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SISTEMA DE

UNIDADES DE
MEDIDA
CONTROLE DIMENSIONAL
Caldeiraria e tubulação

SENAI-RJ
2004
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 11

UMA PALAVRA INICIAL ................................................................................. 13

O CURSO DE QUALIFICAÇÃO EM CONTROLE DIMENSIONAL ........... 17

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 43

2 TERMINOLOGIA FUNDAMENTAL E GERAL DE METROLOGIA ............ 49

Termos relativos a grandezas e unidades ................................................................... 51

Termos relativos a medições ......................................................................................... 55

Termos relativos a resultados de medição................................................................. 58

Termos relativos a instrumentos de medição ........................................................... 62

Termos relativos às características dos instrumentos de medição .................... 69

Termos relativos a padrões ............................................................................................ 71

3 O TRABALHO COM MEDIDAS LINEARES E ANGULARES ................... 75

Histórico ............................................................................................................................. 77

As unidades do Sistema Internacional de Unidades – SI ....................................... 78

Unidades fora do Sistema Internacional de Unidades ............................................ 84

Unidades de medida angular .......................................................................................... 85

Algarismos significativos .................................................................................................. 87


Unidades de medida do Sistema Inglês ......................................................................... 93

Conversão de polegada em milímetro, de dimensões com tolerâncias ................ 93

Praticando ............................................................................................................................ 95

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 97


Prezado aluno,

Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse momento
em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país: o SENAI. Há
mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada para o desenvolvimento
tecnológico da indústria brasileira e da formação profissional de jovens e adultos.

Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar com uma
visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio do conteúdo
técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia, proatividade,
capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas de mudanças no
processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis flexíveis e polivalentes,
assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o comprometimento com os
resultados.

Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá de você a
atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade de uma formação
consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos essenciais à auto-aprendizagem.

Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação se
organizem de forma flexível e ágil, motivos esses que levaram o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo uma
formação flexível e modularizada.

Essa formação flexível tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade à sua
educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu
desenvolvimento, você poderá contar com o apoio técnico-pedagógico da equipe de educação dessa
escola do SENAI para orientá-lo em seu trajeto.

Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.

Seja bem-vindo!

Andréa Marinho de Souza Franco

Diretora de Educação
Sistema de Unidades de Medida – Apresentação

Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante. Mesmo
as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo desafios
renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de encontrar novas
e rápidas respostas.

Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem atualização
constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se nessas novas
demandas sociais.

É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação profissional, as
condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e aprender, favorecendo o
trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros aspectos, ampliando suas
possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.

Com essa perspectiva concebemos o Curso de controle dimensional - Modalidade de


caldeiraria e tubulação que você está iniciando e elaboramos o material didático impresso que vai
acompanhá-lo ao longo deste curso.

O material foi estruturado em dez volumes, todos com o objetivo de apoiá-lo em seus estudos e
ajudá-lo em vários momentos e situações. Eles podem ser usados para você acompanhar os conteúdos
tratados em sala de aula, para estudar em casa e reforçar seus conhecimentos, para realizar exercícios
de fixação, consultar um determinado assunto, realizar trabalhos individuais ou em grupos etc.

O primeiro volume desse conjunto de materiais é o que está agora em suas mãos, para esse início
de curso. Folheie-o e observe cada um dos seus componentes. Veja que ele está organizado em dois
blocos de conteúdos que tratam de assuntos necessários a um Inspetor de Controle Dimensional:
principais termos empregados na área; medidas lineares e angulares usadas nessa atividade. Como
você pode ver, esses conteúdos são instrumentais para o dia-a-dia de trabalho de um inspetor, razão
pela qual o primeiro material vai acompanhá-lo ao longo do curso e também durante o exercício de sua
profissão, como uma importante fonte de consulta.

Desejamos que a realização deste curso, com o apoio deste material, seja mais uma oportunidade
para você enriquecer a sua formação profissional e se capacitar para enfrentar os desafios do mundo
do trabalho.

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Sistema de Unidades de Medida – Uma Palavra Inicial

Uma palavra inicial


Meio ambiente...

Saúde e segurança no trabalho...

O que é que nós temos a ver com isso?

Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a relação entre
o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e da segurança no trabalho.

As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços


necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam usar
recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente decorrem do tipo
de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como produz.

É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos sempre
retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de volta ao ambiente
natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir bens, altera-se o equilíbrio
dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos naturais que não são renováveis
ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade da extração, superior à capacidade
da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de curto e longo prazos, para diminuir os
impactos que o processo produtivo causa na natureza. Além disso, as indústrias precisam se preocupar
com a recomposição da paisagem e ter em mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que
vive ao redor delas.

Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o problema


da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é bastante complexa,
pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande região, dependendo dos
ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando difícil localizar, com precisão, a
origem do problema. No entanto, é importante repetir que quando as indústrias depositam no solo os
resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento em rios, lagoas e demais corpos hídricos causam
danos ao meio ambiente.

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a falha básica
de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas através de processos

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Sistema de Unidades de Medida – Uma Palavra Inicial

de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos. Fabricam-se produtos de utilidade


limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos aterros. Produzir, consumir e dispensar bens
dessa forma, obviamente, não é sustentável.

Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”) são absorvidos
e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias não tem aproveitamento
para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser fatal. O meio ambiente pode
absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas, da mesma forma que a Terra possui uma
capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua capacidade de receber resíduos também é
restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente não existe.

Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que considerem
a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isso quer dizer que se devem adotar
práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o uso de matérias-primas
e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.

Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de recursos
é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade, possibilidade de
conserto e vida útil dos produtos.

As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também buscar novas formas
de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-primas.
Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.

É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós (o público,
as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais desejáveis e trabalhar
com elas.

Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando


acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios — sejam estes financeiros, para sua
reputação ou para sua segurança.

A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de pessoas
bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que melhorem a
capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de forma sustentável.

Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana provocados
pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos produtivos alguns riscos
à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho é uma questão que preocupa os
empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências acabam afetando a todos.

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no trabalho,


usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos empregadores prover a
empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar as condições da cadeia produtiva
e a adequação dos equipamentos de proteção.

A redução do número de acidentes só será possível à medida que cada um – trabalhador, patrão e

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Sistema de Unidades de Medida – Uma Palavra Inicial

governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar a segurança de


todos.

Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e, portanto, é
necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o meio ambiente,
sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores, propondo alternativas
que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.

Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países, empresas e
indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm desenvolvendo ações que
contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde. Mas isso ainda não é suficiente...
faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso recurso que pode e deve ser usado em tal
direção. Assim, iniciamos este material conversando com você sobre o meio ambiente, saúde e
segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício profissional diário, você deve agir de forma
harmoniosa com o ambiente, zelando também pela segurança e saúde de todos no trabalho.

Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, a saúde e a segurança no trabalho
– o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é responsável.
Vamos fazer a nossa parte?

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O curso de
qualificação em
controle dimensional
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

O curso de qualificação em controle


dimensional
O conceito de qualidade é tão antigo quanto o homo faber, isto é, o homem que fabrica. O primeiro
machado de pedra lascada tinha que atender tão plenamente o objetivo para o qual fora fabricado
quanto o mais moderno equipamento de um projeto espacial.

O machado de pedra lascada era avaliado a olho e, se falhasse em serviço, poderia custar a vida do
seu dono, tal como os equipamentos industriais mais modernos, sendo que a avaliação dos equipamentos
atuais não pode ser feita a olho. Ao contrário, exige o emprego de instrumentos sofisticados e de
profissionais altamente capacitados para o uso desses instrumentos e para a adequada interpretação
das técnicas. Daí a necessidade de um curso de qualificação em controle dimensional, como este que
você inicia agora.

Veja, então, como o curso foi organizado em conformidade com a Norma da PETROBRAS
N-2109, de set/98, cujo trecho considerado mais importante para você neste momento foi incluído
ao final deste item, para seu conhecimento e eventuais consultas.

Objetivo
Qualificar pessoal para atuar como Inspetor de Controle Dimensional de nível 2 da PETROBRAS,
responsável pela execução dessa atividade, na modalidade de caldeiraria e tubulação.

A quem se destina
O curso foi elaborado para aqueles que, como você, pretendem candidatar-se a Inspetor de Controle
Dimensional de Nível 2, conforme estabelece a Norma da PETROBRAS de N-2109, de set/98.

Para tanto, você deve satisfazer a uma das três alternativas de requisitos mínimos de escolaridade
e de experiência profissional estabelecidas na norma aqui referida e apresentadas no quadro a seguir:

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Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Qualificação e m A lte rnativa A A lte rnativa B A lte rnativa C


Controle Curso técnico de 2o grau e 3 anos de 1o grau e 5 anos de
Dime nsional m ecânica, experiência experiência
Níve l 2 m etalurgia ou
construção civil e 1
ano de experiência

Conteúdo
O conteúdo a ser trabalhado pelo aluno deste curso de qualificação profissional foi estabelecido no
Anexo B da Norma PETROBRAS N-2109, de set/98. Compreende os seguintes assuntos:

- a atividade de controle dimensional e as atividades do profissional;

- terminologia específica da atividade;

- unidades de medidas lineares e angulares;

- desenho técnico;

- noções de estatística;

- inspeção por amostragem;

- instrumentos metrológicos específicos;

- medição de espessura por ultra-som;

- equipamentos como tanques, vasos de pressão, tubulações e estruturas metálicas;

- garantia de qualidade;

- confiabilidade metrológica;

- laboratórios de controle dimensional;

- procedimentos de controle dimensional;

- recebimento de materiais;

- componentes de tubulações;

- tubulações;

- estruturas marítimas fixas de aço;

- aulas práticas com instrumentos específicos de caldeiraria e tubulação;

- familiarização e interpretação de normas técnicas relativas a caldeiraria e tubulação.

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Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Material didático impresso


O conteúdo do curso foi estruturado em dez unidades, sendo cada uma delas tratada em um
material didático específico, como mostra o quadro que segue.

Em cada um desses materiais você encontrará textos com os conteúdos especificados e também
exercícios que vão ajudá-lo a fixar o que estudou.

O material foi concebido de modo a apoiar os seus estudos, podendo ser usado para você acompanhar
as aulas, realizar estudos de reforço, leituras complementares, exercícios de fixação, trabalhos individuais
ou em grupos e até para você fazer consultas em seu cotidiano de trabalho.

Mate rial impre sso Blocos de conte údos

O controle dim ensional


U nidade I Term inologia fundam ental e geral de m etrologia
Trabalho com m edidas lineares e angulares

U nidade II Desenho técnico

Noções de estatística
U nidade III
Inspeção por am ostragem

Instrum entos m etrológicos específicos


U nidade IV
Medição de espessura por ultra-som

U nidade V Tanques e vasos

U nidade V I Tubulações

Estruturas m etálicas
U nidade V II
Estruturas m arítim as fixas de aço

U nidade V III Garantia de qualidade

U nidade IX Confiabilidade de controle dim ensional

U nidade X Procedim entos para controle dim ensional

Avaliação do aluno
A avaliação da aprendizagem do aluno deste curso está fundamentada no projeto pedagógico do
Senai-RJ e será realizada por meio de duas modalidades:

• a avaliação formativa, que será enfatizada neste curso, prevê a avaliação do aluno contínua e
sistematicamente durante todo o processo. Está voltada para corrigir rumos e reorientar esse processo,
sempre que necessário, favorecendo a construção do conhecimento. É ela que fornecerá dados sobre
os alunos, sobre o desenvolvimento da aprendizagem de cada um, em que aspectos encontraram

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Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

dificuldades, que competências precisam ser adquiridas etc. Para atingir esse fim, o aluno será avaliado,
especialmente, por meio de exercícios teóricos e práticos e de sua participação nas aulas;

• a avaliação somativa, que serve para sistematizar os conhecimentos adquiridos pelo aluno,
constatar e registrar os resultados de sua aprendizagem, de modo a demonstrar as competências que
adquiriu. Neste curso, a avaliação somativa vai fornecer as indicações necessárias para a concessão
dos certificados de aproveitamento e será realizada por meio dos seguintes instrumentos: teste teórico
e prático e controle diário da presença do aluno.

A Norma PETROBRAS N-2109, de


set/98
P ET ROBRA S N-2109 R E V-C SET /98

CONT ROLE DIMENSIONA L – QUA LIFICA ÇÃ O DE P ESSOA L

P rocedimento

Esta Norm a substitui e cancela a sua revisão anterior.

Esta Norm a é a Revalidação da revisão anterior.

Cabe à CO NT EC – Subcom issão A utora, a orientação quanto à interpretação do texto desta Norm a.
O Ó rgão da PET RO BRA S usuário desta Norm a é o responsável pela adoção e aplicação dos itens da
m esm a.
CONT EC
Re quisito Mandatório: Prescrição estabelecida com o a m ais adequada e que deve ser utilizada
Com issão de
estri tam ente em conform i dade com esta N orm a. U m a eventual resol ução de não segui -l a (“não-
Norm as T écnicas
conform idade” com esta Norm a) deve ter fundam entos técnicos-gerenciais e deve ser aprovada e
registrada pelo Ó rgão da PET RO BRA S usuário desta Norm a. É caracterizada pelos verbos: dever, ser,
SC-27
exigir, determ inar e outros verbos de caráter im positivo.
Ensaios Não-
destrutivos
P rá t ica R e come nda da (nã o-ma nda t ória ): P r escr i ção que po de ser uti l i zada nas co ndi çõ es
previstas por esta Norm a, m as que adm ite (e adverte sobre) a possibilidade de alternativa (não escrita
nesta N o r m a) m ai s adequada à apl i cação especí fi ca. A al ter nati va ado tada deve ser apr o vada e
r eg i s tr ad a p el o Ó r g ão d a P E T R O BR A S u s u ár i o d es ta N o r m a. É car acter i z ad a p el o s v er b o s :
recom endar, poder, sugerir e aconselhar (verbos de caráter não-im positivo). É indicada no texto pela
expressão: [Prática Recom endada].

C ó p i as d o s r eg i str o s d as “não - co nfo r m i d ad es” co m esta N o r m a, q ue p o ssam co ntr i b ui r p ar a o


aprim oram ento da m esm a, devem ser enviadas para a CO NT EC - Subcom issão A utora. A s propostas
para revisão desta Norm a devem ser enviadas à CO NT EC - Subcom issão A utora, indicando a sua
identificação alfanum érica e revisão, o item a ser revisado, a proposta de redação e a justificativa
técnico-econôm ica. A s propostas são apreciadas durante os trabalhos para alteração desta Norm a.

A presentação

A s norm as técnicas PET RO BRA S são elaboradas por Grupos de Trabalho-GTs (form ados por especialistas da Com panhia e das
suas Subsidiárias), são com entadas pelos Representantes Locais (representantes das U nidades Industriais, Em preendim entos
de Engenharia, Divisões T écnicas e Subsidiárias), são aprovadas pelas Subcom issões A utoras - SCs (form adas por técnicos de
um a m esm a especialidade, representantes das Superintendências dos Ó rgãos da Com panhia e de suas subsidiárias) e aprovadas
p el o p l enár i o d a C O N T EC (fo r m ad o p el o s r ep r esentantes d as Sup er i ntend ênci as d o s Ó r g ão s d a C o m p anhi a e d as suas
Subsi di ár i as, usuár i o s das no r m as). U m a no r m a técni ca PET RO BRA S está suj ei ta a r evi são em qual quer tem po pel a sua
Subcom issão A utora e deve ser reanalisada a cada 5 (cinco) anos para ser revalidada, revisada ou cancelada. A s norm as técnicas
PET RO BRA S são elaboradas em conform idade com a norm a PET RO BRA S N-1. Para inform ações com pletas sobre as norm as
técnicas PET RO BRA S, ver Catálogo de Norm as T écnicas PET RO BRA S.

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Prefácio
Esta Norma PETROBRAS N-2109 REV. C SET/98 é a Revalidação da Norma PETROBRAS
N-2109 REV. B DEZ/97 incluindo emenda de AGO/98, não tendo sido alterado o seu conteúdo.

1. Objetivo
1.1. Esta Norma fixa as condições mínimas exigíveis para qualificação de pessoal responsável pela
execução das atividades relativas a controle dimensional.

1.2. Esta Norma se aplica a qualificações de pessoal realizadas após a data de sua emissão.

1.3. Esta Norma contém somente Requisitos Mandatórios.

2. Documentos complementares
Os documentos mencionados a seguir são citados no texto e contêm prescrições válidas para a
presente Norma.

Resolução CONMETRO 12/88 de 23/08/88 (DOU 12/10/88) - Regulamentação Metrológica e


Quadro Geral de Unidades de Medidas;

Portaria n° 029, de 10/03/95, do M.I.C.T;

PETROBRAS N-47 - Levantamento Topográfico;

PETROBRAS N-76 - Materiais de Tubulação - Padronização;

PETROBRAS N-115 - Fabricação, Montagem e Condicionamento de Tubulações Industriais;

PETROBRAS N-243 - Montagem e Condicionamento de Bombas Centrífugas Horizontais;

PETROBRAS N-269 - Montagem de Vasos de Pressão;

PETROBRAS N-271 - Fabricação e Montagem de Tanques de Armazenamento;

PETROBRAS N-293 - Fabricação e Montagem de Estruturas Metálicas;

PETROBRAS N-1041 - Cadastramento de Imóveis Físicos em Levantamento Topográfico Cadastral;

PETROBRAS N-1594 - Execução de Ensaio Não-Destrutivo - Ultra-Som;

PETROBRAS N-1637 - Montagem e Condicionamento de Forno;

PETROBRAS N-1644 - Construção de Fundações e Estruturas de Concreto Armado;

PETROBRAS N-1651 - Montagem e Condicionamento de Redutores de Velocidade;

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PETROBRAS N-1652 - Montagem e Condicionamento de Bombas Centrífugas Verticais;

PETROBRAS N-1653 - Montagem e Condicionamento de Compressores Centrífugos e Axiais;

PETROBRAS N-1654 - Montagem e Condicionamento de Turbinas a Vapor Especiais;

PETROBRAS N-1655 - Montagem e Condicionamento de Compressores Alternativos;

PETROBRAS N-1764 - Montagem e Condicionamento de Turbinas a Vapor de Uso Geral;

PETROBRAS N-1807 - Medição de Recalques de Fundações no Teste Hidrostático de


Equipamentos;

PETROBRAS N-1811 - Instalação de Referência de Nível Profunda (RNP);

PETROBRAS N-1823 - Montagem de Caldeira Aquotubular;

PETROBRAS N-1826 - Recebimento e Armazenamento de Equipamentos Mecânicos;

PETROBRAS N-1852 - Fabricação e Montagem de Estruturas Marítimas Fixas de Aço;

PETROBRAS N-2007 - Montagem e Condicionamento de Turbina a Gás;

PETROBRAS N-2232 - Válvula Gaveta de Aço Especificação Fundido e Forjado;

PETROBRAS N-2247 - Válvula Esfera em Aço para Uso Geral e “Fire-Safe”;

ABNT NBR 5425 - Guia para Inspeção de Amostragem no Controle e Certificação da


Qualidade;

ABNT NBR 5426 - Planos de Amostragem e Procedimentos na Inspeção por Atributos;

ABNT NBR 5427 - Guia para Utilização da NB-309-01 - Planos de Amostragem e


Procedimentos na Inspeção por Atributos;

ABNT NBR 5428 - Procedimentos Estatísticos para Determinação da Validade de Inspeção


por Atributos feita pelos Fornecedores;

ABNT NBR 5863 - Rolamentos Axiais de Esferas com Faces Planas;

ABNT NBR 5868 - Rosca Métrica Trapezoidal ISO;

ABNT NBR 5870 - Saída de Rosca;

ABNT NBR 5876 - Terminologia e Simbologia de Roscas;

ABNT NBR 5891 - Regras de Arredondamento na Numeração Decimal;

ABNT NBR 6158 - Sistemas de Tolerância e Ajustes;

ABNT NBR 6160 - Roscas de Métrica ISO-Tolerância;

ABNT NBR 6167 - Módulos de Engrenagem Cônicas;

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Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

ABNT NBR 6173 - Terminologia de Tolerâncias e Ajustes;

ABNT NBR 6174 - Definições Gerais de Engrenagens;

ABNT NBR 6371 - Afastamentos Permitidos para as Medidas sem Tolerâncias Indicadas
em Peças Usinadas;

ABNT NBR 6388 - Relógios Comparadores com Leitura de 0,01mm;

ABNT NBR 6393 - Paquímetros com Leitura em 0,01mm e 0,05mm;

ABNT NBR 6394 - Determinação da Dureza Brinnel de Materiais Metálicos;

ABNT NBR 6405 - Rugosidade das Superfícies;

ABNT NBR 6409 - Tolerâncias de Forma e Tolerâncias de Posição;

ABNT NBR 6414 - Rosca Whitworth - Gás;

ABNT NBR 6670 - Micrômetros Externos com Leitura em 0,01mm;

ABNT NBR 8007 - Balanceamento;

ABNT NBR 8008 - Balanceamento de Corpos Rígidos Rotativos - Qualidade;

ABNT NBR 8225 - Calibradores de Roscas para Rosca Métrica ISO;

ABNT NBR ISO 9001 - Sistema da Qualidade – Modelo para Garantia da Qualidade em Projeto,
Desenvolvimento, Produção, Instalação e Serviços Associados;

ABNT NBR ISO 9002 - Sistema da Qualidade - Modelo para Garantia da Qualidade da
Produção, Instalação e Serviços Associados;

ABNT NBR ISO 9003 - Sistemas da Qualidade - Modelo para Garantia da Qualidade em
Inspeção e Ensaios Finais;

ABNT NBR ISO 9004 - Gestão da Qualidade e Elementos do Sistema da Qualidade;

ABNT NBR 9527 - Rosca Métrica ISO;

ANSI SB 21 - Símbolos de Engrenagem;

ANSI B 16.5 - Steel Pipe Flangees and Flanged Fittings;

ANSI B 16.11 - Forged Steel Fitting, Socket Welding End;

ANSI B 31.3 - Chemical Plant and Petroleum Refinary Piping;

API Spec. 5B - Specification for Threading, Gaging and Thread Inspection of Casing,
Tubing and Line Pipe Threads;

API RP 5B1 - Recommended Pratice for Gaging and Inspection of Casing, Tubing
and Line Pipe Threads;

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API Spec. 5L - Specification for Line Pipe;

API Spec. 5LX - Specification for High - Test Line Pipe;

API Spec. 7 - Specification for Rotary Drilling Equipment;

API Std 610 - Centrifugal Pumps for General Refinary Services;

API Std 611 - General Purpose Steam Turbines for Refinary Services;

API Std 612 - Special Purpose Steam Turbines for Refinary Services;

API Std 613 - Special Purpose Gear Units for Refinary Services;

API Std 616 - Type H Industrial Combustion Gas Turbines for Refinary Services;

API Std 617 - Centrifugal Compressors for General Refinary Services;

API Std 618 - Reciprocating Compressors for General Refinary Services;

API Std 679 - Type G Industrial Combustion Gas Turbines for Refinary Services;

Asme Sec. VIII - Div. 1 e 2 - Rules for Construction of Pressure Vessels;

AWS D 1.1 - Structural Welding Code - Steel;

DIN 861 - Slips Gauges;

DIN 862 - Vernier Callipers;

DIN 863 - Measuring Gauges;

DIN 874 - Steel Straight Edges, Knife Edge Straight Edges;

DIN 875 - Steel Squares 90º;

DIN 876 - Surfaces Plates;

DIN 877 - Richtwaagen;

DIN 878 - Dial Gauges;

ISO 1101 - Technical Drawing Geometrial, Tolerancing - Tolerance of Form, Orientation,


Location and Run-Out Generalities, Definitions, Symbols, Indications on
Drawings;

ISO 1925 - Balancing - Vocabulary;

ISO 1940 - Mechanical Vibration Balance Quality Requirements of Rigid Rotors;

ISO 2372 - Mechanical Vibration of Machines With Operating Speeds from 10 to 200
Rev/s-Basis for Specifying Evaluation Standards;

ISO 2692 - Technical Drawing Geometrical Tolerancing Maximum Material Principles;

26 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

ISO 5406 - The Mechanical Balancing of Flexible Rotors;

ISO 7083 - Technical Drawing Symbols for Geometrical Tolerancing, Proportions and
Dimensions;

ISO 8402 - Quality Management and Quality Assurance;

MIL STD 102-50 - Inspection Gages.

