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Jorge Ottoni (000.000.000-00) COMO EU VENCI A 1ª FASE COM CRIATIVIDADE www.portalbnd.com.br
Índice
1. Encartes 3
1.1 DA REPROVAÇÃO AO 1º LUGAR: COMO EU VENCI A 1ª FASE COM CRIATIVIDADE 4
1.2 GABARITE - Direito Constitucional - Intervenção Federal e Estadual 29
Encartes
COM CRIATIVIDADE
O que é isso?
Nesse e-book vou te contar os dois principais passos que me levaram a ser aprovado em 1º
lugar em diversas provas objetivas. Ao final do livro, você encontrará uma série de questões
criativas e dinâmicas para praticar um pouco sobre o que falarei aqui. Boa leitura!
Meu nome é Jorge Ottoni. Formei em direito pela Universidade de São Paulo (USP) e hoje sou
Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro,
professor em diversos cursos preparatórios para concursos, palestrante e co-fundador do
Bomnodireito - BND. Fui aprovado em 18 concursos de nível superior aos 26 anos de
idade, 8 deles entre os três primeiros colocados, e agora busco ajudar quem está na batalha
pelo cargo. Esses foram os concursos em que passei:
*aprovado ainda para a prova oral do MPC/SC, contudo o certame foi anulado.
Parece bastante coisa, né? Mas, assim como você, já estive do outro lado da trincheira achando
que ser aprovado era impossível! Por isso quero contar rapidamente um “pedaço” da minha
história de concurseiro. Vamos lá?
1. A GRANDE PENEIRA
Um caderno de mais ou menos 20 folhas com letras miúdas e – geralmente – 100 testes de
múltipla escolha, acompanhado de uma folha com centenas de “bolinhas” em branco para
preencher. Uma aprovação começa com o preenchimento das “bolinhas” certas. Essa é a prova
objetiva, a primeira porta a ser aberta para ser aprovado.
A 1ª fase, sendo a primeira porta, é uma grande peneira. Milhares ou mesmo dezenas de
milhares tentam passar a cada concurso, mas apenas dezenas ou um par de centenas a
atravessam. De fato, para mim foi, de longe, a etapa mais difícil e traumática... eu simplesmente
não conseguia lidar com essa “DECOREBA” típica da 1ª fase...
Para começar eu tinha uma enorme dificuldade de identificar os temas mais importantes para
minha carreira e – principalmente – o que mais caía dentro de cada tema. E mesmo quando eu
acabava dando atenção para um ponto importante (geralmente por acidente), eu não conseguia
memorizar de forma eficiente o conteúdo...
Nunca me esqueço de um sábado no qual li todo o capítulo do tema Poder Legislativo e saí com
a doce sensação de que realmente tinha entendido e decorado tudo. É ótimo sentir que você
domina a matéria, não é? Mas, no meu caso, essa sensação durou pouco...
No dia seguinte, fiz uma prova objetiva em que caíram duas questões sobre Poder Legislativo.
Quando as vi, sorri, com a certeza de que ganharia esses dois pontos, afinal, tinha acabado de
estudar todo o tema e imaginava saber todos os debates sobre imunidades parlamentares,
CPI’s, espécies normativas, enfim, acreditava dominar toda a TEORIA.
...mas na hora “h” a surpresa: na primeira questão o examinador queria saber quem é
competente para autorizar a lavra de minérios em terras indígenas; e na outra, qual o prazo para
a medida provisória entrar em regime de urgência. Adivinha? Errei as duas questões!
A resposta da primeira era “competência exclusiva do Congresso”, mas achei que era algo
decidido pelo Congresso e sancionado pelo Presidente... errei porque nem imaginava que era
relevante saber distinguir as competências exclusivas do Congresso (art. 49 CF), daquelas que
devem ser sancionadas pelo Presidente (art. 48 CF) ou das competências próprias da Câmara
(art. 51 CF) e do Senado (art. 52, CF)... clássico erro de identificação do conteúdo relevante
para a prova.
Já na segunda questão... o erro doeu ainda mais, porque eu tinha lido com atenção e até
resumido a parte sobre medidas provisórias! Mas, mesmo assim, não consegui memorizar
aqueles detalhes chatos da letra da lei e caí como um pato na “pegadinha” que a banca fez...
Eu lembrava que a medida provisória tinha um prazo de 60 dias, prorrogáveis pelo mesmo
período. E a alternativa “a” já vinha de cara com a opção “60 dias”. Marquei felizão e fui para a
próxima questão...errei feio. A questão queria o prazo para a MP entrar em regime de urgência,
que é de 45 dias (art. 62 § 6º da CF)!
Resolvi ser extremo. Reduzi o ritmo do meu trabalho como advogado (e também o quanto
ganhava), aumentei minhas horas de estudo, troquei livro texto de uma ou outra disciplina,
passei a fazer resumos... mas, para a minha surpresa, o resultado continuou basicamente o
mesmo de sempre:
Acabei entrando numa “espiral negativa”: a desmotivação me levava a estudar com menos
afinco, acabava memorizando menos e, no final, ficava ainda mais desmotivado. Estava à beira
de desistir. Passar em concurso parecia uma missão impossível, reservada a poucos “gênios”
que “tinham nascido para isso”.
