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Elementos de apoio
1ª parte
Elaborados por
Benedita MacCrorie
Março de 2018
(Este texto destina-se ao uso exclusivo dos alunos como apoio ao seu estudo. Trata-se de uma versão
provisória, de uma parte de um livro em preparação, não devendo, por isso, ser citado ou utilizado para
qualquer outro fim.)
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Direitos Fundamentais
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1. O Estado como berço da noção de direitos fundamentais.
- Que direitos?
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Por isso, a historiografia mais recente põe em causa a
coerência do programa liberal e do movimento constitucional com
que ele se identifica: o liberalismo como o “primado dos direitos
sobre o direito” – a constituição de liberdades individuais.
LEITURAS RECOMENDADAS:
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-As gerações de direitos
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Finalmente, os direitos de terceira geração abrangem o
direito dos povos à autodeterminação, o direito ao
desenvolvimento e o direito ao ambiente
- Novos direitos
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Esta compreensão geracional dos direitos não é isenta
de críticas. Ela indicia que os direitos das novas gerações se
substituem aos da geração anterior e não é assim. A evolução do
acervo de direitos reconhecidos como fundamentais tem
obedecido a uma lógica de acumulação e não de substituição.
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Variedade – o leque abre-se e acrescentam-se novas
dimensões e sentidos ao sistema – que se torna cada vez mais
complexo e multi-funcional.
LEITURAS RECOMENDADAS:
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2. A importância actual dos sistemas de protecção internacional –
regionais e universais.
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de elaborar no quadro das Nações Unidas, como particular
destaque para os Pactos Internacionais sobre Direitos Civis e
Políticos e sobre Direitos Económicos, Sociais e Culturais, ambos
de 1966.
LEITURAS RECOMENDADAS:
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• Antonio Cassese, International Law, 2ª edição, Oxford, Oxford
University Press, 2005, p. 375-396.
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3. O sistema constitucional de direitos fundamentais
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O processo de consagração dos direitos fundamentais ao
nível internacional também se ressentiu destas distinções – aqui o
problema não foi “geracional”, mas geopolítico.
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Humanos, globalmente, de forma justa e equitativa, no mesmo pé
e com igual ênfase. Embora se deva ter sempre presente o
significado das especificidades nacionais e regionais e os diversos
antecedentes históricos, culturais e religiosos, compete aos
Estados, independentemente dos seus sistemas políticos,
económicos e culturais, promover e proteger todos os Direitos
Humanos e liberdades fundamentais.”. Esta declaração tem sido
repetida posteriormente inúmeras vezes, mas, no plano do direito
internacional geral, esta igualdade e equiparação entre os direitos
ainda parece estar longe.
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Assim, além dos direitos fundamentais “em sentido
formal” ou tipificados no catálogo, temos ainda direitos
fundamentais dispersos na Constituição, ou seja, direitos
fundamentais constitucionais, mas que se encontram previstos fora
da parte I, sendo assim direitos fundamentais dispersos, temos
direitos fundamentais extra-constitucionais, de fonte internacional
ou legal.
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As normas de direitos fundamentais previstas na CRP
dividem-se em normas relativas a direitos, liberdades e garantias
(DLG) (artigos 24.º a 57.º da CRP) e normas relativas a direitos
económicos, sociais e culturais (DESC) (artigos 58.º a 79.º da
CRP). Esta distinção marca de modo acentuado o regime aplicável
aos direitos fundamentais. Não se trata de uma mera questão de
arrumação dos direitos em categorias, uma vez que esta distinção
tem consequências práticas significativas: por um lado, implica o
reconhecimento de um regime mais protector, estabelecido na
CRP para os direitos, liberdades e garantias; por outro lado,
também releva do ponto de vista da protecção judicial dos direitos,
havendo meios específicos de protecção de direitos, liberdades e
garantias, que excluem os direitos económicos, sociais e culturais.
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constitucionalmente reconhecidas que, no domínio das relações
gerais entre o Estado e o indivíduo, elevam o bem, a posição ou a
situação por ele tutelada à qualidade de limite jurídico-
constitucional à actuação dos poderes públicos. Significa, por
outro lado, já no plano das relações entre os poderes públicos,
que os bens, posições ou situações tuteladas pelos direitos
fundamentais são retirados da plena disponibilidade decisória do
poder político democrático, sendo a sua garantia atribuída, em
última análise, à justiça constitucional. (...)