3. Definições

3.1. Candidato

Pessoa não qualificada que satisfaz aos itens 4.1, 4.2, 4.3, 4.4.1 e 4.4.2 desta Norma.

3.2. Profissional de Controle Dimensional

Profissional qualificado e autorizado a exercer as atividades relativas ao controle dimensional


indicadas no ANEXO A.

4. Condições gerais

4.1. Escolaridade

4.1.1. O candidato a qualificação em controle dimensional deve possuir o diploma ou certificado


reconhecidos de conclusão dos cursos indicados na TABELA 1.

4.2. Experiência Profissional

4.2.1. O candidato a qualificação em controle dimensional deve ter experiência comprovada, na


modalidade prevista, de acordo com a TABELA 1.

4.3. Treinamento

4.3.1 O candidato a qualificação em controle dimensional nível 1 deve satisfazer aos requisitos de
treinamento teórico e prático citados no ANEXO B, para a modalidade prevista conforme
citado em 4.5.1, com aproveitamento mínimo de 70% na prova teórica e 80% na prova
prática.

SENAI/RJ - 27
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Notas:

1) No ANEXO B estão citados apenas os tópicos de treinamento necessário às modalidades. Não


estão especificados aqueles que são parte da formação básica necessária aos candidatos, tais como
matemática, desenho geométrico e física.

2) As cargas horárias constantes no ANEXO B são as mínimas necessárias para o treinamento,


previsto em 4.3.1, 4.3.2 e 4.3.3.

Tabela 1 – Requisitos mínimos de escolaridade/experiência profissional

Qualificação
e m Controle A lte rnativa A A lternativa B A lternativa C
Dime nsional

4o série do 1o grau e
2o grau e 1 ano de 1o grau e 2 anos
Nível 1 3 anos de
experiência de experiência
experiência

Curso técnico de
m ecânica,
2o grau e 3 anos 1o grau e 5 anos de
Nível 2 m etalurgia ou
de experiência experiência
construção civil e 1
ano de experiência

Curso técnico de
m ecânica,
Curso superior de
m etalurgia ou 2o grau e 6 anos de
Nível 3 engenharia e 1 ano
construção civil e 4 experiência
de experiência
anos de
experiência

4.3.2. O candidato a inspetor de controle dimensional nível 3 deve satisfazer aos requisitos de
treinamento teórico/prático citados no ANEXO B, para duas modalidades exigidas, conforme 4.5.3
com aproveitamento mínimo de 70% na prova teórica e 80% na prova prática.

4.4. Acuidade Visual

4.4.1. O candidato de controle dimensional deve ter acuidade visual, natural ou corrigida, avaliada
pela capacidade de ler as letras J-1 do padrão JAEGER para visão próxima, a 40cm de
distância ou pelo emprego de método equivalente.

4.4.2. candidato de controle dimensional deve ter acuidade visual para visão longínqua, natural ou
corrigida, igual ou superior a 20/40 da escala SNELLEN.

28 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

4.4.3. A acuidade visual do profissional de controle dimensional deve ser avaliada anualmente,
conforme 4.4.1.e 4.4.2.

4.5. Qualificação

4.5.1. Os candidatos de controle dimensional níveis 1 e 2 devem se submenter à prova de


conhecimentos teóricos e práticos, com base no programa de treinamento, citado no ANEXO
B para a modalidade que é função de sua área de atuação.

4.5.1.1. Estão previstas qualificações nas modalidades: mecânica, caldeiraria e tubulação,


montagem de máquinas, recebimento e expedição de materiais, roscas de perfuração
e produção de petróleo e topografia industrial.

4.5.1.2. A qualificação dos profissionais em controle dimensional níveis 1 e 2 é inerente a


cada modalidade, exceto as modalidades de recebimento e expedição de materiais e
roscas de perfuração e produção de petróleo, que compreendem apenas o nível 2.

4.5.2. O candidato de controle dimensional nível 3 deve se submeter à prova de conhecimentos


teóricos com base no programa de treinamento citado no ANEXO B e ser qualificado em
pelo menos duas modalidades de inspetor de controle dimensional nível 2, sendo a modalidade
de mecânica obrigatória.

4.5.3. O candidato é considerado qualificado se obtiver nota igual ou superior a 7 (sete) em 10 (dez),
em cada prova de conhecimentos teóricos e demonstrar capacidade na prova de conhecimentos
práticos.

4.5.4. O candidato que não for qualificado só pode apresentar-se para nova qualificação após
retreinamento, de acordo com 4.3 e decorridos de 30 a 90 dias, conforme o aproveitamento
obtido.

4.6. Requalificação

4.6.1. A interrupção das atividades profissionais de controle dimensional por período superior a 2
(dois) anos implica na requalificação do profissional.

4.6.2. A constatação de inabilidade na execução dos serviços durante as atividades profissionais


implica em necessidade de requalificação do profissional.

SENAI/RJ - 29
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo A – Atividades exercidas pelo profissional de controle dimensional


MC - Mecânica;

CL - Caldeiraria e Tubulação;

MQ - Montagem de Máquina;

MT - Recebimento e Expedição e Materiais;

RO - Rosca de Perfuração e Produção de Petróleo;

TO - Topografia Industrial.

A tividades Níveis de qualificação/modalidade

Item 2 1
Descrição 3
MC CL MQ TO MT RO MC CL MQ TO

Elaboração e m anutenção do plano de


1 X
calibração dos instrum entos/equipam entos.

Elaboração de procedim entos de calibração


2 X
de instrum entos e equipam entos.

Seleção dos padrões de referência para


3 X X X X X
calibração dos instrum entos e equipam entos.

4 Supervisão do sistem a de m edição e ensaios. X

5 A uditoria do sistem a de m edição e ensaios. X

Estabelecer um plano de inspeção


dim ensional para os produtos de um a linha
6 X
de fabricação seriada ou para as etapas de
construção e m ontagem .

7 Estabelecer instrução de uso de instrum entos. X

Elaborar procedim entos de controle


8 X X X X X X X
dim ensional.

Calibração dos instrum entos/equipam entos,


com preendendo: calibração dos instrum entos
9 X X X X X X X
e equipam entos e supervisão, quando feita
por terceiros.

Estabelecer condições de arm azenam ento dos


10 X X X X X X X
instrum entos e equipam entos.

11 A nalisar certificados de calibração. X X X X X X X

Conhecer e saber consultar norm as que


12 estabeleçam requisitos de controle X X X X X X X
dim ensional.

O bservância da periodicidade m áxim a de


13 X X X X X X X X X X
calibração definida para cada equipam ento.

30 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo A (continuação) – Atividades exercidas pelo profissional de controle


dimensional

A tividade s Níveis de qualificação/modalidade

Item 2 1
Descrição 3
MC CL MQ TO MT RO MC CL MQ TO

Calibração de instrum entos com os padrões


14 de uso de acordo com um m étodo pré- X X X X X X X X X X X
estabelecido (Calibração).

Interpretar, utilizar e aplicar procedim entos


15 X X X X X X X X X X X
de controle dim ensional.

Em itir relatórios de controle dim ensional,


16 X X X X X X X X X X X
inform ando os resultados encontrados.

Em itir laudos de aceitação, rej eição e


17 X X X X X X X
relatório de não-conform idade.

Definir um plano de am ostragem de controle


18 X X X X X X
dim ensional.

Executar m edições em peças e com ponentes


19 X X X X X X X X X
usinados.

Interpretação de folgas e aj ustes em peças


20 X X X X
usinadas.

21 Executar controle dim ensional de roscas. X X X X X X

Identificar graus de acabam ento de


22 X X X X X
superfícies.

Verificar tolerância geom étrica de peças e


23 X X
com ponentes.

24 Traçagem de peças a serem usinadas. X X

Executar inspeções de qualquer grau de


25 com plexidade em peças e com ponentes X X X
usinados.

Medir prum o, nivelam ento e alinham ento de


26 XX X X X
tubulações industriais.

Medir circularidade, prum o, nivelam ento,


27 XX X X X
ovalização e curvatura de equipam entos.

SENAI/RJ - 31
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo A (continuação) – Atividades exercidas pelo profissional de controle


dimensional

A tividades Níveis de qualificação/modalidade

Item 2 1
Descrição 3
MC CL MQ TO MT RO MC CL MQ TO

Medir bocais, bocas de visita, porta de


28 lim peza, válvulas e posicionam ento de XX X X X
conexões.

Medir prum o, flecha, contra-flecha, em peno e


29 XX X X X X
torção de vigas e colunas.

Medir esquadro, espessuras de chapas,


30 conform ação (gabarito) em tubos e XX X X X
equipam entos industriais.

Medir orientação de equipam entos (posição


31 XX X X X
de conexões e acessórios).

Medir biséis, desalinham ento, em bicam ento e


32 XX X X X
deform ação angular de juntas soldadas.

Medir espessura de m ateriais, utilizando


33 aparelho de m edição de espessura por ultra- XX X X X
som .

Executar m edições de esquadro, conform ação


34 e espessuras de chapas, tubos e XX X X X
equipam entos.

Elaborar gabaritos para verificação de


35 XX X X
equipam entos.

Medir e locar bocais, válvulas, acessórios e


36 XX X X
conexões de tubulação.

Medir locação e orientação de equipam entos,


37 XX X X
a partir de m arcos auxiliares.

Medir prum o e nivelam ento de


38 equipam entos, acessórios e tubulação XX X X X X
industrial.

Executar m edição em nó de estruturas


39 XX X
tubulares.

Executar m edições de qualquer grau de


40 com plexidade em com ponentes de XX X
caldeiraria.

32 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo A (continuação) – Atividades exercidas pelo profissional de controle


dimensional

A tividades Níveis de qualificação/modalidade

Item 2 1
Descrição 3
MC CL MQ TO MT RO MC CL MQ TO

Medir nivelam ento, alinham ento e prum o de


41 m áquinas, bem com o de suas bases, XX X X X X
chum badores, com ponentes e acessórios.

42 Medir vibração e rotação de m áquinas. XX X

Capacidade para analisar vibrações e suas


43 XX X
causas.

Capacidade para balancear rotores de


44 XX X
m áquinas.

Medir prum o, locação, controle de recalque,


45 orientação e alinham ento de equipam entos, XX X X
tubulações e estruturas.

Executar a locação e nivelam ento de bases de


46 equipam entos industriais e posicionam ento XX X X
de chum badores.

Medir alinham ento e declividade de canais,


47 canaletas, pavim entos e tubulações de XX X X
drenagem industrial.

Medir locação, cota e nivelam ento de


48 pontilhões, suportes de tubulação pré- XX X X
soldados.

Medir posicionam ento quanto a nivelam ento,


49 alinham ento e prum o de form as de XX X X
estruturas de concreto.

Executar levantam ento batim étrico para


50 XX X X
pequenas lâm inas d´água.

Executar transferência de RN (transferência


51 XX X X
de nível).

Execução de caderneta de cam po em


52 XX X X
levantam ento topográfico.

SENAI/RJ - 33
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo A (conclusão) – Atividades exercidas pelo profissional de controle


dimensional

A tividade s Níve is de qualificação/modalidade

Ite m 2 1
De scrição 3
MC CL MQ TO MT RO MC CL MQ TO

Locar m arcos auxiliares e estacas de


53 XX X
oleodutos e ruas.

Executar a locação e/ou transferência de


54 XX X
m arcos principais e secundários num a obra.

Executar qualquer cadastram ento ou


55 levantam ento topográfico, tal com o: XX X
batim étrico, planialtim étrico.

56 Cálculo de caderneta de cam po. XX X

Correlacionar coordenadas geográficas com


57 XX X
planas através do sistem a U T M.

58 Levantam ento e cálculo de corte e aterro. XX X

59 Cálculo e locação de curvas verticais. XX X

Executar m edições básicas no recebim ento e


60 expedição de equipam entos e acessórios XX X
industriais.

Identificar características e executar controle


61 dim ensional com pleto nos itens de roscas de XX X
perfuração e produção de petróleo.

Executar calibração de calibradores de


62 XX X
trabalho "WO RKING GA GE".

1) O símbolo “X” indica a atividade que o inspetor de controle dimensional


da modalidade pode exercer.

2) O símbolo “XX” indica a atividade que o examinador nível 3 pode exercer


se ele for qualificado na modalidade que lhe dá direito.

3) Este rol de atividades não pretende listar todas as possíveis atividades de


inspetor de controle dimensional, mas pretende caracterizar sua área de
atuação.

34 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B – Programa de Treinamento

São usadas as seguintes abreviações:

MC – Mecânica;

CL – Caldeiraria e Tubulação;

MQ – Montagem de Máquinas;

MT – Recebimento e Expedição de Materiais;

RO – Roscas de Perfuração e Produção de Petróleo;

TO – Topografia Industrial.

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níveis de qualificação/modalidade

Item A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

IN T R O D U Ç Ã O
- finalidade do controle dim ensional;
1 - cam po de aplicação; 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
- lim itações;
- atividades e responsabilidade do inspetor.

T ERMINO LO GIA CO NFO RME RESO LU ÇÃ O


2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
FEDERA L

U NIDA DES DE MEDIDA S LINEA RES E A NGU LA RES


E A RREDO NDA MENT O
- sistem a internacional de unidades (SI);
- sistem a inglês;
3 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
- sistem a angular sexagesim al;
- conversão de unidades;
- resolução CO NMET RO 12/88;
- algarism os significativos.

D E S E N H O T É C N IC O
4 - interpretação de desenho técnico da m odalidade; 8 8 8 8 8 8
- interpretação de desenho de construção civil.

NO ÇÕ ES DE ESTAT ÍST ICA


- m édias;
- desvios;
5 - freqüências; 8 8
- apresentação gráfica;
- análise de resultados;
- distribuições norm ais.

SENAI/RJ - 35
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B (continuação) – Programa de Treinamento

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níveis de qualificação/modalidade

Item A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

INSPEÇÃ O PO R A MO ST RA GEM
- definições;
- plano com base no NQ A ;
6 - plano com base na Q L; 8 8 8 8 8
- am ostragem sim ples, dupla e m últipla;
- fam iliarização e interpretação das norm as
aiA BNT NBR 5425, 5426, 5427, 5428.

N O Ç Õ E S D E T O L E R Â N C IA E A J U S T E S
- definições;
- sistem a furo-base;
- sistem a eixo-base;
- qualidade de trabalho;
7 8 8 8
- posição e cam po de tolerância;
- representação gráfica;
- classes de ajustes;
- sistem a de ajuste ISO ;
- aplicações.

INST RU MENT O S MET RO LÓ GICO S


ESPECÍFICO S DE CA DA MO DA LIDA DE
- princípios de funcionam ento;
8 - escalas e divisões (resolução); 8 12 8 12 8 12 12 4 4 12
- precisão e exatidão;
- regras de m anuseio;
- calibração.

R O SC A S
- finalidade e aplicações;
- tipos e características;
- sim bologia; 2 4 2 4
9
- dim ensões controladas;
- noções de cálculo para o controle;
- instrum entos para controle dim ensional de
airoscas.

EN G R EN A G EN S
- finalidade e aplicações;
- tipos e características;
10 - dim ensões controladas; 6
- noções da cálculo para o controle;
- instrum entos para controle dim ensional de
aiengrenagens.

36 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B (continuação) – Programa de Treinamento

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níveis de qualificação/modalidade

Item A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

T EXT U RA SU PERFICIA L
- finalidade e aplicações;
- tipos e caraterísticas;
- noções da teoria da rugosidade;
11 - definições e parâm etros; 4 4 4 4
- critérios de avaliação da rugosidade
aie ondulação;
- aparelhos e instrum entos para
aiavaliar a textura superficial.

T O LERÂ NCIA S GEO MÉT RICA S


- erros de form a;
12 12
- erros de posição;
- procedim entos de inspeção.

DU REZA DO S MAT ERIA IS


- finalidade e aplicações;
- tipos e características;
13 - dureza Rockwell, Brinell, Vickers, 4 4
aiShore D e Shore A ;
- aparelhos e instrum entos de
aim edição de dureza.

MEDIÇÃ O DE ESPESSU RA PO R
U LT RA -SO M
- finalidade e aplicações;
- princípios básicos;
14 - características técnicas e tipos dos 4 4 4
aiequipam entos;
- calibração;
- procedim entos;
- norm a PET RO BRA S n-1594.

EQ U IPA MENT O S (TA NQ U ES,


V A SO S, D E P R ESSÃ O ,
T U BU LA ÇÕ ES E EST RU T U RA S
MET Á LICA S)
- noções de fabricação e m ontagem ;
15 8 8 4
- m ateriais em pregados;
- dim ensões e características
aicontroladas;
- procedim entos e instrum entos de
aicontrole dim ensional em pregados.

SENAI/RJ - 37
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B (continuação) – Programa de Treinamento

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níveis de qualificação/modalidade

Item A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

MÁ Q U INA S (BO MBA S, T U RBINA S,


CO MPRESSO RES, REDU T O RES E
MO T O RES)
- noções de fabricação e m ontagem ;
- m ateriais em pregados;
- dim ensões e características
aicontroladas;
16 8 16 4
- procedim entos e instrum entos de
aicontrole dim ensional em pregados;
- nivelam ento de bases e
aialinham ento de eixos (2);
- m edição de vibração e rotação (2);
- análise de vibração e
balanceam ento (1) e (2).

T O PO GRA FIA INDU ST RIA L


- m anuseio dos instrum entos
aiespecíficos da m odalidade;
- levantam entos e cadastram entos;
- coordenadas geográficas e planas
ai(sistem a U T M) (1);
- curvas verticais (1);
17 16 24
- batim etria;
- locação de obras:
• m arcos principais (1);
• m arcos secundários ou auxiliares.
- plano cotado;
- nivelam ento geom étrico;
- controle de recalque (1).

G A R A N T IA D A Q U A L ID A D E -
conceitos básicos;
- evolução histórica: o conceito da
aiqualidade;
- SGQ – o que são e o que
18 aiobjetivam ; 2 1 2 1 2 1 2 2 1 2 2
- Norm as Internacionais;
- SGQ na PET RO BRA S;
- SINMET RO – Sistem a Nacional de
aiMetrologia, Norm alização e
aiQ ualidade Industrial.

C A R A C T E R ÍS T IC A S E
IDENT IFICA ÇÃ O DA S RO SCA S
- A PI 5B (Buttress, Redonda,
19 aiLinepipe, Extrem e-Line); 8
- A PI 7 (Num ber conection, “Internal
aiflush” regular, full-hole);
- T DS; BDS; HY DRILL.

38 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B (continuação) – Programa de Treinamento

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níve is de qualificação/modalidade

Ite m A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

CO NFIA BILIDA DE MET RO LÓ GICA


- m anual de confiabilidade m etrológica;
- abrangência;
- descrição do sistem a;
- procedim entos de calibração;
- intervalos ou freqüência de calibração;
- rastreabilidade da calibração;
- ficha de acom panham ento dos
aiinstrum entos, adesivos, selos e
aietiquetas;
- ação corretiva;
- quantidade de instrum entos e
aidispositivos de m edição e teste;
20 - com pra de instrum entos; 28 4 4 4 4 4 4
- periodicidade da calibração;
- m anuseio;
- escolha do m últiplo para definição da
airesolução dos instrum entos;
- condições am bientais;
- treinam ento de inspetores e
aioperadores;
- procedim entos de m edição;
- hierarquia m etrológica;
- calibração;
- cálculos e análise de erros;
- histogram as e distribuições;
- certificado de calibração.

LA BO RAT Ó RIO S DE CO NT RO LE
DIMENSIO NA L
- características;
21 - organização; 4 2 2 2 2 2 2
- condições de arm azenam ento de
aipadrões e instrum entos;
- hierarquia entre laboratórios.

PRO CEDIMENT O S DE CO NT RO LE
DIMENSIO NA L
- escolha;
- elaboração;
22 - interpretação; 4 2 2 2 2 2 2
- aplicação;
- procedim entos de calibração (de uso e
aivalidação);
- procedim entos de m edição.

