,
relacionar dificuldades de afetividade aos processos de ensino e aprendizagem e refletir sobre
metodologias que sejam baseadas na afetividade.
16
Licenciando em Pedagogia pelo Centro de Ensino Superior de Arcoverde (CESA). E-mail:
ceicalucassilvanio@hotmail.com.
17
Professor Orientador. Psicólogo – Docente Especialista em Psicomotricidade do Centro de Ensino Superior de
Arcoverde (CESA). E-mail: luismassilon13@gmail.com.
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No entanto, essa pesquisa nos dará embasamento para podermos abordar o assunto para
61
um melhor desenvolvimento de práticas docentes nessas relações interpessoal, tendo em vista
os aspectos já mencionados anteriormente, faz-se necessário um estudo, para que através deste,
seja feita uma análise geral cujo intuito será uma maior compreensão da importância da
afetividade no processor de aprendizagem.
A metodologia desta pesquisa é do tipo qualitativa e bibliográfica, a qual buscou
embasamento em livros e artigos científicos que tratam de dimensões da afetividade no
processo de ensino – aprendizagem, e aponta o professor como fator determinante nesse
processo de formação. Trata-se, portanto, de uma revisão bibliográfica exploratória, pois
fundamenta o tema com base em pesquisas já realizadas e explicativas, já que avança na
discussão sobre a afetividade.
Essa pesquisa nos dará embasamento para podermos abordar o assunto para um melhor
desenvolvimento de nossas práticas, dessa forma os resultados deste estudo poderão esclarecer
dúvidas para profissionais que lidam com a aprendizagem de criança, mostrando como a
afetividade influencia positivamente no processo de aprendizagem.
62
Para Piaget a afetividade e a inteligência são de naturezas diferentes sendo o afeto um
colaborador para o funcionamento da inteligência, fundamentais para que ocorra o processo de
aprendizagem nas condutas e interações entre sujeitos e objetos, com isso vemos que ele mostra
que o processo de formação e enriquecimento afetivo da criança nos faz perceber que esse
processo afetivo é continuo e inovador, onde a formação de sentimentos está diretamente ligada
aos valores e evolução da sociedade, ou seja, os sentimentos interindividuais são construídos
com a cooperação do outro e através das relações sociais que o sujeito aprender por meio de
troca intrapessoal, Piaget enfatiza que as interações sociais como fator determinante para a
formação da inteligência.
[...] vida afetiva e vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são inseparáveis
porque todo o intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo estruturação e
valorização. Assim é que não poderia raciocinar inclusive matemática, sem vivenciar
certos sentimentos, e que por outro lado, não existem afeiçoes sem um mínimo de
compreensão (PIAGET, 1976, p.16).
Nesta perspectiva, educar não é apenas repassar informações, é ajudar a criança a tomar
63
consciência de si, dos outros, da sociedade em que se vive e também do seu papel dentro dela.
Saber se aceitar como pessoa e aceitar o outro com suas características próprias.
[...] o que vai dar qualidade ou modificar a qualidade do aprendizado será o afeto. São
as nossas emoções que nos ajudam a interpretar os processos químicos, elétricos,
biológicos e sociais que experienciamos, e a vivencia que amamos é que a nossa
qualidade de vida por esta razão todos estão aptos a aprender quando amarem, quando
desejarem, quando forem felizes (CUNHA, 2008, p.67).
elas aprenderiam mais, infelizmente ainda hoje existe esse comportamento em muitas famílias
64
sabemos que nenhuma forma de agressão física pode ajudar uma pessoa ser mais inteligente,
pelo contrário tornarão pessoas mais violetas, talvez podemos ver que os estudantes dos tempos
da palmatória parecessem mais obedientes. Mas, será que eles de fato aprendiam a respeitar
regras por obediência ou simplesmente por medo?
A psicóloga Victoria Talwar, da Universidade McGill, Canadá, quis verificar isso em
crianças de 3 a 6 anos, em um determinado país não divulgado, encontrou duas escolas privadas
não religiosas, localizadas na mesma cidade. Em uma, deslizes como esquecer materiais, ir mal
em provas ou fazer bagunça na sala de aula eram punidos por meio de expulsão da sala,
repreensão verbal e, nos casos mais sérios, uma conversa com o diretor. Noutra, crianças eram
castigadas fisicamente. O resultado foi que a punição física as deixou mais mentirosas e menos
inteligentes do que as outras, onde o medo de punições vazia com elas mentissem cada vez mais
para não sofrerem as punições físicas.
Sendo assim a afetividade constitui como um facilitador do processo ensino
aprendizagem onde educar é muito mais que só transmitir conteúdo, é dá ferramentas para que
o aluno possa buscar e desenvolver novas formas de aprender e encontrar suas próprias
verdades, os autores mencionados mostraram a grande importância do afeto e a inteligência,
mesmo em alguns pontos divergindo, mas foram categóricos ao mostrar que uma depende da
outra, afeto e inteligência precisam caminhar lado a lado, para um melhor resultado no processo
do ensino aprendizagem.
O professor é o modelo a ser seguido pelos alunos em sua rotina na sala de aula, uma
grande responsabilidade, pois ele será um influenciador de forma positiva ou negativa, daí a
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importância de uma postura séria ao mesmo tempo afetuosa, o educador passar a ser o
65
transformador de mentes, aguçado em cada aluno o seu lado crítico reflexivo e criativo.
Essa relação professor aluno no primeiro momento, deve estar pautada na observação,
precisamos conhecer nosso público, para podermos analisar onde será necessário intervir,
devemos saber quem é esse ser, de onde vem e um pouco da sua história, o educador deve ser
esse curioso, e a partir desse ponto começar seus trabalhos de intervenções educativas,
precisamos estar sempre atentos para todas as demonstrações de comportamentos, pois é a
forma como encaramos esses conflitos que irão possibilitar um melhor relacionamento dentro
da nossa sala.
Antes de que qualquer ato nosso seja de caráter punitivo ou verbal, precisamos dialogar
com o aluno buscando antes de tudo conhecer as razões que o levaram a agir desta forma,
resolver um problema através da punição, castigos e críticas conduz à relação problemática, o
professor quando age assim, não descobre os conflitos que levaram o aluno a agir dessa forma
com o outro.
Portanto, é necessário rever os paradigmas da relação professor e aluno, tendo em mente
as mudanças que ocorreram na sociedade; onde o respeito se conquista e não se impõe como
em épocas passadas.
A conquista da disciplina é um desafio a ser enfrentado pelos educadores afinal de
contas a disciplina e o respeito é um exercício diário.
A disciplina na escola constitui-se num conjunto de regras que devem ser obedecidas
tanto pelos professores quanto pelos alunos para uma aprendizagem com êxito.
Portanto, disciplina é a qualidade de relacionamento humano entre corpo docente e os
alunos em uma sala de aula e, consequentemente, na escola (TIBA, 2012 p. 125).
A constituição biológica da criança ao nascer não será a lei única do seu futuro destino.
Os seus efeitos podem ser amplamente transformados pelas circunstâncias sociais da
sua existência, onde a escolha individual não está ausente (WALLON, 1959, p. 288).
tendo cada estágio uma direção específica e mantendo, em conjunto com as condições de
67
existência.
Sendo assim não esquecer que o desenvolvimento humano passa por situações
cotidianas de conflito, uma relação afetiva positiva entre professor e aluno colabora no processo
de desenvolvimento da aprendizagem do mesmo de acordo com os estágios do desenvolvimento
facilitando sua prática.
Visto que o professor não é apenas um transmissor de conhecimentos, mas, um
mediador no processo do desenvolvimento de seu aluno em todas as suas dimensões;
emocionais, motores, afetivos e cognitivos, sendo ele ferramenta principal na aplicação desse
processo da afetividade.
O educador deve assumir o papel fundamental nesse processo, o de individuo adulto mais
experiente, isso significa que o professor deve olhar para o seu aluno em toda a sua dimensão,
motora, afetiva e cognitiva, como já foi dito anteriormente, para que a partir desse olhar
criterioso possamos ajudá-los, nas mais diversas situações, promovendo uma relação prazerosa
no processo de aprendizagem onde a educação precisa ser construída tendo como base uma
parceria afetuosa entre professor e aluno e assim poderemos “embarcar” no sonho de Cury, ao
dizer que:
Na escola dos meus sonhos cada criança é uma joia única no teatro da existência, mais
importante que todo o dinheiro do mundo. Nela, os professores e os alunos escrevem
uma belíssima história, são jardineiros que fazem da sala de aula um canteiro de
pensadores (CURY 2003, p. 155).
