Para quem quer mais detalhes, confira aqui a matéria na íntegra:
1- O que caracteriza uma pessoa como um bom
líder?
Poderia citar inúmeros adjetivos que caracterizam um
bom líder, e existem, mas o que impacta de fato é o
quanto o discurso do líder condiz com suas atitudes
praticadas na gestão. Se o líder fizer essa
autoanálise, conseguir perceber se suas atitudes são
reflexos dos valores que acredita para ser um bom
líder, isso servirá como um termômetro. Falo isso,
porque é comum as pessoas terem objetivos e não
terem um plano coerente para execução das ações a
fim de alcançá-los, e muitas das vezes não priorizam
estabelecer os valores e princípios que vão nortear
essa conquista. Relaciono isso com uma frase de um
filósofo e economista - Adam Smith, que diz seguinte:
“A ambição universal do homem é colher o que nunca
plantou”. Então, qual o resultado da liderança que
você quer colher? Plante-a! Se conseguir isso, seu
exemplo irá inspirar pessoas.
2- A pessoa assumiu o cargo e não sabe o que
fazer. Qual o primeiro passo?
Toda liderança existe através da necessidade de
gerenciar, e gerenciar algo de muito valor, porém
imensurável, pessoas. Ao assumir um cargo de
gestão, o primeiro passo é investir tempo em
conhecer a equipe que irá trabalhar “com você” e não
“para você”. E quando me refiro em conhecer, não falo
de saber aquelas informações básicas de
apresentações, mas conhecer cada um na sua
especificidade, na sua individualidade. Saber sua
trajetória profissional, seu perfil de trabalho, suas
conquistas profissionais, as lições aprendidas,
valores escolhidos e seus sonhos e ideais, para que
através desse conhecimento o líder possa integrar as
pessoas a um objetivo em comum, e potencializar as
qualidades individuais para desenvolver um bom
trabalho e sinergia na equipe.
3- Quais dicas você pode dar para aquele que
busca ser um bom líder?
Primeiro de tudo, o bom líder ama não só o que faz,
mas ama pessoas. Sempre que inicio uma aula de
gestão faço a seguinte afirmação: Se você busca
trabalhar gerindo pessoas e recursos humanos, você
precisa amar o que é vital para o sucesso de um
negócio “as pessoas”. O ser humano é subjetivo com
características peculiares, não tem uma fórmula
matemática para tratar todos da mesma maneira. Por
isso a complexidade de “Gerir Pessoas”, mas se você
partir deste princípio e lembrar que você também é
um ser humano ficará mais fácil ter algumas atitudes
para ser um bom líder. Outro ponto importante é o
líder se ver como parte integrante da equipe e não a
parte dela. Buscar práticas como conhecer rotinas e
processos, observar, ter macro visão, ter
imparcialidade nas análises promovendo cultura de
fatos e dados, saber ouvir (dar atenção às pessoas),
paciência, respeito, ser acessível a sua equipe, ter
inteligência emocional e como premissa ter ética na
condução de suas ações.
4- Quais os principais erros cometidos por
aqueles que acham que são bons líderes, mas
que na verdade não são?
Um dos principais erros cometidos é o líder não ter
um planejamento claro referente ao desenvolvimento
da sua equipe em autonomia e sucessores. Apesar de
o comprometimento ser uma atitude esperada nos
profissionais, há algo implícito quando se trata do
comprometimento no papel de líder, a expectativa é
de que ainda que aconteçam mudanças e ocorra
ausência do líder, a equipe esteja preparada para
conduzir suas atividades com foco, domínio e
autonomia atingindo as metas estabelecidas. E caso
essa ausência seja definitiva, a alta administração
deveria ter um plano de contingência e/ou de
sucessão, sugerido previamente pelo líder, servindo
como base para tomadas de decisão.
5- O que os líderes não devem fazer em
hipótese alguma?