SENAI/RJ - 39
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B (continuação) – Programa de Treinamento

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níveis de qualificação/modalidade

Item A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

RECEBIMENT O DE MAT ERIA IS


- conceitos;
23 - procedim entos de m edição; 2
- docum entação no recebim ento e
aiexpedição.

VÁ LVU LA S
- tipos;
- aspecto físico;
24 2
- tipos de operação;
- princípios de funcionam ento;
- técnicas de inspeção.

CO MPO NENT ES DE T U BU LA ÇÕ ES
- tipos;
25 1 2 2
- verificação dim ensional no
airecebim ento.

T U BU LA ÇÕ ES
26 - norm as; 1 2 4
- dim ensional no recebim ento.

EST RU T U RA S MA RÍT IMA S FIXA S DE


A ÇO
27 - conceitos; 2 2
- m etodologia na inspeção dim ensional;
- critérios de aceitação.

A U LA PRÁ T ICA CO M INST RU MENT O S


28 ESPECÍFICO S A CA DA NÍVEL E 16 24 16 24 16 24 24 24 40 24
MO DA LIDA DE

NO RMA S T ÉCNICA S
- fam iliarização e interpretação das
aiseguintes norm as técnicas:

• PET RO BRA S N-115, N-269, N-271,


X X
aiN-293, N-1637, N-1852;

• PET RO BRA S N-243, N-1651, N-1652,


aiN-1653, N-1654, N-1655, N-1764, X X
aiN-2007;

• A BNT NBR 6167; NBR 6174;


X
aiNBR 6409;
29
• A BNT NBR-ISO 9001, 9002, 9003 e
X
ai9004;

• PET RO BRA S N-1826, N-1823; X X

• PET RO BRA S N-47, N-1041, N-1644,


X
aiN-1807, N-1811;

• PET RO BRA S N-1594; X X

• PET RO BRA S N-76, N-269, N-293,


X
aiN-2232, N-2247;

40 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Curso de Qualificação em Controle Dimensional

Anexo B (conclusão) – Programa de Treinamento

Tabela de tempo mínimo de treinamento dirigido (horas)

Níveis de qualificação/modalidade

Item A ssunto 3 MC CL MQ MT TO RO

1 2 1 2 1 2 2 1 2 2

• A BNT NBR 8007, NBR 8008; X

• A BNT SB-21, A BNT NBR 5876,


aiNBR 6160, NBR 6173, NBR 6394, X X
aiNBR 6414, NBR 8225, NBR 9527;

• A BNT NBR 6158, NBR 6371,


X X X
aiNBR 6405, NBR 6409;

• A BNT NBR 6388, NBR 6393,


X X X
aiNBR 6670;

• A BNT NBR 5425, NBR 5426,


X X X X X
aiNBR 5427, NBR 5428;

• A BNT NBR 5863, NBR 5868,


X X X X
aiNBR 5870, NBR 5891;

• A NSI B 31.3, A SME SEC. VIII,


X X
aiA WS D 1.1;

• A N SI B 1 6 . 5 , A N SI B 1 6 . 1 1 ; X X X X

• IS O 1 1 0 1 , IS O 2 6 9 2 , IS O 7 0 8 3 ; X

• A PI 6 1 0 , A PI 6 1 2 , A PI 6 1 3 , A PI 6 1 6 ,
aiA PI 617, A PI 618, A PI 679, ISO 1925, X
aiISO 1940, ISO 2372, ISO 5406;

• A PI 5B, A PI 7, A PI RP 5B.1; X

• D IN 8 6 1 , D IN 8 6 2 , D IN 8 6 3 , D IN 8 7 4 ,
aiDIN 875, DIN 876, DIN 877, DIN 878, X
aiMIL ST D 120-50;

• A PI 5LX; X

• A P I 5 L. X

T O TA L MÍNIMO DE HO RA S DE
44 32 105 44 85 38 97 103 50 99 71
T REINA MENT O

Observação:

1) Não se aplica ao nível 1.

2) Não se aplica à topografia.

3) As cargas horárias empregadas na familiarização de Normas Técnicas estão incluídas nos seus
respectivos assuntos deste ANEXO.

SENAI/RJ - 41
Introdução

1
Sistema de Unidades de Medida – Introdução

A atividade de controle dimensional

O desenvolvimento e a consolidação da cultura metrológica vem-se constituindo numa estratégia


permanente das organizações, uma vez que resulta em ganhos de produtividade, aumento de qualidade
dos produtos e serviços, redução de custos e eliminação de desperdícios. A construção de um senso
de cultura metrológica não é tarefa simples. Ao contrário, requer ações duradouras de longo prazo
e depende de treinamentos especializados e de uma ampla difusão dos valores da qualidade em toda
a sociedade.

Falar de controle dimensional é falar de metrologia e, conseqüentemente, de qualidade.

A metrologia é a ciência das medições. Ela abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos
às medições, qualquer que seja a incerteza. Está presente em qualquer campo da ciência e da tecnologia
e, portanto, em todas as atividades desenvolvidas pelo Homem.

O objeto de estudo da metrologia são os padrões, as grandezas e os sistemas de unidade. E seus


princípios básicos compreendem: confiabilidade da relação estabelecida entre qualquer quantidade
e seu padrão; escolha de unidades e grandezas fundamentais; uniformidade e coerência dos sistemas
utilizados.

Nos últimos tempos, as exigências impostas às atividades metrológicas vêm aumentando, nos
mais diferentes campos de conhecimentos. E hoje ela constitui uma importante ferramenta para
medir qualidade do produto ou serviço; para decidir sobre a aceitabilidade ou não dos resultados das
medições; controlar e melhorar processos produtivos; inspecionar e identificar problemas relacionados
a medições. Daí a metrologia exercer um papel decisivo e estratégico para a competitividade da
empresa em um mercado que a cada dia se torna mais globalizado, concorrendo de modo decisivo
para aumentar a demanda por profissionais especializados na área.

A metrologia é a base importante para a normalização e, por conseguinte, a associação das duas
– metrologia e normalização – conduz à qualidade de um produto ou de um serviço prestado, que
por sua vez está diretamente relacionada à qualidade dos parâmetros medidos. Normas voltadas

SENAI/RJ - 45
Sistema de Unidades de Medida – Introdução

para a qualidade, como, por exemplo, as da série ISO 9000, dão destaque à garantia da confiabilidade
metrológica. E órgãos como o INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial – tratam de controlar a fiscalização das unidades de medida, dos procedimentos
de medição, dos instrumentos de medir e dos padrões de calibração e verificação.

Portanto, uma vez que os procedimentos de medição e de calibração são essenciais e determinantes
da qualidade, a atividade de controle dimensional ganha mais importância. É por meio dela que se
torna possível atender às exigências do produto ou serviço e, assim, à competência metrológica,
essencial ao aprimoramento da qualidade e ao desenvolvimento tecnológico.

O controle da qualidade de produtos industriais está diretamente relacionado com a inspeção dos
produtos durante todo o ciclo de fabricação. Qualquer produto tem normas que determinam os
padrões segundo os quais ele deve ser produzido, inclusive os padrões relativos às medições. Por
exemplo, qual deve ser o seu comprimento, a espessura da tinta do acabamento, a temperatura de
conservação, o peso da embalagem. Por isso é necessário que ocorra uma inspeção durante o processo
de produção, de modo a verificar se o produto está consoante com as normas e padrões, se está de
acordo com as características com que foi planejado, se apresenta as tolerâncias etc. Mas se durante
o processo de produção não for possível inspecionar cada uma das peças produzidas, utilizam-se
técnicas de inspeção por amostragem, assunto que também será objeto de estudo em nosso curso.

As atividades de inspeção aplicam a metrologia fazendo uso de instrumentos para a medição das
características que especificam a qualidade do produto, de modo a verificar a conformidade com os
valores estabelecidos no projeto. Portanto, a finalidade básica do controle dimensional em uma
empresa é a aplicação de normas e de procedimentos que visam ao controle da produção e à garantia
da qualidade.

A atividade de controle dimensional, assim como a metrologia, está em todos os campos da


atividade humana, tendo, assim, um amplo campo de aplicação. Na área petroquímica, por exemplo,
em que você pretende atuar, as atividades de controle dimensional estão presentes nas atividades
de mecânica; caldeiraria e tubulação; montagem de máquina; recebimento e expedição de materiais;
roscas de perfuração e produção de petróleo; topografia industrial.

Mas é preciso lembrar que todo processo de medição também tem limites impostos por aspectos
ou situações que interferem diretamente nas atividades desenvolvidas pelo inspetor. Um desses
limites diz respeito às incertezas de medição, acarretado por um somatório de condições tais como:
o instrumento utilizado e sua verificação dentro do plano legal; as condições técnicas do inspetor; a
temperatura ambiente do local de trabalho. Há também as dificuldades relativas aos locais de medição,
como, por exemplo, as medições de grandes tubulações em campo, de tanques e de estruturas
metálicas.

Finalmente é preciso lembrar que o profissional de controle dimensional precisa ter a consciência
de que é imprescindível saber medir para medir bem e, com os resultados obtidos, tomar as decisões
que venham melhorar os processos de produção e garantir a qualidade do produto final.

46 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Introdução

Atividades e responsabilidades do
Inspetor de Controle Dimensional

A Norma PETROBRAS N-2109, de set/98, estabelece, detalhadamente, as atividades a serem


desempenhadas pelo profissional que vai atuar como Inspetor de Controle Dimensional da empresa,
depois de treinamento teórico e prático e de provas de qualificação de nível 2, na modalidade de
caldeiraria e tubulação.

Consulte o anexo da norma que se encontra no início deste material didático e analise, com atenção,
cada uma dessas atividades, cuja síntese apresentamos a seguir, para você ter uma visão geral e
preliminar.

• Elaborar, interpretar, utilizar e aplicar procedimentos de controle dimensional.

• Emitir relatórios de controle dimensional, informando os resultados encontrados.

• Conhecer e saber consultar as normas que estabeleçam requisitos de controle dimensional definido
para cada equipamento.

• Realizar a calibração dos instrumentos/equipamentos, compreendendo:

- supervisão das atividades, quando feita por terceiros;

- uso de padrões de acordo com um método preestabelecido;

- análise de certificados de calibração;

- observância da periodicidade máxima de calibração definida para cada equipamento;

- seleção dos padrões de referência.

• Definir um plano de amostragem de controle dimensional.

• Executar procedimentos para medir:

- prumo, nivelamento e alinhamento de tubulações industriais;

- circularidade, prumo, nivelamento, ovalização e curvatura de equipamentos;

- bocais, bocas de visita, portas de limpeza, válvulas e posicionamento de conexões;

- prumo, flexa, contra-flexa, empeno e torção de vigas e colunas;

- esquadro, espessura de chapas, conformação (gabarito) em tubos e equipamentos industriais;

- orientação de equipamentos (posição de conexões e acessórios);

SENAI/RJ - 47
Sistema de Unidades de Medida – Introdução

- biséis, desalinhamento, embicamento e deformação angular de juntas soldadas;

- espessura de materiais, utilizando aparelho de medição de espessura por ultra-som;

- bocais, válvulas, acessórios e conexões de tubulações;

- locação e orientação de equipamentos, a partir de marcos auxiliares;

- prumo e nivelamento de equipamentos, acessórios e tubulação industrial;

- nós de estruturas tubulares;

- componentes de caldeiraria, de qualquer grau de complexidade;

- peças e componentes usinados.

48 - SENAI/RJ
Terminologia
fundamental e geral
da metrologia
Nesta Seção...

Termos relativos a grandezas e unidades

Termos relativos a medições

Termos relativos a resultados de medição

Termos relativos a instrumentos de medição

Termos relativos às características dos instrumentos de medição

Termos relativos a padrões

2
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Termos relativos a grandezas e


unidades

Este segundo bloco tem o objetivo de apresentar os principais termos empregados na atividade de
controle dimensional, em especial na modalidade de caldeiraria e tubulação. São termos constantes do
Vocabulário de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia, conforme Portaria n o 29,
de 10/3/1995, do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO.

Grandeza mensurável
Atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser qualitativamente distinguido e
quantitativamente determinado.

Em relação a esse termo, é importante destacar:

a) a grandeza pode estar referida em um sentido geral, como, por exemplo: comprimento, tempo,
massa, temperatura, resistência elétrica, concentração de quantidade de matéria;

b) a grandeza também pode referir-se a uma grandeza em um sentido específico, como, por
exemplo, a: comprimento de uma barra, resistência elétrica de um fio, concentração de etanol
em uma amostra de vinho;

c) os símbolos das grandezas são especificados na Norma ISO 31.

Sistema de grandeza
Conjunto de grandezas, em um sentido geral, entre as quais há uma relação definida.

SENAI/RJ - 51
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Grandeza de base
Grandeza que, em um sistema de grandezas é, por convenção, aceita como funcionalmente
independente de outra.

Exemplo: as grandezas de comprimento, massa e tempo, que são geralmente tidas como grandezas
de base no campo da mecânica.

Valor (de uma grandeza)


Expressão quantitativa de uma grandeza específica, geralmente sob a forma de uma unidade de
medida multiplicada por um número.

Exemplos:

- valor do comprimento de uma barra: 5,34m ou 534cm

- valor da massa de um corpo: 0,152kg ou 152g

- valor da quantidade de matéria de uma amostra de água: 0,012mol ou 12mmo.

Valor verdadeiro (de uma grandeza)


Valor consistente com a definição de uma dada grandeza específica.

Um valor verdadeiro é obtido por uma medição perfeita e, por natureza, não pode ser determinado.

Valor verdadeiro convencional (de uma grandeza)


Valor atribuído a uma grandeza específica e aceito, às vezes, por convenção, como tendo uma
incerteza apropriada para uma dada finalidade.

Exemplo:

Em um determinado local, o valor atribuído a uma grandeza, por meio de um padrão de referência,
pode ser tomado como um valor verdadeiro convencional.

Valor numérico (de uma grandeza)


Número que multiplica a unidade na expressão do valor de uma grandeza.

Exemplos:

- o número 5,34 no valor 5,34m;

52 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

- o número 152 no valor 152g;

- o número 0,012 no valor 0,012mol.

Escala de valor de referência


Exemplos:

- escala de dureza Mohs;

- escala de pH em química;

- escala de índice de octano para combustíveis derivados de petróleo.

Unidade (de medida)


Grandeza específica definida e adotada por convenção, com a qual outras grandezas de mesma
natureza são comparadas para expressar suas magnitudes em relação àquela grandeza.

As unidades de medida têm nomes e símbolos aceitos por convenção. Unidades de grandeza de
mesma dimensão podem ter os mesmos nomes e símbolos, mesmo quando as grandezas não são de
mesma natureza.

Símbolo de uma unidade (de medida)


Sinal convencional que designa a unidade de medida.

Exemplos:

- m é o símbolo do metro;

- A é o símbolo do ampere.

Sistema de unidades (de medida)


Conjunto das unidades de base e unidades derivadas, definido de acordo com regras específicas
para um dado sistema de grandezas.

Exemplos:

- Sistema Internacional de Unidades – SI;

- Sistema de Unidades CGS.

SENAI/RJ - 53
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Sistema coerente de unidades (de medida)


Sistema de unidades de medida, no qual todas as unidades derivadas são coerentes.

Exemplo:

As unidades mostradas no quadro, expressas por seus símbolos, fazem parte do sistema de unidades
coerentes em mecânica, dentro do Sistema Internacional de Unidades.

m kg s m2 m3 Hz=s-1 m.s-1 m.s-2

kg.m-3 N=kg.m.s-2 Pa=kg.m-1.s-2 J=kg.m².s -2

Sistema Internacional de Unidades – SI


Sistema coerente de unidades adotado e recomendado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas
(CGPM).

Unidade (de medida) de base


Unidade de medida de uma grandeza de base em um sistema de grandezas.

Cada sistema de unidades coerentes tem uma única unidade de base para cada grandeza funda-
mental. O SI, por exemplo, é atualmente baseado em sete unidades de base, como mostrado no quadro
abaixo.

Unidades do SI (de base)

Grandeza Nome da unidade Símbolo

Comprimento metro m

Massa quilograma kg

Tempo segundo s

Corrente elétrica ampere A

Temperatura termodinâmica kelvin K

Quantidade de matéria mol mol

Intensidade luminosa candela cd

54 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Unidade (de medida) derivada


Unidade de medida de uma grandeza derivada em um sistema de grandeza.

Algumas unidades derivadas possuem nomes e símbolos especiais. No Sistema Internacional de


Unidades destacamos alguns exemplos.

Unidades do SI (derivadas)

Grandeza Nome Símbolo

Força newton N

Energia joule J

Pressão pascal Pa

Múltiplo de uma unidade (de medida)


Unidade de medida maior formada a partir de uma dada unidade, de acordo com convenções de
escalonamento.

Exemplos:

- Um dos múltiplos do metro é o quilômetro.

- Um dos múltiplos (não-decimais) do segundo é a hora.

Submúltiplo de uma unidade (de medida)


Unidade de medida menor que a formada a partir de uma unidade, de acordo com as convenções
de escalonamento.

Exemplo:

Um dos submúltiplos do metro é o milímetro.

Termos relativos a medições


Medição
Conjunto de operações que tem por objetivo determinar um valor de uma grandeza.

SENAI/RJ - 55
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

As operações de medição podem ser feitas automaticamente.

Metrologia
Ciência da medição.

O termo abrange todos os aspectos teóricos e práticos relativos às medições, qualquer que seja a
incerteza, em quaisquer campos da ciência ou da tecnologia.

Princípio de medição
Base científica de uma medição.

Exemplos:

O efeito termoelétrico, utilizado para medição da temperatura.

O efeito Josephson, utilizado para medição da diferença de potencial elétrico.

Método de medição
Seqüência lógica de operações, descritas genericamente, usadas na execução das medições.

Os métodos de medição podem ser qualificados das seguintes maneiras:

- método por substituição;

- método diferencial;

- método de zero.

Procedimento de medição
Conjunto de operações descritas especificamente e usadas na execução de medições particulares,
de acordo com um dado método.

Um procedimento de medição é usualmente registrado em um documento que, algumas vezes, é


denominado procedimento de medição (ou método de medição) e que, em geral, apresenta detalhes
suficientes para permitir que um operador execute a medição sem informações adicionais.

Mensurando
Objeto de medição. Grandeza específica submetida à medição.

56 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Exemplo:

A pressão de vapor de uma amostra de água a 20ºC.

A especificação de um mensurando pode requerer informações de outras grandezas como tempo,


temperatura ou pressão.

Grandeza de influência
Grandeza que não é o mensurando, mas que afeta o resultado das medições.

Exemplos:

A temperatura de um micrômetro usado na medição de um comprimento.

A freqüência na medição da amplitude de uma diferença de potencial corrente alternada.

A concentração de bilirrubina na medição da concentração de hemoglobina; em amostra de plasma


sangüíneo humano.

Sinal de medição
Grandeza que representa o mensurando ao qual está funcionalmente relacionada.

Exemplos:

Sinal de saída elétrico de um transformador de pressão.

Freqüência de um conversor tensão-freqüência.

Força eletromotriz de uma célula de concentração eletroquímica, utilizada para medir a diferença
em concentração.

O sinal de entrada de um sistema de medição pode ser denominado estímulo. O sinal de saída
pode ser chamado de resposta.

Valor transformado (de um mensurando)


Valor do sinal de uma medição, representando um dado mensurando.

SENAI/RJ - 57
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Termos relativos a resultados de


medição
Resultado de uma medição
Valor atribuído a um mensurando, obtido por medição.

Quando se fornece o resultado de uma medição, é importante:

a) especificar se ele corresponde ao valor médio de várias medições;

b) indicar claramente se ele se refere:

- à indicação;

- ao resultado não corrigido;

- ao resultado corrigido.

Indicação (de um instrumento de medição)


Valor de uma grandeza fornecido por um instrumento de medição.

Em relação à indicação de um instrumento de medição, destacamos:

a) o valor lido no dispositivo mostrador pode ser denominado indicação direta. Ele é multiplicado
pela constante do instrumento para fornecer a indicação;

b) a grandeza pode ser um mesurando, um sinal de medição ou uma outra grandeza a ser usada no
cálculo do valor do mensurando;

c) para uma medida materializada, a indicação é o valor a ela atribuído.

Resultado não corrigido


Resultado de uma medição, antes da correção devida aos erros sistemáticos.

Resultado corrigido
Resultado de uma medição, após a correção devida aos erros sistemáticos.

Exatidão da medição
Grau de concordância entre o resultado de uma medição e um valor verdadeiro do mensurando.

58 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão, uma vez que este compreende um conceito
qualitativo.

Repetitividade (de resultados de medição)


Grau de concordância entre os resultados de medições sucessivas de um mesmo mensurando,
efetuadas sob as mesmas condições de medição.

Essas condições, denominadas condições de repetitividade, são as seguintes:

- mesmo procedimento de medição;

- mesmo observador;

- mesmo instrumento de medição, utilizado nas mesmas condições;

- mesmo local;

- repetição em curto período de tempo.

A repetitividade pode ser expressa, quantitativamente, em função das características da dispersão


dos resultados.

Reprodutibilidade (dos resultados de medição)


Grau de concordância entre resultados das medições de um mesmo mensurando, efetuadas sob
condições variadas de medição.

Para que uma expressão de reprodutibilidade seja válida, é necessário especificar as condições
alteradas, que podem incluir:

- princípio de medição;

- método de medição;

- observador;

- instrumento de medição;

- padrão de referência;

- local;

- condições de utilização;

- tempo.

SENAI/RJ - 59
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

A reprodutibilidade pode ser expressa quantitativamente, em função das características da dispersão


dos resultados.

Desvio padrão experimental


Para uma série de n medições de um mesmo mensurando, a grandeza S, que caracteriza a dispersão
dos resultados, é dada pela fórmula:

Σ (X -X)
n
2
i
i=1
S=
n-1

onde:

- x1 representa o resultado da iésima medição;

- x representa a média aritmética dos n resultados considerados.

Em relação a essa fórmula, temos a observar:

a) considerando uma série de n valores como uma amostra de uma distribuição, x é uma estimativa
não tendenciosa da média µ e S2 é uma estimativa não-tendenciosa da variância dessa distribuição;

b) a expressão S / n é uma estimativa do desvio padrão da distribuição de x e é denominada


desvio padrão experimental da média;

c) o desvio padrão experimental da média é, algumas vezes, incorretamente denominado erro


padrão da média.

