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Universidade Federal Fluminense

Faculdade de Veterinária
Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Agrossócio Ambiental Sustentável – MZO

Ezoognósia: morfologia dos


equinos e as principais raças
brasileiras

Autores:
Profa. Carla Aparecida Florentino Rodrigues – UFF
Bruna Leal Rodrigues – aluna da UFF
Hugo Leandro Azevedo da Silva– aluno da UFF
Raiana Sancho Ladeira – aluna da UFF

Niterói, 2009

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Índice

I. Introdução ......................................................................................................... 3

II. Exterior dos Equinos ......................................................................................... 7

III. Aparelho locomotor e Aprumos dos Equinos ................................................... 24

IV. Idade dos Equinos ........................................................................................... 38

V. Marcas e Peculiaridades Especiais ................................................................... 44

VI. Pelagem dos Equinos ....................................................................................... 54

VII. Taras, Fraudes e Vícios dos Equinos ......................................................... 67

VIII. Resenha ..................................................................................................... 70

IX. Principais raças de eqüinos ............................................................................. 76

X. Referências Bibliográficas ............................................................................... 119

2
I. INTRODUÇÃO

1. Definições

É o ramo da Zootecnia que estuda a CONFORMAÇÃO EXTERNA dos animais


domésticos, apreciando as belezas e defeitos, para a conseqüente avaliação do mérito de
cada indivíduo.
É o estudo da MORFOLOGIA EXTERNA dos animais em função de suas atividades
econômicas.
Está relacionada à arte de JULGAR ou APRECIAR os animais.
Exame minucioso das partes EXTERIORES dos animais, avaliando comparativamente
os caracteres MORFOLÓGICOS-FUNCIONAIS.
Para o seu estudo se requerem noções gerais de ANATOMIA, FISIOLOGIA,
MECÂNICA e PATOLOGIA.
As pessoas deverão apresentar espírito OBSERVADOR.
O olho humano é a ferramenta mais antiga de seleção dos animais que atendam às
características desejadas pelo homem, sendo o instrumento integrador de informações
que são obtidas através de imagens.

2. Forma e função

O julgamento dos animais com base no exterior se apóia principalmente na existência


de uma associação entre a FORMA do indivíduo e a FUNÇÃO por ele desempenhada.
Esta correlação entre a forma e função resulta em última análise no TIPO.
Em zootecnia, quando se menciona apenas o TIPO, subentende-se a SOMA DOS
ATRIBUTOS MORFOLÓGICOS EXTERNOS que indicam a tendência do animal para
determinada produção.
A história relata que as observações dos primeiros agricultores levaram à dedução de
que certas características morfológicas externas eram desejáveis nos animais realizando
funções específicas, como a de produzir leite, carne e trabalho.

3. Importância prática

No melhoramento do rebanho, a ezoognósia nos ensina a identificar a caracterização


racial dos animais e reconhecer os atributos morfológicos de importância econômica.
Nas transações comerciais, toda vez que um animal é comprado ou vendido, entra em
cena o seu JULGAMENTO, ou a APRECIAÇÃO DOS SEUS MÉRITOS. Em nosso
meio, a maioria dos animais é ainda negociada com base em sua APARÊNCIA
EXTERNA, de tal sorte que o indivíduo, tendo bom conhecimento sobre o padrão racial
ou as características de bom tipo, leva decisiva vantagem sobre aquele que não os tem.

3
Interessa muito ao zootecnista, agrônomo ou veterinário, pois além de lhes conferir a
maior soma de conhecimentos sobre sua especialidade, lhes dá maior proficiência na
profissão, consolidando-lhes as reputações como técnicos junto aos criadores.

4. Arte do julgamento

Julgamento: a arte de determinar as qualidades de um animal, comparando-as ao tipo


ideal ou a um padrão reconhecido a partir da observação cuidadosa e metódica d e seu
exterior.
Características MORFO-FISIOLÓGICAS dos animais estão relacionadas com o estado
de SAÚDE e TEMPERAMENTO.

