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=i Joao Francisco Possari Historico, Finalidade, Importincia, Locallzapio e Composigio Fisica » Equipementos da Sala de Operacéo Panejamento da Recuperacao Pés-Anestésica ~ Anestesia @ Analgesia + Complicagées Pés-Operatérias @ Agées de Enfermagem ‘Tipos de Posigdes Cirurgicas » Ciassiicagso das Cirurgias + Gerenciamento da Programacéo Cirirgica + Causas de Suspenséo e Cancelamento de Cirurgla Eleva + Limpeza da Sala de Operacio « Inlecgio do Sto Cirdrgico acho ¢ Reciclagem de Resicuos Sélidos + Recursos Materials @ Humanos Acreditagao em Centro Cirirgico # de Qualidace no Contro Girirgico + Blosseguranca + Sistomatizagéo de Ascisténcia de Enfermagem Perioperatiia 83 Copyright © 2004 da létria, uma Diviséo da Editora Erica Ltda, 2008 Edigso Revisada. sos rats reserads. Pris a repeal ou pal pr ugar me useage for sites ‘cos nizotinis logan, ports loons. aersne, ree, socks Vedas mevoteatn os sarees ‘tal ou paral er use sive de pecssamato de dad ¢ 9 wks oe Gf cco. on sunget pga ise edo. Ess probe pam at ante 3s cats tf aoa va au drag A wore dos cscs ar ariel cana cine (art 18 eparigals, co Cape Pas tome Ls 1085, 70 2069 am por oa, Secs ‘ato aos, eu, omar com asia epee naan eran a 1, US pagel ne, 10,08 08 107k ,2 38am P60 de 101 198. Dos Aa). (tr sects este ho enpnam separa assoqu U8 0 potas seus eo aon de aca om ries vgrtas ra. putese por naw esersablzan pa pea Seca co proces meer aoe A pis dos poco erarmagom tds dee serenade exchsvavnt fr efemelsdeioraieegicn en ‘cows potesera ror ne ot maser eons oi 8 pote ser Us sn pes mc ‘Carson 2 ve cod Otel da Ung Porsenna ce 2008 "Aguas rogers tan ele ofa bts pai > Coe 12, X30 Cl de Mesto Mas Pho aU 101 Rod iy, el fo Nv, CARERS, USA Dados iternacionals de Catalogaeso na Publica (CIP) (Camara Brasileira do Livro, Sh ‘Poss, Jo Francisco Centro Crurglo: Pansjierio, Organizagbo & Gest / Jota Francisco Possan. ~§. ed. S80 Pave: save 2071 Bibtograi ISBN 978-85-7614.087-2 41 Corte Groen, 2 Centro Crmioo - Enfermagem 3, Cento Crug - Planejamanta 4. Ceurgia 5 Salas de Operapie | Tuo. coperrei scot NU WO 500. Insieos para catiog stems 1. Cento Ctrgio; Panejamento, rgareajo # Gesto: Cncias Médicas 617.817 eae rt saa dS ern Fal: Rosey, Nas os Snon oe toe ceo sear gun oo fea Toncs Ese aa tmnt Yeo ie AOE Caco Gera os eRe Afr aes. exiid oe ) Me-o9-a 8s Cecmce Fiovasie Wp asbue arin ua 820 Ge, 159-Tatape ‘CEP: 03401-000- Sto Paulo - SP Fone: (1) 2288-2066 Fax (1) 2097-4080 ‘wo ita combr 7 Cento Ciriaio - Plansjmento, Opanizaso © Gestto indice de quadros ‘Quadro 1 - Planithe para levantamento das auséncias previstas e nto previstas da equipe de enfermagem. ‘Quadro 2- Planitha para o dimensionamento de pessoal de enfermagem para o periodo transoperatrio de cirurgias cltivas, segundo 0 pore cirirgico ‘Quadro 3 -Planitha para o dimensionamento de pessoal de enfermagem para 0 periodo ‘wansoperatério de ciurgias de urgéncia/emergéneia, segundo o porte cinirgic. Quaco 4 - Equipe de enfermagem para uma recuperaglo pés-anestésica com seis eto. Quadro 5 - Equipe de enfermagem para uma recuperagio pés-anestésia com seis etes Quatro 6 - Equipe de enfermager pars uma recuperagdo pés-anestésica com seis feitos Quadro 7 - Prefixes (primeizo) da nomenelaturacnirgcae seus significados Quadro 8 - Sufixos (fm) da nomenclatura cinirgica¢ seus significados (indica procedimenta cinirgica realizado) Quadro 9 -Principais procedimentos cirirgicos de remogio com sufixo eetomia Quadro 10 -Principais procedimentos einirgicos para fxaga0 com sufixo pexia Quadro 11 - Principais procedimentos ciirgicos pars ahterar forma e/ow a fungao de um redo com sufixo plasia Quadro 12 - Prineipais procedimentos cirigicos de sutura com sufixorafia Quadro 13 - Principais procedimentos cirdrgicos para visualizago com sufixo scopia Quadro 4 - Principais aparethos para visuslizagao direta Quadeo 15 - Princip pro imentos ciingicos para abertura com sufixo tomia ou stoma Quadro 16 - Terminologias que nlo seguem as regras citadas ‘Quadro 17 -Principaissufixos que formam nomes de instrumentais cinigicos. Quadro 18 - Tubela de evolugio fisica do paciente submetido a um procedimento anestésico-cirirgica ambulatorial vo Quadro 19 - Tempo de limpeza (em minutos) das sas de operaglo das cirurgis eletivas, segundo as especialidades médicas. ‘Quadro 20 - Tempo de limpezs (em minutos) das SO das ciurgias de urgéncia/emergéncia, segundo as especialidades médica. (Quaéro 21 - Demonstrative da segregagdo seletiva dos RSSS, em gramas, nas cirurgias de colecistectomias convencionale laparoscdpica, segundo utlizagdo de campos e aventais de {ecidos de algodto ¢ ndo-tecidos ™ 75 6 8 135 136 230 Sumario Partet Capitulo 1 - Centro Cirirgics Contexto Hospitalar. 1.1 Tntredusae. 1.2 Finalidades do Centro Cinirgico 1.3 Importincia do Centro Cini 1.4 Referéncias istrico, Finalidades e Importincia no Capitulo 2 - Plancjamento Estrutural do Centro Cirirgico, 2.1 Introdugao. 2.2 Localizagao do Centro Cintrgico 2.3 Segaes do Centro Cirirgico. 2.3.1 Sepo de Bloco Operatério, 2.3.2 Segio de Recuperagzo Pés-Anestésica 2.3.3 Seeo de material ou de suprimentos 2.34 Segto de Centro de Material e Esteilizagio (CME), 2.4 Compposigao fisica do Centro Cirirgico 2.4.1 Vestidrios (masculino e feminino) 2.42 Conforto 2.4.3 Sala dos anestesiologistaslcirurges. 2.4.4 Sala de enfermagem 2.4.5 Sala de recepgio de pacientes 2.4.6 Sala de material de limpeza... 2.4.7 Sala para guarda de equipamentos 2.48 Sala para armazenameno de materia exeriizado. 24.9 Sala de operagao, 2.4.10 Sala para depésito de gases medicinais 2.4.11 Sala de expurgo 2.5 Elementos de apoio téenico administrative .. 2.5.1 Apoio téenico. 2.5.2 Apoio administrative 2.6 Zoneamento do Centro Cirirgico 2.6.1 Arca restrita 2.6.2 Area semirrestrita 8 ‘Centro Cirtrpico- Plancjamento, Organizagio e Get 30 30 30 30 30 30 31 31 32 33 B 33 B R 3 M 4 4 2.6.3 Area alo restrita 2.7 Corredor duplo no Bloco Operatéri. 2.8 Fluxos no Centro Cinirgieo. 2.9 Sistema de combate a incndio no Ce 2.9.1 Extintores 2.9.2 Sistema de hidrantes, 2.9.3 Sistema de sprinklers 2.9.4 Sistema de iluminagao de emergéncia, 2.9.5 Escadas de seguranca 2.9.6 Sinalizagao de seguranga contra incéndio ¢ panice, 2.9.7 Sistema de deteegdo e alarme de incéndio 2.9.8 Brigada de combate a incéndios.. 2.10 Referéncias. Capitulo 3 - Sala de Operagio 3.1 Introdugao, 3.2 Dimensionamento das sales de operagio 3.3 Requisites bisicos para garantirseguranga e eficincia das téenieas apicadas. 3.3.1 Tamanho da sala de operagao. 3.3.2 Portas da sala de operacdo. 3.3.3 Piso da sala de operacio. 3.3.4 Paredes da sala de operagao. 3.3.5 Tetoda sala de operago. 3.3.6 Janclas da sala de operacdo 3.3.7 Numinagdo da sala de operagdo, : 3.3.8 Ventilagio‘ar condicionado da sala de operaglo 3.3.9 Tomadas. 3.3.10 Rede de gases medicinais da sala de operacdo. 33.11 Cor de referéncia dos gases medicinas 3.3.12 Manuseio, armazenagem e uso de cilindros de gases medicinais 3.3.13 Sistema de comunieago da sala de operagio 3.3.14 Lavabo das salas de operagia 3.4 Referéncias Capitulo 4 - Equipamentos da Sala de Operagio . 4.1 Introdusio. 4.2 Equipamentos e acessérios méveis da sala de operas 4.3 Equipamentos fixos da sala de operagao 34 4 35 35 35 36 36 36 37 37 37 Fy 38 40 40 40 40 4 al al 2 a 42 4a 46 46 48 48 49 49 50 st st 2 Capitulo § - Recursos or 44 Equipamentos utilizados na sala de operagio 4.4.1 Aspirador de secregio elético. 4.4.2 Aspiradorultassénico, 44.3 Aparelho de anestesia 44.4 Antoscépio. 4.4.5 Balio intra-aéntico 4.4.6 Bisturi de argénio 44.7 Bistuielérico ou elettinieo 44,8 Bistut ultrassdnico. 44.9 Bomba de circulaglo extracorpénes 4.4.10 Cardioversor ou desfibrilador 4.4.11 Colehto de égua para hiper e hipotermia 4.4.12 Criogénieo 4.4.13 Facoemulsiicador 44.14 Foco ciniegic. 44.15 Fotofaro. 4.4.16 Histerosedpio, 44.17 Laser 44.18 LaparoseSpio. 4.4.19 Litotriptor 4.4.20 Manta térmica, 44.21 Mesa de operagio 4422 Microse6pio eletsinico, 4.4.23 Monitor multiparamétrico 4.424 Robotica 4.4.25 Trepanoveraniétomo. 44.26 Vitreotago 45 Procedimentos relativos & aquisig2o de equipamentos para o Centro Cinirgico. 4.6 Seguranga no manuseio de equipamentos no Centro Cinirgieo. 4.7 Referéncias, eriais para o Centro Cirirgico. 5.1 Introdugdo, 5.2 Previsio 5.2.1 Especificidade dos tipos de artigo 5.2.2 Caracteristicas dos usuirios. 5.2.3 Frequéncia no uso dos artigos 5.2.4 Nimero de procedimentes, 5.2.5 Local de armazenamento, Cent Cin io - Plansjamento, Ogaizagao e Ge 2 © 2 o 6 63 6 5.2.6 Durabilidade do artigo, 5.2.7 Periodicidade de reposigho do artigo 5.3 Proviso de artigos do Centro Cinirgico. 5.1 Sistema de reposigio por quantidade 5.4.2 Sistema de reposigdo por tempo, 5.3.3 Sistema de reposigio por quantidade e tempo, 5.3.4 Sistema de reposigao imediata por quantidade. 5.4 Padronizacao dos artigos, 5.5 Controle de estoque dos artigos, 5.6 Processo de compra dos artigos. 5.7 Fluxograma de materais 5.8 Referéncias Capitulo 6 - Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem para o Centro Cirirgico 6.1 Introdugao, 6.2 Dimensto ético-politica do dimensionamento de pessoal de enfermagem. 6.3 Hist6rico do dimensionamento de pessoal de enfermagem no Centro Ciningico 6.4 Projegdo do quadro de pessoal de enfermagem para 0 Bloco Operator... 64.1 Elapas para a projesio do quadro de pessoal pela aplicagdo da equaga0 geral 64.2 Bape pura prjern do quan de sso porinterméio de planhas eletrinicas. 65 Projo do quadro de pessoal de enfermagem para a Recuperagao. Ps-Anestésica (RPA) 65.1 Alcalé etal... 65.2 Brasil 6.5.3 Guimarses et al 6.6 Referéncias. 3 Capitulo 7 - Treinamento e Desenvolvimento da Equipe de Enfermagem do Centro Cirargico. 7.1 Introdugao.. 7.2 Processo ensino-aprendizagem 17.3 Finalidades do treinamento e desenvolvimento da equipe de enfermagem da Centro Ciringico. 7.4 Problemas gerados pele falta de reinamento e de desenvolvimento. 1.5 Local detreinamento ¢ desenvolvimento da equpe deenfermagem do Cento Cinigic. 76 Itens de um programa de treinamento e desenvolvimento pare do Bloco Operatério pe de enfermagem 87 87 88 89 89 90 7 7-7 tens de um programa de treinamento c desenvolvimento para 4 equipe de ‘enfermayem da Recuperagao Pés-Anestésica (RPA). 7.8 Avaliaedo do treinamento ¢ do desenvolvimento da equipe de enfermagem do Centro Cinitgice 7.9 Recomendayées para o treinamento ¢ © desenvolvimento da equipe de enfermagem do Centro Cieirgico, 7.10 Periodicidade do treinamento e do desenvolvimento da equipe de enfermagem do Centro Cinirgico. 7.11 Referencias... Parte I Capitulo 8 - Cirurgia 8st Introdusao. 8.2 Classificagho das cirurgias, 8.2.1 Classiicagao segundo a urgénc 8.2.2 Classificagdo segundo o tiseo eardiolégico 8.2.3 Classficaso segundo o tempo de durasao da cirurgia 8.2.4 Classficapio segundo o potencial de contaminagdo da cinurgia 8.2.5 Classificagao seyundo a Associagdo Médica Brasileira 8.2.6 Clussificagdo quanto a finalidade do tatamento cieingics inirgica 8.3 Referéncias Capituto 9 - Gerenciamento da Programasio Cirirgica 9.1 introdugao 9.2 Sistema nao informatizado de gerenciamento da progtamagio cinirgica 9.3 Sistema informatizado de gerenciamento da programago cirirgica 9.3.1 Médulo informatizado de agendamento de cirurgias 9.3.2 Module informatizado de suprimentos do Centro Ciningico 9.3.3 Médulo informatizado de faturamento ¢ cobrana. 9.4 Referencias Capitulo 10 - Monitoragto das Causas de Suspensio ¢ Cancelamento de ‘Cirurgias Eletivas, 10.1 Introdugao. 10.2 Taxas ¢ enusas de suspensio de cirungiaeletiva, 10.3 Minimizagio da ocorréncia de suspensto de cirargis eletivas.. 10.4 Relagio das causas de suspensto de cirurgias eletivas @ nD 92 92 93 97 7 97 97 97 98 98 99 9 100 100 101 102 103 los 106 107 109 109 10 m nz 1055 Indicador de qualidade diante da suspensio de eirurgiaeletiva 10.6 Assisténcia de enfermagem a0 p ientediante da suspensto da cirurgia elctva, 10.7 Referéncias Capicuto 11 - Anestesia e Analgesia... 11.1 Introdugio. 11.2 Escolha do tipo de anestesia. 11.3 Monitoragto do paciente 114 Objetivos da anestesia 11.5 Profundidade da anestesia. 11.6 Medicagao pré-anestésica 11.6.1 Anticolingrgicas. 11.6.2 Tranquilizantes 11.63 Hipnoanalgésicos. 11.7 Tipos de anestesia 11.7.1 Anestesia gerl 11.1.2 Anestesia locoregional 11.8 Coadjuvantes da anestesia com medicamentos miorrelaxuates. 11.8.1 Relaxantes musculares despolarizantes, 11.82 Relaxantes musculares nfo despolarizant 11.9 Outras drogas utilizadas em anestesia.. 119.1 Antagonista dos hipnoanalgésicos 11,92 Neurolépticos. 11,10 Regressto da anestesia. 1110.1 Rases da regressto da anestesia. 1110.2 Estigios elinicos da repressto do anestesia.. 11.11 Seguranga do paciente 11.12 Referéncias Capitulo 12 - Posicionamento do Paclente para Chrurgia 12. Inirodugto. 12.2 Tipos de posigio cirirgic, 12.2.1 Posigao decibito dorsal. 12.2.2 Posigao decibite venta 12.23 Posigle Fowler ou sentada 12.2.4 Posigo litotmica ou ginecoldgica 5 Posigto Jackkaife ou canivete 6 Posicto lateral ou SIMS. 2. 12. 4 us us uw 7 ny ut ns us no 9 19 119 120 1120 1123 Rs bs Ds 126 126 126 7 127 127 128 129 Capitulo 13 - Nomenciatura € Capitulo 14 - Tempo Capitulo 18 7 12.2.7 Posigio Mendelenburg. 12.3 Cuidados com o posicionamento do peciente no periodo operatorio 12.4 Cuidados com o posicionamento do paciente no pés-operatéri 12.5 Referéncias, ‘irgica 13.1 Introdugdo. 13.2 Objetivos da nomenelatura cindrgica 13.3 Classificagdo da nomenclaturaciirgica 13.4 Referencias, irgico ¢ Instrumental Cirirgico 14.1 IntrodusBo. 14.2 Tempos cirtrgicos 14.2.1 Dierese, 14.2.2 Hemostesia. 14.2.3 Exérese 14.2.4 Sintese 143 Instrumental ciirgico 14.3.1 Instrumental de dicrese. 14.322 Instrumental para hemostasia 14.333 Instrumental para preensto, 14.3.4 Instrumental para separaga 14.355 Instrumental ¢ material para sintese 14.3.6 Instrumental especial 14.3.7 Instrumental de campo. 14.3.8 Instrumental laparoseépico, 144 Referéneias inejamento da Recuperacio Pas-Anestésica 15.1 Introduso, 15.2 Localizagao. 15.3 Planta fisica 154 Area da RPA = 15.5 Blementos da unidade de RPA. 15.6 Quantidade de leitos da RPA... 15.7 Instalagdes, equipamentos ¢ materiais da RPA 15.8 Referencias, Centro Cnirgca - Pangjamento, Onganizasto e Gest 133 134 134 134 138 135 1B 135 39 140 140 140 140 iat Ma 14 142 12 142 143 143 3 147 147 147 148 149 149 150 1-150 150 151 151 st 153 eee Capitulo 16 - Planejamento da Assisténcia de Enfermagem no Periodo Pés-Operatério... 154 161 Introd. 1s 162 Critvios para sclegio dos pacientes a serem admitidos na RPA. ss 163 Transferéncia do paciente da sala de operago para a RPA. 134 164 Adiissto do paciente na REA. 135 16.4.1 Sistematizagdo da Asistencia de Enfermagem (SAP), 188 164.2 Avaliagdo das condigées de tecuperago do pacente 139 16.5 Tempo de permanéncia do paciente na RPA. 160 16.6 Alta do paciente ds RPA. 160 16.7 Transferéncia do paciente da RPA para o lito de origem. 