Percebe-se que o professor precisa ser esse lapidador, estimular a sua joia preciosa que
é seu aluno, com doses de afeto, deixando clara a afetividade, ao contrário do que pensamos,
não é o mesmo que só amor, carinho, dizer sempre sim, ou seja, sentimentos apenas positivos,
mas é uma forma de amar, de se doar de corrigir de motivar de ver o outro como sujeito único
com suas potencialidades e suas dificuldades, é transformar, é afetar o outro de forma positiva.
Chalita (2004, p. 152) é convicto ao dizer que:
Professor que não gosta de aluno deve mudar de profissão. A educação é um processo
que se dá através do relacionamento e do afeto para que possa frutificar. Professores
que não vibram com alunos são como pais que preferem os filhos afastados de si o
maior tempo possível.
Por isso é tão importante a análise de nossas práticas de ensino, que devem sempre estar
pautadas dentro de um planejamento objetivo, dinâmico e criativo, não importa qual seja a
idade, sempre será necessário planejar com responsabilidade e dedicação, não podemos trazer
para aula qualquer coisa de qualquer jeito, não, precisamos planejar sabendo com qual objetivo
pretendo alcançar esse aluno, por isso é dever do educador conhecer o aluno, entender que cada
um vem de uma realidade diferente, por isso a necessidade de pesquisar o que ele já traz consigo
seus conhecimentos prévios sobre determinados assuntos, com essas abordagens poderemos
atuar na necessidade de forma contextualizada e criando novas formas de ensino, compreender
que a função real da educação é transformar, mas para que isso ocorra é necessário que o
professor esteja disposto a mudança de sua postura, trazendo para a suas aulas uma pedagogia
do afeto, onde o sujeito não seja visto como mais um estudante, e sim, como ser único.
Segundo Costa (2000: p. 35), “ao planejar o processo de ensino aprendizagem, além de
estabelecer objetivos educacionais [...] o docente seleciona os procedimentos e estratégias
adequadas à realidade do educando”. Partindo do pressuposto de que educar é um processo
contínuo, cabe ao educador programar ações diversificadas, criando um ambiente estimulador
para que os alunos aprendam por si, favorecendo-os na construção de sua identidade, sem
esquecer de respeita a realidade do educando.
A partir de um breve estudo identificaremos algumas metodologias que ajudarão em
nossas práticas docentes, nos permitindo identificar algumas situações, dessa forma
mostraremos que o professor deve assumir algumas decisões que, no seu desenvolvimento
prático, terão consequências afetivas na relação.
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Nesse contexto educacional faremos uma reflexão sobre novas metodologias afetivas de
69
como tudo isso pode acontecer de forma significativa, sabendo que, é de fundamental
importância a integração da equipe pedagógica com a equipe docente para um trabalho com
exitoso.
Partiremos de alguns pontos relevantes que devem ser analisadas por professores em
suas práticas educacionais para que possamos refletir sobre novas formas de ações pedagógica.
Primeiramente uma análise da realidade do aluno, isso significa da importância para sua
história de vida compreende a sua condição, quem ele é? Onde vive? O que pensa? Esse olhar
afetuoso nesse momento será o mais importante para uma educação transformadora com real
significado para eles.
De acordo com Paulo Freire (2007, p. 22):
A escola deve ser vista como um espaço de diálogos, principalmente a sala de aula, pois
é através desses diálogos que encontraremos respostas para muitas situações, o conhecer o outro
é fator determinante para ajudar a transformar sua realidade.
Outro fator importantíssimo nesses processos metodológicos deve ser; partir das
primícias do que o aluno já sabe seus conhecimentos prévios, para uma aprendizagem
significativa, por isso são tão importantes os conhecimentos que ele traz do seu meio no qual
ele está inserido, pois a partir daí construiremos métodos para atingi nossos alunos.
É importante termos em mente que a aprendizagem deve ser significativa para o aluno,
pois com isso será internalizada com menor chance de ser esquecida, precisamos compreender
que o aluno não é apenas um sujeito recebedor de informações, ele traz também seus
conhecimentos prévios, suas ideias sobre o tema abordado, sendo assim ele terá maior
facilidade em compreender.
É importante percebermos, que conhecimento vai além dos livros, a vida nos dá muitas
lições que não estão escritas em nenhum lugar.
Outro ponto relevante que merece destaque é como planejamos e desenvolvemos nossas
atividades pedagógicas com afetividade.
Sendo assim Vasconcellos (1995, p. 143), defende que:
Assim sendo, todas essas práticas só farão sentido se o principal alvo for alcançando, de
nada terá sentido se meu planejamento e desenvolvimento dos meus conteúdos não estiverem
dentro desse contexto, onde o aluno esteja dentro dele como participante na construção dessas
ações, portanto o plano de aula deve estar montado para atender meu aluno em todas as suas
dimensões, afetiva, cognitiva, física e social, daí entra o professor como parte decisiva nesse
processo, pois é ele que irá conduzir todo o processo, a importância desse educador ser uma
pessoa afetuosa em suas práticas.
Para complementar nossa reflexão sobre metodologias usadas com afetividade,
partiremos para o último ponto, como usar novas formas metodológicas no processo de
avaliação dentro de uma postura afetuosa? Precisamos refletir sobre nossos métodos, onde não
podemos ficar nos velhos modelos de avaliação tradicional, quando o aluno era avaliado por
uma nota em um determinado momento, o processo de avaliação deve ser uma construção
contínua, dia após dia, nunca em um único momento, é preciso reavaliar nossa postura frente a
tais questões.
Ao avaliar que tenhamos cuidado, para que o aluno perceba que uma nota diferente da
média não significa fracasso.
A avaliação da aprendizagem tem sido vista pelos educadores como fim último da
aprendizagem, em que ele aplica o instrumento e dali retira a nota que o aluno mereceu
pelo seu esforço. Tal visão está sendo utilizada para conservação e reprodução da
sociedade e o autoritarismo por parte dos docentes vem a garantir este modelo social
(LUCKESI, 2002, p. 28).
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Percebemos que avaliação está sendo vista ainda como um fim no processo de
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aprendizagem, com isso, efeito desastroso serão vistos e sentidos, onde essa relação perde seu
principal objetivo que é afetar o aluno para transformação, é preciso entender que a avaliação é
algo que deve ser visto como natural contínuo, nunca seletivo cada sujeito deve ser avaliado de
acordo com suas especificidades.
(a) uma proposta pedagógica que vise levar em conta a diversidade de interesses e
possibilidades de exploração do mundo pela criança, respeitando sua própria
identidade sociocultural, e proporcionando-lhe um ambiente interativo, rico em
materiais e situações a serem experienciadas; (b) um professor curioso e investigador
do mundo da criança, agindo como mediador de suas conquistas, no sentido de apoiá-
la, acompanhá-la e favorecer lhe novos desafios; (c) um processo avaliativo
permanente de observação, registro e reflexão acerca da ação e do pensamento das
crianças, de suas diferenças culturais e de desenvolvimento, embasador do repensar
do educador sobre o seu fazer pedagógico (HOFFMANN, 2010, p. 20).
Portanto, o processo avaliativo dos nossos alunos deve ser muito bem organizado, para
que os mesmos não sejam desestimulados, pois uma má avaliação acarretará serias
consequências no processo de aprendizagem, quando isso ocorre outras fases do seu
desenvolvimento são afetadas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Não podemos pensar educação sem afeto, precisamos afetar positivamente nossos
alunos, independente de idade, pois o ser humano em sua totalidade é emoção. No decorrer
desse estudo mostramos como a afetividade influência no processo de ensino-aprendizagem,
sendo um facilitador no processo de formação do sujeito.
A forma como o conteúdo será passado para o aluno vai fazer enorme diferença no seu
desenvolvimento cognitivo, pois o professor é aquele que encontrará essas formas de afetar esse
aluno com suas estratégias, sempre respeitando as especificidades de cada um, por isso nesse
estudo procurei mostrar como é importante o educador conhecer a história de vida desse aluno,
para com isso propor situações afetivas pedagógicas.
