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HIPERTENSÃO ARTERIAL

GUIA DE BOLSO SOBRE O TRATAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO


UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM
GRUPO DE PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE MEDICAMENTOS
CENTRO DE ESTUDOS EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA - CEATENF

HIPERTENSÃO ARTERIAL
GUIA DE BOLSO SOBRE O TRATAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO

Organização:

Profª Drª Marta Maria de França Fonteles


Profª Drª Luzia Izabel Mesquita Moreira da Silva (Coordenadora)
Profa. Dra. Ângela Maria de Sousa Ponciano
MSc. Henry Pablo Lopes Campos e Reis

Colaboração:

Bruna Cristina Cardoso Martins


Catarine Vitor Loureiro
Cintia Pires de Matos
Karla Marques Silva
Luiz André Lima Lopes
Mara Yone Soares Dias Fernandes
Talita Rocha de Miranda Pinto
Paulo Yuri Milen Firmino

FORTALEZA
2009
H558 Hipertensão arterial: guia de bolso sobre o tratamento farmacoterapêutico /
Marta Maria de França Fonteles, Luzia Izabel Mesquita Moreira da Silva
(organizadores). – Fortaleza: UFC/FFOE/GPUIM/CEATENF, 2009.
XXp.

Vários Colaboradores

1. Hipertensão 2. Pressão Arterial 3. Atenção Farmacêutica I. Fonteles,


Marta Maria de França II. Silva, Luzia Izabel Mesquita Moreira da III.
Ponciano, Ângela. Maria de Sousa, IV. Reis, Henry Pablo Lopes e Camos

CDD: 616.132
APRESENTAÇÃO

A terapêutica anti-hipertensiva baseia-se nas medidas não farmacológicas ou adoção


de hábitos saudáveis, na remoção da causa quando há identificação desta e na farmacoterapia.
A adesão ao tratamento farmacológico neste tipo de patologia crônica e assintomática é
condição fundamental para evitar o avanço da doença e danos a diversos órgãos como
coração, rins, cérebro, pulmões. Danos estes que podem deixar sequelas, muitas vezes
altamente incapacitantes, bem como ser a causa de mortes prematuras. Assim, o controle e a
prevenção das complicações, bem como a diminuição da mortalidade dependem de ações
educativas contínuas com a participação de equipe multiprofissional.

Neste sentido, o exercício da Atenção Farmacêutica (ATENFAR) para usuários com


Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) torna-se uma estratégia indispensável, visando uma
farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a
melhoria da qualidade de vida desses indivíduos.

O acompanhamento farmacoterapêutico (AFT) tem como função primordial identificar


problemas relacionados aos medicamentos reais ou que tenham o risco de acontecer, resolver
esses problemas reais e prevenir os potenciais. As Diretrizes mundiais nesta área orientam que
a estratégia terapêutica seja individualizada de acordo com a estratificação de risco
cardiovascular e que seja definida a meta do nível de pressão arterial a ser alcançado. Ambas
devem ser pactuadas entre o profissional e o usuário, com máximo envolvimento dos
cuidadores e da família para que seja favorecida a adesão à terapêutica.

Com a missão de fomentar a disseminação da atenção farmacêutica no âmbito do


manejo anti-hipertensivo, o CEATENF estruturou o manual “Hipertensão arterial: guia de
bolso sobre o tratamento farmacoterapêutico”, que tem como objetivos realizar a compilação
de informações tecnicamente relevantes para subsidiar as tomadas de decisão do farmacêutico
em prol de uma plena otimização do plano farmacoterapêutico, e sistematizar o processo de
aplicação dos conhecimentos relacionados aos macro-componentes necessários ao cuidado
farmacêutico para o paciente hipertenso.

Para descrição das monografias relacionadas com o tratamento farmacológico


utilizado em pacientes hipertensos, foram selecionados os medicamentos que constam na
RENAME e aqueles que são comercializados na Farmácia Escola/UFC.

As interações medicamentosas descritas foram incluídas segundo os critérios de


classificação do MICROMEDEX para interações de gravidade severa e moderada que
apresentam evidência excelente e boa. A exclusão de outras interações com boa
documentação, mas de menor gravidade teve o objetivo apenas de tornar o manual mais
conciso. Medicamentos de uso hospitalar e os de aplicação local também foram excluídos.

Esperamos que este material seja um instrumento exaustivamente utilizado pelo


farmacêutico em sua práxis de atenção personalizada ao usuário de hipertensão, razão maior
de sua elaboração.
Fortaleza, Outubro de 2009.

CENTRO DE ESTUDOS EM ATENÇÃO FARMACÊUTICA


SUMÁRIO

1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ............................................................................ 06


2 HÁBITOS DE SAÚDE QUE DEVEM SER ADOTADOS ............................ 06
3 SITUAÇÕES ESPECIAIS .................................................................................. 08
3.1 Afrodescendentes e miscigenados .................................................................... 08
3.2 Idosos .................................................................................................................. 08
3.3 Diabéticos ........................................................................................................... 09
3.4 Gravidez ............................................................................................................. 09
3.5 Obesidade .......................................................................................................... 09
3.6 Asmáticos ........................................................................................................... 10
3.7 Dislipêmicos ....................................................................................................... 10
3.8 Insuficiências cardíaca ...................................................................................... 10
3.9 Cardiopatia isquêmica ...................................................................................... 10
4 MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL .............................................................. 11
4.1 Preparo do paciente para a medida da pressão arterial .............................. 11
4.2 Procedimento de medida da pressão arterial ................................................. 11
5 ADESÃO AO TRATAMENTO.................................................................................. 12
5.1 PRINCIPAIS SUGESTÕES PARA MELHOR ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-
HIPERTENSIVO...................................................................................... 12
5.2 PRINCIPAIS DETERMINANTES DA NÃO-ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-
HIPERTENSIVO ...................................................................................... 12
6 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM HIPERTENSÃO ARTERIAL ............... 13
6.1 MEDICAMENTOS INDICADOS PARA USO ORAL NAS URGÊNCIAS
HIPERTENSIVAS ................................................................................................ 13
7 FÁRMACOS USADOS NO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO.............. 14
7.1 METILDOPA ..................................................................................................... 14
7.2 ANLODIPINO..................................................................................................... 16
7.3 NIFEDIPINO ...................................................................................................... 17
7.4 NIMODIPINO .................................................................................................... 18
7.5 NITRENDIPINO ................................................................................................ 19
7.6 VERAPAMIL ..................................................................................................... 21
7.7 ATENOLOL ....................................................................................................... 23
7.8 METOPROLOL ................................................................................................. 25
7.9 PROPRANOLOL ............................................................................................... 27
7.10 CARVEDILOL ................................................................................................. 29
7.11 AMILORIDA .................................................................................................... 31
7.15 HIDROCLOROTIAZIDA ............................................................................... 35
7.16 CAPTOPRIL .................................................................................................... 37
7.17 ENALAPRIL .................................................................................................... 38
7.18 LISINOPRIL .................................................................................................... 40
7.19 LOSARTANA .................................................................................................. 41
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................ 43
1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

As doenças do coração e dos vasos (infarto agudo do miocárdio, morte súbita,


acidente vascular encefálico, edema agudo de pulmão e insuficiência renal) são as que mais
matam no Brasil. A hipertensão arterial representa um dos principais fatores de risco para a
ocorrência destas doenças. Cerca de 85% dos pacientes com acidente vascular encefálico
(AVE) e 40% das vítimas de infarto do miocárdio apresentam hipertensão associada. Estas
doenças deixam seqüelas muito frequentemente, levando à invalidez parcial ou total. O
diagnóstico precoce pode tanto evitar, como diminuir o avanço das complicações já evidentes.
O tratamento medicamentoso associado ao não-medicamentoso, objetiva a
redução da pressão arterial para valores inferiores a 140/90 mmHg, respeitando-se as
características individuais, a presença de doenças ou condições associadas ou características
peculiares e a qualidade de vida do pacientes. Nos pacientes com alto risco cardiovascular,
diabetes, insuficiência cardíaca, com comprometimento renal e na presença de acidente
vascular cerebral, deve-se objetivar a redução da pressão arterial para níveis inferiores a
130/80 mmHg.
O paciente deve ter consciência de que se trata de uma doença que não tem cura,
mas que tem controle. Assim, o tratamento não farmacológico que implica em mudança de
hábitos deve ser de caráter permanente. Também a adesão ao tratamento farmacológico deve
se dar de forma consciente, pois a hipertensão é geralmente assintomática, o que pode muitas
vezes servir de justificativa, pelo paciente para não utilizar os medicamentos corretamente.
Desta forma a educação é uma parte essencial do tratamento, devendo abranger aspectos
como o conhecimento e adoção de hábitos saudáveis na escolha dos alimentos, prática de
atividade física; o abandono do tabagismo e álcool, entre outros hábitos prejudiciais à saúde;
informações sobre as complicações decorrentes da HAS não tratada ou mal controlada, sem
gerar insegurança ou ansiedade no paciente; o esclarecimento sobre crendices, mitos, tabus e
alternativas populares de tratamento; o reconhecimento dos benefícios da adesão ao
tratamento, bem como do autocuidado.

2 HÁBITOS DE SAÚDE QUE DEVEM SER ADOTADOS

• Não fumar

O tabagismo é uma doença e deve ser tratado como tal. Desde o ano de 2004 está
incluído no Sistema Único de Saúde (SUS) o suporte completo para o dependente de cigarros
abandonar o vício: adesivos e gomas de mascar de nicotina para substituir a dose mínima da
substância em quadros de crise de abstinência, e um antidepressivo usado para auxiliar no
abandono do fumo.Os postos de saúde também oferecem ao fumante um programa de
psicoterapia em grupo.
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• Diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas

O consumo elevado de bebidas alcoólicas como cerveja, vinho e destilados


aumenta a pressão arterial. O efeito varia com o gênero, e a magnitude está associada à
quantidade de etanol e à freqüência de ingestão.

• Evitar alimentos ricos em gorduras saturadas

São aquelas encontradas em alimentos de origem animal (carnes gordas, toucinho,


embutidos, pele).

• Reduzir o consumo de sal (máximo de 6g=1 colher de chá rasa)

Tirar o saleiro da mesa e evitar alimentos ricos em sódio como (temperos


industrializados, ketchup, molho inglês, maionese, mostarda, shoyu, caldos concentrados,
molhos prontos para salada, salsicha, mortadela, lingüiça, apresuntado, presunto, salame,
paio, enlatados e conservas como extrato de tomate, milho, ervilha, patês, sardinha, atum,
picles, azeitona, palmito, alimentos salgados do tipo bacalhau, charque, carne seca, carnes e
peixes defumados, alimentos conservados em sal, aditivos como o glutamato monossódico
geralmente presente em sopas de pacote, extrato de carne ou de galinha, queijos em geral. O
excesso de consumo de sódio contribui para a ocorrência de hipertensão arterial. A relação
entre aumento da pressão arterial e avanço da idade é maior em populações com alta ingestão
de sal. Povos que consomem dieta com reduzido conteúdo deste mineral, têm menor
prevalência de hipertensão e a pressão arterial não se eleva com a idade. Na população urbana
brasileira, foi identificada uma maior ingestão de sal nos níveis socioeconômicos mais baixos.

• Manter o peso adequado

O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a hipertensão,


podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão arterial. A perda de peso
acarreta redução da pressão arterial.

• Praticar uma atividade física regularmente

O sedentarismo aumenta a incidência de hipertensão arterial. Indivíduos


sedentários apresentam risco aproximado 30% maior de desenvolver hipertensão que os
ativos.

• Evitar, sempre que possível, situações de estresse.

• Não usar medicamentos sem orientaçaão do médico/farmacêutico

Anticoncepcionais, corticosteróides, antiinflamatórios não-hormonais, estrógenos,


esteróides anabolizantes, alcalóides derivados do ergot, descongestionantes nasais,
moderadores do apetite, antiácidos ricos em sódio, ciclosporina, eritropoetina, antidepressivos
tricíclicos e inibidores da monoaminooxidase que podem elevar a pressão arterial.
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• Aumentar a ingestão de potássio

Estudos populacionais indicam que o aumento do consumo de potássio previne o


aumento de pressão arterial e preserva a circulação cerebral. Aumentar o consumo de
vegetais, principalmente crus, pois com o cozimento há uma grande perda do potássio dos
alimentos. Sua ingestão na dieta pode ser aumentada pela escolha de alimentos pobres em
sódio e ricos em potássio, como feijões, ervilha, vegetais de cor verde-escuro, banana, melão,
cenoura, beterraba, frutas secas, tomate, batata inglesa, mamão, grão de bico, água de coco,
lentilha, soja, abóbora e laranja. Entretanto, os pacientes que utilizam determinados
medicamentos antihipertensivos devem conversar com o médico/farmacêutico sobre a
quantidade destes alimentos na dieta.

• Evitar frituras em geral. Não cozinhar com margarinas ou creme vegetal.

• Evitar carboidratos simples

Açúcar, mel, garapa, melado, rapadura e doces em geral, principalmente para o


indivíduo diabético.

3 SITUAÇÕES ESPECIAIS

3.1 Afrodescendentes e miscigenados

Os afrodescendentes apresentam maior prevalência e gravidade da hipertensão


relacionadas a fatores étnicos e/ou socioeconômicos. Como não há evidências de ação
diferenciada dos medicamentos anti-hipertensivos nesse grupo, a escolha do anti-hipertensivo
deve ser norteada pela presença de comorbidades e eficácia em atingir as metas. Os
medicamentos de escolha são os diuréticos tiazídicos, e em segundo lugar antagonistas dos
canais de cálcio, outra opção terapêutica são os α-agonistas. É recomendável fazer
suplementação de potássio.

3.2 Idosos

O objetivo do tratamento é a redução gradual da pressão arterial para valores


abaixo de 140/90 mmHg. Em pacientes com valores muito elevados de pressão sistólica,
podem ser mantidos inicialmente níveis de até 160 mmHg . Não está bem estabelecido o nível
mínimo tolerável da pressão diastólica, mas estudos sugerem que redução abaixo de 65
mmHg é o indicado ao grupo de pior prognóstico. O tratamento não-medicamentoso é
recomendado para os idosos. Quando o tratamento medicamentoso for necessário, a dose
inicial deve ser mais baixa, e o incremento de doses ou a associação de novos medicamentos
deve ser feito com mais cuidado. A maioria, porém, necessita de terapia combinada,
principalmente para o controle adequado da pressão sistólica. Os medicamentos de escolha
são os diuréticos tiazídicos isolados ou associados a amilorida e a dose inicial deve ser 50%
do adulto ou jovem. Em hipertensão sistólica, a escolha será de tiazídico e antagonista dos
canais de cálcio de longa ação, por exemplo, nitrendipina e anlodipino. Valsartan, também é
um medicamento de escolha pela sua eliminação exclusivamente fecal. Outras opções
terapêuticas são os antagonistas dos canais de cálcio e inibidores da ECA. Estes últimos
devem ser administrados com precaução devido a alta prevalência de estenose bilateral das
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artérias renais. É contra-indicado o uso de β-bloqueadores por causa do perigo de hipotensão


postural por função barorreceptora inadequada, a α-metildopa, clonidina e reserpina devem
ser evitadas pelo efeito depressivo potencial e a amilorida pode ocasionar hiponatremia. O
tratamento de hipertensos com mais de 80 anos sem comorbidades cardiovasculares deve ser
individualizado, considerando estado clínico e motivação do paciente. Evidências sugerem
que o tratamento da hipertensão no idoso reduz a incidência de déficit cognitivo e demência.

3.3 Diabéticos

A freqüente associação entre hipertensão arterial e diabetes tem como


conseqüência grande aumento no risco cardiovascular. Em pacientes com diabetes tipo 1,
existe evidente relação entre hipertensão e desenvolvimento da nefropatia diabética, enquanto
no diabetes tipo 2, a hipertensão arterial faz parte da síndrome metabólica. O tratamento da
hipertensão arterial é importante nos pacientes diabéticos, tanto para a prevenção da doença
cardiovascular quanto para minimizar a progressão da doença renal e da retinopatia diabética.
Recomenda-se que a pressão arterial seja reduzida a valores inferiores a 130/80 mmHg e a
125/75 mmHg, se houver proteinúria > 1 g/24 h, por serem pacientes de alto risco para
eventos cardiovasculares. Os medicamentos de escolha são os inibidores da ECA e os α-
bloqueadores e outra opção terapêutica são os antagonistas dos canais de cálcio. O uso de β-
bloqueadores não é indicado por mascararem os sintomas de hipoglicemia: taquicardia e
sudorese, caso seja necessário deve-se dar preferência aos β-bloqueadores seletivos e
administrar com cuidado nos pacientes dependentes de insulina. O uso de associações de
medicamentos já no início do tratamento pode ser útil para reduzir de forma mais eficiente os
níveis de pressão arterial em menor período de tempo.

3.4 Gravidez

Considera-se hipertensão na gravidez quando o nível da pressão arterial for maior


ou igual a 140/90 mmHg, sendo a pressão diastólica identificada na fase V de Korotkoff.
Duas formas de hipertensão podem complicar a gravidez: hipertensão preexistente (crônica) e
hipertensão induzida pela gravidez (pré-eclâmpsia/eclâmpsia). A alfametildopa é o fármaco
preferido por ser o mais bem estudado e não haver evidência de efeitos deletérios para o feto.
Opções aditivas ou alternativas incluem betabloqueadores, que podem estar associados a
crescimento fetal restrito, outros bloqueadores adrenérgicos, bloqueadores de canais de cálcio
e diuréticos. Já na pré-eclâmpsia, o fármaco de escolha no momento do parto, se a diastólica
estiver acima de 105mmHg, é a hidralazina endovenosa associada a diurético. O nifedipino
tem sido também utilizado, entretanto, sua associação com o sulfato de magnésio, susbtância
de escolha no tratamento e, possivelmente, na prevenção da convulsão eclâmptica, pode
provocar queda súbita e intensa da pressão arterial. Em raras circunstâncias, o nitroprussiato
de sódio pode ser utilizado se a hidralazina e o nifedipino não forem efetivos. O ácido
acetilsalicílico em baixas doses tem pequeno efeito na prevenção da pré-eclâmpsia, enquanto
a suplementação oral de cálcio em pacientes de alto risco e com baixa ingestão de cálcio
parece reduzir a incidência de pré-eclâmpsia. Os inibidores da ECA e os bloqueadores do
receptor AT1 são contra-indicados durante a gravidez.