Contudo, antes de jogar a toalha, achei que precisava conversar com algum desses “gênios
aprovados” e entender se meu caso tinha jeito... foi o que fiz!
“Mais cedo ou mais tarde, a teoria sempre acaba assassinada pela experiência”
Albert Einstein
Lá fui eu procurar conselho. E à moda antiga. Naquela época não tinha professor estrelinha na
rede social, coach, vários depoimentos nas mídias compartilhadas ou gurus de instagram. Se
você queria falar com um aprovado, o negócio era bater na porta de um gabinete mesmo.
Como eu queria procuradoria, resolvi bater perna lá na Procuradoria Geral do Estado de SP,
meu Estado de residência, depois de ralar numa audiência judicial no fórum central (ainda sem
saber que esse cliente me daria um calote!).
Chegando na portaria, acabei barrado sem saber dizer o nome do procurador com quem ia
falar... até que me lembrei de um conhecido da faculdade, que tinha formado um ano antes de
mim, recém aprovado na PGE/SP.
Depois de muita dificuldade, acabei conseguindo ser liberado para “despachar” com o
procurador. Quando finalmente o encontrei, ele estava ocupado e disse que só teria 10
minutinhos para falar comigo.
Contei desesperado sobre minha situação, as provas, os livros que usava, a quantidade de
horas que estudava por dia, a dificuldade de memorizar e encontrar o que realmente caía nas
provas, até que ele me interrompeu “Jorge, quantas questões você faz por dia?”.
Nem sabia responder... QUANDO eu fazia, não eram muitas. Umas 10, 15, geralmente as do
livro-texto e mais uma ou outra nesses livros de “10 mil questões” que vendem por aí. Ele
respondeu “pronto, tá aí o problema, para acertar questões tem que fazer questões. Começa a
fazer mais questões, esse é o caminho”. Em seguida, disse que tinha que voltar ao trabalho.
Fiquei revoltado...“que lixo de conselho, óbvio que tem que fazer questões, eu já faço. Aquele
maldito falou qualquer coisa só para me dispensar” - pensei. Insatisfeito, procurei outro sábio
naquele mesmo prédio e acabei conversando rapidamente com o procurador que tinha sido
aprovado em 1º lugar naquele concorrido concurso.
Para meu espanto, em menos de cinco minutos o diagnóstico foi o mesmo “fazer mais
questões”. Mas dessa vez o conselho foi mais explícito: ele disse que costumava fazer uns 60 a
100 testes por dia quando estava estudando.
Pensei que ele estava tirando onda com a minha cara... todo santo dia fazer até 100 testes? Até
duvidei e fui checar o perfil dele no Qconcursos, e lá de fato estavam registradas dezenas de
milhares de questões resolvidas.
“Bom... se é assim que a banda toca, quem sou eu na fila do pão para questionar?”. E foi aí que
começou a minha virada no mundo dos concursos.
“Errei mais de 9.000 cestas e perdi quase 300 jogos. Em 26 diferentes finais de partidas fui
encarregado de jogar a bola que venceria o jogo... e falhei. Eu tenho uma história repleta de
falhas e fracassos em minha vida. E é exatamente por isso que sou um sucesso”.
Michael Jordan
Eu costumava ler muita doutrina... e, para encaixar uma grande quantidade de questões na
minha rotina, tive que deixar os livros um pouco mais de lado... fiz isso com muito receio, com
medo de não aprender direito as disciplinas. De fato, não adiantava continuar estudando do
mesmo jeito de sempre e esperar uma grande melhoria. Era hora de arriscar algo novo.
E foi justamente essa guinada do meu estudo para as questões que me fez entender que o
estudo para a 1ª fase não tem NADA a ver com o estudo que você faz na faculdade ou no
mestrado. Nessas ocasiões, você realmente precisa compreender o estudado com profundidade
e os detalhes são “meros detalhes”. Na prova objetiva não é assim: é possível tirar notas
altas sem se aprofundar em um tema e os detalhes são justamente o que o seu
examinador vai te cobrar, em especial armando uma “pegadinha”, como aquela do prazo
para a medida provisória entrar em regime de urgência na qual eu havia caído como um
patinho!
E adivinha qual o melhor jeito de perceber quais são esses detalhes que você precisa saber?
Fazendo questões. Muitas! Até a exaustão! Assim, mesmo nas matérias em que eu era bem
fraco (tal como direito penal), eu conseguia pegar o que mais caía e evitar pegadinhas bobas. O
suficiente para uma 1ª fase – e, às vezes, para todo o concurso; afinal, algumas matérias
acessórias muitas vezes não caem na 2ª fase ou na prova oral!
Além disso, percebi que o estudo-treino (i.e. resolvendo questões) tem uma ENORME
VANTAGEM sobre a leitura de livros. Sabe qual? O PROTAGONISMO.
Quando lemos um livro ou assistimos a uma aula, geralmente assumimos uma postura
excessivamente passiva e isso pode nos deixar pouco envolvidos com o que estamos fazendo.