160 1638 Alta do pacientesubmetido a procedimentas anestésico-ciingicos ambulaorais..... 161 169 Reteréncas 162 * Capitulo 17 - Complicagdes Pés-Operatérias ¢as Agoes de Enfermagem. 163 17. Introdusto, 163 17.2 Complicagdesrespiraérias 163 172.1 Hipoventiagio 163 17.22 Obsirugdo ds vias areas superiores 16s 17.23 Broncospasme. les 172.4 Pneumotdrax ¢ hemotiran, 166 17.25 Hipoxemia 166 1733 Compliagées gastrointesinais 167 1 173.1 Néuseas e vimitos 167 | 1732 Distensfo abdominal. 168 ' 174 Complicagaes cardiovasculaes, 168 17.4.1 Hipotenstoacteral. 168 174.2 Hiperensio aerial, 169 1743 Arsitmias eadiaces 170 174.4 Disrmias im 174.5 Parada cardiaca in 17.46 Hipovolemia, 74 17.5 Complicagdes urolégicas m4 175.1 Olighia 15 17.5.2 Retengdo uriniria, Ms 17.6 Complicagses metabslicas Ins 17.6.1 Alteragées Scido-base ins 17.7 Complicagbes hematoligcas 176 17.7.1 Reagdes hemolitias pos-transfusdes, 116 BS 6 17.8 Complieagdes neurolégicas. 17.8.1 Agitaglo, exeitagto e delirio pés-operatérios 17.8.2 Convulsies 17.9 Outras complicagaies 17.9.1 Hipotermia (hipotilamo. 17.9.2 Hipertermia, 17.93 Der. 17.9.4 Solugos. 17.9.5 Hipertermin maligna 17.9.6 Calattios/remores 17.9.7 Alergia 17.10 Referencias Capitulo 18 - Infeesdo do Sitio Cirdrgico 18.1 Introdugdo... 18.2 Infecgo do iirgico 18.3 Fatores de risco para aquisigto de infecgdes do sito cirirgico e medids de controle « prevengdo da infecgio 18.3.1 Riscos relacionados ao paciente 18.3.2 Riseos elacionads a0 perfodo pré-operatirio 18.3.3 Riscos rea 8.3.4 Riscos relacionados ao periodo pos-operatério. 18.4 Coleta microbioligica 18.5 Referencias ionados ao periodo intraoperatirio, Capitulo 19 - Sistematizagao da AssistGncta de Enfermagem Perioperatéria 19.1 Introdugao 19.2 Objetivos da SAEP. 19.3 Periods ds SAEP, 19.3.1 Petiodo pré-operatério imediaro. 19.3.2 Periodo transoperatério 19.3.3 Period de recuperagio pos-anostésiea 19.3.4 Period pOs-operatério imediato 19.3.5 Periodo pés-operatério tard. = 19.4 Registros dos cuidados de enfermagem perioperatsrios. 19.5 Referéncias.. 6 ‘Orgunizagaoe Gestio Parte 11, Capitulo 20 - Limpeza ds 20.1 Introdugao. 20.2 Classiticagdes das éreas do hospital 202.1 Areas riticas la de Operagdo. 20.2.2 Areas sericrtias, 20.2.3 Areas nto eriticas 20.3 Btapas da limpeza no Centro Cirtrgico. 20.3.1 Limpeza preparatira, 203.2 Limpeza operatéra, 203.3 Limpeza concorrente 20.34 Limpeca terminal, 204 Limpeza da Recuperagio Pos-Anestésica (RPA) : 204.1 Limpeza de paredes, corredores, too, janelas, poras¢ pisos 20.4.2 Limpeza da unidade do pacieme. 20.5 Equipe de limpeca 20.6 Refortncias Capitulo 21 « Segregacio e Reciclagem de Residuos Sélidos em Centro Cirirgico 21.1 Introdugo, 21.2 Residuos slides em servigos de said. 21.3 Residuos de sélidos em Centro Civixgic. 21.4 Referéncis, Capitulo 22 - Biosseguranca no Centro Cir 22.1 Introdugdo. 22.2 Riscos de acidentes, 22.2.1 Riscos fsicos 22.2.2 Riscos quiicos. 22.2.3 Riscos mecnicosiergonsmicos. 22.2.4 Riscos bioligicos. 22.3 Registro de acidente de trabalho 224 Prevaugbes padeio 22.4.1 Lavagem das maos 22.4.2 Cuidados com material perfurooortante 22.4.3 Procedimentos invasive. 223 223 205 29 230 22 22 232 233 235 238 236 237 238 238 239 240 7 22.4.4 Equipamentos ¢ ac¢S$61908essnnneeee eee nen DAO 22.4.5 Equipamentos de protesd0 individual ...0.cennnnninnnenonennamnnn e240 22.5 Orientagaes gerais quanto a legislagio trabalhista _ 241 22.6 Medidas preventivas para controle dos acidentes com perfurocortantes 24 22.7 Referencias. 242 — 23 - Acreditagio em Centro Cirirgico 243 23.1 Introdugao. 7 7 ee 243 rs hcecnaeass anes eee 7 eae 244 23.2.1 International Standards for the Care Contin... 24d 23.2.2 International Standards for Medical Transport Provider: et 24a 23.2.3 International Standards for Clinical Laboratories onc. 245 23.3 Acteditago no Brasil o ‘ soo 245 23.4 Objetivos do programa brasileiro de acreditagaio 23.5 Vantagens da acreditago. 23.6 Fundamentos da acreditag20 23.7 Metodologia do processo de acreditagSo hospitalar. 23.8 Padrdes de avaliago do Centro Ciniegico 8.1 Nivel 1 - Seguranga 23.82 Nivel 2 - Gestdo integrada 8.3 Nivel 3 - Exceléncia em gest0 .. 23.9 Avalingio do process0... ee eaeue 23,10 Validade da certiicago. 23.11 Resultados da avaliagio 23.11.1 Acreditado pleno - Acreditagdo no nivel 2 23.11.2 Aereditado com exeeléncia- Acreditagdo no nivel 3 23.12 Perfil dos avaliadores, 23.13 Cupacitagdo do avaliador 23.14 Referencias Capitulo 24 - Indieadores de Qualidade no Centro : 254 24.1 Introdugto. se oe 254 24.2 Histrco de qualidade dos ervigos de SAe.nnnnnsn 2a: 24.3 Avaliagdo da qualidade dos servigos de satide : oe 250 244 Definigdo de indicador ... nnn senenenmnesens 289 24,5 Classificago dos indicadores. sininentnnennnnenmnnnnrnanenen 259 24.6 Caracteristicas bisicas de um indicador. ieemaese svn 260 24.7 Escolha do indicador 260 24.8 Montagem de um indicader. sens 261 8 ce 7 Cirbrgico - Planejamento, 24.9 Tipos de indicadores de qualidade no Centro Cinirgico some 36] 24.9.1 Indicadores de estrutura.. ae 262 24.9.2 Indicadores de processos. se 264 24.9.3 Indicadores de resultados. pecs on 264 24.10 Monitoragaio dos indicadores s.cusn . ‘ 267 24.11 Benchmarking de indcadores de qualidade de Cente Citgo ss 268 24.12 Referéncias, sn srennenenneneenn 268 Capitulo 25 - Organizagio do Centro Cirargieo. 22 25.1 Introdusaio. : 2. 252 Equipes cirrgica, anestsic ede enfermagem do Bloco Operatirio sens 272, 25.2.1 Equipe anestésica, ws sree BT 25.2.2 Equipe cinirgica. at 2m 25.2.3 Equipe de enfermagem do Bloco OperatBFi0 en 23 25,3 Perfil profissional e competéncia dos membros de equipe de enfermagem do Bloco Operatério 74 253.1 Perfil proisional do enfermeir chee do enfereito asistencia do Bloco Operatério a 274 25.3.2 Perfil profissional do técnico ou auxiliar de enfermagem do Bloco Operatério...276 25.3.3 Perfil do instrumentador cirirgico ie 25.4 Equipe multiprofissional da Recuperaga0 Pee Anessa (RPA. 25.4.1 Anestesiologista 25.42 Enfemmeino chefe da Recuperagdo Pox-Anestesica 25.4.3 Enfermeiro assistencial da Recuperaco Pos-Anestésica . 25.4.4 Téenico ou auxiliar de enfermagem da Recuperagio Pés-Anestésica 25.5 Regimento 25.5.1 Conteido do regimento 28.6 Norma 25.7 Rota on : 25.7.1 Informagdes que podem estar inseridas em uma rotin... 25.7.2 Como avaliar ums rotina 25.1.3 Finalidade do regimento, normas ¢ rotinas. 25.8 Procedimento, 25.9 Referéncias. OSSAFFO on : pitt 284 indice Remissivo..... Parte I Assuntos abordados Centro Cinirgico: Histérico, Finalidades e Importincia no Contexto Hospitalar Planejamento Estrutural do Centro Cirirgico Sala de Operagao Equipamentos da Sala de Operagao Recursos Materiais Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem em Centro Ciningico Treinamento e Desenvolvimento da Equipe de Enfermagem do Centro Cinirgico torico, Finalidades e Importancia no 1 Contexto Hospitalar 1.1 Introdugao © Centro Cirirgico (CC) pode sex considezado uma das wnidades mais complexas do hospital. Pela sua especficidade, presenga sonstante de stesso € & possibilidade de riseos & sats ¢ Se 0S pacientes esto sujetos ao stem sub Metids &intervengdocinirgica, A portaria 400" defniu CC como um sonjun- {0 de elementos destinados ts atvidades cs seas, bem coino @ Recuperayao Anessa 6 ove SEF considerido uma oranizayda nm, Plea devido as suas caractristica ¢asssdn, cia especaizada Portanto, 0 CC é consti de um conjunte de tease instalas que periteeltur a imigie ‘is mores condigoes de seguranga pare pr sient, cde confono para a equipe que onesne Os primeiros Centros Cintrgicos surgiram atre- lados a histéria © evolugto da medicina e cirvy aia. Na Antiguidade o corpo humane era con. siderado, em toda a sua complexidade, ume incégnita pelos cirurgides, levando-os a adotar © tratamento clinico como forma no proces. © de cura, pois os médicos eram temerosos fm operat os seus doentes. °" Os cinugides geralmente no passavam por uma academia, ‘mas por uma educagdo pratica, por um apren \izado nio universitiri. ‘A medicina interna era mais valorizada no ‘meio académico do que a einungia, vista como, ‘Centro Citgo: Histiico uma atividade essencialmente manual; pela di- vislo social entre 0 saber ¢ o fazer. Assim, a ‘medicina, que requeria mais reffexto, estudos © Percepeto por parte dos médicos,rdo incorpo ‘ava a cirurgia como uma de suas disciplinas, sendo entio executada por priticos, chamados “cirurgides barbeiros". que possuiam maior ha. ditidade manual. econ © cirurgigo, pelas caractersticas mecinicas de seu offeio, era considerado de uma eategoria in. {eleccualmente inferior & do médico intemalisa, ‘que mantinha uma estreitafigagdo com a classe ominante, a aristocracia fundidria. Enquanto 0 irurgito, considerado um técnico, 130 mants ‘nha & mesma ligagdo com a superestutura, A cinurgia era retratada como uma peitica re- baixada © profana, pois, ao contritio dos clini. G08 de mios limpas, emperucados ¢ perf ‘mados, 0$ cirurgides lidavam com a carne decadente (tumores, cists, fraturas, gangrenas entre outros), Embora « arte cirigica nao tenha softido revo- lugdes até o séeulo XIX, a cirargia & quase tao velha quanto a humanidade, Na Antiguidade ¢ durante Idade Média, os cirurgides realize Yam numerosos procedimentos paliativos, tate como lanectar Furdneulos ou cutatives em feri. das extemas de tumores de mame, lacalizados em areas coméreas em que nfo era necesséria 4 sbertura da cavidade. Tipicamente lidavam om o exterior © as extremidades. Evitavam 0 sbdémen © outras cavidades do compo, talidadese tmportincia no Context Honpialar 2 ‘como o sistema nervoso central. As cirurgias ceram realizadas, indistintamente, em qualquer local, como nos campos de batalha, nas casas dos cirurgides ou debaixo do convés dos nia vos de guerra, sem nenhuma preocupagao com as condigdes de assepsia 110 De mancira geral, quando o tratamento cirir- give se tornava inevitivel © aos cirurgides no Festava outra opedo sendo tentar, por meio de operacdes, livrar os seus pacientes do softi- ‘mento que os afligiam, enfrentavam os tres grandes desafios da cirurgia que eram a dor, & hhemorragia ea infevgo,”» ‘A anestesia ndo era fotalmente uma novidade, & ‘4 medicina sempre usou, & claro, certos analgé- sicos. As antigas sociedades estavam a par do poder redutor da dar com a utilizagao do Spio, 40 haxixe ou maconha indiana e do alcool. Por volta de 1731, foi criada a Real Academia de Cirutgia, € doze anos depois Luis XV dis- solveu a ligagio entre os cirurgides ¢ as bar beiros, Definitivamente essa ligagdo foi extinta ‘em 1768, na convengio dos cirurgides treina- dos por aprendizagem pritica, Depois disso, 6s citurgides comegaram a competir em status com 0s médicos, pregando que a cirurgia nto cra uma mera arte manual, ¢ sim um brago ex- perimental da medicina, tomnando-se 0 mais progressista, © primeiro passo para a anestesia geral foi dado por Joseph Priestley, a0 descobrir 0 did- xxido de nitrogénio (NO,) em 1773. Coube a Humphry Davy, um aprendiz de farmécia, na pequena cidade de Penzance, na Inglaterra, em 1796, experimentar 08 efeitos da inalagio do NO,, Ble verificou que o gas produzia uma sensavdo agradivel, acompanhada de um dest jo incontido de rir (donde © nome de gis hile- Tiantc). Certa noite estava eom dor de dente e, 20 inalar © és, notou que a dor desaparecera por completo. Deduziu gue, se a NO, suprimia 2 dor, poderia ser empregado no tratamento de ‘outros tipos de dor. Em um de seus eserios, in titulado vapores medicinas, sugeriu o emprego do NO, em cirurgia: ja que o ys hilariante pa rece possuir a propriedade de acalmar as dores fisieas, seria recomendivel empregé-lo contra as dores cirirgicas. A medicina oficial nfo to- ‘mou conhecimento da supesta. A cauterizagao utilizando éleo fervente ou fer- ro em brasa permaneceu como melhor meio para estancar a hemorragia até o séeulo XVI, nbora drogas adstringentes © compressio ‘com bandagens fossem testadas como alterna livas. Ligadura vascular foi preconizada por Ambroise Paré, grande cirurgito-barbeiro, franeds, do séeulo XVI." Em 1824, o inglés Henry Hill Hickman pu- blicou pela primeira vez um caso de operagio sem dor pelo uso de gis, relata que nao foi re= ‘cebido com muito entusiasmo. Em 1842, 0 mo= desto médico rural, Crawford Long, iniciou ‘2 anestesia cinirgica, porém s6 publicou em 1849, quando o fato ja nao era mais novidade. Em 1848, Iynaz Filipe Semmelweis, abalhan do na clinica obstétrica do hospital goral de Viena, descobre a causa de mortalidade pela febre puerperal. Ele insti, a partir de 15 de maio de 1847, uma politica tigorosa de lava gens das mAos e dos instrumentos em solugio de cal clorada, entre o trabalho de autépsia e 0 cuidado com os pacientes, ° Ele desvendara © segredo da transmissio dos germes infeccio- ses, por meio das mios ¢ de instrumentos dos médicos e cirurgides, revelagio que seria trés decénios depois a pedra angular da assepsia. Antes da introduydo da anestesia, em 1840, 0s cirurgides contavam apenas com a pripria destreza manual para realizarem o procedi- mento cirdrgico 0 mais ripide possivel, e cam Poucos © grosseiros instruments cinirgicos, Para assim minimizar a dor do paciente, Os instramentos utilizados nas operagdes eram limpos com qualquer pano ou alé mesmo na aba da sobrecasaca dos cirurgides, mal con- servados ¢ guardados precariamente, também sem nenhuma preocupagso com as condigées deassepsia. oMiDeem Plangjomento, Organizagio e Gestio A medida que a téonica cirirgica foi se deser- volvendo, em consequéncia da descoberta dos Procedimentos anestésicos, da hemostasia ¢ da assepsia cinirgica, 0 acesso aos tngios nko era mais possivel ser realizado, apenas com a © século da cirurgia moderna, sem divvida, co- ‘megou no ano de 1846, na sala de operayies do Hospital de Massachutts, em Boston. No dia 16 de outubro de 1846, 0 paciente Gilbet Abbot foi submetido 20 procedimento cinirgi- 0, com duragio de 25 minutos, para remagao de um tumor no pescoge, pelo cinungito John Coltins Warren ¢ 0 anestesiologista William Thomas Morton. * Portanto, nesse dia sur- su a luz do mundo a narcase, a anestesia da or, mediante a inalagio de gases quimicos, A cena deixou de ser documentada fotograsi- camente porque 0 fotégrafo sentiv-se mal ao Dresenciar 0 alo cirirgica, porém foi posterior. ‘ent imortalizada em um belo quadro do pins tor Robert C. Hinckley, em 1882 Figura 1 Primelra ciurgia ‘com marcoserealizada em 1846, Fonte: Quadro pintado pelo pintor Robert C Hinckley A dof, © empecitho mais tremendo que, até ‘aquela data, limitara inexoravelmente, pelo es- ayo de milénios, o campo de ado da cirurgia, acabava de ser vencida. Antes de fins de 1947, jit se praticavam, em todas as paises de tradi. ‘ies cinirgicas, operaqses indotores, em pa Cientes anestesiados com éter No Brasil a primeira anestesia geral pelo éter foi praticada no Hospital Militar do Rio de Jancito pelo médico