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Quem ja sonhou em ser astronauta, piloto de Férmula 1 e bombeiro sabe como o futuro é imprevisivel. Todaro Cz RC Te COM RPIC OC ROSEY TCeU Ta ete heehee Frome Tere OMe eon one test ome oor eM Tce TCU cS constitucionais ja passadas pela atual geréncia, desdea primeira, a 16 demaio de 1995, sobrea transcendental matéria da canalizagio do gis. Néo obstante, ficamis pior, para deleite da fracassofilia dos administradores de crises, Claro, a importncia dos curandei- Rese Mien ROTO ore Mice on eo MCT cee esc) Aumodéstia, que programas abundam, a custo de pechinchas. Que tal universalizar o estado minimo, garantindo seguranga pessoal e igualdadeno usufruto da leia todos 16s? Nem é ma idéia redesenhar o pacto federativo, visto 0 curso de colisao entre os go- Ree en tee aoe a teen eS tence em sigilode Estado, a sete dias titeis antes de eleigdes. Originais, inauguramos 0 PITTI ENecet ie Reon KeseiricQene ner OR eon uO atcs nec anc Peete en ST eg Tine ST ance tenn ALCO extinglo, porauséncia de demanda, demodesto rol de politicas, como segue: alfabetiza- lo deadultos, distribuigio de cestas basicas, gastos nosocomiais com tuberculose, dif teria, desnutricio, vitimas de violéncia erecidivas hospitalares por negligéncia decuida- dos, ademais da redugioa zeto derubricas previdenciarias tipo acidentes de trabalho e Ett emt eco UceON ET REM CeO TRO om To eer UT Peto Caen CON cree: Neer ee eT CCT a oes Say grandiloqliéncta, basta um s6 programa de extingio dedébitos, com epitafio Resear emt ae ere erreoet Gta AQUI JAZ 0 PROJETO DAS OPOSIGOES cs POR UN PUNADO DE DOLARES Edson Vaz Musa llumina os sendeiros que nos levam a Porto Rico, rotero.a pagina |G [8] Lo MESMICE BIBLICA. Joao Sayad Sob o 80, parece queo novo néo presta Neo CAC BAT Rey USM ACOISA PEGA José Car cacy 2 sumAnto O BARATO DA POBREZA Lena Lavinas Onde se demonstra que 2+ 28405 REAJUSTE ELEITORAL: um CONTRATO DE RISCO Wanderley Guilherme dos Santos Anatomia do seqtiestro de todos nés a pagina 50 DA REFORMA POLITICA, SEGUNDO A ORDEM DAS SUPERSTICOES Renato Lessa Elogica, porém sensata? T-BILL RATES, _ O ENGRAXATE DO FUTURO. Rubens Penha Cysne Capito it, Historia Be cobrasi,ano 3000 INSIGHT ea agosto setembro outubro ' 1998 O OCASO E {f UMA AURORA! Carlos Lessa Um dia vace vai experimentar; ccontira a pagina 100 MERCADO, ENTRE O ALTER EOEGO DO 500 ANOS (DE PERIFERIA) # ESTADO NUNCA DANTES NAVEGADOS Edson Nunes, direto Samuel Pinheiro Guimaraes apace TOS Reprise, versio modificada ounava ‘geréncia? O FINO DA FOSSA Pent eer LEMBRAI-VOS DO AI-5! Pwo Mauricio Dias Sere 1891, 1984, 1937, 1946, ALS 4 1988, chegal AGOSTO-SETEMBRO-OUTUBRO 1998 3 TST eH Tn DIRETOR Luiz Cesar TELLES Faro EDITOR WANDERLEY GUILHERME DOS SANTOS EDITOR EXECUTIVO ConloLano Garo DIRETOR DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS FRANCISCO TEIXEIRA PROJETO GRAFICO ANTONIO CALEGARI PRopugio GRAFICA Ruy SARAIVA PROGRAMACAO VISUAL PAULA BARRENNE DE ARTAGAO MARCELO PIRES SANTANA CONSULTORIA EM INFORMATICA ‘Www.modalintormatica.com REVISAO Roéria Conréa JR REDAGKO E PUBLICIDADE ISIGHT ENGENHARIA DE COMUNICAGAO & MARKETING LTDA Rus Sere De SETEMBRO, 71\14" ANDAR Rid DE JANEIRO, RJ - CEP 20060-005 TeL.: (021) 509-8399 FAX: (021) 516-1960 HOME PAGE: http:/wor.informe.com./insight E-MAIL: Insight@visualnet.com.br os tes stn ser emontads na ome page ca pba: http://www. informe.com.br/inteligencia: ASSESSORIA MA INTERNET WE CONSULTORIA E ParTiciPAGOES S/C LTDA Pusuicagao TRIMESTRAL Aco/Ser/Our 1998 Copyright sy InsiguT Todos os ensains edtados nesta publicagzo soderdo ser lvramente transeritos desde que sela cilada a fonte das inormardes. 1s artigos publlcados so de itera responsabilidade dos autores 130 rellelem necessariamente a opiniao da revista 4 Exrepienre: CONSELHO EDITORIAL ‘Aworé Urant Antonio Dias Leite Jonion Cantos Pousa CorioLano Gatto Epson Nunes Eni SaDeR oxo Sayan Joaquin Faucao José Luis Far! Luiz Cezar Tewwes Faro Luiz Orenstein Luiz Roberto CunHa Mario Macao Mazio Possas Netsow Era Pauto Guedes René Garcia Ricaroo Logo Tonnes Ruseny Goutant Sucamis Dain Vicente Banaero ‘Wanoervey Guittenne 00s Santos CONSELHO ConsULTIVO ‘Anwemar Macon Atoisio Aratuo Antonio Barros pe Cast#o ‘Apmanoo GUERRA ‘Armin Augusto Asreu ‘AntHur CaNDat Cantos Ivan Simonsen Lea Cantos Lessa Cartos SaLes Cantos Tkaneu o& Freitas Gomes Ceuina Borces Torreatea Cane! César Mata Cezar Meotinos Danier Dantas Evrezen Barista Feux Butnoes Fiavio De ANORADE Heuio Ponrocasneno Joko Luiz Mascovo Joao Pauto nos Res Vetoso Joe. Korn Joase BoavenTura Jone Osoan o: Meio FLones José Luiz Butnoes Peoreina José pe Freitas MascARENHAS Luis Ferwanoo Ciane Lina Luiz Anrowia Anorane Gongalves Luz Fetiee Denuoci Mantins Luiz Gonzaga Bevtuzzo Luiz Octévio ox Marta Veiga Marcos Viana Mania on Conceigko TavaRes Manus Suwia Basros Marques Otavo Monreino o€ Canvauo auto Hapoao Pauto Serio Tourino Rapiaet o& ALmeioa MaGaLHAES Rogeato Campos Roserto Pauco Cezar be ANDRADE Rogerta no VaLte ‘Seroio WerLans ‘Syumio Bresser Pentina ap) INTELIG Insight-Inteligéncia é uma pu- bilicacao dc circulacao restrita a um mailing seleto de autori- dades governamentais, parla- mentares, €mpresdrios, acadé- micos, militares, prelados, di- tigentes de entidades repre- sentativas da sociedade civil, jornalistas e demais formado- res de opiniado, que constituem a parcela mais destacada das elites do Pais. Thy eavoom be a ‘ae Sree no iuyAll hic bacvon eno Dory) MT POR_UN PUNADO DE Colares © CAPITAL PRIVADO PRODUTIVO BRASILEIRO ESTA MORRENDO. Contam-se nos dedos os grupos privados genuinamente naciona is com atividade voltada para a economia fisiea em condigdes de assumir a tibli- responsabilidade dos investimentos e ge: cas, anteriormente sob o encargo do Estado, e enfrentar o desafio da dio dos servigos e obra sercdo internacional competitiva. As grandes empresas nacionais sao de dos povos. Trata-se de uma questio com dimensdes maiores do que a econémica. 0 divéreio entre o Estado e 0 capital produtivo residente | | | organismos vitais das Nagées. Seu fortalecimento reafirma a identida- engendra a desigualdade de concorréneia ¢ a perda de valores cultu- rais ¢ efvicos fundamentais. F uma cireunstancia de forte carga simb6- lica e perigo real, quando todos se perguntam: para que serve a empre- sa nacional? BOF Rk Eb S 0 -N VA Zz M us A Masi eat os filtimos anos, venho estudandoe lassfieando os gruposprivadosnaci- nis com capacidade de partcipar do projto dereforma do capitalism bra sileiro, através da montagem decon- sérciosintegralmentenacionais com musculatura suficiente para assumir ‘controle das companhiasestataise iniciarum ciclo de transnacionalizacio das grandes empresas brasileres, No palheiro do nosso capitalism foi possive eatar cinco ou seis, grupos de maior porte com atividades direcionadas para a economia fisia Nenhum deles,contudo, pode ser considerado um player global, nfioobstante alguns deles terem uma participagio pré-ativa no comér. cio exterior. Dispersos em suas éreas de atuaglo ecom prioridades divididas, alguns desses grupos muito poueojétinham falado entre, cecertamente os encontrosreaizados no tiveram a motivagiode is cutira engenharia dereconstrugio do captalismo brasileiro, Na iti seu modelo de atrelamento’ economia internacional—eo desloca- ‘mento da empresa de controle soietério majortariamente nacional para uma 6rbita secundéria da eoonomia, O capital produtivo brasileira vem pordendo dinamismo ndoé de hoje. Mas, verdade seja dita, o processo de aniquilamento ou desnacionalizagdo acentuou-se exponencialmente nesta déeada. Os motives, além do conformismo dos préprios agentes etondmicos priva- dos basileimo,sfo conhecidos: escassez de poupanae,conseqtiente levagio docustode capital, em Fungo do desequilibro fiscal do Esta do;crescente deteriorago dainfra-estrutura comparativamentendo sicoma dos demais paises centrais, mas também em relagioa diver- sos paises emergentes;abertura predatéria da economia asimporta- «ies; instabilidade de regras evolatilidade da conjuntura econdmica; crescimento dos custos diretos e indiretos sobre investimento em | capital fixo;flta dehorizonte programaticoconfidvel de médioelongo | prazos;eredugiodrstia dos meeanismos de fomento eincentivo do | Estado, A intensificagéo, velocidade e aprofundamento dessas varid- | veis associou-se & nevessidade crescente dos ganhos de eseala e ‘madéeadatalverporincapacidadedeformulagin,fragilidadesistémica | competitvidade, onstruind um jogo de soma negativa ou destruigo cuyicio da adesioinendional, oempresérionacionalomitu-secom- | acerad, Essa cambinagiodefatores ngativsinfelzmente superou pletamente do sou papel de protagonista na arquitetura dohoriznte. | osincontestéveisbenefcis resultantes do plano de estabilizagéomo- Acomodou-se ao pensamento que preconiza o determinismo da sua i netdria e seu impacto favordvel inicial no ambiente macroeconémico. extingio,concordandoque melhor do quelutar para serséciominoritario | Aresultanteda desigualdade entuada de competigloda empre- da globalizagio ¢ procurara mais vantajosa modelagem de venda dos ' saprivada nacional aponta para trés diregdes: elevado endividamento, seusativos. | redugdo de mereadoe depresiag do valor do ativo. Ostréscaminhos O CAPITAL PRODUTIVO POLO HERANCA DE VILANIA E DISTANCIAMENTO DA SOCIEDADE Durante todo esse periodo1em que me tome uma espéeie de so cidlogo autodidata da empresa privada, atémesmoem fungiodaat dade multidscipinar de oonsitor, em momento algam reneguei mi ‘ha longa trajetria frente de empresa multinacionl. Arreditoquea fobalizagio éum fendmeno imeversivel, para qual naocabem juz devalor. Da mesma forma, é necessério enfatizar que a defesa da preservagio doespécime capital produtivo brasileiro nfo deve se canhestramente interpretada como um retomo. priticas de reserv de mereadloesubsidios superlativos, que no passado foram geradore dearificialismonos mereados ebrutaltransferéncia de renda da so edade para alguns feudos privadas, O tamanho da protegiodas empre-* saspelo Estado tamanho dobom senso, reeomendvel pela observa: coda experincia internacional, notadamentedaquelesqueforambem- suoedidos, Em nenhum dos asos de sucess dobinémio empresa/Na. 0 verfcou-se a orfandade do Estado —queinverteuosinalepassou aprorizara atracio decapitaisexteros, ompativel eam odesenho do 10. PaRasiToLoGiA sebifiucamem um sé:oconvite para fusbes eaqusigdes porempresas docapital estrangeiro,com exponencialmente maiorescapacidade de alavancagem, esala de produgaioe tecnologias de produto eprocesso. Ea repetigéo do velhoconfronto entre David e Golias, 86 que David tinha opovo acélula-mater do Estado, aoseu lado. O capital produtivo privado brasileiro tem uma heranca de vlania e distanciamento da sociedad, um pensamento hegeménion ontréri a discriminagio da sua importincia maior no desenvolvimento da Nago e um desliga- rmentoda sua rlago funcional esimbilica com os valores maiores do Estadonacional * Bindiscutivel, por outrolado, que a presenca do capital estrange rotomou-semaisrelevanteeobrigatéria numa dimensio muito maior doquea das décadas anteriores. Os fendmenosda digitalizagdo, da telemética edo embricamento das fnangasinternacionaisimpuseram ‘um processo associative de nteragiodoscapitais jamais experimen- tadoma Histéria, A economia, em todosos seus setores, transformo-se i ns Eaplicar no Fun Ha doze semanas liderandc onteCindam Jaguar, anicing da Rexel Banco de Investimento ONTECINDAM Toe | numa avenida de duas méos com otréfegodesobstrufdo paracscapi- { dedosinvestimentos do anode 1997. Uma grande parcela dessenovo taisresidente eestrangeiro, Bdiscutivel,portanto,asinalizagioeas { investimento,indiscutivelmente, esté diretamente associado ao pr- regrasde irculagionessa grande rodovia econémica, masniooseu | gramadeprivatizagfo, De 1991 a 1997, as empresas de capital estran- livrotransito, gsiropartciparam com cara de 12.9% nocarital total das privatizagies capital estrangeiroteve grandeimportncia no processo de in- | O ingressoea participagio socetévia, porém, vém aumentandona dustralizagdobrasieira desde os seus primértios, abrangendo ativi- | proporgdodotamanhodos.tivos, Em 1996, ocapital extern jd partic dades diversifcadascomo mineragéo, metalurgia, telecomunicagées, {pou com 646% dascompras de estatais, Bm 1997, foram 16.8%. Em computadores,quimicaepetroguimica, farmacéutica, bens decapital | 1998, porém, o capital nio-residente participou com 59,9% da ce automéveis, somente para citar algunssegmentos maisintensives { privatizagiodastelecomunicagées. Noacumulado,oinvestdor estran- ‘emcapital. Segundo os dados oficiais existentes, ainda tomando por | geiro participoucom ooarrespondente a 41,3% dosrecursos despentidos baseo ano de 1995, periodo da primeira inffncia do grande boom de | nas prvatizages. fusSeseaquisigies oomridasnesta ded, quatroemcada emporagies | Ocrescimentoemboladeneve docaptal extemonosetrprivado brasileiras sao controladas pelo capital estrangeiroe 12em cada 25 brasileiro, emtudo,estlonge de fcarrestrto ds oportunidades sugidas grandes empresas operandono Brasil so multinacionais. comoPrograma Nacional de Desestatizagio, Em praticamente todos ‘A participagdo do capital estrangeiro na economia brasileira era { ossctores da economia, verifioov-se um acontuadocreseimento do in considerivel n“Censodos Capitais Bsirangeims, realizado pelo Ban- ! dice de desnacionalizagio O mimero de processos defusdes eaquisi- 0 Central no final de 1995. retrato da situagaodosinvestimentos | gies oss border, ou se, envolvendo empresas brasleiras eestran- estrangeitos no Pais em 31 de dezembro daquele anoera de 4.902 geras de azondocom a consutora Ernst & Young, superouas decapi- cempresascontroladas por nfo-residentes, com um patriménioliquido i talinteiramente nacional, em 1994, quandoaleangou 58, 7%do total de © CRESCIMENTO EW BOLA DE NEVE DO CAPITAL EXTERNO NO SETOR - PRIVADO BRASILEIRO \ LONGE DE FICAR RESTRITO AS OPORTUNI- DADES SURGIDAS COM O PROGRAMA NACIONAL DE DESESTATIZACAO aoredor de R668bilhies equivalentes 948% doPIB daquele ano, | prowess. Bm 1885 est percentualchgoua 63% cxindo para 5.2% CConsiderando-se queos investimentasestrangeirosno periodo 199688 em 1996, evoltando a crester para 65% donimero de operagies, em foram extremamente elevados, especialmente em fungio das | 1997. Verifica-se quedo total das transagtes ocortidas no Brasil, du- ranteos sete primeiras meses de 1998, aproximadamente 529% envol- voram empresas transnacionais, sendo que somente no period jane privatizagies ooorridas no intervalo de tempo épossivel se afirmar combaseem dados preliminares que. participagodo capital estran- ¢geirono PIB mais do que quadruplicou no periodo em questi rofjulho deste ano foram realizados 217 processos de fusseseaquisi- aumento doinvestimento estrangeiro noBrasil durante operio- | gBes contra 296 negociagSes em todo ano passado. Existem alguns dorecenteé considerado comoresultado de diversos fatores, trés dos i setores, como autopegas, material de transporte e alimentos, quein- quais merecem atengdo especial: mudanga no ambiente | verteram completamenteasituagiode controle societériomajoritaria- ‘acroeconémico, como resultado da estabilzagioalcangada peloPlano { mentenacional doinicio da déeada, Real; mudangas constitucionaisintroduzidas em 1995, alterandootra- | Uma simulagdo simples, até grosseira, desse trend de transferén- tamento dado aocapitalestrangeic;e apt dplomation do presi | ca deeontrle—aploao da taxa média de desnaionalizagooeon- dente Fernando Henrique Cardoso, através