É comum estar lendo aquele livro gigante e contemplar as palavras ali escritas, sem
desenvolver qualquer raciocínio sobre aquele conteúdo. Essa postura é um convite para que
sua atenção seja despejada em qualquer outro lugar imaginário desse mundo (no meu caso,
invariavelmente no mar e nas ondas).
Na resolução de exercícios, esse risco é menor, pois você é forçado a concatenar um raciocínio
sobre aquilo em que você está se debruçando. Isso faz com que você simplesmente esteja ali,
com a mente presente naquele momento de estudo. Em outras palavras: quando você é o
protagonista do estudo, é mais fácil ter FOCO . Isso é um diferencial tremendo. Muitos
concurseiros se vangloriam dizendo por aí que estudam até 10 ou 12 horas brutas diariamente,
porém tenho certeza de que são poucos os que - de fato - estão com a mente presente no
estudo por mais de 5 horas diárias. Por quanto tempo você consegue se manter concentrado
apenas lendo um texto?
Basicamente, o concursando tem três caminhos para treinar testes objetivos: (i) baixar provas
anteriores na internet, (ii) livros de questões objetivas comentadas (tal como esses “revisaços”)
e (iii) sites especializados, tal como o www.qconcursos.com.br ou o www.tecconcursos.com.br.
Percorri todos os três caminhos e penso que o mais eficiente é a prática de testes em sites
especializados com comentários. Isso porque a presença de um “buscador de questões”
permite ao concursando selecionar exatamente o que ele precisa treinar. Por exemplo, quando
estudei para os concursos de Procurador Federal (AGU) e Procurador do Banco Central
(BACEN), em 2013, eu selecionava somente testes da Banca CESPE (organizadora desses
dois certames) e cargos de advocacia pública para que eu descobrisse exatamente o perfil da
Banca e pudesse decidir as minhas prioridades de estudo (i.e. selecionar quais os pontos
essenciais para essa banca e carreira).
Com consciência de que não teria tempo para esgotar o edital e focando seletivamente minha
atenção para identificar padrões na combinação “carreira advocacia pública” e banca CESPE,
consegui, de forma eficiente, definir o “núcleo essencial do edital” (i.e. os pontos mais
importantes). Não deu outra: fui aprovado nos dois certames, ainda que fosse considerado um
“concurseiro inexperiente” em razão do pouco tempo que dediquei aos estudos quando prestei
De fato, é interessante calcular bem o seu filtro de questões para alinhar com a Banca e/ou
Carreira que você almeja. Gosto de começar sempre mais específico, e ir “abrindo o leque”
conforme eu “zere” as questões do meu primeiro filtro.
Por exemplo, quando me preparei para AGU e BACEN, coloquei no filtro a banca CESPE,
carreiras de advocacia pública dos últimos 2 anos. Essa seleção era a MAIS importante para
meu objetivo. Porém, depois que resolvi todas as questões que atendiam esse requisito, voltei
aos temas mais importantes para o cargo ampliando para últimos 5 anos e colocando outras
carreiras jurídicas de alto nível, como magistratura, defensoria e MP, de forma a ter uma base
muito maior de questões.
Anote o filtro que você está usando e, em um primeiro momento, busque usar um único critério
por um determinado período de tempo. Não fique trocando o filtro casuisticamente.
Também é importante fazer um corte temporal (últimos 2, 3, 5 anos e por aí vai) que faça
sentido com a quantidade de tempo que você dedica à resolução de questões.
Essa resposta dependerá da realidade de cada um, sendo inapropriado traçar uma
porcentagem ou quantitativo em abstrato. Contudo, duas observações quase sempre serão
válidas:
No meu caso, por exemplo, fui aumentando progressivamente o tempo que me dedicava às
questões conforme eu consolidava uma base sobre os assuntos. Contudo, mesmo sem dominar
bem certas matérias, eu arriscava encarar os exercícios. De fato, a prática de exercícios é o
meio mais eficiente para fazer uma revisão, motivo pelo qual quanto mais eu aprendia, mais
trocava a leitura pelos exercícios.
A prática de testes é essencial até mesmo para organizar seus estudos. É resolvendo questões
para o cargo desejado que você descobre o que é mais relevante para seu estudo. Inclusive, eu
registrava toda a minha estatística de resolução de testes em um arquivo Excel programado
para sistematizar a quantidade de testes resolvidos por matéria, porcentagem de acertos e
outros dados, inclusive com formação de gráficos. Sim, eu me tornei um nerd das questões .
Com essas duas ferramentas, é mais fácil orientar seu estudo de forma estratégica e descobrir
as “lacunas” em seu conhecimento. Foi com base nesses materiais que, por exemplo, eu
percebi que precisava remodelar meu estudo para incluir de forma intensa o estudo de
jurisprudência e informativos. Nesse tocante, recomendo o bom e velho
www.dizerodireito.com.br, onde, para a 1ª fase, eu focava nos informativos comentados versão
resumida.
Inversão eficiente
Por fim, ao contrário do que a maioria faz, eu optava por primeiro resolver testes de certo
tema, para apenas depois estudar lei e a doutrina correspondente. Tal inversão pode ser
especialmente útil para candidatos mais experientes e para aqueles que se motivam diante da
dificuldade.