Alguns comportamentos que o líder não deve
cometer:
 1. Permitir falta de conduta ética na sua equipe
de trabalho;
2. Ser ouvinte de comentários destrutivos dos
seus colaboradores sobre seus colegas de
trabalho;
Exatamente, muitas vezes o líder, como prática
da gestão, se propõe em ouvir o que os
colaboradores têm para contar sobre os
acontecimentos na sua ausência, porém isso
pode acabar tornando-se uma armadilha. É
preciso perceber quando essa prática se
transforma em “fofoca” para não permitir que ela
cresça, buscando conscientizar os
colaboradores, que toda organização ao
deparar-se com problemas, precisa ter
possibilidades de soluções para assim
resolvê-los;
3. Não administrar os conflitos, pois se há
conflito é porque houve divergência ou distorção
no foco e objetivo proposto à equipe. Existem
várias situações de conflitos, erro ou falta de
comunicação é uma das principais causas,
todavia é importante ressaltar que todo conflito
bem gerido, contribui para crescimento pessoal e
profissional do indivíduo tirando as pessoas da
zona de conforto causando mudança e
desenvolvimento;
6- A pessoa já é líder, mas está inseguro no seu
cargo, sem saber se os seus colaboradores o
acham um bom líder. O que ela pode fazer para
ter uma avaliação sobre o seu trabalho como
líder?
Há várias ferramentas para fazer essa avaliação e a
sugestão é que os líderes as usem
concomitantemente:
1. Ter conhecimento de indicadores como:
Absenteísmo, Acidentes de Trabalho, Índice de
entrada, Índice de saída, Índice de rotatividade
(Turnover) e Investimentos em treinamentos;
2. Pesquisa de Clima Organizacional: é possível
verificar com a área de Recursos Humanos qual
a projeção e viabilidade para realizar a pesquisa
na empresa. Essa pesquisa mostrará qual o
índice de satisfação do colaborador para com a
empresa em vários âmbitos, inclusive liderança;
3. Avaliação de Desempenho: há métodos
formais de avaliação de desempenho, neste caso
vou citar a avaliação 180º, onde o gestor avalia o
subordinado, o subordinado se autoavalia e
também avalia seu superior e tudo através de um
formulário padrão, que normalmente é
estabelecido pela área de Recursos Humanos ou
a empresa juntamente com o gestor pode
viabilizar essa prática contratando serviços de
Consultoria de RH que auxilia na elaboração da
ferramenta adequando à realidade do negócio.
4. Prática de feedback: Gosto muito da frase do
Mario Sergio Cortella em A Arte de Liderar onde
ele fala o seguinte: "Elogie em público e corrija
em particular. Um líder corrige sem ofender e
orienta sem humilhar." Esse é um ponto
importante a considerar, pois o feedback eficaz é
aquele que é realizado individualmente, em um
local adequado e reservado, tem freqüência,
manutenção e qualidade de tempo. O líder que
faz isso constrói uma relação de confiança,
fazendo com que seu colaborador tome
conhecimento tanto de suas potencialidades
como também de suas limitações, a fim de
construir em conjunto um plano de
desenvolvimento, podendo assim o colaborador
expor suas percepções quanto ao desempenho.
E nesta relação o líder alcançará a avaliação
sobre o seu trabalho.
7- Existem ferramentas que podem auxiliar um
líder melhorar cada vez mais sua liderança? Cite
algumas e explique-as (exemplos: livros, cursos,
softwares, planilhas, etc).
As leituras de livros e artigos sobre gestão, bem como
os Tipos de Gerações (baby bommers, X, Y e Z),
pesquisas de Cases no site da “ESPM” e fazer cursos
são imprescindíveis para uma carreira de gestão.
Cursos de Técnicas e Desenvolvimento de Liderança
e Administração de Conflitos que o Senac oferece são
excelentes. Poderia citar muitos livros bons, mas
segue uma relação que irá enriquecer muito:
Comportamento Organizacional – autores:
Stephen P. Robbins, Timothy A. Judge, Filipe
Sobral, a edição 14º trata a Teoria e Prática no
contexto Brasileiro; O verdadeiro poder – autor:
Vicente Falconi; Monge Executivo – autor: James
C. Hunter; Liderança em foco – autores: Mario
Sergio Cortella, Eugenio Mussak e Ética e
Vergonha na cara – autores: Mário Sergio
Cortella, Clóvis de Barros Filho.
8- É possível falar que existem diferentes tipos
de líder? Comente.
Há sim, mas é importante o líder fazer uma pergunta
para si mesmo: Qual tipo de líder eu quero ser? E o
que falta em mim para ser esse líder? Existem muitas
teorias sobre os estilos de liderança e ao
compreender os estilos é possível nomear o tipo de
líder. A teoria mais conhecida trata-se da divisão que
se faz entre o líder democrático, autoritário, liberal e
situacional.
