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GEOGRAFIA 
 
Capítulo 2: A Industrialização Brasileira  2. Histórico 
  Antes  da  industrialização,  a  organização  do  espaço 
geográfico no Brasil era do tipo “arquipélago”, ou seja, 
A indústria é uma atividade humana e econômica que  áreas  relativamente  independentes  e  sem  integração 
transforma  produtos  naturais  em  bens  para  o  umas  com  as  outras.  Cada  área  tinha  mais  relações 
consumo  além  do  lado  positivo  de  gerar  empregos,  com  o  exterior,  sobretudo  com  o  mercado  europeu, 
levar o desenvolvimento econômico a uma região bem  do  que  com  as  demais  áreas.  As  “ilhas”  desse 
como  acesso  à  tecnologia,  por  outro  lado,  gera  arquipélago  eram:  a  cana  da  Zona  da  Mata,  o  tabaco 
poluição  e  agrava  as  desigualdades  sociais.  Neste  de  Salvador,  o  ouro  de  Minas  Gerais,  a  borracha  da 
capítulo iremos estudar o histórico desta atividade no  Amazônia  e  o  café  do  Sudeste.  Então,  fica  um 
Brasil,  passando  pelos  governos  de  Juscelino  questionamento:  Qual  foi  então,  a  importância  da 
Kubistchek,  Getúlio  Vargas,  como  também  pela  industrialização  como  atividade  econômica  para  o 
administração  político‐econômico  antes  e  depois  do  Brasil?  Resposta:  simplesmente,  a  industrialização 
governo militar.   encerra  o  período  da  organização  do  espaço 
  geográfico brasileiro do tipo “arquipélago”, ou seja, a 
atividade industrial promoveu a integração do espaço 
1. Tipos de indústrias  nacional, colocando fim ao “arquipélago econômico”. 
Existem  diversos  critérios  para  se  classificar  a  No século XIX, a industrialização do país era fraca, em 
produção  industrial.  Se  tomarmos  como  ponto  de  razão de vários fatores, como o domínio econômico da 
referência  o  destino  final  da  produção,  podemos  aristocracia  rural  agroexportadora  e  das  relações 
distinguir as  indústrias  de  bens de equipamento  e  as  escravagistas  de  trabalho.  O  escravo  como  não 
indústrias de bens de uso ou de consumo.  participava  do  mercado  consumidor  e  não  recebia 
  rendimentos,  tornou‐se  um  empecilho  à 
industrialização além do que não poderia ser demitido 
Os  bens  de  equipamento,  também  chamados  bens  de  produção  numa  crise  ou  contratado  numa  fase  de  expansão. 
ou  bens  de  capital,  são  os  produtos  industriais  que  não  se 
Observe, pela tabela a seguir, a fraca industrialização. 
destinam ao consumo imediato das populações, mas são utilizados 
para manter e ampliar a própria produção industrial. Ex: produção   
de energia, de máquinas, de ferramentas, de aparelhos, produção 
de  matérias‐primas  e  de  produtos  semielaborados.  Observação: 
Os  consumidores  dos  bens  de  equipamento  são  as  próprias 
empresas industriais! 
 
Os Bens de uso ou de consumo são os produtos industriais destinados 
ao  consumo  imediato,  não  necessitando  de  novas  transformações 
industriais. Ex: automóvel ou os calçados (bens de uso), os alimentos, as 
bebidas, o fumo (bens de consumo). 
 