desuas viagensaospaises | da noconjunto das 1,000 maioresempresas no periodo 9097 atéoano centrais,rforyandoa imagem de slider democritica do Brasileofe- | 2010—revela que nofim da primeira década do Terceiro Milenio so recendo a garantia politica ao investimento estrangeiro. mente 12% das 1.000 maiores empresas brasileiras pertenceriam, ex- Comoresuitado, investimento dretoiquido, que nfo superava, ! clusivamente controladores nacionais. A perspectiva quese prenun: US$1,0hillkioaoanona década decitenta eno inicio dosanosnoven- ! cia, prtanto,é de queocapital estrangeiro vena a ocuparocentro do ta, atingiu US$ 10bilhses, em 1996, USS 16bilhdes,em 1997, devendo | controledas deisdes empresarias,empurrando ocapital nacional para aleangar maisde US$ 20billzes, em 1998, Osinvestimentosdivetos | um papel de mero coadjuvante do proceso, nas reas em queeleeven- cstrangeiros superaram o montante de US$ 14,9bilhdes até meados | tualmente for ainda capazde scbreviver. Deve serressaltado que em | nenhuma economia importante do mundo, talvez mesmoem nenhu- dejulho de 1988, o que representa aproximadamente 87% da totalida- 14 PARASITOLOGIA i OST C01); rested ‘ma economia de todoo planeta, o capital estrangeiroocupa uma posi- | PhD pela Universidade de Nova York eautor de um cendirio sobre o ode tal magnitude. futuro possivel da empresa nacional na hipdtese de manutengéo do, Ocendrio de desnacionalizagdo acentuada tem um impacto prag- | atual modelo de déficits repetidos nas transagies correntes, fragilida- ‘maticamente preocupante quando sabemos que a mais expressiva | dosistémica do balango de yagamentos e vendascrescentes de ativos parcel de transferéncia do controle decapital esté eestarésedando | paraopagamento das brigngbesesxtemas, existem motivosdescbras nos setores non tradable da economia, Sabemos também que alguns | para preocuparées. produtos nfo sio exportéveis, somente podendo serconsumidesno | — Deacordocom Rodrigues, ono de 19976, claramente, um panto mercado intemo, Além disso, sua existéncia afta certascaracteris- | deinflexdoda remessa de ucrose dividends para oexteror, emres- ticas importantes da economia: a determinago de pregos, aestrutu- | posta i mudanga de patamar, a parti daquele ano, do nvestimnento zadeprodugio os efeitos da politica macroecondmica, Sem comércio | estrangeirono Brasil aleangandonaquele ano US$5,597blhbes,con- internacional, a queda da demanda doméstica nfo pode sercompen- | tra US$2,373bilhes, em 1996, Na sua simulago, oeeonomista apon- sada pelo erescimento das exportagies e os pregos domésticos podem | ta que. relagdo remessa de ucros e dividendos/pagamento dejuros ser diferentes dos pregos internacionais sem que ocorra uma varig- ! tendea crescer substancialmente noperiodo 1990/2010, passando de gfoda demanda intemacional. 16,33%, em 1990, para 85,79%, em 2010. A média dessa relagio no ‘Uma dasimplicages maisimportantesdaexsténiadosbensndo-! period 1990197 625,24 contra 82.6% no perodo 19982010, exportiveisé quea estrutura interna de produyioda economia tende | Arelagdo remessa de lucros e dividendos/PIB também tendea ‘ase modificar quando. balanga comercial sofrealteragies, Conforme | subirconsideravelmente, passando de(0,36%, em 1990, para 1,56%, a absorgio aumenta ou diminui em comparagiocom aenda eal (de | em 2010, Amédia dessa relagdono periodo 1990197 €de 0,37% contra rod queosaldocomercial aumenta ou diminui,acomposiglodapro-{ 1,499 no period 1998/2010... relagfo entre a emessa de uerose A RELACAO REMESSA DE LUCROS E DIVIDEN A SUBIR, PASSANDO DE 0,36%, EM 199 S/PIB TAMBEM TENDE PARA 1,56%, EM 2010 dlugio de bens exportveis e nio-exportaveis tendea sealterar.Parte | dividendos eo saldo da balanga comercial que, na média do periodo da produgio muda, envolvendo o movimento de méo-de-obra ecapital } 1990/94, foi de apenas 12,47%, passa a ser extremamente elevadaem_ dos setores exportdveis para osnio-exportaveis. | 1998.A partir doano200d,o Brasil passa a apresentarclevadose Jfato que ocapital estrangeiro esta fazendo fortesinvestimentos { erescentessuperdvites comerciais (USS 47 bilhGes, em 2004, eUSS nos setores non tradable ou ndo-exportveis, taiscomotelecomunica- $ 27,8hilhdes, em 2010). Todavia, no obstante expressivo crescimento es, energiaelétrica, saneamentobésico, transporte, varejoete.A. | dosuperdvitoomercal, cbtido em fungi declevadastaxasde crest. demanda mairpor bens ndo-exportiveisrequer maior prdugioppara | mento das exportagées,aremessa de ucrosedividendos superaria 0 quea suademandae oferta seequiibrem. Mass pode haver maior { superdviteomerial atéoan02008, produgdode bens nio-exportéveis deslocando recursos do setor expor- | ‘Nesse mesmo cenéirio, o estoque de investimento estrangeiro dire- tdvel ereduzindo a produdo de bens exportaveis,Atransferéncia da { to, quem 1996 equivalia a9 81% do PIB, caindopara 893% em 1997, progugioentre produtosexportdveis endo-exportaveis tendea acon- § aleangaria 17,4%do PIB, em 2010.Somando-seinvestimentos estran- tecer sempre quehé grandes mudangas no nivel de gastos domésti-} geiros de portfélo (investimentos em bolsa de valores e ADR}, esse 0s, como 0 caso do Brasil atualmente, em que se realizam fortes { percentual subiria para 27,63% do PIB nesse mesmo ano, Dessa for investimentos em infra-estrutura, Uma grande produgiode nfio- + ma, assumindo-se um ambiente de frtes investimentos estrangeiros exprtéveispoielevara uma deprecagéo da moeda demadoa levar.|fopariodo 199899 ede elevados mais estveisinvestimentos extra a lucratividade das exportagies, notadamente manufaturados, 6 + geirosno periodo 20002010, 6 dese esperar que parela substancial da que representa mais"uma ameaga a sustentabilidade do balango de | economia brasileira vé passar docontrolenacional para ocapital e- pagamentos. trangiro. Eistem ensaiosesimulagGesecondmicasconsistentesquealertam, { Traduzindoem bom portugués, a combinagio perversa de uma com ntimeros.a granel, para a perigosa trajetdriana qual podemos { politica de abertura comercial efinanceira paroxista, sustentada na estarmergulhando, Deacordocom oeconomista Domingos Rodrigues, | expectativa de fortes investimentos externos na aquisicao de ativos I : 16 PARASITOLOGIA Chega um momento da vida em que voce precisa proteger tudo O que ja conquistou. VIDA GENERALT. Vida Generali é muito mais do que um seguro de vida. E a garantia de protecao para vooé e sua familia. Além de cobertura para morte natural, morte acidental e invalidez permanente por acidente, vocé pode ter: * cobertura para invalidez por doenga; * seguro de acidentes pessoais com ou sem despesas médico-hospitalares; * seguro Pés-Vida Generali, que garante assisténcia funeral completa ao Segurado, podendo ser estendida aos familiares; * dispensa do pagamento por até 60 meses na cobertuta de invalidez por doenga caso vocé se afaste do trabalho por mais de 90 dias; * garantia de indenizagao, mesmo se o pagamento do seguro estiver atrasado em até 30 dias e ocorrer evento caberto neste periodo; @ * adiantamento de 50% da indenizacéo em caso de doenga terminal E mais’ * 10% de desconto para pagamento a vista; ¢ * cobertura de Assisténcia em Viagens Nacionais ou Internacionais, sem qualquer custo adicional Na hora de proteger a sua familia, procure quem é fera. Generali Seguros Pega ao seu Corretor GENERALI ATENDIMENTO 0800-21 1 -2 1 1 PROTEGENDO O FUTU RO lugio, que ter, como um dos seus prineipaisobjetivos, a ampliagio ddos mecanismos de funding para osinvestimentos privados no setor real. B preciso, no entanto, cuidar bem desse embrido, evitandoa ntagio da simplifieagotortuosa de pseudopoliticasindustrias, que 10 passado sangraram a Unido com enxunradas de incentivose subs io, contribuindo para oaprofundamento do défcit da Unido econ- privados brasileira em consonéncia com aauséncia de qualquer rede de seguranga, fomento, apoioou protego ao capital produtiv privado nacional, levara, a longo prazo, d seguinte conjugagdo de varives incdmodasecontrérias 0 objetivomaioe nacional: —Ua exescente participagiodo capital estrangeirona economia, retirando do capita nacional ominimo deautonomia,igualdade de por ‘unidadeecapacidade de partcipagio noestabelecimento depoliticas | eentrago derendanas mios dealguns poueos afortunados. Talver de crescimentoeinvestimento nacionais, isse como uma luva no préprio Ministéro da Produgo uma Secr —Unma fate pressiosobreoblango de pagamentosresultante do { taria da Transnacionalizagdo, vltada & proposigiodepoliticase me- crescimento aeeleradona remessa de rose dividendos para oexte- | didas capazes de permitira insergio competitiva denossas empresas rior, contribuindo para elevar o déficit de servigose, conseqiientemen- | noestrangeiro, te, odéficitem transagies correntes. Porenquanto, contudo,o queexiste éuma gritante inconsistén- —Uma crescente remessa de huros, dividendos ejuros,queleva- { cia sistémica no modelo, Por isso, €necessério e ugentedefinir um riaa tambémerescentes déficits em transagiesoorentes seo volume | outro sistema de coexisténcia competitiva entre o capital nacional eo de exportagées nao for substancialmente maior do que o volumede | capital estrangeiro, onde seja resguardao o papel econémicnestra- importagies. égicoesimbélico do capital produtivo brasileiro, sem oqual dificil essa forma, fortes investimentos estrangeirosalongo prazo,so- { mente serd preservada a capacidade de o Pais tomar suas proprias, rente podem ser sustentados por forte nescimento das exportagies,o | decisdes. preciso discutir que Naso se deseja construr e que tipo quelevaatrésimportantes quests: sustentabilidadeds taxadecém. | deinsergiocompetitiva na economia globalizada se pretend para r bionesse cenério, investimento estrangeiroem bens eservigos no | Brasil, semcairna armaiilha cil das excusies simpifcadaras, ou cexportdveseimpacto da remessadeluerosedividendassobreataxa | seja, mantendo intactososbenefcos que abertura comercial ef- de nvestimento, { nanceira trouxe a Pais preciso ainda germinare multplcar pelo Aperspectiva minimalista para ocapital produtivobrasileiroenseja, | mundo afora a multinacional brasileira, somente factivel num qua- além deuma futura sangria adicional de divisas,com forteimpacto | dro dereversdo da atual politica deexterminio progressivo do capital sobre a taxa decimbio de equilibrio dobalangode pagamentoseredu- } produtivo privadonacional. ‘Goda taxa de investimento agregada, ainevitavel exportagdo dos oen- A desigualdade de concorréncia e oportumidade da empresa nacio- tros de decisdo para o exterior, A definig&o de parvela expressiva das | nal atinge ndo somente os controladores do capital privado, mas se grandes questies que pavimentario destinoda Nag&o,notadamente | espraia por todos aqueles nascidosno Brasil. Sema reversio desse partir do aprofundamento do processo de desestatizagio,seré | caminho, extarsnosnostamando tolos menoresaosolhosdommundoe exereida peloagenteestrangeive, portanto,balizadaem fungloda.! contibuindo para pio dosjulgaments das futuras gerages. ‘suas proprias prioridades, e ndo do interesse, ou para usar uma pala- ‘ramuitoem voganas dévadas anteriores, da soberania nacional Agora, recentemente,ogoverno parece ter sesensibilizado para ‘questo, com a louvavel iniciativa de criagdio do Ministério da Pro- A U ! 0 R !DSON VAZ MUSA, engenheiro ‘AGOSTO:SETEMBRO-OUTUBRO 1998 19 Seguro sempre teve nome: 28 anos, a SASSE Seguros é uma das 10 maiores s SASSE SEGUROS do pais, com mais de 3 milhées de clientes. \ produtos da SASSE em todo o Brasil. € sé ir até uma ai CAIXA. Além disso, ela oferece uma vantagem que : outra possui: a garantia da CAIXA. Tudo isso fez da A SEGURADORA DA CAIXA _ S¢9¥"0s um dos principais names do mercado de seg Agora, este nome mudou para melhor. Melhor para vocé. 1 é a nova marca da SASSE Seguros. Um 0 simbolo que une profissionalismo e dez. A partir de agora, quando vocé quiser sr 0 melhor seguro, é s6 procurar por esta ca Central de Atendimento: 0800-166383 Ne lol c Macaa) sobrenome e marca nova: SASSE CAIXA see Do 6 07) | PT 0 J 0 22 ARQUECLOGIA MAS, AFINAL DE CONTAS, 0 QUE HA DE novo? OS APOLOGETAS DOS NOVOS TEMPOS anunciam que chegamos a um novo tempo. Os criticos afirmam que tudo é repetigaéo das mesmas. solugdes e dos mesmos problemas. Nunca conseguiremos saber. A historia néo se repete Mas ja vimos muitas coisas que estao al. © comércio internacional cresceu, relativamente ao perfodo posterior a Segunda Guerra Mundial, Mas ainda nao atingiu os niveis do inicio do século, quando im- portavamos estacées ferrovidrias inteiras, lougas, tecidos, modveis e quase tudo. Hoje os brasileiros exportam ago, aviGes,a jato, suco de laranja e soja além do café tradicional. Nao exportamos mais algodao, 0 que pode ser uma questaéo passageira. Nem cacau, 0 que seria um problema mais duradouro. Tse ETE servigos micracomputadores, robs, disease mtisiea,pro- de computador, bugigangasda Asia, roupase tecidos, O queénovo? Sem divide, onessurgimento docomércio nos iti- 30 anos ea composigo dos produtosdestecomércio. NaRodada do Uragusieagorana Onganizagio Mundial do Comér- os Estados Unidosinsistem em ampliara iberdade comercial para gos. Hoje em dia, o comércio tem novos produtose muitos servi . Isto é novo, mas conforme as teorias dos ciclos de produto do yumpeter antes ede Vernon Produtos novos teendlogieamente so produzidos deforma mais rata nos pafses rcos que os desenvolveram. Como tempo, difunde- se anova tecnologia e passam a serfabricados por ntimero maior de competidares e por paises menos is ou maisatrasados. Oslideres industria do final do séeulo eram produtores de aco. [Neste século, depois da Segunda Guerra, oJapio se transformou em grande produtor deago, mas logo pendeualideranga paraos que cho ‘gavam depois, como o Brasil, a Caréia e outros paises rebatizados de cemergentes. Ospaises de mfo-de-abra barata do Sudeste da Asia passama fir | ‘bricar os tecidos e as confeogdes que produziamos antes. A novidadeé ‘que, agora, produzem também pecas complexas de novos produtos que sioinventados nos paises mais ren. Eosmercados financeiros que integram quase todos paises do ‘mundo? Na inguagem apologética dos dias de hoje, os mereados finan- ceitustransportam poupengas do mundointeito para omundointeiro, ‘Nao, nao énovo. Basta lembrar dos financiamen- tos da Casa Rotschild para o café brasileiro cem anos atrds, Leia sobre o proceso especulativo da Bolsa de Londres assocndo&exploragiioe investimentosdo Rio da Prata, embora o Rio da Prata fosse colénia espa- nhola. Estamos falando do mercadofinanceiro do sé- culoXVIII! Veja comoo Bardo de Maud realizava tran- sages financeiras entre o Brasil e outros paises do ‘mundo por telégrafol Depois da Segunda Guerra, 0 mercado financeir ‘internacional foi crescendo devagarinho, contomando as pribigies erestrgGes impostas pelos Estados Uni dose pela Europa. 