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Teoria e Questões Comentadas


Prof. Bruno Spencer - Aula 09
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Aula 09 – Coerência e Coesão Textual


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Aula 09 – Coerência e Coesão Textual

Olá, amigos!
Estamos chegando na reta final do curso.
Já estudamos bastantes assuntos - alguns deles um pouco mais
complexos – porém, todos importantes para formarmos essa base que temos
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no momento.
Vamos estudar nesta aula um tema que vem sendo muito cobrado pelas
bancas de concurso.
Esses conhecimentos serão muito úteis, tanto nas provas objetivas
quanto nas discursivas, por isso aproveitem bem o estudo.
Boa aula a todos!
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Sumário

1 – Coerência e Coesão Textual - O que é isso? .......................................... 3


2 – Coerência ........................................................................................ 3
3 – Coesão ............................................................................................ 4
4 –Questões Comentadas ........................................................................ 8
5 - Lista de Exercícios ........................................................................... 58
6 - Gabarito......................................................................................... 92
7 - Referencial Bibliográfico ................................................................... 92

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1 – Coerência e Coesão Textual - O que é isso?

Atualmente, muito tem se falado desse assunto, mas o que significa isso
exatamente?
São elementos fundamentais à construção textual, pois, para
escrevermos um bom texto, necessitamos que ele soe como uma unidade. Para
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isso, precisamos utilizar de maneira correta os elementos de coesão textual


e também expor os nossos argumentos de forma coerente.

2 – Coerência

A falta de coerência na argumentação deixa o texto totalmente sem


sentido. É como você dizer que está feliz porque perdeu o emprego e foi
abandonado pela namorada. Há algo errado não? Isso é um exemplo de falta
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de coerência.
Quando escrevemos um texto, devemos prestar bastante atenção ao que
utilizamos como argumentação, de modo que, cada informação apresentada
não se oponha a outra citada anteriormente, pois isso provocaria uma
incoerência em nosso texto.
Exemplo:
O impeachment é algo importante para a nossa democracia. Esse golpe será
uma passo rumo aos novos tempos da ditadura.
Repare que cada um dos períodos traz ideias opostas que se contradizem
e confundem o leitor. Sem entrarmos no mérito político, vamos a uma
argumentação coerente com o primeiro período.
O impeachment é algo importante para a nossa democracia. Ele constitui-se em
um mecanismo de controle político instituido pela nossa Constituição.
Por outro lado, também poderíamos reescrever o trecho acima, mesmo com
ideias opostas, coerentemente da seguinte maneira:
Para alguns o impeachment é algo importante para a nossa democracia;
enquanto que para outros, é um golpe que será uma passo rumo aos novos
tempos da ditadura.
Repare que agora é possível entender o que o texto pretende nos comunicar.

ESAF/AFC/STN/Contábil/2013

Assinale a opção em que, ao menos, um dos dois termos não completa correta
e coerentemente o texto abaixo.

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A memória do setor público no Brasil não pode _____ (A)_____ registros


tópicos, _____(B)_____ sucessão de elementos, atos e instrumentos de política
com influência _____(C)_____ sobre o curso da história econômica do país. As
últimas décadas, embora não _____(D)_____ avaliações inteiramente
favoráveis do ponto de vista dos resultados finais do processo de acumulação
de riquezas, ou de sua distribuição socialmente mais justa, exibem intensa
atividade institucional, como _____(E)_____ considerável esforço de
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transformação da gestão pública.

(http://www.bcb.gov.br/htms/infecon/finpub/manualfinpublp.pdf)

a) prescindir de / dispensar

b) diante da / em face da

c) ponderável / reflexiva

d) contem com / tenham


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e) contrapartida ao / condutividade a um

Comentários:
Alternativa A – Correta – O verbo prescindir é sinônimo de dispensar
(prescindir de algo = dispensar algo). Quando dizemos que algo é
imprescindível, significa dizer que é indispensável.
Alternativa B, C e D – Correta – As três alternativas trazem expressões que se
equivalem.
Alternativa E – Incorreta – Nesse trecho, temos dois elementos:
“... exibem intensa atividade institucional, como ________ considerável esforço
de transformação da gestão pública.”

Podemos dizer que o primeiro (intensa atividade institucional), ocorre em


contapartida a ou mesmo em consequência do segundo (considerável
esforço de transformação da gestão pública).

Por isso podemos dizer que o segundo é que CONDUZ ao primeiro e não vice-
versa.

Além disso, é importante mencionar que as duas expressões não se equivalem.

Gabarito: E

3 – Coesão

Quando não utilizamos bem os elementos coesivos (pronomes,


preposições, conjunções, substantivos e etc), o nosso texto fica como uma

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colcha de retalhos mal costurada, de difícil entendimento, pois as informações


ficam “soltas” e com muitas repetições desnecessárias.
Os elementos de coesão é que fazem esse papel de “costurar” as
informações, ligando-as de modo a constituir uma unidade textual.
Exemplo:
O Brasil é um país rico em recursos minerais. No Brasil, podemos encontrar
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minerais em abundância.
Note que as orações acima estão “soltas” e repetem desnecessariamente as
palavras “Brasil” e “minerais”, tornando o texto pobre, redundante e carente
de coesão.
Veja como podemos reescrever as mesmas ideias de forma coesa:

O Brasil é um país rico em recursos minerais. Aqui podemos encontrá-los em


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abundância.

Isso é o que chamamos de coesão referencial.


Note que, tanto o advérbio “aqui”, como o pronome “os” fazem
referência a termos já citados no texto (referência ANAFÓRICA). É a utilização
adequada desses recursos que faz um texto coeso.
Podemos, por meio da coesão referencial nos referir a um termo, um
período ou mesmo a um parágrafo inteiro.
Exemplo:
A dengue, hoje em dia, é um dos grandes problemas da saúde pública no
Brasil. Ela ocorre principalmente em áreas sem saneamento básico e causa
grandes transtornos à população mais carente, que é a mais vulnerável.
Essa situação ocorre devido à falta de investimentos do governo federal,
estadual e municipal.
No trecho acima, temos dois exemplos de coesão referencial. O pronome
“ela” substitui o substantivo “dengue”, enquanto a expressão “essa situação”
faz referência a todo o parágrafo anterior, fazendo a ligação com o novo
parágrafo e com as novas informações apresentadas no texto dissertativo.

OBSERVAÇÃO
A partir de hoje, quando ler um texto, preste bem atenção a esses
elementos de ligação, que aparecem constantemente, principalmente no início
de orações, períodos e parágrafos.

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CESPE/Ag. Adm./PF/2014
Embora não tivessem ficado claras as fontes geradoras de quebras da paz
urbana, o fenômeno social marcado pelos movimentos populares que tomaram
as ruas das grandes cidades brasileiras, em 2013, parecia tendente a se
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agravar.
As vítimas das agressões pessoais viram desprotegidas a paz e a segurança,
direitos sagrados da cidadania. Todos foram prejudicados.
Pôde-se constatar que, em outras partes do mundo, fenômenos sociais
semelhantes também ocorreram. Lá como cá, diferentes tipos de ação atingiram
todo o grupo social, gerando vítimas e danos materiais. Nem sempre a
intervenção das forças do Estado foi suficiente para evitar prejuízos.
Do ponto de vista global, notou-se que a quebra da ordem foi provocada em
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situações diversas e ora tornou mais graves as distorções do direito, ora


espalhou a insegurança coletivamente. Em qualquer das hipóteses, a população
dos vários locais atingidos viu-se envolvida em perdas crescentes.
Internet: <www1.folha.uol.com.br> (com adaptações).
Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto, julgue o item.
Os termos “Lá” e “cá” são utilizados como recursos para expressar circunstância
de lugar, o primeiro referindo-se a “outras partes do mundo” e o segundo, ao
Brasil.
Certo
Errado
Comentários:
Os advérbios “lá” e “cá” são elementos de coerência referencial anafórica
(referem-se a termos citados anteriormente).
Como estamos “cá” no Brasil, o que está em “outras partes do mundo”, pode,
perfeitamente, ser substituído por “lá”.
Tranquilo??? Sem mistério!
Gabarito: Certo

CESPE/AUFC/TCU/Cont. Externo/Auditoria Governamental/2013


O crescimento populacional e econômico, aliado à evolução dos mercados e à
complexidade das relações sociais, traduz-se em demandas por serviços
públicos mais sofisticados, em maior quantidade e com mais qualidade. Para

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estar à altura das exigências da sociedade do século XXI, o desafio que se coloca
ao país é a construção de um Estado “inteligente”, que incorpore os avanços
tecnológicos, a rapidez e as facilidades da era digital.
Em um país de dimensões continentais e com mais de cinco mil municípios,
como o Brasil, a boa gestão pública é condição necessária para o
desenvolvimento com sustentabilidade e inclusão social. É por meio de uma
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gestão eficaz que o governo reúne instrumentos para melhor atender às


demandas por políticas inclusivas e por serviços públicos em um ambiente de
crescimento e de fortes demandas sociais, com maior conscientização e
participação de uma sociedade plural.
Nesse cenário, fez-se necessário repensar o modelo de administração da
máquina pública. A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), em vigor desde maio
de 2000, estabelece, entre outras exigências, o equilíbrio das contas
governamentais, que possibilita ao Estado assumir o compromisso de investir
na melhoria da sua capacidade de execução e, assim,prestar serviços
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adequados e implementar políticas públicas eficazes e eficientes, garantindo, ao


mesmo tempo, transparência na execução de programas governamentais e
acesso desimpedido às informações solicitadas pelo cidadão.
Por dentro do Brasil. Modernização da gestão pública. Internet:
<http://www.brasil.gov.br> (com adaptações).
No que se refere às informações e aos aspectos linguísticos do texto, julgue o
próximo item.
No terceiro parágrafo, a expressão “Nesse cenário” retoma, por coesão, o
contexto anteriormente descrito: o do Brasil no século XXI, caracterizado por
um “ambiente de crescimento e de fortes demandas sociais, com maior
conscientização e participação de uma sociedade plural”.
Certo
Errado
Comentários:
Expressões como “nesse cenário”, nesse contexto, nessa situação são utilizadas,
normalmente, para iniciar parágrafos fazendo uma ligação com o parágrafo
anterior no qual foi descrito uma determinada situação. Certamente esse é o
caso do trecho que estamos analisando.
Aproveitamos para ressaltar a importância de manter-se a coesão textual na
mudança de parágrafos, pois o texto deve ser uma unidade sempre dotada
de elementos de ligação entre as ideias e argumentos nele apresentados.
Gabarito: Certo

Vamos aos exercícios!

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4 –Questões Comentadas

1) FCC/AJ/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Sandberg, que mudou totalmente o conceito espectador/obra de arte com o seu
trabalho de duas décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã, iniciou sua palestra
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elogiando a arquitetura do nosso MAM-RJ que, segundo ele, segue a sua teoria
de que o público deve ver a obra de arte de frente e não de lado, como acontece
até agora com o museu convencional de quatro paredes. O ideal, disse ele, é
que as paredes do museu sejam de vidro e que as obras estejam à mostra em
painéis no centro do recinto. O museu não é uma estrutura sagrada e quem o
frequenta deve permanecer em contato com a natureza do lado de fora:
A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a ter consciência da
nossa própria época, manter um espelho na frente do espectador no qual ele
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possa se reconhecer. Este critério nos leva também a mostrar a arte de todos
os tempos dentro do ambiente atual. Isso significa que devemos abolir o
mármore, o veludo, as colunas gregas, que são interpretações do século XIX.
Apenas a maior flexibilidade e simplicidade. A luz de cima é natural ao ar livre,
mas artificial ao interior. As telas são pintadas com luz lateral e devem ser
mostradas com luz lateral. A luz de cima nos permite encerrar o visitante entre
quatro paredes. Certos museólogos querem as quatro paredes para infligir o
maior número possível de pinturas aos pobres visitantes.
É de capital importância que o visitante possa caminhar em direção a um quadro
e não ao lado dele. Quando os quadros são apresentados nas quatro paredes,
o visitante tem de caminhar ao seu lado. Isso produz um efeito completamente
diferente, especialmente se não queremos que ele apenas olhe para o trabalho,
mas o veja. Isso é ainda mais verdadeiro em relação aos grandes museus de
arte contemporânea. Eles são grandes porque o artista moderno quer nos
envolver com o seu trabalho e deseja que entremos em sua obra. Ao organizar
o nosso museu, devemos ter consciência da mudança de mentalidade da nova
geração. Abolir todas as marcas do establishment: uniformes, cerimoniais,
formalismo. Quando eu era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas
dos pés, não ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam.
Realmente não sabemos se os museus, especialmente os de arte
contemporânea, devem existir eternamente. Foram criados numa época em que
a sociedade não estava bastante interessada nos trabalhos de artistas vivos. O
ideal seria que a arte se integrasse outra vez na vida diária, saísse para as ruas,
entrasse nas casas e se tornasse uma necessidade. Esta deveria ser a principal
finalidade do museu: tornar-se supérfluo”.
(Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada” [1974],
em Arte-Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73-75)

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...que o visitante possa caminhar em direção a um quadro e não ao lado dele.


(3º parágrafo)
Isso produz um efeito completamente diferente, especialmente se não
queremos que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja. (3º parágrafo)
...no qual ele possa se reconhecer. (2º parágrafo)
Nos segmentos acima, os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente,
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a:
a) visitante − trabalho − ele
b) quadro − trabalho − espelho
c) quadro − efeito − espectador
d) visitante − efeito − museu
e) quadro − ele − espectador
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Comentários:
Afirmativa I – “...que o visitante possa caminhar em direção a um quadro e
não (caminhar – verbo implícito) ao lado dele.”
O pronome “dele” refere-se ao termo “quadro”, pois “o visitante” (sujeito) é
justamente quem há de caminhar ao seu lado.
O pronome é utilizado acima com a intenção de evitar a repetição do
substantivo “visitante”.
Afirmativa II – “Isso produz um efeito completamente diferente, especialmente
se não queremos que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja.”
A segunda afirmativa assemelha-se muito com a primeira.
Dessa vez, o pronome “o” evita a repetição desnecessária do substantivo
“trabalho”.
O “visitante” (sujeito) deve olhar o trabalho e vê-lo (ver o trabalho).
Afirmativa III - “A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a
ter consciência da nossa própria época, manter um espelho na frente do
espectador no qual ele possa se reconhecer.”
O termo “espectador” é substituído pelo pronome “ele”, enquanto o nome
“espelho” referenciado pelo pronome relativo “no qual”.
É uma interpretação semântica, afinal, certamente, o espelho é um objeto no
qual a pessoa pode reconhecer-se.
Note que todos são casos de referência ANAFÓRICA. Os pronomes referem-se
a substantivos previamente citados no texto.
Gabarito: B

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2) FCC/Ana RH/ALMS/2016
Instituições e riscos
Sem convívio não há vida, sem convívio não há civilização. Mas para conviver
neste pequeno planeta, para se afastar da barbárie, os homens necessitam de
princípios e de regras, em suas múltiplas formas de agrupamento. Orientados
por tantos e tão diferentes interesses, premidos pelas mais diversas
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necessidades, organizamo-nos em associações, escolas, igrejas, sindicatos,


corporações, clubes, empresas, assembleias, missões etc., confiando em que a
força de um objetivo comum viabiliza a unificação de todos no corpo de uma
instituição. É o sentido mesmo de uma coletividade organizada que legitima a
existência e o funcionamento das instituições.
Mas é preciso sempre alertar para o fato de que, criadas para permitir o convívio
civilizado, as instituições também podem abrigar aqueles que se valem de seu
significado coletivo para mascarar interesses particulares. A corrupção e a
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fraude podem tirar proveito do prestígio de uma instituição, alimentando-se de


sua força como um parasita oportunista se aproveita do hospedeiro saudável.
Não faltam exemplos de deturpações e desvios do bom caminho institucional,
provocados exatamente por aqueles que deveriam promover a garantia do
melhor roteiro. Por isso, não há como deixar de sermos vigilantes no
acompanhamento das organizações todas que regem nossa vida: observemos
sempre se são de fato os princípios do bem coletivo que estão orientando a ação
institucional. Sem isso, deixaremos que a necessidade original de convívio, em
vez de propiciar a saúde do empreendimento social, dê lugar ao atendimento
do egoísmo mais primitivo.
(Teobaldo de Carvalho, inédito)

Os dois últimos períodos do texto são introduzidos pelas expressões “Por isso”
e “Sem isso”, que nesse contexto se referem, precisamente,
a) a um mesmo antecedente: a necessidade de ficarmos alertas.
b) a um mesmo antecedente: a ocorrência do parasitismo oportunista.
c) a estes dois respectivos antecedentes: um convívio civilizado e a boa saúde
do empreendimento social.
d) a estes dois respectivos antecedentes: desvios do roteiro desejável e
necessidade de vigilância.
e) a estes dois respectivos antecedentes: os bons princípios coletivos e o
egoísmo mais primitivo.
Comentários:
“Não faltam exemplos de deturpações e desvios do bom caminho
institucional, provocados exatamente por aqueles que deveriam promover a
garantia do melhor roteiro. Por isso, não há como deixar de sermos vigilantes

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no acompanhamento das organizações todas que regem nossa vida:


observemos sempre se são de fato os princípios do bem coletivo que estão
orientando a ação institucional. Sem isso, deixaremos que a necessidade
original de convívio, em vez de propiciar a saúde do empreendimento social, dê
lugar ao atendimento do egoísmo mais primitivo.”
Note que o primeiro “isso” faz referência ao desvio do rumo institucional
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(período imediatamente anterior), enquanto o segundo “isso” refere-se ao


período imediatamente anterior a ele, que trata da necessidade de vigilância no
acompanhamento das organizações.
Gabarito: D

3) FCC/Ag/ALMS/Apoio Legislativo/2016
Serviço público
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Entre os serviços oferecidos pelo Estado (com recursos provenientes da


arrecadação de impostos) e a população (sobretudo os que dependem
inteiramente da qualidade desses serviços), está a figura do servidor público.
Para fazer essa importante mediação, costuma-se garantir ao servidor a
estabilidade e o salário que lhe permitam exercer sua função com a
independência e a dignidade de quem não pode e não deve se submeter a troca
de favores ou de vantagens que não as da legislação que rege seu contrato de
trabalho.
Não convém esquecer que entre os servidores públicos, além dos que se
entregam ao cumprimento da burocracia, estão aqueles que têm importância
fundamental em áreas vitais como a Educação, a Saúde, a Segurança, o controle
do meio ambiente e outras que concorrem diretamente para qualificar nosso
nível de vida. Há quem julgue que todos os empreendimentos sociais deveriam
regular-se pelo Mercado, e não pelo Estado. Para quem assim pensa, a figura
do servidor público surge não como um cidadão operoso e eficiente, mas como
um entrave à excelência dos negócios, que se regulamentariam por si mesmos.
É nessa ordem de coisas que professores, médicos, agentes de segurança e
tantos outros profissionais do setor público precisam tomar em suas mãos a
responsabilidade de quem estabelece, na prática, o vínculo entre o cidadão e o
Estado, o indivíduo e sua cidadania. O contato entre o servidor e a população
deve espelhar uma relação de confiança em que, cidadãos ambos, reconhecem-
se como integrantes de uma mesma ordem social mediada pelo direito público
e não pelo privilégio privado. O equilíbrio entre o que o Estado tem o dever de
oferecer e o Mercado tem o interesse em vender e comprar é um desafio a ser
enfrentado pela sociedade moderna. A figura do servidor público é não apenas
emblemática: é a encarnação do vínculo profissional e humano entre os direitos
do povo e os deveres do Estado .
(Josimar Castelo, inédito)

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Atente para as seguintes frases:


I. O servidor público carece de estabilidade e boa remuneração.
II. A falta de estabilidade e de boa remuneração fragiliza a condição do servidor.
III. Um servidor fragilizado deixa de ser eficiente.
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As frases acima estão articuladas com correção e coerência em:


a) Quando a condição de um servidor é fragilizada pela falta de estabilidade e
boa remuneração, ele deixa de ser eficiente.
b) Por falta de estabilidade e de boa remuneração, de cujas se mostra carente,
o servidor fragilizado fica ineficiente.
c) Não há eficácia, quando um servidor, sempre carente de estabilidade e
remuneração, deixa por isso de ser eficiente.
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d) Por ser fragilizado, mesmo porque ele carece de estabilidade e boa


remuneração, um servidor deixa de ser eficiente.
e) Um servidor se torna ineficiente, caso a estabilidade e a boa remuneração
venham a faltar-lhe, assim lhe fragilizando.
Comentários:
Alternativa A – Correta – Perfeita utilização dos conectivos, estabelecendo as
relações semânticas adequadas.
Alternativa B – Incorreta – A frase acima é totalmente incoerente (sem
sentido), além de apresentar erro na utilização do pronome “cujo” e no emprego
das vírgulas.
Alternativa C – Incorreta – O período está gramaticalmente correto, no entanto
modifica o sentido original das frases do enunciado, inclusive, estabelecendo
uma ligação de causa e consequência entre a eficiência e a eficácia.
Alternativa D – Incorreta – A frase está gramaticalmente correta, mas deixa de
estabelecer o sentido original, o qual condiciona a fragilidade do servidor à
falta de estabilidade e de boa remuneração (relação de causa e consequência)
“A falta de estabilidade e de boa remuneração fragiliza a condição do servidor.”
Alternativa E – Incorreta – O período não me parece 100% fiel ao sentido
original das três frases, mas também não podemos dizer que está
semanticamente errado.
No entanto encontramos dois erros gramaticais no final do período, um no
emprego da vírgula (falta dela) e o outro na utilização do pronome relativo
errado.
Um servidor se torna ineficiente, caso a estabilidade e a boa remuneração
venham a faltar-lhe, assim lhe fragilizando.

