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Centro Universitário Claretiano

Graduação em Filosofia (bacharelado)


Júlio Cesar Oehlmeyer
R. A. 8023663

Portfólio de Filosofia da Religião e Teodicéia –


Ciclo 1

Rio Claro
2019
O que é a Filosofia da Religião?

A Filosofia da Religião é a reflexão que traz os aspectos do fenômeno


religioso à luz da crítica racional. Estuda a Religião com o intuito de validar as
práticas religiosas, tenta esclarecer sua possibilidade e sua essência formal na
experiência humana.

Síntese da relação Filosofia-Religião na história do cristianismo


ocidental –

Longe de extinguir-se, apesar das críticas Iluministas e esforços em negá-


la por parte dos ateístas do século XIX, a Religião tornou-se um subsistema em
nossa sociedade pluralista, e a vida política, social e cultural desvinculou-se das
instituições, interpretações e símbolos religiosos (Zilles, 2006). Apesar disso, não
perdeu seu sentido para o ser humano, e continua a acompanhar o homem em sua
jornada na Terra.
Não havendo consenso entre as diferentes religiões, não há uma religião
humana e sim, diferentes interpretações sobre temas que são caros à Filosofia e
Ciência, como Deus ou nossa origem, por exemplo. Havendo uma religião
humana praticada por todos, seria provavelmente um produto racional e uma
drástica mudança conceitual de seu fundamento, uma evolução que resultaria na
negação de todas as crenças conhecidas em favor de uma nova forma de se
conceber o Sagrado, habilitada pela articulação da tríade Religião-Filosofia-
Ciência.
Eis um paradoxo: de uma forma geral, podemos até ser uma humanidade
crente, mas não praticantes legítimos da Religião. O apego às crenças pode estar
atrasando uma fusão de todas as religiões - que exclua argumentos, práticas e
superstições inválidas, separe o que é mitologia (bem como suas implicações e
devida importância), com respaldo da Filosofia e Ciência, afim de evoluir nosso
comportamento coletivo e individual. Um caminho mais feliz, quiçá sem guerra,
sem exploração, expansivo horizontal e verticalmente, realmente humanizado no
sentido extremo, civilizado em totalidade, de uma humanidade amadurecida,
formando pessoas mais comprometidas com o que Platão chama de Bem
Supremo. Seja apenas uma idealização, utopia ou querer divino; seja considerando
a divindade sem culto e com proceder legítimo de virtude; seja até sem o deus das
pregações, há um desejo intenso de aperfeiçoamento na essência humana,
facilmente demonstrado pela História e até pela história individual de cada um.
Deus ou delírio coletivo, tem sua razão suficiente para existir, atende a um
propósito que significa muito, nos aproxima mais do que podemos ser e nos afasta
da nefastidão e pobreza espiritual de nossas disputas e injustiças. Por que diante
das ameaças de uma tragédia de proporções globais tendemos a nos unir e ignorar
nossas diferenças de maneira radical, e empiricamente demonstramos ainda não
ser capazes de fazer o mesmo em nome do inverso?

Embate entre fé e razão durante esses dois mil anos de cristianismo –

Embora criticado por correntes de pensadores desde o início, o


cristianismo conquistou o ocidente antigo, tornou-se religião oficial do império
romano, representou a filosofia ocidental na época medieval, e foi só depois, na
modernidade, que começou a encontrar seu real desafio: aí é que temos um
embate rigoroso entre fé e racionalidade. A igreja foi considerada distante das
descobertas científicas e caiu num certo descrédito enquanto portadora de
“verdades” que foram refutadas, como o sistema geocêntrico, por exemplo.

Entre os Iluministas, Kant e Hume derrubam tanto o deísmo quanto a


religiosidade de culto, práticas inúteis e superstição. Hegel abre caminho para os
ateístas do século XIX e XX fazerem suas tentativas de anular a crença, mas todo
o trabalho destes resulta no máximo em apontar comportamentos equivocados e
patologias psíquicas da humanidade em relação à religião, à sociedade e à
divindade.
São inegáveis as contribuições que chegaram até os tempos atuais. Se
não chegamos até Deus, continuamos num caminho que nos trará ainda mais
dados significativos e consequentemente mais artifícios na busca por respostas. O
cenário criado onde se deram os embates entre fé e razão, a saber, na dialética
religião-filosofia-ciência, continua apresentando suas atividades.

Referências Bibliográficas:
Bastos, J. M; Filosofia da Religião. Batatais: Claretiano, 2013. Unidades
1, 2 e 3
Zilles, Urbano. Filosofia da Religião. São Paulo; Paulus, 2010

e – Referências:
Oliveira, L. C.; Considerações sobre a morte de Deus na Filosofia de Nietzsche.
Revista Enciclopédia, 2011. Disponível em:
https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/Enciclopedia/article/download/.../4564

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