3.5 Obesidade

O tratamento da hipertensão arterial em indivíduos obesos deve priorizar o uso


dos inibidores da ECA (por aumentarem a sensibilidade à insulina), dos bloqueadores dos
receptores AT1 e dos bloqueadores dos canais de cálcio, neutros quanto aos efeitos
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metabólicos. Diuréticos tiazídicos podem ser utilizados em doses baixas isoladamente ou em


combinação com bloqueadores do sistema renina angiotensina. Deve-se ter precaução no uso
de altas doses de tiazídicos e β-bloqueadores, pois estes podem ocasionar aumento da
resistência à insulina.

3.6 Asmáticos

Os medicamentos de escolha são os Inibidores da ECA, antagonistas dos canais


do cálcio ou α-bloqueadores. É contra-indicado os uso de β-bloqueadores não seletivos para
β1.

3.7 Dislipêmicos

Níveis elevados de colesterol, juntamente com hipertensão arterial, representam


mais que 50% do risco atribuível para doença coronária. Indivíduos hipertensos beneficiam-se
de forma incontestável da diminuição do colesterol, e as intervenções terapêuticas para
reduzir conjuntamente a hipertensão arterial e o colesterol são capazes de diminuir a
morbidade e a mortalidade em diversas condições de risco. Inibidores da ECA, bloqueadores
dos receptores AT1, bloqueadores dos canais de cálcio e diuréticos em doses baixas não
interferem na lipemia. Outra opção de terapia são os bloqueadores α que podem aumentar o
HDL-C, diminuir LDL-C, e melhoram levemente o perfil lipídico no uso prolongado. Os
betabloqueadores podem aumentar temporariamente os níveis de triglicérides e reduzir o
HDL-C.

3.8 Insuficiência cardíaca

A hipertensão arterial pode promover alterações estruturais no ventrículo


esquerdo, com ou sem isquemia coronária, contribuindo para o desenvolvimento de
insuficiência cardíaca, com função sistólica preservada ou não. É fundamental o tratamento
adequado da hipertensão prevenindo a insuficiência cardíaca, uma vez que, mesmo com a
evolução do tratamento, a insuficiência cardíaca ainda tem alta morbimortalidade. Medidas
não-medicamentosas são muito importantes, como a restrição de sal e, em alguns casos, de
água, além da prática de atividade física supervisionada. Os inibidores da ECA são
considerados essenciais, sempre em dose plenas e associados a diuréticos de alça,
espironolactona e cardiotônico. O carvedilol é hoje a substância de escolha para qualquer tipo
funcional. Antagonistas dos canais de cálcio de segunda geração, tais como anlodipino ou
felodipino podem ser benéficos em casos de ICC leve: classe funcional I e II. São contra-
indicados β-bloqueadores, por seu potencial inotrópico negativo, com exceção do carvedilol,
metoprolol e bisolprolol.

3.9 Cardiopatia isquêmica

Em hipertensos com doença arterial coronária, objetiva-se o controle gradual da


pressão arterial até atingir níveis inferiores a 140/90 mmHg. É fundamental o controle de
outros fatores de risco, bem como o uso de ácido acetilsalicílico. Os betabloqueadores são os
mais indicados por sua ação antiisquêmica. Os bloqueadores dos canais de cálcio, exceto os
de ação rápida, podem ser utilizados como recurso alternativo. Agentes hipotensores que
aumentam a freqüência cardíaca, como a hidralazina, devem ser evitados. Em portadores de
doença arterial coronariana, foi demonstrada redução de eventos com o uso do inibidor da
ECA ramipril, mesmo sem hipertensão arterial. Nos pacientes que já sofreram infarto agudo
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do miocárdio, devem ser utilizados um betabloqueador sem atividade simpaticomimética


intrínseca e um inibidor da ECA. No infarto agudo do miocárdio sem onda Q com função
sistólica preservada, podem ser utilizados diltiazem ou verapamil.

4 MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL

A medida da pressão arterial deve ser realizada após o preparo apropriado do


paciente, empregando-se técnica padronizada e equipamento calibrado.
O método mais utilizado para medida da pressão arterial na prática clínica é o
indireto, com técnica auscultatória e esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneróide,
ambos calibrados. Apesar da tendência de substituir os aparelhos de coluna de mercúrio por
equipamentos automáticos em razão do risco de toxicidade e contaminação ambiental pelo
mercúrio, eles continuam sendo os mais indicados para a medida da pressão arterial porque se
descalibram menos freqüentemente do que os aparelhos aneróides. Os aparelhos eletrônicos
evitam erros relacionados ao observador e podem ser empregados quando validados de acordo
com recomendações específicas, inclusive em estudos epidemiológicos. Todos os aparelhos
devem ser testados e devidamente calibrados a cada seis meses.
A medida da pressão arterial na posição sentada deve ser realizada com manguitos
de tamanho adequado à circunferência do braço, respeitando a proporção
largura/comprimento de 1:2. Embora a maioria dos fabricantes não siga essas orientações, a
largura da bolsa de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do
braço, e seu comprimento, a pelo menos 80%.
A posição recomendada para a medida da pressão arterial é a sentada. A medida
nas posições ortostática e supina deve ser feita pelo menos na primeira avaliação em todos os
indivíduos e em todas as avaliações em idosos, diabéticos, portadores de disautonomias,
alcoolistas e/ou em uso de medicação anti-hipertensiva.

4.1 Preparo do paciente para a medida da pressão arterial


• Explicar o procedimento ao paciente
• Repouso de pelo menos 5 minutos em ambiente calmo
• Evitar bexiga cheia
• Não praticar exercícios físicos 60 a 90 minutos antes
• Não ingerir bebidas alcoólicas, café ou alimentos e não fumar 30 minutos antes
• Manter pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e
relaxado
• Remover roupas do braço no qual será colocado o manguito
• Posicionar o braço na altura do coração (nível do ponto médio do esterno ou 4° espaço
intercostal), apoiado, com a palma da mão voltada para cima e o cotovelo ligeiramente
fletido
• Solicitar para que não fale durante a medida

4.2 Procedimento de medida da pressão arterial


• Medir a circunferência do braço do paciente
• Selecionar o manguito de tamanho adequado ao braço
• Colocar o manguito sem deixar folgas acima da fossa cubital, cerca de 2 a 3 cm
• Centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial
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• Estimar o nível da pressão sistólica (palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu
desaparecimento, desinflar rapidamente e aguardar 1 minuto antes da medida)
• Palpar a artéria braquial na fossa cubital e colocar a campânula do estetoscópio sem
compressão excessiva
• Inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da pressão sistólica
• Proceder à deflação lentamente (velocidade de 2 a 4 mmHg por segundo)
• Determinar a pressão sistólica na ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff), que é
um som fraco seguido de batidas regulares, e, após, aumentar ligeiramente a
velocidade de deflação
• Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de Korotkoff)
• Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu
desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa
• Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a pressão diastólica no
abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da
sistólica/diastólica/zero
• Esperar 1 a 2 minutos antes de novas medidas
• Informar os valores de pressão arterial obtidos para o paciente
• Anotar os valores e o membro

5 ADESÃO AO TRATAMENTO

5.1 PRINCIPAIS SUGESTÕES PARA MELHOR ADESÃO AO TRATAMENTO


ANTI-HIPERTENSIVO

• Educação em saúde, com especial enfoque nos conceitos de hipertensão e suas


características.
• Orientações sobre os benefícios dos tratamentos, incluindo mudanças de estilo de
vida.
• Informações detalhadas e compreensíveis pelos pacientes sobre os eventuais efeitos
adversos dos medicamentos prescritos e necessidades de ajustes posológicos com o
passar do tempo.
• Cuidados e atenções particularizadas de conformidade com as necessidades.
• Atendimento médico facilitado, sobretudo no que se refere ao agendamento de
consultas

5.2 PRINCIPAIS DETERMINANTES DA NÃO-ADESÃO AO TRATAMENTO ANTI-


HIPERTENSIVO

• Falta de conhecimento do paciente sobre a doença ou de motivação para tratar uma


doença assintomática e crônica.
• Baixo nível socioeconômico, aspectos culturais e crenças erradas adquiridas em
experiências com a doença no contexto familiar e baixa auto-estima.
• Relacionamento inadequado com a equipe de saúde.
• Tempo de atendimento prolongado, dificuldade na marcação de consultas, falta de
contato com os faltosos e com aqueles que deixam o serviço.
• Custo elevado dos medicamentos e ocorrência de efeitos indesejáveis.
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• Interferência na qualidade de vida após o início do tratamento.

6 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EM HIPERTENSÃO ARTERIAL

Os pacientes portadores de alterações pressóricas importantes acompanhadas de


sintomatologia como cefaléia, alterações visuais recentes, dor no peito, dispnéia e
obnubilação (estado vertiginoso em que os objetos são vistos como através de uma nuvem por
distúrbio da circulação no encéfalo) devem ser encaminhados para os serviços de urgência e
emergência. É importante diferenciar dessas situações os quadros de alterações pressóricas
que ocorrem em situações de estresse emocional. Também não constituem urgências
hipertensivas a elevação da pressão arterial desacompanhada de sintomas. Um simples ajuste
terapêutico poderá, nesses casos, promover o adequado controle da pressão arterial, mesmo
que para tal finalidade se façam necessários alguns dias de observação. É interessante lembrar
o aumento pressórico que surge como conseqüência da interrupção súbita do tratamento,
especialmente em usuários de clonidina e betabloqueadores.

6.1 MEDICAMENTOS INDICADOS PARA USO ORAL NAS URGÊNCIAS


HIPERTENSIVAS

MEDICAMENTOS DOSE AÇÃO


EFEITOS ADVERSOS E PRECAUÇÕES
INÍCIO DURAÇÃO

NIFEDIPINO 10-20 mg VO 5-15 min 3-5 h Redução abrupta da pressão, hipotensão.


Cuidados especiais em idosos.

CAPTOPRIL 6,25-25 mg VO 15-30 min 6-8 h Hipotensão, hiperpotassemia, insuficiência


(repetir em 1h e renal, estenose bilateral de artéria renal ou
necesário) rim único com estenose de artéria renal.

CLONIDINA 00,1-0,2 mg VO h/h 30-60 min 6-8,5 h Hipotensão postural, sonolência, boca seca
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7 FÁRMACOS USADOS NO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO

7.1 METILDOPA (Agonista alfa-adrenérgico)

INDICAÇÕES TEMPO DE EFEITO MÁXIMO


Hipertensão, fármaco de escolha para tratamento da Por volta de 24 a 48h.
hipertensão na gravidez, calores da menopausa
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA
6a9h
EFEITOS ADVERSOS
Há incidência de efeitos adversos em até 60%, MEIA-VIDA:
entretanto a maioria é transitória ou reversível. Tempo 1,7h inicialmente, posteriormente a meia-
Sonolência é comum, principalmente no início ou vida é mais prolongada.
aumento da dose. Tontura e atordoamento podem
estar associados à hipotensão ortostática. CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
Cardiovasculares: angina, bradicardia, retenção de
líquidos e edema que respondem a diuréticos, mas • Deve ser usada com cautela em pacientes
muito raramente podem levar a insuficiência com idade avançada, com a função renal ou
cardíaca. hepática diminuída, mal de Parkinson.
Dermatológicos: rash cutâneo, erupções do tipo • Hipersensibilidade a metildopa.
líquens e granulomatosas. • Está contra-indicada em doença hepática,
Endocrino/reprodutivo: diminuição da libido e porfiria (pode induzir ataques agudos),
impotência também têm sido reportadas depressão, feocromocitoma, pacientes em
frequentemente, hiperprolactinemia, mamas terapia com inibidores da MAO,
aumentadas e doloridas, ginecomastia, galactorréia e insuficiência cardíaca congestiva, anemia
amenorréia. hemolítica, edema, pacientes que fazem
Gastrointestinais: náusea, vômito, diarréia, diálise (risco de hipertensão após a diálise).
constipação, raramente pancreatite e colite. Língua • Deve ser feita contagem das células
escura ou inflamada, inflamação das glândulas sanguíneas e testes de função hepática
salivares. Boca seca é comum. periodicamente durante as 6 a 12 semanas
Musculoesqueléticos: Artralgia, mialgia. iniciais do tratamento ou se o paciente
apresentar febre inexplicada.
Neurológicos: dor de cabeça, diminuição da
• Como o uso de metildopa pode produzir
concentração e memória, depressão, astenia,
resposta positiva ao teste de Coombs direto,
distúrbios do sono e pesadelos, parestesias.
o conhecimento prévio de um teste positivo
Desmaios, parkinsonismo.
pode evitar uma reação cruzada na
Respiratórios: congestão nasal. necessidade de uma transfusão de sangue.
Hematológicos/Imunoloógicos: trombocitopenia e • Como a metildopa pode causar sonolência,
leucopenia, notadamente granulocitopenia requerem deve ser tomado cuidado ao dirigir ou
pronto interrupção deste medicamento. Anticorpos operar máquinas.
antinucleares e síndrome do tipo lúpus já foram • Evitar a interrupção abrupta do tratamento.
relatados. Outros sintomas de hipersensibilidade • O efeito hipotensivo da metildopa é
como miocardite, febre, eosinofilia, e alterações da potencializado por diuréticos e outros anti-
função hepática. Pode ocorrer hepatite, hipertensivos. Entretanto há relatos de
particularmente nos 2 ou 3 primeiros meses de antagonismo paradoxal ao efeito
terapia, mas é geralmente reversível coma retirada hipotensivo pelo uso de antidepressivos
da medicação, mas necrose hepática fatal já foi tricíclicos, antipsicóticos e beta-
relatada. Fraqueza, fadiga, sintomas semelhantes ao bloqueadores. Simpaticomiméticos também
da gripe (febre, mialgia), uremia, noctúria, podem antagonizar o efeito hipotensor.
congestão nasal, fibrose retroperitoneal. A urina • Metildopa é secretado no leite em pequenas
pode ficar escura quando exposta ao ar. Anemia quantidades, não foram observados efeitos
hemolítica, teste de Coombs positivo. adversos nos lactentes. Estima-se que o
lactente receba apenas 0,02% da dose
TEMPO DE INÍCIO materna, assim esta substância é compatível
3 a 6h (embora o efeito hipotensivo máximo só com amamentação.
ocorra no segundo ou terceiro dia de tratamento)
15

• Pode ser usada na gravidez para controle da


hipertensão, apesar de atravessar a barreira
placentária e já terem sido relatados casos
de hipotensão em crianças nascidas de mãe
que faziam uso de metildopa.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• Bisoprolol: pode resultar em exagerada
resposta hipertensiva, taquicardia ou
arritmias durante estresse fisiológico ou
exposição a catecolaminas exógenas.
• Entacapone: risco aumentado de
taquicardia, hipertensão e arritmias.
• Ferro: pode diminuir a efetividade da
metildopa.
• Fenilpropanolamina: pode resultar em
hipertensão. O uso de simpaticomiméticos
deve ser evitado em pacientes em
tratamento com metildopa.
• Haloperidol: pode resultar em toxicidade
para o SNC (demencia) ou parkinsonismo.
• Inibidores da MAO (contra-indicado):
pode resultar em crise hipertensiva (dor de
cabeça, palpitação, rigidez da nuca).
• Pseudoefedrina: possível perda do controle
da pressão e resultar em urgência
hipertensiva.
• Sotalol: pode resultar em exagerada
resposta hipertensiva, taquicardia ou
arritmias durante estresse fisiológico ou
exposição a catcolaminas exógenas.

RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
• Como a metildopa pode causar sonolência,
deve ser tomado cuidado ao executar
tarefas que requeiram atenção como dirigir
ou operar máquinas.
• Evitar a interrupção abrupta do tratamento.
• Pode ser usada por lactantes e gestantes.
• O paciente deve consultar o
médico/farmacêutico se apresentar angina,
bradicardia, hipotensão, sintomas de
disfunção renal (alteração na cor da urina
como escurecimento ou aparência
sanguinolenta, dor ou ardor ao urinar,
aumento da frequência urinária, inchaço
dos tornozelos ou ao redor dos olhos, dor
lombar) ou pancitopenia.
16

7.2 ANLODIPINO (Antagonista dos canais lentos de cálcio diidropiridinas)

• Clopidogrel: diminui o efeito do clopidogrel na


INDICAÇÕES inibição plaquetária, possivelmente aumentando o
risco de eventos arterotrombóticos.
Hipertensão arterial como monoterapia ou associada: • Itraconazol, Cetoconazol e Fluconazol: aumento
de escolha no hipertenso da raça negra, obeso, da concentração sérica e toxicidade (tonturas,
asmático e, principalmente, coronariano: Angina de hipotensão, rubor, cefaléia, edema periférico).
peito, em especial a variante, mas pode ser benéfico Considerar a redução da dose do antagonista de
em qualquer tipo, mesmo a de esforço. A associação cálcio ou retirada de um dos agentes.
com um β- bloqueador pode ser benéfica. • Bloqueadores beta-adrenérgicos: pode resultar
em hipotensão e/ou bradicardia. Se a terapêutica
EFEITOS ADVERSOS concomitante for necessária, monitorar
Edema pré-tibial; sonolência; palpitações; rubor; dor cuidadosamente a função cardíaca, particularmente
de cabeça; tontura; fadiga; sonolência; parestesia; em pacientes predispostos a insuficiência cardíaca.
dor abdominal; náusea; dispepsia; hiperplasia • Indinavir e Ritonavir: aumento da concentração
gengival; dispnéia; cãibras; disfunção erétil. plasmática dos bloqueadores de canal de cálcio.
Observar paciente por prolongamento dos efeitos
TEMPO DE INÍCIO terapêuticos e adversos dos bloqueadores dos
Início da resposta de 24 horas a 96 horas. canais de cálcio. Pacientes em tratamento com
indinavir, iniciar bloqueadores dos canais de cálcio
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO em doses baixas e titular com base na resposta e
desenvolvimento de toxicidade.
Oito horas após a administração oral. • Saquinavir: aumento do risco de toxicidade do
anlodipino (tonturas, dores de cabeça, rubor, edema
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA periférico, hipotensão arterial, arritmias cardíacas).
Pacientes que recebem esta combinação devem ser
De 6 a 12 horas. monitorados devido excesso de efeitos adversos
relacionados à toxicidade do anlodipino.
MEIA-VIDA Ajustamento do anlodipino para doses mais baixas
pode ser necessário.
Longa: 36 horas. Idosos: 48 horas. Nas hepatopatias,
• AINEs: aumento do risco de hemorragias
a dose deve ser reduzida e sua meia-vida pode
gastrointestinais e/ou antagonismo do efeito
prolongar-se por até 56 horas.
hipotensor. Recomenda-se precaução quando
AINEs e bloqueadores dos canais de cálcio são
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
utilizados concomitantemente. Monitorar sinais e
• Hipersensibilidade a diidropiridinas. sintomas de hemorragia gastrointestinal, tais como
• Severas hepatopatias. fraqueza, náuseas e sangue nas fezes. Os efeitos
• Cuidado em idosos. anti-hipertensivos dos bloqueadores dos canais de
• Precauções em insuficiência cardíaca; mas não cálcio podem ser antagonizados pela administração
aumentou a mortalidade em estudo prospectivo e concomitante de AINEs.
randomizado, quando associado a cardiotônico, • Erva de São João: pode resultar em diminuição da
diurético de alça e inibidor da ECA, em pacientes biodisponibilidade do anlodipino.
com insuficiência cardíaca, classe funcional III ou
IV e FE muito reduzida (21%).
• Na gravidez só deve ser administrado se o RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
medicamento trouxer benefício potencial para a • Avisar ao paciente para não interromper o
mãe que justifique o potencial risco para o feto. tratamento mesmo quando sentir-se melhor, pois a
• Não é recomendada amamentação durante a hipertensão é, na maioria das vezes, assintomática.
terapia. • Falar para o paciente para notificar o médico sobre
sinais de insuficiência cardíaca, como o inchaço
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS das mãos e dos pés ou falta de ar.
• Amiodarona: pode resultar em bradicardia, • Não utilizar na gravidez e lactação.
bloqueio atrioventricular e/ou congestionamento
sinusal. Evitar o uso concomitante de amiodarona e
bloqueadores dos canais de cálcio em pacientes
com síndrome do nódulo sinusal ou bloqueio AV
(atrioventricular parcial).
17

7.3 NIFEDIPINO (Antagonista dos canais lentos de cálcio diidropiridinas)

medicamentos por inibidor da ECA ou utilizar dois


INDICAÇÕES outros medicamentos de diferentes classes
terapêuticas.
Hipertensão; angina estável crônica; angina variante. • Itraconazol e Fluconazol: aumento da
concentração sérica e toxicidade (tonturas,
EFEITOS ADVERSOS hipotensão, rubor, cefaléia, edema periférico).
Palpitação; edema periférico; vermelhidão na pele; Considerar a redução da dose do antogonista de
constipação; hiperplasia gengival; azia; náuseas, cálcio ou retirada de um dos agentes.
tontura; dor de cabeça; raramente causa aumento da • Bloqueadores beta-adrenérgicos: pode resultar
angina e infarto agudo do miocárdio em hipotensão e/ou bradicardia. Se a terapêutica
TEMPO DE INÍCIO concomitante for necessária, monitorar
O início da ação se dá em 20 minutos após cuidadosamente a função cardíaca, particularmente
administração oral em pacientes predispostos a insuficiência cardíaca.
• Indinavir, Saquinavir e Ritonavir: aumento da
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO concentração plasmática dos bloqueadores de canal
de cálcio. Observar paciente por prolongamento
A duração da ação é de 4 horas a 8 horas. dos efeitos terapêuticos e adversos dos
bloqueadores dos canais de cálcio. Pacientes em
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA tratamento com indinavir, iniciar os bloqueadores
dos canais de cálcio em doses baixas e fazer ajustes
Alcança o pico de ação 30 minutos a 1 hora após com base na resposta e desenvolvimento de
administração oral toxicidade.
MEIA-VIDA • Ginkgo biloba: O uso concomitante de ginkgo
A sua meia-vida é de 2 horas a 5 horas biloba e nifedipina pode resultar em um aumento
do risco de efeitos colaterais do nifedipino.
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES Aconselha-se precaução se o paciente tomar
• Hipersensibilidade à nifedipina ou a outro Ginkgo biloba com nifedipino.
antagonista do canal de cálcio. • Rifampetina: diminuição da eficácia do
• Infarto agudo do miocárdio. bloqueador dos canais de cálcio. Monitorar o
• Estenose aórtica avançada. paciente para a perda dos efeitos bloqueadores
• Exacerbação da angina durante o início do dos canais de cálcio, incluindo sinais ou sintomas
tratamento ou após retirada do beta-bloqueador. clínicos de hipertensão ou angina. Pode ser
• Prejuízo renal ou hepático. necessário aumento da dose do bloqueador dos
• Deve-se utilizar a forma de liberação prolongada canais de cálcio.
com cautela em pacientes com distúrbios no TGI. • Magnésio: pode ocorrer hipotensão. Monitorar a
• O medicamento deve ser dado apenas se o pressão arterial de perto quando adicionando ou
benefício justificar o risco potencial para o feto. excluindo tratamento com bloqueadores de canais
• Utilizar com precaução em pacientes idosos por de cálcio em pacientes que recebem magnésio.
serem mais sensíveis aos efeitos da nifedipina e há • Cimetidina: O uso concomitante de cimetidina e
prolongamento do tempo de efeito. nifedipina pode resultar num aumento das
concentrações séricas do nifedipino e sua
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS toxicidade (dor de cabeça, edema periférico,
• Amiodarona: pode resultar em bradicardia, hipotensão, taquicardia). Monitorar a resposta
bloqueio atrioventricular e/ou congestionamento cardiovascular da pressão sangüínea (freqüência
sinusal. Evitar o uso concomitante de amiodarona e cardíaca) com o bloqueador de canais de cálcio se
bloqueadores dos canais de cálcio em pacientes a cimetidina for adicionada a terapia. Reduções
com síndrome do nódulo sinusal ou bloqueio AV das doses de nifedipino de até 35% a 40% podem
(atrioventricular parcial). ser necessárias.
• Clopidogrel: diminui o efeito do clopidogrel na • Fenitoína: O uso concomitante de nifedipina e
inibição plaquetária, possivelmente aumentando o fenitoína pode resultar em um aumento do risco
risco de eventos arterotrombóticos. de toxicidade da fenitoína (hiperreflexia ataxia,
• Diltiazem: O uso concomitante de diltiazem e nistagmo, tremor). Monitorar os pacientes para
nifedipino pode provocar toxicidade causada pela sinais clínicos de toxicidade, bem como para os
nifedipino (dor de cabeça, edema periférico, níveis séricos elevados de fenitoína. Ajustar a
hipotensão, taquicardia). Pode-se realizar a retirada dose de fenitoína de acordo com os resultados.
de um dos dois medicamentos, substituir um dos • Metformina: O uso concomitante de metformina
e nifedipino pode resultar em aumento da
18

absorção de metformina. Monitorar os sinais inicial e alterações da dose, ou durante a retirada


clínicos de toxicidade da metformina, incluindo de beta-bloqueadores.
diarréia, náusea e vômito. • Aconselhar ao paciente contra a interrupção
súbita do medicamento.
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE • Informar ao paciente que deve tomar
• O paciente deve evitar atividades que exijam comprimidos de liberação prolongada com o
atenção, pois o medicamento pode causar tontura. estômago vazio.
• Este medicamento pode causar azia, náuseas ou • Aconselhar o paciente a não ingerir bebidas
dor de cabeça (especialmente com a formulação alcoólicas enquanto fizer uso deste medicamento.
de liberação imediata).
• Avisar ao paciente que ele pode apresentar sinais
e sintomas de insuficiência cardíaca, inclusive
palpitações e edema periférico.
• O paciente deve relatar caso sinais e sintomas de
exacerbação de angina de peito com uma dose

_____________________________________

7.4 NIMODIPINO (Bloqueador dos canais de cálcio diidropiridino)

INDICAÇÕES • Overdose pose resultar em significante morbidade


Hemorragia subaracnóidea decorrente de ruptura de e mortalidade (hipotensão resultando em choque
aneurismas, enxaqueca, hipertensão, disritmias, cardiogênico, hiperglicemia, acidose metabólica,
angina estável. coma, morte).
• Ingestão única de doses terapêuticas de adultos
pode resultar em morte quando ingeridas por
EFEITOS ADVERSOS crianças.
Diarréia, constipação, náusea, cólica, desordens do • Deve ser usada com cautela em pacientes
sistema cardiovascular. Menos frequentemente portadores de doenças hepáticas.
insuficiência cardíaca, arrtimias dor no peito, • Não administrar as cápsulas por via parenteral,
dificuldade respiratória; tonturas ou desmaios, sérios efeitos adversos, incluindo colapso
atordoamento; hiponatremia, perda de peso, cardiovascular e morte que podem ocorrer após
hepatotoxicidade, ototoxicidade, mialgia, hipoxemia. adminstração parenteral.
• Contra-indicada na gravidez e amamentação (só
TEMPO DE INÍCIO deve ser usada se os benefícios justificarem o risco
potencial para o feto/bebê).
1h até o pico de concentração plasmática

PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS


1h após a administração • Amiodarona - o uso concomitante com
bloqueadores do canal de cálcio pode resultar em
MEIA-VIDA bradicardia, bloqueio atrio-vetricular.
A meia-vida terminal do nimodipino é de 8 a 9
• Indinavir - pode resultar em concentrações
horas, mas a taxa inicial de declínio na concentração
aumentadas do bloqueador do canal de cálcio.
plasmática é mais rápida, de 1 a 2 horas.
• Itraconazol - pode resultar em concentração sérica
aumentada do nimodipino (tontura, hipotensão,
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES rubor, dor de cabeça, edema periférico).
• Bradicardia ou insuficiência cardíaca. • Fenobarbital - pode diminuir a eficácia do
• A ingestão junto com alimentos diminui a nimodipino.
concentração plasmática máxima em 68% e a • Saquinavir - pode resultar em concentração sérica
biodisponibilidade em 38%. Deve ser administrada aumentada do nimodipino (tontura, hipotensão,
1 hora antes ou 2 horas após as refeições. rubor, dor de cabeça, edema periférico).
19

• Erva de São João - o uso concomitante pode • O paciente deve ser advertido a não descontinuar
diminuir a biodisponibilidade do bloqueador do bruscamente o tratamento.
canal de cálcio. • Se esquecer de tomar uma dose, tomá-la logo que
• Ácido valpróico - pode aumentar a toxicidade do lembrar, entretanto se já for quase hora da próxima
nimodipino (tontura, hipotensão, rubor, dor de dose tomar só a dose seguinte. Não dobrar a dose.
cabeça, edema periférico). • Manter fora do alcance das crianças, pois a
ingestão única de doses terapêuticas de adultos
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE pode resultar em morte quando ingeridas por
crianças. .
• Este medicamento pode causar diarréia, náusea ou
O paciente dever avisar ao médico caso haja o
cólicas.
surgimento de efeitos colaterais menos graves tais
• As cápsulas não devem ser tomadas junto com como nariz escorrendo ou entupido, erupção
alimentos, o intervalo de 1 hora antes ou 2 horas cutânea ou desconforto gástrico.
após as refeições deve ser respeitado.
• O paciente deve ser advertido que este
medicamento pode causar tonturas
• Evitar o uso de álcool

_____________________________________________________

7.5 NITRENDIPINO (Antagonista dos canais de cálcio - diidropiridinas)

INDICAÇÕES De 2 a 24 horas (média de 12 horas)


Tratamento da hipertensão arterial e angina
crônica estável podendo ser utilizado tanto em CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
regime de monoterapia ou em combinação com • Hipersensibilidade ao nitrendipino ou a outro
outras classes de anti-hipertensivos. Está antagonista dos canais de cálcio.
também indicado na doença arterial coronariana • Estenose aórtica avançada/grave.
(estável, crônica ou vasoespástica). • Pode ocorrer exacerbação da angina durante o início
do tratamento ou após retirada do beta-bloqueador;
EFEITOS ADVERSOS portanto deve-se diminuir gradualmente a dose do
Hiperplasia gengival; anorexia; náusea e beta-bloqueador antes do início da terapia com
constipação; dor muscular ou câimbra; dor de bloqueadores dos canais de cálcio.
cabeça; tontura; fadiga; dispneia e tosse; edema • Insuficiência renal crônica.
periférico; rubor facial; taquicardia reflexa ou • Associação com beta-bloqueadores (com disfunção
palpitações; hipotensão (início de terapia, ou em ventricular esquerda).
associação com beta-bloqueadores); reações • Insuficiência cardíaca congestiva.
dermatológicas; pode ocorrer injúria • Deve-se utilizar a forma de liberação prolongada com
hepatocelular; elevação isolada de cautela em pacientes com distúrbios no TGI.
transaminases geralmente moderada e • Reações dermatológiacas persistentes induzidas por
transitória; exacerbação da angina pectoris antagonistas dos canais de cálcio podem evoluir para
(durante o início do tratamento, aumento de eritema multiforme ou dermatite esfoliativa.
dosagem e durante retirada gradual do • O uso associado de bloqueadores de canais de cálcio
betabloqueador). durante anestesia com fentanil deve ser utilizado com
cautela, pois pode ocorrer hipotensão grave.
TEMPO DE INÍCIO • O medicamento deve ser dado apenas se o benefício
Início da resposta de 2 horas. justificar o risco potencial para o feto.
• Utilizar com precaução em pacientes idosos por
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO serem mais sensíveis aos efeitos do nitrendipino,
Oito horas após a administração oral. bem como devido ao tempo de efeito prolongado
neste grupo.
PICO DE CONCENTRAÇÃO • Deve-se reduzir a dose nos idosos, nos casos de
PLASMÁTICA insuficiência hepática e nos hipertensos já tratados
De 1 a 2 horas. com outros anti-hipertensivos.
• Em casos de portadores de doença hepática a
MEIA-VIDA concentração plasmática e a meia-vida de
20

eliminação podem se encontrar elevadas. A • Fenitoína: o uso concomitante de nitrendipino


dose inicial do nitrendipino deve ser reduzida e fenitoína pode resultar em um aumento do
para 5 a 10mg uma vez ao dia. risco de toxicidade da fenitoína (hiperreflexia
ataxia, nistagmo, tremor). Monitorar os
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS pacientes para sinais clínicos de toxicidade da
• Amiodarona: pode resultar em bradicardia, fenitoína bem como os níveis séricos
bloqueio atrioventricular e/ou elevados. Ajustar a dose de fenitoína de
congestionamento sinusal. Evitar o uso acordo com a monitorização.
concomitante de amiodarona e bloqueadores • Ginseng: o uso de ginseng com nitrendipino
dos canais de cálcio em pacientes com pode resultar em aumento dos riscos dos
síndrome do nódulo sinusal ou bloqueio AV efeitos adversos do nitrendipino. Administrar
(atrioventricular parcial). com cautela.
• Bloqueadores beta-adrenérgicos: pode • Ginkgo biloba: o uso concomitante de ginkgo
resultar em hipotensão e/ou bradicardia, biloba e nitrendipino pode resultar em um
exacerbação da angina, insuficiência aumento do risco de efeitos colaterais do
cardíaca. Se a terapêutica concomitante for nitrendipino. Aconselha-se precaução.
necessária, monitorar cuidadosamente a • Indinavir, Saquinavir: aumento da
função cardíaca, particularmente em concentração plasmática dos bloqueadores dos
pacientes predispostos a insuficiência canais de cálcio. Observar quanto ao
cardíaca. prolongamento dos efeitos terapêuticos e
• Cetoconazol, Itraconazol e Fluconazol: adversos dos bloqueadores dos canais de
aumento da concentração sérica do cálcio. Em pacientes em tratamento com
nitrendipino e toxicidadede (tonturas, indinavir, o uso dos bloqueadores dos canais
hipotensão, rubor, cefaléia, edema de cálcio deve ser iniciado baixas doses e os
periférico). Considerar a redução da dose do ajustes feitos com base na resposta e
antogonista de cálcio ou retirada de um dos desenvolvimento de toxicidade.
agentes. • Magnésio: pode ocorrer hipotensão.
• Cimetidina: o uso concomitante de Monitorar pressão arterial adicionando ou
cimetidina e nitrendipino pode resultar no excluindo tratamento com bloqueadores de
aumento das concentrações séricas do canais de cálcio em pacientes que recebem o
nitrendipino e sua toxicidade (dor de cabeça, magnésio.
edema periférico, hipotensão, taquicardia). • Nevirapina: pode resultar em diminuição
Monitorar a resposta cardiovascular da plasmática dos níveis de nitrendipino. Pode-se
pressão sangüínea e freqüência cardíaca considerar ajuste de dose do nitrendipino.
com o bloqueador de canais de cálcio se a • Quinidina: essa associação pode resultar em
cimetidina for adicionada à terapia. Pode-se diminuição da efetividade da quinidina ou
considerar redução de doses. aumento dos riscos de efeitos adversos do
• Clopidogrel: diminui o efeito do clopidogrel nitrendipino. Monitorar o paciente. O ajuste
na inibição plaquetária, possivelmente de dose pode ser considerado.
aumentando o risco de eventos • Quinopristina/Dalfopristina: aumento da
arterotrombóticos. concentração sérica do nitrendipino e
• Digoxina (digitálicos): Pode ocasionar toxicidadede (tonturas, hipotensão, rubor,
diminuição dos níveis séricos da digoxina. cefaléia, edema periférico). Considerar a
• Diltiazem: o uso concomitante de redução da dose do antagonista dos canais de
diltiazem e nitrendipino pode provocar cálcio.
toxicidade causada pelo nitrendipino • Rifampicina: diminuição da efetividade do
(dor de cabeça, edema periférico, nitrendipino. Monitorar o paciente para
hipotensão, taquicardia). Pode-se observação de sinais de hipertensão. O
realizar a retirada de um dos dois aumento da dose do nitrendipino pode ser
medicamentos, pode-se substituir um considerado.
dos medicamentos por inibidor da ECA • Vincristina: aumento do risco de toxicidade
ou utilizar dois outros medicamentos da vincristina (neuropatia, delírio e
de diferentes classes terapêuticas. convulsão). Monitorar ocorrência de
• Doxazosina: pode ocorrer aumento da neurotoxicidade, distúrbios rítmicos cardíacos
concentração sérica do nitrendipino e e efeitos meabólicos (hiperuricemia).
toxicidadede (hipotensão). Considerar • Tacrolimus: o uso concomitante de
a redução da dose do antogonista dos nitrendipino e tacrolimus pode resultar em
canais de cálcio. elevação da concentração do tacrolimus.
Monitorar os níveis de tacrolimus e seus
efeitos adversos (neurotoxicidade,
21

hiperglicemia, hipercalemia), fazendo • O paciente deve relatar caso sinais e sintomas de


ajuste de dose se necessário. exacerbação de angina de peito com a dose inicial
ou alterações da dose, bem como durante a
retirada de β-bloqueadores;
• Aconselhar ao paciente contra a interrupção
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE súbita do tratamento com nitrendipino;
• O paciente deve evitar atividades que • Aconselhar o paciente a não ingerir bebidas
exijam coordenação, pois o medicamento alcoólicas enquanto tomar este medicamento.
pode causar tontura;
• Falar ao paciente que ele pode apresentar
sinais e sintomas de insuficiência cardíaca,
inclusive palpitações e edema periférico;