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Um servidor se torna ineficiente, caso a estabilidade e a boa remuneração


venham a faltar-lhe, assim, fragilizando-o.
OBS – Em relação ao pronome “se”, a ênclise é a forma de colocação pronominal
mais adequada, pois não há palavra de atração. Podemos considerar a forma
acima em uma linguagem informal.
Gabarito: A
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4) FCC/TJ/TRT 15/Apoio Especializado/Enfermagem/2015


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se
traduz em alemão pela palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm
uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um sentimento
geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado
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abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade


nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o
uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente
como na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados,
mas que foram levados pela voragem do tempo ou afastados pela distância.
A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro.
Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao termo
português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de
valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em
consequência do temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à
palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo que ainda hoje vibra na
palavra portuguesa.
A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente
para significar aquela “ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade.
No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a
aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou
vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos
e os quais se espera alcançar ou obter no futuro.
Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração
envelhecido que relembra os tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a
expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com o olhar
firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras
têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua
ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação e a insatisfação.
Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é
portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida
transforma-se com mais facilidade em mola de ação.

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(Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial
do Estado, 1959, p. 2527)

... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores...
(2º parágrafo)
... um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos (4º
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parágrafo)
... a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de
ação. (4o parágrafo)
Os elementos destacados acima referem-se, no contexto, respectivamente, a:
a) “sehnsucht” alemã − tempos idos − mola de ação
b) termo português − saudade − palavra alemã
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c) escala cromática de valores − tempos idos − insatisfação


d) “sehnsucht” alemã − coração envelhecido − palavra alemã
e) escala cromática de valores − coração envelhecido − mola de ação
Comentários:
• “A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro.
Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao
termo português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala
cromática de valores...”
...sem que, contudo, toda a escala cromática de valores seja inerente a ela (a
“sehnsucht” alemã).

• “Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração


envelhecido que relembra os tempos idos...”
Quem relembra os tempos idos?? O coração envelhecido, claro.

• Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é
portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida
transforma-se com mais facilidade em mola de ação. “
Onde está contida a insatisfação? Na palavra alemã.
Gabarito: D

5) FCC/ACI (CGM São Luís)/Pref SL/Abrangência Geral/2015


Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.

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Pretende-se discutir aqui alguns aspectos da obra de Gilberto Freyre focalizando


seu livro de estreia, Casa-grande & senzala, cuja publicação em 1933 levanta
questões até hoje importantes para o entendimento do passado brasileiro.
Cabe observar, antes de prosseguir, que o debate intelectual sobre os destinos
do país estava, naquele momento(a), profundamente marcado pelo tema da
mestiçagem.
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Mas a mestiçagem, isto é, o contato sexual entre grupos étnicos distintos,


costumava ser apresentada como um problema: ora implicava esterilidade −
biológica e cultural −, inviabilizando assim o desenvolvimento nacional, ora
retardava o completo domínio da raça branca, dificultando o acesso do Brasil
aos valores da civilização ocidental.
O enorme impacto produzido pelo surgimento da obra, que(b) aprofundava a
contribuição pioneira de alguns outros autores como Manuel Quirino, Lima
Barreto e Manoel Bomfim, concorreu para alterar essa avaliação(c), ao enfatizar
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não só o valor específico das influências indígenas e africanas, como também a


dignidade da híbrida e instável articulação de tradições que(d) teria
caracterizado a colonização portuguesa. Isso(e) só foi possível, segundo o
próprio Gilberto, pelo seu vínculo com a antropologia americana e com a
orientação relativista de Franz Boas − ele obteve um título de mestre em
Columbia, em 1922 − que lhe teria permitido separar a noção de raça da de
cultura e conferir a esta última primazia na análise da vida social.
(ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. "Chuvas de verão. 'Antagonismos em
equilíbrio' em Casagrande & senzala de Gilberto Freyre. In: Um enigma
chamado Brasil: 29 intérpretes e um país. André Botelho e Lilia Moritz
Schwarcz (oganizadores). São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 200)

Associam-se corretamente um segmento do texto e o trecho que ele retoma,


precisamente demarcado, em:
a) naquele momento / do passado brasileiro.
b) que / impacto.
c) essa avaliação / o acesso do Brasil aos valores da civilização ocidental.
d) que / a híbrida e instável articulação de tradições.
e) Isso / a colonização portuguesa.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O AAV “naquele momento” retoma o ano de 1993,
quando foi publicada a obra de Gilberto Freire. É o único momento citado no
texto.
“Pretende-se discutir aqui alguns aspectos da obra de Gilberto Freyre
focalizando seu livro de estreia, Casa-grande & senzala, cuja publicação em

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1933 levanta questões até hoje importantes para o entendimento do passado


brasileiro.
Cabe observar, antes de prosseguir, que o debate intelectual sobre os destinos
do país estava, naquele momento, profundamente marcado pelo tema da
mestiçagem. “
Alternativa B – Incorreta – O pronome relativo “que” retoma “obra” e equivale
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a “a qual”.
“O enorme impacto produzido pelo surgimento da obra, que/a qual
aprofundava a contribuição pioneira de alguns outros autores...”
Alternativa C – Incorreta – O termo “essa avaliação” refere-se ao fato de julgar-
se a mestiçagem um problema.
“Mas a mestiçagem, isto é, o contato sexual entre grupos étnicos distintos,
costumava ser apresentada como um problema: ora implicava esterilidade −
biológica e cultural −, inviabilizando assim o desenvolvimento nacional, ora
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retardava o completo domínio da raça branca, dificultando o acesso do Brasil


aos valores da civilização ocidental.
O enorme impacto produzido pelo surgimento da obra, que aprofundava a
contribuição pioneira de alguns outros autores como Manuel Quirino, Lima
Barreto e Manoel Bomfim, concorreu para alterar essa avaliação
Alternativa D – Correta – O pronome relativo “que” retoma o termo equivalendo
ao pronome “a qual”.
“ao enfatizar não só o valor específico das influências indígenas e africanas,
como também a dignidade da híbrida e instável articulação de tradições que
teria caracterizado a colonização portuguesa.
Alternativa E – Incorreta – O pronome “isso” refere-se a todo o período anterior
que trata da contribuição da obra para a mudança de perspectiva em relação à
colonização portuguesa.
“O enorme impacto produzido pelo surgimento da obra, que aprofundava a
contribuição pioneira de alguns outros autores como Manuel Quirino, Lima
Barreto e Manoel Bomfim, concorreu para alterar essa avaliação, ao enfatizar
não só o valor específico das influências indígenas e africanas, como também a
dignidade da híbrida e instável articulação de tradições que teria caracterizado
a colonização portuguesa. Isso só foi possível, segundo o próprio Gilberto, pelo
seu vínculo com a antropologia americana e com a orientação relativista de
Franz Boas...
Gabarito: D

6) FCC/AJ/TRE PB/Administrativa/2015
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

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O rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. Chamavam-no "o rio". E era tudo.
Em tempos antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras
apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era
largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo
pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia
de 68. Para nós meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de
verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam
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para lavar os cavalos e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as
bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos
banhos, nos cangapés. Os aruás cobriam os lajedos, botando gosma pelo casco.
Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio
cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o
bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando
ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de
palha para o banho das moças. As minhas tias desciam para a água fria do
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Paraíba que ainda não cortava sabão.


O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. Quando estava ele de
barreira a barreira, no marizeiro maior, amarravam a canoa que Zé Guedes
manobrava.
Vinham cargueiros do outro lado pedindo passagem. Tiravam as cangalhas dos
cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força, os animais, com as
cabeças agarradas pelo cabresto, seguiam nadando ao lado da embarcação.
Ouvia então a conversa dos estranhos. Quase sempre eram aguardenteiros
contrabandistas que atravessavam, vindos dos engenhos de Itambé com
destino ao sertão. Falavam do outro lado do mundo, de terras que não eram de
meu avô. Os grandes do engenho não gostavam de me ver metido com aquela
gente. Às vezes o meu avô aparecia para dar gritos. Escondia-me no fundo da
canoa até que ele fosse para longe. Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos
na beira do rio e não havia ninguém. O Paraíba dava somente um nado e corria
no manso, sem correnteza forte. Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa
comigo, e quando procurou manobrar era impossível. A canoa foi descendo de
rio abaixo aos arrancos da água. Não havia força que pudesse contê-la.
Pus-me a chorar alto, senti-me arrastado para o fim da terra. Mas Zé Guedes,
vendo a canoa solta, correu pela beira do rio e foi nos pegar quase que no Poço
das Pedras. Ricardo nem tomara conhecimento do desastre. Estava sentado na
popa. Zé Guedes porém deu-lhe umas lapadas de cinturão e gritou para mim:
− Vou dizer ao velho!
Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com
medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria ele a ser
para mim mestre de vida.
(REGO, José Lins do. "O Rio". In: VV.AA. O Melhor da Crônica Brasileira. Rio
/de Janeiro: José Olympio Editora, 1997, p. 43)

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Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim mestre de vida. (último
parágrafo)
Não havia força que pudesse contê-la. (3º parágrafo)
Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. (1º parágrafo)
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Nas frases acima, os pronomes sublinhados referem-se respectivamente a:


a) rio − canoa − aruá
b) Zé Guedes − água − aruá
c) rio − correnteza − povo
d) Zé Guedes − canoa − povo
e) Zé Guedes − correnteza – aruá
Comentários:
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O pronome “ele” refere-se ao rio. Repare que ele, o rio, é quem ocupa o centro
do texto.
• Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei
com medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria
ele a ser para mim mestre de vida.
A canoa é que precisava ser detida para não descer rio abaixo.
• A canoa foi descendo de rio abaixo aos arrancos da água. Não havia força
que pudesse contê-la.
O que tinha gosto de lama? Os aruás.
• Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama.
Gabarito: A

7) FCC/AM/MPE PB/Analista de Sistemas/Desenvolvedor/2015


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
O que me moveu, inicialmente, a fazer este texto foi uma sensação produzida
por uma viagem ao Havaí. Sensação de que se é parte de um cenário. Na praia
de Waikiki, os hotéis têm lobbies que se comunicam, pontuados por belíssimos
(mas falsos) jardins tropicais, sem uma folha no chão, lagos com peixes
coloridos, tochas, belos gramados e, evidentemente, muitas lojas. Um filme de
Elvis Presley.
Honolulu é um dos milhares de exemplos a que podemos recorrer. A indústria
do turismo cria um mundo fictício de lazer, onde o espaço se transforma em
cenário e, desse modo, o real é transfigurado para seduzir e fascinar.

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O espaço produzido pela indústria do turismo é o presente sem espessura, sem


história, sem identidade. O lugar é, em sua essência, produção humana, visto
que se transforma na relação entre espaço e sociedade. O sujeito pertence ao
lugar como este a ele. A indústria turística produz simulacros de lugares.
Mas também se produzem modos de apropriação dos lugares. A indústria do
turismo produz um modo de estar em Nova York, Paris, Roma, Buenos Aires...
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É evidente que não se pode dizer que essas cidades sejam simulacros, pois é
claro que não o são; entretanto, o pacote turístico ignora a identidade do lugar,
sua história e modo de vida, banalizando-os.
Os pacotes turísticos tratam o turista como mero consumidor, delimitando o que
deve ou não ser visto, além do tempo destinado a cada atração, num incessante
"veja tudo depressa".
Essa rapidez impede que os olhos desfrutem da paisagem. Passa-se em
segundos por séculos de civilização, faz-se tábula rasa da história de gerações
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que se inscrevem no tempo e no espaço. Num autêntico tour de force


consentido, pouco espaço é destinado à criatividade. Por sua vez, o turista vê
sufocar um desejo que nem se esboçou, o de experimentar.
No fim do caminho, o cansaço; o olhar e os passos medidos em tempo produtivo,
que aqui se impõe sem que disso as pessoas se deem conta. Não cabem passos
lentos, olhares perdidos. O lazer produz a mesma rotina massacrante,
controlada e vigiada que o trabalho.
Como indústria, o turismo não parece criar a perspectiva do lazer como
possibilidade de superação das alienações do cotidiano. Só a viagem como
descoberta, busca do novo, abre a perspectiva de recomposição do passo do
flâneur, daquele que se perde e que, por isso, observa. Walter Benjamin lembra
que "saber orientar-se em uma cidade não significa muito. No entanto, perder-
se numa cidade, como alguém se perde numa floresta, requer instrução".
(Adaptado de Ana Fani Alessandri Carlos. Disponível em:
http://www.cefetsp.br/edu/eso/lourdes/turismoproducaonaolugar.html)
... pois é claro que não o são... (4º parágrafo)
... banalizando-os. (4º parágrafo)
... que se inscrevem no tempo e no espaço. (6º parágrafo)
Os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
a) simulacros − a identidade do lugar, sua história e modo de vida − gerações
b) pacote turístico − modo de vida − tábula rasa
c) cidades − os pacotes turísticos − gerações
d) simulacros − os pacotes turísticos − história
e) pacote turístico − a identidade do lugar, sua história e modo de vida − tábula
rasa

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Comentários:
Vamos fazer as correspondências pelas cores.
“Mas também se produzem modos de apropriação dos lugares. A indústria do
turismo produz um modo de estar em Nova York, Paris, Roma, Buenos Aires...
É evidente que não se pode dizer que essas cidades sejam simulacros, pois é
claro que não o são; entretanto, o pacote turístico ignora a identidade do lugar,
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sua história e modo de vida, banalizando-os.”


“Essa rapidez impede que os olhos desfrutem da paisagem. Passa-se em
segundos por séculos de civilização, faz-se tábula rasa da história de gerações
que se inscrevem no tempo e no espaço. Num autêntico tour de force
consentido, pouco espaço é destinado à criatividade. Por sua vez, o turista vê
sufocar um desejo que nem se esboçou, o de experimentar.”
Item 1 – “não se pode dizer que essas cidades sejam simulacros, pois é claro
que não o são” - (pois é claro que essas cidades não são simulacros)
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Item 2 – “a identidade do lugar, sua história e modo de vida, banalizando-os.”


– (banalizando a identidade do lugar, sua história e modo de vida)
Item 3 – “... faz-se tábula rasa da história de gerações que se inscrevem no
tempo e no espaço. – (as gerações inscrevem-se no tempo e no espaço)
Gabarito: A

8) FCC/AJ/TRT 19/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a
avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a
fronteira com a China.
O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda,
antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de
especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis
séculos atrás.
Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados
por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos
trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an
− cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de
terracota − era a capital da China.
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam
por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então
percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além.

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Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à


medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China
se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da
costa.
Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas
nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as
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indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.


O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de
Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o
canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz
esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o
trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável.
Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora
algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal.
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Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das


temperaturas que podem atingir 40 °C negativos.
(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)

Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre


a) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e a atual transferência
da produção industrial para o interior do país.
b) a redução de tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a
aceleração da venda de produtos de informática.
c) o uso de caminhões para o transporte de carga e a atual mudança da
geografia econômica da China.
d) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota da Seda e o aumento
nos custos do transporte marítimo.
e) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade Média e a diminuição
na demanda do Ocidente por especiarias e seda.
Comentários:
Alternativa A – Correta – “Os custos trabalhistas nas cidades do leste da China
dispararam na última década. (causa) Por isso as indústrias estão transferindo
sua produção para o interior do país. (consequência)”
Alternativa B – Incorreta – O texto não aponta relação causal entre a diminuição
do “tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a aceleração da
venda de produtos de informática”. Ele apenas indica que, hoje, está sendo
utilizada para esse transporte.

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“Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados
por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.”
Alternativa C – Incorreta – Não há relação de causa.
Alternativa D – Incorreta – O texto informa que o transporte marítimo é, na
verdade, mais barato, porém agrega custo devido ao tempo que leva para
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chegar ao destino.
Alternativa E – Incorreta – O texto não indica a causa por que a Rota da Seda
caiu em desuso.
Gabarito: A

9) FCC/Cons Leg (Cam Mun SP)/Biblioteconomia/2014


Atenção: A questão referem-se ao texto seguinte.
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[Representações da infância]
Para vários escritores, as origens de suas narrativas estão na infância e na
juventude, cujo mundo é uma promessa de um futuro livro. A memória incerta
e nebulosa do passado acende o fogo de uma ficção no tempo presente.
Cada escritor elege seu paraíso. E a infância, um paraíso perdido para sempre,
pode ser reinventada pela literatura. Mas há também vestígios de inferno no
passado, e isso também interessa ao escritor. Traumas, decepções, desilusões
e conflitos alimentam trançados de eventos, tramas sutis ou escabrosas,
veladas ou escancaradas.
Cenas e conversas que presenciamos − ou que foram narradas por amigos e
parentes − permanecem na nossa memória com a força de algo verdadeiro, que
nos toca e inquieta. A infância, com seus sonhos e pesadelos, é prato cheio para
a psicanálise, mas também para a literatura.
(HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras,
2013. p. 180)

A frase A infância, com seus sonhos e pesadelos, é prato cheio para a


psicanálise, mas também para a literatura está reescrita de modo a conservar
o sentido, a correção e a clareza em:
a) Por meio de seus sonhos e pesadelos, a infância não é apenas prato cheio
para a literatura, e ainda o é para a psicanálise.
b) Tanto a literatura como a psicanálise absorvem o prato cheio da infância,
assim como seus sonhos e pesadelos.
c) Por constituir um prato cheio tanto para a psicanálise como a literatura, a
infância se apresenta com sonhos e pesadelos.

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d) Constituída por sonhos e pesadelos, não só a psicanálise, pois também a


literatura, veem na infância o prato cheio.
e) Tanto a psicanálise como a literatura encontram na infância, com os sonhos
e pesadelos que ela encerra, um prato cheio.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – A expressão “por meio de” tem valor semântico de
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meio, enquanto a expressão original “com” tem valor de inclusão. Ainda, a


expressão “e ainda” deveria ser substituída por mas também.
Alternativa B – Incorreta – A frase distorceu o sentido da frase original.
Alternativa C – Incorreta – A alternativa pecou ao atribuir um valor de causa
ao fato de a infância “constituir um prato cheio tanto para a psicanálise como a
literatura”.
Alternativa D – Incorreta – Não clareza na frase proposta. Pelo contrário, a
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forma como é construída leva o leitor a crer que a psicanálise é constituída de


sonhos e pesadelos.
Alternativa E – Correta
Gabarito: E

10) FCC/AJ/TRF 3/Apoio Especializado/Arquivologia/2014


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana mais bem
repartida: nenhum privilegiado reivindica ignorância em relação a ela ou se
vangloria de conhece-la melhor que qualquer outro. Violência nascida no próprio
âmago do indivíduo, ela dilacera sua presença e o esgota, dissolve-o no abismo
que nele se abriu, esmaga-o no sentimento de um imediato sem nenhuma
perspectiva. Rompe-se a evidência da relação do indivíduo consigo e com o
mundo.
A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo enquanto
goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do enraizamento
físico de sua existência, desde que nenhum obstáculo se interponha entre seus
projetos e o mundo. De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível;
sua espessura é apagada pelas ritualidades sociais e pela repetição incansável
de situações próximas umas das outras. Aliás, esse ocultar o corpo da atenção
do indivíduo leva René Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio dos
órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência
em que o sujeito é de seu corpo”.
(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, São Paulo, Editora
FapUnifesp, 2013, p. 256)

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Os pronomes grifados nos segmentos ... enraizamento físico de sua existência,


... sua espessura é apagada... e ... ela é um estado de inconsciência... (2o
parágrafo) referem-se, respectivamente, a:
a) enraizamento físico, corpo e atenção do indivíduo.
b) homem, corpo e saúde.
c) dor, vida cotidiana e saúde.
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d) enraizamento físico, corpo e vida no silêncio.


e) homem, vida cotidiana e saúde.
Comentários:
Vamos retomar o texto e examinar bem os períodos para verificarmos os
termos referentes dos pronomes indicados. Todos fazem referência
anafórica (a termos citados anteriormente no texto).
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A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo


enquanto goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do
enraizamento físico de sua existência (existência de quem?), desde que
nenhum obstáculo se interponha entre seus projetos e o mundo.
De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível; sua espessura é
apagada (a espessura de que é apagada?) pelas ritualidades sociais e pela
repetição incansável de situações próximas umas das outras.
Aliás, esse ocultar o corpo da atenção do indivíduo leva René Leriche a definir a
saúde como “a vida no silêncio dos órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta
que ela é um estado de “inconsciência (ela quem?) em que o sujeito é de seu
corpo”.
Gabarito: B

11) FCC/Esc/BB/"Sem Área"/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos dois motores de um fenômeno
que transformaria para sempre a natureza das relações internacionais: a
primeira onda da chamada globalização. O outro motor daquela era de
florescimento extraordinário das trocas comerciais e culturais era um império
do outro lado do planeta − a China. Só na década de 1650, 40 000 homens
partiram dos portos holandeses rumo ao Oriente, em busca dos produtos
cobiçados que se fabricavam por lá. Mas a derrota em uma guerra contra a
França encerrou os dias da Holanda como força dominante no comércio mundial.
Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte
testemunhou a consequência maior delas: o estabelecimento de um poderoso
cinturão de comércio que ia da Europa à Ásia. "O sonho de chegar à China é o
fio imaginário que percorre a história da luta da Europa para fugir do

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isolamento", diz o escritor canadense Timothy Brook, no livro O chapéu de


Vermeer.
Isso determinou mudanças de comportamento e de valores: "Mais gente
aprendia novas línguas e se ajustava a costumes desconhecidos". O estímulo a
esse movimento era o desejo irreprimível dos ocidentais de consumir as
riquezas produzidas no Oriente. A princípio refratários ao comércio com o
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exterior, os governantes chineses acabaram rendendo-se à evidência de que o


comércio significava a injeção de riqueza na economia local (em especial sob a
forma de toneladas de prata).
Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século XVII eram a tradução de
um mesmo espírito de liberdade comercial. Mas deveu-se só à Holanda a
invenção da pioneira engrenagem econômica transnacional. A Companhia das
Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo, criada em
1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas. Beneficiando-se dos
baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a grande
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potência empresarial do século XVII.


(Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136137, 29 ago. 2012)

Isso determinou mudanças de comportamento e de valores ... (3o parágrafo)


O pronome grifado evita a repetição, no texto, da expressão:
a) o estabelecimento de um poderoso cinturão de comércio.
b) a primeira onda da chamada globalização.
c) a derrota em uma guerra contra a França.
d) o desejo irreprimível dos ocidentais.
e) a injeção de riqueza na economia local.
Comentários:
O pronome “isso” funciona como elemento de coesão textual, fazendo
referência ao conteúdo do parágrafo anterior (referência anafórica) e ligando-
o com parágrafo seguinte. O pronome “isso” refere-se precisamente ao trecho
marcado em azul que é a ideia principal do parágrafo anterior.
“Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte
testemunhou a consequência maior delas: o estabelecimento de um
poderoso cinturão de comércio que ia da Europa à Ásia. "O sonho de
chegar à China é o fio imaginário que percorre a história da luta da Europa para
fugir do isolamento", diz o escritor canadense Timothy Brook, no livro O chapéu
de Vermeer.
Isso determinou ... “
Gabarito: A

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12) FCC/AJ/TRE RO/Judiciária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Pintor, gravador e vitralista, Marc Chagall estudou artes plásticas na Academia
de Arte de São Petersburgo. Seguindo para Paris em 1910, ligou-se aos poetas
Blaise Cendrars, Max Jacob e Apollinaire − e aos pintores Delaunay, Modigliani
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e La Fresnay.
A partir daí, trabalhou intensamente para integrar o seu mundo de
reminiscências e fantasias na linguagem moderna derivada do fauvismo e do
cubismo.
Na década de 30, o clima de perseguição e de guerra repercute em sua pintura,
onde surgem elementos dramáticos, sociais e religiosos. Em 1941, parte para
os EUA, onde sua esposa falece (1944). Chagall mergulha, então, em um
período de evocações, quando conclui o quadro "Em torno dela", que se tornou
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uma síntese de todos os seus temas.


(Adaptado de: educação.uol.com.br/biografias/marcchagall. html)

No texto, evita-se a repetição do termo onde (3o parágrafo), substituindo o


segmento onde surgem por:
a) em que apresenta.
b) cuja apresenta.
c) que apresentam.
d) que passa a apresentar.
e) na qual apresenta-se.
Comentários:
No período acima, o pronome relativo “onde” foi utilizado substituindo “em sua
pintura”, porém com função de adjunto adverbial de lugar. Vamos explicar
colocando a oração em ordem direta:
elementos dramáticos, sociais e religiosos (sujeito) surgem (V Intansitivo) em
sua pintura (onde) – AAV de lugar
Alternativa A – Incorreta – Ao utilizarmos o termo “que apresenta”, o sujeito da
oração passa a ser “que” referindo-se a “sua pintura”, por isso não cabe a
preposição “em”, pois não se pode preposicionar o sujeito. Por outro lado,
se usarmos a forma passiva poderíamos utilizar a expressão “em que”.
“... em sua pintura, em que se apresentam/em que são apresentados
elementos dramáticos, sociais e religiosos”
Alternativa B – Incorreta – O pronome “cuja” é inadequado para o texto, pois
indica posse.

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Alternativa C – Incorreta – A forma é incorreta, pois, o sujeito passaria a ser


“que” se referindo a “sua pintura” devendo o verbo “apresentar” ser flexionado
no singular.
“... em sua pintura, que apresenta elementos dramáticos, sociais e religiosos”
Alternativa D – Correta – Aqui, o termo “sua pintura” passa a ser o sujeito da
oração, no entanto a correção e sentido da oração são preservados.
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“... em sua pintura, que passa a apresentar elementos dramáticos, sociais e


religiosos”
Alternativa E – Incorreta – A alternativa estaria correta, se o verbo
“apresentar-se” estivesse no plural concordando com o sujeito passivo
“elementos dramáticos, sociais e religiosos”, constituindo-se a forma PASSIVA
SINTÉTICA.
“... em sua pintura, na qual apresentam-se/na qual são apresentados
elementos dramáticos, sociais e religiosos”
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Gabarito: D

13) CESPE/Tec/INSS/2016
Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes monarquias jamais
deixaram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes
de princesas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados
diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os monarcas portugueses, após
o terremoto que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços,
terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José chamava-a de
joia maior do tesouro real. D. João VI, mesmo na correria da partida para o
Brasil, não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a Real Biblioteca
aportou nos trópicos, e foi até mesmo tema de disputa.
Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br> (com adaptações).

Acerca de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto acima, julgue o item que
se segue.
A expressão “essas coleções” retoma, por coesão, o termo “Bibliotecas”.
Certo
Errado
Comentários:
“Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes monarquias jamais
deixaram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes
de princesas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados
diplomáticos versaram sobre essas coleções.”

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Todos os termos grifados acima referem-se a “bibliotecas” a fim de evitar a


repetição daquele termo, o que tornaria o texto pobre e redundante.
Trata-se de um mecanismo de coesão textual, chamado coesão referencial.
Note que “biblioteca” significa um conjunto de livros ou mesmo uma coleção
deles.
Gabarito: Certo
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14) CESPE/AFCE/TCE SC/Controle


Externo/Administração/2016
É inegável que o Estado representa um ônus para a sociedade, já que, para
assegurar o seu funcionamento, consome riquezas da sociedade. Representa,
porém, um mal necessário, pois até agora não se conseguiu arquitetar
mecanismo distinto para catalisar a vida em comunidade. Então, se do Estado
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ainda não pode prescindir a civilização, cabe-lhe aprimorá-lo, buscando otimizar


o seu funcionamento, de modo a torna-lo menos oneroso, mais eficiente e
eficaz.
O bom funcionamento do Estado, que inclui também o bom funcionamento de
suas estruturas encarregadas do controle público (Ministério Público, Poder
Legislativo e tribunais de contas, entre outros), vem sendo alçado à condição
de direito fundamental dos indivíduos. Pressupõe, notadamente sob as luzes do
princípio constitucional da eficiência, os deveres de cuidado e de cooperação.
O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do
interesse público. Em decorrência desse postulado, todo agente público tem o
dever de, no cumprimento fiel de suas atribuições, perseguir o interesse público
manifesto na Constituição Federal e nas leis. Conduz, portanto, à ideia de
vedação da omissão, já que deixar de cumprir tais atribuições evidenciaria
conduta ilícita.
O dever de cuidado conduz, ainda, a uma ampla interação entre as estruturas
públicas de controle, ou seja, é um dever de cooperação, não como faculdade,
mas como obrigação que, em regra, dispensa formas especiais, como previsões
normativas específicas, convênios e acordos.
Sob essa perspectiva, o controle público do Estado deve incorporar à sua cultura
institucional o compromisso com o direito fundamental ao bom funcionamento
do Estado.
Nesse contexto, os deveres de cuidado e de cooperação se impõem a todas as
estruturas do Estado destinadas a promover o controle da máquina estatal.
A observância do dever de cuidado e do de cooperação — traduzida, portanto,
na atuação comprometida e concertada das estruturas orientadas para a função
de controle da gestão pública — deve promover, entre os agentes e órgãos de
controle, comportamentos de responsabilidade e responsividade. Por

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responsabilidade entenda-se o genuíno compromisso com a integralidade do


ordenamento jurídico, o que pressupõe, acima de tudo, o reconhecimento de
um regime de vedação da omissão. Responsividade, por sua vez, traduz o
comportamento orientado a oferecer respostas rápidas e proativas,
impregnadas de verdadeiro compromisso com a ideia-chave de promover o bom
funcionamento do Estado.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Diogo Roberto Ringenberg. Direito fundamental ao bom funcionamento do


controle público. In: Controle Público, n.º 10, abr./2011, p. 55 (com
adaptações).

Com relação às estruturas linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item a


seguir.
No terceiro período do texto, as formas pronominais “lo”, em suas duas
ocorrências — “aprimorá-lo” e “torna-lo” —, e “seu” referem-se a “Estado”.
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Certo
Errado
Comentários:
“Então, se do Estado ainda não pode prescindir a civilização, cabe-lhe
aprimorá-lo, buscando otimizar o seu funcionamento, de modo a torná-lo menos
oneroso, mais eficiente e eficaz.”
Isso pessoal, se a civilização ainda não pode abrir mão (prescindir) do Estado,
deve buscar a melhoria dele (do Estado).
Novamente, temos um caso de coesão referencial anafórica.
Gabarito: Certo

15) CESPE/ATA/DPU/2016
Texto para o item.
No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou
justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O
surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então
existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já
dava início a situações em que constantemente as partes se viam
impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A
partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com
o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser
garantida nas cartas constitucionais.
No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das
garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever
que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária,

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criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de


emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946
previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder
público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos
necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060,
que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos
necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento
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que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de


atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito
municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples
afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova
redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950.
Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar
o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que
abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda
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judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos


jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de
ações coletivas e mediação.
Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide
judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode,
mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa,
garantida pela Constituição Federal vigente.
Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet:
<http://jus.com.br> (com adaptações)

Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item
subsecutivo.
A substituição de “ratificado” por confirmada manteria a coerência do texto,
embora seu sentido fosse alterado.
Certo
Errado
Comentários:
“Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples afirmação (da
pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova redação a
dispositivos da Lei n.º 1.060/1950.”
Note o detalhe que o termo “ratificado” está no masculino, por isso podemos
concluir que ele se refere ao termo “art. 1.º, § 2.º”, que também é masculino.
Ao trocarmos o adjetivo por “confirmada” (feminino), por uma questão de
concordância, este irá referir-se a outro termo, qual seja, “Lei n.º 5.478/1968”
que é feminino.

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Assim, o sentido do período será modificado, embora o texto não fique


gramaticalmente incorreto.
Gabarito: Certo

16) CESPE/ATA/DPU/2016
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Texto para o item.


No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou
justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O
surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então
existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já
dava início a situações em que constantemente as partes se viam
impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A
partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com
o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser
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garantida nas cartas constitucionais.


No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das
garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever
que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária,
criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de
emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946
previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder
público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos
necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060,
que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos
necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento
que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de
atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito
municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples
afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova
redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950.
Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar
o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que
abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda
judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos
jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de
ações coletivas e mediação.
Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide
judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode,
mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa,
garantida pela Constituição Federal vigente.

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Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet:


<http://jus.com.br> (com adaptações)

Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item
subsecutivo.
A supressão da vírgula empregada logo após “prerrogativa” manteria a
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coerência do texto, embora alterasse o seu sentido.


Certo
Errado
Comentários:
O trecho “garantida pela Constituição Federal vigente” consiste em uma oração
subordinada adjetiva explicativa reduzida de particípio, pois é separada por
vírgula.
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Ao retirarmos essa pontuação, a oração deixa de ter caráter explicativo e


passa a ter um caráter restritivo em relação ao sentido do termo
“prerrogativa”.
Gabarito: Certo

17) CESPE/AFCE/TCE SC/Controle


Externo/Administração/2016
Texto CB2A2BBB
O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial
danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação
preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço
público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse
público.
Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um
órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido
de uma atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e
valores públicos.
De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), a integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve
aspectos positivos que, em última análise, influenciam os resultados da
administração, e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE compreende
um sistema de integridade como um conjunto de arranjos institucionais, de
gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da
integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os
princípios éticos.

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Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas


para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e
outros desvios dentro de determinada organização.
Internet: <www.cgu.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos e às ideias do texto CB2A2BBB.


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A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso o seguinte trecho fosse


incluso como continuação do segundo parágrafo:
Assim sendo, a integridade pública pode ser compreendida como uma virtude
ou qualidade dos agentes que atuam, em uma determinada organização, de
maneira proba, em favor do interesse público e em conformidade com os
princípios, normas ou valores que norteiam a administração pública.
Certo
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Errado
Comentários:
A questão é dirigida à análise semântica dos dois parágrafos, a fim de
verificarmos a coerência entre os dois.
Podemos notar que o parágrafo proposto, faz apenas uma releitura, ou mesmo,
propõe uma explicação do segundo parágrafo, trazendo os mesmos elementos
do anterior, mas, explicando de maneira um pouco diferente, a fim de dar maior
clareza e ênfase ao que já fora afirmado.
Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um
órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido
de uma atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e
valores públicos.
Assim sendo, a integridade pública pode ser compreendida como uma virtude
ou qualidade dos agentes que atuam, em uma determinada organização, de
maneira proba, em favor do interesse público e em conformidade com os
princípios, normas ou valores que norteiam a administração pública.
Gabarito: Certo

18) CESPE/Tec GT/TELEBRAS/Assistente Técnico/2015


Apesar de motivar uma revolução econômica sem precedentes na história
mundial, a instalação das primeiras máquinas a vapor nas fábricas inglesas no
início do século XIX gerou polêmica. Revoltados contra a mecanização, que
diminuiria empregos e pioraria as condições de trabalho, movimentos
organizados de trabalhadores ingleses calcularam que o melhor a fazer era
destruir as máquinas das indústrias.

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Mais de um século depois, analistas de uma empresa de consultoria inglesa


relacionaram a expansão tecnológica com a criação de postos de trabalho.
Dessa relação, concluíram que, na realidade, o desenvolvimento de recursos
para dinamizar a produção não só melhorou a qualidade de vida dos
trabalhadores e expandiu a economia, como também criou mais ofertas de
emprego.
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A partir de dados coletados com base em censos do Reino Unido, os


pesquisadores verificaram diminuição de empregos que envolviam grande
esforço, como trabalho em minas de carvão e agricultura, e crescimento nas
profissões ligadas a serviços e conhecimento, como magistério e medicina.
“Historicamente, a tecnologia destrói empregos em um momento para
reconstruí-los em uma segunda etapa, mas esse não é um processo rápido nem
simpático”, afirma um dos pesquisadores.
Tecnologia gera emprego. Revista Galileu, out./2015 (com adaptações).
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Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto Tecnologia gera


emprego, julgue o item subsequente.
No trecho ‘esse não é um processo’, o elemento ‘esse’ faz referência ao processo
de extinção e ressurgimento de empregos que decorre da expansão tecnológica.
Certo
Errado
Comentários:
““Historicamente, a tecnologia destrói empregos em um momento para
reconstruí-los em uma segunda etapa, mas esse não é um processo rápido nem
simpático”, afirma um dos pesquisadores.”
O pronome demonstrativo ESSE tem no texto a função de fazer referência
anafórica, ou seja, referir-se a termos citados anteriormente.
No início do período, menciona-se um mecanismo (processo) de destruição
e reconstrução de empregos, o qual é retomado pelo pronome “isso”.
Gabarito: Certo

19) CESPE/TBN/CEF/Administrativa/2014
A moeda, como hoje é conhecida, é o resultado de uma longa evolução. No
início, não havia moeda, praticava-se o escambo. Algumas mercadorias, pela
sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos,
assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros
produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias. O
gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados. O sal foi outra moeda-
mercadoria; de difícil obtenção, era muito utilizado na conservação de

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alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca no


vocabulário português, em palavras como pecúnia e pecúlio, capital e salário.
Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às
transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem
fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, o que não permitia o acúmulo
de riquezas. Surgiram, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com
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características semelhantes às das atuais: pequenas peças de metal com peso


e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem
as emitiu e garante o seu valor.
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata.
O emprego desses metais se impôs, não só por sua raridade, beleza, imunidade
à corrosão e por seu valor econômico, mas também por antigos costumes
religiosos. Durante muitos séculos, os países cunharam em ouro suas moedas
de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Esses
sistemas se mantiveram até o final do século XIX, quando o cuproníquel e,
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posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser empregados e a moeda


passou a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua
face, que independe do metal nela contido.
Na Idade Média, surgiu o costume de guardar os valores com um ourives,
pessoa que negociava objetos de ouro e prata e que, como garantia, entregava
um recibo. Esse tipo de recibo passou a ser utilizado para efetuar pagamentos,
circulando de mão em mão, e deu origem à moeda de papel. Com o tempo, da
forma como ocorreu com as moedas, os governos passaram a conduzir a
emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de
pagamento. Atualmente, quase todos os países possuem bancos centrais,
encarregados das emissões de cédulas e moedas.
Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações).

Julgue o próximo item, relativo às ideias expressas no texto ao lado e a aspectos


linguísticos desse texto.
Em “servindo para avaliar-lhes o valor”, o pronome “lhes”, que retoma “outros
produtos”, equivale, em sentido, ao pronome seu.
Certo
Errado
Comentários:
“elemento trocado por outros produtos e servindo para avaliar-lhes o valor”
Se o verbo “avaliar” é transitivo direto, como seria possível a utilização do
pronome “lhes” que é utilizado como objeto indireto???
O pronome lhe(s) pode servir como pronome possessivo, sendo equivalente
a seu(s), sua(s), dele(s), dela(s).

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Dessa forma, o sentido da oração é o seguinte:


servindo para avaliar o valor de outros produtos
servindo para avaliar os seus valores (de outros produtos)
servindo para avaliar os valores deles (de outros produtos)
Gabarito: Certo
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20) CESPE/TA/ICMBio/2014
O ABCerrado e a Matomática (“matemática do mato”), metodologias criadas por
um professor da UnB, apoiam-se em dois princípios: o da elevação da
autoestima de alunos e professores e o do envolvimento com o meio ambiente
para a construção, de forma lúdica e interdisciplinar, da cidadania e do respeito
mútuo. “Fazemos a aproximação por meio de elementos do contexto onde as
crianças estão inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita
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associam-se ao tema do cerrado na forma de poesias, música, desenho, pintura


e jogos”, explica uma professora da Faculdade de Educação da UnB.
Atualmente, a universidade trabalha para expandir a aplicação do ABCerrado na
rede de ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre o que é
educação”, conta a professora. “A natureza possui uma dimensão formadora.
Isso subverte a forma de se tratar a relação entre o ser humano e o meio
ambiente no cerne de um processo educativo. Não se trata de educar o ser
humano para o domínio e a apropriação da natureza, mas de educar a
humanidade para ser capaz de trocar e de aprender com ela”, completa.
João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com
adaptações)

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o
item subsequente.
O termo ‘Isso’ (l.12) refere-se à expressão ‘visão conservadora’ (l.10).
Certo
Errado
Comentários:
O pronome “isso” é um elemento coesivo muito importante, pela sua
capacidade de fazer referência a termos ou até orações já mencionadas no
texto.
No trecho em análise, o autor menciona uma dualidade entre a “visão
conservadora” e a “dimensão formadora”. Esta é referenciada pelo pronome
“isso”.