Não conseguir fazer algo de forma adequada sempre me incomoda a ponto de me encher de
vontade para aprender a fazer a tarefa a contento. Experimentava essa reação também quando
me propunha a resolver questões objetivas de concurso de temas que eu não dominava antes
mesmo de estudar. Frequentemente, eu tinha uma baixa performance nesses testes, o que me
motivava a ler a lei e a doutrina com muito mais ânimo justamente porque queria virar o jogo e
me sair bem nas questões da próxima vez.
Ademais, esse método permite que você mapeie de antemão qual a abordagem e conteúdo
mais cobrados pelas bancas em cada tema, direcionando assim o meu estudo pós-testes não
só para atacar o núcleo essencial do edital, mas também para compensar as minhas fraquezas.
Por exemplo: se eu identificava que a maioria meus erros foram letra de lei, focava mais na lei
do que na doutrina ao longo estudo. Essa técnica de inversão, contudo, não deve ser usada se
o candidato tem uma base fraca na disciplina ou se ele se sente muito desmotivado ao errar
numerosas questões.
- A maioria dos concurseiros dedica pouco tempo à resolução de exercícios... mas lembre-se
que “a maioria” também não passa no concurso. Entre os aprovados, todos reconhecem que
fazer muitas questões é fundamental.
- Quanto tempo vale dedicar ao estudo-treino? Essa resposta depende de uma análise
específica do seu perfil. De todo modo, vale observar a seguinte regra: a porcentagem de
tempo deve aumentar conforme você avança na preparação. Comecei dedicando cerca de
20% do tempo e, ao final, cerca de 70% do meu estudo se baseava na resolução de questões.
De repente, eu era um novo concurseiro. Fazia muitas questões todos os dias e meu
desempenho melhorou demais. Consegui garimpar as primeiras aprovações. Minha
performance estava boa, mas eu precisava de ainda mais resultado.
Já tinha sido aprovado em carreiras bastante interessantes (como a AGU, Banco Central e boas
PGM’s), mas em certo ponto eu decidi que queria ser membro do Ministério Público de Contas
(MPC), também conhecido como Procurador de Contas ou parquet especial.
Quando você estuda para um concurso com 50 vagas, você precisa ser muito bom para passar,
mas não precisa ser o melhor. Se a disputa é por uma cadeira, você tem que ser o melhor. Um
vacilo com um mero detalhe e pronto, você pode estar aprovado em 2º lugar e nunca ser
nomeado.
Para piorar, eu praticamente não tinha “títulos” que me levassem a incrementar a pontuação ao
final do concurso. Desse modo, eu realmente precisava batalhar por cada questão. Comecei a
mapear onde estavam meus erros frequentes e o que podia fazer para melhorar. O
diagnóstico: continuava apanhando da maldita letra de lei .
Eu nunca fui bom de ler letra de lei. Por muito tempo menosprezei sua importância e, mesmo
depois de perceber esse calcanhar de Aquiles, nunca consegui ter foco para ler a lei.
Um belo dia, contudo, abriu concurso para o MPC de Santa Catarina. Todo Procurador de
Contas é lotado na capital do seu Estado, então logo estava sonhando como seria delicioso
morar em Florianópolis, pegar altas ondas e curtir as suas praias e natureza maravilhosa.
Quantas vagas? Apenas uma. Eu precisava ser o melhor.
Nesse dia, criei um plano ousado para enfrentar a letra de lei. Aumentei minha jornada de
estudos e estipulei metas agressivas de leitura da lei seca. Nos primeiros 20 ou 30 minutos até
funcionava bem, mas logo em seguida eu sentia um SONO tremendo... tentando ler aquelas
letras miúdas do vade mecum. E, mesmo me esforçando muito, não conseguia manter o
foco na leitura, já que minha mente acabava “viajando” em devaneios muito distantes da
lei .
Além disso, após quase dois anos de estudo intenso, já estava sentindo muito TÉDIO na rotina
de estudos. E, por alguma razão, nessa reta final a mesmice da rotina de estudos beirava o
insuportável. Sempre as mesmas leis, o mesmo livro surrado; até mesmo as questões, eu
acabava repetindo. Esse tédio estava comprometendo a minha capacidade de FOCAR
durante os estudos.
Para piorar, muito embora eu estivesse “bem” nos concursos, sentia que minha evolução tinha
estagnado... pois continuava com a dificuldade de memorizar alguns pontos, especialmente
aqueles em relação aos quais não era muito fã, e ainda penava para decorar a letra da lei. Eu
era bom o suficiente para passar em concursos com várias vagas, mas não para me garantir
nas primeiras colocações em concursos super concorridos. Precisava fazer algo diferente, só
não sabia o que!
A resposta veio de forma inesperada. Estava estudando tributos estaduais e, pela milésima vez,
eu ERRAVA DE NOVO A MESMA COISA: aquela confusão de fixação de alíquotas mínimas ou
máximas de ICMS, ITCMD e IPVA... para quem não sabe, a CF – de forma confusa –
estabelece que o Senado Federal poderá regular as alíquotas dos impostos estaduais, mas
cada um de uma forma diferente. A saber:
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e
as prestações se iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores
(...)
