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A construção civil tem apresentado um ótimo desempenho nos últimos anos na Bahia.
Esse superaquecimento do setor tem se refletido diretamente na contratação de mão de
obra. Conforme dados do CAGED, o setor começa a obter um desempenho mais
significativo e consistente, no que se refere a saldo de empregos formais, a partir de
2007. Em 2008 há uma breve queda devido à crise financeira mundial, contudo em 2009
e 2010 a construção civil apresenta um desempenho extremamente significativo. Nesses
dois anos a construção civil gerou 26.919 e 25.453 postos de trabalho com carteira
assinada respectivamente. Em contraste aos dois anos anteriores o setor apresentou uma
forte queda em 2011, quando foi apurado um saldo de 5.121 empregos formais. Em
termos percentuais isso implicou numa diminuição de 81% em relação a 2010. Para o
primeiro quadrimestre de 2012 pode-se observar um esboço de recuperação.
O subsetor que mais contribuiu para o desempenho da construção civil na Bahia foi a
Construção de Edifícios . Dos 77.026 postos de trabalho criados em todo período em
análise o subsetor foi responsável por 52% do saldo, mesmo considerando que em 2011
foi contabilizado um saldo negativo de 5.004 empregos formais. Em todos os anos, a
exceção de 2008 e 2011, esse foi o subsetor da construção civil que mais gerou postos
de trabalho. É bom frisar que o subsetor de Serviços Especializados está ligado ao de
Construção de Edifícios, haja vista que nesse subsetor estão categorias como;
Demolição e preparação do terreno, Instalações Elétricas e Hidráulicas em
Construções e Obras de Acabamento.
Do desempenho da Construção de Edifícios cabe destacar positivamente os anos de
2009 e 2010. Em 2009 o subsetor foi responsável por 52% dos 26.919 empregos
gerados na Bahia. Esse foi o ano que a construção civil apresentou melhor desempenho
pois outros dois subsetores, Serviços Especializados e Obras de Infra-Estrutura tiveram
também seus melhores desempenhos. Já em 2010, apesar do saldo total não ter superado
o do ano anterior, a Construção de Edifícios apresentou se maior saldo no montante de
20.487, que foi 47% maior do saldo de 2009 (13.900). Em 2010 esse subsetor teve uma
participação de 80% no saldo total da construção civil.
Além da geração de empregos da Construção Civil nos últimos anos estar concentrada
em grande medida na Construção de Edifícios, o saldo gerado por esse setor encontra-se
também sensivelmente concentrado geograficamente. A criação de novos postos de
trabalho nesse subsetor ocorreu majoritariamente em cinco municípios: Salvador,
Camaçari, Feira de Santana, Vitória da Conquista e Lauro de Freitas. Ainda assim cabe
frisar o desempenho extremamente superior de Salvador em relação aos outros
municípios. A capital do estado gerou 65% do total do saldo de empregos gerados pelo
subsetor de Construção de Edifícios no período.
4.Mercado Imobiliário
Com base nos dados do Banco Central do Brasil (BACEN), houve uma evolução
significativa, nos últimos anos, no montante de recursos destinados aos financiamentos
imobiliários no estado da Bahia para a construção, compra de material de construção,
reforma e ampliação. Sendo que no ano de 2002 este valor correspondia a
aproximadamente R$ 13 milhões chegando a R$ 3,12 bilhões no ano de 2012.
Como já ressaltado a construção civil tem recebido grandes incentivos que estão
resultando em uma grande expansão do setor tanto pelo lado da oferta quanto da
demanda. Apesar do aquecimento do setor ter resultado na expansão do valor
adicionado e geração de empregos formais vê-se por outro lado um aumento
significativo no atraso do pagamento das parcelas dos contratos de financiamentos
habitacionais.
Conforme o gráfico, vê-se que na Bahia, a partir de 2006, o número de contratos com
parcelas em atraso aumentaram consideravelmente. Enquanto em dezembro de 2002
haviam 1.963 contratos com parcelas atrasadas (com até 3 meses e com mais de 3
meses) no mesmo perído de 2011 esse número passou para 5.943, o que representou um
crescimento de 203%. Nota-se também que houve uma mudança na natureza desses
atrasos. Enquanto que em 2002 as parcelas com mais de 3 meses em atraso
representavam 58% do total, em 2011 sua participação caiu para 13%. Através do
gráfico pode se observar que no período o número de contratos em atraso com até 3
meses foi o que obteve um crescimento expressivo. Apesar desse aumento relevante da
inadimplência na Bahia, deve-se ressaltar que esse fenômeno se dá em âmbito nacional.
O padrão do aumento dos contratos firmados até 1998 com parcelas em atraso no Brasil
seguem a mesma tendência do caso baiano, só que com uma variação ainda mais
radical. Assim como na Bahia, a paritr de 2006, o montante de contratos em atraso passa
a crescer de forma mais aguda. Porém tal montante, no caso brasileiro, passa de 25.329
contratos com parcelas em atraso em dezembro de 2002 para 154.342 em 2011. Em
termos percentuais isso representa uma variação de 509%. Do total, 89% consiste em
contratos com parcelas com até 3 meses de atraso.