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Pierre Bourdieu
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Pierre Félix Bourdieu (Denguin, França, 1 de agosto de
1930 — Paris, França, 23 de janeiro de 2002) foi um sociólogo Pierre Bourdieu
francês.
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Biografia
Nascido em uma família campesina, ingressou em 1951 na Faculdade de Letras, em Paris, na Escola Normal Superior e
em 1954 graduou-se em filosofia, assumindo um cargo de professor secundário em Moulins, Allier. Após prestar o
serviço militar na Argélia, assumiu em 1958 o cargo de professor assistente na Faculdade de Letras em Argel, quando
iniciou sua pesquisa acerca da sociedade cabila. Em 1960 torna-se assistente de Raymond Aron, na Faculdade de
Letras de Paris e principia seus estudos acerca do celibato na região de Béarn. Ainda em 1960 integrou-se ao Centro de
Sociologia Europeia, do qual tornou-se secretário geral em 1962.
Desenvolveu ao longo das décadas de 1960 a 1980 farta obra, contribuindo significativamente para a formação do
pensamento sociológico do século XX. Na década de 1970 estendeu sua atividade docente a destacadas instituições
estrangeiras, como as universidades de Harvard e Chicago e o Instituto Max Planck de Berlim. Em 1982 ministrou sua
aula inaugural (Lições de Aula) no Collège de France (instituição que três anos mais tarde se associou ao Centro de
Sociologia Europeia), propondo uma "sociologia da sociologia", constituída de um olhar crítico sobre a formação do
sociólogo como censor e detentor de um discurso de verdade sobre o mundo social. Neste sentindo, esta aula inaugural
encontra-se com a ministrada por Barthes (A aula) e Foucault (A Ordem do Discurso), privilegiando a discussão
acerca do saber acadêmico. É consagrado doutor honoris causa das universidades Livre de Berlim (1989), Johann-
Wolfgang-Goethe de Frankfurt (1996) e Atenas (1996). Morreu em Paris, depois de finalizar um curso acerca de sua
própria produção acadêmica, que servirá de fundamento ao seu último livro, Esboço para uma autoanálise.
Teoria social
Na agenda teórica proposta à teoria sociológica contemporânea, alguns
elementos merecem destaque: a releitura dos clássicos, a construção de
conceitos e a postura crítica do intelectual diante de uma tomada de
posicionamento político, elementos estes amalgamados em sua discussão
sociológica.
Esta postura consiste em admitir que existe no mundo social estruturas objetivas que podem dirigir, ou melhor, coagir
a ação e a representação dos indivíduos, dos chamados agentes. No entanto, tais estruturas são construídas
socialmente assim como os esquemas de ação e pensamento, chamados por Bourdieu de habitus.
Bourdieu tenta fugir da dicotomia subjetivismo/objetivismo dentro das ciências humanas. Rejeita tanto trabalhar no
âmbito do fisicalismo, considerando o social enquanto fatos objetivos, como no do psicologismo, o que seria a
"explicação das explicações".
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O momento objetivo e subjetivo das relações sociais estão numa relação dialética. Existem realmente as estruturas
objetivas que coagem as representações e ações dos agentes, mas estes, por sua vez, na sua cotidianidade, podem
transformar ou conservar tais estruturas, ou almejar a tanto.
A verdade da interação nunca está totalmente expressa na maneira como ela se nos apresenta imediatamente. Uma
das mais importantes questões na obra de Bourdieu se centraliza na análise de como os agentes incorporam a
estrutura social, ao mesmo tempo que a produzem, legitimam e reproduzem. Neste sentido se pode afirmar que ele
dialoga com o Estruturalismo, ao mesmo tempo que pensa em que espécie de autonomia os agentes detêm. Bourdieu,
então, se propõe a superar tanto o objetivismo estruturalista quanto o subjetivismo interacionista (fenomenológico,
semiótico).
Bourdieu e a educação
Bourdieu dedicou parte significativa de seus mais de 40 anos de vida acadêmica para os estudos no campo da
educação, tendo exercido influência em gerações de intelectuais de diversas áreas, mas principalmente aos que se
dedicaram a estudos sobre educação.[1] Inicialmente tais estudos estiveram principalmente concentrados em
demonstrar os mecanismos escolares de reprodução cultural e social e as “estratégias” do sistema escolar para
diferentes agentes e grupos sociais. O sociólogo sempre manteve uma concepção pessimista em relação à escola e ao
sistema educacional, ele entendia como uma grande ilusão afirmar que o sistema escolar é um facilitador da
mobilidade social, quando na verdade na escola se demonstra como o ambiente onde todas diferenças de classes não
são atenuadas e assim coopera com a conservação social. São essas noções que posteriormente fundamentam
afirmações sobre a legitimidade das desigualdades sociais e meritocracia.[2][3]
Obras
Entre as obras de Bourdieu traduzidas para o português, contam-se:
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A Dominação Masculina
A Dominação Masculina (La domination masculine, em francês) é um livro escrito pelo sociólogo Pierre Bourdieu
e publicado em 1998 pela Éditions du Seuil. No Brasil, a obra foi publicado pela editora Bertrand Brasil.[4]
No livro, Bourdieu desenvolve uma análise sociológica das relações sociais entre os sexos, e procura explicar as causas
da persistência da dominação dos homens sobre as mulheres em todas as sociedades humanas. O livro baseia-se, em
particular, em um estudo antropológico da sociedade berbere Cabília.[carece de fontes?]