________________________________________

7.6 VERAPAMIL (Antagonista dos canais lentos de cálcio enilaquilaminas)

INDICAÇÕES • Utilizar com cautela em pacientes idosos, com


É recomendado no tratamento de: angina estável função renal e hepática prejudicada ou aumento da
crônica, angina variante, angina instável, pressão intracraniana.
hipertensão arterial sistêmica, taquiarritimias • O fármaco é excretado no leite. Para evitar os
supraventriculares efeitos adversos na criança, deve-se interromper a
amamentação durante a terapia;
EFEITOS ADVERSOS
Tontura, dor de cabeça, fraqueza, hipotensão, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
depressão da contratilidade miocárdica, edema • Dofetilida: pode resultar em um aumento do risco
pulmonar, bloqueio atrioventricular, assistole de cardiotoxicidade (prolongamento do intervalo
ventricular, fibrilação ventricular, edema QT, torsades de pointes, parada cardíaca). A
periférico, constipação, náusea, aumento das administração concomitante de verapamil e
enzimas hepáticas, rash cutâneo, hiperplasia dofetilida é contra-indicada.
cutânea, hiperplasia gengival • Digoxina: aumento das concentrações séricas de
digoxina e sua toxicidade (náuseas, vômitos,
TEMPO DE INÍCIO arritmias). Monitorar os sinais ou sintomas de
Início da resposta 30 minutos após toxicidade do glicosídeo digitálico (náuseas,
administração oral. vômitos, perturbações do ritmo cardíaco) e
evidência laboratorial do aumento da concentração
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO de digoxina no soro. Ajustar a dose conforme
De 8 horas a 10 horas após a administração oral. necessário.
• Colchicina: aumento das concentrações plasmáticas
PICO DE CONCENTRAÇÃO de colchicina e aumento do risco de toxicidade. A
PLASMÁTICA administração concomitante de colchicina e
De 1 hora a 2 horas. verapamil em pacientes com insuficiência renal ou
hepática é contra-indicada. Nos pacientes com
MEIA-VIDA função renal ou hepática normal, considerar uma
A meia-vida é de 6 horas a 12 horas. redução da dose ou interrupção da colchicina se o
verapamil for necessário. Monitorar os sinais e
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES sintomas de toxicidade da colchicina.
• Contra-indicado para pacientes que tenham • Beta-bloqueadores: pode resultar em hipotensão e
hipersensibilidade ao fármaco ou a outro bradicardia. Se a terapêutica concomitante for
antagonista do canal de cálcio; necessária, monitorar a função cardíaca e pressão
• Paciente que tenha disfunção no ventrículo arterial com cuidado, especialmente em pacientes
esquerdo, choque cardiogênico, bloqueio predispostos a insuficiência cardíaca.
atrioventricular de segundo ou terceiro grau ou • Ranolazina: pode haver aumento das concentrações
tenha a síndrome sinusal exceto em presença plasmáticas ranolazina. A dose máxima de
do funcionamento do marcapasso; fibrilação ranolazina é de 500 mg duas vezes por dia em
ou flutter atrial, insuficiência cardíaca severa. pacientes que tomam verapamil.
22

• Amiodarona: pode resultar em bradicardia, fenitoína levando a níveis tóxicos desta no soro. A
bloqueio atrioventricular e/ou parada utilização de uma classe terapêutica alternativa
sinusal. Aconselhar precaução se (inibidores da ECA, por exemplo) pode ser necessária
amiodarona e um bloqueador dos canais de para minimizar a possibilidade de uma interação com
cálcio forem usados em conjunto. Evitar o a fenitoína.
uso concomitante de amiodarona e • Aspirina: pode resultar em um aumento do risco de
bloqueadores dos canais de cálcio em hemorragia. Monitorar sinais ou sintomas de
pacientes com síndrome do nódulo sinusal. sangramento excessivo.
• Sinvastatina: pode resultar em um aumento • Flecainida: pode resultar em excesso de efeitos
do risco de miopatia ou rabdomiólise. A dose inotrópicos negativos e prolongamento da condução
de sinvastatina não deve exceder 20 mg por atrioventricular. Tenha cuidado com a co-
dia em doentes que recebem a terapêutica administração de verapamil e flecainida. Monitorar
concomitante de verapamil. Se a terapêutica os pacientes para sinais e sintomas de efeitos aditivos
concomitante for necessária, monitorar o na contratilidade miocárdica, condução AV, e
paciente para sinais e sintomas de miopatia ou repolarização.
rabdomiólise (dores musculares, sensibilidade • Itraconazol: aumento das concentrações séricas e
ou fraqueza). Monitorar a creatina quinase toxicidade do verapamil (tonturas, hipotensão, rubor,
(CK) e interromper o uso se os níveis de CK cefaléia, edema periférico). Observar o paciente para
tiverem um aumento significativo, ou se o desenvolvimento de toxicidade associada com
miopatia ou rabdomiólise for diagnosticada ou verapamil (edema periférico, tontura, hipotensão,
suspeita. rubor facial, dor de cabeça). Considerar a redução da
• Eritromicina: pode resultar em um aumento do dose de verapamil.
risco de cardiotoxicidade (prolongamento do • Indinavir: podem resultar em aumento das
intervalo QT, torsades de pointes, bradicardia, concentrações plasmáticas dos bloqueadores dos
hipotensão, parada cardíaca). A administração canais de cálcio. Observar o paciente por
concomitante de eritromicina e verapamil prolongamento dos efeitos terapêuticos e adversos
deve ser evitada. Aconselha-se precaução se a dos bloqueadores dos canais de cálcio. Pacientes em
eritromicina e verapamil são usados juntos. tratamento com indinavir devem iniciar o uso dos
Monitorar o intervalo QT no início, e bloqueadores dos canais de cálcio em doses baixas e
acompanhar de perto o intervalo Qtc, ajustá-las com base na resposta e desenvolvimento de
freqüência cardíaca e pressão arterial durante toxicidade.
o tratamento concomitante. • Nevirapina: pode resultar em diminuição das
• Oxcarbazepina: pode resultar em potencial concentrações plasmáticas de verapamil. O ajuste da
perda de eficácia oxcarbazepina. Se a dose do verapamil pode ser necessária devido à
oxcarbazepina e verapamil forem co- possível diminuição no efeito clínico.
administrados, monitorar a resposta clínica a • AINEs: pode resultar em um aumento do risco de
oxcarbazepina. hemorragia gastrintestinal e/ou antagonismo do efeito
• Fenobarbital: pode resultar em diminuição da hipotensor. Recomenda-se precaução do uso de
eficácia do Verapamil. Monitorar o paciente AINEs e bloqueadores dos canais de cálcio
para a perda de efeitos dos bloqueadores dos concomitantemente. Monitorar sinais e sintomas de
canais de cálcio, incluindo sinais ou sintomas hemorragia gastrointestinal, tais como fraqueza,
clínicos de hipertensão ou angina. Aumentar a náuseas e sangue nas fezes. Os efeitos anti-
dose se for necessário. hipertensivos dos bloqueadores dos canais de cálcio
• Quinidina: pode resultar em hipotensão, e são antagonizados pela administração concomitante
possível toxicidade da quinidina (arritmias de AINEs.
ventriculares, hipotensão, agravamento da • Cimetidina: pode resultar em aumento das
insuficiência cardíaca). Monitorar a pressão concentrações de verapamil e possível toxicidade
arterial para ocorrência de hipotensão, e cardiovascular. Monitorar a resposta cardiovascular
também monitorar a toxicidade da quinidina, da pressão arterial se a cimetidina é adicionada ao
incluindo a confirmação laboratorial de regime.
alterações nos níveis séricos de quinidina. • Claritromicina: pode resultar em aumento das
Evitar o uso desta associação em pacientes concentrações plasmáticas do verapamil e um risco
com cardiomiopatia hipertrófica. aumentado de hipotensão e/ou bradicardia. Monitorar
• Fenitoína, Fosfenitoína: pode resultar em para possível hipotensão e ajustar a dose de verapamil
diminuição da eficácia do Verapamil. em conformidade.
Monitorar a eficácia clínica do verapamil. • Saquinavir: pode resultar em aumento das
Doses maiores do que esperado podem ser concentrações séricas de verapamil e potencial de
necessárias. Bloqueadores dos canais de cálcio toxicidade (tonturas, dores de cabeça, rubor, edema
devem ser usados com cautela, uma vez que, periférico, arritmia cardíaca). Tomar cuidado e
alguns destes agentes têm interagido com a acompanhar os sinais e sintomas de toxicidade dos
23

bloqueadores dos canais de cálcio (tonturas, pode ser considerado como uma alternativa ao
dores de cabeça, rubor, edema periférico, verapamil.
arritmia cardíaca). Reduzir as doses de
verapamil conforme necessário.
• Lítio: pode resultar em perda de controle da RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
mania, neurotoxicidade, bradicardia. Níveis • Orientar ao paciente para comunicar se ocorrer
séricos de lítio devem ser cuidadosamente qualquer sinal de efeito adverso como: edema,
monitorizados. Os doentes devem ser constipação, náuseas e dor de cabeça.
cuidadosamente monitorizados para sinais de • Alertar ao paciente para limitar a ingestão de cafeína
mania ou psicose, bem como quaisquer e álcool durante o tratamento.
sintomas de neurotoxicidade (ataxia, tremores, • Reforçar que as doses esquecidas não devem ser
zumbido), náuseas, vômitos ou diarréia. dobradas.
• Carbamazepina: pode resultar em aumento • Orientar ao paciente para mudar lentamente de
das concentrações plasmáticas da posição postural para evitar hipotensão postural.
carbamazepina e do risco de toxicidade • Alertar ao paciente contra a interrupção súbita do
(ataxia, nistagmo, diplopia, cefaléia, vômitos, medicamento, pois pode precipitar uma crise
apnéia, convulsões, coma). Monitoração de hipertensiva.
sinais clínicos de toxicidade da carbamazepina, • Ensinar que os comprimidos não devem ser
juntamente com os níveis séricos. Ajustar a macerados ou mastigados, devendo ser ingeridos
dose de acordo com necessidade. O nifedipino inteiros e com alimentos para diminuir a irritação
não parece interagir com carbamazepina e gástrica.

____________________________________

7.7 ATENOLOL (beta bloqueador cardioseletivo)

INDICAÇÕES
6 a 7 horas.
Controle da hipertensão arterial, controle da
angina pectoris e arritmias cardíacas. CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
Tratamento do infarto do miocárdio. • Hipersensibilidade ao atenolol ou aos outros
Intervenção precoce e tardia após infarto do componentes da fórmula.
• Bradicardia.
miocárdio.
• Choque cardiogênico.
EFEITOS ADVERSOS • Hipotensão.
Hipotensão postural, bradicardia, piora da • Acidose metabólica.
insuficiência cardíaca. Vertigem, alterações de • Distúrbios graves da circulação arterial periférica.
• Bloqueio cardíaco de segundo ou terceiro grau.
humor, confusão, cefaléia. Distúrbios
• Síndrome do nodo sinusal.
gastrointestinais e boca seca. Broncoespasmo
• Feocromocitoma não tratado.
em pacientes com asma brônquica ou queixas • Pode aumentar o número e a duração dos ataques de
asmáticas. Distúrbios visuais. Fadiga. angina em pacientes com angina de Prinzmetal.
Impotência. • Pode agravar distúrbios menos graves da circulação
arterial periférica.
TEMPO DE INÍCIO • Deve ser administrado com cautela em pacientes com
O início da resposta se dá em 3 horas. bloqueio cardíaco de primeiro grau.
• Pode modificar a taquicardia da hipoglicemia e pode
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO mascarar os sinais de tireotoxicose.
• Possui ação de redução da freqüência cardíaca.
Efetivo por pelo menos 24 horas após a dose. • Não deve ser descontinuado abruptamente em
pacientes com doença cardíaca isquêmica.
PICO DE CONCENTRAÇÃO • Pode causar uma reação mais grave a uma variedade
PLASMÁTICA de alérgenos quando administrado a pacientes com
história de reação anafilática a tais alérgenos.
De 2 a 4 horas.
• Pode causar um aumento da resistência das vias
respiratórias em pacientes asmáticos.
MEIA-VIDA
24

• Não deve ser utilizado por grávidas/lactantes • Quinidina: bradicardia, hipotensão. Monitorar
sem orientação médica. Há acúmulo cuidadosamente a função cardíaca. Pode ser necessário
significativo de atenolol no leite materno. reduzir a dose inicial de cada droga.
• A utilização durante a gravidez pode causar • Hipoglicemiantes: hipoglicemia, hiperglicemia, ou
dano fetal: retardo de crescimento intra- hipertensão. O atenolol causa menos distúrbio do
uterino, reduzido peso ao nascimento. Deve metabolismo da glicose e menos mascaramento dos
ser evitado nos primeiros estágios da gravidez efeitos hipoglicemiantes do que o propranolol.
e administrado com precaução nas fases
posteriores. Atenolol tem sido utilizado com
segurança no terceiro trimestre para o
tratamento de hipertensão para diminuir a • Bloqueadores dos canais de cálcio Diidropiridinas:
incidência de pré-eclâmpsia nas mulheres risco maior de hipotensão e falência cardíaca em
consideradas em risco. Recém-nascidos de pacientes com insuficiência cardíaca latente.
mulheres que receberam atenolol ao parto
podem estar em risco de bradicardia e • Glicosídeos digitálicos: aumenta o tempo de condução
hipoglicemia. atrioventricular.
• Clonidina: hipertensão de rebote. O atenolol deve ser
descontinuado vários dias antes da retirada da
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS clonidina.
• Amiodarona: hipotensão, bradicardia ou parada • Agentes simpatomiméticos: pode neutralizar os
cardíaca. Deve-se monitorar a função cardíaca e
observar sinais de bradicardia ou bloqueio efeitos dos β-bloqueadores.
cardíaco. • Inibidores da prostaglandina sintetase: diminui
• Verapamil: hipotensão, bradicardia. Monitorar efeitos hipotensores dos beta-bloqueadores.
a função cardíaca e pressão arterial,
especialmente em pacientes predispostos a RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
insuficiência cardíaca. • Orientar para a importância de comunicar ao médico
• Diltiazem: aumento do risco de hipotensão, qualquer sinal de efeito adverso.
bradicardia, distúrbios da condução AV. • Orientar para ingerir de estomago vazio porque a
Monitorar a função cardíaca e pressão arterial presença de alimento diminui sua absorção.
com cuidado, especialmente em pacientes • O uso concomitante de atenolol e produtos que
predispostos a insuficiência cardíaca. Um ajuste contenham alumínio, cálcio ou magnésio pode resultar
da dosagem para metabolização hepática dos β- em redução de eficácia do atenolol. Deve-se evitar
bloqueadores pode ser necessário. tomar atenolol e produtos contendo alumínio, cálcio ou
• Disopiramida: bradicardia, diminuição do magnésio ao mesmo tempo. Atenolol deve ser
débito cardíaco. Monitorar cuidadosamente a administrado duas horas antes ou seis horas depois do
função cardíaca, particularmente em doentes produto que contenha alumínio, cálcio ou magnésio.
com doença cardíaca pré-existente. • Avisar ao médico se for realizar procedimento
• Alfa-1-bloqueadores: resposta hipotensora cirúrgico, pois em uso de atenolol, os anestésicos
exagerada com a primeira dose do bloqueador atenuam a taquicardia de reflexo e aumentam o risco de
alfa. Iniciar o bloqueador alfa, com uma menor hipotensão severa.
dose habitual, de preferência ao deitar.
• Erva de São João: diminuição da eficácia dos
bloqueadores beta-adrenérgicos. O aumento da
dose do bloqueador beta-adrenérgico pode ser
necessário para alcançar os objetivos
terapêuticos.
• Digoxina: bloqueio AV e possível aumento da
toxicidade da digoxina. Acompanhar ECG e as
concentrações séricas de digoxina. A dose deve
ser ajustada.
25