§1º O imposto previsto no inciso I: (...) IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo
Senado Federal;
(...)
§2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
V - é facultado ao Senado Federal:
(...)
§6º O imposto previsto no inciso III: I - terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado
Federal;
Eu não sei você, mas eu sempre achei esse art. 155 um inferno. Dezenas de incisos, diversos
parágrafos e essa confusão de que o Senado fica apitando sobre as alíquotas de cada imposto
de forma distinta, um fixa a alíquota máxima, outro o mínimo e o outro as duas alíquotas,
conforme o caso. Não importa quantas vezes eu lesse isso, eu sempre acabava errando.
Até que resolvi fazer um exercício. Copiei esse artigo no word. Suprimi a parte das alíquotas e
imprimi para no dia seguinte completar as lacunas. Parece besteira, mas, ao fazer isso, coloquei
tanta atenção e comprometimento na leitura que não só acertei as alíquotas como senti que
tinha memorizado muito melhor as outras partes da norma.
Na mesma semana, resolvi pegar um “branquinho” e saí apagando diversas palavras chaves de
artigos que eu tinha alguma dificuldade para memorizar. Minha ideia era preencher as lacunas
da norma. Até que deu certo, mas acabou ficando muito bagunçado, até porque a letra desses
vade mecuns é muito pequena.
Achei o máximo esse exercício de ler a lei completando lacunas. Mais do que isso, percebi que
fazer questões em formatos “diferentes” me empolgava muito mais do que continuar nas
mesmas questões tradicionais.
Resolvi ir mais longe: fiz mais exercícios criativos envolvendo a letra de lei – questões de ligar
os pontos, completar a lacuna indicando duas opções (sendo uma a certa e a outra uma
pegadinha frequente de prova), completar tabelas, fazer correlações e, pasme, cheguei até
mesmo a fazer uma cruzadinha envolvendo o maldito tema das alíquotas.
O resultado foi além do que eu imaginava. Comecei a pontuar alto em temas que eu
sentia dificuldade há muito tempo; senti que, além de quebrar o tédio da rotina de
estudos, eu memorizava de forma muito mais eficiente o conteúdo trabalhado dessa
forma “criativa”.
Sem me dar conta, superei, ainda, uma velha barreira: a dificuldade de memorizar a lei seca.
Quando fazia esses exercícios criativos, eu estava basicamente “lendo de forma ativa” a
letra da lei, mantendo meu foco e aumentando minha capacidade de armazenar as
informações, em especial os pontos de cuidado, as pegadinhas de prova.
Essas questões criativas foram, para mim, uma verdadeira “evolução das questões”. Fazer
questões é definitivamente a chave para aumentar a sua performance, mas ESSES
EXERCÍCIOS CRIATIVOS ERAM AINDA MAIS EFICIENTES.
Contudo, houve uma fraude no certame e ele foi anulado antes da prova oral. Os outros
candidatos ficaram revoltados, todos conversavam sobre o que fazer, se iriam judicializar o
concurso e tudo mais... mas eu fiquei tranquilo no meu canto.
Continuei meus estudos e complementava todos os “pontos fracos” ou de alta incidência criando
e resolvendo esses exercícios criativos. Tinha encontrado a peça que faltava para melhorar
ainda mais a minha performance.
De fato, com essa nova “metodologia criativa” passei para um “outro nível” de
concurseiro.
Para você ter uma ideia, depois que adotei essa estratégia, fiquei entre as 3 primeiras
colocações na prova objetiva em todos os 6 concursos nos quais fui aprovado em 2015,
sendo que em 3 deles fui aprovado em 1º lugar nessa etapa. Cheguei a fazer mais de 90
pontos na primeira fase em alguns desses.
Sem dúvida, a prova objetiva deixou de ser o maior obstáculo para se tornar a etapa mais fácil
do concurso. Eu sabia que, com comprometimento e resiliência, virar Procurador de Contas
seria questão de tempo.
Essa foto abaixo é do meu discurso de posse... um dos dias mais emocionantes da minha vida.
Tomar posse já é demais, mas ter a honra de discursar sendo o 1º empossado é ainda melhor !
A minha história acabou com um final feliz. E eu poderia ter parado o ebook no capítulo anterior,
afinal, geralmente as histórias acabam nesse final feliz...
Com a ajuda de outros aprovados de alto nível (juízes, promotores, defensores, delegados e
procuradores), chegamos a um modelo de estudo por questões - altamente eficiente - para a
memorização e aprendizado: o Método Gabarite!
O que é?
Idealizei o Gabarite enquanto ainda era concurseiro, e hoje pude aperfeiçoá-lo com a ajuda de
diversos aprovados em concursos, muitos nas primeiras colocações, resultando em um treino
inédito e extremamente eficiente para aumentar a sua performance.
Como funciona?
O Método Gabarite visa abordar justamente essa fração do edital que é mais importante para
cada carreira. Assim, o programa é dividido por CARREIRA e abordará os 48 temas de maior
incidência para cada uma das carreiras abrangidas pelo programa.