Roberta Jorge Haddock Lobo, em 25 de maio de 1847 O século XX se tomou o século de ouro da ci- rurgia. Um grande nimero de avangos seyuiu- -se a crucial associagao entre a anatomia pa- tolégica, anestesia e antissepsia, Na segunda década deste século, com ajuda da radiograta, 0 istoscépio delgado de bragos luminosos, dda anestesia local e da assepsia, & possivel ex. plorara bexiga sem dores e sem perigos dignos de meng, 0s instrumentos cinirgicos foram, entio, sendo jas do ano. Auséncia nao prevista (a) AAs auséncias nio previstas por trabalhador sf0 resultantes da soma de uma série (f) de tipos de auséncia,tais como: faltas ebonadas e nao abo- nadas, licenga médica, licenga-matemidade, Ticenga-prémio, licenga por acidente de traba- Iho, licenga INSS, outras licengas (casamento, rojo, paternidade ete.) e suspensées, cujos vee lores podem diferir de uma categoria profissio- nal (#) para outra, Essas auséncias nfo previstas constituem, efe- tivamente, aquilo que genericamente tem sido ‘denominad de absenteismo, As informacdes relatvas as auséncias no pre- vistas devem ser coletadas das escalas men- sais de tmbalho e registradas em uma planilha (Quadro 1), visando a maior facilidade no pre- enchimento ¢ tabulacdo dos dados, A pplanilha & constituida de cinco campos, con forme a descrigo seguinte: dda unidade e o periodo da colcta de dedos, * Categoria profissional: nesse item so co- locadas as categorias do pessoal de enter- ‘magem existentes na unidade, + Quantidade média de pessoal: refere-se ‘40 mimero efetivo de elementos por catego- ria profissional durante o periodo estudado, + Auséneias nd previstas: destina-se a0 levamamento das auséncias nfo previstas devid a: + Faltas: registro mensal dos dias de fal- tas (abonadas, justificadas ¢ injustfica das) por categoria profissional + Licengas: registro mensal dos dias de li- ‘cenga médica, maternidade, acidente de trabalho, afasamento pelo INSS © ou tras licengas (nojo, gala e paternidade) + Suspensies: registro mensal dos dias de afastamento devido a normas disei plinares por categoria profssional, + Absenteismo: refere-se ao niimero total de dias de auséneia no periodo em estudo, de- vido as auséneias ndo previstas, pensionamento de Pessoal de Enfermagem para o Centra Cirirgico 73 Pode-se utilizar a seguinte equagto para a deter- ‘minagio do percentual de cada tipo de auséncia do prevista por categoria profissional, DM Em que: k= Indice que indica, gencricamente, cada ca tegoria profissional (enfermeiro, téenico/auxi- liar de enfermagem); = indice que indica, genericamente, .cada tipo de auséncia no prevista (falta, licenga médica, suspenstes); Ngj— quantidade de diawlano de suséncia no revista { cometidas por todos os trabalhado- res de uma dada categoria profissional 1D = quantidades de dias trabalhados. no ano pelo Bloco Operatério; 94 ~ quantidade de trabalhadores da categoria, TN, =soma dos dias/ano de todas as auséne cias nilo previstas cometidas pelos qk trabalha- dos do Bloca Operatério. © absenteismo médio da unidade por categoria, profissional é obtido pela soma de todas as au séncias nfo previstas cometidas por aquela ca- tegoria profissional ¢ pode ser calculedo pela cequasio: Quando as cirurgias eletivas ocorrerem de segunda-feira a sexta-feira, ndo é necessério prever pessoal para a cobertura das auséncias Previstas por folgas e feriados. Quadro 1 - Phanitha para levantamento das auséuctas Previstas e ndo previstas da equipe de enfermagem, Unidades Periodo: ‘AusSncias aio previstas Austneias previsias Licengas* Faltas ‘Quantidade média de pessoas Categor pruflssional Peévias Medica Total Acidente ae trabalho Absentefsmo Outras Ticengas Matern. INSS Enfermeiro ‘Auniliar de entermager| Téenica de entermager| oral 4 +O profissional fea de cena médica por acidente de wabalto Centro Ciriegice- Plancjamento. Organizagio e Gestao wagem pare is cletivas, segundo 0 porte cirdrgice, ‘Quadro 2 - Planitha para o dimensions © periado transoperatirio de eirurgi smento de pessoal de enferm Fr] Es ea.) paca) Saale peas | ome | om [ow [enn ety FS ereafmefro] to | me a wo fom |e ro ea Pow |as lon A Ta [ma aD «|| me ar a “re a are BTN ars ae Ce eee spammy | “uemong, | See Saecr : is frag [tone haaeseaeiaes Dimensionamento de Pessoal de Eat Quadro 3- ‘transoperat ‘tha para o dimensionamente de pessoal de enfermagem pars 0 periodo 'rlo de cirurgias de urgéncia/emergéncia, segundo o porte cirérgico, ‘Teokwem Sine afermelee = Ose | ah Tah) cay [aioe] a toma] ne corre é Centro Cinirgico- Planejamento, Organizagio e Gestio Legenda das planithas : porte eirdygico (11, Ie 1V); Ns quantidade média didria de cirurgies por porte cinirgico; Hi duragio média das cirurgias em minutos; C: carga média diéria de cirurgia em horas WH 160); hhg: tempo médio da limpeza e reabastecimento da Sala de Operagao em horas; mx: tempo médio de assisténcia enfermagem Por hora de cirurgia, em horas: Si carga didria média do servigo de enfer- ‘imagem por porte cirirgico durante 0 dia, em horas; ': jomada de trabalho didi, em horas; EY: produtividade, em porcentagem; Quis: quadro diltio de enfermagem, segundo ‘porte cinirgico (Sif "Ent: percentual da categoria enfermeiro; ‘S6Aux: percentual da categoria auxiliar de en- ermagem; ‘TEs: pereentual da categoria téenico de en- fermagem; sé quadro didrio de enfermeiro, segundo porte cirtirgico (Quy %6Enf); a. quad didrio de auxiliar de enfermagem, segundo 0 porte cinirgico (Quay %AUX); ui quadro ditio de t8enico de enfermagem, segundo o porte cirirgico (Quize'%TEC); ©: nlimero de dias de Folgas por semana; 4: dias de trabalho na semana; F dias de feriados no ano; D: dias do ano; Ves dias de férias gozadas pelo enfermeiro no ano; Vu’ dias de ferias gozadas pelo auxiliar de en- fermagem no ano; Vip! dias de férias gozadas pelo téenico de en: fermagem no ano; eye! auséncias ndo previstas do enfermeiro no nu.? auséncias nao previstas do auxiliar de en- fermagem ne ano; Ay! ausEncias no previstas do téenico de en- fermagem no ano; acréscimo de pessoal para cobrit folgas (enfermeiro; auxiliares ¢ téenicas de enfermagem): eréscimo de pessoal para cobrir fetiados (enfermeir; auxiliaes ¢ téeioos de entermagem): eee ara cobrie (inp) =e pec férias (enfermeiro; auxiliares e tecnicos de enfermagem); (sts) acréscimo de pessoal para cobrir absenteismo (enfermeiro; auxiliares ¢ técnicos de enfermagem); You! total de acréscimo de enfermeiros para auséncias previstas ¢ ndo previstas; Yq! total de acréscimo de auxiliares de enfer- ‘magem para auséncias previstas e nao previstas: Yru! total de acréscimo de técnicos de enferma- ‘Bem para auséncias previstas e nio previstas; ‘Qeee: quadro total de enfermeiros; Qua.! quadro total de auniliares de enfermagem; Qc! quadro total de técnicos de enfermagem: Qe: quadro total de pessoal de enfermagem do Bloco Operat6rio para prestar assisténcia a0 Paviente no periodo transoperatério. Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem para o Cento Ciningico 77 6.4.2 Etapas para a projegao do quadro de pessoal por intermédio de planilhas eletrénicas Para facilitar 0 dimensionamento de pessoal de enfermagem para 0 Bloco Operatério, segundo © porte cirtigico, por meio das planilhas ele- trGnicas descrevemos as seguintes etapas: 6.4.2.1 Classificar as cirurgias, segundo © porte ciningico (P) Pode-se utilizar o eritério de clasificagio das cirurgias pelo tempo de utilizagi da SO, a saber: + Porte I: cirurgias cujo tempo de duragao cencontra-se no intervalo de 0 2 2 horas. + Porte I: cirurgias cujo tempo de duragdo cencontra-se no intervalo acima de 2 horas até 4 horas + Porte SH: cirurgias cujo tempo de duragao ‘encontra-se no intervalo acima de 4 horas até 6 horas, + Porte IV: cirurgias cujo tempo de durago cencontra-se no intervalo acima de 6 horas 6.4.2.2 Determinar a quantidade média didria de cirurgias (N) 1) Determinar a quantidade média difria de cirurgias conforme proposto no item an- terior, considerande como amostra 0 mi mero’ de cirurgias do Bloco Operatério ‘em um period de 30 dias: Cirargia cletiva Ponet “nung Pore T irurginsidia Pore it cinargiasiia Pore IV cinargiasidi Modo Ger sirugiasidia Cirargia de urgéncia/emergencla irugiasiia Porel Porte I Porte Porte IV Modo Geral -sirugiasiia ciragiasiin Determinar o tempo médio (em minutos) (1) das cinurgias cletivas ¢ de urgéncia’ cemergéncia por porte cirirgico. ‘Cirurgia cfeciva Portef rinwton Pore It MINUS Porte lit minutos Ponte IV minutos ‘Moda Geral ints urgéocia/emergéneia Ponel mimutos Porte It ‘minutes Porte I ‘minutos Ponte TV minutos Modo Geral minutos Determinar a carga difria média (em ho- ras) das efrurgias (C) por porte cinirgico por meio da seguinte equag30: ce 160 Cirurgie eletiva e de urgGucia/emergéncia Postel horas Postel! horas Porte Tit horas Porte 1V horas Modo Geral horas 7 ‘Ceniro Cirirgic - Planejamento, Organizagio e Gentio 4 6 Determinar 0 tempo médio (em ho- as) da limpeza e montagem da Sala de Operagio (hg) para cirurgias eletivas e de urgéncia/emergéncia + cirurgias eletivas horas + cirurgias de ungéncia/emergéncia horas. Como transformer minutos em horas Tempo médio de Himpeza = 40,8 miatos Para transforma em horas dividir por 60: 40,8160 ~ 0.68 horas. Determinar o tempo médio (em horas) de assisténeia de enfermagem (ix) por hora de cirurgia, segundo o porte cirargico. Pone horas Porte I horas Porte IV horas Determinar a carga didria média (em ho- ras) do servigo de enfermagem segundo © porte cinirgice, aplicando # seguinte cequagio (S): o[mSe, imrmicy} ou utliando a equa: 5= So (hg Np+(Cohe) iurgias eletivas ou para cirurgias Jemergéncia ? 8) Pore horas Porte It horas Pore HI horas Ponte IV hoes ee ‘Cirargia de vegénciafemergéncia Porte Ponte it horas Porte HT horas Pore horas Identifoar as horas didrias de trabatho de cenfermagem por profissional da equipe de enfermagem (1). Exemplo: 8 horas/dia; 6 horasidia. ‘dentificar o percentual de trabalho (26). por meio da distibuigao da produtividade: + Produtividade Insatisatoria < 60% 0,60 + Produtividade Satistatsria > 60% - < 80 0 0,75 + Produtividade Excelente > 75 0.750085 + Produtividade Suspeita > 85% 08s Pode-se obter também 0 tempo efeti VO (tugg,) Pata cirurgias eletivas ¢ de ‘urgéncia/emergéncia segundo o porte ci- rlrgico uilizande a seguinte equagao: ona = 1 B% ‘Cirurgia leva ede uurgénciaemergéncia Pore Pore il Porte Ill Pore lV horas ores ‘Dimensionamenio de Pessoal de Envermagem para o Centro Cirirgico 79 18) ldentiicar os dias de férias (vy) de cada categoria profissional, para cirurgias ele tivas e de urgéncia/emergéncia: Vege onnias a in Vg lias 19) Obier 0 acréscimo de pessoal para co- berm eorespondenie os cias de fe is pare cipias eleivase do urgenci) everéacas uttcand a sepuinte equate Auniliardeenfermagem: [r Bn gue D= dias rabathados no ano; ¥ = mimeo de dias de féias por ano or eategora profssiona 20) Identificar os dias de auséncan nao pre- vistas (a) de eada categoria profsional para cirurgiaseletivas cde urgencn! emergéncia gg ne ins ae ce dias 21) Obier 0 aeréscimo de pessoal pata co- bbertura correspondente as auséncias no previstas, para cirurgias eletivas e de ur ‘kéncialemergéncia, por meio da seguin- te equagdo; imensionamento de Pes 2) Entei: [14200 ] (Dau ‘Téenico de enfermagem: [1- tre) one) sitiar de enfermagem: {4 —2ts A erage ( aes] Em que: = dias trabalhados no ano; = mimero médio de dias de auséncias io prevista (absenteismo) por categoria, profissional por ano. Obter os indices para cobertura de ausén- cias previstas e nao previstas por catego- ria profissional para cirurgias eletivas & de ungéociavemergéncia, segundo o porte ciringico: Clrargias eletivas Enfermeito: ‘Téenico de enfermagem: a (ms) 5 a Auniliar de enfermagem: ‘de Enfermagem para o Contra Ciirgico at 2 Em que: = nimero de flgas semanais que necesitam de coberra; «f= dias de foncionamento da unidade; {/~ nimero de dias fetiados por ano; ‘D= dias trabalhados no ano; ¥= nlimero de dias de férias por ano por categoria profissional; @ = mimero médio de dias de auséncias ndo prevists (absenteismo) por categoria profis- sional por ano, Caleular a quantidade total de clemenios de cada categoria profisional necesséria & assistén- cia de enfermagem utilizando 2 seguinte equagéo: Para cirurgias eletivas: az Hr $ ores) Bia) exe = Gane Yat Que Aaa ¥ E para cirurgias de urgénciwemergéncia: $c, onScy| (re8- Ke eae = Vane” ¥ ee Qe din Ye hae. = dase * Yous 24) Detetminar 2 quantidade total de pessoal 4e enfermagem do Bloco Operatério e 0 periodo transoperatorio por meio de: Q.=9,+0, , = quantidade de pessoal para 0 pe- riodo transoperatirio para cirurgias ele tivas, obtida pelo seguinte somatéro: Que + a Faun, , = quantidade de pessoal para o peio- dbo transoperatrio para cirugias de ur aéncivemergéncia, obtida pelo seguinte somet6rio: Qa + ec + Quan, 6.5 Projegao do quadro de pessoal de enfermagem para a Recuperagdo Pés-Anestésica (RPA) Para o dimensionamento do pessoal de en- fermagem de RPA, encontram-se na literatu- a diversos estudos que propdem um célculo proporcional, isto é 0 mimero do pessoal de enfermagem deve ser © mesmo em relagdo a0 mnimero de pacientes da RPA. 51 6.5.1 Alcala et al. Propdem um céleulo baseado na proporsdo do pessoal de enfermagem em relagio a0 nii- mero de leitos da RPA. Para seis leitos de Recuperapio Anestésica, as autoras propdem compor a equipe de enfermagem conforme 0 Quadro 4, Quadro 4 - Equipe de enfermagem para uma reeaperaeao os-anestésica com seis lelts, Sdo Paulo, 1982. aie Criio | Pevows | Nimerde mat Tapaadeeie | tees [oF pula decomagem | Upon cale costs | chor 12 Ade de eermagen | Un wens eis [ahem [0 Acrescentando o percentual de 30% de cobertura, o quadro de pessoal serd de 29 servidores, assim Aistribuidos: seis enfermeiros, 17 auxiliares de enfermagem ¢ seis atendentes de enfermagem. 