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FERTILIZANTES – CONCEITOS

Fertilizantes são definidos na legislação brasileira como “substâncias

minerais ou orgânicas, naturais ou sintéticas, fornecedoras de um ou mais

nutrientes das plantas”.

Os elementos químicos presentes nos fertilizantes (conforme a quantidade

ou proporção) são divididos em macronutrientes primários (nitrogênio,

fósforo, potássio), macronutrientes secundários (cálcio, magnésio e enxofre)

e micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, zinco,

sódio, silício e cobalto).

As melhores práticas de manejo agrícola (PMAs) são aquelas que tendem a

reduzir as perdas de solo e diminuir os efeitos ambientais adversos na

qualidade da água, causados por nutrientes, resíduos animais e sedimentos.

O setor de fertilizantes atualmente já participa das PMAs destinadas a

melhorar o uso eficiente do nutriente e a proteção ambiental.com a

aplicação do produto correto, dose certa, época e local adequados. Não

existe um conjunto universal sendo específicas para cada local e cultura e

variam de uma propriedade agrícola a outra, dependendo de fatores como

solos, condições climáticas, culturas, histórico de cultivo e habilidade no

manejo.

Textura, tipo de argila e CTC, são fatores, que somados às informações

quanto ao teor de nutrientes nos solos e exigências da cultura, são de grande

importância na tomada de decisão sobre as doses, modo e época de

aplicação do fertilizante. A análise de solos é uma das principais ferramentas

de diagnose para a determinação da aplicação do fertilizante ou corretivo. A

análise foliar é outro instrumento para detectar problemas nutricionais nas

plantas. O histórico da área a ser cultivada é outro fator de importância para

maximizar a eficiência dos fertilizantes.


O uso eficiente dos fertilizantes deve considerar alguns fatores como

presença de outros nutrientes na composição do fertilizante, doses a serem

aplicadas, forma de aplicação, condições do solo (umidade, textura, tipo de

argila, pH); condições de clima (índice pluviométrico e temperatura),

condições da cultura (ciclo, variedade, capacidade de desenvolvimento de

raízes). A maior parte do potássio absorvido pelas plantas encontra-se nas

folhas talos e ramos, diferente do nitrogênio e do fósforo, o manejo

adequado dos restos culturais irá devolver grande parte deste nutriente no

solo. O manejo adequado do solo também influi na eficiência dos

fertilizantes, evitando perdas por erosão ou lixiviação.

A incorporação adequada dos fertilizantes nitrogenados, tanto por ocasião

do plantio, como em cobertura, pode evitar perdas por volatilização de

amônia, em solos alcalinos, calcários ou áreas que foram calcariadas em

excesso. O parcelamento da adubação, de acordo com as necessidades da

cultura e de acordo com as características do solo e clima é uma das práticas

de manejo mais recomendadas para aumentar a eficiência dos fertilizantes

nitrogenados.

As empresas responsáveis pela produção brasileira de matérias-primas,

produção e comercialização de fertilizantes, podem ser agrupadas segundo

o grau de verticalização do setor, sendo elas empresas integradas as que

produzem desde matérias-primas a fertilizantes compostos, as que

produzem matérias-primas para fertilizantes simples; empresas semi-

integradas são as que produzem fertilizantes simples e compostos, e um

grande número, de empresas, são as misturadoras que produzem misturas

nitrogênio-fósforo-potássio (NPK) de fertilizantes simples, grande parte

destas também comercializam.

TIPOS DE FERTILIZANTES
As práticas de fertilização são responsáveis por cerca de 50% dos ganhos de

produtividade das culturas, necessitando, assim, serem feitas do modo mais

eficiente possível. Porém, visando atingir esta eficiência é necessário que os

agentes que atuam na agricultura apliquem conceitos básicos que envolvem

a eficiência dos fertilizantes agrícolas, com o intuito de maximizar os retornos

sobre os investimentos pelo uso desses insumos. O que se observa,

entretanto, é que muitas vezes esses conceitos básicos não são aplicados,

levando, muitas vezes, a níveis extremamente baixos de eficiência dos

fertilizantes aplicados.