5. Características Morfológicas e Fisiológicas

5.1. Características Morfológicas

a) Pelagem – padrão da raça, está relacionada com o clima


Clima tropical – pele pigmentada e pêlos mais ou menos claros
b) Espessura da pele
Clima quente – pele fina
Gado de corte – pele solta com abundante tecido frouxo subcutâneo
Gado de leite – pele macia e elástica
c) Cor das mucosas
Raças – mucosas exteriores é um fator importante de pureza
d) Textura dos pêlos – forma, grossura e comprimento
Clima quente – pêlos curtos
e) Chifres – presentes ou ausentes
Tamanho, inserção, cor, conformação e direção
f) Conformação – características das raças
Cabeça, orelhas, pescoço, garupa e membros

5.2. Características Fisiológicas

a) Constituição orgânica – resistência do animal contra a ação do clima, alimentação


imprópria, infecções
 ROBUSTA – cabeça larga, olhos expressivos, corpo e pescoço cheios, pêlos
com cobertura regular e aparência de saudável

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 SECA – cabeça moderada, olhos vivos e orelhas alertas, corpo enxuto
 GROSSEIRA – cabeça grande e pesada, olhos com pálpebras grosseiras, corpo
não harmonioso
 DÉBIL – cabeça estreita, olhos apagados e orelhas finas, tórax pouco
desenvolvido

b) Temperamento - São reações psíquicas que os animais esboçam devido à estímulos


externos.
 VIVO, NERVOSO: de grande sensibilidade e reações imediatas aos estímulos
externos – olhos e orelhas alertas, movimentos rápidos – raças especializadas em
velocidade.
 ENÉRGICO: reação intensa aos estímulos exteriores mediante atos voluntários,
o animal passa rapidamente do estado de repouso para a ação – animais de
tração (formas arredondadas)
 LINFÁTICO, CALMO: reações lentas e tardias aos estímulos exteriores – olhos
apagados, orelhas relaxadas, movimentos lerdos – animais produtores de leite e
carne.
 FLEUMÁTICO: semelhante ao calmo e mais relacionado aos animais
produtores de carne.

c) Prolificidade

É um atributo hereditário e está relacionada à produção de muitos filhos.

d) Precocidade

É a característica que as raças têm de atingirem seu completo desenvolvimento antes do


tempo normal requerido pela espécie.
Para isso é necessária alimentação abundante e apropriada, principalmente nas primeiras
fases de desenvolvimento do animal, quando sua capacidade de aproveitamento é maior.
As vantagens são maiores nos animais de corte, na qual poderá haver uma economia de
2 anos no crescimento dos bovinos, diminuindo o gasto de alimentos, riscos de morte,
espaço e número de instalações.
Um índice de precocidade está na tábua dentária, sendo a evolução mais rápida nos
animais precoces. A muda dos bovinos precoces pode completar-se aos 3 anos,
enquanto nos animais tardios ocorrerá aos 5 anos.

5.3. Instinto

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É psíquico e hereditário, sujeito a variações. Tais atos são geralmente úteis para
conservação do indivíduo e da espécie.
A qualidade materna não é resultante apenas do instinto, mas também das qualidades
leiteiras e do temperamento.
O instinto da imitação e outras são úteis no adestramento: experiência e memória.
Instinto de orientação depende da memória.
O apego e a aversão ao homem e a outros animais.

6. Estado de Saúde

BOM ESTADO DE SAÚDE – funcionamento normal dos órgãos e não apresentar


moléstias que o inutilizem ou debilitem.

ANIMAL SADIO - pêlos finos e brilhantes; pele macia; movimentos livres e fáceis;
atento; cabeça levantada; orelhas atentas; olhos limpos, brilhantes e vivos; conjuntiva
rósea; ponta do nariz úmida e fresca; ventas limpas, abertas e com mucosas róseas.

ANIMAL DOENTE – prejudica seu desempenho e aproveitamento econômico como


produtor e reprodutor.
Pêlos arrepiados e ásperos; pele seca; movimentos pesados, andar vagaroso e vacilante;
indiferente aos ruídos; cabeça abaixada; orelhas caídas e desatentas; olhos tristes,
lacrimejantes; mucosas pálidas; ponta do nariz seca e quente, ventas com corrimento.