 Democrático: almeja a participação de todos
na equipe, incentivando e orientando. Sabe ouvir as
opiniões da equipe e define junto com ela os objetivos
desejados e as tarefas a serem realizadas;
Autoritário – domina e determina o plano e o
que será executado pela equipe, buscando a
obediência por partes dos colaboradores, esse
comportamento se assemelha ao antigo "chefe". Isso
ocorre quando o líder percebe que a equipe está
imatura no que refere à cultura organizacional,
principalmente quanto aos valores estabelecidos pela
organização;
Liberal – o liberal participa minimamente do
processo. A equipe possui total liberdade para definir
diretrizes e formas da execução do plano, isso é bem
aplicável em equipe com profissionais experientes e
com comportamento autônomo;
Situacional – uma liderança que transita
pelos três estilos anteriores, se ajusta ao perfil da
equipe sob condições variadas, podendo ser
determinado pelas circunstâncias, capacidade de
comunicação e também os traços de personalidade,
pois compreende-se que para cada perfil e situação é
necessário adequar o tipo de liderança.
9- A aparência, neste caso, também importa?
Comente.
Não digo a aparência, mas o cuidado pessoal que o
líder tem consigo mesmo. Quando falo de “Cuidados
Pessoais” refiro-me também a autoestima e, de certa
forma, o nível de importância e respeito que tenho
para com as pessoas do meio social. Claro, que a
realidade de trabalho de cada líder condiz com o tipo
de atividade de cada negócio, porém em todos os
casos o asseio pessoal é fundamental. Um exemplo
simples: quando uma pessoa tem um encontro, e se
esse encontro for de grande importância para si, esta
pessoa irá apresentar-se da melhor forma possível.
10- Cite exemplos de bons líderes conhecidos
nacional e internacionalmente e por que são
considerados bons líderes. Citarei exemplos de
bons líderes conhecidos nacionalmente e
internacionalmente:
Roberto Justus – presidente do Grupo
Newcomm, um dos maiores conglomerados de
comunicação do mundo, defende como valor
Divulgação: KMS Comunicação
Link da entrevista publicada: http://www.jornaldeguara.com.br/como-ser-um-bom-lider/
Suélen de Carvalho Vieira
Psicóloga e Docente na área de Gestão & Negócios
scv.suelenvieira@gmail.com
fundamental conduta ética nos negócios,
disciplina, macrovisão de tudo o que acontece,
foco e objetivos bem definidos;
Vicente Falconi – Consultor de empresas há mais
de 30 anos, atua na área de Gestão de empresas
do Brasil, propondo métodos práticos em seus
livros como o Gerenciamento da rotina do
trabalho do dia-a-dia e Gerenciamento pelas
Diretrizes entre outros, tendo muitos clientes na
sua trajetória sendo eles participantes da lista de
líderes com melhores reputações como Jorge
Gerdau (Empresa Gerdau);
Jeff Bezos – fundador e CEO da Amazon.com
apresenta uma visão de futuro, foco no cliente,
disposição para inventar e experimentar o que
ainda não existe e uma de suas filosofias é
comparar “missionários” com “mercenários”,
pois acredita que o mercenário gasta toda sua
energia para alcançar a recompensa, já o
missionário a recompensa está em fazer melhor
sempre e a cada dia;
É interessante que a pessoa que está buscando ser
um bom líder, faça pesquisas sobre líderes que são
influentes, analisar o perfil e ações de cada um com
objetivo de conhecer as melhores práticas e criar
assim sua filosofia de liderança. Vale lembrar líderes
que impactaram a história e até hoje são
considerados exemplos de liderança como Jesus
Cristo, Nelson Mandela, Martin Luther King, Walt
Disney e Getúlio Vargas entre outros.
11- Complemente com informações que achar
importante citar.
Importante salientar um assunto muito discutido
atualmente que é a Gestão de Mudanças, pois
vivemos num mundo globalizado que gera mudanças
constantes sendo necessário o líder saber lidar
estrategicamente com as mudanças bem como
gerenciá-las.
Há uma grande tendência do comportamental
humano que é resistir às mudanças, porém elas
sempre vão existir por isso um grande diferencial é
trabalhar adaptação ao cenário de mudança e a
resiliência.