Além de selecionarmos os temas mais importantes para cada carreira, fazemos uma
rigorosa análise para abordar os artigos, doutrina e jurisprudência mais incidentes dentro
de cada um desses temas.
Com base nessa análise, toda semana disponibilizaremos 2 temas de altíssima incidência. Tais
tópicos serão trabalhados no formato Gabarite ao longo de 6 meses, até completarmos os 48
pontos.
Após extenso estudo de como cada tema vem sendo cobrado pelas bancas, elaboramos os
exercícios de uma forma criativa e especialmente desenhados para que você:
1. Aumente sua nota na 1ª fase (com toda a certeza do mundo, você verá abaixo!)
2. Faça um treino dinâmico e criativo, diferente da rotina típica do concurseiro.
3. Otimize a memorização do conteúdo.
4. Identifique os temas mais importantes e o que mais cai em cada um deles
5. Possa mapear sua performance: a estrutura do material permite que você possa
checar como foi em cada tema e em cada canal de conteúdo exigido (lei, doutrina e
jurisprudência).
6. Antecipe pegadinhas de 1ª fase
7. Faça uma leitura ativa e dinâmica da letra de lei
Como explicado, fazemos uma análise rigorosa para identificar o que vem sendo cobrado e
como trabalhar esse conteúdo para melhor memorização do candidato. Vou mostrar como
funciona.
Lembra daquela questão que eu errei sobre o prazo para a medida provisória entrar em
urgência? Que eu caí na pegadinha de achar que seria 60 dias, quando na verdade esse é o
prazo para sua conversão em lei?
Pois é, errei essa questão lá em 2013, mas até hoje as bancas continuam deixando a mesma
armadilha para os candidatos, olha só:
(VUNESP, Procurador de Arujá, 2019) Se a medida provisória não for apreciada em até
30 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência
(FCC, Defensor Público – MA - 2018) se a medida provisória não for apreciada em até
30 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência,
subsequentemente em cada uma das Casas do Congresso Nacional.
(FAPEC, Promotor de Justiça – MS, 2016) Se a medida provisória não for apreciada em
até 60 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência.
(VUNESP, Procurador de Mogi das Cruzes, 2017) Se a medida provisória não for
apreciada em até 60 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência
Ao identificar uma “pegadinha” ou uma cobrança repetitiva, elaboramos exercícios que irão
trazer sua atenção para a armadilha, de uma forma que você fatalmente irá memorizar o
problema. Quer ver? Olha só esse trecho do nosso Gabarite de Processo Legislativo:
Como a medida provisória tem força de lei, ela deve ser submetida _______ (de imediato / em
60 dias) ao Congresso Nacional, onde deve ser analisada rapidamente.
Por isso, o Constituinte determina que a medida provisória não apreciada pelo Congresso em
até _______ (60 / 45) dias contados da sua publicação entrará em regime de urgência.
Caso seja rejeitada, por votação ou decurso do prazo, a MP perde a eficácia desde a sua
___________ (edição / rejeição), devendo o Congresso, no prazo de _______ (30 / 60) dias,
disciplinar por decreto legislativo as relações dela decorrentes.
(...)
GABARITO
Como a medida provisória tem força de lei, ela deve ser submetida DE IMEDIATO ao
Congresso Nacional, onde deve ser analisada rapidamente.
Por isso, o Constituinte determina que a medida provisória não apreciada pelo Congresso em
até 45 dias contados da sua publicação entrará em regime de urgência.
Caso seja rejeitada, por votação ou decurso do prazo, a MP perde a eficácia desde a sua
REJEIÇÃO, devendo o Congresso, no prazo de 60 dias, disciplinar por decreto legislativo as
relações dela decorrentes.
Veja só, a própria forma como o exercício é estruturado te obriga a fazer um raciocínio
pelo qual – ainda que você não tenha lido a CF/88 – você deduzirá que, como a MP deve
ser analisada rapidamente, ela deve ser enviada de imediato ao Congresso e que o prazo
para entrar em regime de urgência fatalmente deve ser menor que o prazo para encerrar a
votação, de forma que o prazo para o regime de urgência só pode ser o de 45 dias,
enquanto o prazo da votação é de 60 dias.
Você acha que é mais fácil memorizar esses prazos lendo o confuso art. 62 da CF ou fazendo
esse exercício? Abre a CF/88 e compara com esse exercício que você facilmente saberá a
resposta.
Para garantir que você vai lembrar desses prazos até o fim dos seus dias (eu lembro de cor
até hoje ), no final do material reforçamos novamente essa pegadinha da seguinte maneira:
Qual a ideia? Trazer sua atenção para esse tipo de detalhe e exercitá-lo de forma que você
memorize DEFINITIVAMENTE as informações mais relevantes.
Esse treino criativo fez TODA A DIFERENÇA na minha performance e me lançou de vez
nas primeiras posições.
E quer saber a boa notícia? Eu não sou o único que pôde se beneficiar com essa metodologia.