Outra  forma  de  classificar  as  indústrias  é  agrupá‐las 
em pesadas e leves, usando‐se como critério o volume 
de investimento que elas demandam. 
A  indústria  pesada  é  sempre  de  grande  porte,  transformando 
enormes quantidades de matéria‐prima. Ex: indústrias siderúrgicas, 
petroquímicas e indústrias de mecânicapesada. Chamam‐se também 
indústrias  de  base.  Observação:  Além  de  demandar  grande   
investimento  de  capital,  costumam  concentrar‐se  geograficamente 
na  proximidade  das  áreas  produtoras  das  matérias‐primas  ou  dos  Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político‐econômica e 
grandes centros de consumo de seus produtos.  industrial do Brasil 
A  indústria  leve  engloba  os  setores  industriais  cuja   
produção  não  depende  de  investimentos  vultosos, 
podendo  operar  mesmo  em  pequena  escala.  Ex:  Observação!A  cafeicultura  foi  básica  para  a 
indústrias  alimentícias,  têxteis,  metalúrgicas  industrialização  do  país,  pois  foi  com  os  capitais 
produtoras  de  peças,  indústrias  fabricantes  de  gerados  pelas exportações  do  café  que  se adquiriram 
aparelhos e equipamentos de alta precisão, a exemplo  as  primeiras  máquinas  para  as  indústrias.  Por  outro 
das  máquinas  calculadoras,  computadores  etc.  lado, os imigrantes, que vieram para o Brasil atraídos 
Observação:  a  indústria  leve  apresenta  maior  pelo  café,  também  contribuíram  dentro  do  processo 
dispersão geográfica que a indústria de base.  consumindo produtos, e assim, ampliando o mercado 
interno de consumo, além de formar uma importante 
  mão‐de‐obra operária  para a  indústria  nascente.  Vale 
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ressaltar  nesse  processo  de  industrialização 
emergente,  a  importância  da  cafeicultura  para  o 
desenvolvimento do transporte ferroviário , sobretudo 
no estado de São Paulo, com o Porto de Santos. 
 

 
Fonte: Diniz, Eli. Empresário, Estado e Capitalismo no 
Brasil (1930‐45) 
 
Observação! 
A  tabela  evidencia  nossa  revolução  industrial  e  uma 
maior  diversificação  com  metalurgia,  cimento, 
  mecânica, material elétrico, transportes, entre outras, 
Fonte: Heitor Ferreira Lima, História político‐ sobretudo em São Paulo e Rio de Janeiro, por causa da 
econômica e industrial do Brasil  infraestrutura deixada pela cafeicultura. 
   
2.1 A Revolução Industrial Brasileira  2.2 O Governo Juscelino Kubitschek 
A  industrialização  brasileira  iniciou‐se  no  século  XIX,  Este  governo,  de  1956  a  1961,  adotou  uma  política 
sem  apoio  do  Estado,  uma  vez  que  não  existia  uma  desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção 
clara  política  para  o  setor,  mas,  a  partir  de  1930,  o  do  Estado  na  economia  e  no  desenvolvimento 
Estado  assumiu  a  industrialização,  o  que  causou  uma  industrial  dependente  de  capitais  e  tecnologia 
verdadeira  revolução  voltada  a  um  nacionalismo  estrangeiros. 
“Brasil acima de tudo” por parte do estado. Os fatores 
Nesse  contexto,  foi  lançado  o  Plano  de  Metas, 
eram  positivos,  como  o  êxodo  rural gerado  pela crise 
consagrado pela frase “ Crescer 50 anos em 5”, cujos 
na  cafeicultura,  aumentando  a  classe  operária  e  o 
objetivos  abrangiam  seis  grupos:  energia,  transporte, 
próprio  mercado  consumidor;  a  redução  das 
alimentação,  indústria  de  base,  educação  e  a 
importações,  devido  à  crise  mundial  de  1929;  a 
construção  de  Brasília.  O  plano  foi  marcado  pela 
substituição  dessas  importações,  devido  à  Segunda 
invasão  de  multinacionais  e  pelo  desenvolvimento  da 
Guerra Mundial. 
infraestrutura,  notadamente  rodovias  e  hidrelétricas, 
  com  capital  estatal.  Observe,  pela  tabela  abaixo,  a 
entrada do capital estrangeiro. 
Junto  a  esses  fatores,  Getúlio  Vargas  adotou  uma 
política  nacionalista  calcada  num  desenvolvimento 
brasileiro  de  sua  base  industrial,  fato  exemplificado 
pelas  seguintes  políticas:  plano  quinquenal  de  1939, 
instalação  da  Companhia  Siderúrgica  Nacional,  a 
CSN(1941),  em  Volta  Redonda  e  pela  criação  da 
Companhia  Vale  do  Rio  Doce,  a  CVRD  (1942),  em 
Minas  Gerais,  atuando  na  área  extrativa.  Ainda  no  “   
espírito”  nacionalista,  surgiu,  em  1938,  o  Conselho  Fonte:  Luiz  Carlos  Bresser  Pereira,  Desenvolvimento  e 
Nacional  do  Petróleo,  e  a  Petrobras,  em  1953,  crise no Brasil. 
objetivando  controlar  o  petróleo  para  o 
desenvolvimento dos transportes.  Esse  capital  impulsionou  as  indústrias  de  bens  de 
consumo  duráveis,  principalmente  automóveis  e 
  eletro‐  domésticos,  e  aumentou  o  consumo  dos 
derivados  de  petróleo.  As  multinacionais  impuseram 
novidades de consumo, idealizadas pelo american way 
of  life,  ampliando  o  seu  poder  na  América  Latina.  O 
resultado foi o aumento da dependência econômica e 
tecnológica  em  relação  aos  países  ricos,  sobretudo 
EUA e Alemanha, além da elevação do endividamento 
externo. 
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Resumindo: o Plano de Metas assentava‐se num tripé:  O  “milagre”  ocorreu  no  Regime  Militar  (1964‐85), 
capital  estrangeiro,  capital  nacional  e  a  indústria  de  marcado  pela  grande  influência  do  Estado  tanto  na 
base, com preocupação quanto à expansão da rede de  regulação  da  economia  como  também  na  atitude 
transportes  rodoviários  e  à  produção  de  energia  econômica.  Um  bom  exemplo  industrial  organizado 
hidrelétrica.  pelo  Estado  foi  a  criação  da  Suframa,  a 
Superintendência  da  Zona  Franca  de  Manaus,  em 
 