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Podemos percebê-lo no trecho “subverte a forma de se tratar a relação entre o


ser humano e o meio ambiente”, que indica a existência de uma nova
perspectiva (“a dimensão formadora”) em oposição ao pensamento tradicional
(“visão conseradora”).
“...“Ainda prevalece uma visão conservadora sobre o que é educação”, conta a
professora. “A natureza possui uma dimensão formadora. Isso subverte a
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forma de se tratar a relação entre o ser humano e o meio ambiente no cerne de


um processo educativo. Não se trata de educar o ser humano para o domínio e
a apropriação da natureza, mas de educar a humanidade para ser capaz de
trocar e de aprender com ela”...”
Gabarito: Errado

21) CESPE/AnaTA/CADE/2014
Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países
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— incluindo Brasil, Argentina e Venezuela — com acesso ao Oceano Atlântico,


que confere ao Estado grande papel na economia. A segunda — composta por
países de frente para o Pacífico, como México, Peru, Chile e Colômbia — adota
o livre comércio e o mercado livre.
Os dois grupos de países compartilham de uma geografia, de culturas e de
histórias semelhantes, entretanto, por quase dez anos, a economia dos países
do Atlântico cresceu mais rapidamente, em grande parte graças ao aumento
dos preços das commodities no mercado global. Atualmente, parece que os anos
vindouros são mais promissores para os países do Pacífico. Assim, a região
enfrenta, de certa forma, um dilema sobre qual modelo adotar: o do Atlântico
ou o do Pacífico?
Há razões para pensar que os países com acesso ao Pacífico estão em vantagem,
como, por exemplo, o fato de que, em 2014, o bloco comercial Aliança do
Pacífico (formado por México, Colômbia, Peru e Chile) provavelmente crescerá
a uma média de 4,25%, ao passo que o grupo do Atlântico, formado por
Venezuela, Brasil e Argentina — unidos pelo MERCOSUL —, crescerá 2,5%. O
Brasil, a maior economia da região, tende a crescer 1,9%.
Segundo economistas, os países da América Latina que adotam o livre comércio
estão mais preparados para crescer e registram maiores ganhos de
produtividade. Os países do Pacífico, mesmo aqueles como o Chile, que ainda
dependem de commodities como o cobre, também têm feito mais para
fortalecer a exportação. No México, a exportação de bens manufaturados
representa quase 25% da produção econômica anual (no Brasil, representa
4%). As economias do Pacífico também são mais estáveis. Países como México
e Chile têm baixa inflação e consideráveis reservas estrangeiras.

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Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se parecer com casos


econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa de 50% ao ano — igual
à da Síria, país devastado pela guerra.
David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal.
In: Internet: <http://online.wsj.com> (com adaptações).
Julgue o próximo item, a respeito de aspectos linguísticos do texto de David
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Juhnow.
No trecho “o do Atlântico ou o do Pacífico”, subentende-se a palavra “modelo”.
Certo
Errado
Comentários:
“... qual modelo adotar: o do Atlântico ou o do Pacífico?”
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Veja que isso é algo bem usual em nossa linguagem falada.


Podemos perfeitamente utilizar o pronome demonstrativo “o” para nos
referirmos a “modelo”, a fim de evitar a repetição desnecessária dessa
palavra.
Poderíamos também utilizar, por exemplo, o pronome demonstrativo aquele
para tal função.
... qual modelo adotar: aquele do Atlântico ou aquele do Pacífico?
Gabarito: Certo

22) CESPE/Cont/MTE/2014
Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira —
aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma
avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian
mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar
de classe C, estaria no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso
fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores
movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a
população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do
primeiro mundo. Não por menos, tal massa de compradores se converteu na
locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais
crédito e programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui
saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em
suas aquisições.
Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br>
(com adaptações).

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No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue o


próximo item.
O vocábulo “aquela” refere-se à expressão “nova classe média brasileira”.
Certo
Errado
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Comentários:
“Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira —
aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo...”
O pronome demonstrativo “aquela” tem função referencial, que serve para dar
maior coesão ao texto, por meio da substituição de termos anteriormente
citados (função anafórica).
Gabarito: Certo
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23) CESPE/Cont/MTE/2014
“Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma
empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem
como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de
fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos
humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe
mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas,
identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI,
ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais
responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão
de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é
o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá
vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser
tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores
e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um
desempenhando seu papel de forma adequada.
José Luiz Bichuetti. Gestão de pessoas não é com o RH! In: Harvard Business
Review Brasil. (com adaptações).
Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o item
a seguir.
A forma pronominal “lo”, em “fazê-lo”, refere-se a “tema”, e as formas “as” e
“lhes” referem-se a “organizações”.
Certo
Errado
Comentários:

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Vamos analisar os trechos:


“ Não são poucos os chefes que (sujeito) não sabem (VTD) como tratar um tema
que envolve seus subordinados (OD = ISSO), ou não têm coragem de fazê-
lo...”
Acima fizemos uma pequena análise sintática, agora vamos analisar o período
em sua semântica.
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Quem não sabe como tratar um tema que envolve seus subordinados?
Os chefes.
Quem não tem coragem de fazê-lo?
Os chefes!
O que os chefes não sabem ou não têm coragem de fazer?
Tratar um tema que envolve seus subordinados.
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Se não fosse pelo brilhante auxílio do pronome “o” (em “fazê-lo”), poderíamos
escrever o período da seguinte maneira:
Não são poucos os chefes que não sabem como ou não têm coragem de tratar
um tema que envolve seus subordinados.
Portanto a primeira afirmativa esta errada, pois a forma pronominal “lo” não se
refere ao termo “tema”, porém, juntamente com o verbo fazer referem-se à
oração “tratar um tema que envolve seus subordinados”.
Segundo trecho:
“Gente é o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move
e lhes dá vida.”
Poderíamos reescrever a segunda oração do trecho acima da seguinte maneira:
Gente é o propulsor que move e dá vida às organizações. Concorda?
Ou seja, gente move as organizações e gente dá vida às organizações.
Portanto a segunda afirmativa está correta.
Repare que grande utilidade dos pronomes “as” e “lhes”, simplificando
bastante o nosso texto e novamente evitando repetições desnecessárias.
Gabarito: Errado

24) CESPE/AnaTA/MDIC/2014
Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de desenvolvimento
humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços em educação, renda e
expectativa de vida nos últimos vinte anos.

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Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com


dados divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada.
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio
do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo
de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar
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“muito baixo” para um patamar “alto” de desenvolvimento social. O que mais


contribuiu para esse índice foi o aumento na longevidade, que subiu de 64,7
anos para 73,9 anos. Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na
renda nesse período.
Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro componente do
IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em vinte anos, o IDHM
específico de educação é o mais distante da meta ideal, de 1. Em 2010, pouco
mais da metade dos brasileiros com dezoito anos de idade ou mais havia
concluído o ensino fundamental; e só 57,2% dos jovens entre quinze e
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dezessete anos de idade tinham o ensino fundamental completo. O ministro da


Educação admitiu um “imenso desafio” na área, mas destacou que a educação
é o componente que, tendo partido de um patamar mais baixo, registrou os
maiores avanços, graças ao aumento no fluxo de alunos matriculados nas
escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos de idade que entraram no
sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991, para 91,1%, em 2010.
Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de
desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a
porcentagem de municípios na classificação “muito baixa” caiu de 85,5%, em
1991, para 0,6%, em 2010. O relatório identificou uma redução nas
disparidades sociais entre Norte e Sul do Brasil, mas confirmou que elas
continuam a existir. Um exemplo disso é que 90% dos municípios das regiões
Norte e Nordeste têm baixos índices de IDHM em educação e renda.
Internet: <www.bbc.co.uk> (com adaptações).
No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas no texto, julgue o
item que se segue.
O pronome “isso” retoma apenas a ideia expressa em “quanto mais próximo de
1, maior é o desenvolvimento”..
Certo
Errado
Comentários:
“O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio
do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo
de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar
“muito baixo” para um patamar “alto”...”

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O pronome “isso” refere-se a todo o período anterior, refere-se a ideia


completa de que o Atlas do Desenvolvimento Humano 2013 apontou que o IDHM
do país subiu e aproxima-se de 1.
Note que a questão aborda o tema da coesão textual, porém também exige do
candidato uma interpretação semântica.
Gabarito: Errado
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25) FGV/Ana/MPE RJ/Administrativa/2016


Texto – Violência e favelas
O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime
manifestados nas grandes metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do
Rio de Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.
“A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não
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está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa
para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou
na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e é irritante, o ser humano
está em um estado de nervos que ele não está mais se controlando, aí junta a
falta de dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo mais, e
quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai descontar em cima de quem
tem mais, e tá uma rivalidade, uma violência que não tem mais tamanho, tá
uma coisa insuportável.” (moradora da Rocinha.)
A recente escalada da violência no país está relacionada ao processo de
globalização que se verifica, inclusive, ao nível das redes de criminalidade. A
comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são
realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, verifica-se hoje, com
as CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaladas, ligações entre atores
presentes em instituições estatais e redes do narcotráfico.
Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são
crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços. No outro
polo, verifica-se um crescimento da autossegregação, especialmente por parte
das elites que se encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se
proteger da violência.
(Maria de Fátima Cabral Marques Gomes, Scripta Nova.)

“Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são


crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços”.
Nesse segmento do texto, o componente textual que NÃO se refere ou substitui
um elemento anterior do texto é:

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a) Nesse contexto;
b) seus;
c) desordem social;
d) que;
e) nesses espaços.
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Comentários:
“Nesse contexto (parágrafo anterior), as camadas populares e seus
bairros/favelas são crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como
causa da desordem social o que contribui para aprofundar a segregação nesses
espaços”.
Alternativa A – Incorreta – A expressão “nesse contexto” refere-se ao que foi
dito anteriormente, tendo a função de ligar períodos ou mesmo parágrafos,
dando coesão e um sentido de continuidade ao texto.
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Alternativa B – Incorreta – O pronome possessivo “seus” refere-se ao termo


anteriormente mencionado “camadas populares”.
Alternativa C – Correta – O termo “desordem social” não faz referência a
nenhum outro termo citado anteriormente no texto.
Alternativa D – Incorreta – O pronome relativo “que” refere-se ao termo
“desordem social”, também já citado no texto.
Alternativa E – Incorreta – O termo “nesses espaços” refere-se a “bairros e
favelas” citado no início do período.
Gabarito: C

26) FGV/Ana/MPE RJ/Administrativa/2016


Texto – Violência e favelas
O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime
manifestados nas grandes metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do
Rio de Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.
“A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não
está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa
para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou
na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e é irritante, o ser humano
está em um estado de nervos que ele não está mais se controlando, aí junta a
falta de dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo mais, e
quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai descontar em cima de quem
tem mais, e tá uma rivalidade, uma violência que não tem mais tamanho, tá
uma coisa insuportável.” (moradora da Rocinha.)

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A recente escalada da violência no país está relacionada ao processo de


globalização que se verifica, inclusive, ao nível das redes de criminalidade. A
comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são
realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, verifica-se hoje, com
as CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaladas, ligações entre atores
presentes em instituições estatais e redes do narcotráfico.
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Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são


crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços. No outro
polo, verifica-se um crescimento da autossegregação, especialmente por parte
das elites que se encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se
proteger da violência.
(Maria de Fátima Cabral Marques Gomes, Scripta Nova.)
Cópia registrada para Juarez Lima (CPF: 033.254.205-08)

“A comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são


realizadas para negociar armas e drogas”.
A oração reduzida sublinhada teria como forma nominalizada equivalente:
a) para que se negociem armas e drogas;
b) para a negociação de armas e drogas;
c) para que sejam negociadas armas e drogas;
d) para que se negociassem armas e drogas;
e) para o negócio de armas e drogas ser realizado.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – Essa é a forma desenvolvida da oração subordinada
adverbial final contida no enunciado.
para negociar armas e drogas (reduzida de infinitivo)
para que se negociem armas e drogas (desenvolvida)
Alternativa B – Correta – O nome “negociação” substitui a forma verbal
“negociar” perfeitamente.
Alternativas C – Incorreta – A alternativa traz mais uma opção de oração
desenvolvida, dessa vez forma analítica da voz passiva.
para que sejam negociadas armas e drogas (desenvolvida)
Alternativa D – Incorreta – Mais uma opção de oração desenvolvida, dessa vez
com o verbo no subjuntivo, indicando uma hipótese.
Alternativa E – Incorreta – O substantivo “negócio” pode ser utilizado para
“nominalizar” a forma verbal “negociar”, no entanto, acrescentou-se ao final da
oração a locução verbal “ser realizado”, o que faz com que continue havendo
uma oração.

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para o negócio ser realizado = para ser realizado o negócio (oração reduzida
de particípio)
Gabarito: B

27) FGV/Ana/DPE MT/Administrador/2015


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A partir do fragmento a seguir, responda à questão


Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca
O primeiro desses “erros” era “usar água da chuva para beber, tomar banho e
cozinhar”. Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa não pode
ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma alta
concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa
água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por
especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor usá-la apenas
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na limpeza da casa”.

O texto mostra três ocorrências do pronome demonstrativo.


I. “O primeiro desses ‘erros’...”
II. “Essa água só é indicada para consumo...”
III. “Por isso é melhor usá-la...”
Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa inadequada.
a) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente.
b) Os erros referidos em I são os sete erros apontados.
c) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa.
d) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em certos casos.
e) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados.
Comentários:
Alternativa A – Correta – Em um texto, utilizamos o pronome demonstrativo
ESSE(A)/ISSO para nos referirmos a termos já citados (referência anafórica).
Alternativa B – Correta – A expressão “desses” (de + esses) refere-se
justamente ao que diz o título do texto, “os sete erros que devem ser evitados
em tempos de seca”.
Alternativa C – Correta – “A água da chuva armazenada em casa não pode ser
usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma alta
concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa
água só é indicada para consumo com tratamento químico”

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Alternativa D – Correta – Note que o pronome “isso” refere-se a todo o período


anterior (o motivo de não se utilizar a água da chuva para beber).
“Essa água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente
por especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor usá-la
apenas na limpeza da casa”.”
Alternativa E – Incorreta – Não devemos confundir o uso dos pronomes
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demonstrativos em texto com o seu uso em relação à posição de objetos por


exemplo. Veja o quadro abaixo:
QUANDO USAR...

objeto está momento ANTES de enunciar


PERTO de quem PRESENTE algo OU
ESTE(A)(S)
FALA
para citar o TERMO
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MAIS PRÓXIMO entre


dois já citados
objeto está momento
PERTO de quem PASSADO
ESSE(A)(S) algo DEPOIS de
OUVE PRÓXIMO
mencionado

objeto está momento para citar o PRIMEIRO


LONGE de quem PASSADO TERMO entre dois já
AQUELE(A)(S)
FALA e de quem DISTANTE citados
OUVE

Gabarito: E

28) FGV/Ana TI/TCE SE/Desenvolvimento/2015


Texto 2 – Exigências da vida moderna
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma
banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de
chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que
consome o dobro do tempo.
Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe
bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina,
previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco
estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para

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o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao
mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
(Luiz Fernando Veríssimo)

“Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que
consome o dobro do tempo”.
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O segundo parágrafo do texto 2 entra em coesão com o anterior pela:


a) repetição de uma mesma estrutura;
b) referência a um termo anterior por meio do pronome “los”;
c) referência a um trecho anterior por meio de “o que”;
d) repetição do numeral “dois” por meio da palavra “dobro”;
e) continuidade do uso de um mesmo tipo de variação linguística.
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Comentários:
Alternativa A – Correta – O autor inicia o parágrafo 2 com a expressão “todos
os dias”, já utilizada no parágrafo 1, como recurso coesivo, como também
para expressar a ideia de repetição diária e da grande quantidade de hábitos
recomendados para que possamos manter uma boa saúde.
Alternativa B – Incorreta – O pronome “os” refere-se ao termo “dois litros de
água” que vem grafado no mesmo parágrafo.
Alternativa C – Incorreta – A expressão “o que” refere-se à forma verbal “uriná-
los”, que ocorre no mesmo período.
Alternativa D – Incorreta – Novamente, os termos indicados encontram-se todos
no parágrafo 2, não havendo qualquer relação de coesão com o primeiro
parágrafo.
Alternativa E – Incorreta – Variação linguística é algo relacionado à
transformação do idioma, normalmente relacionada a aspectos regionais, o que
não tem nada a ver com o nosso texto, que é escrito em um Português padrão.
Gabarito: A

29) FGV/ADP/DPE RO/Analista Contábil/2015


TEXTO 2 – O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa
e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e
promoção. Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar
à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a
prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são
frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade,
mesmo em casos em que isso não se justifica. Os poderes públicos, inclusive o

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Judiciário, estão em dívida com a sociedade por conta da inobservância do


estatuto em sua integralidade.
Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida pelos
jovens. Evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção, assistência
social são medidas que, se aplicadas no universo da população jovem, terão o
condão, efetivamente, de reduzir a violência. Mas, em determinados casos, é
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preciso uma punição mais eficaz do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente.
(Aloysio Nunes Ferreira, Época).

“Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à


internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a
prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que (1) são
frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade,
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mesmo em casos em que (2) isso não se justifica”.


Nesse segmento do texto 2, o elemento que NÃO estabelece coesão formal com
nenhum termo anterior é:
a) outras;
b) advertência;
c) que (1);
d) que (2);
e) isso.
Comentários:
“Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à
internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a
prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que (1) são
frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade,
mesmo em casos em que (2) isso não se justifica”.
Alternativa A – Incorreta – outras = sanções previstas no estatuto
Alternativa B – Correta – O termo “advertência” é um elemento novo introduzido
no texto, que não se refere a nenhum outro, ainda que seja um exemplo de
punição menos severa.
Normalmente, os termos que fazem essa referência anafórica são os pronomes
ou mesmo sinônimos de termos citados anteriormente.
Alternativa C – Incorreta – que = a advertência, a prestação de serviços à
comunidade e a liberdade assistida
Alternativa D – Incorreta – que = casos
Alternativa E – Incorreta – isso = privação de liberdade

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Gabarito: B

30) FGV/TDP/DPE RO/Motorista/2015


TEXTO – História Dos Medicamentos Genéricos No Brasil
O programa de medicamentos genéricos, criado no Brasil em 1999 com a
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promulgação da Lei 9787, se deu três anos após o país voltar a respeitar o
direito de patentes, em 1996. Após apenas 4 anos da criação dessa lei, os
genéricos já se encontravam disponíveis em mais de 4 mil apresentações,
abrangendo as principais classes terapêuticas, atendendo a mais de 60% das
necessidades de prescrições médicas.
Atualmente temos mais de 21 mil apresentações, sendo possível tratar, com
medicamentos genéricos, a maioria das doenças conhecidas.
Absolutamente seguros e eficazes, além de mais baratos que os chamados
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medicamentos inovadores, os genéricos, ao longo destes anos, trouxeram uma


nova realidade para os consumidores do país, principalmente no que diz respeito
à qualidade.
(Associação Brasileira de Genéricos)

“Após apenas 4 anos da criação dessa lei, os genéricos já se encontravam


disponíveis em mais de 4 mil apresentações,...”.
Nesse segmento do texto, o emprego da forma ESSA é justificado pelo mesmo
motivo que aparece corretamente no seguinte segmento:
a) os genéricos e os remédios de marca estão disponíveis no mercado e tanto
esses quanto aqueles são bastante úteis;
b) os genéricos possuem preços mais baixos e essa novidade fez com que seu
consumo aumentasse;
c) em 1999 apareceu esse produto novo: os remédios genéricos foram criados;
d) artrite, rinite e estomatite são inflamações; esta, essa e aquela podem ser
combatidas por remédios genéricos;
e) não me venha com essa história de os remédios genéricos não serem tão
eficazes.
Comentários:
Alternativa A – Incorreta – O autor utilizou dos pronomes “esses” e “aqueles”
para se referir respectivamente aos termos “remédios de marca” e “genéricos”
indicando a proximidade em relação aos termos.
Alternativa B – Correta – Assim como no enunciado, o pronome “essa” refere-
se a um termo anteriormente citado no texto.

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Alternativa C – Incorreta – O pronome “esse” foi utilizado para referir-se a um


termo que ainda vai ser citado (referência catafórica), o que é função do
pronome ESTE.
Alternativa D – Incorreta – Novamente utilizou-se os pronomes demonstrativos
para indicar os termos em ordem de proximidade no texto.
Alternativa E – Incorreta – Novamente, O pronome “essa” foi utilizado para
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referir-se a um termo que ainda vai ser citado (referência catafórica), o que é
função do pronome ESTE.
Gabarito: B

31) FGV/TL/CM Caruaru/2015


Leia o texto a seguir e responda à questão.
A epidemia de dengue neste ano no Estado de São Paulo tem provocado, em
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média, mais de uma morte por dia.


Desde o início do ano, já são ao menos 122 óbitos, segundo levantamento da
Folha de São Paulo em 60 dos 645 municípios paulistas. Esse é o maior número
em quatro anos e um dos mais altos da série histórica do Ministério da Saúde.
O pico da doença, no entanto, ainda não chegou. Isso deve ocorrer entre o fim
de abril e o começo de maio, devido ao comportamento do clima e à
sazonalidade do mosquito transmissor.
(Luiz Carlos Murauskas. Folhapress)

O texto emprega algumas formas de pronomes demonstrativos: “A epidemia de


dengue neste (1) ano no Estado de São Paulo”; “Esse (2) é o maior número em
quatro anos” e “Isso (3) deve ocorrer entre o fim de abril e o começo de maio”.
Sobre as ocorrências numeradas desses pronomes, assinale a afirmativa
correta.
a) As ocorrências (1) e (3) se justificam pela relação com o tempo presente.
b) A ocorrência (2) se justifica por se referir a um termo anteriormente citado.
c) A ocorrência (1) se justifica pela referência a um termo futuro.
d) A ocorrência (3) se justifica pela referência a um termo anterior mais
distante.
e) As ocorrências (2) e (3) se justificam por se referirem a termos futuros.
Comentários:
Item 1 – A expressão “neste” (em + este) foi utilizada para indicar o momento
presente, ou seja, o autor fala do ano corrente.