Hoje, diversos alunos vêm aumentando substancialmente suas notas de 1ª fase com o Método
Gabarite, inclusive alcançando a sonhada aprovação – em alguns casos até mesmo em 1º
lugar. Confira abaixo a opinião de alguns de nossos ex-alunos:
“Fui aprovado no concurso para juiz do TRF2 e a maior parte de minha preparação foi
com os cursos do BND (Revisão Estratégica e Método Gabarite). Para mim foi umas
das melhores formas para treino de primeira fase, tanto que até hj minha maior nota em
prova objetiva foi a do TRF3 (85 pontos) no período posterior às resoluções dos
exercícios. A prova objetiva do TRF2 não demorou muito e com a bagagem
proporcionada pelos cursos também foi possível uma nota que me garantiu a
aprovação para a segunda fase. Com a especialização dos concursos e a nota de corte
subindo cada vez mais, só ler a lei seca e responder questões (separadamente) não é
mais suficiente para assegurar o corte. É preciso sempre um atrativo que eleve o
interesse pela matéria, bem como uma forma lúdica, o que é a proposta dos
professores do BND. Essa inovação os torna diferenciado no mercado de cursos para
concurso de alta performance. Eu só tenho a agradecer”.
"O Método Gabarite é ótimo, realmente me ajudou muito na memorização e, por ser
algo muito diferente e até lúdico, fez o estudo fluir muito bem. Os textos explicativos
eram ricos e inclusive ajudaram a complementar o meu material. Posso dizer que o
Gabarite foi útil não só para a aprovação 1ª fase, mas também às seguintes"
Se você for desses mais céticos, você pode estar pensando “ah, mas isso é só um punhado de
exercícios, não vai ser suficiente para melhorar a minha nota na 1ª fase”. Se você tem dúvidas,
quero te propor um DESAFIO que vai mostrar que SIM, o Método Gabarite vai te levar a um
Separe uma tarde ociosa. Faça 20 questões aleatórias sobre intervenção federal e anote
quantas você acertou. Em seguida, IMPRIMA, RESOLVA E CONFIRA AS RESPOSTAS do
nosso gabarite de intervenção que disponibilizo no final desse ebook. Por fim, faça outras 20
questões aleatórias sobre o tema e anote seu resultado.
Eu tenho CERTEZA de que sua performance após treinar com o Gabarite será muito melhor do
que na primeira. E digo mais: aposto que as questões que você errou são respondidas em
nosso gabarite...
Não acredita? Então simplesmente aceite o desafio e veja com seus próprios olhos. A opinião
de quem já usou é sempre de satisfação, olha só algumas mensagens de nossos alunos:
Todos os alunos do Método Gabarite até agora ficaram MUITO satisfeitos e tiveram inegável
aumento na performance na primeira fase.
Se você também quer aumentar sua nota na 1ª fase, você vai adorar participar da próxima
turma do Método Gabarite - Extensivo, que contemplará as seguintes opções de carreira:
1. Advocacia Pública
2. Juiz de Direito e Promotor Estadual (TJ/MPE)
3. Juiz Federal e Procurador da República (TRF/MPF)
4. Juiz e Procurador do Trabalho (JT/MPT)
5. Delegado
6. Defensoria Pública
7. Analista dos Tribunais (TRF/TJ)
*se você tem interesse em outra carreira ainda não abordada pelo programa, por favor, mande
email para contato@portalbnd.com.br indicando qual o cargo de interesse!
Conforme já explicado, abordaremos os 48 pontos mais incidentes em cada uma das carreiras,
sendo os programas diferentes entre si, muito embora possam existir pontos de contato (ex.
controle de constitucionalidade é um ponto de alta incidência na maioria das carreiras).
Estuda para uma dessas carreiras e quer ver sua performance na 1ª fase disparar? Então
clique no link abaixo para fazer sua PRÉ-INSCRIÇÃO GRATUITA no Método Gabarite –
Extensivo para ser notificado do lançamento do programa e garantir um desconto
especial de 40% off.
Bônus – videoaulas para gabaritar a 1ª fase: além dos 48 pontos mais incidentes na carreira
escolhida, gravarei 5 videoaulas envolvendo técnicas e formas de estudo que eu utilizei para
alavancar minha nota na 1ª fase juntamente com as questões criativas do Gabarite:
Agora chega de falação, hora de você fazer o meu desafio e ver com os próprios olhos que o
Gabarite FUNCIONA... e MUITO!
Bom treino!
Estadual
1 - O Estado não intervirá em seus Municípios, mas a União intervirá nos Municípios
localizados em Território Federal como regra.
V( )F( )
2 - O Estado poderá intervir em seu Município que deixar de pagar, sem motivo de força
maior, por três anos consecutivos, a dívida fundada ou consolidada.
V( )F( )
8 - Quando ocorrer a intervenção estadual com fundamento no art. 35, III da CF/88
(não forem prestadas contas devidas, na forma da lei) o decreto será submetido à
apreciação da Assembleia Legislativa do Estado.
V( )F( )
VII - A Constituição Federal permite a intervenção federal per saltum de forma que a
União poderá intervir diretamente em Município pertencente a Estado-membro para pôr
termo a grave comprometimento da ordem pública.