O conceito de uso eficiente de fertilizante mais difundido entre os técnicos é

aquele que reflete o aumento de produção por unidade de nutriente

aplicado. Baixa eficiência de fertilizantes significa baixa produtividade e

baixos lucros. O uso eficiente de fertilizantes envolve conhecimentos por

parte dos técnicos em áreas como nutrição mineral de plantas, química do

solo, fertilidade do solo, tecnologia de adubos, morfologia de plantas, física,

gênese, morfologia e classificação de solos, mecânica agrícola e econômica

agrícola. Além disto, o uso eficiente desses insumos exige uma diagnose

correta de possíveis problemas de fertilidade do solo e nutrição de plantas

antes da ação da adubação. Nesse contexto, a utilização de ferramentas de

diagnose (análise do solo, análise foliar, avaliação de sintomas de deficiência)

é o primeiro passo para determinar o uso inteligente dos fertilizantes e

corretivos agrícolas.

Desta forma, o conhecimento das formas de ação, aplicação e vias de

absorção se tornam fundamentais na maximização dos resultados da

aplicação de fertilizantes.

FERTILIZANTES APLICADOS VIA SOLO


Os fertilizantes são classificados em minerais, orgânicos e organo-minerais.

Os fertilizantes minerais são os constituídos de compostos inorgânicos

(compostos desprovidos de carbono). Fertilizantes orgânicos são os

fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de origem natural, vegetal

ou animal. Fertilizantes organo-minerais são os fertilizantes resultantes da

mistura de fertilizantes orgânicos e minerais.

1. FERTILIZANTES MINERAIS

Em geral, os fertilizantes minerais são sais inorgânicos de diferentes

solubilidades. A eficiência agronômica depende da sua solubilidade e das

reações químicas com os solos. Os fertilizantes nitrogenados, por exemplo,

são totalmente solúveis no solo, podendo ser lixiviados parcialmente. Os

fertilizantes potássicos são também solúveis, apresentando, porém,

menores perdas por lixiviação pois o íon K+ é retido nos sítios de troca das

partículas do solo, sendo retirados pela água somente aquela parcela

presente na solução do solo. Já os fertilizantes fosfatados apresentam

solubilidade bastante variável, em função do tipo de fosfato, do tratamento

térmico ou químico dado a rocha fosfatada e do tipo de partícula

predominante no solo (areia, silte ou argila).

Os fertilizantes minerais se subdividem em três classes segundo sua

composição, fertilizante simples formado por um composto químico, sem ser

misturado com outro material fertilizante, contendo um ou mais nutrientes

como a rocha fosfatada. O fertilizante misto é a mistura de dois ou mais

elementos simples, contendo pelo menos dois dos três nutrientes primários

(N, P e K). Fertilizante complexo é formado a partir de fertilizantes resultantes

de processo tecnológico em que se misturam dois ou mais compostos

químicos. São misturas produzidas a partir de matérias primas dando origem

a compostos químicos.
Os fertilizantes podem ser sólidos, líquidos ou gasosos. A forma sólida é a

predominantemente usada no Brasil. Os fertilizantes minerais apresentam

uma fórmula ou concentração, que expressa, em porcentagem, a quantidade

de nutrientes contidos no fertilizante e é representada por três números em

linha horizontal e separados por um traço. O primeiro corresponde à

porcentagem de N, o segundo à porcentagem de P2O5 e o terceiro à

porcentagem de K2O.

Os fertilizantes minerais podem ser na forma de pó ou farelo e granulados.

Pó quando as partículas são de pequenas dimensões, e granulados quando

as partículas são de dimensões que permitem caracterizar um granulo. As

misturas de granulados são obtidas pela simples mistura de dois ou mais

fertilizantes simples granulados, caracterizam-se por apresentar os

nutrientes diferentes nos grânulos; as misturas granuladas são obtidas pela

mistura de dois ou mais fertilizantes simples em pó e sua posterior

granulação, contendo todos os nutrientes referenciados na formula em cada

grânulo.

A influência do tamanho das partículas nas características dos fertilizantes

sólidos ocorre porque a subdivisão de um material aumenta sua superfície

de exposição por unidade de massa. Características dos fertilizantes como

dissolução, higroscopicidade e outras, são aumentadas ou reduzidas em

função do tamanho das partículas componentes do fertilizante. Os

fertilizantes solúveis em água e higroscópicos, como nitrato de amônio,

ureia, nitrocálcio, são mais eficientes com granulometria grosseira,

fertilizantes pouco solúveis em água, como os termofosfatos, fosfatos

naturais, devem ser preferencialmente usados os de granulometria fina.