7.8 METOPROLOL (β-bloqueador cardioseletivo)

INDICAÇÕES arterial em pacientes que recebem venlafaxina em


Hipertensão arterial, angina pectoris, pós-infarto comprimidos de liberação prolongada.
agudo,cardiomiopatia dilatada, arritmias que • Verapamil: pode resultar em hipotensão e
aparecem na fase aguda do infarto de miocárdio, bradicardia. Se a terapêutica concomitante for
benéfico em relação a morbimortalidade em necessária, monitorar a função cardíaca e pressão
pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada, útil arterial com cuidado, especialmente em pacientes
para o tratamento da taquicardia atrial multifocal ou predispostos a insuficiência cardíaca.
caótica, assim com o esmolol, pacientes hipertensos • Dronedarona: pode resultar em aumento da
que também são diabéticos, insuficiência cardíaca incidência de bradicardia. Dar início ao beta-
congestiva de classes II e III. bloqueador com uma dose baixa e aumentar
somente após boa tolerabilidade que é verificada
pelo ECG.
EFEITOS ADVERSOS • Clonidina: pode haver resposta exagerada
Brocoespasmo, dispnéia, sibilo, bradiarritmia, decorente da retirada da clonidina (hipertensão
falência cardíaca, hipotensão, extremidades frias, aguda). Quando a clonidina deve ser retirada da
prurido, rash, constipação, diarréia, indigestão, terapêutica concomitante com um bloqueador beta,
náusea, dor de cabeça, depressão, tontura, fadiga. descontinuar o bloqueador beta primeiro, e
monitorar a pressão arterial com cuidado.
TEMPO DE INÍCIO Labetalol (alfa / beta bloqueador) ou alfa-
Dentro de 1 hora. bloqueadores (por exemplo, prazosina,
doxazosina) pode prevenir a hipertensão rebote.
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO • Diltiazem: pode resultar em um aumento do risco
Dura de 6 a 12 horas. de hipotensão, bradicardia, distúrbios da condução
AV. Monitorar a função cardíaca e pressão arterial
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA com cuidado, especialmente em pacientes
Atinge em 1 hora. predispostos a insuficiência cardíaca.
• Hidralazina: pode resultar em toxicidade do
MEIA-VIDA metoprolol (bradicardia, fadiga, falta de ar). Se a
3 a 4 horas. terapêutica concomitante for necessária, tomar
com alimentos ou mudar para para outro beta-
CONTRA-INDICAÇÕES bloqueador. Monitorar a pressão arterial com
• Bradicardia severa. cuidado.
• Insuficiência cardíaca descompensada. • Fenelzina: pode resultar em bradicardia.
• Choque cardiogênico. Monitorar a freqüência cardíaca com cuidado.
• Bloqueio cardíaco: segundo e terceiro grau. • Rifampicina: pode resultar em diminuição da
• Sem funcionamento do marcapasso efetividade do metoprolol. Se a terapêutica
permanente. concomitante for necessária, monitorar a pressão
arterial com cuidado. Um aumento da dose de
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS metoprolol pode ser necessáro.
• Amiodarona: pode resultar em hipotensão, • Ritonavir: pode resultar em aumento das
bradicardia ou bloqueio cardíaco. Monitorar a concentrações séricas do metoprolol e potencial de
função cardíaca e observar cuidadosamente o toxicidade (sedação, hipotensão, bradicardia,
paciente para sinais de bradicardia ou bloqueio bloqueio cardíaco). Monitorar os pacientes para
cardíaco. A amiodarona deve ser usada com sinais e sintomas de toxicidade do beta-bloqueador
precaução em pacientes que receberam (sedação, hipotensão, bradicardia, bloqueio
bloqueadores β-adrenérgicos, particularmente se cardíaco). Reduzir as doses de metoprolol,
houver suspeita de disfunção no nodo sinusal, conforme necessário.
como bradicardia ou síndrome do seio doente ou • Bloqueador alfa-1: pode resultar em uma resposta
se houver bloqueio parcial AV. exagerada hipotensora com a primeira dose do
• Venlafaxina: pode aumentar as concentrações bloqueador alfa. Iniciar o bloqueador alfa, com
plasmáticas de metoprolol, entretanto é observada uma menor dose habitual, de preferência ao deitar.
uma diminuição da eficácia do metoprolol em Monitorar o paciente de perto para a hipotensão.
reduzir a pressão arterial. Hipertensão preexistênte • Bloqueadores diidropiridinos dos canais de
deve ser controlada antes do tratamento com cálcio: pode resultar em hipotensão e / ou
venlafaxina. Controlar regularmente a pressão bradicardia. Monitorar cuidadosamente a função
26

cardíaca, particularmente em pacientes concomitantemente, acompanhar atentamente


predispostos a insuficiência cardíaca. ECG e as concentrações séricas de digoxina para
• Arbutamina: pode resultar na atenuação da ajustar as doses.
resposta ao arbutamina pelo bloqueador beta, • Terbinafina: pode resultar em aumento dos níveis
levando a resultados não confiáveis da arbutamina. plasmáticos de metoprolol. A administração
O β-bloqueador deve ser retirado pelo menos 48 concomitante de metoprolol com terbinafina, um
horas antes da administração de arbutamina. potente inibidor da CYP2D6, deve ser abordada
• Citalopram: pode resultar em aumento das com cautela. Monitorar as reações adversas
concentrações plasmáticas do metoprolol e relacionadas com a toxicidade do metoprolol,
possível perda de cardiosseletividade. Pacientes como bradicardia.
em uso de metoprolol, que utilizam citalopram, • Cimetidina: pode resultar em bradicardia e
devem ser observados para sinais de bloqueio beta hipotensão. Monitorar cuidadosamente a função
aumentados como bradicardia, hipotensão ou cardíaca (pressão arterial e freqüência cardíaca).
insuficiência cardíaca. Em altas concentrações de Um ajuste da dose do metoprolol pode ser
metoprolol, a cardiosseletividade pode ser necessário.
diminuída e quando o citalopram e metoprolol são • Propafenona: pode aumentar a toxicidade do
administrados concomitantemente em pacientes metoprolol (bradicardia, fadiga, falta de ar). Se a
com diabetes, asma ou bronquite crônica deve-se terapêutia concomitante for necessária, monitorar
acompanhar as medidas adequadas de controle da cuidadosamente a função cardíaca, particularmente
doença. a pressão arterial. Um ajuste da dose do β-
• Paroxetina: pode resultar em um aumento do risco bloqueador pode ser necessário.
dos efeitos adversos do metoprolol (falta de ar, • Hidroxicloroquina: pode resultar em aumento dos
bradicardia, hipotensão arterial, insuficiência níveis plasmáticos de metoprolol. A administração
cardíaca aguda). Pacientes recebendo terapia concomitante de metoprolol com
concomitante de metoprolol e paroxetina devem hidroxicloroquina, um potente inibidor da
ser monitorados para bradicardia e perda da CYP2D6, deve ser abordada com cautela.
cardiosseletividade. Redução da dose de Monitorar as reações adversas relacionadas com a
metoprolol, mudança em para o atenolol ou toxicidade do metoprolol, como bradicardia.
bisoprolol ou substituição de paroxetina por um • Hipoglicemiantes: pode resultar em hipoglicemia,
outro antidepressivo são alternativas que podem hiperglicemia, ou hipertensão. Monitorar a
ser necessárias. glicemia do paciente.
• Bupropiona: pode resultar em aumento dos níveis • Quinidina: pode resultar em bradicardia, fadiga,
plasmáticos de metoprolol. A administração falta de ar. Monitorar cuidadosamente a função
concomitante de bupropiona e metoprolol deve ser cardíaca (pressão arterial e freqüência cardíaca).
abordada com cautela e deve ser iniciada com Um ajuste da dose pode ser necessário para ambos
quantidades baixas e no intervalo de doses de os medicamentos.
metoprolol. Se a bupropiona é adicionada ao • Tioridazina: pode resultar em aumento dos níveis
regime de tratamento de um paciente que já está plasmáticos de metoprolol. A administração
recebendo metoprolol, considere diminuir a dose concomitante de metoprolol com tioridazina, um
de metoprolol e controlar as reações adversas potente inibidor da CYP2D6, deve ser abordada
relacionadas com a toxicidade metoprolol, tais com cautela. Monitorar as reações adversas
como bradicardia. relacionadas com a toxicidade do metoprolol, tais
• Telitromicina: pode resultar em aumento da como bradicardia.
exposição ao metoprolol. A administração • Erva de São João: pode resultar em diminuição
concomitante de telitromicina e metoprolol deve da efetividade dos bloqueadores β-adrenérgicos.
ser feita com cautela. Monitorar a freqüência • Escitalopram: pode resultar em concentrações
cardíaca, a pressão arterial e os sinais de plasmáticas aumentadas do metoprolol e possível
agravamento da insuficiência cardíaca se usada em perda da cardioseletividade deste.
pacientes que apresentam este quadro. • Fluoxetina: pode resultar em risco aumentado dos
• Fenobarbital: pode resultar em diminuição da efeitos adversos do metoprolol (repiração curta,
eficácia metoprolol. Se a terapêutica concomitante bradicardia, hipotensão, insuficiênica cardíaca
for necessária, acompanhar a redução da eficácia aguda).
do metoprolol. Um ajuste da dose pode ser
necessário. Timolol ou atenolol pode ser uma
alternativa de escolha de β-bloqueadores, porque
eles não são dependentes do metabolismo de INTERAÇÃO COM ALIMENTO
primeira passagem hepática. Pode resultar em aumento das concentrações de
• Digoxina: pode resultar em bloqueio AV e metoprolol. O metoprolol deve ser tomado de uma
possível toxicidade da digoxina. Quando os beta- forma consistente com relação às refeições, para
bloqueadores e digoxina são administrados evitar flutuações nas concentrações da substância.
27

• Evitar a interrupção súbita da droga, pois isso


RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE pode causar angina ou repercussão em alguns
• O paciente deve evitar atividades que exijam casos, infarto do miocárdio.
coordenação, pois esse medicamento pode causar • O paciente deve evitar o uso concomitante de
tontura. bloqueadores dos canais de cálcio, pois pode afetar
• Este medicamento pode causar diarréia, fadiga, dor significativamente a freqüência cardíaca ou ritmo.
de cabeça ou depressão. • Instruir o paciente a tomar uma dose logo que
• Aconselhar os doentes diabéticos a verificar possível quando esquecer de tomar na hora correta,
sempre os níveis de glicose no sangue. mas se faltam menos de 8h para a próxima dose,
• O paciente deve tomar o medicamento com ou ignorar a dose esquecida.
imediatamente após as refeições.

____________________________________

7.9 PROPRANOLOL (β-bloqueador não-cardioseletivo)

INDICAÇÕES • Acidose metabólica.

Tratamento profilático de enxaqueca, arritmias INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS


cardiacas associadas a: tirotoxicose, • Tioridazina: pode resultar em um aumento do risco
feocromocitoma, anestesia geral, exercício, de toxicidade da tioridazina, cardiotoxicidade
emoção e uso de cocaína, tratamento de (prolongamento do intervalo QT, parada cardíaca). A
cardiopatia isquêmica, hipertensão arterial administração concomitante de tioridazina e
sistêmica. propranolol é contra -indicada.
• Amiodarona: pode resultar em hipotensão,
EFEITOS ADVERSOS bradicardia ou bloqueio cardíaco. Monitorar a função
Insuficiência cardíaca congestiva, hipotensão, cardíaca e observar cuidadosamente o paciente para
bradicardia, broncoespasmo, com piora de sinais de bradicardia ou bloqueio cardíaco. A
asma, DPOC, claudicação intermitente, amiodarona deve ser usado com precaução em
fenômeno de Raynaud, depressão mental, pacientes que receberam β-bloqueadores,
insônia, pesadelos, fadiga, disfunção sexual, particularmente se houver suspeita de disfunção no
aumento do risco de hipoglicemia em diabéticos nodo sinusal, como bradicardia ou síndrome do seio
insulino-dependentes. doente ou se houver bloqueio parcial AV.
• Verapamil: pode resultar em hipotensão e
TEMPO DE INÍCIO bradicardia. Se a terapêutica concomitante for
De 1 a 2 horas. necessária, monitorar a função cardíaca e pressão
arterial com cuidado, especialmente em pacientes
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO predispostos a insuficiência cardíaca.
Dura 12 horas • Haloperidol: pode resultar em um risco aumentado
de hipotensão e parada cardíaca. Aconselha-se
PICO DE CONCENTRAÇÃO precaução no uso concomitante de haloperidol e
PLASMÁTICA propranolol ou outros beta-bloqueadores.
De 60 a 90 minutos. • Dronedarona: pode resultar em aumento da
MEIA-VIDA incidência de bradicardia. Iniciar o uso do β-
4 a 6 horas, podendo ir de 1,1 a 9,9 horas no uso bloqueador com uma dose baixa e aumentar somente
crônico. após boa tolerabilidade que é verificada pelo ECG.
CONTRA-INDICAÇÕES • Clonidina: pode resultar em resposta exagerada a
• Hipersensibilidade ao propranolol. retirada da clonidina (hipertensão aguda). Quando a
• Hipotensão. clonidina for ser retirada da terapêutica , descontinuar
• Insuficiência cardíaca descompensada. o β-bloqueador primeiro e monitorar a pressão
• Choque cardiogênico. arterial com cuidado. O uso de Labetalol (alfa/beta
• Bradicardia sinusal grave. bloqueador) ou alfa- bloqueadores (por exemplo,
• Bloqueio atrioventricular de 2o e 3o graus. prazosina, doxazosina) pode prevenir a hipertensão
• Asma ou historia de doença pulmonar rebote.
obstrutiva crônica.
28

• Mefloquina: pode resultar em um risco • Arbutamina: pode resultar na atenuação da resposta


aumentado de anormalidades no ECG e parada a arbutamina pelo bloqueador beta, resultando em
cardíaca. Acompanhar atentamente o ECG resultados não confiáveis da arbutamina. O β-
quando esta combinação é administrada.. bloqueador deve ser descontinuado pelo menos 48
• Diltiazem: pode resultar em um aumento do horas antes da administração de arbutamina.
risco de hipotensão, bradicardia, distúrbios da • Piperina: pode resultar em maior biodisponibilidade
condução AV. Monitorar a função cardíaca e do propranolol (bradicardia, fadiga, broncoespasmo).
pressão arterial com cuidado, especialmente Os pacientes que tomam piperina e propranolol
em pacientes predispostos a insuficiência concomitantemente devem ser cuidadosamente
cardíaca. monitorizados para sinais de aumento da atividade do
• Disopiramida: pode resultar em bradicardia, propranolol e, se os efeitos colaterais são observados,
diminuição do débito cardíaco. Monitorar a piperina deve ser interrompida ou a dose de
cuidadosamente a função cardíaca, propranolol ajustada.
particularmente em pacientes com doença • Digoxina: pode resultar em bloqueio AV e possível
cardíaca pré-existente. toxicidade da digoxina. Quando os beta-bloqueadores
• Cimetidina: pode resultar em bradicardia, e digoxina são administrados concomitantemente,
hipotensão. Monitorar cuidadosamente a acompanhar atentamente ECG e as concentrações
função cardíaca (isto é, pressão arterial, séricas de digoxina para ajustar as doses.
freqüência cardíaca). Um ajuste da dose do • Flecainida: pode resultar em bradicardia, diminuição
propranolol pode ser necessário. do débito cardíaco. Monitorar cuidadosamente a
• Fluvoxamina: pode resultar em bradicardia e função cardíaca, principalmente quando iniciar ou
hipotensão. Cuidadosamente monitorar a parar o tratamento com um ou outro medicamento.
freqüência cardíaca e a pressão arterial. A Um ajuste da dose pode ser necessário para ambos os
dose de propranolol pode não precisar ser medicamentos.
reduzida se bradicardia ou hipotensão se • Antiácido: pode resultar em diminuição da
desenvolver. Alternativamente, o uso de biodisponibilidade do propranolol. A administração
atenolol, um bloqueador beta, que não sofre de propranolol e antiácidos devem ser espaçada, tanto
metabolismo hepático e não é afetado pela quanto possível. Monitorar o paciente para a eficácia
fluvoxamina, pode ser considerado. do propranolol.
• Sertralina: pode resultar em um aumento do • Hipoglicemiantes: pode resultar em hipoglicemia,
risco de dor torácica. Monitorar pacientes em hiperglicemia, ou hipertensão. Monitorar a glicemia
uso concomitante de propranolol e sertralina, do paciente.
para um aumento da incidência de dor no • Clorpromazina: pode resultar em toxicidade por
peito. Este efeito pode ser mais pronunciado parte da clorpromazina (sedação, efeitos
nos pacientes com doença arterial coronariana extrapiramidais, delírio,convulsões). Monitorar a
preexistente. potencialização d o efeito de um dos medicamentos e
• Quinidina: pode resultar em hipotensão, reduzir a dose de um ou ambos os medicamentos, se
bradicardia, arritmias e insuficiência cardíaca. necessário.
• Bloqueador alfa-1: pode resultar em uma • Guggul: pode resultar em eficácia reduzida do
resposta hipotensora exagerada com a propranolol. Evitar o uso concomitante de
primeira dose do bloqueador alfa. Iniciar o propranolol e guggul.
bloqueador alfa, com uma menor dose, de • Zileuton: pode resultar em um aumento significativo
preferência ao deitar. Monitorar do bloqueio beta-adrenérgico. Monitorar a freqüência
cuidadosamente a pressão arterial do paciente. cardíaca e outros efeitos do bloqueio beta-
• Bloqueadores diidropiridinos dos canais de adrenérgico. Pode ser necessário também reduzir a
cálcio: pode resultar em hipotensão e/ou dose de propranolol.
bradicardia. Se a terapêutica concomitante for
necessária, monitorar cuidadosamente a
função cardíaca, particularmente em pacientes
predispostos a insuficiência cardíaca.
• Diidroergotamina e Ergotamina: pode INTERAÇÃO COM ALIMENTO
resultar em isquemia periférica ou um
episódio hipertensivo. Se usados juntos, Pode resultar em aumento das concentrações de
monitorar os efeitos isquêmicos periféricos propranolol. O Propranolol deve ser tomado de uma
(por exemplo, extremidades frias), e escolher forma consistente com relação às refeições, para evitar
um bloqueador beta seletivo (por exemplo, flutuações nas concentrações do medicamento.
atenolol) se ocorrer isquemia. Também
monitorar cuidadosamente a pressão RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
sanguínea. • O paciente deve evitar atividades que requeiram
alerta mental ou coordenação, pois o medicamento
29

pode causar sonolência excessiva e cognição • Orietar o paciente contra a interrupção súbita da
prejudicada. droga, pois isso pode precipitar a hipertensão arterial,
• Este medicamento pode causar bradiarritmia, angina ou infarto do miocárdio. Pode ser necessário
extremidades frias, anorexia, náuseas, diminuir a dosagem ao longo do período de algumas
vômitos, insônia, parestesia, dispnéia e semanas.
sibilância. • Em caso de esquecimento, instrua o paciente a tomar
• Diga ao paciente para relatar sensações uma dose logo que possível, mas se a próxima dose a
anormais ou alterações no comportamento, ser administrada corresponder a um intervalo de
pois o propranolol pode causar depressão e menos de 4 horas ignore a dose esquecida.
transtorno psicótico.
• Aconselhar os pacientes diabéticos para
monitorar cuidadosamente a glicemia
sangüínea.

