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BALCONISTA DE FARMÁCIA

2ª SEMANA
NARJARA LARANJA

INTRODUÇÃO

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Nesta semana abordaremos a organização da farmácia,
exposição de produtos. Estocagem e armazenamento. Falaremos
também de higiene, recursos humanos e finalizaremos com
conceitos muito importantes para atuar neste mercado! Bons
estudos!

1. ORGANIZAÇÃO DA FARMÁCIA

1.1 INFRAESTRUTURA FÍSICA

Disponível em: http://balcao-de-farmacia.webnode.com/

Cada farmácia tem que possuir além da área destinada para a


dispensação de medicamentos, ambientes adicionais para o
recebimento e armazenamento dos produtos, depósito de

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material de limpeza, espaço destinado às atividades
administrativas, além de sanitário.

As superfícies internas do piso, paredes e teto devem ser lisas,


impermeáveis e laváveis. Os espaços devem estar livres da
presença de insetos e roedores. Como os funcionários da
farmácia necessitam levar pertences pessoais ao local de
trabalho, deve haver um local específico destinado para a guarda
dos pertences, no ambiente das atividades administrativas.
Recebimento dos produtos

O recebimento dos produtos deve ser realizado em área


específica e por pessoa treinada e em conformidade com
Procedimento Operacional Padrão (POP). O nome, o número do
lote e o fabricante dos produtos adquiridos devem estar
discriminados na nota fiscal de compra e serem conferidos no
momento do recebimento e o auxiliar de farmácia deve verificá-
los de forma bem minuciosa!

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Somente produtos que atendam aos critérios definidos para a
aquisição e que tenham sido transportados de acordo com as
especificações do fabricante podem ser recebidos. Vários itens
deverão ser conferidos no momento do recebimento, por
exemplo:
● O bom estado de conservação do produto,
● A legibilidade do número de lote e do prazo de validade e
a presença de mecanismo de conferência da autenticidade
e origem do produto.

Esses cuidados visam proteger ao consumidor de medicamentos


contra produtos falsificados, corrompidos, adulterados,
alterados ou impróprios para o uso. Se o balconista tiver
suspeita de que os produtos tenham sido corrompidos,
adulterados, alterados ou estejam impróprios para uso, estes
devem ser imediatamente separados dos demais produtos, em
local diferente daquele destinado para a dispensação. Deve
haver uma identificação nos produtos que tenham sido

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separados, na qual conste o motivo da suspeita e a proibição de
dispensação.

Na sequência, a autoridade sanitária municipal (Vigilância


Sanitária) deverá ser comunicada do ocorrido, assim como a
distribuidora de medicamentos e a indústria produtora do
medicamento.
Para resumir a organização da farmácia, é importante ter em
mente estes tópicos acerca das premissas (lógica no
atendimento) que o ambiente deve ter

● Humanização;
● Uso racional dos medicamentos;
● Otimização recursos;
● Educação em saúde e permanente dos profissionais

Para que isso seja possível é necessário:

● Área física

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● Equipamentos;
● Mobiliário e pessoal capacitado
● Logística

1.2 CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO


O armazenamento deve considerar as especificações do
fabricante e deve garantir a manutenção da identidade,
integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade dos
produtos.

O ambiente destinado ao armazenamento deve ser mantido


limpo, protegido da ação direta da luz solar, umidade e calor, de
modo a preservar a identidade e integridade química, física e
microbiológica dos produtos farmacêuticos, garantindo a
qualidade e segurança dos mesmos. Para aqueles produtos que
exigem refrigeração, devem ser obedecidas as especificações
contidas na embalagem. A temperatura da geladeira, nesses
casos, deve ser medida e registrada diariamente.

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Os produtos podem ser armazenados em armários ou
prateleiras, desde que afastados do piso, parede e teto.

Para os medicamentos sujeitos a controle especial (aqueles que


devem ter a receita retida na farmácia, também chamados de
“medicamentos controlados”) a farmácia precisa manter um
sistema segregado para armazenamento, com chave que deve
ficar sob responsabilidade do farmacêutico.

