O PERÍODO ENTRE GUERRAS 1
18. O PERÍODO ENTRE GUERRAS: menos das importações dos Estados Unidos. Os
O entre guerras; a Segunda Guerra Mundial; o
Brasil na Era Vargas; a participação do Brasil na
Segunda Guerra Mundial
O período entre guerras - 1918/1939
Período
compreendido
entre o término da
Primeira Guerra
Mundial, 1918, e o
início da Segunda
Guerra Mundial,
1939, foi o tempo
marcado por crises
econômicas,
políticas e sociais
em vários países,
quando o primeiro
conflito mundial
terminou, os Estados Unidos era uma nação
muito poderosa, desta forma, em 1918, a
presença estadunidense na economia do mundo
era flagrante. Empréstimos foram contratados
pelos europeus visando à reconstrução dos
países destruídos, tais fatores condicionaram aos
Estados Unidos uma prosperidade sem
precedentes. Época de grande abundância que
gerou idêntica euforia social, os empresários
estadunidenses nadavam em capitais.
Exportava também o "modelo de homens de
negócios", o self-made-mam, aquele
empreendedor, oriundo das camadas humildes
da população, competentemente prosperou.
Toda essa riqueza gerou, nos Estados Unidos,
um novo ideal de vida ou um novo estilo de vida
“americano”, o american way of life. Estilo de
vida baseado na febre de consumo de produtos
industrializados, todavia, essa
abundância era ilusória, pelo menos para a
maioria do povo dos Estados Unidos.
O ouro de tolo...
Para alimentar um sonho milhares de pessoas
especulavam na bolsa de valores, as empresas
supervalorizavam os seus papéis, na medida em
que a Europa se recuperava dependia cada vez
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capitalistas pagavam salários baixos e o número
de miseráveis aumentava cada vez mais, no
entanto, em 1929, conheceram uma profunda
crise, com a queda da bolsa de valores de Nova
York, que gerou, por sua vez, uma gravíssima
crise interna, provocando alto índice de
desemprego e acabando por afetar vários países.
A superprodução provocada pelo subconsumo o
e declino geral dos preços somada à especulação
gerou uma crise sem precedentes - a queda da
bolsa de valores. Em setembro de 1929, o valor
das ações começou a oscilar; de repente subia,
logo em seguida caía, no mês seguinte, só houve
queda, e os investidores queriam livrar-se das
ações vendendo-as rapidamente. No dia 24 de
outubro, conhecido como a “quinta-feira negra”,
houve pânico na Bolsa, cerca de 13 milhões de
ações foram negociadas a qualquer preço, em
um único pregão. De uma hora para outra,
milhares de investidores viram-se na miséria.
A crise desenvolveu-se numa reação em cadeia,
o crash financeiro acentuou a crise industrial,
desaparecendo qualquer possibilidade de
recuperação, foi necessário reduzir a produção e
abaixamento de salários dos que continuavam
trabalhando. Por volta de 1933, mais de 14
milhões de norte-americanos estavam
desempregados.
A fila de emprego na Crise de 1929
A crise atingiu outros países
A crise de 1929 acabou afetando vários países
do mundo, na Europa, muitas nações dependiam
do crédito estadunidense e, quando este foi
suspenso, sofreram forte abalo. Houve
fechamento de bancos, falências, desvalorização
da moeda e desemprego. No início da década de
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30, o número de pessoas desempregadas no
mundo estava em torno de 40 milhões. Os países
desesperados para se safarem, tomaram medidas
das mais variadas, alguns como Alemanha e
Itália tiveram que adotar regimes autoritários
para conseguirem programar medidas
impopulares. A confusão provocada pela crise
criou, na Europa, o clima responsável pela
eclosão da Segunda Guerra Mundial.
O Brasil também foi afetado pela crise de 1929,
o café, principal produto de exportação, tinha
nos Estados Unidos o seu maior comprador.
Com a crise, os norte-americanos reduziram as
compras e os estoques de café aumentaram,
provocando a queda do preço e transformações
políticas, sociais e econômicas no Brasil.
New Deal
Em 1932 o povo estadunidense elegeu o
democrata Franklin Delano Roosevelt para
presidente dos Estados Unidos,
Roosevelt propôs uma novidade - o abandono do
velho liberalismo econômico, para salvar o
capitalismo em crise, era preciso botar o Estado
intervindo fortemente na economia. Foi isso que
o novo presidente fez, seu plano econômico
o New Deal - Novo Acordo ou Novo
Tratamento – posteriormente suas medidas
foram copiadas em larga escala pelo mundo.