Sendo assim, com essa pesquisa pode-se notar a importância da afetividade para o
desenvolvimento intelectual de crianças, mostrando que a inteligência e a emoção caminham
juntas, não se separam, mas para que isso ocorra é necessária uma sensibilidade por parte do
professor, sabendo que não é fácil, é preciso um olhar individual, ser sensível as necessidades
do seu educando para poder interferir em suas dificuldades. A escola também precisa cumprir
seu papel nessa relação, é necessário salientar que a afetividade é um dos fatores determinantes
no processo de aprendizagem, ela facilita a relação dentro da sala de aula, mostrando como é
importante o afeto no processo de aprendizagem, por isso é tão importante que o professor
conheça um pouco a história de vida de seus alunos que sua realidade seja respeitada, com isso
teremos um ambiente mais agradável como um elemento facilitador e motivador desse
processo.
Pretendemos com a leitura desse artigo, propor uma nova reflexão aos que leem, sobre
a importância, necessidade e conscientização de uma pedagogia baseada no afeto, que reflitam
e mentalizem sobre a importância de um novo olhar para suas práticas e que percebam quantas
conquistas teremos pelo simples fato de olhar para o outro como um sujeito único.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO
E
ste artigo tem como intuito discutir a avaliação mediadora no processo ensino
aprendizagem sobre o olhar de Jussara Hoffmann. A necessidade de avaliar
sempre se fará presente não importando a norma ou padrão pela qual se baseia
o modelo educacional. Não há como fugir da necessidade da avaliação, muito embora se possa,
com efeito, torná-la eficaz naquilo que se propõe: a melhora do processo educativo. A avaliação
escolar há muito tempo é utilizada para classificar e selecionar os alunos, além de ser um
instrumento de disciplina e autoritarismo nas salas de aula, privilegiando a competição e o
julgamento não havendo assim aprendizagem do aluno.
A avaliação tradicional contribui para o fracasso escolar, pois na maioria das vezes
não determinam o grau de conhecimento do aluno, sendo necessário criar uma avaliação
integrada ao processo de ensino aprendizagem que modifique as práticas avaliativas por meio
da oferta de expectativas que sejam verdadeiramente capaz de agir e regular a aprendizagem.
É necessário que a avaliação auxilie o aluno a aprender e a se desenvolver enquanto
avaliação mediadora, oferecendo-a capacidade de compreensão do em tempos de inclusão e
renovação pedagógica, pois as escolas ainda hoje utilizam como mecanismo de avaliação
provas teóricas e orais como objetivo de classificar e atribuir notas.
De acordo com Hoffmann (1991 p.15):
Diante disso o presente artigo busca responder o seguinte problema: Qual a importância
74
da avaliação mediadora para ressignificar a avaliação como punição?
Para responder esta questão traçamos como objetivo geral: Compreender a importância
da avaliação mediadora para a ressignificação da avaliação.
Como objetivos específicos: descrever o olhar de Jussara Hoffmann sobre o processo
de avaliação educacional; citar as dificuldades encontradas pelos docentes na aplicação da
avaliação mediadora; analisar a presença ou não da avaliação mediadora na Base Nacional
Comum Curricular.
A avaliação é um processo continuo onde deve existir a interação entre educando e
educador, onde este forneça subsídios para construção do conhecimento daquele, fazendo com
que o educando desenvolva-se e conheça-se como ser humano.
Diante disso surgiu o interesse pelo tema, pois é necessário analisar o processo
avaliativo, não como punição, mais como modo de medir a aprendizagem dos educandos e se
estão aprendendo ou não de acordo com a metodologia de Hoffmann.
Enquanto metodologia optou-se pela pesquisa bibliográfica desenvolvida através da
leitura minuciosa de artigos oferecidos por sites confiáveis, como também documental, como
obras originais e relatórios. Como afirma Gil (2002, p. 44) “a pesquisa bibliográfica é
desenvolvida com base no material já elaborado, já constituído principalmente em livros e
artigos”. Segundo Pádua (1997, p. 62) “pesquisa documental é aquela realizada a partir de
documentos contemporâneos ou retrospectivos considerando autênticos (não fraldados)”.
O trabalho está construído a partir da seguinte estrutura: inicialmente recorrer a leitura
de obras da autora, conhecer as concepções e pesquisas realizadas por ela, percebendo como a
escola tem agido em relação a avaliação na aprendizagem dos docentes.
O termo avaliação nas linhagens de educação é abordado através das diversas situações
de aprendizagens que norteiam as ações pedagógicas, devendo-se recorrer aos vários
instrumentos avaliativos.
Ressalta Hoffmann (2012 p.13) que esta “refere-se a um conjunto de procedimentos
didáticos que se estendem por um longo tempo e em vários espaços escolares, de caráter
processual visando sempre, à melhoria do objeto avaliado”. Isto requer um olhar minucioso
pelo docente dentre as atividades realizadas como: trabalhos em grupos, comentários e criações
dos educandos, pois servirão de suporte para coletar e analisar os dados orientando e
reorientando a aprendizagem. Dessa maneira a:
Por esta perspectiva, o ato avaliativo deve acompanhar todos os momentos de progresso
dos discentes, comprometendo ao avaliador erguer observações de como os mesmos
encontravam-se inicialmente com aproveitamento de conhecimentos prévios, habilidades e
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É nessa situação de atingir aprovação que manipulam os estudantes para serem apenas
promovidos deixando-se de investigar as etapas cognitivas de evolução do pensamento nos
discentes. Acerca destes acontecimentos, Jussara Hoffmann em suas teorias pare do pressuposto
de avaliação mediadora que atue no desenvolvimento de aprendizagens significativas por meio
da capacidade de criar situações desafiadoras tornando-se capaz a reflexão / ação nas
aproximações entre professor e aluno. Diante de suas concepções de avaliação, traz várias
inquietações dentre os recursos avaliativos escolares tradicionais, se submetendo à
questionamentos pela forma em que escolas se revestem de avaliações somativas.
A partir disso, entra a análise e a tomada de decisão sobre “o que fazer”? Segundo
Hoffmann, os procedimentos devem ser permanentes e não apenas ao fim. Deixando em
evidências sua posição, enfatizando que é necessário modificar tal prática classificatória sendo
possível assim uma aprendizagem significativa e não boas notas, mas a aquisição do
conhecimento.
Afirma a autora pesquisada que: “O desenvolvimento máximo possível do ser humano
depende de muitas coisas além da escola tradicional como memorizar, notas altas, obediência
e passividade depende da aprendizagem da compreensão, dos questionamentos, da
participação” (HOFFMANN, 2000, p.30).
Observa-se que predomina-se nas salas de aula ralações desarmônicas entre docentes e
discentes onde não há diálogo entre os mesmos, professor ainda é visto como “detentor de
conhecimento”, e o aluno tende a ser considerado como ser passivo e receptivo, não existindo
aproximações, pois os alunos são submetidos à exames de classificação e eliminação,
priorizando aspectos quantitativos .Seguindo este eixo de controle, resultando o fato de que nos
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É um mecanismo de poder que permite extrair dos corpos tempo e trabalho mais do
que bens e riqueza. É um tipo de poder que se exerce continuadamente por vigilância
e não de forma descontínua por sistemas de tributos e de obrigações crônicas
(FOUCAULT, 1999, p.42).
Tal função implica vigiar aprendizes presos ao espaço da escola, abre-se uma metáfora
dos acontecimentos a partir da citação acima, pelo momento em que entram nas salas, sentam-
se ordenados e voltados para o professor, seguem normas e padrões técnicos adequando-se à
modelagem obrigatória de obediência e passividade impostas pela instituição resultando em
indivíduos manipulados pra serem nomeados ‘bons”, ou seja, serão “marionetes” em função da
força maior. É visto como natural as categorias entre dominante \ dominado originando
ascensão à violência simbólica, exercida pelo corpo sem agressão física, que se esconde através
da ideia de superioridade e inferioridade.
[...] Violência simbólica é essa coerção que se institui por intermédio da adesão que o
dominado não pode deixar de conceder ao dominante (e, portanto a dominação)
quando ele não dispõe, para pensá-la e para se pensar, ou melhor, para pensar sua
relação com ele, mais que de instrumentos de conhecimento que ambos tem em
comum e que não sendo mais que a forma incorporada da relação de dominação,
fazem esta relação ser vista como natural; ou em outros termos, quando os esquemas
que ele põe em ação para se ver e se avaliar, ou para ver e avaliar os dominantes
(elevado / abaixo, masculino / feminino, branco / negro, e etc.) resultam da
incorporação de classificações, assim naturalizados de seu ser social é produto
(BOURDIEU, 2003, p.47).