Um único produto pode apresentar um, dois ou mais macronutrientes

primários, podendo conter, também, macronutrientes secundários e

micronutrientes. Na maioria das condições de cultivo mais de um


macronutriente primário é necessário, o que fez crescer o uso de fertilizantes

com vários nutrientes, especialmente o nitrogênio, o fósforo e o potássio,

obtido através da mistura de fertilizantes. Entretanto os fertilizantes que

contêm apenas um ou dois nutrientes (fertilizantes simples) permitem o

preparo de misturas especificas pelo consumidor e o parcelamento na

aplicação de certos nutrientes.

2. FERTILIZANTES ORGÂNICOS

Vários materiais orgânicos podem ser utilizados como fertilizantes. Os

fertilizantes orgânicos aplicados no solo precisam ser mineralizados pois as

plantas não absorvem compostos na forma orgânica. Os principais

fertilizantes orgânicos são esterco de galinha, esterco de curral, torta de

mamona, torta de algodão, resíduos industrializados, vermicomposto. Além

de contribuir com a melhoria da fertilidade dos solos, os resíduos orgânicos

contribuem com a melhoria da agregação do solo, da estrutura, da aeração,

da drenagem e da capacidade de armazenagem do solo.

Os fertilizantes fluidos ou líquidos estão subdivididos em duas classes que

são as soluções e as suspensões. Os fertilizantes fluidos surgiram

comercialmente no mercado norte americano há aproximadamente 20 anos.

O uso de fertilizantes líquidos é bastante recente no Brasil, mas o consumo

vem crescendo, principalmente em adubações foliares e fertirrigação.

No estado gasoso, o único fertilizante com aplicação direta é a Amônia

Anidra, mas, no Brasil, praticamente não é usada, pois exige cuidados

rigorosos na utilização. Os fertilizantes minerais em relação aos orgânicos

apresentam uma vantagem do ponto de vista econômico, por apresentarem

elevadas concentrações de nutrientes, resultando em menores custos de

armazenamento, transporte e aplicação por unidade de massa de

nutriente. Os produtos orgânicos desempenham muito mais as funções de


condicionador do solo e muito pouco as funções de fertilizante, enquanto os

produtos minerais desempenham efetivamente as funções de fertilizante.

As diferentes formas de fertilizantes minerais por apresentam diferentes

características e no caso dos orgânicos várias composições e formas de

mineralização apresentam comportamento variado no solo.

3. CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE DOS FERTILIZANTES

As características de qualidade dos fertilizantes são as condições naturais ou

artificiais que esses produtos se apresem, e têm relação direta ou indireta

com a sua eficiência, são de natureza física, química ou físico-química.

As características de natureza física são o estado físico do fertilizante que

pode ser sólido, fluido ou gasoso. A granulometria dos fertilizantes sólidos

está relacionada com o tamanho e a forma das partículas. Todos os

fenômenos que dependem do contato, como velocidade de dissolução,

absorção de umidade atmosférica ou higroscopicidade são intensificados ou

reduzidos em função do tamanho. Os fertilizantes solúveis em água e

higroscópicos como, nitrato de amônio, uréia, nitrocálcio devem ser

preferencialmente de granulometria grosseira.

Fertilizantes pouco solúveis em água, como os termofosfatos, fosfatos

naturais, devem ser com granulometria fina. Uma característica de qualidade

dos fertilizantes sólidos, relacionada com o tamanho de partículas, é a

uniformidade do tamanho. A desuniformidade causa a separação e

acomodação seletiva das partículas por ordem de tamanho, com a

movimentação e trepidação do produto, o que pode comprometer a

homogeneidade, em especial da mistura de grânulos, onde a separação por

ordem de tamanho leva automaticamente à separação dos nutrientes,

levando também a distribuição irregular dos fertilizantes nas adubações,

tanto quantitativamente, dificultado as regulagens das adubadoras, quanto


qualitativamente, se ocorrer a segregação no caso das misturas de grânulos.

A consistência é o grau de dureza ou resistência dos à quebra ou à abrasão.

A fragilidade dos grânulos pode provocar a quebra dos grânulos no

armazenamento, transporte ou manuseio, tornando suas partículas

desuniformes no tamanho. Outra característica é a capacidade de livre

escoamento do fertilizante por determinados espaços, a fluidez, que está

relacionada com a eficiência da distribuição mecânica dos fertilizantes.

Diversos fatores influem nessa característica, como a higroscopicidade,

uniformidade e forma das partículas.