6.5.2 Brasil Apresenta um modelo para o célculo de pessoal de enfermagem para RPA também fundamentado zo niimero de leitos da RPA. Para seis letos da RPA, a autora propde uma cquipe de enfermagem ‘conforme apresenta Quadro 5 ‘Dimensionamento de Pessoal de Enfermagem para e Centro Ciragico 8 ‘Quadro 5 - Equipe de enfermagem para uma recuperssio Dvaneisia com sis tos, So Palo, 1988 auipe rie Pertador | Némero de Eko Unpare cade do nies _| Tum eimai [01 ‘Teco de etermegens | _ Um pa cad ts | Taro de vabalio [02 Avxiardeenfermager | Um par ada cinco tos | Tuo de uabalio [01 Para cobertura de auséncias devido a folgas,férins ¢ licengas, considera-se o indice de Seguranga ‘Técnica de 45% para cobertura nas unidades com funcionamento de 24 horas e 15% para as uni dades com funcionamento de 12 horas. Assim, para uma unidade com funcionamento de 12 horas, ‘apresentarse uin quadro de pessoal de dez servidores, assim distribuidos: dois enfermeiros, cinco 'éenicos de enfermagem e ts auxiliares de enfermagem, 6.5.3 Guimaraes et af, ("9 ‘Também apresenta um modelo para o eéleulo de pessoal de enfermagem para RPA, fundamenta- 4do no miimero de leitos da RPA. A autora prope compor a equipe de enfermagem apresentada no Quadro 6. Quadro 6 - Equipe de enfermagem para uma recuperasao ‘os-anestésica com seis lito. S40 Paulo, 1993, Equipe (Critério erfodor Enfermeino Ui para cadald lito Diurno ‘Auxiliar de enfermagem | Um para cada quatro leitos | Por tomo de wabalho Para cobertura das auséncias devido a folgas,férias¢ licengas, considera-se 0 indice de Seguranga ‘Técnica de 30%, Deve-se considerar 0 horério de funcionamento do Bloco Cirigico © da Emergéneia. O céleulo de recursos humanos ne drea da enfermagem tem despertado discussdes e pesquisas por parte dos enfermeiros, para reformular a politica de pessoal, estabelecendo pardmetros para dimen- sionamento em virtude das implicagdes que 0 quadro de pesscal inadequado causa no resultado da assisténcia de enfermagem prestada & clientele Para assegurarmos x prestagio da assisténcia de enfermagem desejada as pacientes na RPA, ¢ im- prestindivel determinar a quantidade de profssionas que deve compor a equipe de enfermagem, bbem como a quilifcagdo que ceda um desses membros deve possui. (Centro Ciigico - Planejamento, Organizagio e Gestio ~~ Treinamento e Desenvolvimento da Equipe 7 de Enfermagem do Centro Cirdrgico 7.4 Introdugao © Centro Cinirgico precisa de profissionais ca- pacitados para o alcance das suas metas e obje- tivos. A presenea de profisionais qualificados, com firequentes aperfeigoamentos, ¢ necessiria para que se possi aprimorar a execugio do tra bho, contribuir no controle de infeego hos- pitalar e assegurar a melhoria da assistencia ao paciente. Uma das estratégias para que isso ocorra ¢ a educag20 do funcionério no seu local de trabalho, sendo essencial para sua sprendi- zagem, pois permite vivenciar as atividades que val desenvolver. '" Afinal, ninguém pode conhecer melhor os problemas e dificuldades de seu setor do que ele, que trabalha ali varias hhoras por dia e pode colaborar com sugestées para melhorar o desempenho daquele setor. © treinamento e desenvolvimento so as mais poderosas ferramentas de transformacio no mundo organizacional. © A nevessidade de treinamento e desenvolvimento de pessoal de enfermagem do Centro Cirirgico tem sido re- forgada pelas mudancas socioeconémicas, di ‘minuiglo de custos e, principaimente, pela complexidade dos procedimentos cirirgicos e pelos avangos teenolégicos, que levam os in dividuos « buscar, adquirr, rever e atualizar seus conbecimentos, Os reeursos humanos sdo pegas fundamentais fem todo 0 processo. Enquanto a tecnologia nas dreas industriais faz com que haja dimi- ‘igto da mao de obra utilizada, na area da satide acontece 0 oposte. Virias so as cau- sas: equipamentos que necessitam de pro- fissionais para sua operagio, manutengdo e interpretagao de resultados, bem como sio in- dispensaveis que os cuidados sejam provides diretamente por eles. © desenvolvimento a capacidade de apren- der novas habilidades, obter conhecimentos © modifiear atitades © comportamentos, Neste sentido, 0 desenvolvimento wai além da efi cigncia ne trabalho e pressupie a ampliagao das competEncias profissionais e pessoais que instrumentalizam 0 individuo para a transfor ‘magio da realidade. © teinamento faz parte do desenvolvimento das pessoas. Pode-se dizer que ele & um aspec- 10 especifico do desenvolvimento, " portanto deve ser uma atividade organizada e progra- ‘made para melhorar as habilidades e a qualida- de do desempenho do funcionirio, aumentar a confiabilidade e, consequentemente, reduzir o& ‘eros e acidentes. Resuinidamente podemos dizer que © trcina: ‘mento é a educagio que vise adaptar o homem 8 determinada atuagao sisteratica (profissional ‘ou nao), enquanto desenvolvimento é a educa ‘elo que visa ampliar e aperfeigoar o homem para seu crescimento em determinada carrcira ‘ou em sua evolusdo pessoal. Para ter clientes satisfeitos, 0 Centro Cinir- gico deve produzir ou fazer algo com qualida- de que satistaga as necessidades do paciente Tieinamento ¢ Desenvolvimente da Equipe de Enfermagem do Centro Cirirgico a7 Para ter qualidade em tudo 0 que se faz ou pro- dduz, € preciso ter pessoas qualificadas para as- sistr 08 pacientes, e para obté-las, a organiza ‘¢80 de saiide deve investir na preparagao delas ‘com treinamentos, 7.2 Processo ensino-aprendizagem Para Rocha a aprendizagem & 0 provesso pelo qual o comportamento se modifica em de- corréncia da experiéncia. Segundo Bordenave, Pereira ® a aprendizagem mobiliza toda-pessoa de manera orgnica, Considera que é um pro- ceess0 qualitativo, e no quantitative de conhe- cimentos; é uma mudanca na estrutura de inte Tigencia da pessoa, ‘Cada um aprende de maneiras diferentes, cha- ‘madas estilos da aprendizagem, Conhecer seu estilo de aprendizagem pode ajudar a desen- volver as estratégias que fumcionam melhor en- quanto o individue esti aprendendo, Segundo Leite, Pereira “* aprendemos 1% pelo gosto, 1,5% pelo tato, 3,5% pelo olfeto, 11% pela audigao e 83% pela visio. Retemos 19% do que lemos, 20% do que cseutamos, 30% do que vemos, 50% do que vemos e es ccutamos, 70% do que nos dizem e discutimes e 90% do que nos dizem ¢ logo realizam. © enfermeiro do Centro Cintrgico, na diver sidade de situagdes do seu contexto profissio- nal, deve compreender com clareza o processo ‘ensino-aprendizagem. Nesse sentido, Bezerra, Johanson, Pereira © referem que os seguintes aspeetos devem ser levados em consideray30: + “Apreender & incorporar 0 que se aprende. E tomar 0 aprendizado significative para si mesmo, implicando numa mudance de comportamento. A didética “ensino-apren- dizagem™ concentra-se em repassar lotes {de conhecimentos (ensinar) e de se apro- priar deles pela via de adequagaa funcional aprender) a8 +O sujeito aprende o que é significative para cle a partir de um processo de relagaes pre- sentes na sua realidade, + Aprendizagem nao é um ato linear (me- ‘morizagao ¢ um ato linear e passivel de es- ‘quecimento). Uma pessoa s6 conhece algo quando o transforma, transformando-se cla também no processo.” Paulo Freire (1921-1997), considerado um dos srandes pedagogos da atualidade e respeitado ‘mundialmente, destacou-se por seu trabalho na rea da educagao popular, voltada tanto pera a escolarizagio como para a formagio da cons- cigncia, Ele refere que: ‘Ensinar ndo é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua prépria condu- (60 ou a sua construgiio," Como educador, na efetivagio de um processo. ceducativo partcipativo, o enfermeiro precisa ”: + Estabelecer um processo de comunicasio, incentivando a formagto de epiniges © de tuma conscigncia critica da sociedade por parte do educando. + Respeitar os padres culturais dos indivi- duos, enxergando-0s camo sujeitos de sta propria histéria inseridos em contextos so: cioculturais especificos * Buscar solugdes criativas e uma metodo- logie adequada no desenvolvimento das agdes cducativas, ressaltando que educar nao é simplesmente uma passagem vertical e informagies, e sim um processo mito de interagao/comunicagaio entre educadot & educando, no qual ambos aprender. Para Cervalho e Nascimento, 0 treinamento s6 se completa a medida que a aquisigto de co- nhecimentos e informagées possibilta ao trei nando mudanga de comportamento (formas de ‘conduta). Neste sentido, a aprendizagem carac- teriza-se como o processo de aquisigzo da ca- pacidade de usar o conhecimento ¢ ocorre em Fungo de pritica e experiéncia critica, produ- indo uma mudanga relativamente permanente no comportamento, inejamento, Orgenizagio-e Gestto 7.3 Finalidades do treinamento e desenvolvimento da equipe de enfermagem do Centro Cirdrgico © treinamento ¢ o desenvolvimento de pessoal so fatores de extrema importincia para 0 cesso do Centro Cinirgico, Possuem as seguin= tes finalidades: + desenvolver oespirito em equipe: + clevar o padrio de qualidade; + aumenta a produtividade: + favorecer as prticas ergonsmicas; + ampliarconhecimentos; + desempenhar o papel com maior seguranga c salisfagdo; + mudar aitudes; + menor necessidade de supervis + redurir os desperdicios: + reduzir os custos: + trabalbar sineronizada e organizadamente; + detectar precocemente as possiveis inter- ‘corréncias com os pacientes 7.4 Problemas gerados pela falta de treinamento e de desenvolvimento AS insttuigdes que nZo investem em treina- mento ¢ desenvolvimento de pessoal geram inimeros problemas, tais como": + desnivel entre as exigéncias do cargo ¢ seit ‘ocupante; + queda de qualidade das atividades realizadas, + baixa da autoestima; + insatisfago pessoal; + alta rotatividade com consequente dificul- dade para a reslizagdo de treinamentos ¢ desenvolvimentos; + imagem negativa da instituigdo, 7.5 Local de treinamento e desenvolvimento da equipe de enfermagem do Centro Cirdrgico © Centro Cirtrgico precisa de profissionais cae pacitados para o alcance das suas metas ¢ obje- livos. A presenga de profissionais qualificados, ‘com frequentes aperfeigoamentos, é necesséria para que se possa aprimorar a exeougio do tra- balho, conttibuir para o controle de infecpio hhospitalar e asseyurar 2 methoria da assisténcia 40 paciente cinirgico, Uma das estratépias pars que isso ocorra & a educagao do funcionério no seu local de trabalho, essencial para sua epren- dizagem, pois permite vivenciar as ativida- des que vai desenvolver ", anal ninguém pode conhecer melhor os problemas e as difi- ‘culdades de seu setor do que ele, que trabalha ali varias horas por dia e pode coluborar com sugestdes para melhorar o desempento. ‘A educagdo do funcionario no local de traba- Iho deve ser um processo que o tora capa de cexecutar adequadamente seu trabalho ¢ que o Prepare para futures oportunidades de ascensio profissional, propiciando noves conhecimen- tos, objetivando, portanto, nfo sé seu cresci- ‘mento pessoal, mas profissional. Esse proceso € amplo, nfo se limita a educagao formal, in- Prostalectomie rata Seopin corpo em geral por meio de Retossigmoideviomie | rewssigmoide aparethos com lentes espeiais iene i Salpingectom Or Suofa ionao ‘sezmenios selelonados Tomia abernurs de um Gro ene Stomia abertura de ur nova boca ae Simpatico,produzido Trpsia eamagamento vasodilatago Tireondctomia Trevide 736 Centro Cirtigico - Planejamento, Orgenizagio e Gest@o Quadro 10 -Principais procedimentos ‘irirgicos para fixagio com sufixe pexia, ‘Quadro 13 - Principals procedimentos lrdrgices para visualizaglo ‘com sufixe seopia, Girargin Para rage ‘Cistopexia bexiga Procedimento Histeropexia litero & parede abdominal Artroscopia articulagao Nefropexia Tien pared abdominal Broneoscopia bromquios Retinopexia retina Cistoscopia bexiga Orquiopexia Testiculo em sva bolsa Colonoscopia eélons Colpossopin vine ae Duodenoscopie ude Scenery | 4 [este EEE amet unto de um érpdo com suixo plistin. Esofagoscopia esbfiago Gastoscoia extmngs Clrurgia ena Laringoseopia Taringe Laparescpia avid abdorns Actroplastia iciepaaine eaeareee Sigmoidoseopia Siemoide Bietoplesian —[plpebran Uretoncopia reer Mamoplastia mama Uretroscopia reer Plonpumne il aed Venreulscopin | veneulo cecal Quetoplastin | bio Rinopiast wna Quadro 14 Ritidoplstia | ragas a fice ara viualizasto dre, Sabine Koes re Aparabe Tinaldage “Toracoplasia parede toricioa Astose io ston : roncscopiae Broncascipia a (Quadro 12 Principals procedimentos eatoscopi, clvGrgicos de sutura com sufi rif, Cinosespio trewoscopa eteroscopa Procealmento Satara de Cais Spaenis Bietroraia[paipben Colonoscépio colonoscopia Colporraia tu a esofagoscopia, ‘Gastron eimago Endosipio digestivo | gestoseopa, Herioraia emia uodenoscopia nua oucoloapio dio} [Laingontaio Tarngoicopia ome metalic no oss0 Sigmoidoscépio sigmoidoscopia Palstonia Tes palatina Perincorafia | perineo Tenor tendo Nomenciatura Girt a7 Quatro Principais procedimentos cirérsicos para abertura com sufixo tomia ow storia, Quadro 16- Terminologias que ‘no seguem as regras citadas. Colecstostomia ‘e colocagi de dreno na vesicula ilar Cirarain Para aberura Ciera Fara abernirne Aacowomis | Gaariulaio “eogio de um metro oo Ameutasso Broneatomia dos brdnguios es pare neerosada do corpo. Toiasontaa| earn TAnssomase” peomexo etre de dois a misread Secu vse setae rina por sonda Anrodese fnagio cindepica de articulagdes Banholinesiomia retrada do cist de Bartholin ‘do colédoco para retired abertura do local eremogio Ureteroitoromia ‘do ureter para relimada de eileulo 138 ‘Centro Cinirgico-Plansjamento, Organiza Cotedocoiteronia | £0 18 anos‘ + hipertensio leve - PAS (Pressio Ar {etal Sistdlica) = 140-159 mmHg © PAD (Presstio Arterial Diastoliea) = 90.99 mmity; + hipertensio moderada — PAS = 160-179 mmHg € PAD = 100-109 mmHg; + hipertenslo grave « PAS 2180 mmHg, 04 PAD> 110 malls: + hipertensfo sistélica isolada - PAS > 140 mfg ¢ PAD < 90 mmblg, 2) Pressio arterial maior que 20% do nivel basal do paciente ou do pré-operatirio. ® Agoes de enfermagem + Verificar a pressBo arterial a eada dois mi- nutos até a estabilizagto, + Administrar oxigénio através de méscara facial simples ou com Venturi e quando 0 paciente estiver intubado, utilizar uma pega cm forma de “T", + Manter acessos venoses. + Aquecer © paciente com cobertores comuns © ou cobertor ou manta térmicos. + Manter PAM (Prossio Arterial Médit) aci- ‘ma de 60 mmHg e menor que 110 mmHg. + Administrar medicagio conforme prescri- io ou protocolos estabelecidos. Diversas drogas so disponiveis para reduzir @ pres- Bo arterial, e entre elas temos: + Bloqueadores alfa-adrenérgicos, como fentolamina e clorpromazina; + Ganglioplégicos como trimetafan e pentolinio; + Drogas com agio direta sobre os vasos, ‘come 0 nitroprussiato de sédio, nitro- alicerina e hidralazina, + Registrar as observagdes © 08 cuidados prestados ao paciente. 17.4.3 Arritmias cardiacas ‘As arritmias cardiacas so comuns na recu- eragio pés-anestésica © secundérias devi- do a varios fatores etiolégicos. Sto distirbios incluir alteragd0 da frequéncia e ou do ritmo. Portanto, so desarranjos do. funcionamento cardiaco e no da estratura cardiaca, As principais arritmias cardiacas sto as se- aguintes: 1 3.4 Taquicardia sinusal Pode-se definir taquicardia sinusal como uma frequéncia cardiaca acima de 100 batimen tos por minuto. A onda P. o complexo QRS € onda T so normais, porém sua velocidade € excessiva. Acarreta aumento do trabalho car- diaco © do consumo de oxigénio pelo miocis- dio com risco de isquemia e infato, Causas > Dor + Ansiedade; + Complicagies respiratérias produzindo hie perearbia ou hipoxia; + Distirbio circulatério. como hipavolemia, hipervolemia; + Infeesio; + Insuficiéncia cardiaca; + Drogas, como atropina, efedrina, adrenali- na, quetarnina; + Condigao intercomente, como hipertireor- dismo, feocromecitoma, coronariopatia + Estresse; + Hipotensto; + Hipertermia + Hipovelemia me esSsSsSsSsSsSsSsSsSssSSsSMMSMsFsseF 70 G Cindrgico - Planejamenio, Organ gto © Gestao Sinais ¢ sintomas + Frequéncia cardiaca de até 150 batimentos por minuto e todos os complexos so nor- mais; + Sinais de hipovolemia verificada através da pele fria ¢ Uimida, pulso fino, veias co- Tabadas; = Sinais de hipervolemia confirmada através do pulso cheio, veias distendidas, pressao arterial normal ou elevada Agaes de enfermagem + Monitorar a funglo cardiaca, + Controlar os sinas vita. + Administrar analgésicos ou antitérmicos prescritos. + Administrar betabloqueadores. prescritos {salve contraindicagdo especifiea - asma, insuficiéneia eardiaca, bloqucio atrioven- wicular) + Orientar © paciente quanto ao seu estado eral + Repor perdas liquidas. + Administrar oxigénio timido (2-5 litrosmi- nto) através de méscara facial simples ou com Venturi e quando o paciente estiver in tubado, uilizar uma pega em forma de“ + Reavaliar € administrar ansiol necessirio. s, se for + Registrar as observagdes © os cuidados prestados ao paciente. 