Pela avaliação nós professores, muitas vezes “matamos” nossos alunos, matamos a
alma bonita e jovem que eles possuem; reduzimos sua criatividade, seu prazer, sua
capacidade de decisão. E a seguir reclamamos que nossos alunos não são criativos.
Como poderão ser criativos, se estivermos, permanentemente, a estiolá-los aos poucos
com nosso autoritarismo arbitrário? (LUCKESI,2003, p.76).
Perceber os alunos nas múltiplas dimensões de aprendizagem no ato de avaliar pode ser
um fator determinante para o educando, pois contribui para sua realização. Muitas vezes os
discentes não têm oportunidades de expressar pensamentos e opiniões durante as aulas e,
portanto, são reprimidos diante a prática militar do professor.
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As dificuldades são muitas desde a formação do professor até a forma como a escola
que ela atua vê a faz avaliação diante disso o mesmo muitas vezes não tem conhecimento
suficiente para agir de outra forma e acaba seguindo aquele modelo de avaliação classificatória.
Antes de tudo ele deve ser um grande conhecedor refletindo sobre seus métodos oferecendo
atividades diárias, sequenciais e tarefas orais e escritas mais quais os alunos possam expressar
seu ponto de vista.
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Alguns professores insistem em provas tendo quase sempre como desculpa o vestibular,
que aluno deve ser competitivo estimulando a competição, mais quase sempre o aluno não
aprendeu apenas decorou para prova. A realidade em sala de aula é bem desafiadora para os
educadores, atualmente vemos muitas mudanças no que se refere às estratégias pedagógicas
mais do que se concerne a avaliação ainda temos que avançar.
Uma das mudanças necessárias seria deixar de lado a ideia erronia do professor com
detentor do saber sendo assim agir como mediador estimulando seu aluno e pensar e refletir.
Uma das consequências mais grave da avalição classificatória escolhida por grande parte dos
professores contemporâneos é a questão do docente consideram seu trabalho concluído com
execução da avaliação.
Para Luckesi (2003, p.36):
A prática avaliativa não irá mudar em nossas escolas em decorrência de leis resoluções
decretos os regimentos escolares mais a partir do compromisso dos educadores com
a realidade social que enfrentamos. Questionar os procedimentos avaliativos seletivos
e excludentes de nossas escolas é uma das etapas desse compromisso .
percebido e diagnosticado o conhecimento prévio do aluno, bem como em que avançou até o
79
momento da avaliação. A todo instante o educador deve avaliare assegurar as posturas e
concepções avaliativas no contexto educacional em que estão inseridos para que o discente
adquira conhecimentos no decorre do processo e apresentando a necessidade de desconstrução
da concepção classificatória.
A autora fala que é necessário ultrapassar a sistemática do certo ou errado e atribuir um
significado ao que se observa, valorizando as ideias e dando importância às dificuldades,
orientando assim o aluno afim de obter-se progresso e compreensão. A avaliação tradicional
nos transmite a ideia de que o erro é vergonhoso e ruim e precisa ser evitado a qualquer custo,
com esse ponto de vista o educando fica sem coragem de se expressar por medo de falar alguma
coisa errada e receio de se expor.
O erro, no caso da aprendizagem, não deve ser fonte de castigo pois na visão mediadora
o erro é um suporte para alto compreensão e para o crescimento individual e coletivo, é de
fundamental importância que durante o aprendizado o erro seja visto como um degrau que deve
ser ultrapassado para se construir novas hipóteses até que se chegue ao certo ou não como algo
a ser corrigido como uma única verdade. Para Hoffmann (2003, p.90): “o descontentamento
dos professores com prática tradicional classificatória e mantenedora das diferenças sociais é
primeiro passo na direção de uma investigação séria sobre a perspectiva libertadora da
avaliação”.
Quando o docente encara a avaliação apenas como cumprimento de mais um dever a ela
imposto age sem estimulo quase que automaticamente e desta forma colabora sem se dar conta
para manutenção da ordem injusta da sociedade, pois os classificados como os bons geralmente
os mais privilegiados, também fora da escola continua com o título de melhores e a regra se
amplia também aos tidos como ruins.
Certamente alguns professores nem se dão conta do quanto sua forma de avaliar é injusta
por não fazer uma pausa para reflexão sobre o assunto. Todo decente tem a missão de conduzir
seus alunos a aprendizagem sendo assim cabe a ele buscar alternativas para uma nova postura
buscando estar a serviço do progresso do se discente do seu crescimento enquanto pessoa de
forma ajuda-lo a atuar bem na sociedade em que se encontra inserido tornando -o um cidadão
crítico e consciente capaz de atuar dentro e fora dos muros da escola.
De acordo com Hoffmann (1993, p.28):
avançar. Uma das mudanças necessárias é deixar de lado a ideia do professor como detentor do
80
saber o mesmo deve agir como mediador estimulando seu aluno prestando atenção ao seu
educando para que dúvidas sempre recorrentes impulsionem aulas criativas e prazerosas.
Hoffmann (1998, p.70) relata que:
É preciso que tenhamos consciência de que teremos que lidar como muitos saberes
diferentes. Focalizar o professor em suas diferenças e respeitá-lo em termos de
concepções e gramaticas construídas este é o principal ponto de partida para
desencadear a discursão sobre o tema.
Jussara Hoffmann vê avaliação como ação avaliativa que deve ser uma prática
educativa constante no sentido questionador e investigativo no processo de ensino
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aprendizagem dos educandos. A avaliação mediadora tem por objetivo mediar e intervir de
81
modo a ajudar o aluno a progredir e superar suas dificuldades.
Por isso, a concepção mediadora busca desvincular-se de um caráter seletivo e passar
a atuar de maneira qualitativa, procurando diagnosticar o desempenho do aluno
individualmente e seu desenvolvimento. Segundo Hoffmann avaliação tem um aspecto
classificatório na educação, o que prevalece é a nota do aluno, invés da aprendizagem do
discente.
Como afirma Hoffmann (1998 p.36):
A prática educativa não irá mudar nas ruas decorrência de leis, resoluções, decretos,
ou regimentos escolares, mas a partir do compromisso dos educadores com a realidade
social que enfrentam. Questionar os procedimentos avaliativos seletivos e excludentes
nas escolas é uma das tarefas desse compromisso.
Para avaliação deixar de ser tradicional é necessário que o educador mude sua prática
de avaliar, ao invés de atribuir só notas ao aluno, o docente pode optar pela avaliação mediadora
que a mesma de fato se preocupa com a aprendizagens, uma vez que o professor acompanhe
frequentemente e não só na hora da prova.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017) é um documento de caráter
normativo que estabelece objetivos e metas a serem cumpridas pelas redes públicas e privadas
de ensino. O documento se organiza em dez competências gerais que o aluno deve desenvolver
ao longo do percurso. Um dos objetivos da BNCC são as avaliações externas que são vistas
como um método avaliativo e quantitativo em busca de resultados somente pelas notas dos
alunos.
Então, alunos e professores terão que se preocupar com uma avaliação de desempenho
que o foco atingir metas, através desses exames classificatórios que é avaliado o desempenho
do educando em uma prova, assim poderá julgar a aprendizagem do educando.
Como afirma Haydt (1988, p.25):
É com esse propósito que é utilizada a avaliação somativa, com função classificatória,
pois ela consiste em classificar os resultados da aprendizagem alcançados pelos alunos
ao final do semestre, ano ou curso, de acordo com níveis de aproveitamento
preestabelecidos. Portanto, consiste em atribuir ao aluno uma nota ou conceito final
para fins de promoção.
A BNCC vê esse tipo de avaliação como somativa que consiste em classificar o aluno
com bons resultados e excluindo os demais que não atingiram a meta. Enfim, no final sempre
haverá a soma dos resultados através dos exames para atribuir uma nota ao aluno que precisa
alcançar, sem medir esforços para poder passar nesse exame ser selecionado para determinada
vaga no âmbito escolar ou simplesmente medir os conhecimentos de cada um de forma
classificatória.