0 mereadofinanceiro vive da in- ‘venedo de operagdes rentaveis porque contorna a le AS GRANI | lagioamericana | Nosanos 90a integragGo demervadosfinanceiroscresceu espan- ‘osamente, Masno s pode falar em descontinidadesimportantes no periodo dopés-guerra. i um crescimento permanente. Talvez tenha assumido um comportamento exponencial particularmente depois do erescimento do déficitpiblicn americano. ‘Como outros cclos de especulacofinanceirae superproducio, os, grandes ganhosestoassodadosnio somente a novas teenolgias, mas asfusdes eaquisgdes supervalorizadas nomercadode valores. ‘As grandes fortunas de hoje so feitas com poucas invengies e muitos ganhos acionétios de compra e vendas deempresas,comoatit- ‘mava o marxista Hilferding noinicio do século, Pouco lucroe muito sganhode capital! ‘Talvezos investimentos diretos das grandes multinacionais se- jam uma novidade? No inicio do sévulo, as multinacionais faziam investimentos que poderiamos chamar de verticalizados: plantar banana na Nicardigua para vender nos Estados Unidos, ou explorar cobreno Chile. Depois da Segunda Guerra os investimentos transnacionaiscres- ceram muito, prineipalmente se considerarmosos movimentosentre Europa, Japio. Estados Unidos, Neste sentido so investimentos de natureza diferente. As grandes empresas tentam estar priximas dos :mercados consumidores particularmente em setores ond os proutos | slo diferenciadase¢ pequenoomimero de concorrentes. Isto uma novidade com relagio ao inicio do séeulo. Naoé uma novidade aos anos pds tera quando as grandes em- presasdos Estados Unidos investiam na Europa eas da BuropanasEstados Unidos ‘Nioénovidade também quandolembramosdesnos- sasestataisde servienpiblico comoluze telefoneeram operados por empreses americanas ecanadenses. AS fibricas de automével como Forde General Motorses- tiono Brasil desde os anos 20. Lembram da Fordlénia na Amaainin? ‘Talvez seja realmente uma novidade o fim da bipolaridade em termos de politica itemacional. Com odesmantelamento da Unido Soviética,éa primeira ‘vez que um pats hegemdnico politica e militarmente mantenha uma distancia omsiderével As outrasnagées nos séculosXIX eX. IDES FOR. DE HOJE S COM sislagao. ACIONARIOS Assim,comasliitagiesparapagamentodeji 9. onioey p Noinieio do s6euo,Inglatera, Frangae Alemanha rosaos depositantesdosbancosamericanos,desen |! Gvidiamalhegemania mundial. Depa da Primeira Ger volve-se nos anos 600mereadodeeurodélar.Délar — VENDAS DE EM- 4a, Inglaterrae Bstados Unidos se defrontam com Ale transacionadona Europa, semasrestrigesdalegis- — PRESAS rmanha, Franga eJapéo, Depisda Segunda Guera te 24 ARQUEOLOGIA ise a7} OY smosa Guerra Fria entreosbloosocidentaleoriental. Ha pelo menos 10 anos, a hegemonia financeira, politiea e militar fica conoentrada em apenas um pais que muitos acreditavam estav entrandoem fase de declinio. Existem novidades importantes na drea do trabalho. Com a informatica ea robotizagao, abandonamos a linha de produgiio e adota- ‘mos novos sistemas revoluciondirios, onde parece que otrabalho indus- trial passa a ser menos magante e maiscriativo. Aprodugio de temologia nova assume papel fundamental na con- corréncia entre empresas nagies. Mas seré que nfo foi sempre as- ‘sim? Nao so apenas os economistas quese preocupam com quanti produzir ea que preso enquanto as empresas eempresétios concor ‘rem realmente no conhecimento tecnolégioo? Sere que politica econdmica mudou! Neste caso a resposta pode ser simples e enfitica, Sim, desde 1979, apartir de Reagan, governos de todos os paises passaram a adotar uma politica econdmica classica, igual deantesde 1914. (O desemprego passou.a ser natural ou inevitvel. A preocupagao riimero um passou aser odéficit bli ea inflagdo. A partir dogover- | no Reagan, varios paises do mundo passaram a ter como cbjetivoape- | nas controle da inflagio, Sob acrenga de quesea inflagoficarberm | baixa,o resto acontece-os investimentosse recuperam eoempregD | aumenta, E uma novidade e um retorno, Parece antes um movimento pendular do que um movimento progressivo. Enquanto no comesp do séeuloo desempregado era considerado um vagabundo, hoje odesem: prego éconsiderado inevitavel Oresultado desta politica équea maioria dos pai- ses do mundo passou.a apresentar taxas decrescimen- to mais lentase inflagao muito mais baixa. O queé novoparaa segunda metade do século XX, masé pare- cido com ofinal do séeulo passad einiciodeste século, quando grandes avangostemolégiosforam acompana- dos por crescimento muito lento da produgdo e do em- prem. Em politica econdmicaexistem duas iferengasim- portantes. Em primeiro ugar na questdocambial. es de 1973 temosttaxas cambiaisflexiveis, no mundo in- teiro, Nocomego doséculo, vigorava regime do padrio ouro, ou se, taxas cambiais ixas, Os livros textos ga- ‘antem que om imobiidad cecapital, como temos je, astaxas cambiais devem ser fixas.Flexbilidadecam- bial gera instabilidade, Ea instabilidade ow a inexisténcia de egrasclaras para osistema financeiro REAGAN, NON ERO CONSEBU RO DEI RICANO 26 ARQUEOLOGIA 0 PRESIDENTE FICIT PUBLICO, DUZIR 0 MAIOR E MAIS DU! ‘internacional é, sem dvida, uma grande novidade, ‘Asegunda dferenga é que discurso pela austeridade em finangas piiblcas nunca passou de discurso. O presidente Reagan, inimigomi- mero 1 dodéfct pli, conseguiu produziro maioremais duredouro <éficit americano. : O déficit foi e @ atvibutdo & “derrota do keynesianismo”, & wviabilidade da politica anterior. Mas o défict cresoeu mesmoe se tomou importante coma politica neoberal de uros altos que afeta o corgamento de todas asnagies.O capital mével gra uma certa concor- réncia entre os paises que acabam pagando juros mais elevados ha vinte anos pelo menos. ‘Boequivalente guerra fiscal entre os Estados da Federagio, A nivel internacional temos uma guerra de juros na disputa poringres- sos decapital finanoeio, Emboraadivergéncia entre discurso ereali- dade diferencie omomento atual do inicio doséculo,elaé era prevista. ‘Marxe Keynes argumentaram que perfodos de superprodtugio, ou pe- riodosondeo dinheino eo mereado financeiro se tamam muito impor tantes, so também os perfodos doreinado dasimagens. dinheiroé ‘apenas uma imagem, um peda de papel. Oreinado das imagens, desta ver, éacentuado pela televisio nipresente, pelas guerras através de controle remoto, Entio, seré «queestamosrepetind tudo de novo? Lmpossivel. A simples mengiodo conceit derepetigio esvazia a possibiidade de nosrepetirmos. E,noBrasil,oqueha denovo? Em economia, aproveitamos assim como outros ptses da América ‘Latina, a liquide internacional para acabarmoscom um problema de meioséeulo~ainflagio. Buma grande eboa novida- de, depois de60anos. Sera que o Brasilé um paisnovo,comoniocansa- mos de dizer? politica, literatura eos economistas, todos des- creviam o Pais, hi muito tempo, como um pais em construcao. Somos ricos em recursos naturais inexplorados, vamos marchar para o este nos anos 60, precisamosde ajuda internacional da Usaid nos INIMIGO pong, aus%.samosumpsaesnte 1 1. Se havia uma coisa que definia oPatsera aidéia £ de que éramos um pafs por fazer. Panos de Metas, 18 PRO- Plano Nacional de Desenvolvimento, redemo- cratzagio nove Constituigo. ratio Atmos imigrantesparasubsitira miodeobra cescrava, protegemosa indstia paraconstruiraquio ‘maior parque industrial dohemisfé sul, montamos as primeiras universidades em pleno século 20 para cIT AME TELIGENCIA AGOSTO-SETEMBRO-OUTUBRO 1998. 27 TST GET construir uma nova nag. ‘Tudo istoéuma questo de pontode vista. Afinal, vamoscomple- #500 anos, Muitos paises da Buropa siomaisjovensou seconsolida- ram muitomaistardedo queisto. A China milenar abominavaa mu- danga. 0 Velho Continente é velho porque quer. Enis éramos um pais jovem. Noleilio de rivatizagio da Telebrés, Brasil omega uma nova fase, realmentenova, Vendemos uma dastiltimas tentativas decons- truiraqui um novo pais, a Telebrs, resultado da vontadee do planejz- mento da ditadura militar ue torturou esuprimin as iberdades ind viddusis doPafspor 20 anos. Antes os governosbrasileiros tinham um planode erescimentoon demoderizagao, ainda que conservador. Construfamos ainda um pais —para osions ou do eito queaselitesbrasileiras queriam, mascons- trufamos. Bramos um pafsoom vontade, Oeiléo da Telebrés, televisionado para o Pais intero, inaugura nova fase. Vendemos oinvestimento pilico e anunciamos que no ‘vamos fazer mais nada. O dinheiro vai se transformarem délaresguar- dadosno Banco Central _, Ldestavam presentes, sorrindoe se congratulando, es novasel- 28 ARQUEOLOGIA [Ets tes brasileiras. Preciam satisfeitas como donos defazenda que aban- donama tiltima roca de milho, vendem as iltimas cabegasde gadoe entregam as terras para a grande usina deagticarplantareana. Vio viversem dor decabega ¢com o polpudoaluguel da terra Esta éuma novidade, Deixamos para trés osconstrutores dopais —bandeirantes,cafeicultores,italianos, alemées,judeuse outrosim- -grantes, pequenos propriet.rios rurais que foram para ocerradoe pas- samosa ser rentistas. ‘De agora em dianteofuturodo Passesta nasmios dos investido- res estrangeiros,com énimo vital quenfotemos, edo mercado, andni- momas muito efcienteeindolor. O Pais ainda fard.a festa de aniversério de 500 anos noano 2000. Entretanto, ndo somos mais um pais em canstrugao. Estamos sendo desconstruidos, Nao somos mais um jovem pais, Perdemosa vontade. Ficamos velhos do dia para a noite. Esta érealmente uma novidade. E novidade mas tem cheiro de coisa velha, Endo parece coisa boa. 0 A U T 0 R JOAO SAYAD, economista BQTELECOM BSTELEcou BSTELECOM ChC/Opporuniy has ace UGH Portage has aquired COM Pentcipagies bas aie ‘Tele Centro Sul ‘Tele Nordeste Celular r agies SA, ( Participag for USS1,780,000,000 Jor USS642,000,000 for USS968,000 000 | | More expertise to call upon in Brazil For over 30 years, J.P, Morgan has been committed to serving the Brazilian market. Which is why when Telecom Italia was looking for financial advice during the privatzation of Telebras they tured fo us, Our experts provided Telecom Italia with the support they Needed to jointly acquire Tele Centro Su, and mobile operators Tele Celular Sul and Tele Nordeste Celular. Which helped make the Telebras deal not only a landmark transaction for the company, but a landmark transaction for Brazil as well jc advice » mergers & acquisitions + debt & equity enpital raising + swaps & derivatives + loan syndication » sales & tradin aes yi Asia 97. Japao/Russia oH Ceo Bs) ET estiooc! Freee en eC eT) (sen esvalorizacao cambial, elevaco dos juros, mobilidade de capi- tais e inovagies financeiras sdo palavras que entraram defini- tivamente para ojargiiojornalisticn desde a crise asiética ini- ada em julho de 1997. Uma de suas caracteristicas, que mais surpreendeu comentaristas especializados, foi o grau de cone- xointemnacional dos distirbios financeiros. A evolugéo dos mercados de ativose de divisestornou-se pontuada por variagiesex- ‘tremadas de precos, dificilmente previsiveis por seus comportamentos passadosou considerando-seos desequilbrios maeroconimico ong nirioe das diferentes eoonomins atingidas. Occolapso mexicano apresentou-se omouma cise debalango de pagamentos: défict em conta conente equivalente a 8% do PIBem 1993e 1994, com parterelevante financiada por capital de curtoprazo, Adivida publica era de vencimento curto (Tesobonos), pertencia a ‘ndo-residentes ¢ era denominada em délar. A ripida estabilizagdodo nivel de pregos foi realizada inicialmente por ancoragem nominal do peso do délar. Em condigies de estabilidade cambial, emprestadores e ‘tomadotes geralmente esto dispostos.a inoorrerelevadoriscocambial pela sua haixa probabilidade de ocorréneia. Isto fezcom que crescesse ginfluxode capitais reforeando a apreciagodo peso, aumentandoo déficitem transagées oorentes eadvida externa. Aliberalizagfoda conta decapitais coincidiu com a reprivatizagio dos baneose com a privatizacio das empresas estatais, Desde endo osbanoos mexicanos passarama tomar eréditosnoexterore, dada aabolgfo das reservas compulsérias como instrumento de politica monetéria, puderam ‘repassé-los internamente para financia- ‘monetérias ontracionistas,Ievando a taxas de crescimento medioeres em 19985, Seesta foi sua dindimica, arise mexicana tve suas origens na assimetvia das politicas de ros adotadas polos Estados Unidos e ‘México que, em contexto de ancoragem do peso ao délar, induziram entradas de capitais movidas por arbitragens de jurose um ciclo de ativosliderado plo mercado deagies. Acrise do sudesteasitioo,embora sé viesse a se manifestarem julho de 1997, teve suas origens em 1994/95, quando baixastaxas de jurosnos Estados Unidos e Japa levaram os aplcadores procurarem retomos mais elevados nos mercados emergentes, na progressiva liberlizago dos controles de cimbiocomorespostasdomésticas’ ne cessdade de financiar seus défiits em transagies correntes A inten- sida daersecambial pr que passam os paises da regio desde eno tem variado com ontvel dedesvalorzago promovida em suas moedas, como volume de débitos contrafdos por cada um deles no mereado {ntemacional, com amaior ou menorrobustez dos sistemas finance ros navionais, com a profundidade de seus cilos de ativos ecoma ‘magnitude dos passvos de curtnprazo em divisas. (O momento em que aparecem problemas eambiaise definancia- mento externo para o paises emergentes 6 definido exogenamente por meio da adogio de estratégias de realizago de lucros ou de rminimizago de peras pels porta folios elevantes sustentabiidade dos luxosce capitaisem direcoa determinado pais, Ademais, quando busca de ganhos extras leva investidoresa sobreinvestir ou sobre- cemprestara determinados paises, quando taisimperfeigses de mer- cado’ sto perccbidas, mento da demanda, principalmentedo A HIDBPAGZD DA CONTA DE CAPITAIS — diolugarareagéoin consumo, COINCIDIU COM A REPRIVATIZAGAO —_versaerepentio,com Bm20dedezembrode1994,asaut. DOS BANCOS E COM APRIVATIZAGAO _osfluxosnios deci ridadeemesicanastiveramquealteraro ~-»« DAS EMPRESAS ESTATAIS nando mas seta mecanismo dedeslizamento lento docéim- dofortemente negati- biopara umabanda de 15% paraintervengiono mereadocambial. Ta medida agravou ainda mais. precdiacredbiidade da politica eo némice, Em dois dia de intervengGo.o Banco do México avia gasto US$ 4bilhdes de suas eservase nfo houve como mpedir que opeso entrasse em queda live, mesmo recrrendo- G 2 ) I F A Planejar o futuro e fazer do presente um universo de conquistas, respeitando o meio ambiente e aprendendo a preserv-lo para as geragdes futuras. Esta é uma das visdes estratégicas, utilizadas igos ligados pelo Grupo Libra, que o tormaram um dos mais expressivos prestadores de sen 4 cadeia logistica de transportes. GRUPO “ Rio de Janeiro - Fone: (021) 272-2400 - Fax: (021) 263-0036 ‘ $0 Paulo - Fone: (011) 5506-7277 - Fax: (011) 5506-0038 - www.grupolibra.com.br 116): M acado entre o — F 0 a 0 POR EDSON ado NUNES ‘AGOSTO-SETEMBRO-OUTUBRO 1998 93 do Bstado brasileiro fi iniciada quandose eso- gulatorio baseadoem agéncias quase indepen. jdade de regulagio da atividade dos entes pu uma nova fase na relagdo EstadofBeonomia até agora era monopbloestatal concentrado, es, na administragdodireta, Desestatizara io significa necessariamenteprivatizA entual eaptura da agéncia pels regulads, deva estar nocllelo dstisons e das escaramucas futuras Aescolha deste modelo regulatrio exereeu imediato fasinio so- bre decisores, cdaclios lobistas, politicos, que viram na criagéode agéncias a solugopara muitos dos problemas emoutras Areas, tas como medicamentas servigs privatizados no estado, transportes, Como sea simples criago de agéncias,fosse,em si mesmo, uma solugio. Naog, trata-se de apenas uma maneira dstinta delta com osmesmos infemnos astrais que atazanam, em vérias esas dimen- ses, vida das pessoas, 0 sucesso ou fracasso desta estratégia de- penderd de muitos fatores. No momento mesmo em que surgem es- tesnovos entes reguladores, antes mesmo que os problemas reais trazidos por sua eriagio emerjame precisem sorenfrentados,eabe nalisar sua razio de existir eo fascinio que vem exercendo este “novo Estado’ noimaginiriocoletivo. Asagénciasconstituem quase um Estado dentro do Estado, De- sempenham, por delegasio do Congresso, simultaneamente,fungies exceutivas,legislativas,judicirias, procurando