17.4.3.2 Taquicardia supraventricular e ventricular [A frequéncia cardiaca entre 150 ¢ 250 betimen- tos por minuto sugere taquicardis tanto de ori ‘gem supraventricular como ventricular. Pode ‘acompanhar-se de vertigem, palpitag6es, angi- na ou dor toricica e, se no tratada, pode Tevar A insuficiéncia circulatoria, Causas + Hipéxia; + Distisbio eletralitico, especialmente hipo- potassemia; + Acidose: + Coronariopatia; + Tireotoxicose, Sinais e sintomas da taguicardia supraventricular + Frequéneia cardiaca acima até 150 bati- ‘mentos por minuto ¢ todos os complexos. io normais; + Caracteriza-se por complexos QRS nor- mais, As ondas P podem ser anormais ou englobadas pelas ondas T dos complexos provedentes. Sinais e sintomas da taquicardia ventricular + Frequéneia cardiaca acima até 150 bati- rmentos por minuto ¢ todos os complexos so normais; + Caracterizase por complexos QRS amplos ¢ anormais e auséncia de onda P. Agées de enfermagem + Monitorar @ fing20 cardiaca para diferen- ciar taquicardia supraventricular de ventr: cular, + Administrar oxigénio simido (2-5 litros/mi- puto) através de mascara facial simples ou ‘com Venturi e quando o paciente estiver tubado, utilizar uma pega em forma de “T” + Monitorar os sinas vitas + Aumentar o tono vagal por meio de mas- sagem no sci carotideo. Manobra de Yalsalva ou pressto no globo ocular na vi- éncia de taquicardia supraventricular ‘Complicagbes Pés-Operatoriag eas Apbes de Enfermagem a + Administrar bloqueadores.beta-adrenérgi- 0s para taquicardia supraventricular ou antiarrimicos (Iidocaina) para taquicardia ventricular conforme preserigio médica (04 protocolos estabelecides. + Providenciar material para cletrica joversto + Reatizar a eardioversio erica com 0 pa- ciente previamente hiperventilado e aneste- siado superficialmente + Registrar as observagdes e os cuidados prestados ao paciente 11.4.3. Bradicardia sinusal A bradicardia sinusal é definida como uma fre= quéncia cardiaea inferior a 60. Todas os com- plexos QRS sio normais, O espaco PR é nor- mal, isto & menor que 02 segundo, Causas + Ado prolongada de drogas utitizadas antes ‘ou durante a anestesia(opiéicens, neostimina, Dloqueadores beta-adrenergic, digoxins); + Bloqueio simpitico alto apés anestesia pe- ridural ou raquianestasia (13, T4); + Bstimulagao parassimpética devido & dor, + Aumento da pressto intracraniang; + Hipotermias + Acidose; + Hipoxemia + ‘Taxa de metabolisme diminuida na vigén- cia de hipotermia + Distensio gistrica aguda; + Doengas de base (hipotireoidismo), Sinais e sintomas + Frequéncia cardiaea inferior a 60 bati- ‘mentos por minuto ¢ todos os complexos ‘fo normais, 72 Aghes de enfermagem + Monilorar a fungao cardiaca + Observaron el de Bloqueio, + Administrar medicaglo preserita para cor- rigir © tono parassimpatice aumentado. Normalmente se utiliza a atropina A efe- drins pode ser usada de modo alternative quando existe bloqueio simpstico concomi- tante, + Administrar oxigénio amido (2-5 fitros/mi- ruto) através de méseara facial simples ou com Venturi e quando o paciente estiver in- ‘ubado, utilizar uma pega em forma de“ + Providenciar material para implante de ‘mareapasso temporirio ou permanente = querido. + Registrar as observagdes © 0s cuidados prestadlos 20 paciente 17.4.4 Disritmias As disritmias cardiacas sio as anomalias na ve- locidade, regularidade ou na sequéncia dati vagdo cardiaca, Tipos + Conteagées atriais prematuras: uma onda P prematura & seguida por um complexe QRS normal + Contragées_ventriculares prematuras: ‘no hd onda P antes do eomplexo QRS pre- ‘maturo. © complexo QRS & anormalmente largo, chanfrado ou amplo, ¢ & seguido de uma pausa compensatéria, ‘+ Fibritasdo atrial: as ondas P sto ausentes. (s complexos QRS ocorrem iegularmente Cansas + Efeitos residuais dos anestésicos inalaté- 0s, que sensiilizam © mioeardio, as cute colaminas dessparecem 3 medida que esses anestésicas sto eliminados; + Hipercarbia; + Desequilibrio hidroeletrotitieo ow acidabi- sico, principalmente a acidose; + Hipopotassemia; + Sobredose digittica; + Catecotaminasciculantes em excesso; + Hipotermias + Dor + Doengas de base (hipertireoidismo, esteno- se mitral ou coronariopatia) Sinais e sintomas + Pulso irrerular no ps-operatsrio; + Hipotensio; + Mi cireulacto peritéria; + Alteragdes no eletrocardiograma (ECG); + Contragdes atviis prematuras ou contra es ventricular prematuras, Aedes de enfermagem + Proporcionar ventilagio mecfnica adequae dda, quando 0 pacienteestiver intubado, + Monitorizar a fungdo cardizes e fazer ele- trocardiograma (ECG) quando for neces. Sitio. + Administrar drogas prescrtas (antiaeitmi 08 - lidocaina por via venosa; bloqueador beta-adrencrgico - propranolol}. + Aquecer 0 paciente, + Administra oxigénio dimsido (2-S titros/ni nto) através de méscara facial simples on com Venturi quando o paviente estiver in- ‘ubado, utilizar uma pega em forma de “T™ + Monitorar os sinais vitais, + Registrar as observages © os euidados prestados a0 paciente, compli «bes Pos-Operaras © as Ades de Enfermagem 17.4.5 Parada cardiaca Ea sibita e inesperada cessagdo dos fendme- nos de enchimento e ejegao cardiaca do san. ‘gue em decorréncia de assstolia (auséncia de ‘movimento ou estinwlo elétrico) ou. fibrla- 80 ventricular (movimentos ripidos e desco- ‘ordenados, que no permitem fungio de en chimento/ejeg0), Causas + Hipéxias + Desequilibrio eletoitica; + Hipovotemia Sinais e sintomas + Sinais premonitérios (cianose ov palidez, hipotensao, bradicardia); + Perda de consciéncia, + Auséneia de pulso na cardtida ou na erétia femoral Aedes de enfermagem + Manter livres as vias aégreas utilizando as- Piragto, se for necessévio, ¢ inser cAmula oral + Instalar ventilagao artificial através de mais- ‘cara © amb, intubagao orotraqueal, ou ve lilador mecdnieo, * _Instituir massagem cardiace externa. * Provideneiar acesso venoso de calibre ade- quado, + Elevar os pés do leito para methorar o re- tomo venoso, + Administrar medicamentos conforme pres- crigo médica (atropina, adrenalina), + Providenciar material para cardioversto eltrica + Realizar cardioversto elétrica, se for neces. sitio. 173 * Fazer eletrocardiograma (ECG), * Monitorar as fungSes cardincas: press parcial do oxigénio arterial (PaO,) e pres- ‘to parcial do didxido de carbono arterial (Pac0,) + Registrar as atividades executadas. Figura 17.2 Ventilador Inter Plus VAPS. Fonte: Empresa Intermed. Figura 173 - Ventilador Bear 1000, Fonte: Empresa Griensu do Brasil S.A 17.4.6 Hipovolemia E um decréscimo do liquide no corpo, provo- ‘eado pela perda de sangue, plasma ou agua, em tre outras causas ‘eprevntante ecto ds prod VIASYS (boar ‘ie Sensormedes, Nicol, dg o brat 14 Causas + Hemoragie; + Desidratagio; + Aumento da presséo positiva expiratiria §- nal (PEEP), + Reapesanafiiticas Sinai e sintomas + Sangrament no lca d cui Actes de enfermagem + Repor liquidos e/ou sangue de acordo com 8 prescrigdo médica, * Preparar o paciente para retorno a sala de ‘operagio. Estd indicado quando © sangr ‘mento é no local da incisto ciirgica, + Tratar as reagdes anafilitias com adrenal ‘a, anti-histamina e liguidos adicionais, + Tratar a vasodilatagdo com. vasopressores 1 elevasio das pernas do paciente + Administrar oxigénio imide (2-5 ttros‘mi- ‘uto) através de méscara facial simples ou com Venturi © quanclo o paciente estiver ine ‘bad, uitizar uma pega em forma de" + Monitorar os parimettas vita + Manter acesso venoso adequado, * Registrar as observagdes ¢ os cuidados prestados a0 paciente, 17.5 Complicagées urologicas A anestesia ¢ capaz de alterar a fuinea renal de varias maneiras. A anestesia geral diminai 9 fluxo sanguinco renal, a filtragdo glomerular € 0 fluxo urinério. Os mesmos efeitos ocorrem os bloqueios, principalmente na raqui, em fungdo da extensio do bloqueio simpitico ¢ da hipotensto resultante. As complicagdes mais Comuns incluem oligiria¢ retengao urinaria. 17.5.1 Oligaria Consiste no pequeno volume de wrins, menor que 25 ml/h, ou um débite urinério entre 100-2 600 mem 24 horas. Causas + Hipovolemi; + Baixo débite cardiaco; + Septicemia; + Hemélise; + Hipoxemia: + Hipotensto; + Obstrusio do luxe urindtio;, + Drogas (antibioticoterapia), ‘Sinais e sintomas + Ocorre baixo débito urinario (menos que 0,5 mivkg/h). Agées de enfermagem + Monitorar 0 débito uriniro, + Excluir obstrugdo mecdiniea da sonda vesi- ‘eal. Trocar a sonda se a obstrugdo niio pode ser esclarecida, + Controlar a pressto venose central (PVC), + Adminjstrar solueses prescritas (manito dopamina), + Administrar medicamentos preseritos (fi rosemida). + Administrar oxignio umido (2-5 litrosimi- ruto) através de mascara facial simples ou com Venturi ¢ quando o pacienteestiver in- tubado, utilizar uma pega em forma de “T™. 17.5.2 Retengdo urindria Ea incapacidade de exper urina da bexiga. 0 problema da retengo pode aparecer em qual- quer pos-operatério, em pacientes gravemente doentes,idosos ¢ confinados 20 lito, Causas + Relaxamento do misculo detrusor da bexi= 22 logo apés a injego de morfina via epi- dural, com aumento da capacidade da bexi 2 e consequente retenglo urindria em até 90% nos homens. Sinais e sintomas + Nenhum débito urindtio, Ages de enfermagem + Excluir obstrugdo mecdinica da sonda vesi- eal, Mudar a sonda se a obsirugio no pode ser esclarecida, + Passar sonda vesical, caso 0 paciente no a tenha. + Controlar a press20 venosa central (PVC). + Administrar solugdes preseritas (manito, dopamina), + Administrar medicamentos prescrites (fu rosemida), + Registrar as observagdes © os cuidados prestados a0 pacient, 17.6 Complicagées metabdlicas 17.6.1 Alteragdes acido-base As alteragdes dcido-base sfio provoeadas por deficit ou excesso de bicarbonato ou do éeido carbénica no liquido extracelular. Elas ocor- em como resultado de anormalidade na con- eentragio iGnica do hidrogénio (pH) do liquide extracelular ‘Complicagdes Pés- Operates e as Agbes de Enfermagem 175 ‘Quando aumenta a concentragio idnica do hie drogénio (0 pH diminui), o liquide extracelu lar se toma deido, ¢ diz-se que 0 paciente tem acidese. Quando a concentracao iénica do hi- ddrogénio diminui (0 pH aumenta), a teagdo do liquide extravetulartomna-se alealina ou basic © 0 paciente tem alcalose, Tipos de alteragéo écido-base + Acidose metabélica: quando existe deficit primério na concentrag30 de bicarbonato bisico no liguido exteacelwlar + Alcalose metabjlica: quando existe exces- 0 primério na concentragae do bicarbonate bisico, Pode ser causada por qualquer al- teragdo clinica que aumente o bicarbonate bisico, + Acidese respiratéria: quando existe um deficit de Acido carbénico em virtude do aumento da frequéncia e na intensidade da respiracao, + Alealase respiratéria: quando existe ex- ‘cesso primtio de dcido carbénieo devido & ‘qualquer alteragio na exalagio respiratéria, Causas + Agentes anestésicos inalat6rios que prove- ‘cam hipoventilagaio; + Tipo de cirurgia; + Drogas depressoras da sonda nasogistrica (SNG); + Dor + Posicionamento incorreto do paciente due ante a cirurgia ‘Sinais e sintomas + Gasimetris alterada Acées de enfermagem + Proporcionar ventilagdo mecanica adequa- la, quando estiver paciente intubado. Administrar oxigénio timido (2-$ litrosint- ‘uto) através de mascara facial simples ov com Venturi e quando 0 paciente estiver intubado, utilizar uma peea em forma de aa + Monitorizar pressto parcial do oxigénio ar- terial (Pa0.) © pressto parcial do didxido de carbono arterial (PaCO,) transcutineo, + Manter acesso venoso adequado, + Administra drogas preseritas, + Registrar as atividades exeeutadas. 17.7 Complicagées hematolégicas A equipe deve estar preparada para reeonhecer as complicagses. hematolégicas, entre elas as reagies transtusionais, 11.7.1 Reagées hemoliticas pés-transfusées Nas reagBes hemoliicas os eitrécitos hemali sados liberam hemoglobins lie, provocando leso renal Causas + Transusio de sangue incompativel Sinais sintomas + Dor localizada, lombar ou retroesteral, nas pemas ¢ nos bragos; + Rubor eutineo; + Hipertermi + Dispneia; + Colapso cardiovascular + Oligiria + Hematiia; + Ansicdade, 176 Centro Cinirgio -Plancjomento, Organizagto e Gestao eee rea eee eee ee Agdes de enfermagem + Imtcrromper a transfusio e encaminhar de imediato © contetida restanie da boise a0 banco de sangue para avaliagdo (incompa. tibilidade ABO ¢ contaminagio), + Verifcar a temperatura da unidade, + Registrar a arttinie cardiaca, + Administrar oxigénio simido (2-5 litrosimi- Hate) através de mascara facial simples vu com Venturi e quando 0 paciente estiver in, ‘ubado, utilizar uma pega em forma de“ + Administrar medicagio preserita (hidrocor- tisona) + Monitorizar o débito urinério © enviar a0 laboratério amosira de urina pera exame de hemoglobins e urobinogeénio, + Estimular a produgo de urina com diuné ticos (furosemida ou manitol), conforme prescrigio. + Alcatinizar a urina com bicarbonsto de sé dio para aumentar « solubitidade da hemo. lobina livre + Monitorar os sinais vitas, + Registrar as observagdes © 08 cuidados prestados ao paciente 17.8 Complicagées neuroldgicas As complicagées que atingem 0 Sistema Nervoso Central (SNC) 580 as mais temidas, entre elas & andxia cerebral, Ela pode causar Sito ou lesses neurol6gicas em fingao da ra. pidez do disgnéstico © da eficécia do trata, mento empreendido. ° As principais compli: sagdes podem ser agitaedo, excitasdo, deliio & convulsées. 