7. Conceitos Zootécnicos

a) BELEZA – Zootecnicamente, não possui apenas o sentido estético, também baseia-se


na função e segue os padrões de cada raça. Pode ser absoluta, quando é desejável em
qualquer animal, independente de espécie e raça (por exemplo, boa visão e bons
aprumos), ou relativa, que é ligada aos padrões de cada raça.
b) DEFEITO – Não adaptação de uma região ou órgão para o desempenho de sua
função. Pode ser absoluto, quando não há compensação para a sua função, ou relativo,
quando é compensável. Exemplo: o cavalo puro sangue inglês tem função de corrida, e
a fratura de um membro é um defeito absoluto para corrida e relativo para a reprodução.
Podem ser congênitos, genéticos ou adquiridos.
 Congênito – Malformação ainda na vida uterina, por diversos fatores. Exemplos: lábio
leporino, duas cabeças, etc.
 Genético – São transmitidos através das gerações. Exemplos: criptorquidismo,
hérnias.
 Adquirido – Por ação do meio. Exemplos: fraturas.
c) QUALIDADES

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Docilidade, adaptabilidade, etc.
Exemplo - Quarto de Milha:
Extrema docilidade, conseguindo partidas rápidas, paradas bruscas, grande capacidade
de mudar de direção e enorme habilidade de girar sobre si mesmo.
É adaptável a qualquer situação, transformando-se em instrumento de força, transporte e
excelente nas provas equestres, sendo considerado o cavalo mais versátil – modalidades
de conformação, trabalho e corrida.
d) RAÇA – Indivíduos com características semelhantes que são transmitidas à
descendência. A pureza racial está ligada à quantidade de gens em homozigose – por
exemplo, cruzando um individuo da raça A com um individuo da raça B, se os filhotes
forem mais semelhantes a A, significa que este individuo é mais puro racialmente, pois
possui maior número de gens em homozigose.
e) REGIÕES PARES – Orelhas, olhos, narinas, membros. É desejável que sejam
simétricos.
f) REGIÃO SECA – Enxuta, sem acúmulo de gordura.

II. EXTERIOR DOS EQUINOS

Regiões zootécnicas

 Cabeça
 Pescoço
 Tronco
 Membros

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Cavalo – CARACTERÍSTICAS GERAIS

 Temperatura = 37,5 a 38,5 ºC


 Pulsações normais (animal em descanso) = 28 a 42/min
 Respiração normal (animal em descanso) = 8 a 15/min
 Altura Média = 1,50m a 1,60 m
 Peso médio = 330 kg a 550 kg
 Tempo de vida = até 30 anos
 Vida últil = 4 aos 20 anos
 Gestação = 11 meses ou 336 dias
 Alimentação = capim e ervas quando no pasto. Os cavalos também são alimentados com ração
industrializada, milho e farelo.

Descrição geral:

Os Eqüídeos são animais de talhe médio, cabeça fina e alongada, pescoço musculoso e pernas
delicadas. Seus olhos mostram-se grandes e vivos, as orelhas pontudas e móveis e as narinas muito
abertas. O corpo, bastante arredondado, apresenta-se coberto de pêlo curto e liso que se alonga na
cauda e na tábua do pescoço, onde forma a crina. O esqueleto é caracterizado pelo crânio longo, do
qual a caixa craniana ocupa apenas um terço, sendo o resto constituído pela face.

REGIÕES DO CORPO

As regiões do corpo do cavalo, em Exterior, são divididas em quatro partes: CABEÇA, PESCOÇO,
TRONCO e MEMBROS.

1. CABEÇA

A CABEÇA deve ser harmônica com o restante do corpo, não deve ser pesada pois desloca o centro de
gravidade do cavalo para frente, tirando o equilíbrio. Ela deve formar com o eixo do pescoço um
ângulo de 90o e com a horizontal um ângulo de 45o. A inserção da cabeça com o pescoço deve ser
através de uma leve depressão na região das parótidas, formando um conjunto harmônico.

a) Face Anterior
 Fronte b) Extremidade superior
 Chanfro  Nuca
 Focinho  Garganta
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 Parótida d) Faces posterior
 Fauce
c) Faces laterais  Ganacha
 Olhal  Barba
 Olho
 Bochecha
 Narina e) Extremidade Inferior
 Orelha  Boca
 Fonte

