Você está na página 1de 3

Propriedade:

O direito de propriedade tornou-se de fundamental importância, principalmente por


ser um direito tido como fundamental e garantido pela própria Constituição Federal
brasileira. Portanto, é necessário que haja uma análise evolutiva do conceito de
propriedade para melhor compreender a sua importância para o direito.
O conceito de propriedade desenvolve-se quase que conjuntamente com a transição
da fase do homem selvagem para a do homem sedentário, passando de
propriedade familiar para individual, quando a civilização se assenta sobre
determinados espaços físicos, retirando da terra seu sustento e valores. Nesse
período é que a propriedade começa a ter um certo valor ideológico, pois a figura do
chefe de família tem destaque e liderança sobre as demais pessoas fixadas em seu
território.
Seguindo adiante, no Egito antigo, o direito de propriedade torna-se essencial, pois
sem ele não haveria o comércio que foi um dos elementos essenciais para a
estruturação de uma sociedade aberta. Nesse período havia uma grande limitação
aos proprietários de terra, mas houve avanço com a predominância da pequena
propriedade, sendo que todos os bens, móveis e imóveis, eram alienáveis.
A partir do momento que surgem as primeiras leis escritas, surge também inovações
em relação a propriedade. A propriedade no período da Babilônia Hammurabiana
passou a possuir mais proteções por conta da criação de um código e, também,
havia o direito à herança.
Nos séculos seguintes surge o Direito Hebraico, onde a sociedade passa a ter um
corpo de normas comparável ao atual direito civil brasileiro, com leis tratando de
propriedade imobiliária, danos à propriedade e sucessão.
Ao passar por esse pequeno histórico, percebe-se que a propriedade surge como o
fruto de uma coletividade e, com o desenvolvimento da sociedade, ela vai se
tornando cada vez mais individual e usada como instrumento de poder.

Família
A família, em diversos lugares, é considera a base de toda a sociedade e também a
unidade social mais antiga do mundo, onde poderia ser encontrada até mesmo
antes do homem se organizar em comunidades sedentárias. Dada a importância da
família na estrutura da sociedade, tornou-se necessário o surgimento de certas leis
que regulassem o âmbito familiar.
Desde os povos sem escrita, já se poderia encontrar vestígios da organização de
famílias. No período paleolítico, as famílias eram centradas sobre a linhagem mãe-
filha-neta, com sucessão feita por essa mesma linha materna. Já no neolítico,
surgem os clãs, que eram compostos por grupos familiares unidos por laços
sanguíneos de parentesco e ficavam sob a liderança do patriarca.
Posteriormente, no Egito antigo, a família assume novas características como: a
união monogâmica, com exceção ao rei; passa a ser vista de maneira restrita,
fazendo parte da família apenas pai, mãe e filhos menores; marido e mulher são
postos em pé de igualdade; e já não existia hierarquia na sucessão dos bens aos
filhos.
Já na sociedade da Babilônia Hammurabiana, o sistema familiar era patriarcal e o
casamento era monogâmico, embora fosse admitido o concubinato. Por mais que
pareça estranho, o concubinato era aceito porque a concubina jamais poderia ter os
mesmos direitos de esposa, já que o casamento legítimo só era válido se houvesse
contrato. Além disso, após o casamento passava a existir uma espécie de
“comunhão de bens”, pois as dívidas recaíam sobre ambos.
No direito Hebraico houve uma forte presença da religião como base moral, sendo
possível encontrar regras morais direcionadas à família até mesmo nos dez
mandamentos como honrar pai e mãe e não desejar a mulher do próximo. O
matrimônio era um assunto puramente particular, não havendo nenhum interesse do
direito religioso ou civil. Já na herança, o primogênito era beneficiado em relação
aos demais filhos, sendo que as mulheres tinham direito apenas ao dote.
Desde sua formação primitiva, fundadas basicamente nas relações de parentesco
sanguíneo, até as sociedades modernas, a família desempenha um papel de
fundamental importância para o direito e para a própria sociedade.