As características de natureza química são, o número de nutrientes, a

qualidade de um fertilizante é, em geral, bastante dependente do número de

nutrientes que contém, desde que necessários. Os nutrientes são usados

nos fertilizantes sob várias formas químicas e/ou em vários compostos

químicos. As diferentes formas ou compostos químicos podem ter reações

diferentes, como fertilizantes, pois apresentam várias reações no solo,

podem influenciar certas propriedades do solo como pH e salinidade,

podendo apresentar incompatibilidade como outros fertilizantes numa

mistura. Uma das características importante na qualidade dos fertilizantes é

a concentração de nutrientes nele contidos.

Os fertilizantes com alta concentração de nutrientes apresentam vantagens

econômicas quanto ao armazenamento, transporte e distribuição, apesar

desses produtos, serem, em geral, destituídos de nutrientes secundários e

micronutrientes. Fertilizantes de baixa concentração, como os fertilizantes

naturais, em geral devem ter o uso indicado, nas regiões próximas das fontes

de produção. Característica de natureza físico-química como solubilidade

em água associada à concentração de nutrientes, são hoje as características

mais importantes que definem a qualidade um fertilizante.


A higroscopicidade é a tendência que os materiais apresentam de absorver

umidade do ar atmosférico. Para cada fertilizante simples, ou mistura, há um

máximo de umidade relativa do ambiente (umidade relativa crítica) à qual o

produto pode ser exposto sem absorver umidade. Vários problemas podem

ocorrer quando um fertilizante fica úmido, como queda no teor de

nutrientes, dificuldade de manuseio e de distribuição, diminuição da

resistência das partículas, aderência nos condicionadores, além da umidade

ser a principal responsável pelo empedramento dos fertilizantes.

O empedramento é a cimentação das partículas do fertilizante formando

grânulos maiores que as das partículas originais, sendo resultante da

recristalização do material dissolvido na superfície das partículas

umedecidas, o que ocorre pela perda da umidade absorvida, quando diminui

a umidade relativa do ar ou a temperatura se eleva. Diversos fatores influem

no empedramento como a natureza do material, higroscopicidade, pressão

(devida ao empilhamento), tempo de armazenamento, tamanho e forma das

partículas.

Os fertilizantes são classificados em minerais, orgânicos e organo-minerais.

Os fertilizantes minerais são os constituídos de compostos inorgânicos

(compostos desprovidos de carbono). Fertilizantes orgânicos são os

fertilizantes constituídos de compostos orgânicos de origem natural, vegetal

ou animal. Fertilizantes organo-minerais são os fertilizantes resultantes da

mistura de fertilizantes orgânicos e minerais.

ARMAZENAGEM

Muitas vezes os fertilizantes ficam armazenados por um período até serem

utilizados, as condições de armazenagem influem na qualidade do produto,

podendo alterar propriedades químicas, físicas ou físico-químicas.


Segundo Legislação Brasileira Decreto 2004 Art. 47, o armazenamento de

fertilizantes, corretivos, inoculantes ou biofertilizantes obedecerá às normas

nacionais vigentes, devendo ser observadas as instruções fornecidas pelo

fabricante ou importador, bem como as condições de segurança

apresentadas no rótulo e observar as regras e aos procedimentos

estabelecidos para o armazenamento de produtos perigosos, quando for o

caso, constantes da legislação específica em vigor.

Uma das características físico-químicas dos fertilizantes sólidos é sua

higroscopicidade, tendência em absorver água, normalmente da atmosfera.

A absorção da água varia de acordo com o teor de umidade do ambiente, a

umidade crítica (que é a umidade relativa do ar, acima da qual uma

determinada substância começa a absorver a água presente na atmosfera);

do tempo de exposição do material à determinada umidade e da natureza

do fertilizante.

A uréia é um fertilizante altamente higroscópico, e requer muito cuidado no

seu armazenamento. O nitrato de amônio (NA) por apresentar N mineral

simultaneamente na forma nítrica e amoniacal, apresenta restrições em

relação ao seu armazenamento e estocagem em ambientes tropicais e

subtropicais. Tem grande sensibilidade à variação de temperatura, sendo

bastante higroscópico. O aumento na umidade pode causar o

“empedramento” (caking) dos grânulos, além da formação de sítios de oxi-

redução no material e a perda de nitrogênio volatilizado na forma de óxidos

(NOx) ou amônia (NH3).