Incerteza de medição
Parâmetro associado ao resultado de uma medição que caracteriza a dispersão dos valores que
podem ser fundamentalmente atribuídos a um mensurando.

Quanto à incerteza de medição, destacamos alguns aspectos:

a) o parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um múltiplo dele) ou a metade de um
intervalo correspondente a um nível de confiança estabelecido;

60 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

b) alguns componentes da incerteza de medição podem ser estimados com base na distribuição
estatística dos resultados das séries de medições e caracterizados por desvios padrão experimentais.
Os outros componentes também caracterizados por desvios padrão são avaliados por meio de distribuição
de probabilidades assumidas, baseadas na experiência ou em outras informações;

c) entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do valor do mensurando e que


todos os componentes da incerteza contribuem para a dispersão, incluindo os resultantes dos efeitos
sistemáticos, como os componentes associados a correções e os padrões de referência.

A definição de incerteza foi extraída do Guia para Expressão de Incerteza de


Medição, onde sua fundamentação é detalhada, particularmente no item 2.2.4
e no anexo D (10).

Erro de medição
Resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do mensurando.

Aqui podemos fazer duas observações:

a) como o valor verdadeiro não pode ser determinado, na prática utilizamos um valor verdadeiro
convencional. Verificar o significado desses termos no primeiro item deste bloco;

b) quando é necessário distinguir um erro de um erro relativo, podemos nos referir ao erro como
erro absoluto da medição. Este termo não deve ser confundido com valor absoluto do erro, que é o
módulo do erro.

Desvio
Valor menos o valor de referência.

Erro relativo
Erro da medição dividido por um valor verdadeiro do objeto da medição. Na prática também utilizamos
o valor convencional, uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado.

Erro aleatório
Resultado de uma medição menos a média que resultaria de um infinito número de medições do
mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade. Ele é igual ao erro menos o erro
sistemático.

SENAI/RJ - 61
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

É importante lembrar que, como só pode ser feito um número finito de medições, então só é
possível determinar uma estimativa do erro aleatório.

Erro sistemático
Média que resultaria de um infinito número de medições do mesmo mensurando, efetuadas sob
condições de repetitividade, menos o valor verdadeiro do mensurando. Ele é igual ao erro menos o
erro aleatório.

O valor verdadeiro, o erro sistemático e suas causas não podem ser completamente conhecidos.

Correção
Valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma medição para compensar um
erro sistemático. A correção é igual ao erro sistemático estimado, porém com sinal trocado.

Vale observar que, como o erro sistemático estimado não pode ser perfeitamente conhecido, então
a compensação não pode ser completa.

Fator de correção
Fator numérico pelo qual o resultado não corrigido de uma medição é multiplicado para compensar
um erro sistemático.

Também aqui a compensação não pode ser completa, uma vez que o erro sistemático não pode ser
perfeitamente conhecido.

Termos relativos a instrumentos de


medição
Muitos termos diferentes são empregados para descrever os artefatos utilizados nas medições,
como os que são apresentados na lista que segue, organizada em ordem aproximadamente crescente
de complexidade. Lembramos que esses termos não são mutuamente excludentes.

Instrumento de medição
Dispositivo utilizado para fazer uma medição, sozinho ou em conjunto com dipositivos
complementares.

62 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Medida materializada
Dispositivo destinado a reproduzir ou fornecer, de maneira permanente durante seu uso, um ou
mais valores conhecidos de uma grandeza.

Exemplos:

- uma massa;

- uma medida de volume (de um ou de diversos valores, com ou sem escala);

- um resistor elétrico padrão;

- um bloco padrão;

- um gerador de sinal padrão;

- um material de referência.

A grandeza materializada também pode ser denominada grandeza fornecida.

Transdutor de medição
Dispositivo que fornece uma grandeza de saída que tem uma correlação determinada com a grandeza
de entrada.

Exemplos:

- termopar;

- transformador de corrente;

- extensômetro elétrico de resistência (strain gauge);

- eletrodo de pH.

Cadeia de medição
Seqüência de elementos de um instrumento ou sistema de medição que constitui o trajeto do sinal
de medição, desde o estímulo até a resposta.

Exemplo:

Uma cadeia de medição eletroacústica compreende microfone, atenuador, filtro, amplificador e


voltímetro.

SENAI/RJ - 63
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Sistema de medição
Conjunto completo de instrumentos de medição e outros equipamentos acoplados para executar
uma medição específica.

Exemplos:

Aparelhagem para medição de condutividade de materiais semicondutores.

Aparelhagem para calibração de termômetros clínicos.

Em relação a esse termo, ressaltamos duas questões:

a) o sistema de medição pode incluir medidas materializadas e reagentes químicos;

b) se ele for instalado de forma permanente, é denominado instalação de medição.

Instrumento (de medição) – Mostrador


Instrumento de medição que apresenta uma indicação.

Exemplos:

- voltímetro analógico;

- freqüencímetro digital micrômetro.

Instrumento (de medição) – Indicador


Um instrumento de medição indicador pode:

a) fornecer a indicação analógica (contínua ou descontínua) ou digital;

b) apresentar valores de mais de uma grandeza, simultaneamente;

c) oferecer um registro, além da indicação.

Instrumento (de medição) – Registrador


Instrumento de medição que fornece um registro da indicação.

Exemplos:

- barógrafo;

- dosímetro termoluminescente;

- espectrômetro registrador.

64 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Quanto a esse instrumento, temos que:

a) o registro (indicação) fornecido pelo instrumento pode ser analógico (linha contínua ou descontínua)
ou digital;

b) os valores de mais de uma grandeza podem ser apresentados simultaneamente;

c) pode fornecer também uma indicação, além do registro.

Instrumento (de medição) – Totalizador


Instrumento de medição que determina o valor de um mensurando, por meio da soma dos valores
parciais dessa grandeza, obtidos de uma ou mais fontes, simultaneamente ou consecutivamente.

Exemplo:

- plataforma ferroviária de pesagem totalizadora;

- medidor totalizador de potência elétrica.

Instrumento (de medição) – Integrador


Instrumento de medição que determina o valor de um mensurando por integração de uma grandeza
em função da outra.

Exemplo: medidor de energia elétrica.

Instrumento (de medição) analógico ou de indicação


analógica
Instrumento de medição em que o sinal de saída ou a indicação é uma função contínua do mensurando
ou do sinal de entrada.

Este termo é relativo à forma de apresentação do sinal de saída ou da indicação, e não ao princípio
de funcionamento do instrumento.

Instrumento (de medição) digital ou de indicação digital


Instrumento de medição que fornece um sinal de saída ou uma indicação em forma digital.

Este termo é relativo à forma de apresentação do sinal de saída ou da indicação, e não ao princípio
de funcionamento do instrumento.

SENAI/RJ - 65
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Dispositivo mostrador ou dispositivo indicador


Parte de um instrumento de medição que apresenta uma indicação.

Neste item temos a considerar o seguinte:

a) o instrumento pode incluir o dispositivo no qual é apresentado ou alocado o valor de uma medida
materializada;

b) um dispositivo mostrador analógico fornece uma indicação analógica, enquanto um dispositivo


indicador digital fornece uma indicação digital;

c) indicação semidigital é quando a apresentação se dá por meio de um indicador digital em que


o dígito menos significativo move-se continuamente, permitindo a interpolação. E também quando a
apresentação é por meio de um indicador digital, complementado por uma escala e índice.

Dispositivo registrador
Parte de um instrumento de medição que fornece o registro de uma indicação.

Sensor
Elemento de um instrumento de medição ou de cadeia de medição que é afetado pelo mensurando.

Exemplos:

- junta de medição de um termômetro termoelétrico;

- rotor de uma turbina para medir vazão;

- tubo de Bourdon de um manômetro;

- bóia de um instrumento de medição de nível;

- fotocélula de um espectrofotômetro.

Em alguns campos de aplicação usa-se o termo detector com o mesmo conceito de sensor.

Detector
Dispositivo ou substância que indica a presença de um fenômeno, sem necessariamente fornecer
um valor de uma grandeza associada.

Exemplos:

- detector de vazamento de halogênio;

- papel de tornasol.

66 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

No caso de um detector, fazemos as seguintes observações:

a) uma indicação pode ser obtida somente quando o valor da grandeza atinge um dado limite,
denominado às vezes de limite de detecção do detector;

b) em alguns campos de aplicação, o termo detector é usado com o mesmo conceito de sensor.

Índice
Parte fixa ou móvel de um dispositivo mostrador cuja posição em relação às marcas de escala
permite determinar um valor indicado.

Exemplos:

- ponteiro;

- ponto luminoso;

- superfície de um líquido;

- pena de registrador.

Escala (de um instrumento de medição)


Conjunto ordenado de marcas, associado a qualquer numeração, que faz parte de um dispositivo
mostrador de um instrumento de medição.

Cada marca é denominada marca de escala.

Comprimento de escala
Para uma dada escala, é o comprimento da linha compreendida entre a primeira e a última, passando
pelo centro de todas as marcas menores.

A linha da escala pode ser real ou imaginária, curva ou reta. E seu comprimento é expresso em
unidades de comprimento, qualquer que seja a unidade do mensurando ou a unidade marcada sobre a
escala.

Faixa de indicação
Conjunto de valores limitados pelas indicações extremas.

Podemos observar o seguinte, em relação à faixa de indicação:

a) num mostrador analógico, ela pode ser chamada de faixa de escala;

SENAI/RJ - 67
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

b) a faixa de indicação é expressa nas unidades marcadas no mostrador, independentemente da


unidade do mensurando, sendo normalmente estabelecida em termos dos seus limites inferior e supe-
rior. Por exemplo: 100°C a 200°C.

Divisão de escala
Parte de uma escala compreendida entre duas marcas sucessivas quaisquer.

Comprimento de uma divisão


Distância entre duas marcas sucessivas quaisquer, medida ao longo da linha de comprimento de
escala.

O comprimento de uma divisão é expresso em unidades de comprimento, qualquer que seja a


unidade do mensurando ou a unidade marcada sobre a escala.

Valor de uma divisão


Diferença entre os valores da escala correspondentes a duas marcas sucessivas.

O valor de uma divisão é expresso na unidade marcada sobre a escala, qualquer que seja a unidade
do mensurando.

Escala linear
Escala em que o comprimento de uma divisão está relacionado com o valor de uma divisão
correspondente por meio de um coeficiente de proporcionalidade constante, ao longo da escala.

Uma escala linear cujos valores de uma divisão são constantes é denominada escala regular.

Escala não-linear
Escala em que cada comprimento de uma divisão está relacionado com o valor correspondente, por
meio de um coeficiente de proporcionalidade, que não é constante ao longo da escala.

Algumas escalas não-lineares possuem nomes especiais, como, por exemplo, escala logarítmica
e escala quadrática.

68 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Mostrador
Parte fixa ou móvel de um dispositivo mostrador no qual está(ão) a(s) escala(s).

Em alguns dispositivos mostradores, o mostrador tem a forma de cilindros ou de discos numerados


que se deslocam em relação a um índice fixo ou a uma janela.

Numeração de escala
Conjunto ordenado de números associados às marcas da escala.

Ajuste (de um instrumento de medição)


Operação destinada a fazer com que um instrumento de medição tenha desempenho compatível
com seu uso. O ajuste pode ser automático, semi-automático ou manual.

Regulagem (de um instrumento de medição)


Ajuste empregando somente os recursos do instrumento disponíveis para o usuário.

Termos relativos às características


dos instrumentos de medição
Alguns dos termos utilizados para descrever as características de um instrumento de medição são
igualmente aplicáveis a dispositivos de medição, transdutores de medição ou a um sistema de medição.
Então, por analogia, eles também podem ser aplicados a uma medida materializada ou a um material
de referência. O sinal de entrada de um sistema de medição pode ser chamado de estímulo e o sinal de
saída ser chamado de resposta. Neste item, o termo mensurando significa a grandeza aplicada a um
instrumento de medição.

Faixa nominal
Faixa de indicação que se pode obter em uma posição específica dos controles de um instrumento
de medição.

SENAI/RJ - 69
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Valor nominal
Valor arredondado ou aproximado de uma característica de um instrumento de medição que auxilia
na sua utilização.

Exemplo:

1L (um litro) como valor marcado em um recipiente volumétrico com uma só indicação.

Faixa de medição
Conjunto de valores de um mensurando, para o qual se admite que o erro de um instrumento de
medição mantém-se dentro dos limites especificados.

Vale lembrar que o erro é determinado em relação a um valor verdadeiro convencional.

Sensibilidade
Variação da resposta de um instrumento de medição dividida pela correspondente variação do
estímulo. A sensibilidade pode depender do valor do estímulo.

Resolução (de um dispositivo mostrador)


Menor diferença entre indicações de um dispositivo mostrador que pode ser significativamente
percebida.

Para dispositivo mostrador digital ou para dispositivo registrador, a resolução é a variação na indicação
quando o dígito menos significativo varia de uma unidade.

Exatidão (de um instrumento de medição)


Aptidão de um instrumento de medição para dar respostas próximas a um valor verdadeiro.

Exatidão é um conceito qualitativo.

Tendência (de um instrumento de medição)


Erro sistemático da indicação de um instrumento de medição.

A tendência de um instrumento de medição é normalmente estimada pela média dos erros de


indicação de um número apropriado de medições repetidas.

70 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Repetitividade (de um instrumento de medição)


Aptidão de um instrumento de medição em fornecer indicações muito próximas em repetidas
aplicações do mesmo mensurando, sob as mesmas condições de medição.

Essas condições de medição incluem:

- redução ao mínimo das variações devidas ao observador;

- mesmo observador;

- mesmo equipamento de medição, utilizado nas mesmas condições;

- mesmo local;

- repetições em um curto período de tempo.

A repetitividade pode ser expressa quantitativamente, em termos das características da dispersão


das indicações.

Termos relativos a padrões


Padrão
Medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de medição
destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais valores de uma
grandeza para servir como referência.

Exemplo:

- massa padrão de 1kg;

- resistor padrão de 100Ω;

- amperímetro padrão;

- eletrodo padrão;

- eletrodo padrão de hidrogênio.

Um conjunto de medidas materializadas similares ou instrumentos de medição utilizados em conjunto


constituem um padrão coletivo.

Padrão internacional
Padrão reconhecido por um acordo internacional para servir, internacionalmente, como base para
estabelecer valores de outros padrões da grandeza a que se refere.

SENAI/RJ - 71
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

Padrão nacional
Padrão reconhecido por uma decisão nacional para servir, em um país, como base para atribuir
valores a outros padrões da grandeza a que se refere.

Padrão primário
Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais altas qualidades
metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões de mesma grandeza.

O conceito de padrão primário é igualmente válido para grandezas de base e para grandezas
derivadas.

Padrão secundário
Padrão cujo valor é estabelecido por comparação a um padrão primário da mesma grandeza.

Padrão de referência
Padrão geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado local ou em uma
dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são derivadas.

Padrão de trabalho
Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas materializadas, instrumentos de
medição ou material de referência.

Em relação ao padrão de trabalho, observamos que:

a) geralmente ele é calibrado por comparação a um padrão de referência;

b) recebe o nome de padrão de controle quando é utilizado, rotineiramente, para assegurar que as
medições sejam executadas corretamente.

Padrão de transferência
Padrão utilizado como intermediário para comparar padrões.

Rastreabilidade
Propriedade do resultado de uma medição ou de um padrão estar relacionado a referências

72 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Terminologia Fundamental e Geral de Metrologia

estabelecidas, geralmente a padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de


comparações, todas tendo incertezas estabelecidas.

Aqui, é importante destacar que

a) o conceito de rastreabilidade é geralmente referido pelo adjetivo rastreável;

b) uma cadeia contínua de comparações é denominada cadeia de rastreabilidade.

Calibração
Conjunto de operações que estabelece, sob condições específicas, a relação entre os valores indicados
por um instrumento de medição – ou sistema de medição ou valores representados por uma medida
materializada ou um material de referência – e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas
por padrões.

Quanto à calibração, vale lembrar que

a) o resultado de uma calibração permite o estabelecimento dos valores do mensurando para as


indicações, e a determinação das correções a serem aplicadas;

b) uma calibração pode determinar outras propriedades metrológicas, como o efeito das grandezas
de influência.

SENAI/RJ - 73
O trabalho com
medidas lineares
e angulares

Nesta Seção...

Histórico

As unidades do Sistema Internacional de Unidades – SI

Unidades fora do Sistema Internacional de Unidades

Unidades de medida angular

Algarismos significativos

3
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Histórico

A atividade de controle dimensional envolve medições que precisam ser feitas com muito rigor e
competência profissional. Por essa razão trazemos até você, neste bloco, conteúdos básicos e
necessários à realização de uma série de cálculos e medições. Esses conteúdos constituem ferramentas
preciosas para você acompanhar o estudo dos demais assuntos do curso e também para o seu futuro
desempenho profissional, como um Inspetor de Controle Dimensional.

Essencial para a realização de uma medição é a existência da unidade, estabelecida por um padrão,
segundo uma convenção própria, regional, nacional ou internacional.

No transcorrer do tempo, diversos sistemas de unidades foram estabelecidos em diferentes regiões


do mundo. Em função do intercâmbio internacional de produtos e de informações, bem como da
própria incoerência entre unidades até então adotadas, o Bureau Internacional de Pesos e Medidas
– BIPM estabeleceu, em 1960, um conjunto coerente de unidades.

A 10a e a 14a CGPM – Conferência Geral de Pesos e Medidas – decidiram adotar, como unidades
de base desse prático sistema, as unidades de sete grandezas: comprimento, massa, tempo,
intensidade de corrente elétrica, temperatura termodinâmica, quantidade de matéria e
intensidade luminosa. E a 11a CGPM, realizada em 1960, deu a esse sistema o nome de Sistema
Internacional de Unidades (SI).

Em 1988, por meio da Resolução 12, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial – CONMETRO adotou o Quadro Geral de Unidades de Medida (QGU), com os nomes,
definições, símbolos e prefixos das unidades do SI. E, pela mesma resolução, o Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – INMETRO – foi encarregado de propor modificações
que se tornassem necessárias ao QGU, de modo a resolver casos omissos, mantê-lo atualizado e
dirimir dúvidas que surgissem na interpretação e na aplicação das unidades legais.

SENAI/RJ - 77
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

As unidades do Sistema
Internacional de Unidades – SI
No Sistema Internacional de Unidades, também referido como SI, há duas classes de unidades:

- a das unidades de base;

- a das unidades derivadas.

Sob o aspecto científico, a divisão das unidades nessas duas classes é arbitrária, já que não é uma
imposição da física.

A classe das unidades de base do SI


Considerando as vantagens de se adotar um sistema prático e único para ser utilizado mundialmente
nas relações internacionais, no ensino e no trabalho científico, a Conferência Geral e Pesos e Medidas
decidiu basear o Sistema Internacional de Unidades em sete unidades perfeitamente definidas e
independentes sob o ponto de vista dimensional, que compõem a classe das unidades de base.

As sete unidades de base


Veja quais são as sete unidades de base do Sistema Internacional de Unidades, bem como as
grandezas e símbolos correspondentes, analisando o Quadro 1 que segue.

Quadro 1 - Unidades de base do Sistema Internacional de Unidades

Grandeza Unidade Símbolo

comprimento metro m

massa quilograma kg

tempo segundo s

corrente elétrica ampere A

temperatura termodinâmica kelvin K

quantidade de matéria mol mol

intensidade luminosa candela cd

Definição oficial das unidades de base


Vejamos agora como é definida cada uma das sete unidades de base do Sistema Internacional de Unidades.

78 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Metro – unidade de comprimento


O metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante um intervalo de tempo de
1 / 299 792 458 de segundo.

Quilograma – unidade de massa


O quilograma é igual à massa do protótipo internacional do quilograma, em platina iridiada, que é
conservado no Bureau Internacional, nas condições que foram fixadas pela 1a CGPM, em 1889.
Trata-se de uma unidade de massa, não de peso ou de força.

Segundo – unidade de tempo


O segundo é a duração de 9 192 631 770 períodos da radiação, correspondente à transição entre
os dois níveis hiperfinos do estado fundamental do átomo de césio 133. Essa definição se refere a um
átomo de césio em repouso, a uma temperatura de 0 kelvin.

Ampere – unidade de corrente elétrica


O ampere é a intensidade de uma corrente elétrica constante que, mantida em dois condutores paralelos,
retilíneos, de comprimento infinito, de seção circular desprezível, e situados à distância de 1 metro entre
si, no vácuo, produz entre esses condutores uma força igual a 2 x 10-7 newton por metro de comprimento.
A expressão unidade MKS de força, empregada originalmente, foi substituída por newton.

Kelvin – unidade de temperatura termodinâmica


O kelvin, unidade de temperatura termodinâmica, é a fração 1/273,16 da temperatura termodinâmica
no ponto tríplice da água. Por definição, a temperatura Celsius é o grau Celsius (cujo símbolo é 0C)
igual à unidade kelvin. Um intervalo ou uma diferença de temperatura pode ser expressa tanto em
kelvins quanto em graus Celsius. Kelvin e o grau Celsius são também as unidades da Escala Internacional
de Temperatura.

Mol – unidade de quantidade de matéria


O mol é a quantidade de matéria de um sistema contendo tantas entidades elementares quantos
átomos existem em 0,012 quilogramas de carbono 12. Quando se utiliza o mol, as entidades elementares
devem ser especificadas – se são átomos, moléculas, íons – assim como outras partículas ou
agrupamentos especificados em tais partículas.

SENAI/RJ - 79
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Candela – unidade de intensidade luminosa


A candela é a intensidade luminosa, numa dada direção, de uma fonte que emite uma radiação
monocromática de freqüência 540 x 1012 hertz e cuja intensidade energética nessa direção é 1/683
watt por esterradiano.

A classe das unidades derivadas do SI


A outra classe de unidades do Sistema Internacional de Unidades é a das unidades derivadas. Ela
abrange as unidades que podem ser formadas a partir de combinações de unidades de base, segundo
relações algébricas que interligam as grandezas correspondentes.

As duas unidades derivadas


As unidades desse conjunto coerente são duas, como mostra o Quadro 2.

