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A GADAMER
1. Introdução
1
Custódio Feitoza Amorim, Advogado , Professor, Especialista em Direito Processual pelaFACULDADE MAURÍCIO DE
NASSAU, e mestrando em Direito pela UNICAP – Universidade Católica de Pernambuco.
2
RUEDELL, Aloiso. Da representação ao sentido. Porto Alegre. Editora EDIPUCRS, 2000, P. 16
2
Claro, que nesse iter filosófico ostentaram diversas outras teorias e grandes
pensadores. Mas, por uma escolha de abordagem metodológica, decidiu-se fixar nesses
dois autores, que fornecem elementos capazes de preencher a ousada pretensão do
articulista, de dar unidade ao pensamento filosófico da interpretação, que de forma
artesanal foi perseguida por estes filósofos, capazes de proporcionar uma verdadeira
hermenêutica filosófica.
3
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo Giachini- 7ª ed-
Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p. 242.
4
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo Giachini- 7ª ed-
Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p. 246.
5
RUEDELL, Aloisio. Da representação ao sentido. Porto Alegre, 2000. Editora EDIPUCRS, P.16
3
6
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. de Flávio Paulo Meurer, ver. Enio Paulo Giachini – 7ed- Petrópolis, RJ 2005,
Editora Vozes, p. 254-255.
7
RUEDELL, Aloisio. Da representação ao sentido. Porto Alegre, 2000. Editora EDIPUCRS, P. 19
8
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R. Schneider.
Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí. Nota do tradutor, p. 10.
4
9
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.58-
59
10
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
359.
11
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco,
2005,p.248.
12
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
247.
5
Sob este aspecto Schleiermacher entende não apenas o sistema que determina
formalmente o conjunto dos empregos da linguagem, e que contudo é apenas
virtual, mas ao mesmo tempo o meio pelo qual uma determinada sociedade
define as relações de seus membros entre si e em relação ao “mundo” que lhes
13
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
249
14
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
254.
15
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.
68.
16
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; rev. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí. Introdução do Editor, p. 45.
6
São esses aspectos, que Gadamer irá defender em sua teoria sobre “verdade e
método”, principalmente a tradição. O próprio Schleiermacher em seu primeiro cânon,
afirma: “Tudo que, num determinado discurso, ainda necessita de uma definição mais
acurada somente pode ser definido a partir do âmbito da linguagem comum ao autor e
ao seu público”.17 Observa-se que, o âmbito de interpretação, tem uma ligação
contundente na relação entre o autor e a sociedade para qual ele está falando, a
necessidade de diálogo, na comunicação dessa linguagem, que aproxima o autor de seu
público.
Neste aspecto, ele afirma: “todo enunciado isolado, portanto, arrancado de todo
contexto, é necessariamente algo indefinido”20. Coerente com seu ponto de vista, de que
não se pode separar o autor de sua época, de sua cultura, da sociedade em que vive ou
viveu, ele só admite sentido naquilo que é contextualizado. Explicitando melhor
afirma:
17
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; rev. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 123.
18
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; rev. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 123.
19
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; rev. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 124.
20
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; rev. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 124.
21
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 130.
7
Schleiermacher foi alvo de críticas principalmente quando ele afirma que: “Para
toda a tarefa existem, desde o primeiro início, dois métodos, o divinatório e o
comparativo, os quais, porém, como remetem um ao outro, não podem ser separados
entre si”25. Faz-se necessário citar a própria explicação de Schleiermacher, em relação
ao método:
22
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 140.
23
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí. Nota do tradutor, p. 59.
24
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 199.
25
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 202.
8
Gadamer inicia sua crítica ao método concebido por Descartes, apesar de,
considerar o avanço de seu pensamento em relação à escolástica, que se fundamenta em
Aristóteles e no cristianismo. Chris Lawn, define a filosofia escolástica como: “Uma
mistura de pensamento cristão e aristotelismo que dominava a filosofia escolástica
antes de Descartes, e seu trabalho procurou conceder ao pensamento filosófico as
fundações mais firmes da ciência natural”29.
26
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, p. 202-203.
27
SCHLEIERMACHER, Friedrich. Hermenêutica e crítica. Trad. de Aloísio Ruedell; ver. Paulo R.
Schneider. Ijuí – RS, 2005. EditoraUnijuí, nota do tradutor, p. 68.
28
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.31
29
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes,
p.48.
9
30
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes,
p.51-52.
31
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.
49
32
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.
52
33
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.
53.
34
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.
54
10
35
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
355
36
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
356
37
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes, p.
58.
11
38
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
388.
39
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
389.
40
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ, 2007. Editora Vozes,
p.13.
12
Cada época deve compreender a seu modo um texto transmitido, pois o texto
forma parte do todo da tradição na qual cada época tem um interesse objetivo e
onde também ela procura compreender a si mesma. Como se apresenta a seu
intérprete, o verdadeiro sentido de um texto não depende do aspecto puramente
ocasional representado pelo autor e seu público originário. Ou pelo menos não
se esgota nisso, pois sempre é determinado também pela situação histórica do
41
intérprete e consequentemente por todo curso objetivo da história ”.
41
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
391-392
42
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
473.
43
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
475.
13
Considera que as idéias são verificadas mais nas respostas do que nas perguntas,
“como a solução de enigmas, por exemplo”. Mas, isto vem ratificar seu pensamento de
que não existe um caminho metodológico que conduza a solução. E justifica:
Não obstante, sabemos também que quando nos vem à mente uma idéia isso
não ocorre sem preparação prévia. (...) o que significa que pressupõe perguntas.
(...) Na verdade, o que nos move a fazer experiências é o impulso daquilo que
não se submete às opiniões pré-estabelecidas. É por isso que o próprio
perguntar consiste mais num sofrer do que num agir. A pergunta se impõe:
chega um momento em que não podemos mais fugir dela, nem permanecer
aferrados à opinião corrente45.[grifo nosso].
44
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
476.
45
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
478.
46
GADAMER, Hans-Georg. Verdade e método. Trad. Flávio Paulo Meurer; rev. da tradução de Enio Paulo
Giachini- 7ª ed- Petrópolis, RJ: Vozes, Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2005, p.
478-479.
14
aberto, o que no seu pensamento é a verdadeira arte dialética, isto é “na arte de
perguntar e buscar a verdade”.
7. Conclusão
47
RUEDELL, Aloiso. Da representação ao sentido. Porto Alegre, 2000. Editora EDIPUCRS, p. 83
48
HEIDGGER, Martin. Ser e Tempo. Trad. Rev. Márcia Sá Calvacante Schuback. 2ed. Bragança Paulista, 2007. Ed. Vozes
,Emmanuel Carneiro Leão, na apresentação, p. 16.
15
REFERÊNCIAS:
HEIDGGER, Martin. Ser e Tempo. Trad. Rev. Márcia Sá Calvacante Schuback. 2ed.
Bragança Paulista, 2007. Ed. Vozes.
LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Trad. Hélio Magri Filho. Petrópolis – RJ,
2007. Editora Vozes.