( ) A assertiva está errada porque se o decreto interventivo não for suficiente para
restabelecer a normalidade, o Presidente da República deverá obrigatoriamente
nomear interventor.
2 - Ocorre nos casos em que o Presidente da República expede o decreto interventivo sem
provocação, ou seja, de ofício.
GABARITO
- Comentários: Trata-se de literalidade do art. 34, I, II, III, V e 36, §1º da CF/88.
- Comentários: Trata-se de literalidade do art. 34, IV e 36, I, primeira parte e §1º da CF/88.
- Comentários: Trata-se de literalidade do art. 34, VI, primeira parte, VII e 36, III, primeira
parte da CF/88 e arts. 2º, 11 e 12 da Lei nº 12.562/2011.
1 - O Estado não intervirá em seus Municípios, mas a União intervirá nos Municípios
localizados em Território Federal como regra.
V( )F( X )
- Comentários: Alternativa FALSA. O Estado não intervirá em seus Estados, assim como a
União não intervirá nos Municípios localizados em Território Federal. A intervenção federal é
medida excepcional. Trata-se de literalidade do art. 35, caput, da CF/88. Art. 35. O Estado
não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território
Federal, exceto [...]
2 - O Estado poderá intervir em seu Município que deixar de pagar, sem motivo de força
maior, por três anos consecutivos, a dívida fundada ou consolidada.
V( )F( X )
- Comentários: Alternativa FALSA. O Estado poderá intervir em seu Município que deixar de
pagar, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada. Trata-se
de literalidade do art. 35, I da CF/88.
- Comentários: Alternativa FALSA. De acordo com o art. 36, §1º da CF/88 o decreto de
intervenção será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia
Legislativa do Estado, no prazo de vinte e quatro horas. A única hipótese em que o decreto
de intervenção estadual não será submetido ao Poder legislativo é a prevista no art. 35, IV
conforme art. 36, §3º, ambos da CF/88.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
8 - Quando ocorrer a intervenção estadual com fundamento no art. 35, III da CF/88
(não forem prestadas contas devidas, na forma da lei), o decreto será submetido à
apreciação da Assembleia Legislativa do Estado.
V(X)F( )
- Comentários: Trata-se de literalidade do art. 36, §4º da CF/88, a saber "§ 4º Cessados os
motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo
impedimento legal".
VII - A Constituição Federal permite a intervenção federal per saltum de forma que a
União poderá intervir diretamente em Município pertencente a Estado-membro para pôr
termo a grave comprometimento da ordem pública.
( ) A assertiva está errada porque se o decreto interventivo não for suficiente para
restabelecer a normalidade, o Presidente da República deverá obrigatoriamente
nomear interventor.
- Comentários: Como regra geral, o decreto interventivo deverá ser apreciado pelo
Congresso Nacional (controle político). Excepcionalmente, a CF (art. 36, §3º) dispensa a
aludida apreciação, sendo que o decreto se limitará a suspender a execução do ato
impugnado, se essa medida bastar ao restabelecimento da normalidade. As hipóteses em
que o controle político é dispensado são as seguintes: art. 34, VI – para prover a execução
de lei federal, ordem ou decisão judicial; art. 34, VII- quando houver afronta aos princípios
sensíveis da CF. Nesses casos no entanto, se o decreto que suspendeu a execução do ato
impugnado não foi suficiente para o restabelecimento da normalidade, o Presidente da
República decretará a intervenção federal, nomeando, se couber, interventor, devendo
submeter o seu ato ao exame do Congresso Nacional (controle político), no prazo de 24
horas, nos termos do art. 36, §1º, conforme referido. (LENZA, Pedro. Direito constitucional
esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2014. Pág. 529).
2 - Ocorre nos casos em que o Presidente da República expede o decreto interventivo sem
provocação, ou seja, de ofício.
Neste último caso tem como pressuposto ter havido recusa execução da lei federal.
- Comentários: Alternativa VERDADEIRA. De acordo com o art. 60, §1º da CF/88, a mesma
não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal. A intervenção é uma
limitação circunstancial ao poder de reforma da Constituição Federal. Nas palavras de
Marcelo Novelino, “são limitações consubstanciadas em normas aplicáveis a situações
excepcionais, de extrema gravidade, nas quais a livre manifestação do Poder Reformador
possa estar ameaçada. Nessas circunstâncias, a instabilidade institucional poderia motivar
alterações precipitadas e desnecessárias no texto da Lex Mater”. (NOVELINO, Marcelo.
Curso de direito constitucional. Salvador:Ed. JusPodivm, 2016. Págs. 74 e 75).
Supremo Tribunal Federal. Não há cabimento do recurso extraordinário neste caso porque o
Tribunal de Justiça ao deferir pedido de intervenção em município emana decisão de
natureza político-administrativa e não jurisdicional. Desta forma, considerando que essas
decisões, apesar de serem proferidas pelo Poder Judiciário, não se revestem de caráter
jurisdicional não dão azo ao cabimento do recurso extraordinário. Lembrando que, conforme
art. 102, III da CF/88 o recurso extraordinário é cabível no âmbito de “causa judicial”.
DESEMPENHO DO ALUNO:
TOTAL: __/71