1968,  atrelada  à  Sudam.  Ela  vendia  terrenos  para  as 
2.3 O Milagre Econômico (1967‐1973)  fábricas  a  preços  simbólicos,  com  incentivos  à 
exportação  e  à  importação,  bem  como  isenções  de 
A  partir  de  1967,  retomou‐se  o  processo  de 
impostos,  como  o  IPI  e  o  ICMS.  O  parque  industrial 
desenvolvimento,  graças  à  conjuntura  favorável  no 
abrangeu  fábricas  de  motocicletas,  bebidas, 
plano  internacional,  que  contava  com  um  excesso  de 
metalúrgicas, tecidos, relógios, motores, eletrônicos, e 
liquidez,  ou  seja,  dólares  à  procura  de  aplicação. 
até  uma  refinaria  de  petróleo.  Das  quatro 
Aproveitando  a  situação,  o  ministro  Delfim  Netto 
superintendências  criadas  no  período,  três  foram 
lançou  o  plano  de  combate  à  inflação,  assentado  em 
criadas  pelo  regime  militar:  a  Superintendência  do 
duas bases: o endividamento externo para a obtenção 
Desenvolvimento  da  Amazônia  (Sudam),  em  1966;  a 
da  tecnologia  estrangeira  e  a  concentração  da  renda 
Superintendência  do  Desenvolvimento  da  Região  Sul 
para  criar  um  mercado  consumidor.  Consequência: 
(Sudesul), em 1967; e a do Desenvolvimento da Região 
Esse  plano  garantiu  um  crescimento  econômico,  mas 
Centro‐Oeste  (Sudeco),  em  1968.  A  da  Região 
condenou o mercado a se desenvolver de uma forma 
Nordeste foi criada 1959. Elas evidenciaram a política 
distorcida, aumentando as desigualdades sociais. 
federal  de  integração  e  desenvolvimento  nacional, 
visando  a  diminuir  as  disparidades  regionais  e  a 
concentração econômica no Sudeste. 
 

2.4 O Pós‐1985 
A  década  de  1980  ficou  conhecida  como  a  década 
perdida  e  foi  caracterizada  pela  recessão,  inflação  e 
desemprego,  gerados  por  uma  economia  estagnada 
após  o  segundo  choque  do  petróleo  de  1979.  Nesse 
  contexto,  vários  setores  da  sociedade  apontavam  o 
Fonte: IBGE  fim do Regime Militar, como “saída” para a crise, mas 
os  problemas  continuaram  (como  a  inflação  elevada) 
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, 
com  os  governos  civis  no  poder,  fato  que 
em  razão  da  dominação  da  nossa  economia  pelas 
comprometeu a nossa industrialização. 
multinacionais.  O  país  cresceu  economicamente  10% 
ao ano (PIB) e transformou‐se na oitava economia do  Para  controlar  a  inflação,  só  no  governo  Sarney,  três 
mundo  capitalista,  mas  ganhou  vários  problemas,  planos  foram  tentados,  mas  todos  fracassaram, 
como  dívida  externa  (1964:  2,5  bilhões  de  dólares;  deixando a classe média mais pobre, com a queda do 
1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das  poder  aquisitivo  dos  salários:  Plano  Cruzado  (1986), 
desigualdades sociais. A partir daí, aumentaram muito  Plano  Bresser  (1987)  e  o  Plano  Verão  (1989).  Nos 
os  miseráveis  (ou  excluídos)  do  país.  (Observe  a  demais  governos,  Collor,  Itamar  e  FHC,  foi  adotada  a 
charge).  receita  neoliberal,  imposta  pelos  EUA  e  pelo  FMI,  na 
qual  o  objetivo  visa  a  diminuir  a  participação  do 
Estado na economia, com privatizações. Começou com 
as  siderúrgicas  e  passou  pela  telefonia,  energia  e 
extrativismo mineral, entre outros setores. 
A sociedade passou a questionar o modelo neoliberal, 
pois a qualidade dos serviços piorou, as tarifas ficaram 
elevadas  e,  o  pior,  o  dinheiro  obtido  das  vendas  das 
empresas  estatais  foi  usado  apenas  para  pagar  os 
juros da dívida externa. A reeleição de FHC, em 1998, 
foi explicada pelo mérito em controlar a inflação. 
 