O local de armazenamento deve ser bem ventilado, sem


umidade e sem iluminação solar direta. A temperatura deve
estar sempre entre 15ºC e 30ºC e a umidade entre 40 e 70%. Se
há variações além dessas é necessário o controle por meio de ar-
condicionado, ventiladores, exaustores, etc. A construção deve
ser de alvenaria, com paredes de cor clara e laváveis e piso de
fácil limpeza. O ambiente deve ser mantido em perfeitas
condições de higiene, sem a presença de roedores, pássaros ou
insetos.

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A estocagem dos medicamentos deve ser feita de acordo com o
lote e a data de validade dos medicamentos, reduzindo o risco
de venda de remédios vencidos e facilitando a identificação de
qualquer lote contaminado ou que deva retirado do mercado.
Quando for necessário realizar o descarte de medicamentos, isso
deve ser feito de acordo com as orientações do fabricante e da
vigilância sanitária, sempre respeitando o meio ambiente.

1.3 ORGANIZAÇÃO E EXPOSIÇÃO DOS PRODUTOS

Os produtos devem ser organizados em área de circulação


comum ou em área de circulação restrita aos funcionários,
conforme o tipo e categoria do produto (medicamento tarjado
não tarjado ou correlato). Os artigos de higiene pessoal,
cosméticos e perfumaria podem e devem ficar expostos na área
de circulação comum, ao alcance dos clientes (correlatos).

A organização dos medicamentos é essencial para evitar


confusões e trocas no momento da venda e também para a

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manutenção do controle do estoque. Caixas pequenas podem
ser mantidas em estantes, já as grandes requerem estrados.
Entre essas estruturas é fundamental haver espaço livre
suficiente para a circulação do ar, dos funcionários e de
quaisquer equipamentos, como as empilhadeiras. O acesso ao
local de armazenamento deve ser restrito e de preferência
próximo ao setor administrativo, para que qualquer movimento
suspeito possa ser identificado imediatamente.
Além disso, o transporte dentro da farmácia deve ser feito de
forma organizada e com a ajuda de equipamentos específicos de
acordo com a quantidade de medicamentos em fluxo. Caixas
plásticas ou de isopor são frequentemente utilizadas, assim
como lacres. O transporte externo deve levar em conta as
condições ambientais, não expondo os medicamentos a
extremos de temperatura, umidade ou iluminação e dando-se
preferência no momento de descarga aos medicamentos
termolábeis.

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1.4 LIMPEZA DOS AMBIENTES
O procedimento de limpeza do espaço para a prestação de
serviços farmacêuticos deve ser registrado e realizado
diariamente no início e ao término do horário de funcionamento.
O ambiente deve estar limpo antes de todos os atendimentos
nele realizados, a fim de minimizar riscos à saúde dos usuários e
dos funcionários do estabelecimento. Após a prestação de cada
serviço deve ser verificada a necessidade de realizar novo
procedimento de limpeza.

1.5 CONTROLE DE VALIDADE DOS MEDICAMENTOS:

Prazo de validade é a data limite para a utilização de um


produto, definida pelo fabricante com base nos seus respectivos
testes de estabilidade, EX. 03/2017

O destino dos produtos vencidos deve ser definido e escrito no


”Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde”
(Resolução RDC nº 306, de 07 de dezembro de 2004).

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Constatado o vencimento, os produtos devem ser
acondicionados em caixas lacradas e armazenados em local
devidamente identificado até serem entregues à vigilância
sanitária local ou desprezados conforme estabelecido em
legislação.

2. RECURSOS HUMANOS

Todos os funcionários devem estar identificados. Deve ser


utilizado o uniforme da empresa e o balconista deve usá-lo
sempre ( limpo e conservado)
Todos os equipamentos de proteção individual (EPI), usados para
proteção do funcionário, do usuário e do produto contra
contaminação ou outros danos, devem ser disponibilizados pela
farmácia. É dever de cada farmácia oferecer cursos de
capacitação a todos os balconistas, a fim de repassar
informações sobre a legislação sanitária vigente e sobre os
Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) do estabelecimento.