Quadro 2 – Unidades derivadas do Sistema Internacional de Unidades

Grandeza Unidade Símbolo

ângulo plano radiano rad

ângulo sólido esterradiano sr

Definição oficial das unidades derivadas


A definição das duas unidades derivadas é puramente matemática, sem necessidade de um padrão
ou elemento físico. Vejamos cada uma delas.

Radiano – unidade de medida de ângulo plano


O radiano é o ângulo central que subtende um arco de círculo cujo comprimento é igual ao
comprimento do raio desse círculo. A grandeza ângulo plano é definida como a relação entre dois
comprimentos.

Esterradiano – unidade de medida de ângulo sólido


O esterradiano é o ângulo sólido que, tendo vértice no centro de uma esfera, subtende na superfície
uma área igual ao quadrado do raio da esfera. O ângulo sólido é definido como a relação entre uma
área e o quadrado de um comprimento. Tanto o radiano como o esterradiano são unidades sem dimensão
que podem ser combinadas com as unidades de base, para formar novas unidades derivadas, como
mostrado no Quadro 3.

80 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Quadro 3 – Unidades combinadas com as unidades derivadas

Grandeza Unidade Símbolo

velocidade angular radiano por segundo rad/s

aceleração angular radiano por segundo ao quadrado rad/s2

intensidade energética watt por esterradiano W/sr

luminância energética watt por metro quadrado esterradiano W.m-2.sr-1

Unidades expressas a partir de unidades de base do SI


O Quadro 4 fornece exemplos de unidades derivadas que são obtidas por multiplicação e divisão de
unidades de base do Sistema Internacional de Unidades e que são expressas a partir dessas unidades
de base.

Quadro 4 - Unidades derivadas expressas a partir das unidades de base

Grandeza Unidade Símbolo

superfície metro quadrado m2

volume metro cúbico m3

velocidade metro por segundo m/s

aceleração metro por segundo ao quadrado m/s2

número de ondas metro elevado à potência menos um m-1


(1 por metro)

massa específica quilograma por metro cúbico kg/m3

volume específico metro cúbico por quilograma m3/kg

densidade de corrente ampere por metro quadrado A/m2

campo magnético ampere por metro A/m

concentração mol por metro cúbico mol/m3


(de quantidade de matéria)

luminância candela por metro quadrado cd/m2

índice de refração (o número) um 1

SENAI/RJ - 81
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Múltiplos e submúltiplos decimais das unidades SI


Em diversas resoluções, a 11ª CGPM adotou uma série de prefixos e de símbolos de prefixos para
formar os nomes dos múltiplos e submúltiplos decimais das unidades do Sistema Internacional de
Unidades, de fator 1012 até 10-12. . E em reuniões seguintes foram adotados os prefixos e símbolos de
fatores 10-15, 10-18, 1015, 1018, 1021, 1024, 10-21 e 10-24.

O quadro que segue mostra esses prefixos e símbolos.

Quadro 5 – Prefixos e símbolos dos múltiplos e submúltiplos decimais do SI

Fator Prefixo Símbolo

1024 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000 yotta Y

1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000 zetta Z

1018 = 1 000 000 000 000 000 000 exa E

1015 = 1 000 000 000 000 000 peta P

1012 = 1 000 000 000 000 terá T

109 = 1 000 000 000 giga G

106 = 1 000 000 mega M

103 = 1 000 quilo k

102 = 100 hecto h

101 = 10 deca da

10-1 = 0,1 deci d

10-2 = 0,01 centi c

10-3 = 0,001 mili m

10-6 = 0,000 001 micro m

10-9 = 0,000 000 001 nano n

10-12 = 0,000 000 000 001 pico p

10-15 = 0,000 000 000 000 001 femtof

10-18 = 0,000 000 000 000 000 001 atto a

10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001 zepto z

10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001 yocto y

82 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Lembramos que esses prefixos e símbolos representam, estritamente, potências de 10. Por isso,
não devem ser usados para exprimir múltiplos de outra base, como o bit, por exemplo, que é de base 2.
Um kilobit equivale a 1 024 bits (210) e não a 1 000 bits (103).

Regras para escrita das unidades no SI


Os princípios gerais referentes à grafia dos símbolos das unidades do Sistema Internacional de
Unidades foram adotados pela 9a CGPM e, em seguida, pela International Standardization Organi-
zation – ISO / TC 12 (ISO 31, Grandezas e Unidades).

Escrita dos símbolos das unidades


Os símbolos das unidades são expressos de acordo com as seguintes regras:

a) são empregados caracteres romanos verticais e, em geral, minúsculos. Entretanto, se o nome da


unidade derivar de um nome próprio, a primeira letra do símbolo é maiúscula. Exemplo: m para metro
e K para Kelvin;

b) os símbolos das unidades são invariáveis, só podendo ser escritos no singular. Exemplo: 3m e
não 3ms;

c) os símbolos das unidades não são seguidos por pontos. Exemplo: 4kg e não 4kg.

Escrita de expressão algébrica dos símbolos das unidades


Para escrever uma expressão algébrica também adotamos algumas regras.

a) O produto de duas ou mais unidades pode ser indicado de uma das maneiras mostradas neste
exemplo: N.m ou Nm.

b) Quando uma unidade derivada é formada pela divisão de uma unidade por outra, pode-se utilizar
a barra inclinada ( / ), o traço horizontal ou, então, potências negativas. Por exemplo:

m/s m m.s-1
s

c) Nunca repetir a barra inclinada na mesma linha, a não ser com o emprego de parênteses, de
modo a evitar qualquer ambigüidade. Nos casos complexos deve-se utilizar parênteses ou potências
negativas. Por exemplo:

m/s2 ou m/s-2 porém não m/s/s

m.kg/(s3. A) ou m.kg. s-3. A-1 porém não m.kg/s3/A.

SENAI/RJ - 83
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Emprego dos prefixos


De acordo com os princípios gerais adotados pela ISO 31, o CIPM – Conselho Internacional de
Pesos e Medidas recomendou as seguintes regras para o emprego dos prefixos do Sistema Internacional
de Unidades:

a) os símbolos dos prefixos devem ser impressos em caracteres romanos (verticais), sem
espaçamento entre o símbolo do prefixo e o símbolo da unidade. Exemplos: cm; kg

b) o conjunto formado pelo símbolo de um prefixo ligado ao símbolo de uma unidade constitui um
novo símbolo, que é inseparável, e será o símbolo de um múltiplo ou de um submúltiplo dessa unidade.
Esse símbolo pode ser elevado a uma potência positiva ou negativa, e pode ser combinado a outros
símbolos de unidades para formar os símbolos de unidades compostas. Por exemplo:

1cm3 = (10-2m)3 = 10-6m3

1cm-1 = (10-2m)-1 = 102m-1

1V/cm = (1V) / (10-2m) = 102 V/m

Unidades fora do Sistema


Internacional de Unidades
O Bureau Internacional de Pesos e Medidas (BIPM) reconheceu que os utilizadores do SI têm
necessidade de empregar conjuntamente certas unidades que não fazem parte do Sistema Internacional
de Unidades, mas que estão amplamente difundidas. Essas unidades desempenham um papel tão
importante que foi necessário conservá-las com o Sistema Internacional de Unidades, para uso geral,
como mostra o Quadro 6.

Quadro 6 – Unidades fora do Sistema Internacional de Unidades

Nome Símbolo Valor em unidades do SI

minuto min 1 min = 60s

hora h 1h = 60min = 3 600s

dia d 1d = 24h = 86 400s

grau º 1° = (π/180°)rad

minuto ' 1' = (1/60)° = (π/10 800)rad

segundo " 1" = (1/60)103kg = (π/648 000)rad

litro l ou L 1l = 1dm3 = 10-3m3

tonelada t 1 t = 103kg

84 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Unidades de medida angular


Na medição angular são empregados dois sistemas: o sistema sexagesimal e o sistema
centesimal. Cada um deles possui características próprias, como você verá.

Sistema sexagesimal
Esse é o sistema freqüentemente utilizado na mecânica, topografia etc., que divide o círculo em 360
graus.

O grau é uma unidade de medida fora do Sistema Internacional de Unidades, reconhecido pelo Conselho
Internacional de Pesos e Medidas por ser uma unidade derivada suplementar amplamente difundida. É
usado para medir ângulos e se divide em 60 minutos. Cada minuto, por sua vez, divide-se em 60 segundos.

Os símbolos de cada uma dessas unidades são os seguintes:

- grau ( ° )

- minuto ( ' )

- segundo ( " )

Exemplos:

- 46° → lê-se quarenta e seis graus.

- 37' → lê-se trinta e sete minutos.

- 12" → lê-se doze segundos.

- 68°54'17" → lê-se sessenta e oito graus, cinqüenta e quatro minutos e dezessete segundos.

Lembramos que o grau, o minuto e o segundo têm relação com o radiano, que é uma unidade
derivada do Sistema Internacional de Unidades, usada para ângulo plano. Você poderá relembrar que
relação é essa, voltando ao Quadro 6.

Sistema centesimal
Nesse sistema, o círculo é dividido em 400 grados. Cada grado subdivide-se em 100 novos
minutos e cada novo minuto em 100 novos segundos.

Os símbolos usados para essas unidades são:

- grado ( g )

- novos minutos ( c )

- novos segundos ( cc )

SENAI/RJ - 85
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Exemplo:

- 36,2179 g também pode ser escrita como 36g21c79cc

- 36g21c79cc → lê-se trinta e seis grados, vinte e um novos minutos e setenta e nove novos
segundos.

O sistema centesimal, criado com a finalidade de introduzir o sistema decimal na medição de


ângulo e, com isso, facilitar e dar homegenização aos sistemas de medidas, infelizmente não conseguiu
se impor e é muito pouco usado.

Adição e subtração com unidades de medida angular


Vejamos, agora, dois exemplos de operações envolvendo medidas de ângulos, uma para cada tipo
de sistema.

No sistema centesimal
As operações de adição e subtração envolvendo medidas de ângulos não apresentam maiores
dificuldades quando trabalhamos no sistema centesimal. Nesse caso, as operações são efetuadas tal
como a soma ou a subtração de números inteiros, que você está acostumado a fazer.

Exemplo:

A soma de 150g50c34cc com 54g32c61cc

150g 50c 34cc


54g 32c 61cc
204g 82c 95cc

No sistema sexagesimal
A adição e a subtração envolvendo medidas de ângulos do sistema sexagesimal em muitas vezes
exigem a realização de conversões para o mesmo múltiplo ou submúltiplo.

Exemplo:

A soma de 39°41'30" com 42°41'35"

39° 41' 30"


42° 41' 35"
81° 86' 65"

86 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Analisando cada item do resultado obtido temos:

- nos segundos há 65" que correspondem a 1'05". Então, ficamos 05" nos segundos e somamos o 1'
aos minutos obtidos. O resultado parcial será 81°87'05";

- nos minutos temos agora 87', que correspondem a 1°27'. Ficamos com 27' nos minutos e somamos
o 1° aos graus obtidos. O resultado parcial será 82°27'05";

- o resultado final da operação é, portanto, 82°27'05".

Algarismos significativos
Imagine que vamos medir, por exemplo, um determinado comprimento, como mostra a figura.

13

peça

régua 14

15

Fig. 1

Observe que a menor divisão da régua utilizada é de 1mm. Assim, ao tentar expressar o resultado
dessa medida, vemos que ela está compreendida entre 14,3cm e 14,4cm. Será necessário avaliarmos
a fração de milímetro que deverá ser acrescentada a 14,3cm, pois a régua não apresenta divisões
inferiores a 1mm.

Para fazer essa avaliação, devemos imaginar que o intervalo entre 14,3cm e 14,4cm está subdividido
em 10 partes de mesmo tamanho, e assim obteremos a fração de milímetro a ser acrescentada a
14,3cm com razoável aproximação. Na figura mostrada podemos avaliar essa fração como sendo de
5 décimos de milímetro e, desse modo, o resultado da medida poderá ser expresso como 14,35cm.

SENAI/RJ - 87
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Veja que, nesse caso, estamos seguros em relação aos algarismos 1, 4 e 3 porque eles foram
obtidos por meio de divisões inteiras da régua, razão pela qual são chamados de algarismos corretos.
O algarismo 5, entretanto, foi avaliado e, por isso, não temos muita certeza sobre esse valor. Inclusive
ele poderia ser avaliado por outras pessoas como 4 ou 6, por exemplo. Daí o algarismo avaliado ser
denominado algarismo duvidoso ou algarismo incerto.

É claro que não haveria sentido procurarmos o algarismo que deveria ser escrito na medida após o
algarismo 5 pois, para isso, seria necessário imaginar o intervalo de 1mm subdividido em 100 partes
iguais, o que evidentemente seria impossível. Portanto, se o resultado dessa medida fosse apresentado
como 14,357cm, por exemplo, poderíamos afirmar que a avaliação do algarismo 7 (que seria o segundo
algarismo avaliado) não tem nenhum significado e, assim, não deve figurar no resultado.

Conceito de algarismos significativos


Vimos aqui, ao analisar a fig. 1, que o resultado de uma medida deve ser escrito somente com os
algarismos corretos e com o primeiro algarismo avaliado. Esses algarismos – os corretos e o avaliado
– são denominamos algarismos significativos.

Portanto, a maneira correta de apresentar o resultado de uma medição, a que deve ser
convenientemente adotada por todos, é usando apenas os algarismos significativos. Por isso confirmamos
que a maneira correta de escrever o resultado da medida mostrada na fig. 1 é: 14,35cm.

Ainda em relação à medição mostrada na fig. 1, é importante observar que, se cada divisão de
1mm da régua fosse, realmente, subdividida em 10 partes iguais, ao efetuarmos a leitura do comprimento
da barra (usando um microscópio, por exemplo), o algarismo 5 passaria a ser um algarismo correto,
pois iria corresponder a uma divisão inteira da régua, como mostra a fig. 2. O algarismo seguinte seria
o primeiro avaliado e passaria a ser, portanto, um algarismo significativo. Se nessa avaliação fosse
encontrado o algarismo 7, por exemplo, o resultado poderia ser escrito como 14,357cm, porque agora
todos esses algarismos são algarismos significativos – o 1, 4, 3 e 5 seriam os corretos e o 7 seria o
avaliado. Por outro lado, se a régua da fig. 1 não possuísse as divisões de milímetros, apenas os
algarismos 1 e 4 seriam os corretos. Observe.

12

barra
13

régua
14,35

Fig. 2

88 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Veja nessa outra figura que o algarismo 3 seria o primeiro algarismo avaliado e o resultado da medida
seria expresso por 14,3cm, com apenas três algarismos significativos.

13
peça

régua
14

15

Fig. 3

Ao analisar as situações mostradas nessas três figuras, vemos que o número de algarismos
significativos que se obtêm no resultado da medida de uma dada grandeza dependerá do instrumento
usado na medida. A convenção de se apresentar o resultado de uma medida contendo apenas algarismos
significativos é adotada de maneira geral, não só na medida de comprimentos mas também na
medida de massa, temperatura, força, etc. Essa convenção é também usada ao se apresentarem os
resultados de cálculos envolvendo medidas das grandezas. Então, quando uma pessoa lhe informar,
por exemplo, que mediu ou calculou a temperatura de um objeto e encontrou 37,82ºC, você deverá
entender que a medida ou o cálculo foi feito de tal modo que os algarismos 3, 7 e 8 são corretos e o
último algarismo, neste caso o 2, é sempre duvidoso.

A partir desse momento você pode compreender que duas medidas expressas, por exemplo, como
42cm e 42,0cm, não são exatamente iguais, não representam o mesmo comprimento. Na primeira, o
algarismo 2 foi avaliado e não se tem certeza sobre o seu valor. Na segunda, o algarismo 2 é correto,
sendo o zero o algarismo duvidoso. Do mesmo modo, resultados como 7,65kg e 7,67kg não são
fundamentalmente diferentes, pois eles diferem apenas no algarismo duvidoso.

Finalmente, há duas observações importantes sobre os algarismos significativos.

Uma delas é que, ao contar o número de algarismos significativos de uma medida ou de um resultado
de cálculo com medidas, devemos considerar que o algarismo zero só é significativo se estiver situado
à direita de um algarismo significativo. Por exemplo:

- 0,00041 tem dois algarismos significativos: 4 e 1. Os zeros não são significativos;

- 40,100 tem cinco algarismos significativos, pois os zeros são significativos;

- 0,000401 tem três algarismos significativos. Os zeros à esquerda do 4 não são significativos.

A outra observação diz respeito à mudança de unidades, que não pode ser escrita com zeros que

SENAI/RJ - 89
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

não sejam significativos. Por exemplo: vamos expressar, em gramas, uma medida de 7,3kg. Para
tanto, observe que essa medida possui dois algarismos significativos, o 7 e o 3, sendo o algarismo 3
duvidoso. Assim, se escrevêssemos 7,3kg=7.300 gramas, estaríamos dando a idéia errônea de que o 3
é um algarismo correto, sendo o último zero o algarismo duvidoso. Para evitar esse erro de interpretação,
fazemos a notação de potência de 10 e escrevemos: 7,3kg=7,3x103g. Dessa maneira, a mudança de
unidade foi feita e continuamos a indicar que o 3 é o algarismo duvidoso.

Regras básicas de arredondamento


Para empregarmos corretamente os algarismos significativos, precisamos conhecer e saber aplicar
as regras básicas de arredondamento. Vejamos que regras são essas, para depois proceder às operações
com algarismos significativos, aplicando-as.

1a Regra

Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é inferior a 5, o


mesmo permanecerá conservado, sem modificação.

Exemplo:

1,333....3 arredondado à 1a decimal resultará 1,3.

2a Regra

Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é igual ou supe-
rior a 5, e for seguido de, no mínimo, um algarismo diferente de zero, o último algarismo a ser
conservado deverá ser aumentado de uma unidade.

Exemplos:

1,666....6 arredondado à 1a decimal resultará 1,7;

4,850...5 arredondado à 1a decimal resultará 4,9.

3a Regra

Quando o algarismo imediatamente seguinte ao último algarismo a ser conservado é um 5 seguido


de zeros, devemos proceder da seguinte maneira:

a) se o algarismo que antecede o 5 for ímpar → arredonda-se para o algarismo par mais próximo,
ou seja, aumenta-se uma unidade.

Exemplos:

4,550 arredondado à 1a decimal resultará 4,6;

2,750 arredondado à 1a decimal resultará 2,8.

90 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

b) se o algarismo que antecede o 5 for par → permanecerá sem modificação.

Exemplos:

3,650 arredondado → 1a decimal resultará 3,6;

1,2500 arredondado → 1a decimal resultará 1,2.

Adição envolvendo algarismos significativos


Suponha que vamos adicionar as seguintes parcelas:

2.807,5
0,0648
83,645
525,35

Para que o resultado dessa adição contenha apenas algarismos significativos, devemos inicialmente
observar qual ou quais das parcelas possui o menor número de ordens decimais. Em nosso exemplo, essa
parcela é 2.807,5, que possui apenas uma ordem decimal. Essa parcela será mantida.

As demais parcelas deverão ser modificadas, de modo a ficarem com o mesmo número de ordens
decimais que a primeira escolhida, abandonando-se nelas tantos algarismos quantos forem necessários.

Assim, na parcela 0,0648 devemos abandonar os algarismos 6, 4 e 8. Ao abandonarmos esses algarismos,


o último que foi mantido deverá ser acrescido de uma unidade, se o primeiro algarismo abandonado for
superior a 5, como vimos na regra de arredondamento. Então, a parcela em questão (0,0648) deverá ser
escrita como 0,1.

Na parcela 83,645 vamos abandonar os algarismos 4 e 5. Como o primeiro algarismo abandonado é 4


(inferior a 5), o último algarismo mantido permanece invariável. A parcela ficará escrita como 83,6.

E, finalmente, na parcela 525,35 abandonamos o 5 e, por isso, o último algarismo que permanece
no número fica sem alteração. A parcela será de 525,3.

Vejamos como fica cada parcela e o resultado da adição.

2.807,5 permanece inalterada → 2.807,5


0,0648 passa a ser escrita → 0,1
83,645 passa a ser escrita → 83,6
525,35 passa a ser escrita → 525,3
Resultado correto → 3.416,5

SENAI/RJ - 91
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Subtração envolvendo algarismos significativos


Para realizar subtrações envolvendo algarismos significativos, adotamos os mesmos procedimentos
vistos aqui para a adição.

Multiplicação e divisão envolvendo algarismos significativos


Para realizar multiplicações e divisões envolvendo algarismos significativos, em primeiro lugar
efetuamos a operação do mesmo modo que fazemos com os números em notação decimal.

Exemplos:
6,1 6,1 ÷ 4,9 = 1,244
x 4,9
29,89

Feita a operação, verificamos quantas ordens decimais há no termo que tem menos ordens decimais
(que em ambos os exemplos é 1), de modo a manter esse número de ordens no resultado.
6,1
x 4,9
29,89
6,1 ÷ 4,9 = 1,244

29,9

1,2

Quando a operação é realizada com números inteiros, como a divisão entre os termos de um
número fracionário, as regras aqui expostas não se aplicam.

Exemplos:

7/16” = 0,4375”

3/8 ” = 0,375”

7/32” = 0,21875”

Raiz quadrada envolvendo algarismos significativos


A raiz quadrada de um número com n algarismos significativos deverá conter no máximo n algarismos
significativos e, no mínimo, n-1 algarismos significativos.

92 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Unidades de medida do Sistema Inglês


Os países anglo-saxões utilizam o sistema baseado na jarda imperial (yard em inglês) e seus
derivados não-decimais. Basicamente, as unidades do sistema inglês são as seguintes:

polegada (inch) = 25,4mm a uma temperatura de 20°C

pé (foot) = 12 polegadas = 304,8mm

jarda (yard) = 36 polegadas = 3 pés = 914,4mm

As escalas em polegadas são graduadas obedecendo ao Sistema Inglês, cujas subdivisões estão
representadas por:

1/2 1/4 1/8 1/16 1/32 1/64 1/128

Os americanos adotam a polegada milesimal, cujo valor é fixado em 25,4000508mm, a uma


temperatura de 16°C.