ordenar, organiza, arelagio Estado/Ezonomia através de amploseimprecisos mandatos, coutongados pelo Legisltivo que pareceu ver, na criagiodasagéncias, ‘uma nova forma-matriz para a ordenago de setoresaltamente cespecializados da coonomia. Assim sas Estados: imprimem leibilidade vida social, eoond- rica epalitica Esta vida, aolhonu, parece serincompreensivel, ed tice, Emaranhadodepaixtese pas interesses,sagradoseprofanos, DIES economia esociedade. Estados a sfioentidadesuniformizadoras, seres daordem, Nutrem-se de recenseamentos gerais, sobre- nomes permanente, istasna- cionais de enderesamentos pos- tais, regrasebdigos destina- dos uniformizagio, a legilidadeordenada da desordem cotidiana. PCa relah Colmes guladc nao significa necessar aT eRe an Col eventual captura da agéncia pelo Taito caramucas | nalreflita apenas um expediente puramente enganoso daqueles que Legiilidade, este requsitocrucial paraa compreensibilidadeda | mandam. Enganosoé, mas ndo 6 unilateral, Governados eformado- aparentemente cadticarealidade socal. Seo Estadoa venera, soba | resde opin paticipam deste simulacro de verdade,conferindo The Coo | EN ‘cado, agora soba rubrica do “mundo global” a exige. Imagens, produ- tos, moda, trejeitos adquirem tradugao televisiva de massa. Legivel. Estado e mercado, por razies distintas e cronologicamente desca- sadas, reforgam a similitude, portanto a legibilidade, de tudo e todos. Os “de fora” sao os incompreensiveis, os indesejados. Ciganos, woodstocks, bag laddies, kerouacks, MSTs, a sociedade desorganiza- da, o mercado selvagem e desregulado, a desordem criativa, so indesejados, assustadores. llegiveis. Se os imaginéssemos como par- ticipantes de uma informal einsabida organizagio nfo-governamen- tal, poderiamos chamé- assim os trataremos neste texto, con- cedam o acronimico, de Alianga Contra as Tentativas do Ente Regu- Iador (Alter), Sem logibilidado, a vida assemelha-se a um caos, Em verdade, pode até ser um caos, mas precisa ser legivel. Na auséneia de cone- xbes acordadas entre causas ¢ efeitos, entre certoe errado, tudo é insuportvel, porque impredizivel. Assim, sucedem-se os acordos tem- pordrios sobre aquilo que parece conhecimento constituido, provado. Sobre as conseqiténcias positivas ow negativas do conhecimento ago- a, temporariamente sacralizado, Como se existisse sacralizagdotem- poraria. Este sagrado tempordrio de hoje inclui coisas e termos tais como: “este mundo globalizado’, “Estado gerencial’, o“neoiberalis- mo", os agora “emergentes” Para os governantes, para os Estados, pouco importa saber que se gnoram as conseqiiéncas futuras de medidas hoje tomadas Mais relevante, com irritante repetigao, 6 0 acordo sobre a conseqiiéncia ‘quese deseja, mesmona auséncia de qualquer evidéncia sobre os ‘provaveis resultados futuros. Na politica, acordos sobre futuros dese- jados, podem perfeitamente prescindir de exercicios referidosa con- tingéncias ou probabilidades decorrentes de interagdes futuras cau- sadas por decisies presentes. Mais das vezes, basta a legibilidade da proposta, Propostaslegiveis e amplamente aceitas substituemaava- Tiagiode suas insabidasconse- caiéncas Sfotomadasoamos- MTC | !'0%es quandoemverdadendo Bs passamdeconslidagopresen- te de expectativas de futuros deseveis. ‘Nao quea aceitagao tem- porériade verdades sobre ofi- turotomadocomoincondicio- SULAGAO, COMO se Lert fe Tec} forma de regulamentos, recenseamentos evariadas provisdes,omer- | a necesséria legitimidade. Algo quese aproxima dem pactoideol- 94° FRENoLOGIA Agosro-SETEMERO-OLTUBRO 1998 95 (57647) io vertical, transclassista, Suspeito que taisacordos sobre futuros ! Juco, As fungSes das agéncias, de fto,usurpam parte das fun- desejéveis refltam nfo mais do que um estratagema incansciente | es tpiens de enda um dos poderestradicionas, Po outro lado, sio para lidar com a complexidade do mundo social, emprestando-hele- | gitimidade. Neste sentido, so acordos sobre eonhecimento tempo: | os gruposde interesse do quea representagio da sociedade como um rarlamente aceito’, através dos quais se empresta significadocolet- | todo, Sao seres inconvencionais, posto que de mista identidade. No apenas parcialmente sociedade visto que nelas estio mais pesentes vo,soba rubra de “verdade aceita”, a enunciados sobreo futuro que nio passam de ex- pectativa bem-intencionada. Prefirotratar estas situagies como um ‘regime de verdad’, seguindo Foucault, pritica ine- rented constituigao dos signi- ficados dos processos sociais. Averdade, assim entendida, nas palavras de Foucault, é um “sis- tema de procedimentos ordenados para a produgio, regulagio, distri- buigdo, cinculagdo e operagdo deenunciados. “A verdade se liga, de raneira circular, com sistemas de poder que produzem esusten- tam ecom efeitos de poder que. induzem e a sustentam’. “Estes regimes nd sio meramente ideol6gicos nem superestruturais: 0 condigéo de formaggio e desenvolvimento do capitalism”. Neste con- texto, o Estado aparece, aceite-se outro acronimico, eomoum Ente Governamental Organizador (0 EGO), Organiza “regimes de verda- de’, apresenta-se de maneira harménica e ordenada, pauta-se por ‘egras uniformizadoras, tem funciondrios que se encarregam por ze- Jar pela ordem. O Estado, além de materializar a legibilidade, éa ‘inica entidade viva capaz de cobrar impostos, render pessoas, ofe- recor presentes emimos desagregados, pessoaisecoletivos, Acusta de tercsiros, arbitrar ocerto eo errado, Porisso, ésempre desejado, temido, ou uma coisa e outra. (OzC0 brasileiro agora est na fase do agenciamento”, Seja pparmoto pripro, seja porresisténcia epressio de sesmentasdeinte- | resses eoonimicos, a legibilidade das relagies entre o Bstado-eaeco- nomia no Brasil est delegada a agéncias. Estas agéncias so entida- des predestinadas.a monitorar arbitra, solucionar problemas deeom- plexidade vasta, Process regulatéins, tais como osprevistospela existéncia das novas agéncias, constituem tanto um pacto de Jegibilidade que repousa num regime de verdade negociada, quanto, nocaso brasileiro, numa revolucionria inovagéo administrativa, Agéncias sioentidades hibridas. Meio Bstado, meio sociedade. Sua identidade é ainda precéria. So, porum lado, hibrdos de fun- cies legislativas,execntivas ejudicérias, como se fossem um “quar- topoder” emergente, queanuncia uma maneiranovadeolharacoe- } xisténcia entre os pores tradicionais,o Legislativo,oExecutivoeo presente, as agéncias, porsua legibilidade, mais do que pelo conherimento das conseqién- cias materiais de sua existén- cia, sfioapresentadas eaceitas como solugao para qualquer problema de desgoveno nas ‘dreas privatizadas, para crises eproblemasemergentes, para asolugio de qualquer matéria atéentiio insanada, Serio responsi- vveis, certamente, pela emergéncia de um novo Direito Administrati ‘vono Brasil, bem como serio participes de intmeros embates judi- ciais,com a inevitéveerigio de um novo contencioso. PAcagéncias americanas, gonitorasde proveta das agéncias bra- sileiras foram envelopadas em cuidadoso sistema de proeedimentos destinados a gnrantir sua transparéncia ea posibilidade de apeloe prestodas partes atingldas, Exitindo ainda, sobre elas asuperv- so executiva ea revisio, por parte do Ministério do Oramentoe da Administracao (OMB), da agenda regulatéria e das razies para regu- lareste ou aquele setor. Ainda assim, abundaram discussées sobre sua legitimidade, “accountability” e sobre a constitucionalidade da delegagio de atribuigdes legislativas genéricas. No caso inglés, que procurow evitaro “procedimentalismo” amerieano (até mesmo pela escassa prtia inglesa com lel escrita), as discussbes nfo tm sido ‘menos intensas, embora a Inglaterra tenha mostrado preocupagao raisclara com oladodo consumidorecom questies de catidadee justga na constitu, ns responsabidades dos reguladoresenas responsabilidades dos entes privatizados, Aprvatzagioera tema inexistentenaemnstituigo das agéncias americanas. Jé na Inglaterra, como no Brasil, os novos entes regula- ores, inicialmente individuos subordinados a supervisio ministerial, ‘sao produto do massivo processo de privatizagao. As questées de “gocountability” ea preocupagdio com a fungéio sccial e a obrigagao publica das unidades privatizadas foram assunto relevante. Nao é claro que no Brasil tenha havido esta preocupagao. De toda forma, ‘em ambos os casos, nem sempre o objetivo de deixar ascortes fora do tema rgulatri fu completamente bem-sucedido. ‘Comparado com os EUA ou Inglaterra, o Brasil, em virtude mes- mode nossa raizjuriica 6 terra do direito positivo, muito mais do ‘AGOSTO-SETEMERO-OUTUBRO 199897 laser mi m ‘quede procedimentos alegnis, Bsta matrizjuridica, com certeza fard ' Vargas. Nio é surpresa, portanto, que est fim de séculono Brasil da atividade das agéncias assunto de freqiientes disputas judiciais, 0 / seja quase incompreensivel para aqueles que acompanharam a tra- jet6ria brasileira a partir de 1930. recente entrevero entre Aneel ea Light dexou vishumbraroape- ‘Talvez por associagdo subconsciente de imagens vem A retina titeda concessionéria para discutirna Justigaainterpretagioquea | Aneel tinha do contrato de concessio, | aquela foto de Clinton, de bragos abertos por tris de Arafate Begin, ‘Visso que inexiste no dieito administrativo brasileixjurispra- ! celebrandoo tratado de paz, o encontro dos contraios. Esta foto, 8¢ Aéncia, ou normas, para lidar com esta nova faceda relagio entre | feita no Brasil, mostraria FHC de brags aberts,sobragando,rso- setnrpiblioo sociedad, devese esperar turbulenta vida para.aagéo | nho, ACMe Lula, na essinaturado acordosimbslico de encerramento normativa e punitiva das agéncias na suainteragiocomasempre- | dara de Vargas. Nesta imagem, aqui esti onovo. Ineompreensivel, sasprivatizadas, Pr outro lad, a protegio dos direitos dos ndividuos | palpével apesar disco, inusitado, inteligivel apesar disso. Comose0 possivelmente demandard ago das corte, visto queas agéncias, no | Brasil modemoemergisse, sob o abrago ttubeante do PSDB, através presente arcabougo,ndosio érgosprotetoresdosconsumidores.De | da coligagio entre quadros do PT edo PFL. Esta coligagio informal fato, pode residir aqui, no papel dojudicidrio, um dos mais potentes ! uniriaobrago moderno do movimento dos trabalhadores,certamente ‘esafios ao “agenciamentc”contemporimeo de BGO. interpretado pelo ministre seus assessores, 20 vislumbreconserva- Bstacoisa de ALTER e EGO nem sempre é, por sua ver, total- | dor ecaleulsta da oligarquia brasileira mais competente, Seeste ato ‘mente compreensivel, Depende da idade, da maturidade, da pujanga } puderter simbolizado uma confluéncia madura deinteresses e de decada um, aresultante palpivel desuainteragéo. Houve tempoem } visdes do capitalismo brasileiro restaria agora interpreté-lo eexplo- quese argumentou queum mandava no outro. Quooutrono wm. | rar para omelhor as suas virtualidades, uma das quais esti a se Houvetambémotempoem que seargumentou que, nossubdesen- | materializar neste segundo turnoem Brasilia, onde, formalmente,o volves (nome antigo para osemergentes), EGO era vital paraopro- ! PFLapoiouo PT na luta sucessivi, aresso das sociedades, posto que ALTER era confuso.einconfiével. | Comasreformas propostas parao trabalho, para a CLT, atin Agora argumenta-se, ou melhor, concede-se, que EGO envelheceue | go-se 0 dpice doconjunto de reformas destinadasa flexibilizar o que ALITER remogou e ganhou iresistivelglobalidade mercado brasileiro, Este mereado, desde inicio dos tempos moder: O Brasil, comonopodia deixar deser,acahou seenvolvendonesta ! nos, tem sido um mercado regulado, destorcido, parametrado sob a escaramuga emeteu misao esfaqueamentode BGO, aindaquein- ! mio estatal. 0 mereado brasileiro ¢filho do Estado. Nada é mais conscientemente, por via de Femando Collor. Aberta ava, oprocesso signifiativo disto do que o Bstado getulista que fineou bases para o de retirada de EGO foi seguido por Fernando Henrique Cardoso.0) ! desenvolvimentismo de JK ea construgio triunfante do peridomili- golpe collorido teveo mérito, via desmonte, Regime Juridioo Unicoe { tar recente. este ciclo longo que agora se quer encerrar. controle predatério de salirios, de quebrar oespritdecorpede EGO, | ACLIT,os direitos trabalhistas, so mais do que oarcabougo de atéentio, desde 1990, ator vital naconstrugiodo Brasilimodemo. | rigidezhojecritcados. Maream a constitu do Estado Nacional bra- Arelagao entre Estado e Hoonomia, no Brasil fo exaustivamen- sileiro,a partir de 30, dedieadoa coisas nacionais, extensivamente teestudada eodifcada, conhecendo-sea relevincia do Estadona ! reguladas. Seo govem Collorpretendeu encerrar ciclo varguista, iio constituigdo docaptalismo brasileiro, através, inicalmente, de pest- | teve tempopara izé-o, Mas oatual governo tem. Seo Brasil de Vargas da regulagiotrabalhista,encravada na maisaltaiconografia doima- | éummarcohistrico,igualmenteo seréo Brasil de Collore FHC. finario das relagies Capital- Trabalho. 0 que ocorre no presente, em ‘Eneste macrocontexto de transformages que se inserea reforma termosda retirada de BGO, éabsoluta novidade. Nocumedosimbo- | administrativaesua companeira mais importante, aneforma regulaté- Jismo, Edward Amadeo, ministrodo Trabalho, no dia 7 de agosto de | ria esta, sim, mareo da reforma do Estado brasileiro. Ads, atentos is 1998, declarouofim, ou oprincipiodo fim, daera do trabalhismo de | teansformagiesevirtualidades aqui discutidas,caberd a observagao ‘Vargas. Naquele dia o Estado brasileiro, pela boca do ministro.decla- critica, emoldurada pela certeza de que estamos vivendoo momento, ou que ia flexibilizar asrelagdes de trabalho no Brasil. Pordetrés ! paraobemou para omal, em que se dé a ruptura—esua legibilidade dapalavra dojovemebilhante ministroouvia-se acacofonia de seus | —comolegado do Estado Novo, com ocapitalismoestatizado. assessores petistas,coligadosi social democracia de FHC, ecoliga- dos, todos, porsua vez, com a méiquina emservadora emodemizante doPFL, sob a batuta de ACM. OPT eACM querem dar cabo de 0 A U I 0 R EDSON NUNES, cientista polition 98 FRENOLOGIA >< FATOR Os sistemas nominalistas e classificatérios, adotados pela oie transportam significados: COMO RCO OC CNRUURE Teco aOR aE (ort Poe tH en DOR Or None nee COMETS que adota. Hoje, no “pdés-moderno”, se cristaliza o corte etdrio. 