Para manter as características dos fertilizantes inalteradas até a época do

consumo alguns cuidados devem ser tomados. O armazenamento deve ser

preferencialmente em área coberta, seca, ventilada, piso impermeável ou

sobre paletes de madeira e afastados de materiais incompatíveis. Durante o

manuseio devem ser evitados danos físicos as sacarias.


Os fertilizantes sólidos normalmente são armazenados em sacaria ou a

granel, a céu aberto ou em galpões. Os fertilizantes não devem se

armazenados ao sol, pois grandes oscilações de temperatura provocam

empedramento que pode ser mais ou menos acentuado dependendo das

matérias-primas dos fertilizantes. Quando do armazenamento a céu aberto,

na lavoura, deve ser feito o enlonamento evitando entrada de água das

chuvas.

O armazenamento de fertilizantes em galpões totalmente fechados deve se

feito sobre palets ou estratos de madeira, se não for possível, é aconselhável

forrar o chão com sacos plásticos usados ou lona plástica, evitando o contato

direto do adubo com o piso. A altura da pilha não deve ultrapassar a 50 sacos,

para evitar a compactação nos sacos inferiores, já que pilhas grandes

impedem o arejamento, e as muito altas, além do risco de desmoronamento

se não estiverem bem feitas e bem amarradas, aumentam o problema de

empedramento e possível rompimento dos sacos inferiores. Devem ser

mantidos espaços de aproximadamente 50 cm entre as pilhas e as paredes,

para ventilação. Quando do armazenamento em galpões abertos

lateralmente é necessário fazer a proteção das laterais com lona, para evitar

o umedecimento do fertilizante. As pilhas devem ser identificadas para

melhor controle, utilizando placas pintadas, com o nome do produto e a

quantidade estocada.

Fertilizantes fluidos ou líquidos devem ser armazenados em tanques, tendo

custos inferiores aos armazéns para fertilizantes sólidos, por diminuir as

perdas que ocorrem no manejo e armazenamento de fertilizantes sólidos

como formação de pó, empedramento, sacaria rasgada, entre outros.


A ISO 9001 é uma norma genérica, possuindo terminologias comuns a

qualquer tipo de contexto, escopo, projeto e serviço: uma norma agregadora.

Quando bem implementada, a certificação pode se tornar a melhor forma

de começar a institucionalizar a integração e comunicação entre as áreas e a

cultura de melhoria contínua.

As últimas revisões da versão 2015 ratificaram esta minha opinião, tornando

a norma mais “integrável” com as inúmeras normas, modelos de referências

e frameworks existentes no mercado.

Gosto deste texto da norma que traz uma ideia do que é possível alcançar

após uma boa implementação: “Uma organização que adota esta abordagem

gera confiança na capacidade de seus processos e na qualidade de seus

produtos, e fornece uma base para melhoria contínua.

Isto pode conduzir ao aumento da satisfação dos clientes e das outras partes

interessadas e, também, ao sucesso da organização”.

Falando de uma forma mais técnica, quais seriam as normas da Série

ISO então?

ISO 9000

– Quality Management Systems: Fundamentals and Vocabulary – “Princípios

essenciais e vocabulário”. A norma ISO 9000 descreve os princípios de um

sistema de gestão da qualidade e define a terminologia.

ISO 9001

Quality Management Systems: Requirements – A norma ISO 9001 descreve

as exigências relativas a um sistema de gestão da qualidade para uma

utilização seja interna, ou com fins contratuais ou de certificação. Trata-se

assim de um conjunto de obrigações que a empresa deve seguir.

ISO 9004
Quality Management Systems: Guidance for Performance Improvement-

Esta norma forma um par consistente com a ISO 9001, fornece diretrizes

além dos requisitos estabelecidos na ISO 9001.

Está baseada nos oito princípios de gerência da qualidade: Foco no cliente,

Liderança, Envolvimento de pessoas, Abordagem de processo, Abordagem

sistêmica para a gestão, Melhoria contínua, Abordagem factual para a

tomada de decisão e Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores.

ISO 10011:

Esta norma descreve “Linhas diretivas para a auditoria dos sistemas de

gestão da qualidade e/ou gestão ambiental”.

ISO 31000

(Gestão de riscos: Princípios e diretrizes) – pode ser uma referência útil para

as organizações que estão buscando um processo de riscos mais formal para

toda a empresa, mas não é obrigatório.