____________________________________

7.10 CARVEDILOL (bloqueador alfa/beta adrenérgico)


• Bradicardia grave.
INDICAÇÕES • Asma brônquica ou broncoespasmo.
• Choque cardiogênico.
Angina pectoris, insuficiência cardíaca congestiva, • Insuficiência cardíaca descompensada e
hipertensão arterial. exigindo terapia inotrópica.
• Prejuízo hepático grave.
EFEITOS ADVERSOS
• Hipersensibilidade.
Comuns:
• A retirada abrupta deve ser evitada,
Cardiovasculares: bradiarritmia, hipotensão, edema
especialmente em pacientes com doença
periférico.
arterial coronariana, infarto do miocárdio e
Metabolismo endócrino: hiperglicemia, ganho de peso
arritmia ventricular.
Gastrointestinal: diarréia.
Neurológicos: tonturas. • Diabetes mellitus, pode mascarar os sintomas de
Reprodutivo: disfunção erétil. hipoglicemia (como taquicardia), podem piorar a
Outros: fadiga. hiperglicemia em pacientes com insuficiência
Sérios cardíaca congestiva (pressão arterial sistólica
Cardiovascular: bloqueio atrioventricular inferior a 100 mmHg).
Dermatológico: eritema multiforme, síndrome de • Deterioração da função renal tem sido relatada,
Stevens-Johnson, necrólise reduzir a dosagem ou descontinuar a terapia se
Hematológicos: anemia aplástica ocorrer piora da função renal.
Respiratório: asma, com estado de mal asmático (raro). • Insuficiência renal, deterioração da função renal
tem sido relatada, reduzir a dosagem ou
TEMPO DE INÍCIO descontinuar a terapia se ocorrer piora da função
Início da resposta 1h após a administração oral. renal.
• Pode mascarar sinais clínicos de hipertiroidismo.

PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS

De 4 a 7h (via oral). • Amiodarona: o uso concomitante pode resultar em


hipotensão, bradicardia ou parada cardíaca. Deve-se
MEIA-VIDA monitorar a função cardíaca e observar
cuidadosamente o paciente para sinais de bradicardia
De 7 a 10h
ou bloqueio cardíaco quando amiodarona e um
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES bloqueador beta-adrenérgico são co-administrados. A
amiodarona deve ser usada com precaução em
• Bloqueio atrioventricular de segundo ou pacientes que receberam um bloqueador beta-
terceiro grau. adrenérgico, particularmente se houver suspeita de
30

disfunção de base do nó sinusal, como bradicardia ou • Agente antidiabéticos: utilização concomitante de


síndrome do seio doente, ou se houver bloqueio AV antidiabéticos orais e os beta-bloqueadores pode
parcial. resultar em hipoglicemia, hiperglicemia, ou
hipertensão. Se o uso de um bloqueador beta é
• Verapamil: pode resultar em hipotensão e necessário em diabéticos, a glicemia deve ser
bradicardia. Se a terapêutica concomitante for monitorada cuiidadosamente. β-bloqueadores
necessária, monitorar a função cardíaca e pressão cardiosseletivos (atenolol, metoprolol) causam
arterial com cuidado, especialmente em pacientes menos distúrbios no metabolismo da glicose e
predispostos a insuficiência cardíaca. menos mascaramento dos efeitos hipoglicemiantes.

• Epinefrina: o uso concomitante pode resultar em • Dobutamina: utilização concomitante de


hipertensão, bradicardia, resistência a adrenalina em carvedilol e dobutamina pode resultar em eficácia
anafilaxia. A pressão arterial deve ser cuidadosamente diminuída da dobutamina. Se a terapia com
monitorada. O uso concomitante deve ser evitado, se dobutamina é necessária em paciente em uso de
possível. Se um β-bloqueador não seletivo provocar carvedilol, considerar a monitorização adicional da
resistência à adrenalina em estado de choque pressão arterial e da freqüência cardíaca.
anafilático, glucagon pode ser eficaz na dose de 1 mg
ou mais por via intravenosa, a cada cinco minutos. RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE

• Diltiazem: pode resultar em um aumento do risco de • Orientar o paciente a não usar este medicamento se
hipotensão, bradicardia, distúrbios da condução AV. ele tiver asma, doença grave do fígado ou
Monitorar a função cardíaca e pressão arterial com problemas cardíacos.
cuidado, especialmente em pacientes predispostos a • Avisar que este medicamento deve ser tomado
insuficiência cardíaca. com alimentos ou leite.
• Falar para o paciente não esmagar, quebrar ou
• Bloqueadores alfa-1 adrenérgicos: O uso mastigar a cápsula, se ele não conseguir engolir a
concomitante de alfa-1-bloqueadores e β-bloqueadores de liberação prolongada, poderá abri-la e derramar
pode resultar em uma resposta hipotensora exagerada o medicamento em uma pequena quantidade de
alimentos moles, como pudim, iogurte ou sumo de
com a primeira dose do bloqueador alfa. Quando a maçã, misturar bem e engolir sem mastigar.
terapêutica concomitante com um α-bloqueador e β- • O médico deve ser avisado em caso de gravidez
bloqueador é necessária, iniciar o bloqueador alfa, ou amamentação doença renal ou hepática,
com uma menor dose habitual, de preferência ao bradicardia, doença arterial coronariana, problemas
deitar. Monitorar o paciente cuidadosamente quanto à circulatórios, diabetes, edema (retenção de líquidos
hipotensão. ou inchaço corporal), pressão arterial baixa,
pulmão ou outros problemas respiratórios (como
• Digoxina: pode resultar em bloqueio AV e bronquite ou enfisema), hipertireoidismo,
feocromocitoma (tumor da glândula supra-renal),
possibilidade de toxicidade da digoxina. Quando os β-
ou se está tendo dores no peito freqüentemente.
bloqueadores e digoxina são administrados • Em caso de cirurgia, avisar ao médico do uso de
concomitantemente, deve-se acompanhar atentamente carvedilol, pois o uso concomitante de fentanil
o ECG e as concentrações séricas de digoxina. Ajustar (anestésico) e β-bloqueadores pode resultar em
as doses de acordo com as observações. A diminuição hipotensão severa.
da dose de digoxina em pelo menos 25% deverá ser • Orientar que pode haver necessidade de diminuir
considerada na co-administração de carvedilol em lentamente a dose do medicamento antes de parar
crianças. completamente. A suspensão deste medicamento
pode levar a um aumento da pressão arterial.
• Comunicar ao médico se tem diabetes.
• Cimetidina: pode resultar em aumento dos efeitos
• Explicar ao paciente que ele pode sentir tonturas
adversos do carvedilol (tontura, insônia, sintomas
ao levantar-se de uma posição deitada ou sentada,
gastrointestinais, hipotensão postural). Monitorar a orientar para que o paciente levante-se lentamente.
resposta do paciente (pressão arterial, freqüência de • Procurar o médico imediatamente se notar algum
pulso) para carvedilol quando usado destes efeitos secundários: comichão ou urticária,
concomitantemente com cimetidina. Ajustar a dose de inchaço em seu rosto ou mãos, inchaço ou
carvedilol, conforme necessário. formigamento na boca ou na garganta, sensação de
aperto no peito, dificuldade para respirar. Dor
torácica (pode estar relacionada à sua doença e não
31

um efeito colateral). Confusão, fraqueza, repentino. Inchaço dos pés ou tornozelos.


batimentos cardíacos irregulares, falta de ar, Sangramento incomun ou ferimento. Chiado no
dormência ou formigamento nas mãos, pés ou peito ou dificuldade para respirar.
lábios. Desmaio ou tontura grave. Ganho de peso

_______________________________________

7.11 AMILORIDA (Diurético poupador de potássio)

INDICAÇÕES • Arginina: pode resultar em hipercalemia


potencialmente fatal. Se um diurético poupador de
Hipertensão, edema associado a insuficiência potássio tiver sido usado nos 2 ou 3 dias anteriores,
cardíaca (usualmente utilizado em associação deve-se monitorar cautelosamente os níveis séricos
com tiazídicos ou outros diuréticos depletores de potássio durante a iniciação da terapia com
de potássio) e poliúria induzida por lítio. Arginina.
• Inibidores da ECA: podem resultar em hipercalemia.
EFEITOS ADVERSOS Apesar deste aumento ser geralmente passageiro.
Cefaléia, fadiga, tontura, hipotensão ortostática, Deve-se monitorar os níveis de potássio para
distúrbios gastrintestinais, impotência, anemia identificar elevações persistentes, especialmente em
aplástica, neutropenia, alterações hepáticas e pacientes idosos, diabéticos ou com insuficiência
renais, hipercalemia, dispnéia, prurido, rash. renal.
• Sotalol: pode resultar em risco aumentado de
TEMPO DE INÍCIO cardiotoxicidade. Deve-se usar os dois medicamentos
Início de ação em 2 horas. concomitantemente com cautela, sempre monitorando
sinais de cardiotoxicidade (prolongamento do
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO intervalo QTc, sensação de desmaio, tontura e
Duração de 24 horas de efeito. taquicardia). A hipocalemia e hipomagnesemia
causadas pelos diuréticos podem aumentar o risco de
PICO DE CONCENTRAÇÃO toxicidade do Sotalol.
PLASMÁTICA • Potássio: pode causar hipercalemia. Em caso de uso
De 6 a 10 horas. concomitante, monitora-se os níveis de potássio.
• Carbenoxolona: pode ocasionar diminuição da
MEIA-VIDA efetividade da Carbenoxolona. Se esse efeito for
De 6 a 9 horas, podendo se alongar em evidenciado, deve-se trocar a Carbexonolona por
indivíduos com disfunção renal e/ou hepática. outro medicamento anti-úlcera que não interaja com a
Amilorida.
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES • AINES: redução do efeito diurético, hipercalemia ou
• Pacientes com níveis elevados de potássio possível nefrotoxicidade. Monitora-se a incidência
sérico. dos referidos efeitos.
• Não se deve administrar a Amilorida em
• Alcaçuz (Naturetti, Tamarine, Tamaril, Laxarine,
pacientes tomando outro diurético poupador de
Camomiline C): risco elevado de hipocalemia e/ou
potássio (Espironolactona ou Triantereno). redução da eficácia do diurético. Deve-se evitar o uso
• Anúria.
concomitante de alcaçuz e diuréticos.
• Insuficiência renal aguda ou crônica.
• Quinidina: pode ocasionar aumento do risco de
• Nefropatia diabética.
arritmias em pacientes com taquicardia ventricular.
• Hipersensibilidade ao fármaco.
Deve-se evitar o uso de Amilorida em pacientes em
• Deve-se usar o fármaco com extrema cautela
terapia com Quinidina, a menos que seja clinicamente
em pacientes diabéticos.
necessário.
• O fármaco é excretado no leite materno.
• Idosos devem ser monitorados cuidadosamente • Alimentos ricos em potássio: pode ocasionar
devido à sua maior susceptibilidade aos efeitos hipercalemia. Pacientes tomando Amilorida devem
diuréticos e à hipercalemia. evitar a ingestão de alimentos ricos em potássio ou de
• Deve ser evitada a ingestão excessiva de sais contendo o mesmo.
alimentos ricos em potássio (banana, feijões,
vegetais verdes folhosos, água de côco, frutas
secas)
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
32

• Orientar a ingestão do medicamento junto com • Procurar o médico se sintomas de desidratação


alimentos para evitar irritação gastrintestinal. aparecerem (cansaço, fadiga, boca seca, pulso
• Aconselhar o paciente a evitar o consumo de rápido).
grandes quantidades de alimentos ricos em
potássio (banana, feijões, vegetais verdes
folhosos, água de coco, frutas secas).

_______________________________________

7.12 CLORTALIDONA (Diurético Tiazídico)

INDICAÇÕES • Não se recomenda o uso de tiazídicos durante


Hipertensão e edema. gravidez.
• A Clortalidona é compatível com a amamentação,
EFEITOS ADVERSOS mas deve-se prestar atenção ao risco de acúmulo no
Cardiovasculares: disritmia cardíaca e neonato devido à longa meia-vida de eliminação.
hiperlipidemia.
Dermatológicos: rash, urticária, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
fotossensibilidade. • Glicosídeos digitálicos: pode levar à intoxicação
Endócrinos/metabólicos: hipercalcemia, digitálica. Orienta-se o paciente a enriquecer a dieta
hiperuricemia, hipocalemia, hiponatremia, diária com potássio e/ou o uso de suplementos mesmo
hipomagnesemia, alterações no metabolismo da se os níveis séricos do íon estiverem normais. O uso
glicose e dos lipídios. de diuréticos poupadores de potássio em associação
Hematológicos: neutropenia, leucopenia, também é recomendado.
agranulocitose, trombocitopenia, anemia • Dofetilida, Sotalol: risco elevado de
aplástica. cardiotoxicidade. Deve-se usar a associação com
Sistema nervoso central: Tonturas, dores de cautela, mantendo-se os níveis de potássio dentro da
cabeça, e parestesias normalidade antes e durante a terapia com a
Outros: alterações hematológicas, disfunção Dofetilida. Monitorar sinais de cardiotoxicidade.
sexual. • Clorpropamida: redução da efetividade da
Clorpropamida. Monitora-se a glicemia. Ajustes na
TEMPO DE INÍCIO dose da Clorpropamida podem ser necessários.
Início de ação em aproximadamente 2 horas e • Inibidores da ECA: pode resultar em hipotensão
meia. postural (primeira dose). Deve-se iniciar o IECA com
doses muito baixas à noite e monitorar a pressão
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO arterial por quatro horas após a dose inicial.
72 horas. Monitorar hipotensão, status fluido e peso corpóreo
regularmente por mais de duas semanas após o ajuste
PICO DE CONCENTRAÇÃO de dose.
PLASMÁTICA
• Alcaçuz (Naturetti, Tamarine, Tamaril,
De 1 hora e meia a 6 horas.
Laxarine, Camomiline C): risco elevado de
hipocalemia e/ou redução da eficácia do diurético.
MEIA-VIDA Deve-se evitar o uso concomitante de alcaçuz e
De 40 a 89 horas.
diuréticos.
• AINES: pode resultar em diminuição da efetividade
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
diurética e antihipertensiva. Monitorar sinais de
• Anúria.
falha renal assim como a eficácia diurética.
• Hipersensibilidade ao fármaco e outras
sulfonamidas.
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
• Deve-se evitar uso de lítio.
• Diabetes mellitus. • Orientar o paciente a ingerir mais alimentos ricos em
• Desequilíbrio hidro-eletrolítico. potássio (banana, suco de laranja, ameixa, frutas
• Hiperuricemia ou gota. secas, água de coco), se necessário, para evitar
possível hipocalemia,
• Doenças hepáticas e renais.
• Informar ao paciente que o medicamento pode
• Idosos devem usar com cautela.
causar tontura e vertigem, por isso deve-se evitar o
manejo de máquinas ou dirigir,
33

• Aconselhar o paciente a utilizar protetor solar • Encorajar o paciente a informar o médico sobre a
para proteger a pele dos efeitos da ocorência de efeitos adversos.
fotossensibilidade,

_____________________________________________

7.13 ESPIRONOLACTONA (Diurético poupador de potássio)

INDICAÇÕES • Muita atenção em pacientes com risco de


Hipertensão, Ascite, Edema, hipocalemia, desenvolver acidose. Dosagem de eletrólitos e
aldosteronismo primário, diagnóstico do uréia deve ser realizada periodicamente.
aldosteronismo primário, acne, displasia • Não deve ser usada por pacientes com porfiria.
broncopulmonar, nefropatia diabética, síndrome dos • Contra-indicado na gravidez, por apresentar efeitos
ovários policísticos. teratogênicos.

INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
EFEITOS ADVERSOS
Dor de cabeça, sonolência, distúrbios gastrintestinais
• Digoxina: pode aumentar a toxicidade da digoxina
(cólica e diarréia). Ataxia, confusão mental, erupção
(náusea, vômito, arritmias cardíacas).
cutânea ou prurido. Boca seca, sede. Ginecomastia,
• Arginina: hiperpotassemia potencialmente fatal.
outros distúrbios endócrinos como hisurtismo,
• IECA (captopril, valsartan), Antagonistas do
irregularidades menstruais, impotência,
receptor de angiotensina II: risco de hipercalemia
hiponatremia e hipercalemia (sinais de arritmias
severa.
cardíacas), acidose, hemorragia gástrica,
agranunocitose, trobocitopenia, hepatotoxicidade, • Sotalol: risco aumentado de cardiotoxicidade.
nefrotoxicidade, osteomalácia. • Antiinflamatórios não esteroidais (fenilbutazona,
ácido mefenânmico, ibuprofeno, indometacina,
diclofenaco, ácido acetisalicílico): diminuição da
TEMPO DE INÍCIO efetividade do diurético, hipercalemia ou possível
2 a 4h nefrotoxicidade.
• Alcaçuz (Naturetti, Tamarine, Tamaril,
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO
16 a 24h Laxarine, Camomiline C): risco elevado de
hipocalemia e/ou redução da eficácia do diurético.
Deve-se evitar o uso concomitante de alcaçuz e
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA diuréticos.
1 a 3h
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
MEIA-VIDA • Evitar a ingestão excessiva de alimentos ricos em
1,3h potássio, o uso de substitutos do sal e outros
suplementos de potássio. Nos idosos pode haver
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES maior risco de desenvolver hiperpotassemia.
• Pacientes com idade avançada, insuficiência renal • Conservar o produto bem protegido do calor e
ou diabetes mellitus correm maior risco de umidade.
desenvolver hipercalemia. • Informar ao médico a ocorrência de gravidez
• O uso concomitante com IECA e antagonistas do durante o tratamento.
receptor de angiotensina II deve ser feito com • A dose diária pode ser administrada tanto em doses
cuidado principalmente em pacientes nas fracionadas como em dose única.
condições citadas anteriormente, não devem ser • Tomar o medicamento por volta do mesmo horário
usadas doses maiores que 25mg diárias. diariamente.
• Não deve ser administrada em pacientes com • Pode levar duas semanas ou mais para que o efeito
hipercalemia ou insuficiência renal severa. máximo da espironolactona fique evidente.
• A relação risco-benefício deverá ser avaliada na • Evitar bebidas alcoólicas.
presença de anúria ou disfunção renal, diabetes • Evitar o excesso de alimentos ricos em potássio
mellitus, nefropatia diabética, disfunção hepática, (banana, suco de laranja, ameixa, frutas secas,
hiponatremia, distúrbios menstruais, ginecomastia. água de coco).
34

• Se esquecer uma dose tomar logo que lembrar. Se • Avisar imediatamente ao médico se houver o
já for próximo do horário da dose seguinte, aparecimento de algum destes efeitos secundários:
desconsiderar a dose esquecida. Não tomar duas confusão, fraqueza, batimentos cardíacos
doses juntas. irregulares, falta de ar, dormência ou
• Avisar ao médico ou dentista sobre o uso de formigamento nas mãos, pés ou lábios, boca seca,
espironolactona se for realizar procedimento que aumento da sede, cãibras musculares, náuseas ou
use anestesia geral ou regional (a espironolactona vômitos, febre, calafrios, tosse, rouquidão,
reduz a resposta vascular à norepinefrina). problemas para urinar, dor na lateral ou parte
• No caso de ingestão acidental, induzir o vômito ou inferior das costas, erupção cutânea ou prurido.
realizar cuidadosa lavagem gástrica e instituir as
medidas assistenciais necessárias.