178.1 Agitagio, excitagdo e delitio pés-operatorios © period. pbs-operativio imediato pode ser scompanhado por virion graus de cxetagn Variando desde agitagio moderada até mew ‘mento violentos nto controlados, score hada de incoeréncias de ideas, indagty has ses ealucinagdcs, Causas * Hipéxia cerebral; * Bexigoma(espasmo do estacervesicl); + Reversao inadequada da ago de relaxantes musculares; + Prossfo intracraniana aumentadas + Hipertioidismo; * Drogas anestésicas (barbitiricos, fentiagini- 0s): + Hemorragia; + Descontorto geral pela posigdo * Impossibitidade de comunicarse quando Jntubado; * Drogas (batbitiricos, fenotiazinicos): + Obstrugdo das viag aéreas (especialmente ‘Por tampbes sais), + Retorno & conseiéneia; + Ansiedade: + Dor Sinais e sintomas + Varios graus de excitegdo, vatiando desde agitacdo moderada até movimentos vioten (05 € no controlados, Aces de enfermagem * Tranguilizar 0 paciente conversando e sali citando-o a responder ds perguntas, Complicag es Pos-Operatvias eas Agbes de Enfoamagan 7 + Administra anaigésicos (conforme prescri- ‘eho médica). + Administrar oxiggnio timido (2-5 litros‘mi- ruto) através de méscara facial simples ou ‘com Venturi e quando o pacienteestiver in- ‘tubado, utilizar uma pega em forma de “T". + Reverter adequadamente a ago dos rela- xantes musculares com a administragio de atropina e neostigmina, quando prescritas, + Monitorar sins vias. + Fazer sondegem de alivi + Veriticar presenga de sangramentos. + Observar nivel de comsigncia, + Trocar curtives + Mudar o decdbito, + Restringir © paciente ao leito, quando for neeessirio, para limitar a movimentagao, + Registrar as atividades executadas. 17.8.2 Convulsdes: E definida como a contragio ou série de con- tragdes violentas © involuntiias dos muscu- Toesquelé Causas + Ieitagdo cerebral devido a trauma, neuroci- rurgia, eisédio hipSxico, presenga de mas- + Fobre; = Epilepsia; + Drogas, como anestésicos focais, analépti- os, enfiurano, metohexital; + Belimpsia; + Hipoglicemia; + Hiponatremia; + Uremia Sinais ¢ sintomas Contragies ou uma série de contragdes vio- Tentas € involuntitias dos musculoesquels- Agies de enfermagem + Manter lives as vias aéveas, + Administrar oxigénio Umido (2-5 litrosim- rnufo) através de méscara facial simples ou om Venturi e quando o pacienteestiverin- ‘ubado, utilizar uma pera em forma de “T Aspirar seerego, quando for necessério, ‘+ Tnstalar ou manter acesso venose adequad, + Administrar medicaments prescitos (tio- penal, diazepan, fenobarbital), Providenciar material para intubagao ¢ res- pirapio mecénica do paciente, quando for + Registrar as observagses © 08 cuidados presiados ao pacionte 17.9 Outras complicagées Sto iniimeras, desde as possiveis interagdes ‘medicamentosas com 0s agentes anestésicos, até agquelas inerentes ao ato cirirgico, Problemas ccomuns incluem hipotermia, hipertermis, doe. solugos, hipertermia maligna, calafios ¢ tre- mores ¢alergias. 17.9.1 Hipotermia (hipotalamo) A maioria dos pacientes que cheya & Recupe- ‘ago Anestésica apresenta hipotermia. Causas + Apdo das drogas anestésieas nos mecanis- mos centeais de termorregulas30;, Fatores externos (sangramento, infisto de solugdes frias); ‘Tipo e tempo de duragao da cirurgia; 78 (Centro Ginirgico - Panejamento, Organizagbo « Gestia + Baixa temperatura da sala de operagio; + Doengas de base (hipatireoidismo); + Inrigagdo vesical com liquidos trios; + Ventilagdo artificial com gases nfo aqueci- dos. Consequéncias da hipotermia Ha varios problemas associados com a hipoter- mia Dentre eles + Depresstio do sistema nervoso central, por isso 0 paciente demoraré mais tempo para recuperar a sua temperatura corporal; + Perda do volume intravascular, devide ao desiocamento de liquide do espago extra vascular, que provavelmente esté relaciona- dda com a vasoconstricao; + Retardo do metabolisme e alteragio dos efeitos de algumas drogas anestésicas; + Poder ocorrer anormalidades na coagula gio, A atividade plaquetiria declina e au- ‘menta @ fibrindlise, acentuando a tendéncia 40 sangramento, Sins esintomas *+ Temperatura corporal abaixo de 36°C. ® Aches de enfermagem + Infimdir solugdes preaquecidas (momo 365°C). + Aquecer o paciente com cobertores comuns © ou cobertor ou manta térmicas + Controtar sinais vitals, principalmente temperatura. + Evitar exposigao desnecessiria do paciente + Administrar oxigénio dimido (2-5 litrosimi- nuto) através de miscara facial simples ou ‘com Venturi ¢ quando 0 paciente estiver in- tubado, utilizar uma pega om forma de “T”, + Registrar as atividades executadas, ‘Complicagdes Pés-Oporatrias eas Ages de Figura 17.4- Manta térmica, Fonte: Augustine Medical, Ie Empresa CE] - Comércio Exportacio e importa de Moteriais Médicas, 17.9.2 Hipertermia A hipertermia caracteriza-se por um estado de ‘aumento na temperatura corporal, acima dos 37°C, sendo considerado padrio de normali- dade uma temperatura média de 36,4°C, para ‘uma temperatura ambiente de 25°C na mesma scala, Causas + Infecgto (sepse; + Temperatura ambiente elevada: + Drogas que interferem no funcionamen- 10 do centro termorregulador (éter etlico, «quando usado principalmente em eriangas); + Pirogénio, quando realizada transfusdo san- guinea; + Hipertermia maligna; + Doenga de base (hiperteroidismo, feocro- ‘mocitoma), ‘Sinais e sintomas + Temperatura corporal acima de 39 + Vasodilatagio; 178 + Taquipneia; + Diminuig2o do retomo venoso da pressio arerial; + Taquicardia; + Sudorese. Ages de enfermagem + Em caso de infecgao, administrar antibiot- 0s de acordo com a prescrigdo médica, + Durante transfusto sanguinea, interromper a infusio, coletar amostra para anélise © administrar medicamentos de acordo com a prescrigdo médica. + Fazer compressas frias, + Reposigio de volume perdido, + Administrar oxigénio dmido (2-5 litrosmi ruto) através de mascara facial simples on com Venturi e quando o paciente estiver ‘ubado, utilizar uma pega em forma de “", + Monitorar sinais vita, + Registrar as observagdes e 0s cuidados prestados ao paciente, 17.9.3 Dor A dor € um dos problemas mais comuns no pés-operatério. Fla foi conceinuada em 1986, pela Associa¢io Internacional para os Estudos da Dor (IASP), como “uma experiéncia senso- rial ¢ emocional desagradivel que € associada 4 lesbes reais ou potenciais ou descritas em ter mos de tas lesdes. A dor & sempre subjetiva”, As inervengdes cirirgicas causam, ne grande raioria dos easos, dar no periodo pés-apera- trio. Ferimento ou dano a pele © a érgos in- termes produzem dor na maioria das formas de cinugia, Dor e analgesia pos-operatéria so também de considerivel interesse para cien- tistas que estudam a neurologia da dor. A ava- liagao da dor pode ser feita utilizando desde perguntas simples (onde, como e quando d6i?) alé escalas analégicas visuais, com as quats © 80 proprio doente quanifca sus dor. Essa ava- liagdo deve permit a elaboragio de um pla no terapéutico que eontomple as necessidades individuais do paciente, respetando, pric plmente, as caracteristicas da dor, entre clas intensidade, localizagdo, qualidade, dura, ritmo e fatores que metforam ou pioram a do. + Intensidade: uma grande variedade de escalas.unidimensionais 6 utilizada para avaliar 4 intensidade da dor, no entanto 0 desafio para 0 enfermeiro é adaptar cada instrumento & capacidade cognitiva e psico: motora de cada paciente, para que os dados subjetivos referidos possam ser traduzidos da forma mais objetiva possivel. E impor tante utilizar protocolos padronizados para ‘que todos os profssionais avaliem de forma sistemtica as experiéncias dos pacientes. + Locatizagio, qualidade, duragdo e ritmo: a localizagio pode ser feita pelo pacer através de figuras nas quais ele marca o lo cal onde sente 2 dor. Caso 0 paciente ndo cconsiga apontar a dor ou marcé-la na figu- ra, essa atividade pode ser feta pelos pro- fissionais que atuam na RPA. + Fatores que melhoram ou pioram a dor: € importante conhecer as medidas de alivic que podem ser associadas com terapia an- talgica, como, por exemple, calor, masse gem, elaxamento, Cansas + Ansiedade pré-operatéria + Tipo e tempo de duragio da cirurgia; + Anestesia empregada; + Posicionamento do paciente durante 0 pro- ccedimento cisco + Resposta onginica e sensitivd devido a um procedimento invasiva, Sinais e sintomas + Agitagto psicomotora; + Hipertensto; + Taquicardias + Sudocese + Taquipneis; + Ansiedude; + Ha também o aparecimento de néuscas, vo- rites e baixo débito urinéti. Tratamento + Dor de leve intensidade -dipirona + Dor de moderada intensidade ~ anti-infla- ‘matories; + Dor de forte intensidade - opioides: + endovenoso - duragio 8 horas; + epidural - duraglo 12.224 horas. Aedes de enfermagem + Orientar @ paciente quanto a sua participa 80 no auxilio de sua recuperacao. + Administrar medicamentos através de bom: ba de PCA (Analgesia Controlada pelo Paciente. + Aplicar analgésico epidural (morfinafendo- vvenoso, quando preserito através de caicte- 13). + Posicionar © paciente de maneira que me~ thor favoreya a ventilagio, As posigies va- riam de acordo com a natureza da cirurgia, ‘objetivando 0 conforto ¢ a redugio da dor. + Auxiliar na mudanga de deedbito + Colocar coxins para acomodacio. + Massagear para o canforto do paciente (po- sigdo decibito dorsal horizontal - DDH), + Administrar oxigénio Umide (2-5 liteosimi- ruto) através de méscara facial simples ou ‘com Venturi e quando o paciente estiver in- ‘tubado, utilizar uma pega em forma de “T + Registrar as observagies © os cuidados prestados no paciente, 17.9.4 Solugos ‘Sto espasmos intermitentes do diafragma, de- Vido a iritago do nervo frénico entre a medu Ta raguiana e as ramificagdes terminais na su- perficie inferior do diafragma, provocando um som que resulta da vibragdo das cordas voeais Fechadas quando o ar ¢ eliminado subitamente dos pulmdes. Causas + Espasmo intermitente do diafragma, devi do A irritago direta (distensto abdominal, peritonite, abcesso subdiatragmitico, pleu- zesia ou tumores no trax), indireta (to- xemia ou uremia) ow de natureza reflex (Grritagao pelo tubo de drenagem, exposi¢z0 a0 fio, ingestao de liquids muito quentes ‘ou muito frios, ou abstruse dos intestines) Sinais e sintomas + Som aspero (um “ic” audivel), resultado da vibragdio das cordas vocais fechadas quan- 0 0 at langa-se repentinamente dos pul- mes, Agées de enfermagem + Orientar o paciente a prender a respiracao, engolindo goles de agua + Aplicar antieméticos, quando preseritos. + Administrar oxigénio Gmido (2-5 liteosimi- nufo) através de mascara facial simples ou ccam Venturi e quando paciente estiv tubado, utilizar uma pega em forma de “T”, + Comprimir as palpebras com os othos chados por alguns minutos. + Remover drenos que causam inritago, caso seja possivel + Administrar medicamentos preserites (clor- promazina, benzedrina, quinidina, barbii- ricos). + Rogistraras atividades executadas. ‘Complicagdes Pbx-Operatrias eas Agdes de Enfermagem 781 17.9.5 Hipertermia maligna A hipertermia maligna é uma sindrome clinica, hereditiria, desencadeada por drogas e estres- se, com elevagaio rapida da temperatura, Causas + Medicamentosa; + Superaquecimento; + Trauma tecidual, ‘Sinais e sintomas ‘+ Hipertemmia extrema, acima de 43,3°C; + Cianose; + Taquicardia; + Acidose metabslica ¢ respiratéria; + Hiperpotassemia; + Rigidez muscular; + Arita + Taguipneia, Agoes de enfermagem + Controlar sinais vitais, com frequéncia Principalmente a temperatura + Administrar oxigénio iimido (2-5 litrosimi- ‘nuto) através de méscara facial simples ou com Venturi ¢ quando o paciente estiver tubado, utilizar uma pega em forma de “T” ‘ou hiperventilar o paciente com oxigenio a 100%. + Aplicar compressas frias, + Administrar medicamentos especificos, con- forme preserigao médica (antitérmicos pera diminuir a temperatura; bicarbonato de s6- dio para comrigir a acidose metabslica; gli= cose para diminuir a hipopotessemia: furo- semida para elevar 0 débito urinario), + Registrar as observagdes ¢ os cuidados prestados ao paciente 17.9.6 Calafrios/tremores Sto oscilagdes ritmicas, involuntirias, que abrangem todo ou parte do corpo, resultan te da contragio alterada de grupos musculs es opostos, acompanhadas de frio © palidez cutinea, Causas + Agentes anestésicos inalatrios; + Hipotermia; + Reages pos-transt ‘Sinais e sintomas + Movimentes de oscilagao ritmica, involun Uiria, que descrevem todo © corpo ou parte dole, Agées de enfermagem * Aqueccr o paciente com cobertores conven- cionais, mants ou cobertortérmicos, + Administrar oxigénio amido (2-5 liteos/mi- nuto) através de méscara facial simples ou com Venturi e quando o paciente estiver in ‘ubado, utilizar uma pega em forma de “T (08 tremores provecam aumento do consu- ‘mo de oxigénio pelo organism), + Registrar as aividades executadas. 17.9.7 Alergia E o estado de susceptbilidade especifica, anor. ‘mal ou exagerada, a uma substincia que se ‘mostra indeua, em idéntica quantidade, para a -maioria das pessoas, Causas + Medicamentosa (administragae de morfina via epidural); + Doengas (diabetes mellitus, renals, hepati- cas); 182 ‘Centro Cinrgico- Planejamento, Organizasio e Geetha + Produtos quimicos (polivilpirrotidona ioda- do PVPI, benzina); + Roupas (cobertores principalmente de 1a) Sinais ¢ sintomas + *Coccira” em uma ou mais éreas do corpo: + Provocada por morfina - 9 prurido nao é confinado a area segmentar de agio da dro- ga, mas também ocorre em volia da cabega edo pescoso; + Alteragdes cuténcas (prurido, eritema, ede- ma, paula, urticdria); + Respiratérios (espitro, toss edema de glo- te sibilos, edema pulmonar; + Digestivos (vomites, céicas, diarreia, iete- riciay, + Circulatérios (taquicardia, hipotensio, dis- riumia, opressio retroestemal, blogucio atrioventricular (A-V), parada cardiaca. Agaes de enfermagem + Examinar a area envolvida e tentar desco- brir a causa do prurido, eliminando-o se for possivel + Insist para que o paciente evite cogar. + Aplicar compressas fia. + Aplicar solugdes ou unguentos anestésicos. + Administrar medicamentas analgésicos ¢ ‘antipruriginosos quando prescritas. + Registrar as observagdes © os cuidados prestados ao paciente 17.10 Referéncias 1. Cangiani LM. Selec de paciente para procedimentos ambulstoriais. In: Cangiani LM. Anestesia ambulatoril ‘Sto Paulo: Atheneu; 2001. cap. 5,p. 55-98. 2. Cardoso AR. Recuperagdo pés-anestésica. In: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Junior JOC, Iwata NM, Anestesiologia. 5 ed, Sdo Paulo: Atheneu; 2001. cap. $5, p. 1129-41 3. Eltringham R, Durkin M, Andrewes S, Recuperagdo pis-anestésica, Rio de Janeiro: Colina; 1986. cap. 1, p. 19-120, 4. Gorayb SBS, Souza MCM, Caldeira SM. Rotinas e cuidados de vigilancia na sala de recuperagdo anestésica, Rev Paul Enferm 1991; (n. esp): 19-24, 5. Hoffer JL. Anestesia, In: Meeker MH, Rothrock JC. Cuidados de enfermagem a0 paciente cirirgico. 10" ed, Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. cap. 6, 134-67, 6 Leitio FBP, Manual de anestesia: prin: cipios de reanimagio, Rio de Janeiro: Atheneu; 1987, 7. Morgan M. Uso clinico de opioids via ‘espinhal. In: Mcelure JH, Wildsmith JAW. “Anesthesia regional para analgesia pos- -operatéria: condutas ¢tratamento, Rio de Janeiro: Revinter; 1997. p. 111-17. 8. Odom J. Cuidados ps-operatsrios e com- plicagdes. In: Meeker MH, Rothrock JC. Cuidados de enfermagem 20 paciente ci nitgico. 10% ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. cap. 8p. 180-95. 