0 estrato dos mais idosos é classificado como terceira idade. A primeira vista, por sob um farol de luz, esta faixa etéria seria natural PIU a ENUM TU ereeyn ea TE — esperanga @enmi@are men rir Penner (ete dos idosos na populagio. Haveria uma preocupagao humanitdria. Entretanto, 0 recorte tende, POUR TNORC MN TO) ONC LLATmCNe LTC me populacao. Sob o risco de uma simplificagao excessiva, a manifestacao mais geral deste problema é 0 Coen Cnr On Mie Se Uso) de tempo — idoso é assimilado a “coisa gasta”; anacrénica, obsoleta e COTS Te OLE ROUTING LAULEE OPT TINCT Lae Crea Cm OCU ROM TIEN ACiEn como PCO ann ens eter A inspiram piedade; para muitos, PORT NE OMOON CU LTCCOAMU LTH EAT Comex Cone Tis 1 641) | DE al, sobre os membros mais jovens do grupo familiar, ena suaauséncia por extensio, sobrea sociedade, Neste cené- rio, a proposta mais eral, tenta a dissolugo do problema do doso por ‘seu mimetismo em nao idoso, E-regra social, ede hoa edueagao, nao se perguntarpelaidade de ninguém. Econsideradoumelogioa afirmati- ‘va:“voo$ parece” ou “est mais joven. A exaltagio dos dasos, salvo os raros ones reliquia, é sempre ublinhandoo prodigio:“escalouo mon- ‘eos 80 anos, “dana como um joven, salta de péira-quedas!” A ‘mimetizagiio inspira um vasto elenco de praticas e alimenta mereados ascendentes:vitaminas, academias, roupas,crurgias plsticas, cos- aéticos, Viagra, que procuram ocultar, plas externalidades,aidade, ‘Muitosidosos so levados, defensivamente, 20 mimetismo, Ndohé ne hum erroem usar um ténisesportivo, Olamentavel é quandooidoso ofazprocurando parecer jover. A orientagio principal pretende an- celaro tempo vividee ocuitar os tragos especies doidoso. Dé origem um cultoaosjovens, substituto,na sociedadepés-modema, doculto ‘aos mortos dassociedadesantigas, Exoreizar a velhice pela exaltagio dajuventude, Ha uma asticia na banalidade do corte etdrio da tereeiraidade. De certa forma, descontextualiza o problema da dade e permite remet8-la ao mercado universal. Para todos, as mesmas miisicas, ‘as mesmas roupas, os mesmos padrdes de comportamento. Porém, mais além das vantagens mercadol6gicas, este corte, e sua ope- raglo descaracterizadora, desvaloriza o que 0 idoso acumulou— cexperiéneia, meméria, tranqiilidade, capacidade de elacionamen- to interpessoal etc So glorficados comportamentos que podem ser desenvolvidos com mais facilidade nos mais jovens: entrega inte- gral ao empregador, obsessio pelo éxito; fraca solidariedade intere intraetéria; agressividade competitiva;lealdade acritica a chefia ete, O jovem pode ser levadoa aceitar um menor salério frente promessa de promogao répida, se exitoso mo desempenho, Esté im- plicito seu corolirio, ser demitido, se nao promovido. abandono da déia republi- ‘cana doensino,pelahipertrofia de um programa educacional ssubsumidoe dominado peloobet- voda profssionalizaco, atualiza- Gao e reciclagem, para um hipercompetitivo moreado de tra- balho, sugereaojovem:ovalor da rente ds mutagGes da familia nuclear, em evolugdo para ‘monoparental, oidoso ¢ visto comoum “trambolho’. Uns poueos podem serrespeitados como cones ou reliquias soci- ais. A maioria éconsiderada uma carga, efetiva ou potenci: 102 DzoNTOLOGIA esperteza, como capacidade de perceher brechaseoportunidades de utillzagoprtica do saber antes que os demaiscompetidores em para- Jelo aoaumento da autopercepgao de sua pessoa como coisa; um objeto de éxito provisério, esujeito& eventual recclagem, Aidéia, hojeas- cendente, das carreras curtas como modo de massifieago do ensino universitdrio, est associada a perio reprocessamento do seu eu, mo objeto, H introduzida uma desconfianga em sua capacidade de aprender caminhando com as préprias pemas,implicita na careira Jonga de formacio profssional completa, Patologicamente, pode suge- rir, que de urta em curta reciclagem, sua vida seesvai,enadaé zcumulado,ando sera sucess de readaptagées provisoriasimpnstas pelo mereaclo. Neste cen, éreservado para uma minora de exoe- Jentes,a misso,ou deproduzirconhesimento bien, ox plo menos | qualidade de aprender por eontapripria, com oprémioda gia par si | reservada para muito poucus, Nestes casos se preserva aidéia do.o- "hecimento como acumulagio ao longo da exsténca. Porém fora des- tasilhas, édominantea idéia dconhocimento para oésito no merea- ' do,esubmetidos este critério; logo, poteneialmente descartvel por | desatualizagéo, Para cs milhareseducados com esta perspectiva, nada | mais remoto do que o desenvolvimento pessoal, peloexerccio doco | nhecimento como revelago, enovago e ampliagio da capacidade er- | tca como visto progressivamenteabrangente dosaber. Emresumo:a | idéia do ser humano como alguém com capacidade deampliar seu po- tencial foi fetada pea idéia da substitutibidade do saber, progressi- vamente vlorizado porsua praticidade funcional, A vistomereurial de um saber evanescente, que exige uma atualizagao permanente, ode serfonte deanggistia para oidoso, Este com tempoliveconter- + plaria o seu saber como analfabetizagdoprofissionala partir de sua § aposentadaria. Acombinagio da desvalorizagio do idoso coma pretense exaltagéo * dojovem é,na verdace, uma inteligente operagio de coisifiagio da pessoa humana. E um processosubliminar, quereduza auto-estima, | especialmente de quem se acer & tersiraidade. Creio que aqui est cceme essencial do atual problema doidose Pertence ao dbvioululan- | teregistrara msiorincidéncia de certas enfermidades degenerativas t ‘redugdo de certas faculdades neuromotoras, bem como a explicitagaio Prete ramen eee ta) (ys Te eT INTELIGENCIA} ‘AgOsTO-SETEMBRO-OUTUBRO 1998 103 (ST eer ‘ma ‘cagravamento decertasdefiiéncias, naqucles com maior idade. Po- 1m, todas asfaixasebrias,refletind condigdes do cclobiolgion, eda nganizagio social, apresentam vulnerabilidades especificas, sem que isto.as problematize, Entre a exaltagiode um Bacon, queafirmava | ocasional eprogressivamente a “sair de moda’. A prodigalidadeeo “madeira velha para queimar,vinhovelho parabeber,ivovelhopara | medo de envelhecer se combinam com uma esperanga de vida em Jer, eamigo velho para conviver”, en atual fuga, porvezescariatural ! ampliagdo, Disto se segue, para jovem, um dilema espantaso, Ova davelhice, estétum abismo queantecipa omedo da morte,comotemor | or absolutizado, éserjovem, jovem sabe que, a partir dai, enfenta- pela progress do cielo bioligio, ‘um processo de perdas. Sabe de seu alto ‘valor nical e amplas Adesqualiiagio do idoso siniiou com a Revolugio Industrial, A | potencialidades.Sabe queisto invejivel ao penesberoidososatiseito produgZoartesanal valorizava acomibinagio dadestezacom oconhei- | quando escuta Ie dizerem ‘voeé parece un joven” Sabe deseu valor ‘mento pratio de tarefascomplexas. A produgio em massa, aodecom- | quando véa moda ovem ser generalizada como transetria, Sabede pora tarefa complexa em tarefa simples, valorizou a capacidadede | seuvvalorpeloespelhodas nv jovens, Porém, nfo perosbe com clarez acompanhar aforyaeoritmoditados pela maquina, Porém,osistema | aondeestnem para onde vai. Apenas sabe que ir enfrentar um pro- ceaeode perda de alo preioso para os ou- tos, porém obscuro paras. Pela ompeti- «io, deveria poder avaliar om prcisinseu ponto de partida, até para enfrentarcom éxitoos da mesma faixaetdria, eimpedir de méquinassereduziu i importancia diferencal do idoso, nfo oex- { sua superacio pelos que, maisjovens do que ele busearo desloelo. cluiu da solidariedade do trabalhador coleivo, Entretanto,na ocieda- | Aoavangarnaidade, saber, acada momento, que esté emuma pane- de da informagéo, altima flor do Léco do iluminismo, reriow aim- } la depressio—em queos mas ovens, com “maice val’ tramam por portancia da espertezae, pelo menosem um primeiro momento, redu- ; suaperda, Pavorda perda, poisistoé uma queda livre naobsoleseéncia iuva solidariedade, Talvez venha arecré-laem um outro patamax, | Sigificativamente, aideologia que exaltaajuventude ea prodigalida- quando emergiro proletariado da telematica. No momento, hi uma de, conduzas pessoas hipertrofiaroculto moda, como forma de, pelo visivel quebra de olidariedade. simetismo, exoreizaro medo do envelhecimento Ojjovem pés-modemo écondicionado paraaprodigalidade.Serpr- | Mesmerizada por uma midia quereifice a globalizago,e afirma a digondo é um desvio, Pelo contri, ocomportamento ideal ede | auséncia dealtomativas fora do prooesso globalizante, ajuventudeurbi afirmagioe presenga no mundo, Sepultada a idéia antiga decanstru- | etorbise defronta, perplexa com dilemas cruciis, ‘Goda personalidade por desenvolvimentode virtudese pritica decom- [Bsabido quea hipertrofia do mercado organiza. pedagogia da moda, portamentosscciaissepultada.aidéia moderna daconstrugiodecole- | Oqueesté em moda é,por dling, fechado & critica, Seu mérito nfo feseomomodode afirmagio,na pis modemidade capitalist asupre- | éintrinseoo—nao é inerente ao objeto padroou comportamento. 1a fruigo no mundo se reduz ao ato degastar. objeto adquirido | Confirmado no mereado, seu valor inoonteste:deriva-se desta pr perde aceleradamente seu valor, pois tendo sco adquirido,perdeu sua pri confirmagio,O quenfioest em moda, dobjeto aocomportamen- “ngindade’ e virtualidade prazenteira, O carn, ao sair da agéncia,e ‘to, 6 par defnigo desvalorizado, sem mérito;logo,anacrOnico, Quem andar dezquilémetns, jf se desvalorizou. Noguarda-roupa pessoal,o ! usa oanacrOnicoé desvianteeextravagante, O uso do anacrénico 60 importante éa roupa deestréia. Naps-modemidade, orelégio,ois- | indicador visivel do frcasso, Quem vive condicionado i transitorieda- quero, fia, valem pelo momento da aquisigéo. Nocomprarestdo { dedovalor da moda, busca impedir sua propria desvaorizago, exo: prazer fugaz, a compulsao das aquisigies, exalta o eu vitorioso. | zandoo fantasma do fracasso, e renunciando a qualquer veleidade ori- Nada deveria ser durével. prodignlidade transposta para.aproje-' ginal Fogeda alteidade para, no anonimato da moda, preservar sen fo hiolégiea do individu, associada 8 exaltagdo dotransitérioe do ; valor. Porém, idelogicamente, omesmojovem oondicionadoa renun- cefémeroeintrojetada no pojetoexistencisl, éassustadora Nesta pers- | ciar A originalidade, éorientadoa desenvelver agressivamente sua pectiva, ojovem tem um valorinicial alto: toda uma sériede anosa ! competitvidade. A exceléncia de seu desempenlo,asua insero exitosa setem vividos euma sucesso virtual de possibilidades desucesso.. | nas redes mundiais, depenler do graw em que'sediferencie ese an curva de vida é percebida como uma curva de gasto destas | tecipecriativamente, exercitandocom eficcia sua individualidadeuti- potentialdades.Perder a juventudeé, por analogia, gastaralgocuja repasiioimpossivel. A vida nfoacumula, osanosno so caecinaves, ‘nem personalidad éconstruida, Na vida sto gastos anosesetende Perder ntude gastar algo cuja reposigao e impossive. analogia, 104 DEONTOLOGIA INTELIGENCIA] ‘AGOST0-SETEMERO-OUTUBRO 1998 105 TTT ¢aT ME livia, Obviamente, para este programa, deve preseindr de solidarie- dade, Acompetigao quelhe éproposta ésolitira, eexigeodesenvalvi- ‘mento maximo desuas habilidadesindividuais, Neste mundo, ojovem sepereebe como mereadoria que deve preservar seu valor. Deve, por | analogia, serum “objetona moda”. Hinstadosimultaneamente, como | consumidor, a fugir da extravagancia, erefugiar-senoanonimatoda | ‘moda; e, como produtor, a preservaroseu valor, desenvolvendoa indi- | vidualidade ulti, se possivel, na ponta ena vanguanda decompar- | tamentos inventivos. Este é um dilema certamente cruel. Serjovem sempre teve associda a divida quantoao futuro, Po- 1ém,napis-modernidade, esta divida éhipertrofiada,efonte dean- giistia permanente. Cada vez maisojovem de hoje tem certeza deque | a tinica garantia provisiria ¢ estar inserido nas redes mundiaiseser | excelente noseu desempenlo, Parém, sabe que sta inserido em re- des com aoelerada mutabilidade de configuragio, abe que os padries sesucedem quase que erraticamente; teri queestarpermanentemente | alertaem relagioa estas mutagdes e apostarna qualidade desua res- | posta frente is mudangas, Aexceléncia passed ndocria nenhum se- | uro. Sua confirmagioesta subordinada a um processocontinuo de | reverificagdo. Naopodeconfiarem seu passado.O presente eofuturo | trazem consigo ameacas, Quanto maisas supera, novasconfiguragies seapresentam, Este caminhar, numa espéce de ‘vorredor polonés", alimenta um nivel erescente de incertezas, tensdesetemores ‘Aidevlogia dominante eo modo pelo qual aavalancha deinforma- gfes € fornecida, trabalham implicita e explicitamente para | descontextualizar qualquer padro, Por uma vertenteexagerada che- | gaa afirmara extingdo da histéria como provesso, Aapresentagao | critica da informagao,ohébito deomitira relexodiaerinica,odogma | daobjetividade da observagio, tendem a dispensar qualquer esforgo | por entender um parvo mais alémdoqueasupostaresultante aleaté- | ria da interagiio dos atores, 0 futuro aparece para ojovem comoum | jogo que he exigeo maximo deesforgo euma concentragionadbserva- .Giodocomportamento dos demaisatores envolvidos.B toahsorvente | este esforgo e tem tal forga subliminar a descontextualizagiioque ha | ‘uma rentincia ao conhecimento como um exereicio mediatoeamplif- | calor. Ofutuno6vistocomojogo;e dspensado qualquer esforgocognitivo | doscontextosem que ogo se desenvolve, faza divida—umasomibra | persistente—invadira fronteira do temor. i Na verdade, hoje o jo- ; ‘vem recorre aos apoios de sempre. Entreianto estes foram alterados pelo movi- mento da pie modernidade, familia, naretaguanda,jé Quanto mais novas config resente e o futuro trazem consigo ameacas. = nfioé patriarcal sequer mucleer tende para a uniparental, submetida 8 vulnerabilidade isolada do adulto responsével pela familia. Sobrecarregada pela subsisténcia, a familia reduzida é um apoio debi- litado para os dilemas da juventude. Na escola, eantetido e método cevchiemna diregioda profissonalizagioereficaco da competitividade. A ideologia da pés-modemidade questiona e debilita a escola republica- na—cidadania, valores e formagao humanista, sao substituidos por instrumentose adestramento para a ompetigio, Mesmoaqueles valo- ressdio desenvolvidosndiocomo exerico coletivo desolidariedade, mas ‘temas submetidos a mesmo padriio competitive. A escola, como insti- tuiglo, tende a ser, no limite, um microcosmos do mundo que ojovem desbravard, Seu grupo etirio, de amigos de turma, sea mensagem da competigio for assimilada, tende a se dissolver. A turma seestiola pelo desvio de tempo necessirio para oadestramento, a redugoideoligi- cada solidariedade nfo a constitui como um espago para confissao de fragilidadese medos.A exceléncia eo brilho so essencias para o éxito 1a turma, Hoje, ojovem ndo dispde sequer de paradigmas cultura, ‘Napés-moderidade, oexperimentalismo pelo experimentalismo dis solveu qualquer regra candnica, ‘Bnesta terra drida que ojovem busca recursos e apoio. Pode cons- tituir,nasua faixa etdria, uma estratificagdo extravagante, com mar- casderebeldia e propostas deisolamento: as neotribos urbanas, oon the road, os eétigos secretns,certos rituais violentos ete, produzem, paradoxalmente,néoa transformagio dasociedade, massim acriagéo de novos objetos de moda “rebelde”. Da roupa esfarrapada ao cexperimentalismo do grafite, a mercantilizagio da exaltagdo dojovem domestica a rebeldia, A javentude pode recortar-se porseitas, rages, preferéncias sexuais, opgdes culturais. Qualquer escala seré mercantilizada e domesticada como moda. Neste sentido, 0 rulticulturalismo, apresentad com feigo demoerética do mundo pés- mover, nfo passa de mercantilizagio das identidades dissolvidas.O Jovem pode tentar recorrer ao mégico e ao esotérico:exaltar ocristal, a pirdmide, o tard ete., bem como pode depositar suas esperancas na Joteria, no jogo ete. Bste éum estranho caminho para orelacionamento interetévio. Neste cendrio, a droga tem um imenso ape, Pelooompo- nente quimicn 6 possivela sensagdo de ser excelente, de ser especial, deestarem outroespagoete. Apmjegiolinear dastencléncias fortes do provesso de globalizagio, combinadacom nae dos para aju- ventude, pate- es se apresentam ce sugerir a AGOsTO-SETEMERO-OUTUBRO 1998 107 ameaca de uma progressiva entropia moral eciviea da sociedade ps- ‘moderna. Indicagées de neobarbarie surgem: revivescéncia de { partida para oresgate desua auto-stima,¢,alternativamente, de fundamentalismos, ressurgéncia das velhas fraturas nacionais, | umapercepyio criti da cociedade que ocnisificu. Oresgate doidaso intransigincias racistaseeligiosas, genocidiose surtosdevioléneia {passa pela valorizagdode seu acervo cogitivo eexistencal acumula- correspond sua experiéncia acumulada —e deve sero ponto de De multitudindviastipoexcessos do, De certa forma, seria restaurarseu de torcidas esportivas etc. MEWNCSIOMEMN: AECIS WC MURCO WMS feteH papel em sociedades