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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA

COMARCA XXX.

Execução Penal nº. XXX

Lucas, X, já qualificado nos autos em epígrafe, atualmente recolhido no presídio estadual,


por seu advogado que esta subscreve, vem, respeitosa e tempestivamente, à presença de
Vossa Excelência que indeferiu sua unificação de penas, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO com
base no artigo 197 da Lei 7.210/84.

Requer o agravante que seja recebido e provido o presente agravo, já com as inclusas
razões, para que possa Vossa Excelência retratar-se, caso entenda. Na eventualidade da
manutenção de sua decisão, após a oitiva do representante do Ministério Público, requer que
seja encaminhado o recurso ao Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Nestes termos, pede deferimento.

Síntese: O agravante resta condenado à pena de seis anos de reclusão, em regime


semiaberto, por infração ao Art. 35 da lei n° 11.343/06.

Fundamentos: O crime de associação para o tráfico, tipificado no art. 35 da Lei nº 11.343/06,


não tem natureza de infração penal hedionda. Ainda que a Constituição e a Lei nº 8.072/90
(Lei de Crimes Hediondos) considerem o tráfico, a tortura e o terrorismo crimes hediondos
equiparados, tal entendimento não se aplica ao delito de associação para o tráfico. Dispõe o
parágrafo único do art. 44 da Lei nº 11.343/06 que nos crimes previstos no caput (Arts. 33
caput e § 1o, e 34 a 37), dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços
da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Estabelece o art. 63 do Código Penal, verifica-se a reincidência quando o agente comete


novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha
condenado por crime anterior. Nesse sentido, não há reincidência no caso em análise, pois
mesmo que a condenação pelo crime de ameaça tenha se dado após o trânsito em julgado da
sentença que condenou o réu pelo delito de associação para o tráfico, há de se observar que
Lucas praticou o crime de ameaça antes de praticar o crime de associação para o tráfico.

Tendo em vista que a associação para o tráfico não se enquadra na categoria de crime
hediondo e que não houve reincidência, o requisito objetivo para a progressão de regime é o
cumprimento de 1/6 da pena, prazo já cumprido. Desse modo, verifica-se atendido o requisito,
pois Lucas cumpriu mais de 01 ano, de uma condenação total de 06 anos, em regime
semiaberto.

Tempestividade: O prazo para interposição do recurso de Agravo em Execução é de 05 dias,


como a intimação ocorreu na sexta, 24 de novembro de 2017, encerrou dia 1 de dezembro de
2017.
Dos Pedidos: Como o agravante rebateu todos os argumentos do juízo de execução, vem
requerer o conhecimento e o provimento do recurso, com requerimento de progressão de
regime.

Nestes termos, pede diferimento.

Maceió, 18/03/2019

Diogo Paes Maia,

OAB/XXX.

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