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Item 2 – Utilizou-se o pronome “esse” para se referir a algo citado


anteriormente no texto (referência anafórica).
Item 3 – Novamente, utilizou-se o pronome para se referir a algo citado
anteriormente no texto (referência anafórica).
O pronome “isso” é uma grande ferramenta de coesão textual, pois sintetiza
tudo aquilo que já foi falado no texto sobre determinado assunto.
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Gabarito: B

32) FGV/AJ/TJ RO/Administrador/2015


Texto 1 – Facebook
Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada,
de ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples
ideia pode valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do
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mundo, o Facebook.
Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade
de Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos,
o que estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos
curtem. Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19
anos de idade – a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.
Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo
começou como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da
Universidade na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a
mais bonita. Outro detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento
do Facebook contou com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro
Eduardo Saverin, reconhecido como o cofundador do site.
De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse
pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com
mais de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50
bilhões de dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do
que o da Time Warner.
(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

Observe o seguinte segmento do texto 1: “Pensando nisso, Mark elaborou – em


duas semanas e com apenas 19 anos de idade – a primeira versão do que se
tornaria essa famosa rede social”.
Sobre as duas formas do demonstrativo esse/essa/esses/essas/isso
empregadas, é correto afirmar que:
a) referem-se a termos anteriores, com certo distanciamento de tempo;
b) prendem-se a elementos mais próximos dentro do contexto;

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c) ligam-se a fatos que ainda vão ser esclarecidos na progressão textual;


d) substituem termos anteriores, construindo coesão entre segmentos;
e) indicam proximidade dos elementos referidos em relação ao leitor.
Comentários:
Item 1 – O termo “nisso” (em + isso) substitui o período anterior, sendo
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empregado no texto como um ótimo instrumento de coesão, pois faz a sua


ligação com o novo período.
Item 2 – A expressão “essa famosa rede social” substitui o termo “facebook”,
dando coesão ao texto e evitando a repetição de termos.
Gabarito: D

33) FGV/TJ Aux/TJ SC/2015


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“...relembra que na época dos Trapalhões (1966-1995), negros e gays sabiam


que as piadas eram apenas de brincadeira.”
Para evitar a repetição de “quês”, a frase sublinhada poderia ser
adequadamente substituída por:
a) serem as piadas apenas de brincadeira;
b) terem sido as piadas apenas brincadeira;
c) as piadas apenas como brincadeira;
d) sendo as piadas apenas de brincadeira;
e) como brincadeira apenas as piadas.
Comentários:
Alternativa A – Correta – Podemos transformar a oração subordinada objetiva
direta desenvolvida “que as piadas eram apenas de brincadeira” em uma
oração reduzida de infinitivo.
Uma vez que o sujeito da oração principal é diferente do sujeito da oração
subordinada, a forma infinitiva deve ser flexionada.
“...relembra que na época dos Trapalhões (1966-1995), negros e gays sabiam
serem as piadas apenas de brincadeira”
Alternativa B – Incorreta – A forma verbal “terem sido” não equivale a forma
“eram” (presente do indicativo).
Alternativa C – Incorreta – Seria possível a modificação proposta, caso
modificássemos também a forma verbal “sabiam” por “tinham”.
negros e gays tinham as piadas apenas como brincadeira
Alternativa D – Incorreta – A forma gerúndia é inadequada para o caso, que
deve utilizar a forma infinitiva.

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Alternativa E – Incorreta – A frase além de ficar incorreta, teria o sentido


modificado.
Gabarito: A

34) FGV/TNS/SSP AM/2015


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Texto – Os bebés e a TV
Os bebés têm uma necessidade muito grande de interação. É esta que permite
um saudável desenvolvimento. Como as cores, os movimentos animados e os
sons da televisão captam facilmente a atenção dos bebés, muitas vezes os pais
(ou até educadoras nas creches cerca de 73% das crianças vê televisão na
creche, segundo a Deco) usam-nas como “babysitters”.
A utilização excessiva da televisão pode comprometer a capacidade do bebé em
explorar o ambiente, comunicar, aprender a distrair-se sozinho, acalmar-se de
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forma autónoma, e aprender a brincar – o que mais tarde pode comprometer o


desenvolvimento da capacidade simbólica, fundamental para a saúde mental da
criança.
A televisão é uma fonte de hiperestimulação desajustada para os bebés, não só
por alguns conteúdos mas principalmente pelos seus ritmos bem mais
acelerados e estimulantes que o ritmo da vida real. O seu uso pode deixar o
bebé agitado pela quantidade de informação que o seu cérebro terá de processar
(pois cada imagem televisiva é constituída por um conjunto de centenas de
pontos luminosos). Um bebé pequeno não consegue acompanhar a velocidade
da sequência de imagens, nem os cortes constantes de luz e de som, sendo
estes ansiogénicos. Os bebés avaliam a sua segurança através dos ritmos, das
rotinas, da tranquilidade, assim, qualquer presença disrítmica, como a da
televisão, será geradora de ansiedade, aumentando o choro e dificultando o
sono.
(CAROLINA Albino, Sapolifestyle)
“Os bebés têm uma necessidade muito grande de interação. É esta que permite
um saudável desenvolvimento. Como as cores, os movimentos animados e os
sons da televisão captam facilmente a atenção dos bebés, muitas vezes os pais
(ou até educadoras nas creches cerca de 73% das crianças vê televisão na
creche, segundo a Deco) usam-nas como “babysitters”.”
Esse segmento do texto mostra uma série de elementos coesivos; a opção em
que o termo anteriormente referido está indicado INADEQUADAMENTE é:
a) esta / necessidade de interação;
b) que / esta necessidade de interação;
c) crianças / bebés;
d) creche / creches;

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e) nas / crianças.
Comentários:
Vamos marcar os termos relacionados com cores iguais para que possamos
distinguí-los.
“Os bebés têm uma necessidade muito grande de interação. É esta que permite
um saudável desenvolvimento. Como as cores, os movimentos animados e os
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sons da televisão captam facilmente a atenção dos bebés, muitas vezes os pais
(ou até educadoras nas creches cerca de 73% das crianças vê televisão na
creche, segundo a Deco) usam-nas como “babysitters”.”

Alternativa A – Correta – O pronome “esta” refere-se ao termo mais próximo


“uma necessidade de interação”.
Alternativa B – Correta – O pronome relativo “que” (pode ser substituído por o
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qual) faz referência ao mesmo termo.


Alternativa C – Correta – O termo “criança” substitui “bebés”, ainda que tenha
um significado mais amplo (hiperônimo) que aquele.
Em relação a “crianças”, “bebés” tem significado mais restrito (hipônimo).
Alternativa D – Correta – O mesmo termo repetido com mudança na flexão de
número.
Alternativa E – Incorreta – Aqui temos um grande erro, pois o que é utilizado
como babysitters não são as crianças e sim a televisão.
Gabarito: E

35) FGV/AAAJ/DP DF/Judiciária/2014


Estética ou erótica?
Será que o calor excessivo deste verão está exasperando o animus beligerante
das pessoas? Em carta ao jornal, a leitora Mariúza Peralva apontou a disposição
do povo de agir por conta própria e fazer justiça com as próprias mãos como
sintoma de descrença nos políticos e nas instituições: “Coloca fogo em pneus,
quebra ônibus, quebra vitrines, ataca a polícia que, em princípio, existe para
protege-lo, joga pedra, rojão ou o que estiver à mão para fazer suas
reivindicações.” Já o leitor Cláudio Bittencourt escreveu discordando: “Quem
pratica tais barbaridades não é povo.” De qualquer maneira, são cada vez mais
evidentes os sinais de uma cultura da violência que tem se manifestado, com
vários graus de agressividade, nas brigas de trânsito, nos conflitos das torcidas
nos estádios, nas discussões de rua chegando às vias de fato.
(...) Diferentemente dos atos de violência cotidiana, que pelo menos não se
mascara de justa ou pedagógica, há ainda o vandalismo dos black blocs, cuja
ação iconoclasta contra símbolos do capitalismo é apresentada como uma

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“estética”, conforme uma autodefinição, que parece desconhecer os estragos


pouco estéticos que são feitos à imagem das manifestações, sem falar na morte
do cinegrafista. Aliás, segundo alguns, os nossos mascarados se inspiram
menos nos anarquistas e mais nos fascistas italianos do tempo de Mussolini.
Pelo menos, a justificativa ideológica é parecida com o discurso dos adeptos do
Futurismo, movimento que foi criado pelo escritor Tommaso Marinetti como
vanguarda artística, que desprezando o passado e a tradição (considerava os
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museus cemitérios), exaltava a guerra como “única higiene do


mundo”. Para os futuristas, o fascismo era a realização mínima do seu programa
político que, por meio de uma nova linguagem capaz de exprimir a experiência
da violência, da velocidade e do progresso técnico, pretendia transformar o
senso estético de uma sociedade “anacrônica”.
Lembrando as cenas dos jovens mascarados atirando pedras ou se atirando eles
mesmos contra as vitrines, pode-se concluir que essa coreografia da destruição
é, mais do que uma estética, uma “erótica” da violência, pelo prazer mórbido
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com que é praticada.


(Zuenir Ventura, O Globo, 22/02/2014)

“Coloca fogo em pneus, quebra ônibus, quebra vitrines, ataca a polícia que, em
princípio, existe para protege-lo, joga pedra, rojão ou o que estiver à mão para
fazer suas reivindicações.”
Os três primeiros termos desse segmento que estabelecem coesão com
elementos anteriores são:
a) lo / o / que.
b) que / lo / o.
c) que / o / suas.
d) lo / que / suas.
e) lo / o / que.
Comentários:
Vamos marcar as palavras que se relacionam no trecho:
“ (o povo) Coloca fogo em pneus, quebra ônibus, quebra vitrines, ataca a polícia
que (= a qual), em princípio, existe para protege-lo (o povo), joga pedra,
rojão ou o (= aquilo/algo) que estiver à mão para fazer suas reivindicações.”
Gabarito: B

36) FGV/AP/SEJ-AP/2013
Tendências para as cadeias no futuro?

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Na Malásia, uma equipe de designers e arquitetos elaborou um conceito de


centro de detenção bastante diferente. O projeto consiste em um complexo
prisional suspenso no ar, o que em teoria dificultaria as tentativas de fuga,
devido à altura potencialmente fatal de uma queda e à visibilidade que o fugitivo
teria aos olhos dos pedestres na parte de baixo.
A cadeia ainda teria espaços para manter um campo de agricultura, onde os
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detentos poderiam trabalhar para se autossustentar e até distribuir o excesso


de alimento produzido para a sociedade. Fábricas e centros de reciclagem
também serviriam a esse propósito.
Visando reduzir os custos necessários para manter dezenas de agentes
carcerários, o teórico social Jeremy Betham projetou uma instituição que
manteria todas as celas em um local circular, de forma que fiquem expostas
simultaneamente. Dessa forma, apenas alguns poucos guardas posicionados na
torre no centro do prédio já conseguiriam manter a vigilância sobre todos os
detentos. Embora um presídio nesse estilo tenha sido construído em Cuba, ele
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nunca chegou a entrar em funcionamento.


Outra solução criativa foi pensada e realizada na Austrália, onde um centro de
detenção foi elaborado a partir de containers de transporte de mercadorias em
navios
modificados para servir como celas temporárias. Outra prisão na Nova Zelândia
também passou a usar a mesma solução para resolver problemas de
superlotação.
Entretanto, o conceito tem causado muita polêmica, pois as condições das celas
em containers seriam desumanas — o que temos que levar em consideração
em se tratando de um país tão quente. “Morar” em uma caixa de metal sob um
sol de escaldar não deve ser nada agradável.
(Fernando Daquino, 04/11/2012 – Arquitetura)

“Embora um presídio nesse estilo tenha sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento”.
As alternativas a seguir apresentam formas de reescrever esse período do texto
mantendo seu significado original, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Ainda que um presídio nesse estilo tenha sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
b) Em virtude de um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
c) A despeito de um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
d) Apesar de um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.

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e) Não obstante um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
Comentários:
Alternativa A – Correta – A expressão “ainda que” tem valor concessivo da
mesma forma que a conjunção “embora”, mantendo o sentido original do
período e a sua coerência.
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As conjunções subordinadas concessivas indicam uma concessão, algo que


se opõe ao fato, mas não impede que ele aconteça.
Alternativa B – Incorreta – A expressão “em virtude de” tem caráter
explicativo, portanto, além de ocorrer a mudança no sentido original do texto,
em verdade, ele fica sem coerência.
Alternativa C – Correta – A expressão “a despeito de” tem valor concessivo da
mesma forma que a conjunção “embora”, mantendo o sentido original do
período e a sua coerência.
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Alternativa D – Correta - A expressão “apesar de” tem valor concessivo da


mesma forma que a conjunção “embora”, mantendo o sentido original do
período e a sua coerência.
Alternativa E – Correta - A expressão “não obstante” tem valor concessivo da
mesma forma que a conjunção “embora”, mantendo o sentido original do
período e a sua coerência.
Gabarito: B

Ok pessoal... Dúvidas? Críticas? Sugestões? Contactem-me pelo Fórum!


Abraço a todos!

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5 - Lista de Exercícios

1) FCC/AJ/TRE SP/Administrativa/"Sem Especialidade"/2017


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Sandberg, que mudou totalmente o conceito espectador/obra de arte com o seu
trabalho de duas décadas no Museu Stedelijk, de Amsterdã, iniciou sua palestra
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elogiando a arquitetura do nosso MAM-RJ que, segundo ele, segue a sua teoria
de que o público deve ver a obra de arte de frente e não de lado, como acontece
até agora com o museu convencional de quatro paredes. O ideal, disse ele, é
que as paredes do museu sejam de vidro e que as obras estejam à mostra em
painéis no centro do recinto. O museu não é uma estrutura sagrada e quem o
frequenta deve permanecer em contato com a natureza do lado de fora:
A finalidade do museu de arte contemporânea é nos ajudar a ter consciência da
nossa própria época, manter um espelho na frente do espectador no qual ele
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possa se reconhecer. Este critério nos leva também a mostrar a arte de todos
os tempos dentro do ambiente atual. Isso significa que devemos abolir o
mármore, o veludo, as colunas gregas, que são interpretações do século XIX.
Apenas a maior flexibilidade e simplicidade. A luz de cima é natural ao ar livre,
mas artificial ao interior. As telas são pintadas com luz lateral e devem ser
mostradas com luz lateral. A luz de cima nos permite encerrar o visitante entre
quatro paredes. Certos museólogos querem as quatro paredes para infligir o
maior número possível de pinturas aos pobres visitantes.
É de capital importância que o visitante possa caminhar em direção a um quadro
e não ao lado dele. Quando os quadros são apresentados nas quatro paredes,
o visitante tem de caminhar ao seu lado. Isso produz um efeito completamente
diferente, especialmente se não queremos que ele apenas olhe para o trabalho,
mas o veja. Isso é ainda mais verdadeiro em relação aos grandes museus de
arte contemporânea. Eles são grandes porque o artista moderno quer nos
envolver com o seu trabalho e deseja que entremos em sua obra. Ao organizar
o nosso museu, devemos ter consciência da mudança de mentalidade da nova
geração. Abolir todas as marcas do establishment: uniformes, cerimoniais,
formalismo. Quando eu era jovem, as pessoas entravam nos museus nas pontas
dos pés, não ousavam falar ou rir alto, apenas cochichavam.
Realmente não sabemos se os museus, especialmente os de arte
contemporânea, devem existir eternamente. Foram criados numa época em que
a sociedade não estava bastante interessada nos trabalhos de artistas vivos. O
ideal seria que a arte se integrasse outra vez na vida diária, saísse para as ruas,
entrasse nas casas e se tornasse uma necessidade. Esta deveria ser a principal
finalidade do museu: tornar-se supérfluo”.
(Adaptado de: BITTENCOURT, Francisco. “Os Museus na Encruzilhada” [1974],
em Arte-Dinamite, Rio de Janeiro, Editora Tamanduá, 2016, p. 73-75)

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...que o visitante possa caminhar em direção a um quadro e não ao lado dele.


(3º parágrafo)
Isso produz um efeito completamente diferente, especialmente se não
queremos que ele apenas olhe para o trabalho, mas o veja. (3º parágrafo)
...no qual ele possa se reconhecer. (2º parágrafo)
Nos segmentos acima, os pronomes sublinhados referem-se, respectivamente,
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a:
a) visitante − trabalho − ele
b) quadro − trabalho − espelho
c) quadro − efeito − espectador
d) visitante − efeito − museu
e) quadro − ele − espectador
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2) FCC/Ana RH/ALMS/2016
Instituições e riscos
Sem convívio não há vida, sem convívio não há civilização. Mas para conviver
neste pequeno planeta, para se afastar da barbárie, os homens necessitam de
princípios e de regras, em suas múltiplas formas de agrupamento. Orientados
por tantos e tão diferentes interesses, premidos pelas mais diversas
necessidades, organizamo-nos em associações, escolas, igrejas, sindicatos,
corporações, clubes, empresas, assembleias, missões etc., confiando em que a
força de um objetivo comum viabiliza a unificação de todos no corpo de uma
instituição. É o sentido mesmo de uma coletividade organizada que legitima a
existência e o funcionamento das instituições.
Mas é preciso sempre alertar para o fato de que, criadas para permitir o convívio
civilizado, as instituições também podem abrigar aqueles que se valem de seu
significado coletivo para mascarar interesses particulares. A corrupção e a
fraude podem tirar proveito do prestígio de uma instituição, alimentando-se de
sua força como um parasita oportunista se aproveita do hospedeiro saudável.
Não faltam exemplos de deturpações e desvios do bom caminho institucional,
provocados exatamente por aqueles que deveriam promover a garantia do
melhor roteiro. Por isso, não há como deixar de sermos vigilantes no
acompanhamento das organizações todas que regem nossa vida: observemos
sempre se são de fato os princípios do bem coletivo que estão orientando a ação
institucional. Sem isso, deixaremos que a necessidade original de convívio, em
vez de propiciar a saúde do empreendimento social, dê lugar ao atendimento
do egoísmo mais primitivo.
(Teobaldo de Carvalho, inédito)

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Os dois últimos períodos do texto são introduzidos pelas expressões “Por isso”
e “Sem isso”, que nesse contexto se referem, precisamente,
a) a um mesmo antecedente: a necessidade de ficarmos alertas.
b) a um mesmo antecedente: a ocorrência do parasitismo oportunista.
c) a estes dois respectivos antecedentes: um convívio civilizado e a boa saúde
do empreendimento social.
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d) a estes dois respectivos antecedentes: desvios do roteiro desejável e


necessidade de vigilância.
e) a estes dois respectivos antecedentes: os bons princípios coletivos e o
egoísmo mais primitivo.

3) FCC/Ag/ALMS/Apoio Legislativo/2016
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Serviço público
Entre os serviços oferecidos pelo Estado (com recursos provenientes da
arrecadação de impostos) e a população (sobretudo os que dependem
inteiramente da qualidade desses serviços), está a figura do servidor público.
Para fazer essa importante mediação, costuma-se garantir ao servidor a
estabilidade e o salário que lhe permitam exercer sua função com a
independência e a dignidade de quem não pode e não deve se submeter a troca
de favores ou de vantagens que não as da legislação que rege seu contrato de
trabalho.
Não convém esquecer que entre os servidores públicos, além dos que se
entregam ao cumprimento da burocracia, estão aqueles que têm importância
fundamental em áreas vitais como a Educação, a Saúde, a Segurança, o controle
do meio ambiente e outras que concorrem diretamente para qualificar nosso
nível de vida. Há quem julgue que todos os empreendimentos sociais deveriam
regular-se pelo Mercado, e não pelo Estado. Para quem assim pensa, a figura
do servidor público surge não como um cidadão operoso e eficiente, mas como
um entrave à excelência dos negócios, que se regulamentariam por si mesmos.
É nessa ordem de coisas que professores, médicos, agentes de segurança e
tantos outros profissionais do setor público precisam tomar em suas mãos a
responsabilidade de quem estabelece, na prática, o vínculo entre o cidadão e o
Estado, o indivíduo e sua cidadania. O contato entre o servidor e a população
deve espelhar uma relação de confiança em que, cidadãos ambos, reconhecem-
se como integrantes de uma mesma ordem social mediada pelo direito público
e não pelo privilégio privado. O equilíbrio entre o que o Estado tem o dever de
oferecer e o Mercado tem o interesse em vender e comprar é um desafio a ser
enfrentado pela sociedade moderna. A figura do servidor público é não apenas
emblemática: é a encarnação do vínculo profissional e humano entre os direitos
do povo e os deveres do Estado .

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(Josimar Castelo, inédito)

Atente para as seguintes frases:


I. O servidor público carece de estabilidade e boa remuneração.
II. A falta de estabilidade e de boa remuneração fragiliza a condição do servidor.
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III. Um servidor fragilizado deixa de ser eficiente.


As frases acima estão articuladas com correção e coerência em:
a) Quando a condição de um servidor é fragilizada pela falta de estabilidade e
boa remuneração, ele deixa de ser eficiente.
b) Por falta de estabilidade e de boa remuneração, de cujas se mostra carente,
o servidor fragilizado fica ineficiente.
c) Não há eficácia, quando um servidor, sempre carente de estabilidade e
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remuneração, deixa por isso de ser eficiente.


d) Por ser fragilizado, mesmo porque ele carece de estabilidade e boa
remuneração, um servidor deixa de ser eficiente.
e) Um servidor se torna ineficiente, caso a estabilidade e a boa remuneração
venham a faltar-lhe, assim lhe fragilizando.