Assente aquele reconhecimento [de que os direitos
sociais são direitos fundamentais], ele não pode prescindir da
atribuição da devida relevância à especificidade que os direitos
fundamentais apresentam no sistema dos direitos fundamentais.
Designadamente, há que dar a devida relevância ao facto de os
direitos sociais (...) serem ainda sujeitos a uma reserva do
financeiramente possível e, logo, das margens de decisão e
apreciação que (...) cabem ao legislador democrático e ao poder
judicial” (Reis Novais, Direitos sociais, 251-253).
- Artigo 12º
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mesmos termos e com a mesma amplitude que se aplica às pessoas
físicas.)
- Artigo 13.º
- Artigo 14.º
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também por aqueles que residam no estrangeiro, nos termos
previstos na CRP e na lei.
- Artigo 15.º
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cidadãos de Estados de língua portuguesa (estatuto de que, neste
momento, só os cidadãos brasileiros podem beneficiar – número
3).
LEITURAS RECOMENDADAS:
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4. O regime específico dos direitos, liberdades e garantias.
- Regime material
- Aplicabilidade directa
O n.º 1 do artigo 18.º estabelece que os direitos,
liberdades e garantias são directamente aplicáveis e vinculam as
entidades públicas e privadas. Assim sendo, este regime material
específico consubstancia-se, em primeiro lugar, na aplicabilidade
imediata, o que significa que os preceitos constitucionais vinculam
todos os órgãos ou agentes do poder sem necessidade de mediação
legislativa.
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(Ver, sobre esta matéria da aplicabilidade directa, em
particular, Vieira de Andrade, Os Direitos Fundamentais, p. 191-
205).
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O legislador tem um papel essencial na protecção dos
direitos fundamentais, através de leis que podem ampliar, ordenar
e concretizar o gozo e o exercício de direitos fundamentais.
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Constituição tem uma expressão mais intensa quando se trata de
normas relativas a direitos, liberdades e garantias.
- Vinculação da Administração
LEITURAS RECOMENDADAS:
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-Vinculação das entidades privadas aos direitos
fundamentais.
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(posições dualistas), abrangendo nós aqui a tese da eficácia
mediata e a tese dos deveres de protecção.
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Um dos critérios fundamentais a ter em conta nessa
ponderação é o grau de desigualdade fáctica entre as partes.
Quanto mais uma das partes da relação se encontre numa posição
de supremacia, maior será a sua vinculação ao respeito do direito
fundamental em causa. Entre iguais, a regra deve ser o princípio
da liberdade.
LEITURAS RECOMENDADAS:
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• Benedita MacCrorie, A Vinculação dos Particulares aos Direitos
Fundamentais, Coimbra, Almedina, 2005.
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-As restrições de direitos, liberdades e garantias.
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por enfrentar o problema da determinação do âmbito de protecção
dos direitos.
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impor medidas de vacinação obrigatória em caso de epidemia
(por violação do art. 25.º, n.º 1), que permitissem a um corpo
policial ou de bombeiros entrar, sem autorização, no domicílio de
alguém em caso de incêndio (por violação do art. 34.º) ou que
proibissem um culto religioso que envolvesse a prática de crimes
(por violação do art. 41.º, n.º 1) (…).”
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- Princípio da proporcionalidade
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- Necessidade de as restrições terem carácter geral e
abstracto
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fundamentais e, consequentemente, para a limitação dos poderes
de restrição dos direitos fundamentais.
- Regime orgânico
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Finalmente, a alínea d) do art. 288.º da CRP integra os
direitos, liberdades e garantias como limites materiais de revisão
constitucional. No entanto, tal não significa que não se possa
alterar de forma alguma a parte da Constituição que os consagra.
Não são os preceitos constitucionais em si que são irrevisíveis,
mas o sentido dos princípios ou normas que visam proteger (veja-
se, por exemplo, as alterações introduzidas por revisão
constitucional nos artigos 33º e 34º, admitindo a extradição de
nacionais em situações excepcionais e admitindo a entrada no
domicílio durante a noite para repressão de criminalidade grave).
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proporcionalidade. Os direitos em conflito hão-se ser sacrificados
apenas na estrita medida do que se revele necessário para permitir
a realização do direito conflituante.
LEITURAS RECOMENDADAS:
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