tradicionais. Esta ‘Commoderadocotimism,eal- possiildade fardoidaso deseobrirqueset uma confianga na fogada tenpoagoniootomouintl pean ialética, talvez se esta for- ‘rério, dignificou sua existéncia, Pode jando um antfto civlizatrio:oidoso restauradoem sua plenitude ! superar obezerno de ouro do mercado, e se converter num prospector humana. As observagies que se seguem nose cireunserevemao Bra- | da cultura, Até aqui, todasas observaghesestoligadas aos dosos da sil; porém, este cadinho parece particularmente promissor para { eliteintegrada, ou sea, os que esto aposentadas em conigbes devas transmutagoalquimica da tereiraidade brasileira, eacumulada nas { material satisfatéria, rmetnipoles. Ohomem de teresa dade, vestido dopape de prospector da cl: Entreojovem,exaltadoesubmetidoa esteprogramatensionante, ! tura,em sua caminhada, redescobrint o povdo. No passado, eleconvi ceavelhice,estigmatizada e desvalorzada, transcorea vida doadult, } veu; porém, noo viu.O povdog permanente produtorantropolien de Envolvido mama competiio permanente estimuladoa prodigalidade, | cultura Dada.aprecariodade desu integraciona pés-modemidade,o semexerctarasolidariedade, chegn& maturidadedesoneradoderes- | povao, para subsistir, desenvolverd uma cultura popalar reflexa, que ponsabilidades familiares. Chegow a tereiraidade,oque azercom { seapropria erecombina com criatividade, bens, servigos, simbolos, da seutempo live? Em tse, tudo; pel treinamento econdicionamento, ! socedade afluente, Podeser oauténomo deruaquerecebea chamada nada. Necessariamente,odosoterd quese interrogar sobre sua iden- | pelocelulare chama peo telefone pilic; pode ser a firma volante de titade eo que ezem sua vida:“voce agora vale pouro—sugiroquese { flanelinhaspparacobrir eventos ocasionas; pode sero piqueniqueurba- rretamorfoseie em jovemn’ —é uma resposta falsa,com ospésdebar- | no—a cooperagiodosvizinhos para um banquete domincal maclga- 1, uma tarefa imposstvel com a inexortvel progresséo dos anos. Ble | da—;podle sera invencdio do for —herdeirodo ‘forall’ dos bales da ‘rd quecolocara pergunta em outras diregies. ‘Segunda Guerra Mundial; ou 0 “X-tudo”, sueessor avangado do iidoso pode resgatar a ida doconhecimento peloconhedimento, } cheeseburguerpode ser a comida a qulo, ou churrascavia rodizio de pore praticara idéia da udicidade do conheoer pois foi dispensado pelo! beira deestrada ete. mercado, Talvezeste resgate, num primeiromomento, serdopuro | Seoidosoducliteredeseobrea cultura como um exercicio de afi diletantismo, porém, progressivamente, resgatar.aidéia decompro- | magio do humano; seredescobre a scializagaopelastrocasafeivas, ‘isso doespfrto humano, Creio que contra a visioda Universidade { na pritica do lazer; inexoravelmente, redescobriré o povoem sua Profissionalizante, podese desenvolvera Universidade da Tereeira { criaividade, Nopovio,oidoso,com freqiéncia,éobrigadoa trabalhar ade, uma espécie de jardim-de-infincia, como espago detroca de sa- | parasubsistir. Porém,évalorizado como sébioe sobreviventevitorio- bores, por puro hedonismo, Porém, com imenso potencial de { so.Nasfavelasofundador érespeitado, Na escola desamba, acomis- revalorizagodo esptitocritico dohomem, sso de frente da velha-guanda, Na familia do pov, oidoso érefenén- ideal da espertezaea vida sob ameaga competitivalevam ojo- | cia afetivae simblica, Oidoso da elite se sente desvalorizad e deseo vem a peteebera instabiidade das coniguragées conjunturais queo { bririnopovioorespeito dade, Estou pensandonodeslumbramento envolver. Depouca vala soos fundamentos,ou as“megunarrativas’ | dosidosos da elite ao descobrirem, no povdo, uma sociedade criative, para entender as nuvens passageirasessencinispara sua sobrevivén- | que incorparaovelho como reserva desabedora cia, 0 idoso, pelocontrétio, terdinteresse pelosfundamentose plas { ” Aponte deressocalizacdo dosidcsos pode langarse como um pla “meganarrativas’ Temética da nova Universidadeda Terceira dade. | paraascriangas, Noidosopode ser resgatada acrianga queesté dentro Creioqueoresgate da auto-estima doidoso vinipelastrocascultu- | do cada um. 0 fazer pelo fazer, se sucedendo ao fazer par, permite raisepelaredescoberta da socializayoeinclusividadelumana permi- | um fazer como experiéncia de ecriaro mundo. Esabidoo potencial de tidas pela troca gratuita diletante de saheres, Para oidoso—aidéia | entendimento que uniu, na familia patriareal passada, ovelhocom a antropol6gica de cultura é de fécil e imediata compreenstio— ! erianga: na sovedade égrafa, a meméria ea transmisséodo conheci- 108 DzowToLocia Te DE ‘mentose dava poresta ponte. Demolida, dissolveuum papel doidasn, | de. Na praca, na igreja, no lugar em que ‘joga papo fora”, ovelho Porém, acapacidade ea disponiilidade dofazer pelofazer, deser | redesoobrecoletivos. Himensopotencal eritconestas deseobertas, crianca, podem reconstruir uma ponte de pura afetividade. Econheci- ' Principalmentese for combinado com a qualidade psico-afetiva de sua doopapelestimulante da fantasia. 0 velhorestauradoem sua dignida- ! vida, eodramade sua desvalorizagéo, Com crescente ponderagiona de6 ocatalisador perfeito para a fantasia infantil. Qualo papel | nova sociedade, a tereiraidade tenderd a rejeitar omimetismo, es2 dinamizador dos velhos, brincando com as criangas, n rede escolar | tornar sujeito politico. E uma boa aposta pensar numa reforms priméria, ouna praga ptbliea? civilizatéria que restaure, pelo velho, ea partir dele a dignidade da ‘Se descobrir a crianga dentro de si, ira “fazer” pelofazer. Construi- | pessoa humana. A classificago maliciosa e ideolégica tera se ‘ri,com facilidade, neofamilias afetivas, em torno de hobbies, paixdes, | transmutadoem um vetor de transformagao. Iembrangas ete. Rompido o casulo, entra no mundo um novo ser — mobilizével para o lazer, para socializacio, para trocar afetos e me- :mérias com outros. Pode, nos lugares que circula, onhecer ooutro, de ‘outro grupo social, e identificar denominadores comuns de humanida- 0 A U CARLOS LESSA, economista 110 DeowroLocia Ce Nee ane need nes a) recur Renee NV) CUCM ET g ec Bey Pee ee eter emcee Gea nertt Reo gCc Peete mc ets superprémios como viagens, aparelhos eletroeletrénicos, assinaturas de revistas, barras CeMomriattescie kee kumi Ee enn Kee aes Pen Sect a aCe Cnet Conc Tere Resi ca MIC es MR te ge Ren Tc pode ter um cartdo do Banco Real e participar do Clube de Super Vantagens. DM Met ecm eee ate ec PEGA JA O SEU CARTAO Banco Real www.bancoreal.com.br Venho de um negro tempo irredutivel, anterior a mim. ACO TUT TEN oHTON CNNTNIUCSTICCUL0) infinito campo de ébano onde me apagarei. aeRO TCR transtixado entre negror e negror, dango — centelha breve — o meu furor, HOMME REVOLTE Hélio Pellegrino FOSSA Des 7 6 #1) | EPISTOLA AOS INQUILINOS DA AGONIA OU BREVIARIO DE UM POS-PSICANALISTA AS VOLTAS COM A TRIBULAGAO ‘SAMUEL M. FARO. Ju, como Paulo, o apéstolo, nas suas epstolas dijo mea todos, | ga. Sofrem, sofrem muito e muitas vezes nem os outros, nem eles no somente queles que no momento ocupam o pri da de- | pripros, enseguem compreender entender seu amargor. No socomo fpressio, quecomoinquilinos da agonia, esto preshes da amar- ! os poetas etemnos fingidores, mas sim sofredores, que mal eonseguem ‘gua, dor, em luta contra a finitude que se aponta como breve, mas | expressarsua dor. Inquiinos da agonia que sio,esperam odesabardo tambémaos que é oocuparam, 20 menos transitoriamente,eaos que } prédio,oseu fim, expectantes, ailicos, eu desejo que nfo passem por este horrvel inguilinato, que nfo se | Antes nfo eram depressivos, podiam até ter earacteristicas entreguem a este locadoreruel, monstruoso, impiedoso. indicativas quecaminhavam para i, masainda néoeram inquilinos Os inquilinos deste prédio nfo tém ameaga de despejo mas, a0 ! deste honor. Bscravos da nova moradia, contudo, perdem a referéncia contréio, muitas vezes sentem que nopodem abandoné-lo,quensio | do para tris, do para frente. So opacos,ocns, vazios,vivendo numa enoontrardo outra morada na sua existéncia, quenenhum outrose- } indescritivel auséncia, Em meio indigéncia eao desemprego, ld es- nhorio ser capazdealugar-lhes sequerum odmodo,quendo tém como } tGoeles, com 6,5% da incapacidade laborativa mundial provocada por pagar outro aluguel, por maisinrisério, modesto que seja. Gentem-se { sua insuperdvel agonia. Nocrepiisculo da vida, cresce também ont- ncapazes, impotentes, apaticns,inbidos, desinteressados e por mais | mero de novos ourecorrentes residentes, Segundo W. Dunningham, ‘quelhes apontem suas possibilidades, suas posses, suasriquezas,sen- | no Brasil, 15% a 18% dos idosos so depressivos, Na india, se é queo tem-se incapacitados de usarem seus dons, suas aptiddes, seuexistr; | pardmetroé de qualquer vala,si0 48% da populago‘dosa esmagada niiosabem, nfo conseguem abandonar oprédio,sairdas méosdoseu | nocémodacleexpectativa terminal. Nos Estados Unidos, avesso do aves- andiloo locadar. sodoavesso terveiro mundista, 40% a 50% dos 30,000 suicidas anuais ‘Sao habitantes de ambos os géneros, ragas, credos, em impressio- } sdodeprimidos. Estima-se que 1/4 da populagao eral desse prédio pla- nanteescala planetdvia, correspondentes.8,6% de populagio terres- | netévioniorecebenenhumntipodetratamento ou apsioabalizado para tre, de acordocom os dados da Organizagio Mundil de Satide(OMS). ! sada dessa tribulagio, Hahitam cémodosincimodos,oprédioestéemruinas, pagamomndomi- } Nao hi como fugir-steorias, mesmo sabendo.o quanto pequenas nio, mpostos, aluguéiselevadissimos tudo muitoacimadas taxasde | ficam frente a auséncia do milagre, portanto,diamos quefaceavicis- mercado. Mascomo sai, como deixar este hoor, como aceitarasofér- | situdes existencias, tis comoperdas afetivas prematuras,ou mesmo tas quelhes sto feitas deboa vontade, honestae verdadeiramente, por } perdasreais, abandonodos pis incompreensées, desmamesabruptos, outros ocadores, que até desejam realmente ajudélos,queosquerem | nossospersonagens vvenciaram intensamentefaltas, a Yalta bisa’, desinteressadamente télos como locatdvos, que lhesoferecem melho- eniioconseguem claboraro huto Sofreram primariamenteo desampa res odmodos, melhores condigées? 10, asensagiio de abandono, e enntinuam avidamente procurando os Siio as mulheres, de Athenas, Esparta, Tebase todos oseantos, | substitutospara estas grandes vainsias, com dificuldades de suportar recantos confins, que maissofvem o inferno em sua residéncia. A arealidade da incompletude, da solidi, do“eu proprio’ incidéncia desse mal-estar ao longo desuas vidas, segundoa OMS, | Ascausas desteestado, podem, muitas vezes, ser resultados de chega a 26% da populagiofeminina, contra 12% do suposto“sexo forte”. | alteragiesorgnicas, de descompassos neuroquimiens, de modificago Nos Estados Unidos, meca das estatisticas globais, a relacfiode ! anatomo‘fsoligicasdo sistemanervoso,oumesmo do iolégeo na sua prevaléncia do desassossego éde4,6% a maisna doveflordogénerodo / totalidade, masde alguma forma manifestam-sena sua singularidade ‘quenoshomens, Sofrem Marias, Bilies Holiday, Dolores Duran’e { de ser humano,na sua existéncia peculiar e particular, ‘Marilyns Monroe de todosos quadrantes. Massofrem também Jofos, { Oexistir depressivo, aagonia depressiva, tradu-se numa tristeza Joaquins, Artauds, Elvis resleyse Torquatos Neto. Noseu inquilinato, | patolégica, permanente, num deseréditodo mundoe sobretudo desi vivem a agonia do‘niotem solugio”, do“ndo posso abandonar opré- | mesmo, deuma sensagio de buracn de um tine sem luzno péloopos- dio’ esto condenados, sem ser proprietérios, a nele viver, sofrer 0 amangor de sua existéncia, Penderam afé,a credibilidade, a esperan- to. Buma queda constante e evolutiva da auto-estima, uma busca, ‘uma procura incessante de algo que nfose sabe a que & a busca de 116 suvromaroLocia “Sofrem Marias, Billies Holiday, Dolores Duran e Marilyns Monroe de todos os quadrantes. Massofrem também Joaos, Joaquins, Artauds, Elvis Presleys e Torquatos Neto” DST EAT uuma ajuda, mas sempre permeatda pela ineredulidade pela desespe- ranga, Bsteexisti pode se preciptado por aoontecimentos realistions, de pera, taiseomodesemprego, falta do porspectivasprofissonais, morte ouafastamento de pessoas querides, esvaziamenta deideais, de ambigées, ou mesmo de fé religiosa ou ideoligic. Muitas vezes, 0 inquilinatoseinstala deforma imperceptivel, em fundo somente do conjuntode frustrasies no viver dif Apareee a sensagio de ques vida perdew osentido, a signficago, quendio valea pena oexistir. Nio 60 desejoda morte, mas sim o desejo de nfo viver, de no vive pelo menos esta forma de vida queest4 vivendo, de deixar este Palace IL prestes.ao seu desabamento, (Os dias tomam-se longose despojadosdeinteresses vividoseala ‘umeomo um suplicio, uma tortura, O san 6 almejado,nfocomo um repouso, mas omo um descanso daquele tempo sempre sft. A pers pectiva de um nov dia, de um amanha, 6 acompanhada de uma negatividade, deum sofrimento,Quantasanos,quantos meses, quantos dias, quantas horas terei de suport este sohimentoexistencia? AS tarefas, mesmo as mais simples, tomam se pesadas tediosas,enfado- nas... para qué? Aparece oon sensu existencial. Os prazees,opra- zerem si ficam cada ver mais distantes,inaleangiveis, dando-se chamada anedonia ou absoluta falta de qualquer gozo ou satisfaio. Atémesmo asppulséesvtais esvaziam-sealtera-sea penda deapetite, distros do sono tio evidenciadas, Como cororio desteesvaziamen- topsiquio, pode surgir manifetagio somatic. A vida sal, ocontato com os outros, mesmo familiares e queridos, tomna-se dificil, Arida, a bbusca continua, Mas busear oqué? Para qué? Aparece a sensagaode ‘nuilidade,e maisainda adeque éum estorvoparasoutrseatépara simesmo.. umn robé, um morto-vivo, um zum. tudo 6 df, penoso, dbloroso,adidvel. quemsabe, aman ser outro dia, o milagre pode acontecer..O deprimide éum antiScnrlet O'Hara, pr exoeléncia, ‘Temos aqui, portanto,onosso inquilno, com sua patoplastia, com assuascaracteristicns vtais antecedents, pré-mérbidas, sua etiologia, biopscossocial no seu préioem desabamento,na sua condiciode no reso, nfo escravo do locador, massim morador conicional eincondi- onal, sentindose ineapaz, impotente de buscar outra habitagio, apesar demanter muitas vezes este deseo...de encontrar outro local aonde cxista prazer contentamento,troca mitua,soidaredade,f,esperan- «a,amor, mesmo que nfo permanentes,fugazes, mas que exstam. que até tenha mesmo momentos de tristeza, de desprazer, le mal viveres, mas que estes possam ser encarados como vicissitudes co- ‘muns,existenciaisde um viver. suportaveise, quem sabe, fs vezes no intransferiveis, mas passives de serem utpassadas. Nassua desesperanga, comlaivosainda esperangosos, um apesarde | Q) poss ‘nosd” inguin pelo meas temporariamente, sairum poucodo prédio,buscara outra morada, asitara existéncia, procurando tomécla maissuportvel, maisatuanteeque suassaidas suas buscas, suas pro ‘curas seus sejos, possam lui, se tomar mais duradoumns no apenas para um fim, para a morte, mas tim ser com, 1m ser para, Bstabuseaé dolorosa, dificil, sempre acompanhada wn pouco pelo sentimento de intanghbildade,deineapacidade, deimpoténcia, mas ela existe. Dirijo-me agora a voeé, vocéinquilino da agonia, habitante das profundezas daapatia, Desculpe oimperativo, mas ¢ preciso acreditar, adespeitode todas as terapias, que hi saida, que existeluz,e questa partir deste reeohecimento edo conheimento de outras pssiilda des de habitagdo poderdoser dados os passos em direco.a uma casa emrelativa harmonia. & preciso deixar deladoa onipoténcia da impo- tncia, da verdad tinica, dono tem solugio’, para busca de outras verdades, outras solugies, até mesmo as solugdes de outro, Ressusi tara divide, revivero questionamento, a convivéncia, obusearser escutado, eompreendido, adialética, odidlogo... dificil abandonaro monélogo, a repeticio, esta sensagio de ineredulidade, desesperanca, desabamento, de solido, vazio, maseste talvezsejao passoinicial,0 primeiro momento de mudanga, ahora crucial Sem quererjamais menosprezar a importncia do suporte quitni- co-farmacolégico, existem mais mais coisas entre océwea terra do que supdea vi quimiologia, na busea de um caminho ou qualquer caminho, que aplaque, minimize ou extermine esteestado to doloroso moral eemacional daqueles ceifados de vidas plenas e mesmo do exis tir, Nao cabe aqui, nessa missiva despida de intengdes nareisicas, 0 cexervicio da pol8mica, alabuta da controvérsia, mas sima confssio maior do solidariedado, da vontade absoluta deser supremosnigquiladar deste inquilinato, de poder grtar “depressio, minca mais” ‘Na busca incessante de uma porta de saida dessa masmorra,con- fess0 meu medo, meu enorme imensursvel medo. Mas no poss0 ceder, em nomeda minha vida da continuidade dea em todos osmeus, emnomeda existéncia, Bu, fri missivista,talverarremedo de um pis-psicanalista, como sujeitovivente,co-articipante deste mundode todos nés,dirijo-me a voods, cada um na sua particularidade, ena minha singularidade, de lguma forma co-habitantedesteinquilinato Indesejvel, quer como morador, como profissional prestador deajuda, para que cada um dens, sem fliciasonipotentesede plenitude total, ossa encontrar a sua maneira, a sua forma, a saida deste inquilinato de horror, Eresidi na plenitude noeneontro das melhores maradas donoseainterioridade. 