O Senso Prático
O Senso Prático (Le sens pratique) é um livro escrito pelo sociólogo Pierre Bourdieu, publicado em 1980. Foi
publicado no Brasil pela Editora Vozes.[5]
Sobre a Televisão
Sobre a Televisão (Sur la télévision, no original em francês) é um livro de 1996, escrito pelo sociólogo Pierre
Bourdieu, e publicado no Brasil por Jorge Zahar Editor.[6]
La reproduction
A reprodução[nota 1] (em francês: La reproduction) é título de uma obra de sociologia publicada em 1970.
Nesta obra co-escrita por Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, é desenvolvida uma teoria geral da violência
simbólica legítima.
Outros textos
BONNEWITZ, Patrice. Primeiras lições sobre a sociologia de P. Bourdieu. Rio de Janeiro: Petrópolis, 2003.
BOURDIEU, Pierre. Pierre Bourdieu entrevistado por Maria Andréa Loyola. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2002.
BOURDIEU, Pierre e MICELI, Sergio (orgs.) Liber 1. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1997.
ORTIZ, Renato. Pierre Bourdieu: Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.
Ver também
Construtivismo Crítico
Capital simbólico
Notas e referências
Notas
1. O título original completo é: La Reproduction. Éléments pour une théorie du système d'enseignement. Ed. Minuit,
1970. Na tradução portuguesa: A Reprodução: Elementos para uma teoria do sistema de ensino.
Referências
1. Ana Paula Hey e Afrânio Mendes Catani,Bourdieu e a educação (http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/bour
dieu-e-a-educacao/) Arquivado em (https://web.archive.org/web/20131210181305/http://revistacult.uol.com.br/ho
me/2010/03/bourdieu-e-a-educacao/) 10 de dezembro de 2013, no Wayback Machine., Site da Revista Cult,
31/04/2014
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pierre_Bourdieu 4/5
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2. NOGUEIRA, Maria Alice & NOGUEIRA, Claúdio M. Martins. Bourdieu & a Educação, p.49 a 60, Autêntica Editora,
2014
3. BOURDIEU, P. A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura. In: Escritos de educação.
Organizadores Maria Alice Nogueira e Afrânio Catani. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007, p. 41-64.
4. «O CORPO COMO CAPITAL: PARA COMPREENDER A CULTURA BRASILEIRA» (https://web.archive.org/web/
20151004100336/http://boletimef.org/biblioteca/1930/artigo/BoletimEF.org_O-corpo-como-capital-para-compreend
er-a-cultura-brasileira.pdf) (PDF). Arquivos em Movimento. Boletimef.org. 2006. 9 páginas. Consultado em 7 de
julho de 2012. Arquivado do original (http://boletimef.org/biblioteca/1930/artigo/BoletimEF.org_O-corpo-como-capit
al-para-compreender-a-cultura-brasileira.pdf) (PDF) em 4 de outubro de 2015. "BOURDIEU, P. A Dominação
Masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999."
5. «A Escola e a Reprodução das Desigualdades Sociais» (http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resumos/0
001/R1889-1.PDF) (PDF). sigeventos.com.br. 3 páginas. Consultado em 7 de julho de 2012. "BOURDIEU, P. O
senso prático. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2009."[ligação inativa]
6. «Educação online» (http://books.google.com.br/books?id=-Cyr1pX0kGoC&lpg=PA185&ots=oB4u3Ry1Mp&dq=%2
2sobre%20a%20televis%C3%A3o%22%20bourdieu&lr=lang_pt&hl=pt-BR&pg=PA200#v=snippet&q=bourdieu&f=f
alse). Google Books. 200 páginas. Consultado em 9 de julho de 2012
Ligações externas
A engenhosa razão imperialista (https://web.archive.org/web/20151224061805/http://www.loicwacquant.net/asset
s/Papers/CUNNINGIMPERIALISTREASON.pdf), por Pierre Bourdieu
HyperBourdieu© WorldCatalogueHTM (http://hyperbourdieu.jku.at) (em alemão, em inglês, em castelhano e em
francês) (Bibliografia completa do autor)
Os óculos de Bourdieu (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/showNews/iq05062000.htm)
Observatório da Imprensa
Putting habitus in its place: rejoinder to the symposium (http://www.loicwacquant.net/assets/Recent-Papers/PUTT
INGHABITUSPLACE-final.pdf) (em inglês) Loïc Wacquant sobre o conceito de habitus
Bourdieu, a herança sociológica, Maria Drosila Vasconcellos (http://www.scielo.br/pdf/es/v23n78/a06v2378.pdf)
Pierre Bourdieu: a teoria na prática, Hermano Roberto Thiry Cherques (http://www.scielo.br/pdf/rap/v40n1/v40n1a
03.pdf)
Precedido por Medalha de Ouro CNRS Sucedido por
Jean-Pierre Changeux 1993 Claude Allègre
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