____________________________________

7.14 FUROSEMIDA (Diurético de Alça)

INDICAÇÕES durante gestação e em pacientes idosos devido ao


Hipertensão, edema pulmonar agudo, edema, risco elevado de desidratação.
hipercalemia. • Deve-se administrar a furosemida de estômago vazio
para garantir a biodisponibilidade adequada e manter
EFEITOS ADVERSOS um efeito diurético mais consistente.
Vertigem, dor de cabeça, tontura, desidratação,
hipovolemia, hipotensão ortostática, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
ototoxicidade (especialmente associada com • Digitoxina, Digoxina: pode causar intoxicação por
injeções intravenosas muito rápidas), digitoxina. Monitorar frequentemente os níveis de
desconforto gastrintestinal, pancreatite, potássio e magnésio com reposição através de
alterações renais e hepáticas, noctúria, suplementos, se necessário.
agranulocitose, leucopenia, trombocitopenia, • Lítio: pode resultar em elevação da concentração de
anemia aplástica, fotossensibilidade, distúrbios lítio e toxicidade. Deve-se monitorar os níveis
hidro-eletrolítico e ácido-base, púrpura. séricos de lítio dentro dos primeiros cinco ou sete
dias de adição ou descontinuação da furosemida e,
TEMPO DE INÍCIO depois, continuar monitorando periodicamente.
De 20 a 30 minutos por via oral e 5 minutos por Doses menores de lítio podem ser necessárias.
via intravenosa. • Tobramicina, Gentamicina, Neomicina,
Dibecacina: pode resultar em ototoxicidade e/ou
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO nefrotoxicidade. Deve-se considerar testes auditivos
De 6 a 8 horas por via oral e 2 horas por via periódicos para pacientes tomando altas doses de
intravenosa. ambos os fármacos. Deve-se monitorar a função
renal também.
PICO DE CONCENTRAÇÃO • Fludrocortisona: pode causar hipocalemia. Deve-se
PLASMÁTICA realizar o monitoramento dos níveis de eletrólitos,
De 1 a 2 horas por via oral e 30 minutos por via avaliando a necessidade de terapia de reposição.
intravenosa.
• Inibidores da ECA: pode resultar em hipotensão
postural (primeira dose). Se possível, descontinuar o
MEIA-VIDA diurético dois ou três dias antes da adição do IECA,
30 a 120 minutos tanto para via oral quanto para e, então, se o tratamento com o IECA sozinho não
via intravenosa. estiver sendo efetivo, pode-se reiniciar a
administração do diurético. Se não for possível
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES descontinuar o diurético, deve-se iniciar o IECA com
• Pacientes com anúria doses muito baixas à noite e monitorar a pressão
• Histórico de hipersensibilidade ao fármaco. arterial por quatro horas após a dose inicial.
• Deve-se usar com precaução em casos de Monitorar hipotensão, status fluido e peso corpóreo
cirrose hepática ou outras doenças do fígado,
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regularmente por mais de duas semanas após aconselhados a descontinuar o uso de produtos
o ajuste de dose. contendo ginseng ou germânio enquanto tomarem
• AINES: pode resultar em diminuição da diuréticos de alça. Uso prolongado de germânio não
efetividade diurética e antihipertensiva. é recomendado, visto que está associado à
Monitorar sinais de falha renal, assim como, a insuficiência renal crônica.
eficácia diurética. • Alcaçuz (Naturetti, Tamarine, Tamaril, Laxarine,
• Colestiramina, Colestipol: diminuição da Camomiline C): risco elevado de hipocalemia e/ou
eficácia da furosemida. Deve-se administrar a redução da eficácia do diurético. Deve-se evitar o
colestiramina/colestipol quatro horas após a uso concomitante de alcaçuz e diuréticos.
furosemida e monitorar o efeito diurético. Um
ajuste de dose da furosemida pode ser RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
requerido. • Avisar ao paciente quanto à possível reação de
• Clofibrato: pode ocasionar dor e rigidez fotossensibilidade. Explicar que a reação é uma foto-
muscular, acentuação do efeito diurético e alergia na qual a radiação ultravioleta altera a
elevação das transaminases séricas e da estrutura do fármaco, causando reações alérgicas em
creatina fosfoquinase. Evitar uso conjunto, alguns indivíduos. Evitar o sol sempre que possível e
mas se for necessário, deve-se monitorar usar bloqueador solar.
sinais de miopatia, efeitos diuréticos • Recomendar a ingestão diária de alimentos ricos em
excessivos, função renal, transaminases potássio (feijões, ervilha, vegetais de cor verde,
séricas e creatina fosfoquinase. Em pacientes banana, melão, cenoura, beterraba, frutas secas,
com baixa albumina sérica, a dose diária de tomate, batata inglesa e laranja) ou uso de
clofibrato não deve exceder 0,5 gramas para suplementos d epotássio, se necessário.
cada 1g/100ml de concentração de albumina • Recomendar a ingestão da furosemida de estômago
sérica. vazio para garantir a biodisponibilidade adequada e
• Ginseng, Germânio: pode resultar em manter um efeito diurético mais consistente.
resistência ao diurético. Pacientes devem ser

_______________________________________

7.15 HIDROCLOROTIAZIDA (diurético tiazídico)

INDICAÇÕES Dura de 5,6 horas a 14,8 horas.


É indicado para: insuficiência cardíaca leve; hipertensão
arterial sistêmica; edema de origem renal e hepática;CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
hipercalciúria em pacientes com litíase urinária; • Contra-indicados em pacientes com anúria.
diabetes insípido. • Pacientes hipersensíveis a outros tiazídicos ou a
outros derivados sulfonamidas.
EFEITOS ADVERSOS • Utilize cautelosamente em pacientes com severa
Hipotensão ortostática, vasculite, fotossensibilidade, insuficiência renal ou hepática ou com doença
fototoxicidade, anormalidade eletrolítica, hiperglicemia, hepática progressiva.
hiperuricemia, constipação, diarréia, perda de apetite, • Reações de sensibilidade podem ocorrer com ou sem
náuseas, vômitos, espasmos, tonturas, cefaléias, história de alergia ou asma.
parestesia, visão turva, agitação, impotência. • Cautela em diabetes melito, hipotensão, lúpus
eritematoso sistêmico.
TEMPO DE INÍCIO • Usar menores doses cabíveis em idosos,
Início da ação 2 horas após a administração oral. especialmente nos que apresentam alterações no
eletrocardiograma.
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO • Não é recomendado para o tratamento de
O efeito dura de 6 horas a 12 horas após administração
hipertensão na gravidez, pois pode causar
oral.
trombocitopenia neonatal.
• Altas doses podem inibir a lactação.
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA
Após a administração oral o pico é de 1,5 horas a 2,5
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
horas.
• Digitálicos: pode causar toxicidade digitálica
(náusea, vômitos, arritmias). Pacientes em uso de
digitálicos e diuréticos devem adicionar ricas fontes
MEIA-VIDA
de potássio em sua dieta ou devem ser usados
36

suplementos de potássio, embora o nível de potássio devem ser relatadas ao médico e a decisão de
sérico seja normal. O uso da combinação de continuar o tratamento com ginkgo biloba deve ser
diuréticos poupadores de potássio também é uma feita com base no risco versus benefício potencial.
abordagem racional. • Topiramato: pode diminuir os níveis séricos de
• Sotalol: aumento do risco de cardiotoxicidade. potássio e aumentar as concentrações plasmáticas de
Monitorar o paciente para sinais de toxicidade ao topiramato. Se a hidroclorotiazida é adicionado à
sotalol, como o intervalo QT prolongado, desmaios, terapia do topiramato, ajustar a dose de topiramato
tonturas e taquicardia. Hipocalemia ou de acordo com a necessidade e monitorar, pois pode
hipomagnesemia causada por diuréticos podem haver aumento dos efeitos adversos do topiramato.
aumentar o risco de toxicidade do sotalol. • Alcaçuz (Naturetti, Tamarine, Tamaril,
• Lítio: aumento da concentração plasmática de lítio e Laxarine, Canomiline C): pode resultar em risco
toxicidade do lítio (fraqueza, tremores, sede aumentado de hipocalemia e/ou reduzida eficácia do
excessiva, confusão). Monitorar os níveis séricos de diurético. Evitar o uso concomitante de alcaçuz e
lítio durante os primeiros cinco a sete dias de adição diuréticos.
ou tirada da hidroclorotiazida e depois • Glipizida: pode resultar em diminuição da eficácia
periodicamente. Doses baixas de lítio podem ser da glipizida. Realizar a monitorização da glicemia
necessárias com a terapêutica concomitante de do paciente diabético, bem como considerar a
hidroclorotiazida. monitorização de eletrólitos (potássio, sódio).
• Clorpropamida: diminuição da eficácia da • AINES: pode resultar em diminuição da eficácia
clorpropamida. Atenção para a diminuição da anti-hipertensiva e diurética. Ao administrar
glicemia do paciente diabético, sendo necessária diuréticos e agentes antiinflamatórios não esteróides
monitorização cuidadosa. Além disso, deve ser (AINEs) simultaneamente, monitorar a pressão
considerada a monitorização de eletrólitos do arterial e o peso. Além disso, acompanhar o paciente
paciente (potássio, sódio). para sinais de insuficiência renal, incluindo a
• Colestiramina: diminuição da eficácia da diminuição da produção de urina e aparecimento de
hidroclorotiazida. A dose de diurético deve ser edema.
administrada pelo menos quatro horas antes da • Carbamazepina: pode resultar em hiponatremia.
colestiramina. Entretanto, mesmo com o Monitorar os eletrólitos durante a terapia
escalonamento de dose, uma redução de até 85% na concomitante. Considerar a retirada do diurético ou
absorção de hidroclorotiazida pode ocorrer. Um selecionar um anticonvulsivante alternativo, se
aumento da dose do diurético pode ser necessário. necessário.
• Carbonato de Cálcio: pode resultar em síndrome
do leite-alcalóide (alcalose metabólica RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
hipercalcêmica, insuficiência renal). Evitar a • Ingerir juntamente com alimento para evitar
ingestão excessiva de cálcio, de qualquer forma desconforto no TGI.
(antiácidos, produtos lácteos) durante a terapia com • O medicamento deve ser tomado pela manhã ou à
hidroclorotiazida. O médico pode considerar a tarde bem cedo para não interromper o sono.
monitorização dos níveis séricos de cálcio do • Recomendar a utilização de bloqueador solar para
paciente e/ou função da paratireóide. evitar reações de fotossensibilidade.
• Inibidores da Enzima Conversora de • Consultar o médico antes de tomar medicamentos
Angiotensina: pode resultar em hipotensão postural OTC.
(primeira dose). Começar com uma dose muito • O paciente não deve ingerir bebidas alcoólicas
baixa da enzima conversora da angiotensina (ECA) à durante o tratamento com este medicamento.
noite e acompanhar a pressão arterial para evitar • Atividades que exijam coordenação devem ser
uma resposta hipotensiva grave, durante quatro evitadas, pois o medicamento pode causar visão
horas após a dose inicial. Monitorar o status para a embaçada e tontura.
hipotensão, líquido e peso corporal regularmente até • Orientar o paciente para aumentar o consumo de
duas semanas após o ajuste da dose. alimentos com alto teor de potássio (laranjas,
• Ginkgo biloba: pode resultar em aumento da bananas, ervilha, beterraba, frutas secas, vegetais de
pressão arterial. O uso concomitante de ginkgo cor verde e feijão).
biloba e diuréticos exigem um acompanhamento
cuidadoso. Pacientes que iniciam o tratamento para a
pressão arterial devem ser orientados a respeito do
uso de medicamentos à base de plantas. Pacientes
com hipertensão que planejam utilizar Gingko
biloba devem controlar sua pressão arterial
freqüentemente. Alterações na pressão arterial
37

7.16 CAPTOPRIL (Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina)

INDICAÇÕES • Idosos podem ser mais sensíveis aos efeitos


Hipertensão de leve a moderada, edema hipotensivos e podem requerer ajuste de dose.
idiopático, fenômeno de Raynaud, insuficiência
cardíaca, prevenção de nefropatia diabética, INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
disfunção ventricular esquerda após infarto do • Azatioprina, Interferon alfa 2-A: pode resultar em
miocárdio. anormalidades hematológicas (granulocitopenia,
trombocitopenia, mielosupressão). O uso
EFEITOS ADVERSOS concomitante deve ser empregado com cuidado,
• Sistema nervoso: tontura, desmaio, dor de monitorando com freqüência a contagem de células
cabeça, mal estar, fadiga. sanguíneas.
• Cardiovasculares: taquicardia, hipotensão, • Alopurinol: pode haver reações de
angina. hipersensibilidade (Síndrome de Steven-Johnson,
• Trato gastrintestinal: anorexia, disgeusia, erupções cutâneas). Deve-se monitorar as possíveis
náusea, vômito, dor abdominal, constipação, reações se os dois fármacos forem administrados
boca seca. concomitantemente.
• Hematológico: leucopenia, agranulocitose, • Potássio: pode resultar em hipercalemia. Deve-se
pancitopenia, anemia, trombocitopenia. monitar os níveis séricos de potássio, especialmente
• Metabólico: hipercalemia. dos idosos e dos pacientes com disfunção renal .
• Respiratório: tosse seca, dispnéia. Deve-se alertar quanto ao perigo potencial do
• Pele: rash cutâneo, prurido, alopecia. excesso de potássio na dieta, incluindo suplementos
• Outros: febre, angioedema da face e e sais substitutos contendo potássio.
extremidades. • Diuréticos poupadores de potássio: pode resultar
em hipercalemia. Deve-se monitorar os níveis
TEMPO DE INÍCIO séricos de potássio, especialmente nos pacientes
Início da resposta de 15 min a 30 min com disfunções renais e nos idosos.
• AINES: pode diminuir a efetividade
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO antihipertensiva e natriurética. Monitorar a pressão
De 6 a 12 horas. sanguínea e função cardiovascular devido à possível
redução da eficácia do captopril, e, também, possível
PICO DE CONCENTRAÇÃO hipercalemia e falência renal aguda.
PLASMÁTICA • Diuréticos de alça e tiazídicos: pode resultar em
De1 hora a 1 hora e meia. hipotensão postural (primeira dose). Se possível,
descontinuar o diurético dois ou três dias antes da
MEIA-VIDA adição do captopril, e, então, se o tratamento com o
Aproximadamente 2 horas. IECA sozinho não estiver sendo efetivo, pode-se
reiniciar a administração do diurético. Se não for
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES possível descontinuar o diurético, deve-se iniciar o
• Hipersensibilidade aos inibidores da ECA. IECA com doses muito baixas à noite e monitorar a
• História de angioedema pressão arterial por quatro horas após a dose inicial.
• Usar cautelosamente em pacientes com função Monitorar hipotensão, status fluido e peso corpóreo
renal debilitada, estenose da artéria renal ou regularmente por mais de duas semanas após o
com doenças auto-imunes sérias ajuste de dose.
(especialmente lúpus eritematoso) e em • Clorpromazina: pode resultar em hipotensão.
pacientes que tomam medicamentos que Avisar o paciente quanto ao risco de hipotensão
afetam a contagem de leucócitos ou a resposta ortostática e instruí-los a não mudar bruscamente de
imunológica. posição. Monitorar a pressão arterial
• Cautela na hipercalemia: para valores cuidadosamente quanto a mudanças sintomáticas.
superiores a 5,5 mEq/mL (devido aos • Bupivacaína: pode resultar em bradicardia e
suplementos de potássio, diuréticos hipotensão com perda da consciência. O tratamento
poupadores, doença renal, diabetes) com o captopril pode ser continuado até a hora da
• Inibidores da ECA causam alterações ou cirurgia, entretanto, o paciente deve ser monitorado
morte fetal, descontinuar uso logo que haja cuidadosamente e instabilidade hemodinâmica deve
confirmação de gravidez. ser tratada apropriadamente caso ocorra.
• O Captopril é secretado no leite materno, mas • Alimentação: diminuição dos efeitos do captopril.
seu efeito à criança é desconhecido, deve-se Deve-se administrar o captopril uma hora antes ou
usar com cuidado durante a amamentação. duas horas após alimentação.
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engolir, porque pode haver incidência de


RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE angioedema, e perda do paladar, porque pode haver
• Instruir a paciente a comunicar ao médico, necessidade de descontinuação do fármaco.
imediatamente, se ocorrer gravidez. • Instruir o paciente a tomar o Captopril 1 hora antes
• Orientar o paciente a reportar sensações de ou 2 horas após as refeições,
leves tonturas, especialmente nos primeiros • Aconselhar o paciente a evitar mudanças bruscas de
dias, para que a dosagem seja ajustada. posição para evitar hipotensão ortostática,
Tambe´m devem ser relatados sinais de • Dizer ao paciente que uma tosse seca pode ocorrer
infecção, porque o fármaco pode alterar o devido ao medicamento e instruí-lo a se comunicar
sistema imune. Dificuldade de respirar ou de com o prescritor caso esse efeito se torne incômodo.