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3. DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Fica permitida a administração de medicamentos nas farmácias e


drogarias no contexto do acompanhamento farmacoterapêutico.
No entanto, é vedada a administração de medicamentos de uso
exclusivo hospitalar.

Os medicamentos para os quais é exigida a prescrição médica


devem ser administrados mediante apresentação de receita e
após sua avaliação pelo farmacêutico. RESOLUÇÃO-RDC No- 44,
DE 17 DE AGOSTO DE 2009

Ressalta-se que para administrar injetável o profissional deve ter


certificação específica.

4. CONCEITOS IMPORTANTES

Neste curso, você irá se deparar com muitas nomenclaturas


diferentes e técnicas, por isso é importante conhecer o que

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significam todos estes nomes “ diferentes” mas que são
imprescindíveis para sua nova profissão!

O primeiro esclarecimento que se faz necessário é diferenciar


“fármaco” de “medicamento”, em seguida, será apresentado
diversas nomenclaturas muito utilizadas em farmácias e
drogarias acerca dos medicamentos e seus correlatos.

FÁRMACO OU INSUMO FARMACÊUTICO ATIVO


É toda substância ativa farmacologicamente, ou seja, que
promove um efeito farmacológico quando administrada a
um organismo. É a substância pura, que irá ser a responsável
pelo efeito.

MEDICAMENTO
É empregado para o produto farmacêutico final que contém um
ou mais fármacos, além de várias outras substâncias com
funções as mais diversas, mas que não contribuem para o efeito
farmacológico.

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Se ainda não ficou clara a diferença, vamos para a prática:

→Uma das apresentações do medicamento Diovan® contém 14


comprimidos revestidos sulcados de 40 mg de valsartano:
Na composição desses comprimidos, encontramos 40 mg de
valsartano, além de celulose microcristalina, crospovidona,
dióxido de silício coloidal, estearato de magnésio, hipromelose,
dióxido de titânio, macrogol, óxido de ferro vermelho, óxido de
ferro amarelo e óxido de ferro preto.
→De todas as substâncias contidas no comprimido de Diovan,
apenas o valsartano responde pelo efeito anti-hipertensivo, ou
seja, todas as outras substâncias apresentam um papel
secundário, sendo responsáveis por características da forma
farmacêutica, no caso “comprimido”. Todas essas outras
substâncias que não são apresentam efeito farmacológico e
entram na composição apenas como conservantes, secantes,
agregantes, agentes de revestimento, etc., são conhecidas como

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excipientes. No conjunto, o fármaco e os excipientes formam o
“medicamento”.

Portanto, fármaco é a substância ativa e medicamento é o


produto final, que contém o fármaco, mas também contém todo
um conjunto de excipientes, indispensáveis para a formulação do
produto.

Temos ainda outros conceitos que estão diretamente


relacionados aos fármacos e medicamentos e que devem ficar
claras suas definições e entendimentos:

REMÉDIO

São recursos terapêuticos usados no combate a doença; Ajuda a


melhorar o bem estar da pessoa, por exemplo: Repouso,
psicoterapia, fisioterapia, carinho, soros, chás...

TÓXICO

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Qualquer droga que atua no organismo produzindo efeitos
maléficos e pode levar à dependência.

PLACEBO

Administração de uma solução sem efeito terapêutico visando ao


bem-estar psicológico do paciente, uma vez que ele acredita que
somente essa droga irá solucionar seu problema.

DISPENSAÇÃO
Dispensação é o ato de assegurar que o medicamento de boa
qualidade seja entregue ao paciente certo, na dose prescrita, na
quantidade adequada; que sejam fornecidas as informações
suficientes para o uso correto e que seja embalado de forma a
preservar a qualidade do produto. E um ato privativo do
farmacêutico e faz parte da Assistência Farmacêutica.