Conversão de polegada em milímetro,


de dimensões com tolerâncias
O uso do fator de conversão 1pol=25,4mm (exatamente) em geral produz valores que contêm mais
algarismos decimais que o necessário para a precisão desejada. Por isso, é preciso arredondar esses
valores a um número de decimais relacionados com o valor de campo de tolerância original.

A aplicação das regras de arredondamento, dadas na Tabela 1, garantirá, mesmo nos casos extremos
mais desfavoráveis, que nenhum dos dois limites resultantes exceda o valor da tolerância original em 2,5%.

Tabela 1 – Decimais a serem conservados em função da tolerância original


Tolerância original (polegada) Decimais a serem conservadas (em mm)

No mínimo igual a: Inferior a:

0. 000. 01 0. 000. 01 0. 000. 01

0. 000.1 0. 000.1 0. 000.1

0. 001 0. 001 0. 001

0. 01 0. 01 0. 01

0.1 0.1 0.1

SENAI/RJ - 93
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

O método A de conversão – regra geral


No método A, que tem aplicação geral, o arredondamento é efetuado até o valor redondo mais
próximo, de maneira que, em média, as tolerâncias convertidas permaneçam estatisticamente idênticas
às tolerâncias originais. Os limites convertidos por esse método são aceitáveis para a intercambiabilidade
e servem de base para o controle.

Por esse método, converte-se separadamente o limite superior e o limite inferior, conforme a Norma
ABNT NB-59. E os resultados obtidos são depois arredondados de acordo com a NB-87, conservando
o número de decimais na Tabela 1.

O método B de conversão – regra especial


No método B, o arredondamento é feito sistematicamente para dentro do campo de tolerância, de
maneira que, em média, as tolerâncias convertidas são mais estreitas. Conseqüentemente, esse método
será empregado somente quando os limites originais devem ser rigorosamente respeitados como, por
exemplo, quando as peças são controladas por calibradores fixos.

O método B é análogo ao método A, exceto quanto ao arredondamento, que é efetuado para o


interior do campo de tolerância (isto é, para o mais próximo valor inferior no caso do limite superior, e
para o mais próximo valor superior no caso do limite inferior). Portanto, o arredondamento nem sempre
é efetuado para o valor redondo mais próximo.

O método B é empregado somente quando os limites originais devem ser absolutamente respeitados
(particularmente quando as peças devem ser inspecionadas por meio de calibradores originais).

Exemplo:

Seja uma dimensão expressa em polegadas:

1,950 ± 0,016

A conversão dos dois limites para milímetros dá:

49,1236 e 49,9364

Como a tolerância é igual a 0,032 e fica entre 0,01 e 0,1 polegada, empregando o método A, é
necessário arredondar esses valores ao mais próximo de 0,01. Os valores a serem empregados em
milímetros são, portanto:

49,12 e 49,94

Arredondando para o interior da tolerância, de acordo com o método B, dará os limites 49,13mm e
49,93mm, isto é, a tolerância foi reduzida para 0,80 em vez de 0,82mm, como dado pelo método A.

94 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

Praticando
1. Arredonde os algarismos significativos dos itens que seguem, considerando o número de ordens
decimais solicitado em cada caso.

a) Para quatro ordens decimais: b) Para três ordens decimais:

4,454520 5,55055

7,456409 3,06783

13,343634 1,75237

10,101010 3,27125

c) Para duas ordens decimais: d) Para uma ordem decimal:

8,6785 4,236 3,562

9,7873 3,562 4,787

3,4158 7,250 9,279

1,0725 1,824 2,379

2. Resolva as operações a seguir, que envolvem algarismos significativos:

30,00 + 21,532 = 13,880 + 29,737 = 9,42 X 3,3 =

9,48 : 3,2 = 3,54 - 0,5 = 9,52 + 8,1 =

10,31 X 8,9 = 2,397 + 8,972 = 20,002 + 5,3 =

3,43 X 4,25 = 9,789 - 6,23 = 8,44 X 1,5 =

10,524 - 3,27 = 12,82 X 10,1= 1, 8 - 1,50 =

6,82 : 5,4 = 76,91 : 4,2 = 13,45 : 1,6 =

3. Transforme os seguintes valores em polegadas:

170mm = 120 pés = 8 pés =

30 pés = 6 jardas = 3 jardas =

SENAI/RJ - 95
Sistema de Unidades de Medida – O Trabalho com Medidas Lineares e Angulares

4. Transforme os valores que seguem em pés:

70mm = 108 pol = 300mm = 0,5 jardas =

324 pol = 200 jardas = 1/16 pol =

5. Transforme os seguintes valores em milímetros:

0,397”= 3,45 pés = 7 pés =

10 jardas = 0,5 jardas = 5/16” =

6. Transforme os valores abaixo em jardas:

25,4mm = 1016mm = 120 pol = 754 pés =

1/2” = 1 1/16” = 324 pés =

7. Resolva as operações:

179°60' – 112°6' = 94°27'18” + 35°41'57" =

179°59'59” – 130°9'15" = 64g25c + 19g8c =

100g60c25cc – 98g45c30cc = 89g60c25cc + 9g33c75cc =

360g80c20cc – 300g90c30cc = 95g60c25cc + 129g45c90cc =

8. Transforme as medidas a seguir em milímetros:

1,75m = 19dm = 37m = 18,3cm =

1,005m = 3/16” = 1/2” = 5/8” =

9. Transforme em polegadas decimais e em polegadas fracionárias, simultaneamente:

12,7mm = 57,15mm = 1600mm =

96 - SENAI/RJ
Sistema de Unidades de Medida – Referências Bibliográficas

Referências bibliográficas
• INMETRO. Guia para expressão de incerteza de medição. Rio de Janeiro:s/d.

• __________. Quadro geral de unidades de medidas; Resolução no 12/1998 do CONMETRO.


2.ed. Brasília: SENAI/DN, 2000.

• __________. Sistema de Unidades de Medida – SI. 6.ed. Brasília: SENAI/DN, 2000.

• __________. Vocabulário internacional de termos fundamentais e gerais de metrologia;


Portaria n.º 29 de 10/03/95. 2. ed. Brasília: SENAI/DN, 2000.

• SENAI/DR. Inspetor de medição – 2a fase. Rio de Janeiro: SENAI/DR, 1988. (Apostila)

SENAI/RJ - 97
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

FIRJAN SENAI Av. Graça Aranha, 1


Federação Serviço Nacional Centro – CEP 20030-002
das Indústrias de Aprendizagem Rio de Janeiro – RJ
do Estado do Industrial do Tel.: (21) 2563-4526
Rio de Janeiro Rio de Janeiro Central de Atendimento:
0800-231231
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

DESENHO
TÉCNICO
Controle Dimensional
Caldeiraria e Tubulação

SENAI-RJ • Metrologia
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

DESENHO
TÉCNICO
Referente à Norma da Petrobras
N-2109, set./98
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira
Presidente

Diretoria Corporativa Operacional


Augusto Cesar Franco de Alencar
Diretor

Diretoria Regional do SENAI-RJ


Fernando Sampaio Alves Guimarães
Diretor

Diretoria de Educação
Andréa Marinho de Souza Franco
Diretora

Gerência de Educação Profissional


Luis Roberto Arruda
Gerente
FIRJAN
CIRJ
SESI
SENAI
IEL

DESENHO
TÉCNICO
Controle Dimensional
Caldeiraria e Tubulação

SENAI-RJ
Rio de Janeiro
2004
Desenho Técnico
2004

SENAI–Rio de Janeiro
Diretoria de Educação

FICHA TÉCNICA

Gerência de Educação Profissional Luis Roberto Arruda


Gerência de Produtos Newton Martins
Produção Editorial Vera Regina Costa Abreu
Pesquisa de Conteúdo e Redação Nilo de Souza e Silva
Revisão Pedagógica Maria Leonor de Macedo Soares Leal
Revisão Gramatical Mário Élber dos Santos Cunha
Revisão Editorial Izabel Maria de Freitas Sodré
Colaboração Marcelo Oliveira Gaspar de Carvalho
Projeto Gráfico Artae Design & Criação
Editoração Conexão Gravatá Ltda.

Edição revista do material Desenho Técnico, publicado pelo SENAI–RJ, 1998.

SENAI-RJ
GEP – Gerência de Educação Profissional

Rua Mariz e Barros, 678 – Tijuca


20270-903 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2587-1117
Fax: (21) 2254-2884
E-mail: GEP@rj.senai.br
http://www.rj.senai.br
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................... 11
UMA PALAVRA INICIAL ................................................... 13

1
PROJEÇÕES ORTOGONAIS ............................................... 17
I . Planos de projeções. ................................................................. 19

II . Peças cilíndricas ...................................................................... 29

III . Cortes e seções. .................................................................... 30

IV . Praticando. ............................................................................ 34

2 DESENHO DE CALDEIRARIA. ............................................ 37

I . Equipamentos e componentes utilizados pela Petrobras .................. 39

II . Estrutura tubular marítima ........................................................ 43

III . Planificações básicas. ............................................................. 46

IV . Planificação dos componentes dos subconjuntos de


estruturas metálicas ............................................................... 53

V . Planificação dos tampos dos vasos de pressão ............................. 61

VI . Gabaritos de forma ................................................................. 73

VII . Planificação dos costados dos vasos ........................................ 78

VIII . Praticando ........................................................................... 82


Prezado aluno,
Quando você resolveu fazer um curso em nossa instituição, talvez não soubesse que, desse
momento em diante, estaria fazendo parte do maior sistema de educação profissional do país:
o SENAI. Há mais de sessenta anos, estamos construindo uma história de educação voltada
para o desenvolvimento tecnológico da indústria brasileira e para a formação profissional de
jovens e adultos.
Devido às mudanças ocorridas no modelo produtivo, o trabalhador não pode continuar
com uma visão restrita dos postos de trabalho. Hoje, o mercado exigirá de você, além do domínio
do conteúdo técnico de sua profissão, competências que lhe permitam decidir com autonomia,
proatividade, capacidade de análise, solução de problemas, avaliação de resultados e propostas
de mudanças no processo do trabalho. Você deverá estar preparado para o exercício de papéis
flexíveis e polivalentes, assim como para a cooperação e a interação, o trabalho em equipe e o
comprometimento com os resultados.
Soma-se, ainda, que a produção constante de novos conhecimentos e tecnologias exigirá
de você a atualização contínua de seus conhecimentos profissionais, evidenciando a necessidade
de um formação consistente que lhe proporcione maior adaptabilidade e instrumentos
essenciais à auto-aprendizagem.
Essa nova dinâmica do mercado de trabalho vem requerendo que os sistemas de educação
se organizem de forma flexível e ágil, motivo esse que levou o SENAI a criar uma estrutura
educacional, com o propósito de atender às novas necessidades da indústria, estabelecendo
uma formação flexível e modularizada.
Esse tipo de formação tornará possível a você, aluno do sistema, voltar e dar continuidade
à sua educação, criando seu próprio percurso. Além de toda a infra-estrutura necessária ao seu
desenvolvimento, você poderá contar com apoio técnico-pedagógico da equipe de educação
desta escola do SENAI para orientá-lo em seu projeto.
Mais do que formar um profissional, estamos buscando formar cidadãos.
Seja bem vindo!

Andréa Marinho de Souza Franco


Diretora de Educação

SENAI-RJ 9
Desenho Técnico - Apresentação

Apresentação
A dinâmica social dos tempos de globalização exige dos profissionais atualização constante.
Mesmo as áreas tecnológicas de ponta ficam obsoletas em ciclos cada vez mais curtos, trazendo
desafios renovados a cada dia, e tendo como conseqüência para a educação a necessidade de
encontrar novas e rápidas respostas.
Nesse cenário, impõe-se a educação continuada, exigindo que os profissionais busquem
atualização constante durante toda a sua vida – e os docentes e alunos do SENAI/RJ incluem-se
nessas novas demandas sociais.
É preciso, pois, promover, tanto para os docentes como para os alunos da educação
profissional, as condições que propiciem o desenvolvimento de novas formas de ensinar e
aprender, favorecendo o trabalho de equipe, a pesquisa, a iniciativa e a criatividade, entre outros
aspectos, ampliando suas possibilidades de atuar com autonomia, de forma competente.
Essa também é a preocupação do Curso de Controle Dimensional que você está realizando
e deste material didático que compõe o conjunto elaborado especialmente para o curso. Neste
material, você encontrará conteúdos que lhe darão a possibilidade de aprofundar seus
conhecimentos de desenho geométrico e de desenho técnico, uma vez que traz noções que o
habilitarão para a leitura e interpretação dos traçados da área de caldeiraria.
O material vai ajudá-lo em seus estudos, podendo ser usado por você para acompanhar as
aulas do professor, fazer leituras que complementem o entendimento de determinado assunto,
apoiá-lo na execução dos desenhos, realizar consultas e pesquisas, esclarecer dúvidas, fazer os
exercícios propostos, etc.
Desse modo, você vai enriquecer a sua educação profissional e tornar-se mais capacitado
para desempenhar, com competência as atividades de um inspetor de controle dimensional.

SENAI-RJ 11
Desenho Técnico - Uma palavra inicial

Uma palavra inicial


Meio ambiente...
Saúde e segurança no trabalho...
O que é que nós temos a ver com isso?
Antes de iniciarmos o estudo deste material, há dois pontos que merecem destaque: a
relação entre o processo produtivo e o meio ambiente; e a questão da saúde e segurança no
trabalho.
As indústrias e os negócios são a base da economia moderna. Produzem os bens e serviços
necessários, e dão acesso a emprego e renda; mas, para atender a essas necessidades, precisam
usar recursos e matérias-primas. Os impactos no meio ambiente muito freqüentemente
decorrem do tipo de indústria existente no local, do que ela produz e, principalmente, de como
produz.
É preciso entender que todas as atividades humanas transformam o ambiente. Estamos
sempre retirando materiais da natureza, transformando-os e depois jogando o que “sobra” de
volta ao ambiente natural. Ao retirar do meio ambiente os materiais necessários para produzir
bens, altera-se o equilíbrio dos ecossistemas e arrisca-se ao esgotamento de diversos recursos
naturais que não são renováveis ou, quando o são, têm sua renovação prejudicada pela velocidade
da extração, superior à capacidade da natureza para se recompor. É necessário fazer planos de
curto e longo prazo, para diminuir os impactos que o processo produtivo causa na natureza.
Além disso, as indústrias precisam se preocupar com a recomposição da paisagem e ter em
mente a saúde dos seus trabalhadores e da população que vive ao redor dessas indústrias.
Com o crescimento da industrialização e a sua concentração em determinadas áreas, o
problema da poluição aumentou e se intensificou. A questão da poluição do ar e da água é
bastante complexa, pois as emissões poluentes se espalham de um ponto fixo para uma grande
região, dependendo dos ventos, do curso da água e das demais condições ambientais, tornando
difícil localizar, com precisão, a origem do problema. No entanto, é importante repetir que,
quando as indústrias depositam no solo os resíduos, quando lançam efluentes sem tratamento
em rios, lagoas e demais corpos hídricos, causam danos ao meio ambiente.

SENAI-RJ 13
Desenho Técnico - Uma palavra inicial

O uso indiscriminado dos recursos naturais e a contínua acumulação de lixo mostram a


falha básica de nosso sistema produtivo: ele opera em linha reta. Extraem-se as matérias-primas
através de processos de produção desperdiçadores e que produzem subprodutos tóxicos.
Fabricam-se produtos de utilidade limitada que, finalmente, viram lixo, o qual se acumula nos
aterros. Produzir, consumir e dispensar bens desta forma, obviamente, não é sustentável.
Enquanto os resíduos naturais (que não podem, propriamente, ser chamados de “lixo”)
são absorvidos e reaproveitados pela natureza, a maioria dos resíduos deixados pelas indústrias
não tem aproveitamento para qualquer espécie de organismo vivo e, para alguns, pode até ser
fatal. O meio ambiente pode absorver resíduos, redistribuí-los e transformá-los. Mas da mesma
forma que a Terra possui uma capacidade limitada de produzir recursos renováveis, sua
capacidade de receber resíduos também é restrita, e a de receber resíduos tóxicos praticamente
não existe.
Ganha força, atualmente, a idéia de que as empresas devem ter procedimentos éticos que
considerem a preservação do ambiente como uma parte de sua missão. Isto quer dizer que se
devem adotar práticas que incluam tal preocupação, introduzindo processos que reduzam o
uso de matérias-primas e energia, diminuam os resíduos e impeçam a poluição.
Cada indústria tem suas próprias características. Mas já sabemos que a conservação de
recursos é importante. Deve haver crescente preocupação com a qualidade, durabilidade,
possibilidade de conserto e vida útil dos produtos.
As empresas precisam não só continuar reduzindo a poluição como também buscar novas
formas de economizar energia, melhorar os efluentes, reduzir a poluição, o lixo, o uso de matérias-
-primas. Reciclar e conservar energia são atitudes essenciais no mundo contemporâneo.
É difícil ter uma visão única que seja útil para todas as empresas. Cada uma enfrenta desafios
diferentes e pode se beneficiar de sua própria visão de futuro. Ao olhar para o futuro, nós
(o público, as empresas, as cidades e as nações) podemos decidir quais alternativas são mais
desejáveis e trabalhar com elas.
Infelizmente, tanto os indivíduos quanto as instituições só mudarão as suas práticas quando
acreditarem que seu novo comportamento lhes trará benefícios – sejam estes financeiros, para
sua reputação ou para sua segurança.
A mudança nos hábitos não é uma coisa que possa ser imposta. Deve ser uma escolha de
pessoas bem-informadas a favor de bens e serviços sustentáveis. A tarefa é criar condições que
melhorem a capacidade de as pessoas escolherem, usarem e disporem de bens e serviços de
forma sustentável.
Além dos impactos causados na natureza, diversos são os malefícios à saúde humana
provocados pela poluição do ar, dos rios e mares, assim como são inerentes aos processos
produtivos alguns riscos à saúde e segurança do trabalhador. Atualmente, acidente do trabalho
é uma questão que preocupa os empregadores, empregados e governantes, e as conseqüências
acabam afetando a todos.

14 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Uma palavra inicial

De um lado, é necessário que os trabalhadores adotem um comportamento seguro no


trabalho, usando os equipamentos de proteção individual e coletiva; de outro, cabe aos
empregadores prover a empresa com esses equipamentos, orientar quanto ao seu uso, fiscalizar
as condições da cadeia produtiva e a adequação dos equipamentos de proteção.
A redução do número de acidentes só será possível, à medida que cada um – trabalhador,
patrão e governo – assuma, em todas as situações, atitudes preventivas, capazes de resguardar
a segurança de todos.
Deve-se considerar, também, que cada indústria possui um sistema produtivo próprio, e,
portanto, é necessário analisá-lo em sua especificidade, para determinar seu impacto sobre o
meio ambiente, sobre a saúde e os riscos que o sistema oferece à segurança dos trabalhadores,
propondo alternativas que possam levar à melhoria de condições de vida para todos.
Da conscientização, partimos para a ação: cresce, cada vez mais, o número de países,
empresas e indivíduos que, já estando conscientizados acerca dessas questões, vêm
desenvolvendo ações que contribuem para proteger o meio ambiente e cuidar da nossa saúde.
Mas isso ainda não é suficiente... faz-se preciso ampliar tais ações, e a educação é um valioso
recurso que pode e deve ser usado em tal direção. Assim, iniciamos este material conversando
com você sobre o meio ambiente, saúde e segurança no trabalho, lembrando que, no seu exercício
profissional diário, você deve agir de forma harmoniosa com o ambiente, zelando também pela
segurança e saúde de todos.
Tente responder à pergunta que inicia este texto: meio ambiente, saúde e segurança no
trabalho – o que é que eu tenho a ver com isso? Depois, é partir para a ação. Cada um de nós é
responsável. Vamos fazer a nossa parte?

SENAI-RJ 15
Projeções Ortogonais

Nesta seção...

I. Planos de projeções

II. Peças cilíndricas

III. Cortes e seções

IV. Praticando

1
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

18 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Projeções ortogonais
Neste primeiro bloco de estudo, trataremos de um assunto muito importante para o
profissional de controle dimensional desempenhar as suas atividades: as projeções ortogonais.
O trabalho com tal conteúdo vai ajudá-lo a entender a representação das partes de um
componente de caldeiraria, como, por exemplo, as dos tampos e costados, que abordaremos
na unidade 2 do material.

I. Planos de projeções
O desenho técnico de um objeto pode ser representado por meio de vista ortográfica ou
perspectiva.
As vistas ortográficas de um objeto, que veremos adiante com mais detalhes, são projeções
cilindro-ortogonais ou, simplesmente, projeções ortogonais.
A Fig. 1 mostra a projeção ortogonal de um objeto.

plano de projeção

projetantes perpendiculares ao plano

vista ortográfica objeto

Fig. 1

SENAI-RJ 19
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Observando a Fig. 1 com atenção, você verá que a projeção é uma operação geométrica que
pressupõe a existência de um ponto, o centro de projeção que representa o observador e uma
superfície, onde se realiza a projeção.
As retas que partem do centro de projeção e se dirigem para os diversos pontos do espaço
a serem projetados denominam-se projetantes.

Quando todas as projetantes são paralelas entre si, temos uma projeção cilíndrica. Essa
projeção pode ser ortogonal ou oblíqua em relação à superfície plana de projeção.
· Projeção cilíndrica ortogonal
É aquela cujas projetantes são perpendiculares ao plano de projeção.
· Projeção cilíndrica oblíqua
É aquela cujasprojetantes são oblíquas ao plano de projeção.
Veja esses tipos de projeção na Fig. 2.

projetante perpendicular ao plano


projetante oblíqua ao plano
ponto

projetantes
superfície

projeção
do
ponto

Fig. 2

Diedro de projeções
Um diedro de projeção é formado por dois
plano vertical
planos de projeção: um vertical e outro
horizontal, os quais se interceptam num ângulo
plano horizontal
de 90º, formando as linhas de terra (LT).
Observe um diedro de projeção na Fig. 3.

observador

Fig. 3

20 SENAI-RJ
Montagem e AlinhamentoDesenho
de Máquinas
Técnico
- Alinhamento
- Projeções de
Ortogonais
Máquinas

Para que os desenhos das projeções sejam representados e integrados, é necessário que os
dois planos de projeção sejam apresentados em uma mesma superfície plana, voltada para a
direção do observador. Consegue-se isso rotacionando o plano horizontal (PH) a 90º, até ele se
sobrepor ao plano vertical (PV).
Os planos vertical e horizontal de projeções formam quatro diedros, denominados: primeiro
diedro, segundo diedro, terceiro diedro e quarto diedro, como mostra a Fig. 4.