4) FCC/TJ/TRT 15/Apoio Especializado/Enfermagem/2015


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se
traduz em alemão pela palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm
uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um sentimento
geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado
abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade
nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o
uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente
como na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados,
mas que foram levados pela voragem do tempo ou afastados pela distância.
A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro.
Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao termo
português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de
valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em
consequência do temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à
palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo que ainda hoje vibra na
palavra portuguesa.
A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente
para significar aquela “ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade.

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No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a


aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou
vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos
e os quais se espera alcançar ou obter no futuro.
Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração
envelhecido que relembra os tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a
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expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com o olhar


firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras
têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua
ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação e a insatisfação.
Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é
portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida
transforma-se com mais facilidade em mola de ação.
(Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial
do Estado, 1959, p. 2527)
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... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores...
(2º parágrafo)
... um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos (4º
parágrafo)
... a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de
ação. (4o parágrafo)
Os elementos destacados acima referem-se, no contexto, respectivamente, a:
a) “sehnsucht” alemã − tempos idos − mola de ação
b) termo português − saudade − palavra alemã
c) escala cromática de valores − tempos idos − insatisfação
d) “sehnsucht” alemã − coração envelhecido − palavra alemã
e) escala cromática de valores − coração envelhecido − mola de ação

5) FCC/ACI (CGM São Luís)/Pref SL/Abrangência Geral/2015


Atenção: A questão refere-se ao texto que segue.
Pretende-se discutir aqui alguns aspectos da obra de Gilberto Freyre focalizando
seu livro de estreia, Casa-grande & senzala, cuja publicação em 1933 levanta
questões até hoje importantes para o entendimento do passado brasileiro.
Cabe observar, antes de prosseguir, que o debate intelectual sobre os destinos
do país estava, naquele momento(a), profundamente marcado pelo tema da
mestiçagem.

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Mas a mestiçagem, isto é, o contato sexual entre grupos étnicos distintos,


costumava ser apresentada como um problema: ora implicava esterilidade −
biológica e cultural −, inviabilizando assim o desenvolvimento nacional, ora
retardava o completo domínio da raça branca, dificultando o acesso do Brasil
aos valores da civilização ocidental.
O enorme impacto produzido pelo surgimento da obra, que(b) aprofundava a
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contribuição pioneira de alguns outros autores como Manuel Quirino, Lima


Barreto e Manoel Bomfim, concorreu para alterar essa avaliação(c), ao enfatizar
não só o valor específico das influências indígenas e africanas, como também a
dignidade da híbrida e instável articulação de tradições que(d) teria
caracterizado a colonização portuguesa. Isso(e) só foi possível, segundo o
próprio Gilberto, pelo seu vínculo com a antropologia americana e com a
orientação relativista de Franz Boas − ele obteve um título de mestre em
Columbia, em 1922 − que lhe teria permitido separar a noção de raça da de
cultura e conferir a esta última primazia na análise da vida social.
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(ARAÚJO, Ricardo Benzaquen de. "Chuvas de verão. 'Antagonismos em


equilíbrio' em Casagrande & senzala de Gilberto Freyre. In: Um enigma
chamado Brasil: 29 intérpretes e um país. André Botelho e Lilia Moritz
Schwarcz (oganizadores). São Paulo: Companhia das Letras, 2009, p. 200)

Associam-se corretamente um segmento do texto e o trecho que ele retoma,


precisamente demarcado, em:
a) naquele momento / do passado brasileiro.
b) que / impacto.
c) essa avaliação / o acesso do Brasil aos valores da civilização ocidental.
d) que / a híbrida e instável articulação de tradições.
e) Isso / a colonização portuguesa.

6) FCC/AJ/TRE PB/Administrativa/2015
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
O rio Paraíba corria bem próximo ao cercado. Chamavam-no "o rio". E era tudo.
Em tempos antigos fora muito mais estreito. Os marizeiros e as ingazeiras
apertavam as duas margens e as águas corriam em leito mais fundo. Agora era
largo e, quando descia nas grandes enchentes, fazia medo. Contava-se o tempo
pelas eras das cheias. Isto se deu na cheia de 93, aquilo se fez depois da cheia
de 68. Para nós meninos, o rio era mesmo a nossa serventia nos tempos de
verão, quando as águas partiam e se retinham nos poços. Os moleques saíam
para lavar os cavalos e íamos com eles. Havia o Poço das Pedras, lá para as
bandas da Paciência. Punham-se os animais dentro d’água e ficávamos nos
banhos, nos cangapés. Os aruás cobriam os lajedos, botando gosma pelo casco.

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Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. O leito do rio
cobria-se de junco e faziam-se plantações de batata-doce pelas vazantes. Era o
bom rio da seca a pagar o que fizera de mau nas cheias devastadoras. E quando
ainda não partia a corrente, o povo grande do engenho armava banheiros de
palha para o banho das moças. As minhas tias desciam para a água fria do
Paraíba que ainda não cortava sabão.
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O rio para mim seria um ponto de contato com o mundo. Quando estava ele de
barreira a barreira, no marizeiro maior, amarravam a canoa que Zé Guedes
manobrava.
Vinham cargueiros do outro lado pedindo passagem. Tiravam as cangalhas dos
cavalos e, enquanto os canoeiros remavam a toda a força, os animais, com as
cabeças agarradas pelo cabresto, seguiam nadando ao lado da embarcação.
Ouvia então a conversa dos estranhos. Quase sempre eram aguardenteiros
contrabandistas que atravessavam, vindos dos engenhos de Itambé com
destino ao sertão. Falavam do outro lado do mundo, de terras que não eram de
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meu avô. Os grandes do engenho não gostavam de me ver metido com aquela
gente. Às vezes o meu avô aparecia para dar gritos. Escondia-me no fundo da
canoa até que ele fosse para longe. Uma vez eu e o moleque Ricardo chegamos
na beira do rio e não havia ninguém. O Paraíba dava somente um nado e corria
no manso, sem correnteza forte. Ricardo desatou a corda, meteu-se na canoa
comigo, e quando procurou manobrar era impossível. A canoa foi descendo de
rio abaixo aos arrancos da água. Não havia força que pudesse contê-la.
Pus-me a chorar alto, senti-me arrastado para o fim da terra. Mas Zé Guedes,
vendo a canoa solta, correu pela beira do rio e foi nos pegar quase que no Poço
das Pedras. Ricardo nem tomara conhecimento do desastre. Estava sentado na
popa. Zé Guedes porém deu-lhe umas lapadas de cinturão e gritou para mim:
− Vou dizer ao velho!
Não disse nada. Apenas a viagem malograda me deixou alarmado. Fiquei com
medo da canoa e apavorado com o rio. Só mais tarde é que voltaria ele a ser
para mim mestre de vida.
(REGO, José Lins do. "O Rio". In: VV.AA. O Melhor da Crônica Brasileira. Rio
/de Janeiro: José Olympio Editora, 1997, p. 43)

Só mais tarde é que voltaria ele a ser para mim mestre de vida. (último
parágrafo)
Não havia força que pudesse contê-la. (3º parágrafo)
Nas grandes secas o povo comia aruá que tinha gosto de lama. (1º parágrafo)
Nas frases acima, os pronomes sublinhados referem-se respectivamente a:
a) rio − canoa − aruá
b) Zé Guedes − água − aruá

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c) rio − correnteza − povo


d) Zé Guedes − canoa − povo
e) Zé Guedes − correnteza – aruá

7) FCC/AM/MPE PB/Analista de Sistemas/Desenvolvedor/2015


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Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.


O que me moveu, inicialmente, a fazer este texto foi uma sensação produzida
por uma viagem ao Havaí. Sensação de que se é parte de um cenário. Na praia
de Waikiki, os hotéis têm lobbies que se comunicam, pontuados por belíssimos
(mas falsos) jardins tropicais, sem uma folha no chão, lagos com peixes
coloridos, tochas, belos gramados e, evidentemente, muitas lojas. Um filme de
Elvis Presley.
Honolulu é um dos milhares de exemplos a que podemos recorrer. A indústria
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do turismo cria um mundo fictício de lazer, onde o espaço se transforma em


cenário e, desse modo, o real é transfigurado para seduzir e fascinar.
O espaço produzido pela indústria do turismo é o presente sem espessura, sem
história, sem identidade. O lugar é, em sua essência, produção humana, visto
que se transforma na relação entre espaço e sociedade. O sujeito pertence ao
lugar como este a ele. A indústria turística produz simulacros de lugares.
Mas também se produzem modos de apropriação dos lugares. A indústria do
turismo produz um modo de estar em Nova York, Paris, Roma, Buenos Aires...
É evidente que não se pode dizer que essas cidades sejam simulacros, pois é
claro que não o são; entretanto, o pacote turístico ignora a identidade do lugar,
sua história e modo de vida, banalizando-os.
Os pacotes turísticos tratam o turista como mero consumidor, delimitando o que
deve ou não ser visto, além do tempo destinado a cada atração, num incessante
"veja tudo depressa".
Essa rapidez impede que os olhos desfrutem da paisagem. Passa-se em
segundos por séculos de civilização, faz-se tábula rasa da história de gerações
que se inscrevem no tempo e no espaço. Num autêntico tour de force
consentido, pouco espaço é destinado à criatividade. Por sua vez, o turista vê
sufocar um desejo que nem se esboçou, o de experimentar.
No fim do caminho, o cansaço; o olhar e os passos medidos em tempo produtivo,
que aqui se impõe sem que disso as pessoas se deem conta. Não cabem passos
lentos, olhares perdidos. O lazer produz a mesma rotina massacrante,
controlada e vigiada que o trabalho.
Como indústria, o turismo não parece criar a perspectiva do lazer como
possibilidade de superação das alienações do cotidiano. Só a viagem como
descoberta, busca do novo, abre a perspectiva de recomposição do passo do
flâneur, daquele que se perde e que, por isso, observa. Walter Benjamin lembra

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que "saber orientar-se em uma cidade não significa muito. No entanto, perder-
se numa cidade, como alguém se perde numa floresta, requer instrução".
(Adaptado de Ana Fani Alessandri Carlos. Disponível em:
http://www.cefetsp.br/edu/eso/lourdes/turismoproducaonaolugar.html)
... pois é claro que não o são... (4º parágrafo)
... banalizando-os. (4º parágrafo)
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... que se inscrevem no tempo e no espaço. (6º parágrafo)


Os elementos sublinhados acima referem-se, respectivamente, a:
a) simulacros − a identidade do lugar, sua história e modo de vida − gerações
b) pacote turístico − modo de vida − tábula rasa
c) cidades − os pacotes turísticos − gerações
d) simulacros − os pacotes turísticos − história
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e) pacote turístico − a identidade do lugar, sua história e modo de vida − tábula


rasa

8) FCC/AJ/TRT 19/Judiciária/"Sem Especialidade"/2014


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
O MAQUINISTA empurra a manopla do acelerador. O trem cargueiro começa a
avançar pelos vastos e desertos prados do Cazaquistão, deixando para trás a
fronteira com a China.
O trem segue mais ou menos o mesmo percurso da lendária Rota da Seda,
antigo caminho que ligava a China à Europa e era usado para o transporte de
especiarias, pedras preciosas e, evidentemente, seda, até cair em desuso, seis
séculos atrás.
Hoje, a rota está sendo retomada para transportar uma carga igualmente
preciosa: laptops e acessórios de informática fabricados na China e enviados
por trem expresso para Londres, Paris, Berlim e Roma.
A Rota da Seda nunca foi uma rota única, mas sim uma teia de caminhos
trilhados por caravanas de camelos e cavalos a partir de 120 a.C., quando Xi'an
− cidade do centro-oeste chinês, mais conhecida por seus guerreiros de
terracota − era a capital da China.
As caravanas começavam cruzando os desertos do oeste da China, viajavam
por cordilheiras que acompanham as fronteiras ocidentais chinesas e então
percorriam as pouco povoadas estepes da Ásia Central até o mar Cáspio e além.
Esses caminhos floresceram durante os primórdios da Idade Média. Mas, à
medida que a navegação marítima se expandiu e que o centro político da China
se deslocou para Pequim, a atividade econômica do país migrou na direção da
costa.

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Hoje, a geografia econômica está mudando outra vez. Os custos trabalhistas


nas cidades do leste da China dispararam na última década. Por isso as
indústrias estão transferindo sua produção para o interior do país.
O envio de produtos por caminhão das fábricas do interior para os portos de
Shenzhen ou Xangai − e de lá por navios que contornam a Índia e cruzam o
canal de Suez − é algo que leva cinco semanas. O trem da Rota da Seda reduz
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esse tempo para três semanas. A rota marítima ainda é mais barata do que o
trem, mas o custo do tempo agregado por mar é considerável.
Inicialmente, a experiência foi realizada nos meses de verão, mas agora
algumas empresas planejam usar o frete ferroviário no próximo inverno boreal.
Para isso adotam complexas providências para proteger a carga das
temperaturas que podem atingir 40 °C negativos.
(Adaptado de: www1.folhauol.com.br/FSP/newyorktimes/122473)
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Há relação de causa e consequência, respectivamente, entre


a) o aumento dos custos trabalhistas no leste da China e a atual transferência
da produção industrial para o interior do país.
b) a redução de tempo no atual transporte por trem na Rota da Seda e a
aceleração da venda de produtos de informática.
c) o uso de caminhões para o transporte de carga e a atual mudança da
geografia econômica da China.
d) a retomada do transporte de mercadorias pela Rota da Seda e o aumento
nos custos do transporte marítimo.
e) a suspensão do uso da Rota da Seda no fim da Idade Média e a diminuição
na demanda do Ocidente por especiarias e seda.

9) FCC/Cons Leg (Cam Mun SP)/Biblioteconomia/2014


Atenção: A questão referem-se ao texto seguinte.
[Representações da infância]
Para vários escritores, as origens de suas narrativas estão na infância e na
juventude, cujo mundo é uma promessa de um futuro livro. A memória incerta
e nebulosa do passado acende o fogo de uma ficção no tempo presente.
Cada escritor elege seu paraíso. E a infância, um paraíso perdido para sempre,
pode ser reinventada pela literatura. Mas há também vestígios de inferno no
passado, e isso também interessa ao escritor. Traumas, decepções, desilusões
e conflitos alimentam trançados de eventos, tramas sutis ou escabrosas,
veladas ou escancaradas.

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Cenas e conversas que presenciamos − ou que foram narradas por amigos e


parentes − permanecem na nossa memória com a força de algo verdadeiro, que
nos toca e inquieta. A infância, com seus sonhos e pesadelos, é prato cheio para
a psicanálise, mas também para a literatura.
(HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras,
2013. p. 180)
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A frase A infância, com seus sonhos e pesadelos, é prato cheio para a


psicanálise, mas também para a literatura está reescrita de modo a conservar
o sentido, a correção e a clareza em:
a) Por meio de seus sonhos e pesadelos, a infância não é apenas prato cheio
para a literatura, e ainda o é para a psicanálise.
b) Tanto a literatura como a psicanálise absorvem o prato cheio da infância,
assim como seus sonhos e pesadelos.
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c) Por constituir um prato cheio tanto para a psicanálise como a literatura, a


infância se apresenta com sonhos e pesadelos.
d) Constituída por sonhos e pesadelos, não só a psicanálise, pois também a
literatura, veem na infância o prato cheio.
e) Tanto a psicanálise como a literatura encontram na infância, com os sonhos
e pesadelos que ela encerra, um prato cheio.

10) FCC/AJ/TRF 3/Apoio Especializado/Arquivologia/2014


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
A dor, juntamente com a morte, é sem dúvida a experiência humana mais bem
repartida: nenhum privilegiado reivindica ignorância em relação a ela ou se
vangloria de conhece-la melhor que qualquer outro. Violência nascida no próprio
âmago do indivíduo, ela dilacera sua presença e o esgota, dissolve-o no abismo
que nele se abriu, esmaga-o no sentimento de um imediato sem nenhuma
perspectiva. Rompe-se a evidência da relação do indivíduo consigo e com o
mundo.
A dor quebra a unidade vivida do homem, transparente para si mesmo enquanto
goza de boa saúde, confiante em seus recursos, esquecido do enraizamento
físico de sua existência, desde que nenhum obstáculo se interponha entre seus
projetos e o mundo. De fato, na vida cotidiana o corpo se faz invisível, flexível;
sua espessura é apagada pelas ritualidades sociais e pela repetição incansável
de situações próximas umas das outras. Aliás, esse ocultar o corpo da atenção
do indivíduo leva René Leriche a definir a saúde como “a vida no silêncio dos
órgãos”. Georges Canguilhem acrescenta que ela é um estado de “inconsciência
em que o sujeito é de seu corpo”.

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(Adaptado de: BRETON, David Le. Antropologia da Dor, São Paulo, Editora
FapUnifesp, 2013, p. 256)

Os pronomes grifados nos segmentos ... enraizamento físico de sua existência,


... sua espessura é apagada... e ... ela é um estado de inconsciência... (2o
parágrafo) referem-se, respectivamente, a:
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a) enraizamento físico, corpo e atenção do indivíduo.


b) homem, corpo e saúde.
c) dor, vida cotidiana e saúde.
d) enraizamento físico, corpo e vida no silêncio.
e) homem, vida cotidiana e saúde.
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11) FCC/Esc/BB/"Sem Área"/2013


Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Ao longo do século XVII, a Holanda foi um dos dois motores de um fenômeno
que transformaria para sempre a natureza das relações internacionais: a
primeira onda da chamada globalização. O outro motor daquela era de
florescimento extraordinário das trocas comerciais e culturais era um império
do outro lado do planeta − a China. Só na década de 1650, 40 000 homens
partiram dos portos holandeses rumo ao Oriente, em busca dos produtos
cobiçados que se fabricavam por lá. Mas a derrota em uma guerra contra a
França encerrou os dias da Holanda como força dominante no comércio mundial.
Se o século XVI havia sido marcado pelas grandes descobertas, o seguinte
testemunhou a consequência maior delas: o estabelecimento de um poderoso
cinturão de comércio que ia da Europa à Ásia. "O sonho de chegar à China é o
fio imaginário que percorre a história da luta da Europa para fugir do
isolamento", diz o escritor canadense Timothy Brook, no livro O chapéu de
Vermeer.
Isso determinou mudanças de comportamento e de valores: "Mais gente
aprendia novas línguas e se ajustava a costumes desconhecidos". O estímulo a
esse movimento era o desejo irreprimível dos ocidentais de consumir as
riquezas produzidas no Oriente. A princípio refratários ao comércio com o
exterior, os governantes chineses acabaram rendendo-se à evidência de que o
comércio significava a injeção de riqueza na economia local (em especial sob a
forma de toneladas de prata).
Sob vários aspectos, a China e a Holanda do século XVII eram a tradução de
um mesmo espírito de liberdade comercial. Mas deveu-se só à Holanda a
invenção da pioneira engrenagem econômica transnacional. A Companhia das
Índias Orientais − a primeira grande companhia de ações do mundo, criada em

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1602 − foi a mãe das multinacionais contemporâneas. Beneficiando-se dos


baixos impostos e da flexibilidade administrativa, ela tornou-se a grande
potência empresarial do século XVII.
(Adaptado de: Marcelo Marthe. Veja, p. 136137, 29 ago. 2012)

Isso determinou mudanças de comportamento e de valores ... (3o parágrafo)


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O pronome grifado evita a repetição, no texto, da expressão:


a) o estabelecimento de um poderoso cinturão de comércio.
b) a primeira onda da chamada globalização.
c) a derrota em uma guerra contra a França.
d) o desejo irreprimível dos ocidentais.
e) a injeção de riqueza na economia local.
Cópia registrada para Juarez Lima (CPF: 033.254.205-08)

12) FCC/AJ/TRE RO/Judiciária/2013


Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Pintor, gravador e vitralista, Marc Chagall estudou artes plásticas na Academia
de Arte de São Petersburgo. Seguindo para Paris em 1910, ligou-se aos poetas
Blaise Cendrars, Max Jacob e Apollinaire − e aos pintores Delaunay, Modigliani
e La Fresnay.
A partir daí, trabalhou intensamente para integrar o seu mundo de
reminiscências e fantasias na linguagem moderna derivada do fauvismo e do
cubismo.
Na década de 30, o clima de perseguição e de guerra repercute em sua pintura,
onde surgem elementos dramáticos, sociais e religiosos. Em 1941, parte para
os EUA, onde sua esposa falece (1944). Chagall mergulha, então, em um
período de evocações, quando conclui o quadro "Em torno dela", que se tornou
uma síntese de todos os seus temas.
(Adaptado de: educação.uol.com.br/biografias/marcchagall. html)

No texto, evita-se a repetição do termo onde (3o parágrafo), substituindo o


segmento onde surgem por:
a) em que apresenta.
b) cuja apresenta.
c) que apresentam.
d) que passa a apresentar.
e) na qual apresenta-se.