Esta norma fornece princípios, estrutura e um processo para administrar o

risco e pode ser usada por qualquer organização independentemente de seu

tamanho, atividade ou setor.

Por que então a ISO 9001 é tão importante?

O conceito de Gestão de Processos trazido pela norma é primordial para

qualquer tipo, porte e situação atual de uma organização.

Processos são importantes para uma empresa pequena que está crescendo

ou uma empresa grande que precisa controlar seus processos.

A melhoria contínua permite que a empresa possa crescer ou manter seu

tamanho da forma mais eficaz possível.


A nova versão da norma que estabelece a necessidade do sistema de gestão

da qualidade suportar os objetivos de negócio e formalizar a gestão de riscos

na organização traz estes benefícios.

O conceito de processos deve trazer algumas boas questões para que a

organização possa estabelecer o conceito de melhoria contínua, tais como:

• O processo está identificado e apropriadamente definido?

• As responsabilidades estão atribuídas?

• Os procedimentos estão implementados e mantidos?

• O processo é eficaz em alcançar os resultados requeridos?

Neste sentido, os processos identificados pela organização devem ser no

mínimo:

• Tecnologicamente competitivos;

• Adaptáveis e adequados com relação ao tempo

• Capazes de produzir produtos que atingem as necessidades do cliente

e do negócio e;

• Adequados à cultura organizacional.

O que cada processo identificado deve conter

• Propósito/Resultado: este tipo de definição é útil quando não se quer

definir as atividades de forma detalhada, mas sabe-se o objetivo do

processo (propósito) e os resultados que este deve produzir;

• Atividades: esta é a abordagem mais comum, onde são descritas as

atividades e suas inter-relações, bem como a sequência de execução

de cada atividades. A descrição deve conter:

o
o

o Procedimentos e métodos para execução das

atividades

o Ferramentas que darão apoio à execução das

atividades

o O perfil adequado de quem irá executar as

atividades e qual o treinamento requerido

o Quais as métricas de processo que serão usadas

para avaliar a qualidade do processo

Outro conceito importante e que ajuda a empresa a evoluir e garantir que

seus processos apoiem seus objetivos de negócio é o de Melhoria Contínua,

a figura abaixo representa a estrutura de Florac e Carleton, 1999.

Por isso, a importância de definir objetivos estratégicos e, principalmente,

como obter informações dos processos (indicadores) capazes de identificar

o quanto dos objetivos estratégicos estão sendo atendidos.

Os processos devem ser construídos e medidos conforme o alinhamento

estratégico estabelecido e apoiado pela Alta Direção.

Um conceito fundamental e destacado nesta versão mais atual da norma é

o Planejamento Estratégico, e então por onde começar este planejamento

estratégico?

o Diagnóstico inicial da situação do negócio

o Definição da estrutura de apoio

o Definição das autoridades e responsabilidades sobre a

priorização
o (Re)avaliação e (re)definição das políticas organizacionais

Abaixo segue uma figura dos principais passos para a elaboração de

um Planejamento Estratégico.

O que então devemos fazer no Diagnóstico do Negócio:

o Garantir que existam objetivos estratégicos e/ou de negócios

claramente definidos e disponíveis aos interessados;

o Fazer um Benchmarking como o objetivo de analisar a

maturidade de uma organização ou a capacidade de seus

processos. Podemos considerar alguns modelos para avaliação

de processos, como por exemplo: ISO 9001, CMMi, MR MPS.BR,

ISO 20k, ISO 29110

o Verificar se existem indicadores de desempenho

o Verificar se existem fatores críticos de sucesso

o Os retornos financeiros esperados estão baseados em modelos

O que então devemos fazer no Diagnóstico Interno:

• Entender como funciona a organização

• Verificar se existem frameworks e/ou processos implementados

• Verificar se existem condições favoráveis para a implantação do que é

necessário para alcançar os objetivos de negócio

• Verificar se existem recursos disponíveis para condução detalhada do

diagnóstico interno

O que então devemos fazer no Diagnóstico Operacional:

• Realizar o GAP Analysis detalhado de cada operação considerando o

Benchmarking levado em consideração no Diagnóstico de Negócio.


Espero ter ajudado no entendimento do que é a ISO e como ela pode

contribuir positivamente para a gestão de qualidade e processos na sua

organização.

Caso queiram saber mais sobre esta norma e como fazer para iniciar o

processo de certificação, deixe um comentário abaixo ou entre em contato

com a ProMove!

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