PV PV PV

1 diedro
0
1 0 diedro 2 0 diedro
2 0 diedro
90º

PH PH L T

30 diedro 40 diedro
PH
3 diedro
0

PV
PH
4 diedro
0

Vista de perfil dos


quatro diedros PV e PH na mesma
superfície
Rotação do PH e
justaposição ao PV
Fig. 4

Desses quatro diedros, somente o primeiro e o terceiro são utilizados para as projeções
ortográficas. No Brasil, de acordo com a NBR 10067, da ABNT, adota-se o primeiro diedro.
A simbologia para a indicação do método de projeção é representada por meio de figuras,
como podemos ver nos itens que se seguem.

· Indicativo de projeção no primeiro diedro

Fig. 5

·Indicativo de projeção no segundo diedro

Fig. 6

SENAI-RJ 21
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Vistas ortográficas
Como já vimos, um objeto pode ser representado por meio de vistas ortográficas ou
perspectiva. A quantidade de vistas deve ser a necessária à perfeita compreensão do objeto.
Assim, uma peça, por mais complicada que seja, é representada em desenho técnico por suas
vistas ortográficas, obedecendo às normas e procedimentos técnicos.

Tipos de vista
As duas vistas básicas são a vista frontal e a vista superior.
A vista frontal corresponde à projeção vertical – PV, conforme especifica a NBR 10067, da
ABNT, sendo representada no plano vertical superior.
A vista superior é a que corresponde à projeção horizontal – PH, sendo representada no
plano horizontal anterior.

Vale observar que, após o giro do plano horizontal, acontece o seguinte:


- o plano horizontal anterior sobrepõe-se ao PV inferior;
- o plano horizontal posterior sobrepõe-se ao PV superior.
Agora, analise a Fig. 7 com atenção, procurando perceber as vistas frontal e superior.

projeção vertical ou
vista frontal
e r io r PVS
PV sup
objeto
linhas de
2 o diedro referência

ste-
PH po
rior
T
1 o diedro
L T
L

observador
nter ior
PH a

f e r io r
P V in projeção horizontal ou
vista superior PHA

Fig.7

22 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

É importante você saber que no desenho definitivo não são necessárias as linhas que vemos
na Fig. 7 limitando os planos de projeções nem as linhas de referência.
Já as linhas de cota, mostradas na Fig. 8, são necessárias e importantes nos desenhos
técnicos, pois indicam as dimensões do objeto. Observe.

linhas
9 de cota

29
12

12

23

Fig.8

A ABNT estabelece normas e procedimentos para a cotagem em desenho técnico.

Escolha das vistas


A vista principal é a mais importante em desenho técnico. Por isso, a vista frontal deve ser
utilizada como vista principal, pois geralmente ela representa a peça na sua posição de
utilização.
Quando outras vistas são necessárias (por exemplo, vistas laterais ou vistas posteriores),
inclusive cortes e/ou seções, elas devem ser selecionadas conforme critérios recomendados
pela NBR 10067. Esses critérios são:
– usar o menor número possível de vistas (podem ser seis ou mais, como observaremos no
item seguinte);
– evitar a repetição das vistas;
– evitar, nas vistas, linhas tracejadas desnecessárias.

SENAI-RJ 23
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

As vistas laterais são colocadas ao lado da vista principal e podem ser duas: vista lateral
direita e vista lateral esquerda. A escolha de uma ou de outra vai depender dos detalhes da peça
a serem representados. Eventualmente, as duas laterais podem ser representadas, como mostra
a Fig. 18 que ilustra a perspectiva de uma peça em três vistas.

PLD
PVS PL
Dir
vista principal .

vista lateral
esquerda

PHP

lado
esquerdo da
peça

plano lateral
direito
PHA

PHA

Perspectiva de uma peça com 3 vistas

Fig.9

24 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Veja agora as projeções ortográficas nas seguintes três vistas: vista principal(ou frontal),
vista superior e vista lateral esquerda (representada no PL direito).

plano vertical plano lateral


(ou frontal) direito

vista frontal
(principal)

vista lateral
esquerda

vista superior Projeções em 3 vistas

plano hor. anterior

Fig.10

Já nesta outra figura, temos as projeções ortográficas em outras três vistas: vista principal
(frontal), vista superior e vista lateral direita (representada no PL esquerdo).

plano lateral esquerdo plano vertical


(ou frontal)

vista frontal
(principal)

vista lateral
direita

vista superior

Projeções em 3 vistas

plano hor. anterior

Fig.11

SENAI-RJ 25
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Os planos de projeção
As duas vistas básicas – a frontal e a superior –, mesmo auxiliadas pela vista lateral, por
vezes não conseguem esclarecer, suficientemente, a forma de objetos mais complexos. Nesses
casos, uma alternativa possível é aumentar o número de vistas para seis. Para tanto, utiliza-se
um paralelepípedo de referência, como estabelece a Norma ABNT – NBR 10067, e que você
pode observar nas duas figuras que seguem.

A C

F
vi
B st
a
fr
on
ta
l

Paralelepípedo de referência (6 faces)

Fig.12

26 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

D A C F

plano frontal

O paralelepípedo de referência (planificado)

Fig.13

Sobre as seis faces do paralelepípedo são projetadas as seis vistas ortográficas. Veja.

D A C F

Fig.14

A denominação das vistas A, B, C, D, E, e F mostradas nesta figura e dos planos


correspondentes, considerando que a vista principal é a vista frontal (A), é a seguinte:

VISTA PLANO

A – Vista frontal (vista principal) Plano frontal


B – Vista superior (ou planta) Plano horizontal inferior
C – Vista lateral esquerda Plano lateral direito
D – Vista lateral direita Plano lateral esquerdo
E – Vista inferior Plano horizontal superior
F – Vista posterior Plano vertical posterior
Quadro 1

SENAI-RJ 27
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Veja agora dois exemplos de peças representadas em três vistas, com utilização de linhas
tracejadas que representam arestas ocultas, e também de linhas de centro ou de eixo, que
representam os centros de círculos ou de cilindros.

• Exemplo 1

arestas ocultas

linha tracejada
(arestas ocultas)

vista frontal

3 vistas (com linhas tracejadas) Perspectiva

Fig.15

• Exemplo 2

linhas de eixo
ou de centro

linhas de eixo
ou de centro
vista frontal

Perspectiva

3 vistas (com linhas de eixo)

Fig.16

28 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

II. Peças cilíndricas


Você já viu que na representação do desenho de uma peça usamos tantas vistas quantas
forem necessárias para a compreensão de sua forma. No caso das peças com formas cilíndricas,
a aplicação do símbolo ∅ permite suprimir a vista em que o círculo do cilindro aparece de
forma frontal.
Analise este exemplo.
A figura nos mostra a representação de uma peça cilíndrica em duas vistas, em que a cota
do diâmetro (que é 20) aparece três vezes:

Perspectiva do
cilíndro

Fig.17

Utilizando o símbolo ∅, a representação dessa mesma peça pode ser feita em vista única,
aparecendo a cota do diâmetro uma única vez.
∅ 20

35

Fig. 18

SENAI-RJ 29
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Agora, observe, na Fig. 19, representação de uma peça cilíndrica em vista única, cotada.

Fig.19

III. Cortes e seções


Os cortes são artifícios aplicados em desenho de peças para representar seus detalhes
internos com maior clareza, uma vez que nas vistas normais esses detalhes seriam apresentados
em linhas tracejadas, tornando a interpretação mais difícil ou, até mesmo, ilegível.
Observe, na Fig. 20, que o corte é representado pela linha de corte, a qual indica a localização
do plano de corte.

linha
de corte

plano de corte

Fig. 20

30 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

Veja, na Fig. 21, que a parte da peça mostrada em corte é a posterior ao plano de corte.
A parte anterior não é representada na vista de corte (e somente nesta).

parte porterior ao
plano de corte

parte anterior ao
Fig.21 plano de corte

A parte maciça da peça, no plano de corte, é mostrada com hachuras, que são linhas
estreitas a 45º. Já as partes ocas não são hachuradas.
Os procedimentos para a representação das peças em corte são estabelecidos pela NBR
10067, da ABNT.
Na Fig. 22, temos uma peça representada em três vistas, sendo a vista frontal cortada por
um plano horizontal.

hachuras

corte AA

linha de corte

A A

Fig. 22

SENAI-RJ 31
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

O corte de uma peça pode ser total, parcial ou meio corte. Vejamos.
• Corte total
Corta a peça em toda a sua extensão, como é mostrado nas figuras anteriores.

• Corte parcial
linha de ruptura que limita
Corta
. somente em trecho o corte parcial
que representa algum detalhe flange
importante interno. O trecho
cortado é limitado por uma
linha sinuosa, como mostra o
desenho de tubo com flange tubo
integral da Fig. 23.
Fig.23

• Meio corte
Neste caso, somente a metade da vista é apresentada em corte, ou seja, a metade é cortada
e a outra, não.
Observe, no desenho de um tê de redução em meio corte, que a indicação do plano de
corte AA é representada em um ângulo de 90º.

linha de corte

Fig.24

Agora, analise os quatro desenhos de peças mostrados a seguir.

• Desenho de peça em duas vistas em


que a linha de corte é desnecessária

Fig. 25

32 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

• Desenho de uma válvula-esfera em vista única

Fig. 26

• Desenho de um niple roscado em vista única

tubo

niple

tubo

Fig. 27

• Desenho de um trocador de calor em vista única

Fig. 28

As Figs. 25 a 28 que você acabou de analisar mostram-nos exemplos de corte total. Veja que
em nenhuma delas houve a necessidade de indicação da linha de corte, cuja ausência é admitida
pela NBR 10067 da ABNT, quando sua localização é clara, não admitindo dúvida.

SENAI-RJ 33
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

IV. Praticando
1) Complete, à mão livre, as vistas indicadas pelas marcas nos desenhos que se seguem.

1 2

3 4

5 6

34 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

2) Desenhe, à mão livre, as duas vistas de cada peça, tendo como referência a vista já
desenhada em cada quadro a seguir.
Identifique cada uma das vistas do desenho (tanto a já existente como as que você vai
desenhar), empregando as seguintes siglas:
VF – vista frontal;
VS – vista superior;
VLD – vista lateral direita;
VLE – vista lateral esquerda.

1 2

3 4

5 6

SENAI-RJ 35
Desenho Técnico - Projeções Ortogonais

3) Entre as projeções que se seguem, assinale com X a representação em corte que estiver
correta.

36 SENAI-RJ
Desenho de
Caldeiraria
Nesta seção...

I . Equipamentos e componentes utilizados


pela Petrobras

II . Estrutura tubular marítima

III . Planificações básicas

IV . Planificação dos componentes dos


subconjuntos de estruturas metálicas

V . Planificação dos tampos dos vasos de pressão

VI . Gabaritos de forma

VII . Planificação dos costados dos vasos

VIII . Praticando

2
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

38 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Desenho de caldeiraria

Na indústria, o processamento e a estocagem de muitos produtos são feitos a pressões


maiores ou menores que a pressão atmosférica. Por isso, são empregados recipientes fechados,
de forma cilíndrica, esférica ou composta, construídos com chapas de aço, tendo resistência
para suportar pressões em seu corpo. Também as tubulações que transportam os fluidos durante
o processamento são construídas de modo a suportar as diferentes pressões.
O objetivo desta unidade é, pois, abordar o desenho (planificações) da representação das
estruturas tubulares com seus componentes (os nós, as virolas, os tramos, etc.) e, ainda, de
alguns equipamentos cilíndricos, como vasos, permutadores e tanques.

I. Equipamentos e componentes
utilizados pela Petrobras
O conhecimento dos equipamentos e componentes utilizados pela Petrobras em suas
refinarias e plataformas off-shore é fundamental para os técnicos e inspetores dimensionais de
caldeiraria.
Alguns desses equipamentos (recipientes), como, por exemplo, vasos, reatores,
permutadores de calor e torres, são mostradas na Fig. 1, que representa uma unidade de processo.

SENAI-RJ 39
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

reator
posição de lança
para a
manutenção dos torre
resfriadores

distância de distância de resfriadores


segurança segurança acesso a ar vaso
forno
permutadores guindeste
de calor móvel

bombas bombas
via livre
de acesso

rua externa distância de fornos área livre de fila de faixa de fila de área livre de rua externa
segurança manutenção equipamentos passagem de equipamentos manutenção
(remoção principais tubulações principais (remoção
de feixes de feixes
tubulares) tubulares)

Fig. 1

Veja, a seguir, o desenho de vasos em fluxograma, em planta e em isométrico.


• Representação de vasos em fluxograma

Vaso vertical Vaso horizontal

Torres de bandejas ou de recheios


Fig. 2

No caso das torres de bandeja (ou de base

recheios), são numeradas de baixo para


cima.
vaso
• Representação de vasos em planta qualquer

escada e plataforma

Fig. 3

Nesta planta, mostrada na Fig. 3, é necessário indicar a posição, a elevação e a sigla do vaso
(contorno do vaso e das bases em traços finos).

40 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

• Representação de vaso cilíndrico vertical (com partes da tubulação) em isométrico

Fig. 4

Observe, na próxima página, a planta da Fig. 5 que mostra os equipamentos como V – 33;
T – 31 e 32; P – 31, 32, 34 e 35; além das tubulações.
Analisando-a com atenção, você verá que o V–33 (vaso 33) tem o corpo cilíndrico e as duas
tampas das extremidades em forma elíptica. O desenho técnico do corpo e das tampas desses
equipamentos será estudado em outro momento.

SENAI-RJ 41
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Tampa elíptica

12345
12345
12345
PLANTA CHAVE

ÁREA 32

ÁREA 31

12345
12345
12345
12345
ÁREA 33

ÁREA 31

Fig. 5

42 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

II. Estrutura tubular marítima


A estrutura tubular marítima é construída e utilizada pela Petrobras, principalmente em
plataformas marítimas off-shore, sendo formada por componentes tubulares, como virolas,
tramos, nós, troncos, etc. Esses componentes são construídos em chapas de aço posteriormente
calandradas e soldadas.
Apesar da diversidade dos componentes estruturais, a metodologia de inspeção é a mesma
para os vários casos. As normas adotadas para essa inspeção do controle de qualidade são,
entre outras, API, SPEC 5L-85, Petrobras N-182 a e DNV.
A Fig. 6 mostra um subconjunto de uma estrutura tubular marítima. Leia atentamente a
legenda que especifica a denominação de cada um dos seus componentes.

1. virola

2. tramo (antes da
soldagem em outro
componente)

3. membro tubular

4. nó

5. subconjunto

6. tronco(can)

7. ramificação (stub)

8. redução

9. contraventamento

Fig.6

SENAI-RJ 43
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Componentes de estrutura tubular marítima

Agora, vale lembrar aqui algumas definições dos componentes de uma estrutura tubular
marítima.

• Virola
Peça cilíndrica fabricada pela conformação de uma chapa posteriormente soldada, por
junta de topo, ao longo da geratriz de fechamento da superfície cilíndrica.

• Tramo
Peça resultante da soldagem, por junta de topo, das extremidades de duas ou mais virolas
com eixo comum. Assim, o tramo é formado de duas ou mais virolas, devendo ser soldado à
virola ou outro tramo, ou, ainda, a um cone, de modo a formar um membro tubular, uma estaca
ou o tronco de um nó.

• Membro tubular
Subconjunto final resultante da soldagem, por junta de topo, das extremidades de dois ou
mais tramos com eixo comum.

• Nó
Peça resultante da soldagem, por junta de topo, das extremidades recortadas das
ramificações e a superfície externa do tronco. Como podemos perceber, o nó é formado de um
tronco e ramificações. Encontramos nós com cones unidos no tronco por junta de topo.
Além destas peças, construídas com chapas com conformação e soldadas, outras tantas,
como os costados, os vasos, os tanques e as tubulações (em gomos), também precisam de
desenhos em vistas e de planificações (ou desenvolvimento).
Dependendo da complexidade, estas planificações, além de ser representadas no papel,
também são desenhadas nas próprias chapas em que as peças serão fabricadas, utilizando
instrumentos adequados a tal operação, como riscadores de aço, réguas metálicas, cintéis, trenas
de aço, etc.

44 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Representação dos componentes de estrutura


tubular marítima

Vejamos como são representados alguns dos componentes de uma estrutura tubular
marítima.
• Representação de tramo em vistas

virola
virola

soldas
Fig. 7

• Representação de tramo em isométrico

Fig. 8

• Representação de um nó em vistas (uma frontal e duas auxiliares)


º
0
º
1
0
3

º
0
7

vista auxiliar
00
39 2.0

ramificação (stub)
0
1.

soldas tronco

315º 315º
0º PT 0º 0º

50º 50º vista auxiliar


50º
1.900
3.000

Fig. 9

SENAI-RJ 45
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

stub
• Representação de um
nó em isométrico 0 315º
00
2. 0º
70º
tronco solda

315º
315º
0º 0º

45º

Fig.10

III. Planificações básicas

As planificações (desenvolvimentos) básicos dos três sólidos de revolução – o cilindro, o


cone e a esfera – são fundamentais à representação e à construção de tubulações em gomos,
uniões, status, nós, costados de vasos e tanques, com seus respectivos tampos.

Planificação do cilindro reto

Observe, na Fig. 11, o desenho de um cilindro reto em isomértico, cujos dados são os
seguintes:

∅ diâmetro = 32; ∅ d=32

e=0
h altura = 35;

e espessura = 0.
h=35

Fig.11

46 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

e=o
Agora, veja, na Fig. 12, o desenho deste
mesmo cilindro reto em isométrico,
parcialmente planificado.

h=35
r=16
c=πd

Fig. 12

Para a planificação de um cilindro reto, são adotados os seguintes procedimentos:


1) desenhe o cilindro em duas vistas – superior e frontal –, como você pode ver na Fig. 13;
2) divida o círculo da vista superior (base) no maior número de partes possível, como, por
exemplo, oito partes, 12, 16, etc., pois quanto maior o número de divisões, maior a exatidão
do comprimento (c). No exemplo apresentado, a base está dividida em 12 partes do mesmo
tamanho;
3) transporte para a linha do comprimento as 12 partes marcadas sobre a vista superior. A
planificação, neste exemplo, será um retângulo cuja altura é de 35 e cujo comprimento é
dado por c = π . d, ou seja, c = 3,14x32.

d=32 C= π• d ou 2 • πr h=35
h=35

corda
1

vista frontal

Superfície lateral planificada

vista superior Fig. 13

SENAI-RJ 47
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Planificação do cone reto


Os cones são utilizados para as reduções concêntricas das tubulações nos nós, nas
ramificações e em alguns tipos de tampo.
O cone é reto, quando seu eixo é perpendicular à base, como este que vemos em isométrico,
na Fig. 14, cujos dados são:

∅ diâmetro da base = 30;

h altura = 37;

e espessura = 0.

Fig. 14

Este mesmo cone reto, também


em isométrico, parcialmente, ficará
como na Fig. 15.

Fig. 15

Os procedimentos para a planificação de um cone reto são:


1) desenhe o cone em duas vistas – superior e frontal;
2) divida o círculo da base (vista superior) no maior número de partes possível, tendo em
vista maior exatidão (no exemplo do cone reto ilustrado na Fig. 16, a divisão foi feita em 12
partes do mesmo tamanho);
3) trace um arco com raio R = geratriz do cone = AC a partir do ponto A;
4) marque, neste arco, o mesmo número de divisões feito na vista superior, ou seja, 12;
5) una os dois pontos extremos ao ponto A.

Temos, assim, a planificação do cone reto. Observe.

48 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

superfície lateral

e=0
R=G=AC
A

h=37
C

vista frontal

1
12
base
a

corda
cord

Superfície lateral planificada


1
12

vista superior

Fig.16

Planificação do sólidos de resolução


considerando a espessura do material da chapa

O procedimento geométrico para a obtenção da planificação do cilindro, cone ou esfera,


levando em conta a espessura do material da chapa com que são fabricados, é bastante semelhante
ao que já foi demonstrado: a alteração se dá apenas no cálculo do perímetro c, que pode ser obtido
de duas maneiras:
1ª) dividindo o dm em partes
de
do mesmo tamanho e trans-
e espessura
portando para um dos lados
di

da chapa
do retângulo;
2ª) calculando o perímetro por
de – diâmetro externo
meio da fórmula c = π . dm.
di – diâmetro interno
dm – diâmetro médio
h

A título de exemplo, apre- e – espessura da chapa

sentamos a planificação de um h – altura


c – perímetro médio
cilindro, cujo desenho em iso-
métrico é o mostrado na Fig. 17.
Isométrico

Fig. 17

SENAI-RJ 49
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

A planificação deste cilindro, adotando os procedimentos já demonstrados, será como


mostrado na Fig. 18.

h
h

di
c= π• dm (perímetro médio)
vista dm
frontal de desenvolvimento da superfície lateral

dm de – diâmetro externo
di – diâmetro interno
vista dm – diâmetro médio
superior 1
12
e – espessura da chapa
h – altura
c – perímetro médio

Fig. 18

Planificação do cone truncado

O cone truncado, também denominado tronco de cone, é aplicado à redução de tubulações.


As Figs. 19 e 20 mostram o cone truncado em isométrico, estando na segunda parcialmente
planificado.