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13) CESPE/Tec/INSS/2016
Bibliotecas sempre deram muito o que falar. Grandes monarquias jamais
deixaram de possuir as suas, e cuidavam delas estrategicamente. Afinal, dotes
de princesas foram negociados tendo livros como objetos de barganha; tratados
diplomáticos versaram sobre essas coleções. Os monarcas portugueses, após
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o terremoto que dizimou Lisboa, se orgulhavam de, a despeito dos destroços,


terem erguido uma grande biblioteca: a Real Livraria. D. José chamava-a de
joia maior do tesouro real. D. João VI, mesmo na correria da partida para o
Brasil, não se esqueceu dos livros. Em três diferentes levas, a Real Biblioteca
aportou nos trópicos, e foi até mesmo tema de disputa.
Internet: <http://observatoriodaimprensa.com.br> (com adaptações).

Acerca de aspectos linguísticos e dos sentidos do texto acima, julgue o item que
Cópia registrada para Juarez Lima (CPF: 033.254.205-08)

se segue.
A expressão “essas coleções” retoma, por coesão, o termo “Bibliotecas”.
Certo
Errado

14) CESPE/AFCE/TCE SC/Controle


Externo/Administração/2016
É inegável que o Estado representa um ônus para a sociedade, já que, para
assegurar o seu funcionamento, consome riquezas da sociedade. Representa,
porém, um mal necessário, pois até agora não se conseguiu arquitetar
mecanismo distinto para catalisar a vida em comunidade. Então, se do Estado
ainda não pode prescindir a civilização, cabe-lhe aprimorá-lo, buscando otimizar
o seu funcionamento, de modo a torna-lo menos oneroso, mais eficiente e
eficaz.
O bom funcionamento do Estado, que inclui também o bom funcionamento de
suas estruturas encarregadas do controle público (Ministério Público, Poder
Legislativo e tribunais de contas, entre outros), vem sendo alçado à condição
de direito fundamental dos indivíduos. Pressupõe, notadamente sob as luzes do
princípio constitucional da eficiência, os deveres de cuidado e de cooperação.
O dever de cuidado é consequência direta do postulado da indisponibilidade do
interesse público. Em decorrência desse postulado, todo agente público tem o
dever de, no cumprimento fiel de suas atribuições, perseguir o interesse público
manifesto na Constituição Federal e nas leis. Conduz, portanto, à ideia de
vedação da omissão, já que deixar de cumprir tais atribuições evidenciaria
conduta ilícita.

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O dever de cuidado conduz, ainda, a uma ampla interação entre as estruturas


públicas de controle, ou seja, é um dever de cooperação, não como faculdade,
mas como obrigação que, em regra, dispensa formas especiais, como previsões
normativas específicas, convênios e acordos.
Sob essa perspectiva, o controle público do Estado deve incorporar à sua cultura
institucional o compromisso com o direito fundamental ao bom funcionamento
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do Estado.
Nesse contexto, os deveres de cuidado e de cooperação se impõem a todas as
estruturas do Estado destinadas a promover o controle da máquina estatal.
A observância do dever de cuidado e do de cooperação — traduzida, portanto,
na atuação comprometida e concertada das estruturas orientadas para a função
de controle da gestão pública — deve promover, entre os agentes e órgãos de
controle, comportamentos de responsabilidade e responsividade. Por
responsabilidade entenda-se o genuíno compromisso com a integralidade do
Cópia registrada para Juarez Lima (CPF: 033.254.205-08)

ordenamento jurídico, o que pressupõe, acima de tudo, o reconhecimento de


um regime de vedação da omissão. Responsividade, por sua vez, traduz o
comportamento orientado a oferecer respostas rápidas e proativas,
impregnadas de verdadeiro compromisso com a ideia-chave de promover o bom
funcionamento do Estado.
Diogo Roberto Ringenberg. Direito fundamental ao bom funcionamento do
controle público. In: Controle Público, n.º 10, abr./2011, p. 55 (com
adaptações).

Com relação às estruturas linguísticas do texto CB2A2AAA, julgue o item a


seguir.
No terceiro período do texto, as formas pronominais “lo”, em suas duas
ocorrências — “aprimorá-lo” e “torna-lo” —, e “seu” referem-se a “Estado”.
Certo
Errado

15) CESPE/ATA/DPU/2016
Texto para o item.
No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou
justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O
surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então
existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já
dava início a situações em que constantemente as partes se viam
impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A
partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com

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o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser


garantida nas cartas constitucionais.
No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das
garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever
que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária,
criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de
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emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946


previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder
público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos
necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060,
que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos
necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento
que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de
atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito
municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples
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afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova
redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950.
Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar
o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que
abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda
judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos
jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de
ações coletivas e mediação.
Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide
judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode,
mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa,
garantida pela Constituição Federal vigente.
Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet:
<http://jus.com.br> (com adaptações)

Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item
subsecutivo.
A substituição de “ratificado” por confirmada manteria a coerência do texto,
embora seu sentido fosse alterado.
Certo
Errado

16) CESPE/ATA/DPU/2016
Texto para o item.

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No Brasil, pode-se considerar marco da história da assistência jurídica, ou


justiça gratuita, a própria colonização do país, ainda no século XVI. O
surgimento de lides provenientes das inúmeras formas de relação jurídica então
existentes — e o chamamento da jurisdição para resolver essas contendas — já
dava início a situações em que constantemente as partes se viam
impossibilitadas de arcar com os possíveis custos judiciais das demandas. A
partir de então, a chamada assistência judiciária praticamente evoluiu junto com
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o direito pátrio. Sua importância atravessou os séculos, e ela passou a ser


garantida nas cartas constitucionais.
No século XX, o texto constitucional de 1934, no capítulo II, “Dos direitos e das
garantias individuais”, em seu art. 113, fez menção a essa proteção, ao prever
que “A União e os estados concederão aos necessitados assistência judiciária,
criando para esse efeito órgãos especiais e assegurando a isenção de
emolumentos, custas, taxas e selos”. Por sua vez, a Constituição de 1946
previu, no mesmo capítulo que a de 1934, em seu art. 141, § 35, que “O poder
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público, na forma que a lei estabelecer, concederá assistência judiciária aos


necessitados”. A lei extravagante veio em 1950, materializada na Lei n.º 1.060,
que especifica normas para a concessão de assistência judiciária aos
necessitados. No art. 4.º dessa lei, havia menção ao “rendimento ou vencimento
que percebe e os encargos próprios e os da família” e constava a exigência de
atestado de pobreza, expedido pela autoridade policial ou pelo prefeito
municipal. Foi o art. 1.º, § 2.º, da Lei n.º 5.478/1968 que criou a simples
afirmação (da pobreza), ratificado pela Lei n.º 7.510/1986, que deu nova
redação a dispositivos da Lei n.º 1.060/1950.
Em 1988, a Carta Cidadã ampliou o escopo da assistência judiciária ao empregar
o termo assistência jurídica integral e gratuita, que é mais abrangente e que
abarca o termo usado anteriormente, restrito apenas à assistência de demanda
judicial já proposta ou a ser interposta. O termo atual também engloba atos
jurídicos extrajudiciais, aconselhamento jurídico, patrocínio da causa, além de
ações coletivas e mediação.
Hoje, portanto, alguém que se vê incapaz de arcar com os custos que uma lide
judicial impõe, mas necessita da imediata prestação jurisdicional, pode,
mediante simples afirmativa, postular as benesses dessa prerrogativa,
garantida pela Constituição Federal vigente.
Uma história para a gratuidade jurídica no Brasil. Internet:
<http://jus.com.br> (com adaptações)

Ainda a respeito das ideias e dos aspectos linguísticos do texto, julgue o item
subsecutivo.
A supressão da vírgula empregada logo após “prerrogativa” manteria a
coerência do texto, embora alterasse o seu sentido.
Certo

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Errado

17) CESPE/AFCE/TCE SC/Controle


Externo/Administração/2016
Texto CB2A2BBB
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O fenômeno da corrupção, em virtude de sua complexidade e de seu potencial


danoso à sociedade, exige, além de uma atuação repressiva, também uma ação
preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular a integridade no serviço
público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do interesse
público.
Entende-se que a integridade pública representa o estado ou condição de um
órgão ou entidade pública que está “completa, inteira, perfeita, sã”, no sentido
de uma atuação que seja imaculada ou sem desvios, conforme as normas e
valores públicos.
Cópia registrada para Juarez Lima (CPF: 033.254.205-08)

De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico


(OCDE), a integridade é mais do que a ausência de corrupção, pois envolve
aspectos positivos que, em última análise, influenciam os resultados da
administração, e não apenas seus processos. Além disso, a OCDE compreende
um sistema de integridade como um conjunto de arranjos institucionais, de
gerenciamento, de controle e de regulamentações que visem à promoção da
integridade e da transparência e à redução do risco de atitudes que violem os
princípios éticos.
Nesse sentido, a gestão de integridade refere-se às atividades empreendidas
para estimular e reforçar a integridade e também para prevenir a corrupção e
outros desvios dentro de determinada organização.
Internet: <www.cgu.gov.br> (com adaptações).

Julgue o item, relativo a aspectos linguísticos e às ideias do texto CB2A2BBB.


A coerência e a coesão do texto seriam mantidas caso o seguinte trecho fosse
incluso como continuação do segundo parágrafo:
Assim sendo, a integridade pública pode ser compreendida como uma virtude
ou qualidade dos agentes que atuam, em uma determinada organização, de
maneira proba, em favor do interesse público e em conformidade com os
princípios, normas ou valores que norteiam a administração pública.
Certo
Errado

18) CESPE/Tec GT/TELEBRAS/Assistente Técnico/2015

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Apesar de motivar uma revolução econômica sem precedentes na história


mundial, a instalação das primeiras máquinas a vapor nas fábricas inglesas no
início do século XIX gerou polêmica. Revoltados contra a mecanização, que
diminuiria empregos e pioraria as condições de trabalho, movimentos
organizados de trabalhadores ingleses calcularam que o melhor a fazer era
destruir as máquinas das indústrias.
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Mais de um século depois, analistas de uma empresa de consultoria inglesa


relacionaram a expansão tecnológica com a criação de postos de trabalho.
Dessa relação, concluíram que, na realidade, o desenvolvimento de recursos
para dinamizar a produção não só melhorou a qualidade de vida dos
trabalhadores e expandiu a economia, como também criou mais ofertas de
emprego.
A partir de dados coletados com base em censos do Reino Unido, os
pesquisadores verificaram diminuição de empregos que envolviam grande
esforço, como trabalho em minas de carvão e agricultura, e crescimento nas
Cópia registrada para Juarez Lima (CPF: 033.254.205-08)

profissões ligadas a serviços e conhecimento, como magistério e medicina.


“Historicamente, a tecnologia destrói empregos em um momento para
reconstruí-los em uma segunda etapa, mas esse não é um processo rápido nem
simpático”, afirma um dos pesquisadores.
Tecnologia gera emprego. Revista Galileu, out./2015 (com adaptações).

Acerca das ideias e das estruturas linguísticas do texto Tecnologia gera


emprego, julgue o item subsequente.
No trecho ‘esse não é um processo’, o elemento ‘esse’ faz referência ao processo
de extinção e ressurgimento de empregos que decorre da expansão tecnológica.
Certo
Errado

19) CESPE/TBN/CEF/Administrativa/2014
A moeda, como hoje é conhecida, é o resultado de uma longa evolução. No
início, não havia moeda, praticava-se o escambo. Algumas mercadorias, pela
sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que outras. Aceitas por todos,
assumiram a função de moeda, circulando como elemento trocado por outros
produtos e servindo para avaliar-lhes o valor. Eram as moedas-mercadorias. O
gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados. O sal foi outra moeda-
mercadoria; de difícil obtenção, era muito utilizado na conservação de
alimentos. Ambas deixaram marca de sua função como instrumento de troca no
vocabulário português, em palavras como pecúnia e pecúlio, capital e salário.
Com o passar do tempo, as mercadorias se tornaram inconvenientes às
transações comerciais, devido à oscilação de seu valor, pelo fato de não serem

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fracionáveis e por serem facilmente perecíveis, o que não permitia o acúmulo


de riquezas. Surgiram, então, no século VII a.C., as primeiras moedas com
características semelhantes às das atuais: pequenas peças de metal com peso
e valor definidos e com a impressão do cunho oficial, isto é, a marca de quem
as emitiu e garante o seu valor.
Os primeiros metais utilizados na cunhagem de moedas foram o ouro e a prata.
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O emprego desses metais se impôs, não só por sua raridade, beleza, imunidade
à corrosão e por seu valor econômico, mas também por antigos costumes
religiosos. Durante muitos séculos, os países cunharam em ouro suas moedas
de maior valor, reservando a prata e o cobre para os valores menores. Esses
sistemas se mantiveram até o final do século XIX, quando o cuproníquel e,
posteriormente, outras ligas metálicas passaram a ser empregados e a moeda
passou a circular pelo seu valor extrínseco, isto é, pelo valor gravado em sua
face, que independe do metal nela contido.
Na Idade Média, surgiu o costume de guardar os valores com um ourives,
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pessoa que negociava objetos de ouro e prata e que, como garantia, entregava
um recibo. Esse tipo de recibo passou a ser utilizado para efetuar pagamentos,
circulando de mão em mão, e deu origem à moeda de papel. Com o tempo, da
forma como ocorreu com as moedas, os governos passaram a conduzir a
emissão de cédulas, controlando as falsificações e garantindo o poder de
pagamento. Atualmente, quase todos os países possuem bancos centrais,
encarregados das emissões de cédulas e moedas.
Internet: <www.bcb.gov.br> (com adaptações).

Julgue o próximo item, relativo às ideias expressas no texto ao lado e a aspectos


linguísticos desse texto.
Em “servindo para avaliar-lhes o valor”, o pronome “lhes”, que retoma “outros
produtos”, equivale, em sentido, ao pronome seu.
Certo
Errado

20) CESPE/TA/ICMBio/2014
O ABCerrado e a Matomática (“matemática do mato”), metodologias criadas por
um professor da UnB, apoiam-se em dois princípios: o da elevação da
autoestima de alunos e professores e o do envolvimento com o meio ambiente
para a construção, de forma lúdica e interdisciplinar, da cidadania e do respeito
mútuo. “Fazemos a aproximação por meio de elementos do contexto onde as
crianças estão inseridas. As atividades de leitura, interpretação e escrita
associam-se ao tema do cerrado na forma de poesias, música, desenho, pintura
e jogos”, explica uma professora da Faculdade de Educação da UnB.
Atualmente, a universidade trabalha para expandir a aplicação do ABCerrado na

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rede de ensino do DF. “Ainda prevalece uma visão conservadora sobre o que é
educação”, conta a professora. “A natureza possui uma dimensão formadora.
Isso subverte a forma de se tratar a relação entre o ser humano e o meio
ambiente no cerne de um processo educativo. Não se trata de educar o ser
humano para o domínio e a apropriação da natureza, mas de educar a
humanidade para ser capaz de trocar e de aprender com ela”, completa.
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João Campos. O ABC do cerrado. In: Revista Darcy, jun./2012 (com


adaptações)

Com relação aos aspectos linguísticos e aos sentidos do texto acima, julgue o
item subsequente.
O termo ‘Isso’ (l.12) refere-se à expressão ‘visão conservadora’ (l.10).
Certo
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Errado

21) CESPE/AnaTA/CADE/2014
Atualmente, há duas Américas Latinas. A primeira conta com um bloco de países
— incluindo Brasil, Argentina e Venezuela — com acesso ao Oceano Atlântico,
que confere ao Estado grande papel na economia. A segunda — composta por
países de frente para o Pacífico, como México, Peru, Chile e Colômbia — adota
o livre comércio e o mercado livre.
Os dois grupos de países compartilham de uma geografia, de culturas e de
histórias semelhantes, entretanto, por quase dez anos, a economia dos países
do Atlântico cresceu mais rapidamente, em grande parte graças ao aumento
dos preços das commodities no mercado global. Atualmente, parece que os anos
vindouros são mais promissores para os países do Pacífico. Assim, a região
enfrenta, de certa forma, um dilema sobre qual modelo adotar: o do Atlântico
ou o do Pacífico?
Há razões para pensar que os países com acesso ao Pacífico estão em vantagem,
como, por exemplo, o fato de que, em 2014, o bloco comercial Aliança do
Pacífico (formado por México, Colômbia, Peru e Chile) provavelmente crescerá
a uma média de 4,25%, ao passo que o grupo do Atlântico, formado por
Venezuela, Brasil e Argentina — unidos pelo MERCOSUL —, crescerá 2,5%. O
Brasil, a maior economia da região, tende a crescer 1,9%.
Segundo economistas, os países da América Latina que adotam o livre comércio
estão mais preparados para crescer e registram maiores ganhos de
produtividade. Os países do Pacífico, mesmo aqueles como o Chile, que ainda
dependem de commodities como o cobre, também têm feito mais para
fortalecer a exportação. No México, a exportação de bens manufaturados
representa quase 25% da produção econômica anual (no Brasil, representa

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4%). As economias do Pacífico também são mais estáveis. Países como México
e Chile têm baixa inflação e consideráveis reservas estrangeiras.
Venezuela e Argentina, por sua vez, começam a se parecer com casos
econômicos sem solução. Na Venezuela, a inflação passa de 50% ao ano — igual
à da Síria, país devastado pela guerra.
David Juhnow. Duas Américas Latinas bem diferentes. The Wall Street Journal.
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In: Internet: <http://online.wsj.com> (com adaptações).


Julgue o próximo item, a respeito de aspectos linguísticos do texto de David
Juhnow.
No trecho “o do Atlântico ou o do Pacífico”, subentende-se a palavra “modelo”.
Certo
Errado
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22) CESPE/Cont/MTE/2014
Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira —
aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma
avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian
mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar
de classe C, estaria no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso
fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores
movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a
população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do
primeiro mundo. Não por menos, tal massa de compradores se converteu na
locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais
crédito e programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui
saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em
suas aquisições.
Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br>
(com adaptações).
No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue o
próximo item.
O vocábulo “aquela” refere-se à expressão “nova classe média brasileira”.
Certo
Errado

23) CESPE/Cont/MTE/2014
“Passe lá no RH!”. Não são poucas as vezes em que os colaboradores de uma
empresa recebem essa orientação. Não são poucos os chefes que não sabem

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como tratar um tema que envolve seus subordinados, ou não têm coragem de
fazê-lo, e empurram a responsabilidade para seus colegas da área de recursos
humanos. Promover ou comunicar um aumento de salário é com o chefe
mesmo; resolver conflitos, comunicar uma demissão, selecionar pessoas,
identificar necessidades de treinamento é “lá com o RH”. Em pleno século XXI,
ainda existem empresas cujos executivos não sabem quem são os reais
responsáveis pela gestão de seu capital humano. Os responsáveis pela gestão
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de pessoas em uma organização são os gestores, e não a área de RH. Gente é


o ativo mais importante nas organizações: é o propulsor que as move e lhes dá
vida. Portanto, os aspectos que envolvem a gestão de pessoas têm de ser
tratados como parte de uma política de valorização desse ativo, na qual gestores
e RH são vasos comunicantes, trabalhando em conjunto, cada um
desempenhando seu papel de forma adequada.
José Luiz Bichuetti. Gestão de pessoas não é com o RH! In: Harvard Business
Review Brasil. (com adaptações).
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Acerca dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima, julgue o item


a seguir.
A forma pronominal “lo”, em “fazê-lo”, refere-se a “tema”, e as formas “as” e
“lhes” referem-se a “organizações”.
Certo
Errado

24) CESPE/AnaTA/MDIC/2014
Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de desenvolvimento
humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços em educação, renda e
expectativa de vida nos últimos vinte anos.
Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com
dados divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada.
O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio
do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo
de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar
“muito baixo” para um patamar “alto” de desenvolvimento social. O que mais
contribuiu para esse índice foi o aumento na longevidade, que subiu de 64,7
anos para 73,9 anos. Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na
renda nesse período.
Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro componente do
IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em vinte anos, o IDHM
específico de educação é o mais distante da meta ideal, de 1. Em 2010, pouco
mais da metade dos brasileiros com dezoito anos de idade ou mais havia
concluído o ensino fundamental; e só 57,2% dos jovens entre quinze e

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dezessete anos de idade tinham o ensino fundamental completo. O ministro da


Educação admitiu um “imenso desafio” na área, mas destacou que a educação
é o componente que, tendo partido de um patamar mais baixo, registrou os
maiores avanços, graças ao aumento no fluxo de alunos matriculados nas
escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos de idade que entraram no
sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991, para 91,1%, em 2010.
Direitos autorais reservados (Lei 9610/98). Proibida a reprodução, venda ou compartilhamento deste arquivo. Uso individual.

Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de
desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a
porcentagem de municípios na classificação “muito baixa” caiu de 85,5%, em
1991, para 0,6%, em 2010. O relatório identificou uma redução nas
disparidades sociais entre Norte e Sul do Brasil, mas confirmou que elas
continuam a existir. Um exemplo disso é que 90% dos municípios das regiões
Norte e Nordeste têm baixos índices de IDHM em educação e renda.
Internet: <www.bbc.co.uk> (com adaptações).
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No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas no texto, julgue o


item que se segue.
O pronome “isso” retoma apenas a ideia expressa em “quanto mais próximo de
1, maior é o desenvolvimento”..
Certo
Errado

25) FGV/Ana/MPE RJ/Administrativa/2016


Texto – Violência e favelas
O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime
manifestados nas grandes metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do
Rio de Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.
“A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não
está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa
para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou
na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e é irritante, o ser humano
está em um estado de nervos que ele não está mais se controlando, aí junta a
falta de dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo mais, e
quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai descontar em cima de quem
tem mais, e tá uma rivalidade, uma violência que não tem mais tamanho, tá
uma coisa insuportável.” (moradora da Rocinha.)
A recente escalada da violência no país está relacionada ao processo de
globalização que se verifica, inclusive, ao nível das redes de criminalidade. A
comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são
realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, verifica-se hoje, com

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as CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaladas, ligações entre atores


presentes em instituições estatais e redes do narcotráfico.
Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são
crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços. No outro
polo, verifica-se um crescimento da autossegregação, especialmente por parte
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das elites que se encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se


proteger da violência.
(Maria de Fátima Cabral Marques Gomes, Scripta Nova.)

“Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são


crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços”.
Nesse segmento do texto, o componente textual que NÃO se refere ou substitui
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um elemento anterior do texto é:


a) Nesse contexto;
b) seus;
c) desordem social;
d) que;
e) nesses espaços.

26) FGV/Ana/MPE RJ/Administrativa/2016


Texto – Violência e favelas
O crescimento dos índices de violência e a dramática transformação do crime
manifestados nas grandes metrópoles são alarmantes, sobretudo, na cidade do
Rio de Janeiro, sendo as favelas as mais afetadas nesse processo.
“A violência está o cúmulo do absurdo. É geral, não é? É geral, não tem, não
está distinguindo raça, cor, dinheiro, com dinheiro, sem dinheiro, tá de pessoa
para pessoa, não interessa se eu te conheço ou se eu não te conheço. Me irritou
na rua eu te dou um tiro. É assim mesmo que está, e é irritante, o ser humano
está em um estado de nervos que ele não está mais se controlando, aí junta a
falta de dinheiro, junta falta de tudo, e quem tem mais tá querendo mais, e
quem tem menos tá querendo alguma coisa e vai descontar em cima de quem
tem mais, e tá uma rivalidade, uma violência que não tem mais tamanho, tá
uma coisa insuportável.” (moradora da Rocinha.)
A recente escalada da violência no país está relacionada ao processo de
globalização que se verifica, inclusive, ao nível das redes de criminalidade. A
comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são
realizadas para negociar armas e drogas. Por outro lado, verifica-se hoje, com

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as CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) instaladas, ligações entre atores


presentes em instituições estatais e redes do narcotráfico.
Nesse contexto, as camadas populares e seus bairros/favelas são
crescentemente objeto de estigmatização, percebidos como causa da desordem
social o que contribui para aprofundar a segregação nesses espaços. No outro
polo, verifica-se um crescimento da autossegregação, especialmente por parte
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das elites que se encastelam nos enclaves fortificados na tentativa de se


proteger da violência.
(Maria de Fátima Cabral Marques Gomes, Scripta Nova.)

“A comunicação entre as redes internacionais ligadas ao crime organizado são


realizadas para negociar armas e drogas”.
A oração reduzida sublinhada teria como forma nominalizada equivalente:
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a) para que se negociem armas e drogas;


b) para a negociação de armas e drogas;
c) para que sejam negociadas armas e drogas;
d) para que se negociassem armas e drogas;
e) para o negócio de armas e drogas ser realizado.

27) FGV/Ana/DPE MT/Administrador/2015


A partir do fragmento a seguir, responda à questão
Os sete erros que devem ser evitados em tempos de seca
O primeiro desses “erros” era “usar água da chuva para beber, tomar banho e
cozinhar”. Segundo o aviso, “A água da chuva armazenada em casa não pode
ser usada para beber, tomar banho e cozinhar porque ela contém uma alta
concentração de poluentes atmosféricos, que podem causar mal à saúde. Essa
água só é indicada para consumo com tratamento químico, feito somente por
especialistas, não bastando ferver ou filtrar. Por isso, é melhor usá-la apenas
na limpeza da casa”.

O texto mostra três ocorrências do pronome demonstrativo.


I. “O primeiro desses ‘erros’...”
II. “Essa água só é indicada para consumo...”
III. “Por isso é melhor usá-la...”
Sobre essas ocorrências, assinale a afirmativa inadequada.
a) Todas as ocorrências se referem a termos já citados anteriormente.

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b) Os erros referidos em I são os sete erros apontados.


c) A água citada em II se refere à água da chuva armazenada em casa.
d) Em III, o demonstrativo aponta o motivo de evitar-se a água em certos casos.
e) Todas as ocorrências se referem a termos proximamente citados.
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28) FGV/Ana TI/TCE SE/Desenvolvimento/2015


Texto 2 – Exigências da vida moderna
Dizem que todos os dias você deve comer uma maçã por causa do ferro. E uma
banana pelo potássio. E também uma laranja pela vitamina C. Uma xícara de
chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes.
Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que
consome o dobro do tempo.
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Todos os dias deve-se tomar um Yakult pelos lactobacilos (que ninguém sabe
bem o que é, mas que aos bilhões, ajudam a digestão). Cada dia uma Aspirina,
previne infarto. Uma taça de vinho tinto também. Uma de vinho branco
estabiliza o sistema nervoso. Um copo de cerveja, para... não lembro bem para
o que, mas faz bem. O benefício adicional é que se você tomar tudo isso ao
mesmo tempo e tiver um derrame, nem vai perceber.
(Luiz Fernando Veríssimo)

“Todos os dias deve-se tomar ao menos dois litros de água. E uriná-los, o que
consome o dobro do tempo”.
O segundo parágrafo do texto 2 entra em coesão com o anterior pela:
a) repetição de uma mesma estrutura;
b) referência a um termo anterior por meio do pronome “los”;
c) referência a um trecho anterior por meio de “o que”;
d) repetição do numeral “dois” por meio da palavra “dobro”;
e) continuidade do uso de um mesmo tipo de variação linguística.

29) FGV/ADP/DPE RO/Analista Contábil/2015


TEXTO 2 – O Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA, é uma lei bem justa
e generosa, ainda largamente ignorada em suas medidas de proteção e
promoção. Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar
à internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a
prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que são
frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade,
mesmo em casos em que isso não se justifica. Os poderes públicos, inclusive o

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Judiciário, estão em dívida com a sociedade por conta da inobservância do


estatuto em sua integralidade.
Reconheço que a punição não é o único remédio para a violência cometida pelos
jovens. Evidentemente, políticas sociais, educação, prevenção, assistência
social são medidas que, se aplicadas no universo da população jovem, terão o
condão, efetivamente, de reduzir a violência. Mas, em determinados casos, é
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preciso uma punição mais eficaz do que aquelas preconizadas pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente.
(Aloysio Nunes Ferreira, Época).

“Mesmo quanto às sanções previstas no estatuto, antes de se chegar à


internação, há uma série de outras menos severas, como a advertência, a
prestação de serviços à comunidade e a liberdade assistida, que (1) são
frequentemente ignoradas, passando-se diretamente à privação de liberdade,
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mesmo em casos em que (2) isso não se justifica”.


Nesse segmento do texto 2, o elemento que NÃO estabelece coesão formal com
nenhum termo anterior é:
a) outras;
b) advertência;
c) que (1);
d) que (2);
e) isso.

30) FGV/TDP/DPE RO/Motorista/2015


TEXTO – História Dos Medicamentos Genéricos No Brasil
O programa de medicamentos genéricos, criado no Brasil em 1999 com a
promulgação da Lei 9787, se deu três anos após o país voltar a respeitar o
direito de patentes, em 1996. Após apenas 4 anos da criação dessa lei, os
genéricos já se encontravam disponíveis em mais de 4 mil apresentações,
abrangendo as principais classes terapêuticas, atendendo a mais de 60% das
necessidades de prescrições médicas.
Atualmente temos mais de 21 mil apresentações, sendo possível tratar, com
medicamentos genéricos, a maioria das doenças conhecidas.
Absolutamente seguros e eficazes, além de mais baratos que os chamados
medicamentos inovadores, os genéricos, ao longo destes anos, trouxeram uma
nova realidade para os consumidores do país, principalmente no que diz respeito
à qualidade.
(Associação Brasileira de Genéricos)

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“Após apenas 4 anos da criação dessa lei, os genéricos já se encontravam


disponíveis em mais de 4 mil apresentações,...”.
Nesse segmento do texto, o emprego da forma ESSA é justificado pelo mesmo
motivo que aparece corretamente no seguinte segmento:
a) os genéricos e os remédios de marca estão disponíveis no mercado e tanto
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esses quanto aqueles são bastante úteis;


b) os genéricos possuem preços mais baixos e essa novidade fez com que seu
consumo aumentasse;
c) em 1999 apareceu esse produto novo: os remédios genéricos foram criados;
d) artrite, rinite e estomatite são inflamações; esta, essa e aquela podem ser
combatidas por remédios genéricos;
e) não me venha com essa história de os remédios genéricos não serem tão
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eficazes.

31) FGV/TL/CM Caruaru/2015


Leia o texto a seguir e responda à questão.
A epidemia de dengue neste ano no Estado de São Paulo tem provocado, em
média, mais de uma morte por dia.
Desde o início do ano, já são ao menos 122 óbitos, segundo levantamento da
Folha de São Paulo em 60 dos 645 municípios paulistas. Esse é o maior número
em quatro anos e um dos mais altos da série histórica do Ministério da Saúde.
O pico da doença, no entanto, ainda não chegou. Isso deve ocorrer entre o fim
de abril e o começo de maio, devido ao comportamento do clima e à
sazonalidade do mosquito transmissor.
(Luiz Carlos Murauskas. Folhapress)

O texto emprega algumas formas de pronomes demonstrativos: “A epidemia de


dengue neste (1) ano no Estado de São Paulo”; “Esse (2) é o maior número em
quatro anos” e “Isso (3) deve ocorrer entre o fim de abril e o começo de maio”.
Sobre as ocorrências numeradas desses pronomes, assinale a afirmativa
correta.
a) As ocorrências (1) e (3) se justificam pela relação com o tempo presente.
b) A ocorrência (2) se justifica por se referir a um termo anteriormente citado.
c) A ocorrência (1) se justifica pela referência a um termo futuro.
d) A ocorrência (3) se justifica pela referência a um termo anterior mais
distante.

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e) As ocorrências (2) e (3) se justificam por se referirem a termos futuros.

32) FGV/AJ/TJ RO/Administrador/2015


Texto 1 – Facebook
Vimos que o Vale do Silício é um tecnopolo importante, com indústria avançada,
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de ponta, em que são feitos altos investimentos. Mas, às vezes, uma simples
ideia pode valer mais do que muita tecnologia. É o caso da maior rede social do
mundo, o Facebook.
Segundo o seu criador Mark Zuckerberg, em seu segundo ano da Universidade
de Harvard (2004), ele e seus amigos tinham muito a compartilhar: suas fotos,
o que estudavam, de que gostavam, entre tantas outras coisas que os amigos
curtem. Pensando nisso, Mark elaborou – em duas semanas e com apenas 19
anos de idade – a primeira versão do que se tornaria essa famosa rede social.
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Mas há quem diga que a história inicial não foi tão sublime, mas que tudo
começou como uma brincadeira: Mark teria colocado as fotos das garotas da
Universidade na internet, à revelia, para que os colegas escolhessem qual a
mais bonita. Outro detalhe não menos importante seria que o desenvolvimento
do Facebook contou com a colaboração de mais colegas, entre eles o brasileiro
Eduardo Saverin, reconhecido como o cofundador do site.
De qualquer forma, e intrigas à parte, inovação e agilidade transformaram esse
pequeno projeto/brincadeira em uma empresa extremamente lucrativa, com
mais de 500 milhões de usuários, faturamento bilionário e um valor de 50
bilhões de dólares, estimado pelo Banco Sachs em janeiro de 2011, maior do
que o da Time Warner.
(Paulo Roberto Moraes, Urbanização e Metropolização, São Paulo, 2011)

Observe o seguinte segmento do texto 1: “Pensando nisso, Mark elaborou – em


duas semanas e com apenas 19 anos de idade – a primeira versão do que se
tornaria essa famosa rede social”.
Sobre as duas formas do demonstrativo esse/essa/esses/essas/isso
empregadas, é correto afirmar que:
a) referem-se a termos anteriores, com certo distanciamento de tempo;
b) prendem-se a elementos mais próximos dentro do contexto;
c) ligam-se a fatos que ainda vão ser esclarecidos na progressão textual;
d) substituem termos anteriores, construindo coesão entre segmentos;
e) indicam proximidade dos elementos referidos em relação ao leitor.

33) FGV/TJ Aux/TJ SC/2015

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“...relembra que na época dos Trapalhões (1966-1995), negros e gays sabiam


que as piadas eram apenas de brincadeira.”
Para evitar a repetição de “quês”, a frase sublinhada poderia ser
adequadamente substituída por:
a) serem as piadas apenas de brincadeira;
b) terem sido as piadas apenas brincadeira;
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c) as piadas apenas como brincadeira;


d) sendo as piadas apenas de brincadeira;
e) como brincadeira apenas as piadas.

34) FGV/TNS/SSP AM/2015


Texto – Os bebés e a TV
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Os bebés têm uma necessidade muito grande de interação. É esta que permite
um saudável desenvolvimento. Como as cores, os movimentos animados e os
sons da televisão captam facilmente a atenção dos bebés, muitas vezes os pais
(ou até educadoras nas creches cerca de 73% das crianças vê televisão na
creche, segundo a Deco) usam-nas como “babysitters”.
A utilização excessiva da televisão pode comprometer a capacidade do bebé em
explorar o ambiente, comunicar, aprender a distrair-se sozinho, acalmar-se de
forma autónoma, e aprender a brincar – o que mais tarde pode comprometer o
desenvolvimento da capacidade simbólica, fundamental para a saúde mental da
criança.
A televisão é uma fonte de hiperestimulação desajustada para os bebés, não só
por alguns conteúdos mas principalmente pelos seus ritmos bem mais
acelerados e estimulantes que o ritmo da vida real. O seu uso pode deixar o
bebé agitado pela quantidade de informação que o seu cérebro terá de processar
(pois cada imagem televisiva é constituída por um conjunto de centenas de
pontos luminosos). Um bebé pequeno não consegue acompanhar a velocidade
da sequência de imagens, nem os cortes constantes de luz e de som, sendo
estes ansiogénicos. Os bebés avaliam a sua segurança através dos ritmos, das
rotinas, da tranquilidade, assim, qualquer presença disrítmica, como a da
televisão, será geradora de ansiedade, aumentando o choro e dificultando o
sono.
(CAROLINA Albino, Sapolifestyle)
“Os bebés têm uma necessidade muito grande de interação. É esta que permite
um saudável desenvolvimento. Como as cores, os movimentos animados e os
sons da televisão captam facilmente a atenção dos bebés, muitas vezes os pais
(ou até educadoras nas creches cerca de 73% das crianças vê televisão na
creche, segundo a Deco) usam-nas como “babysitters”.”

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Esse segmento do texto mostra uma série de elementos coesivos; a opção em


que o termo anteriormente referido está indicado INADEQUADAMENTE é:
a) esta / necessidade de interação;
b) que / esta necessidade de interação;
c) crianças / bebés;
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d) creche / creches;
e) nas / crianças.

35) FGV/AAAJ/DP DF/Judiciária/2014


Estética ou erótica?
Será que o calor excessivo deste verão está exasperando o animus beligerante
das pessoas? Em carta ao jornal, a leitora Mariúza Peralva apontou a disposição
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do povo de agir por conta própria e fazer justiça com as próprias mãos como
sintoma de descrença nos políticos e nas instituições: “Coloca fogo em pneus,
quebra ônibus, quebra vitrines, ataca a polícia que, em princípio, existe para
protege-lo, joga pedra, rojão ou o que estiver à mão para fazer suas
reivindicações.” Já o leitor Cláudio Bittencourt escreveu discordando: “Quem
pratica tais barbaridades não é povo.” De qualquer maneira, são cada vez mais
evidentes os sinais de uma cultura da violência que tem se manifestado, com
vários graus de agressividade, nas brigas de trânsito, nos conflitos das torcidas
nos estádios, nas discussões de rua chegando às vias de fato.
(...) Diferentemente dos atos de violência cotidiana, que pelo menos não se
mascara de justa ou pedagógica, há ainda o vandalismo dos black blocs, cuja
ação iconoclasta contra símbolos do capitalismo é apresentada como uma
“estética”, conforme uma autodefinição, que parece desconhecer os estragos
pouco estéticos que são feitos à imagem das manifestações, sem falar na morte
do cinegrafista. Aliás, segundo alguns, os nossos mascarados se inspiram
menos nos anarquistas e mais nos fascistas italianos do tempo de Mussolini.
Pelo menos, a justificativa ideológica é parecida com o discurso dos adeptos do
Futurismo, movimento que foi criado pelo escritor Tommaso Marinetti como
vanguarda artística, que desprezando o passado e a tradição (considerava os
museus cemitérios), exaltava a guerra como “única higiene do
mundo”. Para os futuristas, o fascismo era a realização mínima do seu programa
político que, por meio de uma nova linguagem capaz de exprimir a experiência
da violência, da velocidade e do progresso técnico, pretendia transformar o
senso estético de uma sociedade “anacrônica”.
Lembrando as cenas dos jovens mascarados atirando pedras ou se atirando eles
mesmos contra as vitrines, pode-se concluir que essa coreografia da destruição
é, mais do que uma estética, uma “erótica” da violência, pelo prazer mórbido
com que é praticada.

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(Zuenir Ventura, O Globo, 22/02/2014)

“Coloca fogo em pneus, quebra ônibus, quebra vitrines, ataca a polícia que, em
princípio, existe para protege-lo, joga pedra, rojão ou o que estiver à mão para
fazer suas reivindicações.”
Os três primeiros termos desse segmento que estabelecem coesão com
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elementos anteriores são:


a) lo / o / que.
b) que / lo / o.
c) que / o / suas.
d) lo / que / suas.
e) lo / o / que.
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36) FGV/AP/SEJ-AP/2013
Tendências para as cadeias no futuro?
Na Malásia, uma equipe de designers e arquitetos elaborou um conceito de
centro de detenção bastante diferente. O projeto consiste em um complexo
prisional suspenso no ar, o que em teoria dificultaria as tentativas de fuga,
devido à altura potencialmente fatal de uma queda e à visibilidade que o fugitivo
teria aos olhos dos pedestres na parte de baixo.
A cadeia ainda teria espaços para manter um campo de agricultura, onde os
detentos poderiam trabalhar para se autossustentar e até distribuir o excesso
de alimento produzido para a sociedade. Fábricas e centros de reciclagem
também serviriam a esse propósito.
Visando reduzir os custos necessários para manter dezenas de agentes
carcerários, o teórico social Jeremy Betham projetou uma instituição que
manteria todas as celas em um local circular, de forma que fiquem expostas
simultaneamente. Dessa forma, apenas alguns poucos guardas posicionados na
torre no centro do prédio já conseguiriam manter a vigilância sobre todos os
detentos. Embora um presídio nesse estilo tenha sido construído em Cuba, ele
nunca chegou a entrar em funcionamento.
Outra solução criativa foi pensada e realizada na Austrália, onde um centro de
detenção foi elaborado a partir de containers de transporte de mercadorias em
navios
modificados para servir como celas temporárias. Outra prisão na Nova Zelândia
também passou a usar a mesma solução para resolver problemas de
superlotação.

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Entretanto, o conceito tem causado muita polêmica, pois as condições das celas
em containers seriam desumanas — o que temos que levar em consideração
em se tratando de um país tão quente. “Morar” em uma caixa de metal sob um
sol de escaldar não deve ser nada agradável.
(Fernando Daquino, 04/11/2012 – Arquitetura)
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“Embora um presídio nesse estilo tenha sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento”.
As alternativas a seguir apresentam formas de reescrever esse período do texto
mantendo seu significado original, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Ainda que um presídio nesse estilo tenha sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
b) Em virtude de um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
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chegou a entrar em funcionamento.


c) A despeito de um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
d) Apesar de um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.
e) Não obstante um presídio nesse estilo ter sido construído em Cuba, ele nunca
chegou a entrar em funcionamento.

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6 - Gabarito

1 B 7 A 13 C 19 C 25 C 31 B
2 D 8 A 14 C 20 E 26 B 32 D
3 A 9 E 15 C 21 C 27 E 33 A
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4 D 10 B 16 C 22 C 28 A 34 E
5 D 11 A 17 C 23 E 29 B 35 B
6 A 12 D 18 C 24 E 30 B 36 B

7 - Referencial Bibliográfico
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1. CEGALLA, DOMINGOS PASCHOAL - Novíssima Gramática da Língua


Portuguesa, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008.
2. BECHARA, EVANILDO – Moderna Gramática Portuguesa, Nova Fronteira,
Rio de Janeiro, 2009.

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