0 U R A tudoainda estar vivo, uma incredulidade com restos de é, quem sabe | SAMUEL M. FARO, psicanalista 118 suvromarovogia “Tudo € dificil, penoso, doloroso, adiavel... quem sabe, amanhi sera outro dia, o milagre pode acon- tecer...O deprimido éum anti-Scarlet O'Hara, por exceléncia” 57607) | TY 0 ABC DO BAIXO ASTRAL RICARDO DE OLIVEIRA SOUZA ROGERIO PAYSANO MARROCOS WAGNER MARTIGNONI DE FIGUEIREDO és pena da progenitora, mulherjovem évistainconsolével, | Estes osconcetos fundamentais que desejamos sublinhar. Bstar chorandoempiosamenteao lado docaixoda falecida.Paren- | triste significa que falta alegria, podendo tal sentimentoserreagio tes eamigosassistem compadecidosé cena dramatica, Qua- | normal a estresses variados, Depressio define doenga que deve ser renta dias depois, a jovem ainda passa por periodos de tristeza, echo- | diagnosticada e tratada por médico, Se na tristeza frases enoorajadoras xa com discriglo, Existem momentos em que, saudosa, recorda de | do tipo reage bola para frente, a vida continua eoutras podem produ- episidios agradaveis que vivenciaram juntas. Nao sem culpa, aper- i tir algum efeito, na depressio tais sentencas, além de ineficazes, cebe-se, no intimo, da vontade de aceitar convite para jantar, um ! geralmente produzem ansiedade, Se encararmos a depressio.como hope, uma festa notrabelho Impedem-na apenasas convengies so | situagio médica, indistinguivel por exemplo de uma anemia grave, ais entenderemos que a fraqueza eo desinimo queambas as enfermida- Problema semelhante ocorreu com outra mulher, igualmentejo- | des provocam devem exigiralguma forma de tratamento para que vom, Este nom tio dramatico, que permancceu adrfiisentada,um | regridam, pouco afastada da wma, parevendo alheia aos queacumprimenta- | Depress o édoenga grave, recorrentee freqiientemente crénica. ‘vam e sem demonstrar desespero,embora fsse patentea tristeza ! Sua prevaléncia em doentes ambulatoviais 6 alta, variando, deaco. «que sentia.Oito meses apésofalecimento dizem osamigos que mun- ! docom critérios de diagnéstio eos métodos usados na sua avaliagio, ca maisfoia mesma, Distanciou-sede todos. Nao dorme drei, per- | entre5,8%e 22%, Alguns estudos, que se basearam em escalas de ‘manece horas na mesma posigio, quase sem falar, respondendo | auto-valiagio diagnéstica, encontraram significante sintomatologia monossilabicamente ds indagagies formuladas. Nao sai de casa, ‘comentam, parece que nem quer tomar banko. Imaginem que atéa Jeitura, seu hobby predileo,abandonou. Emagreoeu, Os antigns com: panheiros afastaram-se por néo suportarem sua “carga negativa’”. depressiva em 12% 238% dos testados. Deimportncia crucial, o conhecimento de que nos EUA apenas ¥% ds deprimidos so tratados por espealistas em satile mental; {sto ustificao parqué de muitos dos individuos com depresso serem Asestdrias narradasilustram comportamentos distntns para { incometamente tratads com benzoiazepiniosealmantes”) quealém eventos idénticos~a morte da mae. Aprimeira,relata reagio de | denioatuaremcomoantidepressivos podem agravé-la elou causar tristeza natural e comum para perda tio marcante, enquantoa se- | dependéncia quimica. ‘gunda desereve um conjuntodeanormalidadesquecaracterizamuma | i fatoqueamaioria des chamados distirbios emocionais éinic- doenga—adepressio, almente vista pelo clinico-geral que, noentante, nfo écapaz derecn Muito freqientemente, seadequadamente pesquisado, descobri- | nhecera doencaem até 50% dospacientes,o que demanda altocusto retmos quea mulher doente, bem antes do passamento,ése mostra- | devidoa repetidas consults, aos procedimentos diagnéstios solicit ‘vaarredia, Néo era muito dada, sendoconsiderada timida, Todosa ! dos-, mais grave a nfo-prescrigoterapSutica apropriada, achavam muito sensfvel pois emocionava-se com faildade. Defato, ! Osuicidio éeerea de oito vezes mais fregtiente nos deprimi- istojd se pereebia desde adoleseéncia, dos do quena populagdo normal, Nas ditimas duas déeadas a inci Citemos historia recente, detodos conhecida, Dezenas defamfias ! déncia de suiciio triplicow entre adolescentes eadultos jovens viram rui suas esperancas seus devaneioscom odesabamento do ; nos EUA.A maioria daqueles que se suicidam sofre de algum Edificio Palace Il, na Barra da Tijuea. Algunsperderam familiares / distirbio mental, estando a depressdo associada em corea da préximos,fcando com a roupa que vestiam esem ter onde abrigar-se: | metade desses pacientes, Agrande maior, indignada, humilhadaeangustiada quantoaofutu- { ‘Taoimportante quanto a morte auto-indusida sio asperdas na 1, partiu para a reaglo, Uniram-se fundaram assoiagio. Organiza- ! qualidade de vida edacapacidade de produ, compares deter ram passeatas, foram a Brasilia e exigiram justiga de maneira to | minadas por outras doencas crénicas comuns, como o diabetes, ahi- eficazeativa que podemos afirmar que suasliderangasnéo-sofriam da! pertensfo edoenga coronariana doenga depressio embora certamente, estivessem tristes | Greenbergcalculou em aproximadamente USS 12,4bilhies os 120 snvromaroLocia “O suicidio € cer- ca de oito vezes mais freqiente nos deprimidos do que na popula- cio normal. Nas ultimas duas déca- das a incidéncia de suicidio triplicou entre adolescentes ¢ adultos jovens nos EUA” (sree) ceustos dretos da depressiioem todos os grupos etdrios dos EUA,em 1990, 0 mesmo autor avaliou em cerea de USS 249,5 milhdes 0 gas tos indiretos, apenas para osidosos, Definiu como custo direto os gas- tos com medicamentos, exames complementares, hospitalares (intemagoe ambulatoriais) e com clinico-gera e outros profissio- nais. Osindiretosreferiam-se & perda da produtividade, aoimpacto na familia (ruptura matrimonial e desemprego) eas morbidades e rmortalidades. ‘Muitos dos sintomas apresentados pelos eprimidos siocomunsa, diversas doengas nao-psiquitrieas, Falta de apette, emagrecimento, fadign alteragio da memsria, desinteresse sexuallou mesmoimpotén- cia estio entre os atribuiveis a miltiplas eausas, Nao so ineomuns, especialmente ns idosos, manifestagies tio atipicas como vertigem, cefaléia, boca seca, azia, constipagioe dor abdominal. Bevidente que nestas ocasifes somente clinico atilado com sufsienteconhecimento das diversas faces da depressioconduziré acontentoa investigagio diagnéstica. O desenvolvimento de novas classes de medicamentos antidepressivosnasiitimas décadas tem revolucionado o tratamento desta doenca. f! dado corrente na literatura especializada que em torno de 75% dos deprimidos respondem ao tratamento rmedicamentoso, que deveria ser ministrado quando do diagnéstico, na consulta primar, Diversos algoritmosterapéutios esto dispo- niveis para o manuseio dos pacientes refratarios, Em nossa opinido este menor peroentual, que ndoresponde ao esquema inicial,éque deveria ser encaminhado para atendimento especializado com 0 neuropsiquiatra Osetor de neuropsiquiatvia da Clinica Médica Ill, ServigodoPro- fessor Omar da Rosa Santos, da Bscola de Medicina e Cirungia do Rio de Janeiro, tem condurido alguns protoenlosde pesquisa envolvendo os distirbios do comportamento, Em relagiod depressio tentamos no ‘momento reproduzir experimentos que validaram oInventariode Beck comométodoefetivo noautodiagnéstie da sindrome depressiva, Este inventirio6um dentre varios questiondios de répidaaplicagio 22.5 minutos) utlizados norastreamento desta importante doenga.Traba- Thoanteriordeterminou sero mesmo, para um “cut off'de16,capazde ‘dentificar omo deprimicos 100% dos realmente doentes (sensibilida- dk) edenegara oxaréncia da enfermidade em 89% dos que realmente no padeciam desintomas depressivos(especifcidade),Bstamospro- cuando estabelecer aprevaléncia da chamada doenga doséeulo que stavizinha em diversos grupos populacionsis, Analisamos se pergun- tas simples, que nfo aumentariam otempoda consulta, pemtiriam aoclinioo-gealidentificr, om boas sensibilidade eespecfcidade,os pacientes aserem investigados mais detalhadamente, | Com a informagio de que existem ertérios e métodos de diag- néstioos mais adequados, transcrevemos a seguir o Teste de Beck. para queos interessados auto-analisem o seu humor. f fundamen- tal que oleitor entenda que se trata de instrumento derastreamento | que visa apenas selecionar populagio com alta probabilidade de | apresentara doenga. 0 diagndstico definitive deverd ser firmado | porseu médieo | INVENTARIO DEBECK ' Neste questiondrio existem grupos de declaragdes. Por favor, Jeia o grupo inteiro de declaragdes em cada categoria, Entio esco- Tha uma delas que melhor descreva a forma como voce se sente | hoje, ou sea, agora. Faca um circulo noniimero ao lado da declara | fio que escalheu. Se diversas declaragdes no grupo parecem apli- | car-se, circule cada uma delas. | Rstejacerto de que leu todas as declaragGesem cada grupo antes | defazersua escolha. | 3,Estou tao triste ou infeliz que nao posso suportar, | 2.Estoutristeo tempo todo ens consig sai dessa situagéo. | Sinto-metristeou “na fossa”. | o.Naome sintotriste 13. Sinto que o futuro é irrealizavel e que as coisas ndo podem me- 1 Thorer. | 2Sinto que nfo tenho nada por que esperar. | 1.Sinto-me desencorajado em relacdo ao futuro. } O.Nao estou particularmente pessimista ou desencorajadocom re- lagi ao futuro, ! 8, Nao consigo mais tomar quaisquer decisdes. ! 2.Tenho muita difculdade em tomar decisies. 1.Tentosempre adiar as derives. (0. Tomo decisdes to bem quanto antes. 3,Achoque tenhouma aparéneia feiaerepulsiva 2, Acho que aconteceram muitas mudangas na minha aparéncia e | elasme fazem parecer sem atrativos. | 1. Fico preocupado em parecer velho esem atrativos. | O.Naoacho que esteja pior do que sempre fu | costo saremano-OURUARO 1998 128 DST 6 aT METH ‘8, Euacho quesouum completofacasso como pessoa (pai, mado, esposa). 2. Quando olho para trisna minha vida, tudo que vejoé um montede | falhas. 1.Acho que falhei mais do quea maioria das pessoas. 0. Nao me sinto um fracasso. LF) 3.Nao eonsigo mais fazer qualquer trabalho. 2, Tenho que fazer um grande esforgo para realizar alguma coisa. 1.Tenho que fazer um esforgo extra para iniiar alguma coisa, 0.Possotrabalhar tanto quanto antes. a 3.Estou insatisfeito com tudo. 2. Nao tenho mais satisfagdo com nada, 1.Naosinto mais prazer nas coisas como antes. 0, Naoestou particularmente insatisteto 3, Bumesinto muito cansado para fazer qualquer eoisa. 2, Fico cansado quando fagoalguma cosa 1. Fico cansado mais faclmente do queantes. 0. Nao me sinto mais cansado do que decostume, a 3, Eumesinto como se estivesse muito mal ou imprestivel 2 Eumesinto muito culpado, 1. Bumesinto mal ou inti a maior parte do tempo. 0. Nao me sinto particularmente culpado, 124 smrromaroLoaia Nao tenho muito apetite. 2. Meu apette esté muito ior agora. ‘1. Meu apetite nao é tfio bom como costumava ser. 0. Meu apetite no esta pior doque de costume. 3, Bumeodeio. 2. Estou desiludidocomigo, 1. Estou desgostosocomign 0. Naomesinto desapontado comigomesmo, 3, Bu me mataria se tivesse uma chance. 2. Tenho planos definidos sobre cometer suicicio. 1, Acho que seria melhor estar morto. 0.Nao tenho pensamentos sobre prejudicar-me, 3. Perdi todo ointeresse pelas outras pessoas eno me preocupo maiscomelas, 2.Perdi grande parte de meu interesse por outras pessoas e tenho ‘poucos sentimentos por elas. 1. Estou menos interessado nas outras pessoas do que costumava se, 0. Nao pendiointeresse pelas outras pessoas. oO Ss AU RICARDO DE OLIVEIRA SOUZA, neurologista ROGERIO PAYSANO MARROCOS, neuropsiquiatea WAGNER MARTIGNONI DE FIGUEIREDO, ctinico-geral Bere BaNncoDoBrasit LEMBRAI-VOS DO Divulgar a exposi¢do de motivos que levaram as Forgas Armadas a re- clamar por atos de forga obedece 4 convic¢do de que aqui se encon- tram, exemplarmente, trés dos inumeraveis fios que tecem a Histéria: a desproporcio entre a pueril fantasia dos motivos e a crua materializagao da agées, o desgaste temporal de cegueiras fundamentalistas, mas nao de suas conseqiiéncias e, seu quase avesso, o poder da arrogancia, inexoravelmente transformado em farelo e entulho. Raymundo Faoro, que observou de perto o Ato e o fato, testemunha. Aqui, nada se celebra; aqui se lembra. ‘AGosTO-SETEMERO-OuTUERO 1998 127 ih saat ar (051007) | in “..INSTRUMENTOS AUTORITARIOS DOS QUAIS AINDA NAO NOS LIVRAMOS.” POR mauricio DIAS O Ato Institucional niimero 5, que com um pouen de humor em talicenga poética e politica pode ser pronunciado como AI-5, doeu no Jomo da sociedade brasileira com um peso nunca antes sentido, A bra maxima do maquiavelismo dos uristas de planta a servigo do regimenilitarfoibaixado em 13 dedezembro de 1968. Lése vo 30-anos doumatoquebrotou dentro doregimecomo um golpe dentro dogo, Com esseinstrumentona mao, os governos podiam tudo. E du- ranteos 10 anosem que vigorou, tudo foi feito de acordo como figuri- no do regimeautoritaro, inaugurado no dia 31 de maxgo de 1964, coma deposigio dopresidente Jodo Goulart, OAL-5s6 foi revogado no governo do general Emesto Geisel, De- pois de duas décadas, Ele acabou quando oregimeestava se esgotan- do, solapado por uma crise exondmica, por pressio internacional e pela resisténcia pactfcaintema, ondese destacou.o jurista ehistori- ador Raymundo Faoro, entdo presidente do Conselho Nacional da Orciem dos Advogadlos do Brasil “No governo Médicio Pais bateu is portasdototaitarismo, Geise, osucessor deMédici, refugou. Nao teve condigdes de dar o passo se- szuintee,habilmente, partiu para oquechamou dedistenséopoitea lenta, segura. gradual, Uma safda negociada que. permitiu esco- Iher Figueiredo, eembutir na legisagao instrumentosautortérios dos quais ainda nfo nos ivramos’, anaisa Faoro,que batew alguns pregos no esquife do regime, Além dedav chancela a alguns documentos de presos politics, denunciando a tortura nos pordes da ditadura militar, Faoro minow iia do regime deevitara anistia politica, adotando um