As instituições atuais estão treinando alunos para as avaliações de larga escala como
(Prova Brasil, SAEB, ENEM, e etc.). Contribuindo assim com avaliação classificatória nas
escolas, que tem como propósito verificar a aprendizagem atribuindo notas por meio de provas
e testes com o objetivo de aprovação ou reprovação, ocorrendo de maneira tradicionalista dentro
das instituições escolares. Como afirma Luckesi (2003, p.26):
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No caso, a avaliação está mais articulada com a reprovação do que com a aprovação
e daí vem a sua contribuição para a seletividade social, que já existe independente
dela. A seletividade social já está posta: A avaliação colabora com a correnteza,
acrescentando mais um fio d’água.
Segundo o autor o exame, tem função seletiva, sendo útil para o processo de seleção,
não para averiguar a aprendizagem e tomar atitudes que mudem essa situação. Pois a mesma
contribuirá mais para que haja a seletividade social na educação, a onde os mais privilegiados
são os empresários, que acreditam que são responsáveis pela educação como o instituto Ayrton
Senna entre outros. Com perfil mercadológico é totalmente excludente na educação, de um
sistema capitalista que o olhar está voltado agora para o sistema educacional como mercadoria
a ser produzida.
De acordo com Freitas (2014, p.1093):
A avaliação externa é voltada para a sociedade puramente capitalista que tem como
base atividades mecanizadas pautadas muitas vezes, como mero intuito de alcançar melhores
índices, distanciando-se da formação de sujeitos com consciência crítica.
Na visão dos empresários educação se resume apenas a ler, escrever e contar não
atribuindo valor as demais disciplinas, e os mais prejudicados são os menos favorecidos por
não poderem ver conteúdos mais além. O discente não tem a liberdade de expressar seus
conhecimentos por seguir padrões impostos pelo sistema educacional quer formas profissionais
para o mercado trabalhista.
Os testes são realizados de forma padronizada, e são seletivos com o propósito de
avaliar o desempenho das escolas, dor professores, certificar e selecionar alunos. Então esse
tipo de avaliação classificatória tira do aluno o prazer de aprender, de questionar, de refletir,
pois para a mesma o que importa são os números e não a aprendizagem.
Segundo Hoffmann (2014, p.35):
De fato, tira-se o real sentido do que é aprender para o aluno, porque existe muitas
cobranças por parte da escola e também da família, para que o mesmo aprenda para assim ser
o melhor, ao invés de mostra que aprender significa muito mais que isso. E isso acaba trazendo
consequências como se bloqueio, a falta de confiança em si, ansiedade por esta se cobrando o
tempo todo, e o medo. Dessa forma dificulta a aprendizagem do educando.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS
______. Avaliação: mito & desafio. Uma perspectiva construtivista. Porto Alegre:
Mediação, 2003.
______. Avaliar para promover: as setas do caminho. Porto Alegre: Mediação, 2008.
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
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85
______. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 16. ed. São Paulo:
Cortez, 2005.
A
Psicopedagogia é uma área recente no Brasil, constituindo sua primeira
Associação Estadual de Psicopedagogos do Estado de São Paulo (AEP) em
1980, que se configurava de profissionais militantes na questão das
dificuldades de aprendizagem, e que pelo grande crescimento em todo o país passou-se a se
chamar em 1986, de Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) que tem por finalidade
determinar normas e valores para adequada conduta morais dos profissionais da área.
A Psicopedagogia é definida pela Associação Brasileira de Psicopedagogos (2011) em
seu art.1º como:
¹ Graduanda em pedagogia pela Instituição de Ensino Superior de Arcoverde (AESA). Professora de Educação
Infantil, Arcoverde-PE. E-mail: kamylla.chaves7@hotmail.com.
² Graduanda em pedagogia pela Instituição de Ensino Superior de Arcoverde (AESA). E-mail: dine-
ane@hotmail.com.
³ Orientadora do artigo. Graduada em Pedagogia pelo ISEP, Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional pela
UPE e em Psicopedagogia Institucional e Clinica pelo ISEP, Supervisora Educacional na Escola Municipal
Vereador Afonso Bezerra – Venturosa – PE. E-mail: petronila.2@hotmail.com.
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ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa.” (IDEM, Ibdem, p. 55)
87
Tornando-se parte do que eventualmente acontece sobre o contexto.
Por outro lado, a pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações
sobre o que deseja pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de
determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). Fazendo relação com o contexto escolar e as teorias
debatidas neste artigo.
Para leituras e reflexões foram usados os documentos: Avaliando a Base Nacional
Comum Curricular (BNCC), Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e o Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA), plataforma da Biblioteca Digital de Dissertações e Teses Brasileiras e a
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Contamos também
com as contribuições de Coutinho (2008), Fini (1979), Kohlberg (1969) e Moraes (2010).
Pode-se dizer que a psicopedagogia é uma área que tem como finalidade compreender
e atuar nas dificuldades de aprendizagem, não se limitando apenas aos distúrbios, mas sobre
tudo o que influência o sujeito em suas experiências. Na Educação Infantil essa atuação se volta
a compreender a criança, considerando a sua faixa etária e maturação cognitiva, bem como o
contexto a qual está inserida, refletindo-se sobre o que pode ser considerada (in) disciplina
relacionando com o desenvolvimento moral.
Sobre essas contribuições podem-se trazer novas reflexões dessa relação com a
aprendizagem, avaliando outros aspectos, onde a formação cognitiva não se construiria fora de
influências, mas que esta convive em contato direto com o meio e o meio sobre si. Desde então
não se pensava assim, se tinha a visão de que a criança já nascia com inibições à aprendizagem,
sem considerar as influências de suas vivências diárias “As pesquisas sobre aprendizagem
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Nessa nova proposta as reflexões se voltam não apenas para o que se está sendo passado,
e sim a quem está sendo voltado o ensino, buscando compreender de forma mais atenciosa e
atenta às necessidades e peculiaridades de cada faixa etária. Em outras palavras, nesse modelo
a criança não mais é o deposito final do que se pretende o professor e o sistema educacional.
A visão da infância veio se constituindo desde os tempos anteriores quando se pensava
o ser humano como um adulto em miniatura, desvalorizando o afeto e o cuidado para as relações
familiares e sociais. Transpassando para uma visão mais terna sobre a criança e fundamentada.
Segundo Narodowski (1993, p. 23):
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Se para a pedagogia a infância é um dado, um pressuposto indiscutível a partir do qual
é possível construir teórica e praticamente o aluno, as investigações inauguradas por
Aries demonstram que a infância é um produto histórico moderno e não um dado geral
e a-histórico, que impregna toda história da humanidade. A infância também é uma
construção recente, um produto da modernidade. Não em seus traços biológicos
(embora, é claro, não seja possível desconhecer as relações entre o biológico e o
cultural), mas em sua constituição histórica e social, o nascimento da infância se
caracteriza como um fato novo, no qual a existência da escola ocupa um lugar
destacado: ao contrário do postulado clássico da pedagogia, o ser-aluno, não é um
passo posterior ao ser-criança, mas parte de sua gênese.
A criança passa a ser vista como que ao mesmo tempo em que tem suas limitações
também pode ser formada, ou seja, não é um ser que nada pode fazer, mas que é a partir dele
que se constrói esse ser. E a escola sendo parte integrada a criança, contribuindo para seu
desenvolvimento.
A Educação Infantil primeira etapa da educação básica foi tratada em seu início como
de cunho assistencialista voltada apenas para o “cuidar”, a qual na Constituição de 1988 em seu
artigo 208, incisos I e IV, passou a ser reconhecida como direito da criança e dever do estado.
Mais tarde pelos anos 90 comprovada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Lei nº
8.069, de 13 de julho de 1990, em seus artigos 56 e 59. Vindo em seguida a ser lei com a Lei
de Diretrizes e Bases (LDB) Lei nº 9.394, de 20 de Dezembro de 1996, passando a fazer parte
da educação básica. A mesma, apresenta em seu Artigo 29 o seguinte texto:
Deixando claro o que já foi discutida como relevância sobre o olhar a criança como um
todo, no seu ser tanto físico/corpo como mente/espirito. Não buscando apenas objetivar o lado
cognitivo, mas repensar uma educação que englobe o ser de forma totalizada e integrada.
Segundo o dicionário o termo disciplina poder ser definido como regime de ordem
imposta ou livremente consentida. Ordem que convém ao funcionamento de uma
organização (militar, escolar e etc.). Relações de subordinação do aluno ao mestre ou
ao instrutor. Observância dos preceitos ou normas. Submissão a um regulamento. E,
disciplinar, o ato de “sujeitar ou submeter a disciplina: disciplinar uma tropa. Fazer
obedecer ou ceder; acomodar; sujeitar; corrigir: Procurou disciplinar os instintos
selvagens da criança. Já o termo indisciplina refere-se ao “procedimento, ato ou dito
contrário a disciplina; desobediência, desordem, rebelião.
