MECANISMOS DE DOBRAMENTO
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Fabio Vito Pentagna Paciullo MECANISMOS DE DOBRAMENTO
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Ramsay & Huber (1987) modelaram a resistência de uma camada ao dobramento, num
sistema composto por uma única camada competente envolvida numa matriz incompetente
(Fig. 4). O texto a seguir é baseado na tradução (mais ou menos livre) do texto original desses
autores para a formação atualística de dobras.
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Quando uma camada competente vai se dobrar por encurtamento paralelo ao aleitamento ou
por deflexão dos flancos por flambagem, dependerá do contraste de competência entre os
materiais envolvidos e da quantidade de encurtamento total aplicado (Fig. 8). Os extremos
seriam: a) contraste de competência muito alto, gerando dobras pitigmáticas; b) contraste de
competência muito baixo, gerando dobras cúspide-lobato (Fig. 9). Em geral, a níveis bastante
altos de contração, encurtamento sub-perpendicular à superfície axial das dobras gera, em
todos os casos, um aumento de espessura nas charneiras e uma redução nos flancos, ou seja,
as dobras passam de dobras 1B (dobras paralelas) para 1C (dobras similares).
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Os principais fatores que controlam a geometria das dobras são (Ramsay & Huber 1987):
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B - Forma das dobras x distancia entre camadas competentes (ou espessura das camadas
incompetentes)
O tipo de dobra que se forma quando comprimimos uma única camada competente
embebida em matriz menos competente, depende do contraste de competência (viscosidade) entre
os materiais da camada e da matriz. Numa sucessão de multicamadas, além desse contraste de
competência, um fator adicional também é importante no controle da forma das dobras. Trata-se da
proporção entre material competente e incompetente (representada pela letra n na Fig. 13), que
afeta fortemente a curvatura das dobras a se formarem. Isto acontece porque a deflexão lateral de
qualquer camada competente numa sucessão de multicamadas está confinada pela deflexão da
camada competente adjacente. A Fig.13 mostra as diferenças no estilo das dobras que se formam
em materiais com contraste de competência marcante, como resultado do decréscimo das
proporções de material incompetente. A forma pitigmática quando só se tem uma única camada
competente (Fig. 13A) não é possível quando se tem outra camada competente por perto. Com
decréscimo na proporção de material incompetente, as dobras terão charneiras com alta curvatura e
flancos menos curvados (Fig. 13B e C) e, conforme decresce o valor de n, as formas gerais das
dobras se aproxima cada vez mais daquelas com charneiras angulosas e flancos paralelos do modelo
de dobras en chevron (Fig. 13D).
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Modelo A: contraste de competência (µ1/ µ2) baixo, razão entre camadas incompetentes e
competentes (n = d2/d1) alta.
Os comprimentos de onda das dobras são menores que as espessuras das camadas competentes,
produzindo dobras cúspide-lobato (Fig. 7) nas interfácies entre camadas competentes e
incompetentes. A razão de encurtamento paralelo ao aleitamento (ė), inicialmente forte, predomina
sobre a razão de amplificação (Å) das dobras de modo que o comprimento do arco Wa é
consideravelmente menor do que o comprimento de onda inicial dominante Wi por um fator de 1 +
e, dependendo do encurtamento total das camadas (e). Por causa de que o comprimento de onda
inicial é menor do que a espessura da camada, a zona de influência de cada camada competente
individualmente (zona de contato de strain –ZCS) penetra pouco na sucessão e, se n for alto,
produz-se dobras com superfícies axiais desparelhadas em camadas competentes adjacentes e a
formação de dobras disarmônicas (Fig. 10B).
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Conforme as camadas competentes ficam mais próximas uma das outras, o dobramento tente
a se organizar em um conjunto de dobras harmônicas (Figs. 10 C e 11). Entretanto, o
comprimento de onda dominante do sistema é menos bem definido do que no modelo A. O
encurtamento paralelo ao aleitamento é importante nos estágios iniciais do dobramento. Em
situações de baixos valores para µ1/ µ2, por causa das similaridades entre as propriedades das
camadas, achatamento mais ou menos homogêneo pode produzir modificações significativas na
geometria das dobras – tanto camadas competentes como incompetentes têm aumento nas
espessuras nas charneiras das dobras e diminuição das espessuras nos flancos, ou seja, tornam-se
dobras similares.
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homogêneo desenvolvendo-se por todo o conjunto. A fabrica produzida pelo strain induzido
(clivagem e xistosidade) será capaz de atravessar todas as camadas com regular orientação.
Figura 15- Cartoon representando seções verticais de diferentes formas de boudins, conforme o
contraste de competência entre as camadas, onde a>b>c>d. Extraído de Ramsay, J.G.& Huber, M.I.,
1987, The Techniques of Modern Structural Geology, vol.1: strain analysis, fig.1.8, pg. 8.
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O modelo para este tipo de arranjo consiste de uma unidade constituída por sucessão de
multicamadas de espessuras d1 e d2 e viscosidades µ1 e µ2, respectivamente, embebida numa matriz
de viscosidade diferente, µ3, de extensões infinitas nos dois lados da unidade de multicamadas (Fig.
16).
Este modelo é de Ramberg (1970) e mostra uma unidade central constituída por 5 camadas
competentes(espessura d1) e 4 incompetentes (espessura d2) e com contraste de viscosidade µ1: µ2:
µ3 = 100:10:1. Ramberg determinou a razão de amplificação K relativa ao comprimento de onda
inicial Wi como uma função do espaçamento entre as camadas competentes e incompetentes na
unidade central (n = d1/d2). Onde as camadas competentes estão relativamente próximas (n = 2),
toda a unidade competente-incompetente mostra curva com um só máximo, indicando uma
amplificação preferencial das dobras em um só comprimento de onda dominante Wi´. Este
comprimento de onda tem dimensões muito maiores que as espessuras das camadas competentes d1
e o sanduíche de nove camadas se comportará como uma única camada competente. Conforme o
espaçamento entre as camadas competentes aumenta (n = 6-8) as curvas mostram um segundo
máximo, indicando que um segundo e mais curto comprimento de onda inicial Wi´´pode se
desenvolver sincronicamente com os comprimentos de onda maiores Wi´. Assim, tem-se a
possibilidade do desenvolvimento de dobras poliharmônicas (Figs. 10 e 12).
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