   
Fonte: Folha de S. Paulo 
 
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O  modelo  neoliberal  está  inserido  no  processo  de 
globalização,  coordenado  pelos  EUA  e  por  outros 
países ricos, abrindo mais a economia nacional para o 
grande  capital,  gerando  falências  internas,  pois  a 
concorrência é desleal. 
Com  toda  essa  modernidade  imposta  pela  política 
neoliberal  brasileira  não  houve  reformas  estruturais, 
fato constatado nos dois governos de FHC, a exemplo 
da  reforma  tributária,  fundamental  para  nossa 
industrialização,  que  acabou  por  reduzir  o  poder  de 
investimentos.  Resultados:  agravamento  da  exclusão 
social, desemprego, concentração de renda e arrocho 
salarial. 
 
3. Concentração e Desconcentração Industrial 
A  desconcentração  industrial  ocorreu  a  partir  da 
década  de  1970,  motivada  pelos  desequilíbrios 
regionais  que  levaram  o  governo  a  adotar  medidas 
como  incentivos  fiscais  e  programas  para  as  áreas 
periféricas,  surgindo,  por  exemplo,  os  polos 
petroquímicos  de  Camaçari  (BA)  e  de  Canoas  (RS).  
Observação!  Na  década  de  1980,  a  crise  econômica 
gerada pelo alto preço do petróleo atingiu a área mais 
industrializada do país, a região metropolitana de São 
Paulo,  inibindo  a  instalação  de  novas  unidades 
industriais,  com  desvantagens  como  a  organização 
sindical  forte,  assustando  os  empresários,  e  a 
saturação da infraestrutura viária. 

 
Fonte: MEC/FAE, Atlas geográfico, p. 28. 
 