O governo tentou planejar mais a economia, em
vez de deixar o mercado aquele caos absoluto, o
Estado passou a vigiar de perto, disciplinar os
empresários, corrigindo os investimentos
arriscados, fiscalizando as loucuras
especulativas nas bolsas de valores.
Outra medida fundamental foi a criação de um
vasto programa de obras públicas, o governo
estadunidense criou empresas estatais e também
contratou empresas privadas para fazerem
estradas, praças, barragens, canais de irrigação,
escolas públicas. Ao fazer a obra pública o
governo também oportunizou emprego para
milhões de trabalhadores.
O New Deal criou leis sociais que protegiam os
trabalhadores e os desempregados, no começo
esse ponto foi rejeitado pelos empresários, sem
entender direito, eles chegaram acusar
Roosevelt de comunista. Percebeu que para
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salvar o capitalismo da crise era necessário
assegurar um mínimo de consumo por parte dos
trabalhadores, o sistema não poderia continuar
funcionando se os operários não pudessem
colher alguns benefícios do crescimento
econômico.
O plano econômico do presidente do Partido
Democrata foi muito importante, pois ele ajudou
a sair do colapso a maior economia do planeta,
isso só possível graças à forte intervenção estatal
no setor financeiro. Contudo, o fator que
alavancou definitivamente a economia
estadunidense foi à eclosão da II Guerra
Mundial em 1939, uma vez que o conflito pôs
fim a crise de super produção.
A Europa
Surgimento de vários movimentos
nazifascistas em diversos países:
 Itália (fascismo).
 Alemanha (nacional-socialismo -
nazismo).
 Portugal (salazarismo).
 Espanha (franquismo).
Fatores:
 Agravamento dos problemas sociais.
 Crescimento das esquerdas.
 Pendências decorrentes da Guerra.
Características do Nazifacismo
 Totalitarismo: nada deve vir acima
do Estado e este deve exercer o
controle absoluto sobre tudo.
 Nacionalismo: exaltação de tudo
quanto era próprio da nação seguida
da aversão ao estrangeiro.
 Militarismo: princípio de fortalecer
seus exércitos para a defesa e
executar uma política imperialista.
 Corporativismo: os sindicatos
deveriam desaparecer dando lugar às
corporações, organismos que
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reuniam patrões e empregados, cuja
função era administrar a economia
sob o controle do Estado.
 Antiliberalismo: ausência de
liberdade sindical, econômica e de
imprensa.
 Propaganda controlada: o Estado
controla a propaganda com a
finalidade de fortalecer o sentimento
de patriotismo, culto ao chefe e a
disciplina.
 Culto da personalidade: exaltação
ao chefe e suas realizações.
 Expansionismo: a conquista de
novas terras pelos alemães era
justificada pela necessidade do
espaço vital para que a raça ariana
pudesse se multiplicar. Direito de
aumentar território.
 Racismo: consideravam a raça
ariana a única pura e, por isso, a
única capaz de colaborar para o
aperfeiçoamento do gênero humano.
 Uni partidarismo: só era admitida a
existência de um partido político.
A Itália
A Itália lutou na Primeira Guerra ao lado da
Inglaterra e da França, e no final do conflito
percebeu que perdeu muito mais do que ganhou,
terminada a guerra, passou crises violentas. Os
operários, estimulados pelos comunistas,
chegaram a fazer greves com ocupação e
controle das fábricas (1919), o país esteve a um
passo da revolução socialista.
Nesses anos de agudas lutas de classes, surgiu o
Partido Fascista liderado por Mussolini. No
começo, reunia bandos de ex-soldados, afetados
mentais de guerra, desempregados, vagabundos
e até alguns policiais. Recebiam dinheiro dos
empresários para perseguir os sindicalistas e
socialistas, com o tempo, os fascistas foram
constituindo um partido político com ideias e
projetos próprios, todavia, nunca abandonaram
a prática de agredir fisicamente os adversários.
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Em 1922, milhares de militantes fascistas
vestidos de camisas negras executaram
a Marcha sobre Roma, os manifestantes
ocuparam as ruas da capital exigindo que o rei
nomeasse Mussolini primeiro-ministro,
pressionado pela burguesia que apoiava os
fascistas, o monarca acabou cedendo e instalou
no poder Mussolini e, realizou eleições
marcadas pela fraude.