9. Udelsmann A, Complicagacs anestési- cas. In: Yamashita AM, Takaoka F, Auler Junior JOC, Iwata NM. Anestesiologia. 5¥ed. Sao Paulo: Atheneu; 2001. cap. 51 p. 1029-55 ‘Conplicagbes Pés-Operairias eas Agdes de Enfermagern 183 18 18.1 Introdugdo A historia da medicina mostra que a infeego hospitelar acompanha a humanidade desde 0 surgimento dos primeiros hospitais. No pas- sado, 0s médicos no sabiam nada sobre a importincia de manterem habitos de higiene, e eles proprios eram responséveis pela trans- missio de inimeras doengas entre seus pacien- tes interados, Embora para nds isso parega inadmissivel, € importante saber que somen- te no século XIX, especificamente em 1848, através de Ignaz Filipe Semmelweis, comare- endeu-se que 0 simples ato de lavar as mios entre 0 atendimento de pacientes e outro pode- ‘ia diminui, significativamente, o nimero de infeego nos hosptais Antigamente, os pacientes ocupavam o mes- mo leito e 0 abastecimento de gua e alimen- tos eta precirio. Hoje, apesar de alguns centros de saiide ainda nao oferecerem esses cuidados bisicos, o contexto é bem diferente. Boa parte das infecgdes € decorrente de tratamentos inva- sivos modernos que também funcionam como uma porta de entrada para bactérias. Por isso, nem os centros de saiide mais desenvolvidos esto livres desse mal.“ A evolugio teenologiea na area da satide trou- Xe aumento nas oportunidades de éxito aos procedimentos diagndsticos ¢ terapéuticas 2, consequentemente, aumento das expectativas de cura e reabilitagao das enfermidades. En- Infecgo do Sitio Cirurgico tretanto, essa evolugdo tem sido cada vez mais desafiadora ao controle de infecsl0 relacionadas A assisténcia A said. Na dtea ciringica, os procedimentos mini-in- vasivos, a melhor resolueto clinica de doengas que antes eram cinigicas, 0 disgnéstico pre cove que permite a cura por métodos endos- ‘cépiaos ¢ as manipulagdes genéticas que j2 se fomam realidade sugerem que © cirurgito do futuro sera predominantemente um cirurgi3o de trauma, doengs traduzida em nosso meio principalmente pela violéneia endémica e sem perspectivas de comtrole a curto ou médio pra- 20. Infelizmente, trauma e infecséo andam jun- tos, altima como complicag3o mais frequente do primeiro e principal causa de morte daque- es que sobrevivem por mais de cinco dias a grandes traumatismos. O que se tem verificado ha pritica que boa parte dessas infecedes & ine- vitivel, € muito se pode fazer para reduzi-s, Com © progresso das tecnologias aplicadas nna medicina moderna, a sobrevida dos nossos pacientes aumentou de forma significative. O nus desse feito é o aumento dos riscos e oper tunidades de aquisicao de infeegdes hospitala- res. Ao contrario do que se pensa, a8 infeegies hhospitalares no slo necessariamente frutos de ‘ma qualidade assistencial hospitalar, Define- -se por infecgo hospitalar qualquer infeccao que um paciente apresente durante (apos 48-72 hhoras de intemagdo) ou apés a alta hospitelar desde que ndo esteja no periodo de incubagio. 184 ‘Centro Ciringiea- Planejamenta, Onganizagio e Gestto Segundo 0 Ministério da Saide (Portaria 1° 930 de 27 de agosto de 1992, Anexo Il): “Unjeegdo Hospisalar & qualquer infeeso ad quirida aps a internaglo do paciente e que se manifesta durante 8 intemagio ou mesmo pos a alte, quando puder ser relacionada com a intemagio ow procedimentos.ospitalaes, ‘como, por exemplo, uma ciningia”. “Tyfecedo Comunitéria, resumidamente, & 2 infecg30 cconstatads ou em incubag8o no ato da admis sto do paciente, desde que no relacionada ‘com internagiio anterior no mesmo hospital". ® ioje, apesar dos progressos alcangados mo que diz respeito 20 controle da infecgdo hospita: lar, inclusive com o desenvolvimento de novos sistemas de prevenglo, ainda assim a doenge € um problema em todo 0 mundo, Nes paises desenvolvidos, a enda ano, 10% dos pacien- {es intemados em hospitais contraem infecgao bospitalar. Estudos realizados nos Estados Unidos pelo Centro para Controle de Doengas (CDC) de Alana (por meio do projeto SENIC - Study on the Efficacy of Nosocomial Infection Control) mostram que a infeego hospitalar_prolon- ga permanéneis de um paciente ro hospital cm pelo menos quatro das, ao custo adicional de USS 1.800,00, Para reduzir 0 problema, a Onganizagio Mundial de Saide recomenda a dogo de paliticas nacionais de prevensio © contole de infesyo hospitalar, estimulando a constituigio de comissBes de controle de infec- «80 em todos os hospitais. Historicamente, no Brasil, 0 Controle das Infecgdes Hospitalares teve seu marco refe~ cencial com a Portaria MS n° 196, de 24 de yusho de 1993, que instituiu a implanta- 10 de Comissaes de Contrate de Infecgies Hospitalares em todos os hospitais do. Pais, independente de sua natureza juridica, Na scasido, 0 Ministério da Saide optou por ‘acinar 03 profissionais de saide credencian- do Centros do Treinamento para ministrar Cusso de Introdugdo a0 Controle de Infeego Hospitalar, Amalmente, as dirctrizes gerais para 0 Controle das Infecgdes em Servigns de Sabide s2o delineadas pela Agéncia Neciona} de Vigilancia Senitiria (ANVISA), na Geréncia Geral de Tecnologia em Servigos de Satide, através da Unidade de Controle de Infeogdes fem Servigos de Saiide, © novo impulso tem sido dado no sentido de enirentar a problemati- a das infeegGes relacionadas assisténcia, No Brasil, todos os hospitais sie obrigados, por lei ater um programa permanente de con- role e prevengdo da infecgio hospitalar. © pro- ‘grama inclui desde cuidados essenciais com limpeza e higiene, até a eseotha de técnicas © procedimentos capazes de prevenir a transmis: sto de virus, fungos e bactérias. O programa & realizado com um rigoroso treinamento do pes- soal que trabalha em hospitais (médicns, enter imeiros ¢ t8enicos), com o objetivo de dimiauie a0 minim a ineidéncia da doen 0 riseo de infeesdo hospitalar também est Ii gado a uma série de fatores, tals como: gravi- dade da doenga, procedimentos.necessérios no tratamento, tempo de intemugko © condi 48es nutricionais do paciente. Parém, 08 pro- cedimentos hospitalares $20 fundamentals no combate i infeecéo. Serundo a Sociedade Bra- sileira de Infectologia, a infeogto hospital é mais frequente complicagdo que aleta pacien- tes no Brasil, Estimativas apontam que eatte 5% e 15% dos pacientes internsdos contraem alguma infecyao. Entre as infeceBes hospitala- res, a infegto cirrgica é a que gera compli cagBes de maior impacto ¢ mortaidade. Uma infeegdo hospitalar acresce, em média, cinco a dez dias ao perodo de intrmagao. Algm disso, os gastos relacionados a procedimentos diag éstios e terapéuricas da infeogdo hospitalar fazem com que 0 custo sejaclevado A infeegdo hospitalar determina 0 aumento da ‘morbidade, moriaidade e custos dos pacientes admitidos por qualquer causa, no hospital 18.2 Infecgao do sitio cirurgico ‘A definigto da infecgto no sitio cirirgico ain- dda gera dificuldades para muitos médicos © Infeqao do Si Ciningico 785 cenfermeiros. Segundo 0 Centers for Desease ‘Control and Prevention (CDC), as infecgses de sitio devem ser divididas er: + Superfciais, que acometem s6 a pele ¢0 te- cido celular subcutineo; + Incisionais profundas que podem acometer (0s mesmos fecidos moles mais féscias ¢ ca ‘madas musculares; + Infecgifo do sitio cintrgico de érgtios ou es- ‘pagos profundos manipulados durante o ato citrpico. A infocgo no sitio eieirgieo prolonga a inter nagio do paciente, yera a necessidade de uti- Fzagio de antimictobianos, prolonga o tempo que 0 paciente permanece afastado do taba- Tho © pode levar a danos permanentes sade Cada ver mais notamos que a populaglo de pacientes idosos, imunocomprometdas @ com neoplasia aumenta nos cenrosciirgicos,colo- cando, na ordem do dia, a importincia de me- ‘ida para controlar ainfeog operat. AAs caracteristioas do paciente associadas & maior incidéncia de infeogto sto: idade (ex- tremos de idade), obesidade, desnutrigao, dis betes, fumo, uso de corticoides, tempo pro- fongado de permanéacia no hospital antes dda cirurgia, eolonizacto da mucosa nasal do paciente com bactéria hospitalar. Os patSge- nos causadores de infecsa0 do sitio cirirgica podem ser provenientes do proprio paciente, a equipe cinirgiea ou do ambiente, inchiin- do 0 material (ndo estéril), 0 tempo cirirgico © 2 técnica utilizada. A babilidade e 0 capes cho do cirurgito, no permitindo formagko de hematomas, também sio fatores a serem considerados, E de suma importincia para todo 0 serviga 0 monitoramento da taxa de infeceto do sitio ci- ringico, com busca stiva dos casos, separagao cirirgica e relacionamento com © potencial e contaminagao do procedimento, Sem esse conhecimento nao é possivel avaliar a ocorrén- cia de surtos nem padronizar procedimentes que podem ser individuslizados conforme 0 tipo de cirurgia, 166 A taxa de infecgdo em cirurgia limpa & um rmarcador importante do controle de infecso hospitalare, aeita-se um indice de até 3%, As infeegies do sitio cinirgico sfo as mais fe ‘quentes entre os pacientes submetides a proce- ‘dimentos cinirgicos. Si0 responsiveis por 14 2 16% de todas as infecges hospitalares ¢ re- presentam um problema de satide publica por tacarretarem substancial morbidade, mortalida- ec aumentarem os gastos hospitalares, Segundo o Ministério da Saiide, uma infocsio pode ser considerada motivada pela cirurgia se manifestarse até 30 dias apés o fato. Em al- ‘guns casos (no implante de préteses, por exem- plo), & infecgto hospitalar pode manifestar-se até um ano apés a cirurgia, Os sinais ¢ sintomas da infeegto do sitio cir. gico slo: para a superficial temos presonca de seeregdo purvlenta, cultura positiva de fluids ou tecidos, dor, hiperemia, edema ou calor lo- cal; para a incisional profionda os seguintes si nis e sintomas: febre de 38°C, dar localizada, ubor ¢ presenga de abscessos; ¢ finalmemte pera drgdas ou espaces profuundos destacam-se sinais e sintomas de drenagem purulent, ‘cultura positiva de Muide ou tecido e abscesso, As infecgdes de sitio cinirgico elevam os cus- tos e © tempo de intemago, Devem ser lem brados os seguintes itens antes de discutir as recomendagdes propriamente dita + A maioria das infeegdes sto de origer en dogena, de importincia menos relevante © am- biente do Centro Cirtrgico. + A contaminagio da ferida ocorre, na maio- fia das veces, no periodo intraoperatério. +E dificil determinar, em casos individuais, « cexata fonte da infeogéo. + Vigilincia epidemioldgica, com céleulo de tuxas, & necesséria para determinar a quali- dade assistencial da instituigho, + Astaxas de infeerdo de sitio cirirgico esto sujeitas as variagdes do tipo de paciente e procedimentos realizados na instituiglo, + Armaior parte dos casos de infecgio de sitio cirdrgico se manifesta apés a alta hospita- tar, 18.3 Fatores de risco para aquisic¢ao de infecgdes do sitio cirdrgico e medidas de controle @ prevengao da infecgao. Nao ¢ dificil de concluir que o rise de infee- ‘Go do sitio cirurgico nfo se restringe apenas ‘40 procedimento cinirgico em si, Existem ris- 08 relacionados aos pacientes, a0 periodo pré- operatsrio © a0 periodo intraoperatério. Os efeitos do tratamento cindrgico sobre as neces- sidades bisicas podem ser agravades. media te alguns fatores que afetam a capeeidade de 0 paciente teagit a0 procedimento cirirgico ou A cicatrizagao do ferimento, fatores estes de- rnominados de risco eirirgico. Portanto, o ris- co ciniruice ¢ toda possibilidade de perigo ou ddano que ocorre com um paciente, candidaro a procedimento cirirgico, em decorréncia de diferentes fatores que possam afeti-lo no pré, rho trans ou no ps-operatério."" tisco pode ser compreendido como uma pro- balidade de perda ou lesto associada a uma ayo, 8700 18.3.1 Riscos relacionados ao paciente 18.3.1.1 Condigdes fisicas Diversos fatores relacionados aos pacientes so apontados, tais como: extremos da idade (re- ccém-nascidos e idosos), desnutrigio, obesida- do mérbida, diabetes mellitus, hipoxemia, in- fecg2o em outro sitio (urindria, por exemplo). pacientes imunodeprimides por radioterapia prévia no local da inciso ou uso de corticoste- roides, transfustio maciga, miltiplas com mor- bidades e cirurgia prévia em periodo recente (menos de um més). 18.3.1.2 Condigées emocionais paciente cirirgico softe diversas agresstes, tanto fisicas como psicoligicas. O fato de ser necessério se submeter a uma cinurgia, seja ela estétiea, reparadora ou mutiladora,traz consigo diferentes dividas englobando a internago, a anestesia ea cirurgia, Diversas situagdes podem aumentar os seus temores e, consequentemente, sua ansiedade € insoguranga, frente a perspective imediata da cirurgia. Com a aproximagdo da cirurgia 0 ppaciente apresenta medo do desconhecido, do ambiente estranhe, medo da cirurgia e do seu resultado, medo da anestesia, das alleragdes da imagem corporal, enfirn, medo da more, 18.3.2 Riscos relacionados ao periodo pré-operatério 18.3.2.1 Intermagao A imtemagao prolongada predispoe 0 paciente a se colonizar com a flora bacteriana do hos- pital, por isso recomenda-se que o paciente seja intemado 0 mais proximo possivel do ato cirargico. Exames pré-operatérios devem ser realizados em regime ambulatorial, € © agen- damento das cirurgias deve ser criterioso © “organizado, 18.3.2.2 Procedimentos nac © banho pré-operatério, algumas horas antes da cirurgia, contribui para diminuir as taxas de infecgdes do sitio cinirgico, assim como a de- pilagio ou tricotomia realizada com aparctho apropriado € restrta & drea a set abordeda na cirurgia quando se anteveja que os cabelos ou pelos possum interferir no procedimento cir ‘gico. A tricatomia realizada na noite anterior & ‘operagio pode elevar significativamente © asivos Infecye do Ciigieo 187 0 de infoogao. Preferencialmente, ela deve ser realizada por profissional treinada, com apa: telho eletzico © dentro do ambiente do Centro Cirirgico, © banho pré-operatério deve ser realizado na noite anterior & operagio com agua ¢ detergen- te (Sabio). O uso de antissépticos nfo é con- sensual, © deve ser reservado para cirurgias de grande porte, implante de préteses, ou em situ- agdes especificas como surtos, 18.3.2.3 Controle laboratorial e ‘complementar Alguns fatores clinicos podem afetar a cirur- ‘gia. E importante a realizagao de exames la boratoriis © complementares para evitar com- plicapdes trans © pés-operatiria, Dentre os diversos exames laboratoriais e complementa- res que podem ser realizados esto descritos a seguir alguns dees: + Controle da glicemia: os pacientes porta- dores de diabetes mellitus podem apresen- tar dificuldades de cicatrizagao da ferida ci- ringiea e aumentar 0 rsco de infecgao, + Controle do tempo de sangramento ¢ coagulaedo sanguinea: pacientes com dis- trbios de coagulago contribuem para 0 aumento considerivel do risco hemorrigico durante e apés o procedimento cirirgico, + Controle radiol6gica: pacientes portado- res de doengas respiratirias crénicas, tis como: asma, bronguite e enfisema pulmo- rar, podem comer e risco de diminuir a capacidade funcional pulmonar pelo efei- to anestésico e, consequentemente, levar @ uma hipoventilagao, + Controle da fungio hepatica: pacientes portadores de hepatopatias podem alterar 0 metabolismo € a eliminag0 dos anestési cos usados durante a anestesia, + Controle cletrocardiogrifico: verificar se 0 paciente ndo tem alteragies da fuga catdiaca 18.3.2.4 Tabagismo Encorajer a suspensto do tabagismo. No mini mo instruir os pacientes a suspender porno ti- nimo 30 dias entes da cirurgia eletiva o fimo de cigarros, charatos, cachimbo, ou qualquer consumo de tabaco, © risco depende dx quan- lidade © de quanto tempo o paciente fuma, © fumo tora as vias aéreas superioresirvitaveis 2 qualquer corpo estranho no caso da anes tesia, O corpo estranhio“pode ser um tubo tra- da ora microbias ca pes em resi ‘dence erst tom um carter apenas dance Figura 22.1 - Lavagem das mos. A flora residente € constituida de micro-orga- rismos que vive ¢ se multiplicam nos foli= culos da pele, poxtendo ser vidveis por longo periodo. Esses micro-organismos diferem tan- fo qualitativamente quanto quantitativamente, dependendo do local de alojamento no corpo e da populagao bacteriana envolvida. As bac- térias dessa flora so facilmente removidas por escovacio, entretanto, podem ser inativadas por antissépticos. As bactérias mais comumen- fe encontradas sio as Gram-positivas (estafile- cocas cosgulase-negativa, membros do género Corynebactertun, comumente chamados dife- roides ou comiformes, espécie Acinetobacter , provavelmente, certos membros pertencen- tes 20 grupo Klebsiella-Enterobacter). ©) Nas ios, essas e outras bactérias loealizam-se em ‘maior quantidade em torno e sob as unhas. 