Quanto  à  distribuição  espacial  da  indústria,  o  que  se 
verifica  é  uma  grande  concentração  de 
estabelecimentos na região Sudeste. 
A  concentração  industrial  na  região  Sudeste  e, 
sobretudo, no Estado de São Paulo, deve‐se a fatores 
históricos que já conhecemos. Esses fatores (a lavoura 
de  café,  entre  outros)  orientaram  o  surgimento  da 
atividade  industrial  nessa  região.  Porém,  outro  fator 
que  também  explica  essa  concentração  espacial  é  a 
interdependência  que  se  estabelece  entre  as  várias   
empresas  industriais.  Por  exemplo,  a  indústria  Fonte: Secretaria de Economia e Planejamento do Estado de 
automobilística  está  ligada  às  metalúrgicas,  às  S. Paulo 
indústrias de autopeças, de tintas, de vidros etc. Para  Observando  o  mapa,  a  concentração  ocorre  na 
concluir, além da questão industrial, São Paulo estado  Grande  São  Paulo,  com  diversidade  industrial,  e  a 
e  cidade  acabaram  por  tornar  referência  também  no  desconcentração  ocorre  acompanhando  as  grandes 
setor  de  serviços,  cultura,  lazer  e  qualificação  rodovias.  Na  via  Dutra  (1),  destaca‐se  São  José  dos 
profissional.  Campos,  entre  outras,  com  indústrias  aeroespacial  e 
bélica.  No  Eixo  Castelo  Branco  (2),  destaca‐se 
Sorocaba;  no  Eixo  Anchieta  –  Imigrantes,  sobretudo 
em  Cubatão  desenvolvem‐se  os  ramos  químico, 
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petroquímico  e  siderúrgico;  e  no  Eixo  Bandeirantes, 
até  as  vias  Anhanguera  e  Washington  Luís,  a 
agroindústria é a de destaque. 
Quanto  ao  Espírito  Santo,  este  estado  é  o  menos 
industrializado do Sudeste, mas ali se desenvolvem os 
ramos metalúrgico, alimentício e o madeireiro. No Rio 
de  Janeiro,  a  industrialização  acompanhou  a  função 
portuária,  beneficiando‐se  da  condição  histórica  de 
conter  a  capital  do  país  até  a  construção  de  Brasília. 
Atualmente,  o  forte  é  o  setor  petrolífero  no  norte 
Fluminense, na região de Macaé.  Fonte: MEC/FAE, Atlas 
Geográfico, p. 39. 
Quanto ao Estado de Minas Gerais, o ramo alimentício   
marca  o  Triângulo  Mineiro  (Araguari,  Uberaba  e  Veja, 7 de março, 2001 
Uberlândia) e o sul, com Poços de Caldas e Alfenas. O   
principal  ramo  é  o  metalúrgico,  transformando  o  rio  A região Sul, segunda em industrialização, estruturou‐
Doce  no  “Vale  do  Aço”,  devido  ao  complexo  se nos ramos alimentício e têxtil, respectivamente, na 
siderúrgico e às reservas de minerais metálicos. Mas, a  Grande Porto Alegre (RS) e no eixo Joinville‐Blumenau 
cidade mineira mais famosa é Itajubá, com o segundo  –  Brusque  (SC).  Mas,  crescem  os  ramos  químico, 
maior crescimento em PIB do país entre 1970 e 1996.  metalúrgico  e  siderúrgico,  sendo  Florianópolis  a 
O  segredo  está  na  associação  educação‐tecnologia,  vedete nacional com o maior crescimento do PIB, nos 
com  universidades,  mão‐de‐obra  qualificada  e  últimos anos. 
indústrias  com  alta  tecnologia,  que  produzem  fibras 
A Região Norte, como vimos, está relacionada à Zona 
ópticas,  reatores,  componentes  eletrônicos  e  até 
Franca  de  Manaus,  enquanto  no  Centro‐Oeste,  a 
helicópteros  (Helibrás).  Portanto,  é  o  mais  novo 
região  menos  industrializada  cresce  no  ramo 
exemplo de tecnopolo. 
alimentício,  sobretudo  os  frigoríficos  e,  atualmente, 
Os  Tecnopolos  são  parques  empresariais  e  científicos  nos ramos mineral e de material elétrico. Essas regiões 
especializados  no  desenvolvimento  da  alta  tecnologia  são prejudicadas pela deficiente rede de transporte e 
e  da  chamada  tecnologia  de  ponta  (química  fina,  pelo mercado consumidor restrito. 
robótica, informática, eletrônica, raio laser etc.). 
Quanto ao Nordeste, a terceira região industrializada, 
  a  concentração  ocorre  na  Zona  da  Mata  ou  Litoral 
Oriental,  sobretudo  na  região  Metropolitana  de 
As  regiões  de  Campinas  (favorecida  pela  presença  da 
Salvador,  com  o  polo  petroquímico  de  Camaçari, 
Unicamp),  de  São  José  dos  Campos  (onde  está 
“alimentado”  pela  Refinaria  Landulfo  Alves,  além  do 
localizado  o  Instituto  Tecnológico  da  Aeronáutica  – 
Distrito  de  Aratu,  com  siderurgia  (Usiba);  e  a  região 
ITA)  e  São  Carlos  (que  abriga  a  UFSCar  e  um  campus 
Metropolitana  de  Recife,  em  Cabo  e  Paulista,  com 
da  USP)  são  alguns  dos  centros  industriais  que 
indústrias química, metalúrgica e de material elétrico. 
ostentam a tecnologia mais avançada do país. 
 
Nova Desconcentração 
A  partir  da  década  de  1990,  a  nova  desconcentração 
ganhou o apelido de “Guerra Fiscal” entre os Estados, 
pois as indústrias são disputadas entre os Estados, que 
oferecem  terrenos  e  isenções.  As  indústrias  que,  por 
exemplo, deixam o Estado de São Paulo alegam que o 
processo  de  globalização  exige  custos  finais  mais 
baixos  para  ganhar  competitividade,  aproveitando  as 
vantagens citadas, além da mão‐de‐obra mais barata e 
menos  politizada.  Confira  a  desconcentração,  pela 
tabela: 

 
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