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Entende-se assim que a disciplina pode ser vista sobre várias facetas, aquele que se deixa
90
moldar de forma espontânea, o que obedece sem reclamar nada e o disciplinador que molda que
faz obedecer, que comanda.
Na (in) disciplina escolar se observa a incapacidade de se adequar as normas e padrões
escolhidos pela escola. A qual interpreta tais ações como (in) disciplina, como citado abaixo:
A atitude (in) disciplinada pode ser vista em alguns momentos como uma ação corajosa
de quem o fez sobre as regras da escola, tornando o espaço tirano que enquadra e oprime, porém
poderia ser compreendido de outra forma, como algo necessário ao convívio social em que o
disciplinador educa, oferece parâmetros e estabelece limites. Que não torna o espaço castrador,
entendendo as regras apenas no seu lado negativo, mas compreendendo o bom das regras e o
porquê delas estarem presentes.
A moralidade em seu sentido mais amplo está ligada ao conjunto de regras, valores ou
costumes de um grupo, que orienta o homem para agir corretamente. A escola em suas vivências
mais passadas era marcada pelo tradicionalismo em que a sala era o lugar para submissão do
aluno, que deveria seguir e obedecer a todas as regras sem nenhuma contestação.
Segundo Pirola e Ferreira (2007, p.87, apud, OLIVEIRA, 2002):
Invertendo, assim, esse conceito de que a criança não tinha que estar consciente de
nenhuma ação apenas a mercê do que deveria ser aprendido e correspondido às expectativas de
seu professor. Deixando de lado a participação ativa da criança nas suas vivencias, cruciais a
sua formação, já que todas as ações serão por ela questionadas em seus dilemas de ser ou agir
daquela forma sendo como correto ou errado.
Poderia dizer que todo o meio social que envolve a criança tem responsabilidade no
estabelecimento dessas regras e padrões.
Para a construção dessa consciência afirma Lima (2004, p. 15):
Por si só, o indivíduo não é capaz dessa tomada de consciência e também não
estabelece normas sem um parâmetro. Estas se darão, com segurança, na convivência
entre os indivíduos, na discussão que fazem da validade das normas existentes, do que
levam em conta para estabelecer novas regras.
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A experiência é a prática formativa para sua formação enquanto ser social que interage,
91
age e aprende diante de tais situações. Para isso, é importante que todo esse contexto esteja
preparado para recebê-lo e formá-lo com ser capaz de resolver-se diante das situações e agir
conscientemente nas problemáticas do dia a dia em sintonia com outras pessoas. A formação
da sua identidade, de seu eu e sua tomada de consciência moral ao longo do tempo pelas
experiências vividas são uma jornada de grandes atenções.
Para Gonsalves (2004, p. 74): “A construção da identidade pessoal e da identidade
cultural, que em si são inseparáveis, se dá, assim, na interdependência e na interpenetração das
múltiplas realidades que constituem o homem em seu percurso histórico”. Todo o espaço em
que seja rotina dada à criança será por ela utilizado como formação a sua identidade. É nesses
espaços que ela se utiliza de avaliações que somaram para si um ato de julgamento sobre as
experiências observadas.
Atentaremos aos estágios da teoria Kohlberguiana, para compreender as fases do
desenvolvimento da moralidade. Em seus estudos Kohlberg se baseou na teoria dos estágios de
julgamento Moral de Piaget (1932), que utiliza os processos mentais, e sobre isso fez sua
pesquisa.
Descontente com as teorias psicanalíticas e da aprendizagem, acreditava que como se
podem ter estágios para o aperfeiçoamento cognitivo também poderá ter para a evolução da
consciência moral. “Através de uma série de estudos e pesquisas elaborou um esquema de
desenvolvimento moral, definindo três níveis, pré-convencional, convencional e de princípios,
subdivididos em seis estágios” (FINI, 1979, p. 31-32).
Sobre estes citados acima nos especificaremos ao primeiro que fará relação à educação
infantil indo dos 2 anos aos 6 anos de idade.
Kohlberg (1969, p. 93) define:
Na primeira fase desse estágio as regras são tidas como aniquiláveis, interpretadas até
como algo divino, é o bem e o mal, o certo ou errado, evita o castigo de quem tem a autoridade,
sustentando-se em atos externos e físicos, como no caso de alguém que foi punido por uma ação
para ela esta ação se torna errada, se premiada então esta é compreendida como certa. Na
segunda fase está voltado para ações que lhe satisfaz em seus desejos, sem pensar no outro,
entendendo que o que é bom é o que satisfaz cada um a suas necessidades.
Na pesquisa trazida por Fini (1979), ele afirma que Kohlberg defende que o avanço de
uma fase só se dará com o domínio total da atual. “E que sobre as relações de nível de
julgamento moral e a conduta moral conclui que o raciocínio moral lógico é condição necessária
para uma conduta moral amadurecida” (FINI, 1979, p. 41). Para ele, a maneira como o sujeito
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compreende as regras não depende de uma formação verbal ou de conhecer as regras existentes,
92
mas que estas se darão no desenvolvimento cognitivo, que a cada fase compreenderá as regras
de uma forma mais elaborada.
E, voltando-se ao âmbito escolar, observa-se como a indisciplina é vista sobre os olhares
dos professores, que na sua prática demonstram tais ações como incorretas as práticas
educativas em sala de aula por DeVries e Zan (1998, p. 281):
mas o núcleo familiar tenha participação ativa na vida deste indivíduo. Buscando estreitar essa
93
relação.
Diante dessa busca de promover as regras de disciplina e de boa conduta por parte dos
alunos, é considerável entender sua bagagem e suas condutas diante das ações rotineiras a sua
faixa etária.
O psicopedagogo dentro do espaço escolar estará á disposição das queixas que serão o
primeiro passo para uma avaliação. Estas serão apresentadas pelo próprio professor,
coordenador ou direção. É importante analisar a forma como as queixas chegam e também por
parte do aluno, para saber se o mesmo tem consciência dessa dificuldade exposta. É por meio
dessas informações que o psicopedagogo inicia sua atuação tanto na forma de solucionar o
problema como de preveni-lo.
Segundo Moraes (2010, p.3):
O psicopedagogo irá fazer uma análise da situação do aluno para poder diagnosticar
os problemas e suas causas. Ele levanta hipóteses através da análise de sintomas que
o indivíduo apresenta, ouvindo a sua queixa, a queixa da família e da escola. Para isso,
torna-se necessário conhecer o sujeito em seus aspectos neurofisiológicos, afetivos,
cognitivos e social, bem como entender a modalidade de aprendizagem do sujeito e o
vínculo que o indivíduo estabelece com o objeto de aprendizagem, consigo mesmo e
com o outro. O psicopedagogo procura, portanto, compreender o indivíduo em suas
várias dimensões para ajudá-lo a reencontrar seu caminho, superar as dificuldades que
impeçam um desenvolvimento harmônico e que estejam se constituindo num bloqueio
da comunicação dele com o meio que o cerca.
Cada psicopedagogo tem uma forma de atuar, pela razão dos casos apresentarem muitas
vezes desafios que necessitam de um olhar diferenciado para com a situação apresentada, de
forma com que não deixe de atender aquela criança. Buscando uma adaptação para que ela se
adeque as rotinas dadas em seu dia a dia. Nesse primeiro momento de Entrevista Familiar
Exploratório Situacional (E.F.E.S), os pais estarão cientes do que é a atuação do psicopedagogo
que irá acompanha-los nessa situação.
Essa busca de informação é agora voltada aos pais/responsável da criança como
principal referência, que irá se basear das suas queixas e por meio da Anamnese, o
psicopedagogo irá construir toda a formação histórica da criança até o momento atual. Ela pode
ser feita só com os pais/responsáveis ou com toda a família. É aqui que “[...] são levantados
dados das primeiras aprendizagens, evolução geral do sujeito, história clínica, história da
família nuclear, história das famílias materna e paterna e história escolar” (MORAES, 2010,
p.10), servindo de base para uma compreensão aprofundada de seu contexto principal de
referência.