7.17 ENALAPRIL (Inibidor da enzima conversora- IECA)

• Usar as menores doses cabíveis em pacientes com


INDICAÇÕES hiponatremia, hipovolemia, diminuição da função
Insuficiência cardíaca congestiva, cardiopatia renal ou recebendo diuréticos.
isquêmica, hipertensão arterial sistêmica. • Monitorar pressão arterial após a primeira dose,
monitorar os níveis de potássio, especialmente se
EFEITOS ADVERSOS houver insuficiência renal.
Hipotensão, taquicardia, dor no peito, angioedema, • Insuficiência hepática.
náusea, vômitos, diarréia, dor abdominal, • Evitar escalonamento rápido de doses.
angioedema intestinal, tonturas, astenia, vertigens, • Pode causar tosse seca e persistente, principalmente
cefaléia, anorexia, insuficiência hepática, alteração em mulheres idosas.
de função renal, prurido, rash, hipercalemia, tosse.
• Usar com cautela em pacientes com história de
alergias, pois pode haver angioedema mesmo após a
TEMPO DE INÍCIO
primeira dose.
Início da resposta de 1 a 4 horas.
• A segurança e eficácia não estão estabelecidas em
pacientes pediátricos.
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO
De 8 a 18 horas após administração oral.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
• Fenotiazina: Os efeitos farmacológicos dos IECA
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA
Quando administrado por via oral, o enalapril é podem ser elevados. Recomenda-se usar essa
rapidamente absorvido e as concentrações máximas combinação cautelosamente. Se ocorrer
plasmáticas ocorrem em uma hora. hipotensão, pode se necessário o uso de um
tratamento suporte.
MEIA-VIDA • Indometacina: O efeito hipotensor dos inibidores
Cerca de 1,3 horas. Sua eliminação dá-se totalmente da ECA pode ser reduzido. Recomenda-se o
pelos rins. monitoramento da pressão arterial, suspensão do
uso de indometacina ou usar um anti-hipertensivo
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES alternativo caso haja suspeita de interação.
• Rifampicina: Os efeitos farmacológicos do
• Hipersensibilidade ao enalapril ou outros enalapril podem ser diminuídos resultando na
inibidores da ECA diminuição do controle anti-hipertensivo.
• Gravidez, quando esta for detectada, os inibidores • AINEs: Pode resultar em diminuição da eficácia
da ECA devem ser interrompidos logo que do enalapril. A combinação de AINEs e IECA
possível. O uso de inibidores da ECA durante o pode produzir efeitos colaterais como bradicardia
segundo e terceiro trimestres da gravidez tem sido acentuada devido à hipercalemia. Isto pode ainda
associado a dano fetal e neonatal, incluindo levar a síncope em que o pico da onda T é
hipotensão, hipoplasia neonatal do crânio, anúria induzido. Pacientes idosos que sofrem de
reversível ou irreversível, insuficiência renal e hipertensão, diabetes mellitus, doenças isquêmicas
morte. do coração e doença articular degenerativa devem
• Não é recomendada a amamentação durante a ter cuidado ao tomar estes medicamentos em
terapia. combinação.
• Doenças renovasculares. • Hidroclorotiazida: Hipotensão postural grave tem
• Angioedema induzido por inibidores da ECA. sido relatada quando a enzima conversora da
• Angioedema hereditário ou idiopático. angiotensina (IECA) é adicionada ao tratamento
39

com diuréticos. Embora este problema tenha sido ao uso do creme de capsaicina durante o tratamento
mais comumente observado com diuréticos de alça, com inibidores da ECA. A substância P é
hipotensão na primeira dose é comum em pacientes parcialmente metabolizada por inibidores da ECA,
com depleção de sódio ou hipovolemia devido a o acúmulo de seus metabólitos parece levar à
diuréticos ou restrição de sódio. Esta resposta irritação local do trato respiratório.
hipotensiva é geralmente transitória. No entanto, a • Metformina: Foi relatado um caso de
combinação destas classes de fármacos em geral, hipercalemia e acidose lática em uma mulher de 71
melhora o controle da pressão arterial e pode anos de idade, com diabetes tipo 2, hipertensão e
reduzir os efeitos adversos metabólicos de insuficiência renal ao fazer uso concomitante desse
diuréticos no potássio e magnésio medicamento com enalapril.
• Diuréticos poupadores de potássio • Clomipramina: A adição de clomipramina à longa
(Espironalactona, Canrenoato, Amilorida, terapia com enalapril resultou em altos níveis
Triamtereno): Hiperpotassemia. A enzima sanguíneos de clomipramina e sinais de toxicidade
conversora da angiotensina (IECA) e menores níveis (confusão, insônia, irritabilidade e alterações de
de aldosterona podem causar retenção de potássio. O humor) em 2 casos. Redução da dose de
uso concomitante de diuréticos poupadores de clomipramina resultou na diminuição destes
potássio (espironolactona, potássio canrenoato, fatores.
amilorida, triamtereno) e um inibidor da ECA têm • O enalapril não apresenta interações com
sido relacionados com o aumento do potássio do alimentos.
soro de 1 a 1,5 mEq / L, quando comparado com
qualquer fármaco usado isoladamente. Isso tem RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
ocasionalmente resultado em significativas arritmias • Instruir o paciente sobre a história natural da
e morte. hipertensão e a importância do tratamento e efeitos
• Interferon α: O uso concomitante de interferon colaterais do fármaco.
alfa e enalapril tem sido associado ao • Estimular o paciente a fazer perguntas,
desenvolvimento de anormalidades hematológicas particularmente no que concerne as doses ou aos
(granulocitopenia, trombocitopenia) em alguns efeitos colaterais dos medicamentos e estimular
pacientes. Entretanto, relatórios da terapia de para que eles monitorem a pressão arterial.
combinação sem conseqüências hematológicas • Não fazer uso durante a gravidez.
também existem. • Conservar o medicamento em recipiente fechado, à
• Potássio: Houve relatos de casos de temperatura ambiente longe do calor, umidade e
hiperpotassemia severa e arritmias devido a luz direta.
ingestão de suplementos de potássio, em • Incentivar o paciente a fazer uso do medicamento
conjugação com IECA. Nos pacientes com na hora exata indicada pelo médico.
disfunção renal ou naqueles que recebem
suplementos de potássio, o aumento do potássio
sérico geralmente é evidente dentro de dois a
quatro dias.
• Azatioprina: O uso de enalapril para controle da
hipertensão em pacientes recebendo azatioprina
induziu anemia grave. A terapia combinada de
azatioprina com outros inibidores da enzima
conversora tem causado leucopenia
• Trimetropim: Hiperpotassemia severa foi relatada
com o uso concomitante de inibidores da enzima
conversora e trimetoprim.
• Diuréticos de alça e diuréticos tiazídicos:
Hipotensão postural grave tem sido relatada
quando os inibidores da ECA são adicionados ao
circuito com diuréticos. Hipotensão de primeira
dose é comumente observada em pacientes com
depleção de sódio ou hipovolemia devido a
diuréticos ou restrição de sódio. Embora a
combinação deva aumentar a natriurese,
paradoxalmente, os inibidores da ECA podem
também reduzir a filtração glomerular, a diurese, e
resposta a diuréticos natriuréticos levando ao
edema e retenção de líquidos.
• Capsaicina: Pode levar ao aumento da incidência
de tosse. Foi relatado um caso de tosse associado
40

7.18 LISINOPRIL (Inibidor da enzima conversora- IECA)

espironolactona, ou triantereno), suplementos de


INDICAÇÕES potássio ou substitutos do sal contendo potássio
Hipertensão arterial. Insuficiência cardíaca pode aumentar o risco de hipercalemia.
congestiva. Infarto agudo do miocárdio.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
EFEITOS ADVERSOS
Angina, vasculite, dor torácica, hipotensão • Clorotiazida, Furosemida e Hidroclorotiazida:
ortostática, palpitações, edema periférico, Hipotensão postural grave tem sido relatada
taquicardia, hipotensão arterial e arritmias, quando enzima conversora da angiotensina
angioedema, fotossensibilidade, psoríase, aumento (IECA) é adicionada ao tratamento com
da temperatura corporal acima do normal, diuréticos, essa hipotensão de primeira dose é
ginecomastia, hipercalemia, hiperglicemia, comum em pacientes com depleção de sódio ou
hiperuricemia, hipoglicemia em pacientes hipovolemia devido a diuréticos ou restrição de
diabéticos em uso de antidiabéticos orais ou sódio. Esta resposta hipotensiva é geralmente
insulina, gota, diarréia, náuseas, vômitos, dor transitória
abdominal, boca seca, alterações do paladar, • Aspirina: Quando usada em doses
flatulências, tosse. antiinflamatórias (1 a 2 gramas), pode diminuir o
efeito anti-hipertensivo em 40% a 50% dos
TEMPO DE INÍCIO doentes com lisinopril.
Início da resposta em 1 hora. • Diclofenaco, Dipirona, Indometacina e
Nimesulida(AINEs): Diminuição do efeito anti-
TEMPO DE EFEITO MÁXIMO hipertensivo e natriurético. Os AINEs podem
De 8 a 18 horas após administração oral. diminuir o efeito anti-hipertensivo e natriurético
de inibidores da ECA. A combinação de AINEs e
PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA IECA pode produzir efeitos colaterais como
6 a 8 horas a partir da administração oral. bradicardia acentuada devido à hipercalemia. Isto
pode ainda levar a síncope em que o pico da onda
MEIA-VIDA T é induzido. Pacientes idosos que sofrem de
12 horas. hipertensão, diabetes mellitus, doenças isquêmicas
do coração e doença articular degenerativa devem
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES ter cuidado ao tomar estes medicamentos em
• Hipersensibilidade ao lisinopril ou outros combinação.
inibidores da ECA. • Lítio: Há evidências de que IECA podem
• Gravidez, quando esta for detectada, os inibidores aumentar substancialmente o estado estacionário
da ECA devem ser interrompidos logo que dos níveis plasmáticos de lítio. Vários casos
possível. O uso de inibidores da ECA durante o demonstraram severa toxicidade quando lisinopril
segundo e terceiro trimestres da gravidez tem sido foi adicionado à terapia com lítio. A toxicidade
associado com dano fetal e neonatal, incluindo renal também pode ocorrer.
hipotensão, hipoplasia neonatal do crânio, anúria, • Tizanidina: Pode causar hipotensão profunda e
reversível ou irreversível de insuficiência renal e alteração da consciência, dentro de 2 horas após
morte. administração concomitante com lisinopril.
• Não é recomendada amamentação durante a • Diuréticos poupadores de potássio
terapia. (Espironalactona, Canrenoato, Amilorida,
• Doença cerebrovascular, risco aumentado de Triamtereno): Hiperpotassemia. A enzima
hipotensão excessiva. conversora da angiotensina (IECA) e menores
• Angioedema induzido por inibidores da ECA. níveis de aldosterona podem causar retenção de
• Angioedema hereditário ou idiopático. potássio. O uso concomitante de diuréticos
• Pode ocorrer angioedema da cabeça e do pescoço poupadores de potássio (espironolactona, potássio,
sendo o risco maior para negros. canrenoato, amilorida, triamtereno) e um inibidor
• Pode causar tosse seca e persistente, da ECA têm sido relacionados com o aumento do
principalmente em mulheres idosas. potássio do soro de 1 a 1,5 mEq / L, quando
• Cautela com pacientes com história de alergias a comparado com qualquer fármaco usado
inseticidas, pois pode exacerbar a resposta isoladamente. Isso tem ocasionalmente resultando
alérgica. em significativas arritmias e morte.
• O uso concomitante de diuréticos poupadores de • Potássio: Houve relatos de casos de
potássio (por exemplo, amilorida, eplerenona, hiperpotassemia severa e arritmias devido a
ingestão de suplementos de potássio, em
41

conjugação com IECA. Nos pacientes com • Lisinopril não apresenta interações com
disfunção renal ou naqueles que recebem alimentos.
suplementos de potássio, o aumento do potássio
sérico geralmente é evidente dentro de dois a RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE
quatro dias. • Instruir o paciente sobre a história natural da
• Diuréticos de alça e diuréticos tiazídicos: hipertensão e a importância do tratamento e
Hipotensão postural grave tem sido relatada efeitos colaterais do medicamento.
quando os inibidores da ECA são adicionados ao • Estimular o paciente a fazer perguntas,
circuito com diuréticos. Hipotensão de primeira particularmente no que concerne as doses ou aos
dose é comumente observada em pacientes com efeitos colaterais dos medicamentos e estimular
depleção de sódio ou hipovolemia devido a para que eles monitorem a pressão arterial. Não
diuréticos ou restrição de sódio. fazer uso na gravidez.
• Capsaicina (Moment): pode aumentar a • Fazer a verificação da glicemia com mais
incidência de tosse. Foi relatado um caso de tosse freqüência durante o primeiro mês de uso.
associado ao uso do creme de capsaicina durante • Incentivar o paciente a fazer uso do medicamento
o tratamento com inibidores da ECA. A na hora exata indicada pelo médico.
substância P é parcialmente metabolizada por • Conservar o medicamento em recipiente fechado,
inibidores da ECA, o acúmulo de seus à temperatura ambiente longe do calor, umidade e
metabólitos parece levar à irritação local do trato luz direta.
respiratório.

_______________________________________

7.19 LOSARTANA (Antagosnista do receptor de Angiotensina II)

INDICAÇÕES TEMPO DE INÍCIO


Hipertensão, acidente cerebrovascular, pacientes 3 a 4 horas
hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda,
pacientes com neuropatia diabética, diabetes tipo II TEMPO DE EFEITO MÁXIMO
com histórico de hipertensão. Em torno de 24 horas.

PICO DE CONCENTRAÇÃO PLASMÁTICA


EFEITOS ADVERSOS
Entre 1 a 1,5 horas.
Cardiovasculares: hipotensão sintomática após a
primeira dose.
MEIA-VIDA
Dermatológicos: alopecia, dermatite, pele seca,
Entre 1,5 a 2 horas.
equimoses, eritema, fotossensibilidade, prurido e
urticária.
CONTRA-INDICAÇÕES E PRECAUÇÕES
Gastrintestinais: alteração no paladar, diarréia e
dispepsia. • Contra-indicado em caso de hipersensibilidade à
Musculoesqueléticos: raramente mialgia, dor nas losartana e gravidez.
costas, astenia, rabdomiólise. • Uso com precaução na presença de angioedema
Neurológicos: tontura, enxaqueca, insônia, ataxia, atual ou anterior, hipotensão excessiva ou
ansiedade, depressão, diminuição da memória, depleção de volume, insuficiência renal ou
exacerbação da doença de Parkinson, desordens do hepática, hipercalemia, estenose arterial renal e
sono, tremores, vertigem, nervosismo, síndrome do insuficiência cardíaca congestiva severa.
pânico. • O uso deste medicamento predispõe o paciente a
Hematológicos/Imunológicos: anemia (raro), episódios hipotensivos mais frequentes durante o
desordens do tipo púrpura, trombocitopenia. uso de anestésicos.
Outros sintomas: hepatotoxicidade,
nefrotoxicidade (já foi relatado um brando efeito
uricosúrico, o que aumenta o risco de nefrolitíase INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
em pacientes predispostos), tosse, hipercalemia, • Antiinflamatórios não esteroidais
hiponatremia, angioedema. (fenilbutazona, ácido mefenânmico, ibuprofeno,
indometacina, diclofenaco, ácido acetilsalicílico e
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outros): pode resultar em diminuição da aconselha-se que o paciente espere e tome a dose
efetividade anti-hipertensiva e aumento do risco seguinte no horário marcado, omitindo a dose
de insuficiência renal. Monitorar os níveis esquecida. Não dobrar as doses.
pressóricos, e função cardiovascular para • O uso deste medicamento durante a gravidez
determinação da diminuição da atividade do anti- pode causar problemas ao feto. Durante o
hipertensivo e para observação de dano renal. tratamento é recomendado que seja usado um
• Fluconazol: pode diminuir a conversão da método anticoncepcional efetivo. Se há suspeita
losartana ao seu metabólito ativo. de gravidez durante o tratamento, avisar ao
• Indometacina: pode resultar em diminuição da médico para que o tratamento seja descontinuado
efetividade do anti-hipertensivo. Monitorar os logo que possível.
níveis pressóricos. • Devido aos potenciais efeitos adversos para o
• Lítio: pode resultar em aumento da toxicidade do lactente, deve-se decidir entre a continuação do
lítio (fraqueza, tremores, sede excessiva, tratamento ou a interrupção do aleitamento.
confusão). Monitorar níveis plasmáticos do lítio e • Este medicamento pode causar tontura e
possíveis reações de toxicidade do mesmo. sonolência, portanto evitar dirigir, operar
• Rifampicina: pode levar a diminuição da eficácia máquinas ou outra atividade que requeira
da losartana. Monitorar os níveis pressóricos e atenção.
considerar ajuste de dose da losartana, se • A hipertensão geralmente é assintomática,
necessário. portanto, não interromper o tratamento mesmo
que ocorra melhora do quadro clínico.
RECOMENDAÇÕES AO PACIENTE • Evitar o uso de suplementos de potássio ou
• Em caso de esquecimento de dose, tomá-la logo substitutos do sal sem orientação médica ou
que lembrar, entretanto se o horário da dose farmacêutica.
seguinte estiver próximo (menos de uma hora),
43

BIBLIOGRAFIA

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n°44/2009. Disponível em:
<http://www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2009/pdf/300909_perguntas_respostas.pdf.>
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Programáticas Estratégicas. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao
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Arterial. Hipertensão ou pressão alta. Importância do exercício físico. Cartilha nº 5, 2001.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. Departamento de Ligas de Hipertensão


Arterial. Hipertensão ou pressão alta. Influência do fumo/estresse. Cartilha nº 7, 2001.
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO. Departamento de Ligas de Hipertensão


Arterial. Hipertensão ou pressão alta. Medicamentos anti-hipertensivos. Cartilha nº 8,
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SOCIEDADE BRASILEIRA DECARDIOLOGIA, SOCIEDADE BRASILEIRA DE


HIPERTENSÃO, SOCIEDADE BRASILEIRA DE NEFROLOGIA. V Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial. Disponível em:
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. Strategic priorities of the WHO Cardiovascular


Disease programme. Disponível em:
<http://www.who.int/cardiovascular_diseases/priorities/en/>. . Acesso em: 15 set 2009.
45

Centro de Estudos em Atenção Farmacêutica


Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos da
Universidade Federal do Ceará
Rua Capitão Francisco Pedro, 1210
Caixa Postal 3212. CEP 60.431-327 Fortaleza-CE. Brasil.
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