São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase


no cumprimento da posologia, a influência dos alimentos, a
interação com outro. O farmacêutico deverá avaliar as receitas
observando os seguintes itens:

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I - legibilidade e ausência de rasuras e emendas;

II - identificação do usuário;

III- identificação do medicamento, concentração, dosagem,


forma farmacêutica e quantidade;

IV - modo de usar ou posologia;

V - duração do tratamento;

VI - local e data da emissão; e assinatura e identificação do


prescritor dos medicamentos, o reconhecimento de reações
adversas potenciais e as condições de conservação do produto.

AVIAMENTO
Consiste em preparar medicamento segundo uma prescrição.
Aviar uma receita é traduzir a intenção do prescritor.

DROGARIA
Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas
embalagens originais.

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FARMÁCIA
Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e
oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos, compreendendo o de dispensação de
medicamentos.

BIODISPONIBILIDADE
Indica a velocidade e a extensão de absorção de um princípio
ativo em uma forma de dosagem.

BIOEQUIVALÊNCIA
Consiste na demonstração de equivalência farmacêutica entre
produtos apresentados sob a mesma forma farmacêutica,
contendo idêntica composição quantitativa e qualitativa de
princípios ativos e que tenham comparável biodisponibilidade
quando estudados sob mesmo desenho experimental.

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DENOMINAÇÃO COMUM INTERNACIONAL
Denominação do fármaco ou princípio farmacologicamente ativo
recomendado pela Organização mundial de saúde;

FRACIONAMENTO DE MEDICAMENTO
É a individualização da embalagem de um medicamento para
viabilizar a dispensação de medicamentos ao usuário na
quantidade estabelecida pela prescrição médica. A embalagem
que pode ser fracionada, chamada de embalagem primária
fracionável, é especialmente desenvolvida pelo fabricante e
aprovada pela Anvisa para essa finalidade. Ela vem
acondicionada em uma embalagem externa, chamada de
embalagem original para fracionáveis, facilmente identificada
pela inscrição “EMBALAGEM FRACIONÁVEL”.

Os medicamentos nas apresentações de frasco-ampola, ampola,


seringa preenchida, flaconete, sachê, envelope, blister e strip
podem ser registrados para dispensação na forma fracionada. O

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fracionamento não pode significar o contato do medicamento
com o meio externo.

Após a individualização mencionada, a embalagem primária


fracionada deve ser acondicionada em embalagem secundária
fornecida pela farmácia ou drogaria contendo informações
suficientes para permitir a identificação do medicamento
dispensado.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei 9.787/1999. Dispõe sobre o Medicamento Genérico.


Disponível em:
<www.anvisa.gov.br/hotsite/genericos/legis/leis/9787.htm>.
Acesso em: 9 dez. 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde.


Política Nacional de Medicamentos. Revista de Saúde Pública, v.
34, n. 2, p. 206-209, 2000.
BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria 971, de 3 de maio de
2006. Aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Diário
Oficial da União (D.O.U.) de 4 de maio de 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e
Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência
Farmacêutica. A Fitoterapia no SUS e o Programa de Plantas
Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília: Ministério da
Saúde, 2006.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. RDC n. 44, de 17 de agosto de 2009, que dispõe sobre
Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do
funcionamento, da dispensação e da comercialização de
produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias
e drogarias e dá outras providências. Diário Oficial da União
(D.O.U.), de 18 de agosto de 2009
PRIMEIROS CURSOS: O BALCONISTA DE FARMÁCIA: Disponível
em: https://www.primecursos.com.br/lecture/10061/.Acesso
em: 01/09/2017

Dicas de organização de farmácia. Disponível em:


http://www.hipolabor.com.br/blog/2015/07/10/hipolabor-
ajuda-dicas-sobre-o-armazenamento-de-remedios-em-farmacia/.
Acesso em: 15/10/2017

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