Buscando-se analisar desde seu nascimento (parto), até as concepções de crescimento
cognitivo, da oralidade, parte psicomotora, relação com a mãe, autonomia, alimentação e
cuidados com essa criança. Ao fim se iniciará as sessões lúdicas, que visa avaliar sua relação
com a metodologia fornecida pela escola, de modo a perceber sua atuação e integração com a
mesma, se mostra boa relação ou apresenta dificuldades, descobrindo por meio de desenhos,
jogos e brincadeiras seu verdadeiro eu, suas emoções, já que a criança utiliza o brincar para
expressar situações reais.
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Sobre isso Moraes (2010, p.12) coloca essa fase como importante ao se compreender a
94
criança sobre:
Neste tipo de sessão, observa-se a conduta do sujeito como um todo, colocando
também um foco sobre o nível pedagógico, contudo deve-se ter como postulado que
sempre estarão implicados o seu funcionamento cognitivo e suas emoções ligadas ao
significado dos conteúdos e ações.
Partindo desses conhecimentos sobre o sujeito ele pode partir para hipóteses que
guiaram essa problemática, dando fim ao diagnóstico ou partindo para outros testes, a depender
do caso.
Sobre isso é necessário se voltar aos testes e provas, que avaliam o desenvolvimento
cognitivo e emocional da criança que visa mostrar o nível de pensamento alcançado. Alguns
testes não são de atuação do psicopedagogo, ficando como parte de outros profissionais, que
serão indicados caso necessário. São avaliados os processos cognitivos, voltando-se a
concentração, atenção, memória, autonomia e percepção. Tendo em vista o que já foi explanado
no referencial segundo a teoria de Kohlberg (1969) compreende-se que a capacidade de uma
conduta moral só se faz com a maturação cognitiva, na sua capacidade lógica, de estruturar e
avaliar aquela problemática ou questão de forma organizada, tornando-se ajuizada em suas
condutas a determinadas ações.
Na área social, esta está voltada para avaliação afetiva do sujeito e como a família encara
junto à criança as problemáticas existentes.
Depois de ter pesado todas as informações sobre as hipóteses estabelecidas, será visto o
que contou mais e com isso inicia-se a fase da devolução do diagnóstico, onde este é marcado
como um dos momentos mais importantes por se tratar do levantamento de toda história do
sujeito, visando relatar e analisar todo seu aspecto apresentado. A partir daí A família e sujeito
em foco, fica ciente de todo o resultado, positivo e em seguida dos negativos.
Esse momento também convém eliminar algumas dúvidas que ocorra durante todo o
processo, aproveitando também o espaço para que os pais assumam a responsabilidade do
problema em toda sua extensão e junto à instituição preparar esse espaço para uma melhor
relação de aprendizagem, tornando um espaço prazeroso as práticas educativas.
Fazendo uso das ideias de Silva (2012, p. 24) compreende-se que: “hoje, a vida numa
sociedade, exige cumprimento das regras e normas, capazes de nortear as relações entre o
psicopedagogo, escola e família, possibilitando o diálogo, a cooperação e a troca entre membros
deste grupo social” tornando-se, pois, essencial para uma relação que busca entre os mesmos a
convivência respeitosa e sobre isso limites do que deve ser feito e o que pode ser viável,
promovendo uma união em prol de um mesmo objetivo entre as partes citadas acima sobre a
criança.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Kohlberg (1969), analisar a criança por outros aspectos e levar em consideração outros pontos
95
que pensado na educação no modelo educacional tradicional que tanto influenciou para uma
visão equivocada da criança, a qual se pensava apenas no “transferir” as regras e costumes da
sociedade, com o objetivo de disciplinar esse sujeito dentro das normas exigidas para
transforma-se em um bom adulto. Deixando de lado o olhar voltado para sua ingenuidade, de
ainda não está preparado em termos de maturidade para tais problemáticas.
O olhar voltado para criança era de um adulto em miniatura onde as relações afetivas
não eram vistas como necessárias e com isso não se mantinha uma relação de cuidados afetivos.
Dialogando com as visões revolucionárias sobre o ser criança, leva em consideração o cuidado
sobre sua formação enquanto ser que está em desenvolvimento. Buscando compreender seus
comportamentos relacionados como (in) disciplina com o que é normal a faixa etária.
Trazendo seu desenvolvimento psicomotor (inquietação), o constante diálogo com o
outro (conversas paralelas), atenção (mínima) e sobre a agressividade a relação com o meio e
suas frustações, também contando com as influências do meio social como mídia e outros
contextos. Ao se Voltar ao cognitivo está o desenvolvimento moral na visão Kohlberguiana
(1969) que analisa a estruturação/maturação cognitiva para uma ação moralmente correta.
Sobre a atuação do psicopedagogo o diálogo volta-se a perspectiva de um
acompanhamento da criança com dificuldades não apenas voltado aos distúrbios, mas sobre
todas as esferas que façam parte do sujeito, em seu lado cognitivo, emocional, físico e social.
Incluindo todo o contexto escolar e sobre tudo a família. Buscando compreende-lo de forma
ampla e buscando sanar as dificuldades ou preveni-las. Sobre isso se pretende uma educação
em que o sujeito sinta-se à vontade, mantendo uma relação prazerosa com o aprendizado. Seria
voltar o olhar ao sujeito como alguém que têm direito ao aprender, ao saber.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp)-2011-Disponível
em:http://www.abpppara.com.br/wp-content/uploads/2012/03/C%C3%B3digo-de-
%C3%89tica-%C3%BAltima-revis%C3%A3o-Simp%C3%B3sio.pdf.Acesso em: 16.
Nov.2019.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
1. INTRODUÇÃO
A
presente pesquisa apresenta um estudo sobre a introdução da psicomotricidade
na educação infantil, como também a preparação do professor relacionada ao
uso dessa ferramenta em sala de aula para facilitação do processo de ensino-
aprendizagem nas dificuldades apresentadas pelas crianças.
A psicomotricidade desempenha um papel fundamental, pois visa favorecer o
desenvolvimento integrado dos domínios afetivos, sociais, cognitivos e psicomotores, ajudando
a criança a adquirir o conhecimento do mundo em que vive através do seu corpo, das suas
sensações e de suas percepções. Contudo, é significativo que os profissionais de educação
estejam aptos a oferecer às crianças condições que aumentem o seu potencial motor através de
uma série de exercícios psicomotores, jogos e brincadeiras.
A estimulação psicomotora reflete sobre a formação integral do indivíduo e sua
complexidade, fazendo com que o professor se conscientize sobre a importância do seu trabalho
como influência no desenvolvimento da criança. O conhecimento da psicomotricidade de forma
mais aprofundada, nos dará maior subsidio para lidar com a criança pequena, prioritariamente
aquela que está na pré-escola.
Como afirma Le Boulch (1987, p.11):
24
Licencianda em Pedagogia e bolsista CAPES de Residência Pedagógica. E-MAIL:
dri_camello@hotmail.com.
25
Licencianda em Pedagogia e bolsista CAPES de Residência Pedagógica. E-MAIL:
samara_almeidaa@hotmail.com.
26
Professora e Orientadora. Mestre em Educação pela Universidade Federal de Pernambuco- UFPE;
Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade de Pernambuco – UPE; Licenciada em Educação
Física pela Universidade de Pernambuco- UPE. Profa. Efetiva da Autarquia de Ensino Superior de Arcoverde-
AESA vinculada à Escola Superior de Saúde de Arcoverde-ESSA. E-mail: lizandre.aesa.2011@gmail.com.
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V JOCUPE - 23 e 24 de Maio de 2019
A Educação Infantil vem alcançando uma grande valorização e aparece em debates para
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uma nova identidade com a preocupação na qualidade.
Ainda segundo o RCNEI (BRASIL, 1998, p.23):
A educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base na escola
primária. Ela condiciona todos os aprendizados pré-escolares; leva a criança a tomar
consciência de seu corpo, da lateralidade, a situar-se no espaço, a dominar seu tempo,
adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação
psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com
perseverança, permite prevenir inadaptações difíceis de corrigir quando já
estruturadas.
Atualmente, a psicomotricidade é uma ciência que tem como objetivo fazer com que o
indivíduo reconheça seu corpo, dando oportunidade para que por meio de atividades lúdicas ela
se conscientize sobre seu movimento, que vai da intencionalidade à sua manifestação,
possibilitando um crescimento sadio.
aula ao oferecer à criança uma melhor condição para sua aprendizagem e seu desenvolvimento
102
psicomotor.