PENAL
Desde os primórdios, a convivência em grupo ou sociedade sempre foi um objetivo
comum da humanidade. No entanto, a interação social nem sempre possui um
estado de harmonia, pois, por mais que o homem seja dotado de razão, seu lado
primitivo e agressivo ainda o integra. Nesse contexto, surgem as penas para
controlar esses possíveis “desvios” sociais do homem.
Desde os povos ágrafos já era possível encontrar traços de um direito penal. Nesse
período, a justiça era feita com base na coletividade, pois considerava-se justo tudo
aquilo que fosse benéfico para a união do grupo, sendo também responsabilidade
do grupo inteiro caso ocorram eventuais desvios.
Posteriormente, no Egito antigo, o direito penal já não era mais tão severo quanto o
que era presente nos outros períodos da Antiguidade, apesar de ainda prever penas
cruéis como trabalhos forçados, chicotadas e abandono aos crocodilos.
A Lei de Talião é um dos sistemas penais mais utilizados pelos povos antigos,
principalmente pelos mesopotâmicos. O Código de Hamurabi utilizava muito a Lei de
Talião quando o assunto era dano físico, chegando até a penalizar terceiros como
forma de “equivalência”. Esse sistema penal é considerado um dos mais cruéis
desse período, pois haviam penas baseadas na retribuição do mesmo dano causado
à vítima, ou eram aplicadas penas totalmente desproporcionais.
Já com a lei mosaica, no direito hebraico, apesar de ainda existir a pena de talião,
houve o surgimento de um certo senso de justiça e imparcialidade. As penas eram
aplicadas de forma mais branda, já que outros princípios limitavam a sua aplicação,
e também passaram a ser mais individuais. Apesar de uma certa evolução, ainda
existiam penas cruéis como a lapidação.
O direito penal, até chegar nos moldes atuais, passou por diversos períodos
conturbados e cheios de penas que, hoje, são consideradas cruéis. No entanto, toda
história deve ser analisada sob o seu próprio contexto, e nada do que conhecemos
do atual direito penal seria possível se não houvesse toda essa construção ao logo
da história.

Processo:
A história do trabalho humano surgiu quando o ser humano buscou satisfazer suas
necessidades biológicas de sobrevivência. À medida que as necessidades foram
sendo satisfeitas, ampliaram-se, contribuindo para a criação de novas relações, que
passaram a determinar a condição histórica do trabalho.
Na época dos povos sem escrita, no geral, não havia grande desenvolvimento
tecnológico e somente uma minoria da sociedade praticava agricultura. São, em sua
maior parte, caçadores-coletores e como tais seminômades ou nômades. Os povos
ágrafos, que possuíam agricultura, eram sedentários e todos eles baseavam seu dia
dia em uma religiosidade profunda.
Já nos povos regidos pelo código de hammurabi, a economia era basicamente
agrícola e a maior parte das terras era de propriedade do governo. Entretanto, havia
um comércio bastante forte, principalmente o externo conforme mostra o próprio
Código, no qual é afirmada a existência de banqueiros que financiavam as
expedições. O pequeno comércio varejista estava nas mãos de mulheres, as
“taberneiras” que vendiam não somente bebidas, mas também gêneros de primeira
necessidade. O veículo de pagamento, que hoje denominamos moeda, era a cevada
ou a prata. Além disso, o código abarcava leis relacionadas a profissões, havendo
inclusive punições destinadas a erros médicos.
Os Hebreus, como a maioria dos povos da região, eram agricultores e pastores.
Viviam do pastoreio de ovelhas e, principalmente, cabras, do plantio de uvas, trigo, e
outros produtos. Das doze tribos que existiam, onze delas cuidavam justamente da
agricultura e do pastoreio. Porém, a décima segunda não tinha terras, visto que era
a tribo dos levitas que tinham funções sacerdotais.
Portanto, a partir desta exposição, pode-se constatar que o trabalho sempre existiu
na trajetória histórica do homem adaptado às necessidades do homem e aos tipos
de ferramentas que o ambiente lhe propiciava, além de estar sempre conexo com o
tipo de mentalidade do homem e de acordo com os meios que o mercado oferecia.

Você também pode gostar