Fig. 19 Fig. 20

50 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Reduções como estas são aplicadas em tubulações de grandes diâmetros, quando fabricadas
em chapas calandradas. Elas também podem ser fabricadas em aço forjado e, nesse caso, são
aplicadas em tubulações de pequenos diâmetros.
A representação das reduções concêntricas em plantas e em isométricos é feita por meio
de simbologia especial.
Observe as Figs. 21 e 22.

redução concêntrica 3” x 2”

redução
concêntrica
3” x 2”
para plantas para isométricos

Fig. 21 Fig. 22

Agora, veja, nas Figs. 23 e 24, o emprego dessa simbologia, principalmente em isométricos
e, depois, em uma planta de tubulações, que, por motivo de simplificação, omite cotas, elevações,
identificação de tubulações, suportes, etc.
Analise com atenção.

linhas: 3” 0 304B; 3” 0 305B

Fig. 23

SENAI-RJ 51
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

1 INTERRUPÇÃO DO TUBO 12 VÁLVULA DE CONTROLE (ESTAÇÃO 24 PLATAFORMA ELEVADA


DE) INCLUINDO CONTORNO E
2 IDENTIFICAÇÃO DE PILAR BLOQUEIOS 25 INDICAÇÃO DE ELEVAÇÕES

3 COTA ENTRE PILARES 13 CURVA EM GOMOS 26 CURVA DE EXPANSÃO

4 GUARDA-CORPO DE ESCADA 14 GRUPO DE TUBOS PARALELOS 27 SUPORTE ESPECIAL


VERTICAL
15 CURVA A 90º NO PLANO 28 TRECHO INCLINADO NO PLANO
5 COTA DE ACESSÓRIO OU HORIZONTAL VERTICAL
DERIVAÇÃO
16 SUPORTE DE MOLAS 29 RESPIRO
6 VÁLVULA COM HASTE VERTICAL
17 GUIAS 30 REDUÇÃO EM LINHA DE GRANDE
7 REDUÇÃO EM LINHA DE DIÂMETRO
PEQUENO DIÂMETRO 18 COORDENADA LIMITE E INDICAÇÃO
DA FOLHA DE CONTINUAÇÃO 31 TUBOS VERTICAIS SAINDO DO
8 DERIVAÇÃO PARA BAIXO DESENHO (PARA CIMA)
19 TUBOS DE PEQUENO DIÂMETRO
9 MUDANÇA DE DIREÇÃO E 32 INSTRUMENTOS
ELEVAÇÃO 20 PILAR
33 VÁLVULA COM HASTE HORIZONTAL
10 DOIS TUBOS EM ELEVAÇÕES 21 TUBO DE GRANDE DIÂMETRO
DIFERENTES 34 EQUIPAMENTO
22 ESPAÇAMENTO ENTRE TUBOS
11 TRECHO VERTICAL 35 VÁLVULA COM HASTE INCLINADA
(QUALQUER COMPRIMENTO) 23 ANCORAGEM
36 FLANGES COM PLACA DE MEDIÇÃO

Observação: nesta figura foram omitidas várias cotas, elevações, identificação


de tubulações, suportes, etc, por motivo de simplificação.

Fig. 24

Vamos voltar à planificação do cone truncado?


Os procedimentos para esta planificação são semelhantes aos da planificação do cone
reto (integral), sendo apenas necessário acrescentar o truncado com os raios R 1 e R, como
mostra a Fig. 25 A e B.

52 SENAI-RJ
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Vista superior
simplificada
Superfície lateral planificada

A B
Fig.25

IV. Planificação dos componentes


dos subconjuntos de estruturas
metálicas
Vimos, até aqui, o desenvolvimento básico do cilindro e do cone. Vamos, agora, desenvolver
as superfícies desses mesmos elementos, quando são construídos para a montagem de
tubulações com curvas em gomos, para dutos de exaustão, derivações e outros.

Planificação das virolas das tubulações em curva


Observe as virolas empregadas nesta tubulação com curva em gomos. A Fig. 26 mostra a
vista da curva e a Fig. 27, o isométrico da curva.

h
dm

Fig. 26 Fig. 27

SENAI-RJ 53
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Como você pode ver nas Figs. 26 e 27, as formas das virolas 1 e 2 são diferentes, logo suas
planificações serão diferentes.
Veja, então, a planificação das virolas 1 e 2 na Fig. 28.

virola virola
dm dm

dm = de+d1
2
dm
dm
e = de-d1
2

c (baseado no dm) ou 8x1/8

Superfície lateral planificada Superfície lateral planificada

Fig. 28

Agora, na Fig. 29, podemos analisar a planificação da mesma virola 1 com mais detalhes
construtivos.

54 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

C = π . d ou 12 x 1/12

Fig. 29

Vale destacar que, no caso dos trabalhos em chapa, deve-se considerar a espessura, dada
pela fórmula
de - di
e=
2

SENAI-RJ 55
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Na Fig. 30, temos a planificação da virola 2 com mais detalhes construtivos.

Desenvolvimento da superfície lateral

C = π . d ou 12 x 1/12
Isométrico

Três vistas

Fig. 30

56 SENAI-RJ
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Planificação do stub e do tronco do nó com


ramificações

Veja, nas Figs. 31 e 32, em nó com ramificações. Primeiramente, ele é mostrado em vista e,
depois, em isométrico.
Observe, com atenção, os stubs e o tronco em ambas as figuras.

stub
stub

tronco

Vista

Fig. 31

ramificações
(stub)

tronco
(can)
boca de lobo

Isométrico

Fig. 32

SENAI-RJ 57
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

A planificação do stub 1, para e = 0 , você pode analisar na Fig. 33.

stub 1

boca de
lobo

tronco

vista frontal
vista lateral
vista auxiliar
∅ 300

Planificação do stub 1 (considerando e=0)

Fig. 33

58 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Agora, nas Figs. 34 e 35, o desenvolvimento do tronco do nó, para obter a boca de lobo.

círculo auxiliar
(mesmo ∅ stub1)

stub 1

tronco

vista frontal

vista lateral

arco 1-7 retificado

∅ tronco (retificado)
∅ d retificado

stub 1

boca de
boca de lobo lobo

tronco

superfície do tronco planificada

Fig. 34

SENAI-RJ 59
(∅ 450 retifcado)

Fig. 35
x = arcos (a, b, c, a’, b’, c’) retificados
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boca de lobo

60 SENAI-RJ
c = arco
b = arco
a = arco
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V. Planificação dos tampos


dos vasos de pressão
Embora os vasos de pressão também já tenham sido apresentados em um outro material
desta coleção, consideramos importante destacar alguns aspectos sobre o referido assunto,
antes de tratarmos da planificação do seu tampo.

O vaso de pressão e seus componentes

Os vasos de pressão são equipamentos que têm por finalidade o armazenamento ou


separação de fases por diferença de densidade. Eles podem ser de diferentes formas e posições.
A Fig. 36 mostra um esquema de vaso de pressão.

tampo
saia

LT
LS

casco cilíndrico
P

casco cônico

di CET – comprimento entre


as tangentes (é o
comprimento total do
CET

corpo cilíndrico, ou
di seja, a soma dos
comprimentos dos
casco cilíndrico sucessivos corpos
cilíndricos e cônicos.)
LT – linhas de tangência
(limitam o comprimento
entre as tangentes).
suporte São linhas traçadas
próximas a ambos os
extremos do casco, na
tangência entre o corpo
tampo cilíndrico e os tampos
de fechamento
LS – linha de solda
di – diâmetro interno

de – diâmetro externo

Fig. 36

SENAI-RJ 61
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

O corpo do vaso de pressão, também chamado de casco ou costado, pode ser de formato
cilíndrico, cônico, esférico ou uma combinação destes.
Veja um vaso de pressão com mais detalhes.

1 6

8
7

11

1. cascos cilíndricos
10
2. casco cônico
3. tampo hemisférico
4. tampo semi-elíptico
5. nível livre do líquido
6. bocais flangeados
7. bocal tangencial
8. bocais rosqueados
(para instrumentos)
9. grade interna
10. quebra-turbilhão
Fig. 37
11. placa de identificação

62 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Os tampos de fechamento dos vasos de pressão são peças cuja finalidade vem expressa no
próprio nome. A norma ASME VIII, div. 1 e 2, de vasos de pressão, classifica os tampos desses
vasos em seis tipos: elíptico, torisférico, semi-esférico (ou hemisférico), cônico, toricônico e
plano.
Os diferentes tipos de tampo de vaso de pressão são mostrados na Fig. 38.

saia

elíptico
torisférico
semi-esférico ou hemisférico

cônico
toricônico
(tampo cônico com
concordância)

t – espessura mínima requerida do tampo após a sua formação, em mm (exclusive a margem


para corrosão)
h – metade do comprimento do eixo maior de um tampo elíptico ou a altura interna do tampo
elíptico, medida a partir da linha de tangência, em mm

D – diâmetro interno da saia do tampo ou comprimento interno do eixo maior de um tampo


elíptico, ou o diâmetro interno de um tampo cônico no ponto de consideração, medido
perpendicularmente ao eixo longitudinal, em mm (as medições devem ser efetuadas
antes do acréscimo da margem para corrosão)
r – raio interno da concordância, em mm
L – raio interno dos tampos hemisféricos ou da calota esférica dos tampos torisféricos, em mm
α – metade do ângulo interno do vértice de um cone, medido na linha de centro desse tampo

Fig. 38

As normas ASME VIII div. 1 e 2 e Petrobras 269 estabelecem os critérios de aceitação, os


parâmetros para controlar e as tolerâncias dimensionais para a fabricação, montagem e
recebimentos dos vasos de pressão.

SENAI-RJ 63
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Planificação do tampo semi-esférico ou hemisférico


Esse tipo de tampo é composto, basicamente, por:
– uma superfície lateral formada por gomos ou setores soldados;
– uma calota, também esférica, que se une por soldagem aos gomos da lateral. A calota
pode, ainda, ser feita por conformação mecânica. Para tanto, uma chapa plana é cortada num
círculo de diâmetro c = retificação do arco SBC, como vemos na Fig. 39.
– Os três elementos importantes para planificar o tampo semi-esférico são:
· R raio interno da semi-esfera;
· e espessura do material;
· material da construção do tampo, sendo os mais utilizados os aços-carbono; aços de
baixa liga; aços inoxidáveis; não-ferrosos.
Na Tabela 1, temos as espessuras das chapas em função do tipo, da série, dos diâmetros das
semi-esferas e dos materiais de fabricação dos tampos.

Tabela 1

TAMPOS SEMI-ESFÉRICOS=SEMI-ESFERAS FUNDOS-CALOTAS

Dimen- Diâmetro das Espessuras – materiais


Classificação Composição
são semi-esferas
Todos os materiais Inoxidável
* R. int. Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Uma calota central
Tipo Série
Uma ou mais carreiras de
setores
Nota: O dimensionamento da
NA SEF ** D. int. 500 6.000 1/8 1 1/2 1,9 calota, dos setores e da
2 quantidade deles será em
função do diâmetro interno, da
espessura e do tipo de material.

Materiais = aços-carbono, aços baixa liga, aços inoxidáveis, não-ferrosos.


*R. int. = Raio interno; **D. int. = Diâmetro interno

Nas Figs. 39 e 40, você pode ver a planificação dos gomos e das calotas do tampo semi-
-esférico, de acordo com dois processos diferentes.

64 SENAI-RJ
calota calota

gomo

)
no
t er
(in
R

∅ D (interno)

Fig. 39
calota (em 2 vistas)
H=QS retificado

gomos iguais (n)


saia

(retificado)
• Planificação do tampo semi-esférico – primeiro processo

gomo planificado
(antes da conformação)
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calota planificada
tampo semi-esférico (em duas vistas) (antes da conformação)
R int. = raio interno

SENAI-RJ 65
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

• Planificação do tampo semi-eférico – segundo processo

calota
gomos ou
setores

tampo semi-esférico

calota

setores ou gomos

1-1’ =
2 π r1
n

2-2’ =
2 π r2
n

3-3’ =
2 π r3
n
Fómula para a retificação dos
arcos 1-1’, 2-2’ e 3=3’

n = 8 setores iguais

R int.=raio interno;
D int. = diâmetro
interno

Fig. 40

66 SENAI-RJ
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Planificação dos tampos torisféricos e elípticos


Estes dois tipos de tampo têm formas bastante semelhantes, sendo regidos pelas normas
ASME VIII, Divisões 1 e 2.
Os tipos mais comuns de tampo torisférico são o NAR 10 e o NAR 6; os dos tampos elípticos
são o NAR 21 e o NAR 65.
Analise a Tabela 2, que apresenta várias informações a respeito dos tampos torisféricos
NAR 10 e NAR 6.

Tabela 2

Tampos torisféricos Fundos – calotas – cabeceiras

Classificação Coeficientes para o cálculo do perfil Diâmetro teórico


do tampo Materiais
Tipo Normas r. int. r. int. h. int. h. int.
Aços-
NAR 10 ASME 10% D. int. 0,10 D. int. 0,194 D. int. h int + P 1,11 D. int.÷ 2 P ­carbono
Aços baixa
liga
Aços
NAR 6 ASME 6% D. int. 0,06 D. int. 0,169 D. int. h. int + p 1,08 D. int. + 1,57s ÷ 2 P inoxidáveis
Não-
ferrosos

D int. = diâmetro interno; h int. = altura interna; r int. = raio interno.

Classi- Diâmetro Espessuras X materiais Altura p em função da espessura


ficação dos tampos p = parte reta
Todos os materiais Inox.
Tipo Mín. Máx. Mín. Máx. Mín. Até 1/8 3/16 . 1/4 5/16. 3/8 1/2 . 5/9 3/4 . 7/8 Acima

NAR 10 300 4.000 1/8 1 1/4 1,9 10 15 20 25 30 40


NAR 6 300 4.000 1/8 1 1/4 1,9 10 15 20 25 30 40

Agora, vejamos alguns desenhos relativos aos tampos toriféricos e elípticos.

SENAI-RJ 67
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Tampo torisférico do tipo NAR 10

tangente
calota comum
H total

h int.

nt .
r i

D int.

nt.
R i

D. int. = diâmetro interno


R. int. = raio interno
r. int. = raio interno (arredondamento)
h. int. = altura interna
P (saia) = saia
e = espessura da chapa

Fig. 41

Tampo elíptico do tipo NAR 21


Embora esse tampo seja denominado elíptico, sua curva, na realidade, é uma falsa elipse,
fazendo com que se assemelhe a um tampo torisférico, como você verá adiante.
Analise, na Fig. 42, o tampo elíptico do tipo NAR 21.

68 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

nt.
R i
∅ D int.

t.
in
R
∅ calota

D int. = diâmetro interno(de acordo com o projeto)


R int. = raio interno: 0,904 X D int.
r int. = raio interno: 0,172.5 X D int.
h. int. = altura interna: 0,250 X D int.
H = altura: h. int. + P
P = consultar a Tabela 2
e = espessura da chapa (de acordo com o projeto)

O material desse tipo de tampo, o NAR 21, é o aço, chapa


SAE A-1020.

Fig.42

A planificação do tampo elíptico segue os procedimentos já apresentados aqui. No caso


da calota, por exemplo, ela pode ser planificada pelo mesmo método aplicado para o tampo
semi-esférico. E, para planificar os gomos, pode-se utilizar o método do segundo processo do
tampo semi-esférico.

SENAI-RJ 69
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Observe, então, o desenvolvimento dos gomos de um tampo elíptico.

calota

gomo

D int.
ret
ific
ar
os

8 gomos
arc

iguais
os

gomo

Fig. 43

70 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Comparação dos tampos torisférico e elíptico


Como já dissemos aqui, os tampos dos vasos de pressão dos tipos torisférico e elíptico têm
formas bastante semelhantes.
Isso é o que nos mostra a Fig. 44, onde os tampos aparecem sobrepostos para a sua melhor
visualização.

1º tampo 2:1

2º tampo-torisférico
H

linha de tangente
tampo torisférico
linha de tangente
tampo elíptico - ASME 2:1

D int.

Fig. 44

Tolerâncias para os tampos torisféricos e elípticos


Para o controle dimensional dos tampos torisféricos e elípticos, o inspetor precisa trabalhar
em tolerâncias, cujas especificações técnicas são apresentadas nas Tabelas 3 a 7. Analise-as
com atenção, pois são muito importantes para o profissional do controle dimensional.

SENAI-RJ 71
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Na Tabela 3, é importante destacar que as tolerâncias no diâmetro externo devem observar


a avaliação máxima de 1% do diâmetro nominal do tampo.

Tabela 3

Tolerâncias no diâmetro externo

Diâmetro Espessura
externo do
tampo Até 1/4 5/16 . 1/2 5/8 . 7/8 Acima de 1”

500 a 800 ± 1,25 ± 1,50 ± 3,00 ± 4,50


800 a 1.200 ± 1,50 ± 2,00 ± 4,00 ± 5,00
1.200 a 2.000 ± 1,75 ± 2,50 ± 4,50 ± 5,50
2.000 a 3.000 ± 2,00 ± 3,00 ± 5,00 ± 6,00
Acima Consultar em fase de projeto

Tabela 4

Tolerâncias no perímetro (circunferência) externo

Diâmetro Espessura
externo do
tampo Até 1/4 5/16 . 1/2 5/8 . 7/8 Acima de 1”

500 a 800 ± 3,90 ± 4,70 ± 9,40 ± 14,0


800 a 1.200 ± 4,70 ± 6,20 ± 12,60 ± 15,70
1.200 a 2.000 ± 5,80 ± 7,90 ± 14,10 ± 17,30
2.000 a 3.000 ± 6,20 ± 9,40 ± 15,10 ± 18,10
Acima Consultar em fase de projeto

Tabela 5

Tolerância na altura interna

de 500 até 1.200 + 13 – 0

de 1.200 até 2.200 + 19 – 0

de 2.200 até 3.000 + 25 – 0

Acima = consultar em fase de projeto

72 SENAI-RJ
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Tabela 6

Raio de abaulamento, de rebordeamento, tolerância no perfil geral

Desvio de forma + 0,0125 D. ext. – 0

D ext. = diâmetro externo

Tabela 7

Perda de espessura prevista

Dimensionamento do tampo Tampo Tipo

Diâmetro interno NAR 10/NAR 6 NAR 21/ NAR 65


Espessura
Até 2.000 1,6 2,3
1/8 a 3/8 Até 3.000 2,0
3/8 a 5/8 Até 3.000 2,5 3,0
5/8 a 7/3 Até 3.000 3,0 3,5
5/8 a7/8 Até 4.000 3,5 –
Acima de 1” Até 4.000 – 4,5
Acima de 1” Até 4.000 4,0 –

VI. Gabaritos de forma


Os gabaritos de forma são dispositivos utilizados na verificação da conformidade
dimensional do tampo ou costado de um vaso, manufaturado com o projeto de construção.
Os gabaritos são empregados quando as peças têm formas não-lineares, sendo largamente
utilizados na caldeira pesada, como a dos estaleiros, bem como na construção de vasos e tubos.

SENAI-RJ 73
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

Na Fig. 45, temos um exemplo de aplicação do gabarito de forma em tampo torisférico.


rna
inte
f2

R int.
h int.

gabarito

n t.
r i f1 (folga
interna)

∅ D tampo

Fig. 45

Os gabaritos podem ser aplicados interna ou externamente. No exemplo da Fig. 45, a


verificação da conformidade é realizada na face interna (f1 e f2) com pinos calibrados.
É recomendado que o gabarito seja somente da metade do diâmetro D do tampo torisférico,
como mostrado na Fig. 45.
A tolerância dimensional para tampos deve ser verificada através da norma ASME VIII Div.
item VG-81.
Para tubos, a aplicação dos gabaritos de forma permite a verificação da falta de circularidade.
A norma DNV (Det Norske Veritas) fixa os valores de aceitação dimensional e os tamanhos
dos gabaritos para as estruturas fixas de aço e plataformas semi-submersas.

Confecção dos gabaritos de forma


O processo de confecção dos gabaritos de forma obedece aos requisitos da norma ASME
VIII, sendo aplicável aos vasos sujeitos à pressão externa. Neste processo, são utilizados:
– trena milimetrada de 5m;
– escala milimetrada de 1m;
– esquadro metálico;
– riscador;
– fio de náilon – ∅ 0,6mm;
– curva francesa.

74 SENAI-RJ
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

A confecção dos gabaritos de forma para vasos sujeitos à pressão externa segue um roteiro
cujas etapas são enumeradas a seguir. Analise-as com atenção.

1) Determinar as dimensões L, DO e t do vaso, sendo:


DO – diâmetro externo do trecho cilíndrico do casco ou tubo, ou diâmetro externo da
esfera;
t – espessura mínima requerida do casco cilíndrico ou tubo, ou casco esférico, excluindo
a sobreespessura de corrosão;
L – comprimento total do tubo entre (virolas) cascos ou comprimento do projeto da
seção do vaso, tomada como a maior entre as seguintes:
– a distância entre a linha de curvatura do tampo mais um terço da profundidade de cada
tampo formado, se não existirem anéis enrijecedores (excluindo os tampos cônicos e
seções);
– anel externo ou interno ao estado do vaso (anel enrijecedor) feito em perfil metálico
com a finalidade de enrijecer o costado;
– a distância entre a junção do cone-cilindro para vasos com um cone ou tampos cônicos,
se não existirem anéis enrijecedores;
– a distância centro a centro entre quaisquer dois anéis enrijecedores;
– a distância do centro do primeiro anel enrijecedor até a linha tangente do tampo
formado mais um terço da sua profundidade (excluindo os tampos cônicos e seções),
todas medidas paralelas ao eixo do vaso;
– a distância do primeiro anel enrijecedor no cilindro até a união cone-cilindro;
– o comprimento equivalente dos tampos cônicos e seções, como é dado nos parágrafos
UG-33 (b) e (f) da norma ASME VIII, div 1;
Para as esferas, L é a metade do diâmetro externo DO.
Para os cones e seções cônicas, temos:

Le = 0,5 L (1 + Ds/Dl)

sendo:
Ds – diâmetro menor do cone;
Dl – diâmetro maior do cone;
L – comprimento da seção cônica;
Le – comprimento equivalente da seção cônica e, em qualquer seção transversal, tendo
um diâmetro externo igual a Dx;
L = Le (Dl/Dx) DO= Dx

SENAI-RJ 75
Desenho Técnico - Desenho de caldeiraria

2) Definir o comprimento do arco do gabarito de forma, consultando a figura UG -29.2, da


norma ASME VIII, div. 1. Para essa consulta, é preciso definir L/DO e Do/t. Feito isso,
entrar na figura UG-29.2 e definir o arco. O comprimento da corda do gabarito será igual a
duas vezes o comprimento do arco definido no parágrafo UG-29.2 da norma já citada.
3) Depois de definir o gabarito de forma, deve-se consultar a figura UG-80.1, também da
norma ASME VIII div. 1, e determinar o desvio máximo permitido de circularidade(s) que
será empregado com o gabarito de forma definido.
4) Para construir o gabarito de forma, quando o raio da