Conforme Moraes, (2002, p. 13):
As atividades motoras ofertadas nas escolas para seus alunos melhoram a aptidão física,
a criatividade, a socialização, entre outros fatores que viabilizam a aprendizagem. Tais
atividades como: rolar, balançar, se equilibrar, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre
uma linha no chão, dentre outros vêm a promover ainda um bom equilíbrio psicológico e
emocional na criança.
Em seguida trazemos imagens de atividades realizadas em grupos, que contribuem para
a maturação psicomotora, em que cada aluno desenvolve suas próprias habilidades de forma
significativas.
Fonte: TASSI, Sílvia Regina Candêo Fontanini, e BATISTA, Cleide Vitor Mussini (2014)
Observamos nas atividades acima como uma maneira lúdica e interativa contribui para
que a criança adquira uma coordenação motora, um domínio do corpo, dos gestos e
movimentos, e perceptividade do seu ambiente. Desse modo a criança será capaz de
desenvolver-se dentro de uma realidade que lhe permita a livre expressão, evitando dificuldades
referentes ao seu processo de evolução.
Imagem 3: Desenho espontâneo. Imagem 4: Pintura
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Fonte: TASSI, Sílvia Regina Candêo Fontanini, e BATISTA, Cleide Vitor Mussini. (2014).
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O desenvolvimento da criança só é possível por meio do amadurecimento neurológico,
e para isso ela necessita vivenciar diversificadas brincadeiras, e experiências corporais,
lembrando que, quanto mais qualidade de estímulos recebidos pela criança, melhor será o seu
desenvolvimento do esquema corporal.
Segundo Freitas (2008) a percepção que a criança possui do seu próprio corpo é um
elemento indispensável na formação de sua personalidade. Partindo da ideia da autora é notória
a noção de corpo para a criança logo nos seus primeiros anos de vida, fazendo-se necessário o
ensino aprendizagem corporal e parte do seu corpo como um todo, formando o seu esquema
corporal
Observa-se nas figuras 3 e 4 que se tem possibilidade de ver, tocar, mover-se, provar
seu domínio sobre as coisas, contribuindo para o processo de organização de sua inteligência.
A Educação Infantil é sim o momento primordial para se vivenciar movimentos
corporais com as crianças de forma intencional, pois é na fase primeira da educação que
podemos fundamentar a formação das crianças. Este período escolar podemos assim dizer que
seja à base desse processo de formação por se tratar de um período de maior desenvolvimento
e as experiências iniciais são essenciais à criança e leve-as a desenvolver sua autonomia
corporal e maturidade sócio emocional.
• Materiais: O professor deve ser criativo a partir do seu embasamento teórico para
trabalhar com materiais disponibilizados no ambiente educativo. Para Almeida (2006,
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p. 23), “um supermercado pode ser um excelente ambiente educativo caso o professor
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saiba explorar toda riqueza existente ali”.
• Espaços: Algumas estruturas físicas são: salas, quadras, pátios, refeitório e outros. Mas
existem vários ambientes que pode ser um espaço educativo, necessitando apenas da
criatividade do professor, juntamente com materiais e recursos ali presentes.
• Comportamento: O professor que trabalha com psicomotricidade na educação infantil
deve estar atento a todas as atividades realizadas pelos alunos, intervindo nas atividades
com objetivos psicomotores, trabalhando as relações de socialização e humanização dos
alunos. Para Almeida (2006, p. 21) “o comportamento é o combustível que move as
relações diárias de um professor que quer construir coletividade na multiplicidade dos
seres com as diferenças de cada um”.
• Concepção: Deve-se haver um planejamento pensado e reavaliado diariamente, sempre
com objetivos a serem alcançados. Com isso, o professor reconhece o desempenho dos
alunos, podendo fazer inovações em sua pratica pedagógica para alcançar a meta
desejada.
6. METODOLOGIA
Uma revisão sistemática, assim, como outros tipos de estudos de revisão, é uma forma
de pesquisa que utiliza como fonte de dados na literatura sobre determinado tema.
Esse tipo de investigação disponibiliza um resumo das evidencias relacionadas a uma
estratégia de intervenção especificas, mediante aplicação de métodos explícitos e
sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada
(SAMPAIO; MANCINI, 2007, p. 84).
Iniciamos a caminhada a partir do levantamento e seleção dos artigos com base nos
critérios de inclusão e exclusão e organizamos o processo de análise em dois momentos. O
primeiro momento correspondeu à leitura do título e resumo, e o segundo momento a leitura do
artigo completo. E todo levantamento foi descrito e organizado em tabelas para melhor
visualização.
As tabelas a seguir estão estruturadas da seguinte forma: Ano de publicação:
corresponde ao ano em que o periódico foi inserido na base de dados da revista; Nº de edições:
o total de periódicos da revista neste ano; Nº de artigos: refere-se à quantidade de artigos
publicados nos períodos da revista; Psicomotricidade, Educação Infantil e Atuação do
professor: são os descritores utilizados para identificar os artigos que tenham relação com o
tema da pesquisa.
Iniciamos as buscas na Pedagógica Eletrônica UFMT, nesta foram encontrados 147
periódicos publicados entre os anos de 2015 a 2019, no qual foram encontrados 98 artigos,
desses foram selecionados 13 que contemplam a pesquisa de acordo com os critérios de inclusão
e exclusão ver tabela 1 abaixo:
Ano N° de
Qtd. de Educação Psicomotri- Atuação do 106
Publica- Arti- Incluídos
Edi-ções Infantil cidade professor
ção gos
2015 96 12 1 0 1 0
2016 X X X X X X
2017 98 14 0 0 2 0
2018 99 12 1 0 2 0
2019 100 12 1 1 0 1
TOTAIS 393 50 3 1 5 1
Fonte: Produzida pelos autores (2019)
Com a conclusão do levantamento nas revistas selecionadas dos artigos em relação com
este estudo, os dados foram organizados nas tabelas acima, partimos então para realizar a leitura
dos títulos e resumos e desta investida selecionamos 13 artigos.
Estes foram estruturados no quadro 1 abaixo conforme informações: Autor, Ano, Título
do artigo e a base de dados eletrônica no qual ele foi publicado. A lógica de organização segue
por revista.
6.2 ANALISES/DISCUSSÃO
Nas buscas de dados para fomentar a pesquisa dois artigos conforme quadro 1 acima
foram selecionados e analisados de forma a contribuir para desvelarmos a questão norteadora
da pesquisa.
Neste caso iremos identificar nossos dois autores selecionados nesta pesquisa da
seguinte maneira, conforme exporto no quadro 2.
A metodologia utilizada foi um questionário composto por sete questões, contendo uma
108
pergunta fechada e seis abertas. Participaram do estudo dez professoras de educação infantil,
que atuam na pré-escola com crianças de 4 a 6 anos de idade em uma instituição pública
municipal, localizada em uma cidade do interior do estado de São Paulo.
Com isso, os resultados da pesquisa apontam que as dez professoras trabalham com
atividades relacionadas à psicomotricidade, conforme apresenta a tabela abaixo:
PROFESSORA 5 Siga o mestre, corridas com objetos, pular corda, pular em um pé só, músicas.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A partir das análises nos resultados obtidos podemos perceber que a criança em seus
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primeiros anos de vida, sistematiza conhecimentos através da busca por novas experiências e a
psicomotricidade é um instrumento auxiliador neste processo.
Vale destacar que a psicomotricidade no desenvolvimento infantil contribui para melhor
coordenação motora, como também para a aprendizagem. A intenção é que a psicomotricidade
esteja aliada a educação de forma que possa contribuir para o desenvolvimento do aluno.
Com isso, importância da participação do professor no cotidiano da criança, facilita a
relação que ela tem como meio em que vive, trazendo diferentes estratégias de efetivação, como
atividades lúdicas onde o desenvolvimento motor, social, cognitivo e afetivo é favorecido.
Concluindo, a psicomotricidade mostrou ser uma ferramenta importante e essencial no
desenvolvimento cognitivo e físico da criança, proporcionando uma maior relação com o seu
meio. E a atuação do professor em relação a essa ferramenta deve ser feita com total
propriedade, para que a sua utilização em sala de aula seja realizada adequadamente, buscando
maior eficácia no desenvolvimento da criança.
8. REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC / SEF,
1998.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo. Atlas, 2002.
OLIVEIRA. Uso do território e pobreza urbana na cidade de União dos Palmares. Belo
Horizonte: UFMG/AGB, 2012.
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