sistema de revisio de processos, “Niohé outro caminho send oda anisti. A revisiofardidecada processo um tribunal para julgamento do regime. Ho que sequer?”, perguntou na casio, O presidente Jodo Batista Figueiredo, timo general de plantiono poder, ouviue reeuou. Assinou a anistia, Ogque fio AL-5na evolugéo do regime autoritario? FAORO—Nofundo,o que nosintriga éaresposta para a divida sobre o endurecimento do regime em 1968, quando baixou o ALS. ‘Tevia sido um desdobramento natural do golpe militar de 1964? P rece dilema machadiano em tomo da personagem Capitu, em Dom Casraurro,Seria a Capitu da Rua da Gira a mesma da ua deMata- cavalos? Bra um problema que parecia insolivel para Machado de Assis, onicamenteinsilivel, Ocertoé que todos os generais-presidentes foram reins do regi- me dos quartés. Veo primeimo deles, Castelo Branco, com toda su louvada independéncia nfo pide fazer o sucessor. Quemosucedeu, contra a vontade, fi Costae Silva que se viuabrigadoa assinaroAL5, Erevelador esse documento com as notas eservadas distribu dasinternamente pelo ministro do Exércto da oeasio,o general Lyra ‘Tavares, Pelasmanifestagdes do ministro nessa coleténea a arruaga estudantil era nico argumento deque cispunham parapressionar “opresidente, 0 Caso Moreira Alvescaiu como umalluva, Aocontio do que foi mais propagado, Lyra Tavares dé énfase A frase do deputa do que aponta o Exército como valhacouto de torturndores’, eno a0 cchamamento is mogas feito por Moreira Alves, pedindo que elas se recusassem a namorar, dangar com oficiais. Achoque o deputado centrou nessa histria como se tivessenascido ou morrido, 0 processo jilestava em andamento, Oendurecimento estava no forno? FAORO—HA muitos indicios nessa dives. Eu me lembrode «uma hstéria que mefoicontada pelo professor Arthur Cezar Pereira Reis, que governouo Amazonas no comego do regime. Amigo dogene- ral Mamet, comandante militar de regio Reis andou reelamando do que consideravacertas vacilagdes de Castelo Branco, ‘Tempas depois ele eneontro-se om Castelo numa ceriménia em Manaus eouvin a observagao: “Olh, professor, osenhor esté achan- do que eusoufraeo. Mas aguande para ver que vir depois de mim? OReis preocupado voltou 20 Mame, relatou a conversa e pergun- tou:*Naohé um meio deevitar isso?” 0 Mamede disse que sim, mas explicou: Ha eé muito dificil, B tem um prego que eu nfo quero pagar: dvisio do Exércta” Para ees, entdo, toda a questo eraa unidadedo Exército. Ao sairem da legalidade os militares nfo conseguiram encontrar uma Ancora, Ecomose formao ambiente social para que surjaum instrumen- odessa gravidade? FAORO—Os militares se referiam as arruagas estudantis, lis, iso me motivaa contar um outrofato histérico, Ness temipo @uestava na Procuradoria do Estado. O Negréo, governador da ! Guanabara, um dia nos chamou i, Bleestava certo deque ia cair naquela cise do estudantes, Poucos apareceram na reuniti, Ele pedi ao Lino Sé Pereira, entdoo Procurador, que me levasse. Apa: receu o Alvaro Americano ¢ o secretio da Sade, Hildebrando Marinho, Ble expés o problema. Eu suger’ ento queele dissesse a 128 PazowroLoGiA Banco de Inve stimento TECINDAM SPECIALIST EM AC4o OF EUSA quem de dreito que aquela briga nfo era dele, O que acontecia no { poder. Nao foiocasodo Brasil. O Brasilé mais parecido como golpe Rio, acontecia em Sito Paulo eno Brasil inteira. Se oacusavam de | de Estado. complacente por no fazer uma repressiosangrenta, eledevia di- | QAI-5 fb, portanto, um golpe dentro dogolpe? zer que acrise nfo era dele. | FAORO—NiofoiasoAF-5, Todos atos foram golpesdentrodo | golpe. Mas certamente esses so alguns dosingredientes deum regi- mesem legitimidade, que nfo tem maisa referéncia da opinio pt- blica, a referéncia popular ea constitucional. A referéncia 60 poder da forca, No Brasil houve atéuma peculiaridade porque os militares normalmente costumam se fixar em tomo deur caudilho. Aqui nao hhouve isso e muito menos se chegou ao extremo de derrubada do governoa partir de lutas de facgdes interns. Sendo assim, o ALS ndoestava naordem das coisas? FAORO—Parece-me que oidedriodo regime militar de64era a Constituigdo de 1967 que eles, afinal, promulgaram. Até entdo.les ‘usavam apenas ométodo mais freqiente dealiciar suas maiorias. ‘Mas, de qualquer forma, ndo se chegou também ao totalitarismo. FAORO—Com o Médicioregime militar no Brasil chegou a0 sau extremo, 0 passo seguinte seria naturalmente oestadototalité- Foiissoo que ele falou como comandante militar da area. O Alvaroredigiu um editorial que foi publieado no Jornal do Brasil sus. tentando que a polcia estadual era ineompetente para agir. Que o govemo federal, ent, usasse a Policia Federal ou o Exército, Além disso, a Lei de Segurana Nacional queos militares invoca- ‘vam niioera para sercuidada pea forgaestadual. Mas alegaram que o Exército néo tinha instrumento para entrarna repress, salvo pelo caminho da intervengio federal. 0 Negri foi duro: “Pais, entdo, fagama intervengio’. Negro disse que ni considerava o movimen: toestudantil um fato to relevante. Ele acreditava que as arruagas svesgotariam logo, Hstvamos.is vésperas do ALS5, Aoretirar a policia da rua, Negréo acreditava que evitariacon- frontose que, apis dois ou trés dias de gritara, os estudantes cansa riam, Seri, lids, uma agio inteligente. Basta ver que naguela cha- mada passeata dos 100 mil" —que, aids, no deviater tanta gente | rio, Acko que Geisel e Golbery entenderam isso. assim—nioaconteceu nada, Apolcia nao entrou para dissolve. ‘Mas havi condiées para dar esse passo final? Epor que néo foi feita a intervenetio? Pudores? FAORO—Nfo. Abem da verdadeno havia. Inclusive aredla- FAORO—Para intervirnoRio, os militares teriam queintervir | magio internacional era grande O general Ernesto Geisel teve que também em Sio Paulo, nogovemnode Abreu Sodré. fazer uma opdo porque sabia que aquele Estado néoera mais sus- Osempresérios, naquele momento, apostaram no endurecimen- ‘ tentével. Ele montou entio nfo muito distante do quefezo Pinochet, todo regime? no Chile: um Estado com eleiges indivetas, o controle peas Forgas FAORO—Achoqueeles apriaram as medidas duras, Blesqueri- | Armadas, ocontrole do Congresso com os senadores hidniens para am, sim. compactar a baseconservadora. A eleigdo de 1974 destruiuesse pro- Sob que pretexto? jeto, Aoposigdo s6 nfo fez maioria porque o sistema cleitoral nao FAORO— Queriam mais Estadoa favordeles, Nessetempoo ! permit empresariado era quase todo nacional. Eram poucos os | OAI-5oioinstrumentomaisagualo do autoritarismo brasileiro? multinacionais. Bbem verdade que osempresérasestrangeirosapren- | FAORO—Acho que sim. Mas autoritarismo nesse Pats nioé deram também esse truque deusaro Estado, Ho sistemaeconimico | novidade. A novidadeé a democracia. Veja nossos antecedentes. dle umeapitalismo que dependedo Estado. O queelesnioesperavam | No mpério, um autoritarismo que se supuna legitimoe, por isso, era queo Estado se tornasse intervencionista, que criasse suas pré- | tinha alguma tolerdincia com partidos de oposigio e no reprimia a priasempresas. pinigo piblica. Depois, na Repiblica, durante governo do mare- Ofeitigo voltow-se contra ofeticeiro, +hal Floriano Peixoto onde houve cassagioe tudo isso. 0 Getilio FAORO—Sé entio que eles eomegaram a ficar contra, também repetitia dose. ‘Tendloo AI-5 como referéncia, seria possivel falar comosechegaa | ~ Osenhor disse anteriormente queo deputado Moreira Alves foi mautoritarisra ainda maior dentrode wn regimejdiautortdrio? —~ um pretexto para um processo em andamento. Oque 1968 oi, entdo, FAORO—da seestudou muitoa queda dosregimesdemoerati- } paras militares? os, Mas nfo se estudou como evoluem os regimes ditatoriais.AUé | FAORO—Fhia revelagdode que no podiam contar com o poder hoje nao conhecemos muitoesse ciclo que, afinal, Mussolini pereor- {civil subordinado. Quando.o Congresso negou alicenga para proces reu na Itdlia, Mussolini apesar da marcha sobre Roma, entroucon- | sara deputado Marcio Moreira Alves les viram queaquele partido vidado para fazer parte deum governo decoalizéo, Aaboutomandoo deles,a Arena, niovalia grande coisa, Se Avena tivesse se mantido AGOSTO-SETEMBRO-OUTUBRO 1998 131 rE coesa talvez cles fizossom a coisa soba suposta eapa dalogalidade. Eagio armada nesse processo? FAORO—Olha, eu tenho medo de dizer isso. Mas acho quea ado armada ajudou os militares. Ajudou como pretexto, Uma coisa que nao pode ser desafiada é0 poder das Forgas Armadas. Hele foi desafiado, Os militares se sentiram ameagados, Eaasociedade apoiou tudo isso? FAORO—A sociedade nfo valia grande coisa. Estava aterroriza- da, Derresto, mesmo quem deu suporte 2o movimento para derrubar ‘Jango a mostrava sinais de arrependimento, Em 1980, em Washing. ton, eu fui onvidado para almogar com 0 ex-embaixador americano xno Brasil, o famoso Lincoln Gordon, Ele me contou que quando os nilitarescomegaram a cassar politicos ele foi chamado a dar explica- «es a0 Departamento de Estadoe ao Senadoamericanos. Em 1978,0ano que o AI-5 acabou, o presidente Carter veio ao Brasil com orecadode que o sistema autoritério era inacitve. Est vereunido com ele, junto com representantes da Igreja eoutras pers0- 182 PatgowroLoaia nalidades como o Mesquita,dojornal O Estado de, Paulo, Ele nos relatou que Geiselrespondeu que fia oque podia erevelou que jt tinha eseolhido um suoessor que levara adiantea abertura doregime. Opresidente Carter eontow até mesmo uma curisa passagem da conversa com opresidente brasileiro quando Geisel se auto-referiu como dtador sul-americano. E revelou que isso nfo era Ié grande coisa pos dariamente entrava gente nogabinete dele para dizer que ele era fracona oondugio do regime. Mas, omose sabe, para acabar ‘com oAl-Sele teve que fazer uma limpeza, Foi preciso derrubar até ‘oministrodo Exército, Silvio Frota. Acconelusdo que se tira de suas observagies éa de que 68, na esséncia, ndo€ diferente de 64, Enfim, Capitu seriaa mesma? FAORO—Acreditonisto. lids, Machado de Assis também pen- savaassim. 0 A U T 0 R MAURICIO DIAS, jornalista © Sxeéreifo zg 6 Ato dnsfifucional df? 5 RESERVADO EXPOSIGAO DE MOTIVOS DO MINISTRO DO EXERCITO 0 tado tem feito p timento ae : stulades da Revolucio grandes a defeca do deter, enquanto é tempo, o pro que tne- quivocamente {4 os am tha entre os varios ou te, Sendo mals para mere- 0 derer de sirito s ace not zelaiéries e nos apelos ‘uniformes, na manera de eapirito eno propésito de colaborar, Yeal mate, de acdrdo com a arlentagio que fr Exceléncia, ate 0 objetivo do dceur a reatirmer-tne que a todos tenh wwida. de que mériea Latina, SEY nsec 3. Nessa Tuto, visendo & derrul fas magistério, ante a omissio de , € infiltrado, ado, Camin! im, em muitos ea- a solidariedade do p tra 0 Govémno e, particularmente, c: jodos os setores, particularmente no da educagio e nas obras, de infra-estrut 0 fo, 0 saneamento mo- eo crédito da Nagdo, nenhum destaque merece da Im- prensa, 20 mesmo tempo que as grandes manchetes defor os olhos da povo, a imagem do regime, tachandao ce ditedura, quando munca fol 2 tals limites o abuso da It cenelosidade da linguzgem, do desrespelto & eutoridade, da mentira manipulada, da do subversiva, da difuséo de erature e pani stas, sem qualquer medida que © cofba nem nenhum trabalho que neutralize os seus efei- tos no espirito do povo. 7. O espitito do povo também é lancado contra as F cas Armadas, sendo o Exército o alvo principal. E nao se: facil reconquisté-lo, quando se generaliza, premeditadamen- fe, pela Imprensa e outros meios, o empenho de grandes in- terésses con mesmo sentido, 9. Ob (@) A, DE LYRA TAVARES reunlio do Constino de Segurangs Neclons, ex 16 de jutho de 1068.) eee seren renOnC RED in EXPOSIGAO DE MOTIVOS DO MINISTRO DO EXERCITO DF, 05 de Set de 1968 DA REPUBLICA RA ALVES lament ‘na Universidade de Bras mos textual, a seguinte pergunta: “Quando 0 Bxéreito nao seré um valb 2 “Vera al 0 7 de ccuram explorar 0 evo e pedo as cat a presence de seus Flbos neae de 2, de eardter o depuiado em aprégo, no tade que Ihe 6 as Revlugéo de marco, néo exprimam 0 pensamento da ‘mara mais representativa do Povo Brasileiro, na sus dignt- dade intangivel e na respeitabilidade do seu préprio dectro, é jerare a ressouinci com que éles ecoam no salo do Exéreito, Porque 6 éle uma Insituicéo Nacio festina, precisamente, e por juramento de fidelidade, & de- {esa do regime e das’ Insituigies Naciontis, entre as qusis @estaca o Congresso Nacional, pelo papel essencial que Ihe cabe no fortalecimento da democracia $. Esté corto o Exéreito de que dentro da Harmonia, fe da Independinein dos Podéres Canstitaides (Art. 6° da onaitugto do Bray, que as Forgas Amadas ten mis da Constituisso), verbals snjustifi ‘de uma provoess rer para compromet2 6. to da gravidade evidente das ofencas dlti- ado MARCIO MOREIRA ALVES e do sen- els com que elas ane mais uniram os milta- antes de uma Insti sracia bras fm contelas dentro da disciplina e da serenidade das suas des, abediente ao Poder Civil e confiante nas providén- ia julgue devam ser adotédas (@) A DE LYRA TAVARES RECS Quem tem qualidade, mostra. ISO 9002 E cobra. (oprasse A unica empresa de cobranca da América orma ISO 9002. EOE nate ATO INSTITUCIONAL Ne 5, DE 13 DE DEZEMBRO DE 1963 (© Presidente da Repiblica Federativa do Brasil, ouvido 0 Cone onal, € siderando que a Revol 2 povo, Ge reconstru Brasil, de problems do prestig Ato Institucional n° 1, de 8 do abril de 1964); Considerando que 0 Gové pela execucio dagueles objetiv jando « compromiss ‘bem como porque o Pe titucional n.° 2, que # Revolu 16" ¢, portant mento nko pode ser detido; ©o e bsse m ldo pelo Pre Nacional para diseutir, Zo, estabelecen que esta, além no entanto mats disti que, aselm se torna Imperiosa 2 2doe sm seam Srustrades 08 ideais da m, a seguranca, a tranqill fe cultural ¢ a harmania polftica fe soolal da pais ecmprometides por p de guerra revolucion Considerando que es aa order fi lidagio do Movie que por éle se ponsabilizaram e jurarem defen Resolve Tt O FAIO Art, 1° 108 & ora dle, 26 voltando 08 Sas nes Constgoer ereerd fale essuam Tribunal de Contas, werd por bento valores publens. as ep Estadie © ius tonal, poderd destetar n intervengio gue cain, respeir== geardo das presro- icp sero noma co tnterésse de preservar a Revolugfo,o Fr onal, ¢ sth aa imitaghesprevstas na Contato, Sunpender on eiion olticas de quaimuer olds rove de 20 anos s camar mandatos leis fedrais, est ‘An. 89, 0 Presdente a Repos pacers, ep a, sem pean das eangte "ATO INSTITUCIONAL antidas a Constituiglo de 24 de faneizo as Con: Extaduais com as mod sntes déste Ato Institucional este Ato imports, 8 rivtlgio de $620 yor preva 11 — suspensio do dieita de volar © de ser voindo ma e atvidades 0 id santtestagso se 6 8) Mberdade vigiada; by prolgdo de sreguentar deterinados Iugare cretar & suspensi dos eresios po- ou probiges elativame eit. paolcas ou pu Aisoos yoderd fixer restrig6 fo. exetleo de quelsquer outs ‘As medidas de sequranga de que trata o item IV esdne pelo Minisode Estado da 9 de seu ato po Poder Judi. ‘Sots, defess a spre on teeais de: vialciedade, inamovilicade e estebiicede fem como.a de exrceio em fangdes por prazo eto Ree REY) ‘ Uma cidade tao inteligente que foi construida num lugar como este. Inteligéncia faz parte da Cidade do Rio de Janeiro desde a sua fundacdo Esta cidade inteligente, que pensa, que se atualiza, que se renova, que se gosta, & uma cidade que se respeita. Sobretudo é uma cidade que respeita seus cidaddos. E disto a Prefeitura tem o maior orgulho. , © pasrerrura 1.4 [ @ FoR

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