Um deputado denunciou a farsa eleitoral e
acabou sendo assassinado, em meio à confusão,
bandos paramilitares fascistas executavam seus
inimigos políticos impunemente, Mussolini
mandou fechar todos os outros partidos e
prendeu seus opositores. Estava implantada a
ditadura e somente o Partido Fascista estava
autorizado a existir na Itália.
Naquela época a Igreja Católica era bastante
hostil aos comunistas, os bispos diziam que as
desigualdades sociais tinham sido determinadas
por Deus e que, portanto o socialismo seria um
tipo de heresia. Alguns padres aderiram ao
fascismo por acreditar que essa era a melhor
maneira de enfrentar os comunistas.
Habilidosamente, Mussolini fez um acordo com
a Igreja, o Tratado de Latrão, a partir dele
surgiu o Estado do Vaticano, onde o papa é o seu
Chefe de Estado, em troca do reconhecimento da
soberania do Vaticano, o chefe da Igreja
reconheceu o Estado italiano.
A Alemanha
Na Alemanha, o movimento fascista foi
chamado de nazista, uma abreviatura de
nacional-socialista, os nazistas inicialmente se
valeram da popularidade do socialismo, ao
ponto de utilizarem o nome na sua legenda
partidária, porém os nazistas não tinham nada de
socialistas, uma vez que abominavam a
igualdade e a democracia.
Ao término da Primeira Guerra, em 1918, a
Alemanha passou a ter um regime democrático,
esse período de liberdade política foi chamado
de República de Weimar e durou até 1933,
quando os nazistas assumiram o poder. Todos os
partidos políticos importantes tinham deputados
no Parlamento, inclusive os comunistas e os
nazistas.
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Foi uma época de grandes dificuldades, Reichstag, Parlamento, foi incendiado pelos
derrotada na guerra, a Alemanha teve de pagar nazistas, que puseram a culpa nos comunistas. A
uma imensa dívida para os ingleses e franceses, partir daí, todos os partidos políticos foram
a crise de 1929 levou milhões de alemães ao fechados, com exceção do nazista, a Gestapo,
desespero, o desemprego atingiu 44% dos polícia secreta, vigiava e aterrorizava toda a
trabalhadores e a crise levou muitas pessoas a população.
votar nos comunistas e nos socialdemocratas. Seguindo as receitas do New Deal dos EUA, o
O partido nazista, chefiado por Adolf Hitler, plano de recuperação econômica do presidente
também ganhava muitos votos, os nazistas Roosevelt, o Estado nazista alemão encomendou
acusavam os comunistas, os liberais e judeus de obras públicas às empresas privadas, para
desgraçar o país, prometiam acabar com a recuperar o emprego e ativar a economia,
“desordem” e restaurar o orgulho de ser alemão. estimulou a produção de armas. Conseguiu
Falavam em combater os banqueiros muito reduzir o desemprego e instigou o
gananciosos e em proteger a classe média, “imperialismo” a guerra seria apenas uma
anunciavam que pertenciam à raça ariana, se questão de tempo.
consideravam superiores às outras. Dessa forma
os arianos não poderiam curvar-se diante do
mundo, assim, num país faminto, humilhado
pela derrota na Primeira Guerra e inseguro com
a crise, os nazistas ofereciam o sonho da
tranquilidade, do orgulho patriótico e da força.
Os nazistas tinham técnicas avançadas de
propaganda política, seguindo as ideias de
Goebbels, o mestre da propaganda política
nazista, manipulavam informações. Exploravam
o inconsciente coletivo alemão e os
ressentimentos causados pela derrota na
Primeira Guerra. Falavam em vingança, em
“Alemanha acima de tudo”. Formavam bandos
de jovens uniformizados e cheios de músculos,
que ocupavam as ruas perseguindo todos os
inimigos: comunistas e socialdemocratas,
judeus, homossexuais.
Depois da crise de 1929, os nazistas elegeram
inúmeros deputados para o parlamento. Num
certo momento, tornaram o seu partido mais
votado.
Os nazistas jamais conseguiram a maioria
absoluta dos votos do povo alemão, mais da
metade dos alemães votava contra os nazistas.
Meses antes de dominar a Alemanha, Hitler foi
candidato à presidência da República e perdeu
as eleições para um velho político tradicional.
Mesmo não conseguindo a presidência
democraticamente o Partido Nazista era coeso,
algo que as demais agremiações políticas não
eram. Os nazistas tomaram o poder com um
golpe de Estado, apoiado por empresários e pela
cúpula das Forças Armadas, foi em 1933, o

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