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CASOS PRÁTICOS

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
Cumprimento e incumprimento das obrigações
Caso nº 1
Em 10 de Janeiro de 2003, A vendeu a B uma égua, ficando acordado que o
anima seria entregue na quinta de B no dia 15. Neste dia, o animal não é 
entregue porque A verificou que C (empregado encarregado de receber a 
égua) estava embriagado.
No dia 20, quando A levava a égua a um veterinário ocorreu um acidente 
de viação,devido a uma ultrapassagem mal sucedida feita por A. Por causa 
do acidente, a égua dá à luz, prematuramente, uma cria e acaba por morrer 
dada a gravidade dos ferimentos.
a) Poderia A ter resolvido o contrato no dia 16 ?
b) B considera ter direito à cria e reclama uma indemnização. A não só não
reconhece a este qualquer direito como ainda pretende que ele pague o 
preço acordado. Quem terá razão ?

Caso nº 2
F, fabricante de artigos de cerâmica, vendeu por catálogo a Z, proprietário 
de um restaurante, 50 estatuetas de barro, com as mesmas características 
mas com corres diferentes. O contrato foi feito em 15 de Novembro deste 
ano e ficou combinado que F, entre os dias 26 e 30 desse mês, colocaria as 
estatuetas num armazém seu, local onde o comprador as teria que levantar. 
Na data acordada para o levantamento (5 de Maio), Z foi buscar os 
objectos, mas, por descuido, provocou um incêndio que atingiu 
precisamente o sector onde eles se encontravam.
a) Terá Z que pagar os €1.500,00 contos fixados como preço ? Se Z não 
tivesse ido buscar as estatuetas no dia 5 e, passados três dias, um 
empregado de F provocasse culposamente um incêndio, poderia o 
comprador responsabilizar o vendedor ?
b) Se os contraentes tivessem convencionado a entrega das 50 estatuetas 
em 5 entregas de 10 unidades (para os meses de Novembro, Dezembro, 
Janeiro, Fevereiro e Março), o que sucederia se F não cumprisse a segunda 
entrega ? 
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c) Suponha que Z tem como sócio J e que F, como “paga” de serviços 
prestados em tempos por Z, lhe perdoa a dívida, que quantia será devida 
por J ?
Caso nº 3
Em 10 de Maio de 2004, Anselmo, antiquário, vendeu a Tiago, 
coleccionador, uma peça rara. Ficou combinado que a peça seria entregue 
no dia 15, em casa de Tiago.
Nesse dia, não foi entrgue, apesar de Tiago estar em casa. No dia 17, este
telefonou a Anselmo reclamando a entrega para o dia seguinte. No dia 20, 
um incêndio fortuito ocorrido na loja de Anselmo destruiu todo o seu 
recheio.
a) Tendo sido infrutífero o telefonema do dia 17, terá Anselmo que 
suportar o dano de Tiago?
b) Podia Tiago no dia 19 comprar a um outro antiquário uma peça parecida
sem correr o risco de ainda receber a que comprara a Anselmo?
c) Suponha que o incêndio foi provocado por descuido de Anselmo e que a
peça pode ainda ser restaurada embora com custos consideráveis. Poderá 
Tiago exigir o seu restauro?
Caso nº 4
Em 1 de Junho, César contratou com certa empresa o transporte de 
objectos do seu estabelecimento comercial. Na execução do serviço, André
e Marcos, funcionários da empresa causaram danos na loja. No dia 
seguinte, César vendeu a Joana uma estatueta antiga, ficando acordado 
que a compradora a iria buscar daí a três dias.
No dia 11, João, empregado de César, por distracção destruiu a estatueta. 
No dia 14, César contratou Pedro, interditado desde Abril, para colocar 
um anúncio luminoso no estabelecimento. Na véspera do dia acordado para
o serviço, um incêndio fortuito destruiu a casa comercial de César.
a) Poderá César pedir uma indemnização a André e Marcos pelos 
prejuízos sofridos ?
b) Terá Joana direito a receber a estatueta, apesar de se ter esquecido de ir 
buscá­ la na data combinada ? 
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c) Se por hipótese Joana pudesse accionar João seria procedente a legação 
de que este é habitualmente distraído ?
d) A obrigação assumida por Pedro é válida ? Na hipótese afirmativa, terá 
direito a receber o preço acordado ?
Caso nº 5
Em 2 de Maio de 2005, José, agricultor comprou a Filipe, criador de 
cavalos, um cavalo lusitano sem outras características especiais. O preço 
acordado foi de €25.000,00, ficando estabelecido que o animal seria 
entregue na quinta de José passados quinze dias e que, caso a entrega não 
fosse feita na referida data, isso implicaria para Filipe o pagamento de 
€100,00 por cada dia de atraso. 
No dia 20, e sem razões justificativas, José recusou receber o cavalo. Em 
25 de Junho, o cavalo morre de peste equina, não sem que um mês antes 
tivesse ferido Filipe. Este perdeu igualmente o lucro de não ter alugado a 
Pedro o espaço em que teve de colocar o animal.
Face aos dados, que direitos e que obrigações assistem aos contraentes?
Caso nº 6
Zacarias, proprietário de um próspero aviário, celebrou com Teófilo um 
contrato de compra e venda de cinco mil ovos, ficando acordado que os 
ovos deveriam ser entregues, no dia seguinte, no supermercado de Teófilo 
em Vila Real. Uma vez que o empregado de Zacarias se encontrava 
doente, Zacarias pediu ao seu amigo Ambrósio que lhe levasse a 
encomenda, utilizando para o efeito o camião do aviário.
Já em Vila Real, a direcção do veículo partiu­se, indo este embater contra a
loja de electrodomésticos do Sr. Carlos, destruindo tudo o que se 
encontrava na montra e partindo metade dos ovos que o camião 
transportava. Ambrósio sofreu ferimentos leves, tendo sido imediatamente 
assistido no hospital. Apurou­se que o camião do aviário era novo, mas 
tinha atingido recentemente a quilometragem aconselhada para a primeira 
revisão, sem que esta tivesse sido realizada. Teófilo alegou ainda 

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que se os ovos tivessem sido correctamente acondicionados talvez não se 
tivessem partido.
a) Diga e em que termos responde pelos danos ocorrido.
b) Suponha que entre Teófilo e Zacarias ficou estipulado que este último 
não seria responsável pelos danos causados pelo seu amigo Ambrósio. Que
direitos assistem a Teófilo ?
c) Logo após o acidente Ambrósio contratou uma oficina de Vila Real para
rebocar o camião e regressou de comboio, tendo, mesmo assim, perdido um
dia de trabalho na empresa em que trabalhava. Por seu turno Zacarias 
ficou zangado com Ambrósio, pois conhecia uma oficina que lhe faria o 
mesmo serviço a preço mais vantajoso. Quid iuris ? 

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