434 a flora transitéria, como 0 nome sugere, & passageita, © os micro-organismos que com- Gem sio vidveis por apenas um curto perio do, Suas bactérias so mais ficeis de serem removidas, pois se encontram na superficie da pele, junto com a gordura e sujidades. A flora transitéria das mios € composta pelos miero- -organismos mais frequentemente responsaveis pelas infecgdes hospitalares, sendo as bactérias Gram-negativas, tais como E. Coli, ¢ 0s esta filococos, o que bem demonstra a importincia das maos como veiculo de transmissto. 238 ‘Cenito Cinirgico- Planejamento, Organizagio e Gextio A lavagem das mios é isoladamente, a ago mais importante para a prevengao e controle das infeegdes hospitalares, Elas devem ser lac vadas, tantas vezes quanto necessério, antes ¢ depois da (0): + realizagdo de qualquer téenica assistencial + contato fsico com o paciente; *coleta de materiis para exame; + administrapa0 do medicamentos; + contato com fluids e secrepdes compéreas; + contato com moteriais ¢ equipamentos + realizagio de atos fisiolégicos pessosis & or outros motives relatives a educagdo e sade, A.utilizago de detergente liquido é indicada, a niio ser em situag6es especificas como na rea- lizagio de procedimentos invasivos, prestagdo de cuidados a pacientes eriticos e contato com feridas © ou dispositivos,tais como catcteres ¢ Grenos, sendo nestes casos, recomendado 0 uso de solugtes degermantes antissépticas ou anti« ‘icrobianas, A selegao de um agente antimicrobiano apro- priado deve atender a requisitos importantes ‘como auséncia de absore¥o pela pele ¢ muco- sas, rapida redueao da flora, amplo espectra de atividade mierobicida ou bacteriostética, efeito residual, seguranga e eficdcia das formulagoes finais dos produtos, acondicionamento que fa- cilite @ utilizago, odor agradavel, aceitagao pelo pessoal e custo baixo. © profissional de saiide deve fazer da lavagem das mais um habito seguindo recomendagdes ¢ tapas descritas em seguida: + Antes de iniciar © procedimento, retirar todo e qualquer material estranho da mio, como ans, + Ficar em posigéo confortavel, sem tocar na pia ou levabo, ¢ abrir a tomeira, de profi réncia com ¢ mao ndo dominante (exempli ficando: se for destro, com a esquerda; se for conhoto, com a mao direita). + Manter a gua em temperatura agradével ‘A gua quente ou muito fia resseca a pele Usar de preferéncia 2 a 3 ml de detergente liguido ou antissépticos ou antimicrobiano recomendado pela Comissio de Controle de Infec¢a0 Mospitalar + Ensaboar as mios ¢ friccionando-as por cerca de 15 segundos, em todas as suas faces, espagos interdigitais, articulagaes, unas e extremidades dos dedos. + Enxaguar as maos, retirando totalmente a espuma © 0s residuos de detergente liquide ou antissépticos ou antimicrobiano, inxugar as mAos, de preferéncia, com pax pel toalha descartivel, + Fechar a tomeira utilizando o papel toalha descartvel (ndo encostar na tomeira, na pia ‘ou lavabo), 22.4.2 Cuidados com material Perfurocortante Recomendagdies especificas devem ser segui- as durante @ reslizagdo de procedimentos gue envolvam a manipulagao de material per- farocortante, Deve-se prevenir a ocorréncia de ferimentos acidentais, por instrumentos, tis como agu- Thas, liminas de bisturis e outros instrumentos perfurocortantes; além de equipamentos, den- le os quais os endoscépios, os dialisadores e 08 respiradores, por ocasitio do manuseio, do descarte © da limpeza. O recipiente para des- carte deve ser colocado © mais préximo pos- sivel da drea onde estdo sendo utilizados o8 ar- tigos perfurocorantes. © ‘iosseguranca no Centro Cinirgico 238 Figura 22.2 -Coletor de material perfurocortante. Fonte: Descarpack Descartéveis do Brasil Ltda, As agulhas no devem ser reencapadas, que bradas, entortadas ou retiradas das seringas descartiveis com as mos. Acondicioné-las imediatamente apés 0 uso, em recipientes apropriados resistentes & perfurago, que de- ver estar situados préximos ao local em que 6 itens foram usados. O mesmo procedimento deve ser adotado com laminas de bisturi, serin- as, vidros e outros instrumentos perfurocor- tantes, 51) © instrumental cirrgico deve ser separado de acordo com o tipo (cortante, prfurante),colo- cado cm recpicnte ou na sua prépria caia, em solugdes detergentes enzimiticas para facilitar 4 remogio da matéria orgénice e « seguir en- caminhar ao Centro de Material e Estrilizagao para limpeza, acondicionamento ¢ estriliza fo 22.4.3 Procedimentos invasivos Ao participar de qualquer procedimento e cui- ddados ao paciente, nos quais pode ser prevista a contaminagdo de face e especialmente mem- bbranas mucosas por sangue, liquidos corporais, secregdes e excreydes, recomenda-se utilizar ascaras, éculos e protetor facial Aventais limpos ndo estéreis estilo indicados para proteger es roupas ¢ superficies corporais durante procedimentos ¢ atividades de cuidado com 0 paciente toda vez que posse ser prevista contaminagio por tiquidos corporais ou sangue através de jatos desses fluidos. Recomenda-se © uso de luvas (no estércis) quando ocorrer contato antecipado com sangue € outros fluidos corporais, membranas muco- sas, pele ndo integra e quaisquer itens que pos- sam estar contaminados. As Iuvas devem ser trocadas entre tarefas e procedimentos com 0 ‘mesmo paciente e devem ser retiradas imedia- tamente aps 0 uso, antes de tocar superficies ambientais ou de contato com outro paciente A lavagem das mios apés a retirada das luvas € fundamental para evitar a transmissio de ‘miero-organismos, Durante a realizagio dos procedimentos deve- se ter a maxima atengio c jamais utilizar o8 edos como anteparo que envolvam materiais perfurocortantes. 22.4.4 Equipamentos e acessérios Os equipamentos utiizados na assisténcia prestada ao paciente durante a sua permanén- ia no CC e que contenham sengue, secrepSes, ‘excreges ou fluidas corporais devem ser ma- nuseados com cuidado e a sua reutlizagao em ‘outro paciente deve ser precedida de limpeza e ‘ou desinfecgt0 ou ainda a esterilizagto, 22.4.5 Equipamentos de protegao individual Os equipamentos de proteyo individual (EPI) so: luvas, miscaras, gorros, éculos de prote- 80, capotes (aventais) e botas, e atendem as seguintes indicagbes: + Luvas: sempre que houver possibilidade de ‘contato com sangue, secregdes e excredes, com mucosas ou com éreas de pele no it tegra (ferimentos, escaras, feridas cirirgi- cas € outros). E importante ressaltar que © uso de luvas ndo elimina a necessidade de lavage das mios. 240 Centro Cirirgico- Planejamento, Organizagdo e Gestto + Mascaras, gorros e dculos de protesio: durante @ realizagio de procedimentos em que haja possibilidade de respingo de san- ‘gue ¢ outros fluidos corpéreos, nas muco- ‘a8 da boca, nariz allos do profissional + Capotes (aventais): deve ser utilizados duramte os procedimentos com possibilida- e de contato com material biolégico, in- clusive em superficies contaminadas. + Botas: proteyo dos pés em locais émidos (ou com quantidade significative de material infectante (Centros Ciningicos, areas de ne- crépsia e outros), ‘Segundo a recomendaeto de diferentes érgtos, ‘os empregadores séo obrigados a fornecer 0s EPIs adequados ao risco a que 0 profissional est exposto © a realizar no momento da ad- missio do funcionério © de forma petiddica, Programas de teinamento dos profissionais quanto a correta utilizaglo. A adequacao desses equipamentos deve levar em consideragio no somente a eficigncia necesséria para o controle do risco da exposigo, mas também 0 conforto oferecido a0 profissional; se hi desconforto no uso do equipamento, existe maior possibi de de o profissional deixar de incorpori-lo a0 uso rotineiro, 22.5 Orientagdes gerais quanto 4 legislagao trabalhista Apesar de serem regimes juridicos diferencia- dos que regem a categoria dos trabalhadores paiblicos e privados, em ambas as codificagdes, hi a nevessidade de ser feita a Comunicagto do Acidente de Trabalho (CAT), sendo que para a legislagio privada essa comunicagdo deve ser feita em 24 horas, O Regime Juridico Unico (RIU) dos funcionérios da Unido, Lei ‘nf 8,112/90, regula o acidente de trabalho nos arts, 211 a 214, ¢ 0 fato classificado como a dente de trabalho deve ser comunicado até 10 (€ez) dias apas ter ocorrido, uirios dos Estados e dos Municipios devem observar Regimes Furidicos Unicos que Ihes s8o especificos, 22.6 Medidas preventivas para controle dos acidentes com perfurocortantes importante ressaltar que as medidas profilé- tices pos-exposigdo no sfo totalmente efica- _zes, enfatizando a necessidade de implementar ‘ages educativas permanentes, que familiari- em os profissionais de saiide com as precau ‘98es universais © os conscientizem da noces- sidade de empregé-las adequadamente, como medida mais eficaz para a redugio do tisco de infeego pelo HIV ou hepatite em ambiente cupacional, airavés das seguintes estratégias: + Interago com 0 Comissto de Controle de Infecgdo Hospitalar (CCTH), edueacio contimuade © chefia dos servigos de enfer- ‘magem, de limpeza, dos médicos por meio de reunito periédicas para discussto sobre estratégias para prevengio dos acidentes © seu controle, * Campanha de prevengdo de acidentes a cada seis meses, de preferéncia acompa- hada por representagies teatais, + Enfocar a imporincia da emissio da Comunicagio do Acidente de Trabalho (CAT). Apesar de, legalmente, ser obri- gatbria a emissto da CAT, observa-se, na pritca, a suinotficag8o dos acidentes de trabalho. O sistema de informaglo util 2ado aprescnta falhas devid & concepao fragmentada das relagdes de saide e tabi lho, marcada por uma divisto e alienagio das tarefas dos profissionais responséveis pelo registro da CAT, os quaisprivilegiam © cumprimento de normas burocréticas, mas nio o envolvimento profissional com a questo acidentria, ‘Biosseguranga no Centra Cirargion 247 + Vacinae3o preventive contra hepatite B em trés doses ¢, a seguir, realizar a sorologia para ter perfeito conhecimento da sinuagao Jmumitaria do individuo vacinado. Se apés tnés doses da vaca 0 individuo néo soro verter, fazer a quarta dose © se, ainda assim, nfo converter, fazer a quinta¢ ilti- rma dose. Fica mais barato dar trés doses de vacine contra hepaite B para cada funcio- nro do que uma dose de imunoglobulina Thumans hiperimune em caso de acidente ‘com materia biolégico, 22,7 Referéncias 1. Associagao Brasileira de Normas ‘Técnicas. NBR 5413 - Ilumindneia de interiores. Rio de Janeiro; 1992, Brasil. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria n® 3214, de 8 de junho de 1978, Aprova as Normas Reguiamentadoras = NR - do Capitulo V, Titulo 1, da Consolidagao das Leis do Trabalho, retati- -vas a Seguranga ¢ Medicina do Trabalho. Brasilia; 1978, 3. Brasil. Ministério da Savde, Secretaria Nacional de Onganizagio @ Desenvolvimento de Servigas de Saiide. Lavar as mos: informagoes para profissionais de saiide, Normas e ma- ruais réenicos, 11. Brasilia: Centro de Documentaga0 do Ministério da Sade; 1989, 4. Brasil. Ministério da Saide. Portaria 1 2616, de 12 de maio de 1998, Diretrizes e normas para a preveneao ¢ 0 controle das infecgdes hospitalares. 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Rio de Janeiro: FOCRUZ; 1996, a2 ‘Cenito Cirirgicn-Planejamento, Organizagio e Gestio 23 23.1 Introdugao A palavra acreditagto originow-se do inglés accreditation e & utilizada pelo Maral Bra- sileiro_de Acreditaglo e polo Manual das Organizagdes Prestadoras. de Servigos Hospi talares para outorgar a uma organizic30 um certificado de avalias2o que expressa a confor. ‘midasde com umm conjunto de padres previ mente estabelecidos, © A palavra acreditacdo, tanto no inglés quanto ‘nas Finguas latinas, & oriunda do latim eredere cujo significado é 0 mesmo em todas elas: erer. © sufixo ~ation em inglés tem a mesma no- 0 de ~aedo em portugues, -ation em francés, nacidin em castelnano ¢ -aziéne em italiano, 10. «dos derivados do sufixo latine - aid, -Onis que serve para formar substantivos abstratos com a rnogdo basica de apo, ato,” O termo acreditar significa dar erédito,crer, ter como verdadeiro, dar ou estabelecer crédito, A acreditaga0 € 0 procedimento de avaliagéo dos recursos institucionais, voluntério, pero ico, reservado e sigitoso, que tende a garantir 48 qualidade da assistincia através de padroes previamente aceitos. Verifica-se nas tltimas déeadas, em vitios pa ‘ses, uma mobilizagdo em tora da aplicagio de programas de qualidade nas organizacbes de Satide, com o objetivo de incrementar seu ge- renciamento e melhorar a eficiéncia dos servi= “Acreditgio em Centro Ciurgico Acreditagao em Centro Ci irurgico £08 prestados. Nesse contexto, desenvolvem ~s© no Brasil, jé ha alguns anos, instrimentos oficiais de avaliagao da performance das orga nizagdes de saide do Sistema Unico de Saide (SUS), utiizando-se um conjunto de ertésios ue os hospitais devem precncher, a partir de padrdes preestabelecidos, tendo por base a aplicago de conceltos ¢ téenicas da qualidade total Fenémeno semelhante pode ser obser- vvado nos hospitais da rede privada suplemen- lar, que fazem uso de centficagies proferidas por onganizagdes avaliadoras de reconhecimen- to intemacional como diferencial de mercado,