1. fronte (testa) e topete


2. fonte
3. olhal
4. olho
5. chanfro
6. narina
7. lábios
8. orelha
9. nuca
10. parótida
11. garganta
12. chato da bochecha
13. ganacha
14. bolsa da bochecha
barba

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1. Orelha
2. Olhal
3. Olho
4. Chafro
5. Narina
6. Boca
7. Nuca
8. Topete
9. Fonte
10. Fronte
11. Pálpebra
12. Bochecha
13. Ponta do focinho

2. PESCOÇO

1. Crineira e bordo superior


2. Bordo inferior
3. Faces Laterais - tábua

PESCOÇO - região compreendida entre a cabeça e o tronco. Deve ter uma forma piramidal
triangular. Cranialmente, o pescoço delimita com a cabeça e caudalmente, com a cernelha,
espádua e o peito. Apresenta as duas faces laterais, conhecidas como “tábuas do pescoço”;
uma borda dorsal, a região da crineira e uma borda ventral.
O comprimento do pescoço deve ser igual ao da cabeça, sendo mais fino nos animais de sela e
curto e grosso nos animais de tração. Deve fazer um ângulo de 45o com a horizontal e 90o com
a espádua. Quando o pescoço é horizontal há uma sobrecarga nos músculos da região cervical,
forçando os membros dianteiros. Quando vertical, prejudica o andamento normal.

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3. TRONCO

O tronco é dividido em 6 faces.


a) Face Superior
 Cernelha
 Dorso d) Face Inferior
 Lombo  Cilhadouro
 Garupa  Ventre
 Virilha
b) Face Anterior
 Peito e) Face Posterior
 Inter-axila  Cauda
 Axila  Ânus
 Períneo
c) Faces Laterais  Órgãos genitais
 Costado
 Flanco
 Anca

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4-Cernelha 14-cilhadouro
5 e 6-lombo 15-ventre
7-anca 16-virilha
8-garupa 17-cauda
9-peito 18-órgãos genitais
10-interaxila
11-axila
12-costado
13-flanco

A - Face Dorsal ou Superior

Estão localizados: a cernelha, o dorso, o lombo e a garupa.


CERNELHA - região ímpar situada entre o pescoço e o dorso. Corresponde aos processos
espinhosos da segunda até a 13a ou 14a vértebra torácica. Ela deve ser alta, comprida, musculosa
e larga na base. Estas características são importantes para propiciar uma boa inserção dos
músculos do pescoço e da espádua.
DORSO - região ímpar, que segue a cernelha até o lombo. Deve ser curto para poder suportar
bem o peso e largo para contribuir para o arqueamento dos costados. Nos cavalos de sela ele é
ligeiramente inclinado de trás para frente. Dorso côncavo (lordose) e dorso convexo (cifose) são
defeitos.
LOMBO - região impar que segue do dorso até a garupa. Confunde com o dorso, sendo a região
chamada de dorso-lombo. É mais largo que o dorso e deve ter uma boa cobertura muscular para
promover uma união harmônica com a garupa.
GARUPA - região impar que delimita com o lombo e a cauda. A garupa deve ter um
comprimento semelhante ao da cabeça. Quando grande, corresponde a um maior comprimento
dos músculos traduzindo uma maior flexão dos mesmos. Quanto à inclinação, a garupa pode ser
horizontal, inclinada, oblíqua e derreada. A primeira proporciona uma maior amplitude do
movimento das pernas, é a garupa do cavalo Árabe. A inclinada apresenta um ângulo de
inclinação de 25 a 30o é desejável nos animais de sela, marchadores e de salto. A oblíqua tem
uma inclinação até 40o e é desejável nos animais de tração. A caída ou derreada apresenta
inclinação superior aos 40o e é indesejável

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fig.1 fig.2

fig.3

Fig.1 - Cavalo Gelderlander, raça holandesa em que a garupa retilínea horizontal é padrão.
Fig.2 – Cavalo da raça Holsteiner, exemplo de garupa inclinada.
Fig.3 – Cavalo da raça Bretão, exemplo de garupa obliqua.

B - Faces Laterais

COSTADOS - região par situada em cada lado do tronco. Delimita cranialmente com a espádua,
superiormente com a cernelha e o dorso e ventralmente com o cilhadouro e o ventre.
FLANCOS - região par situada lateralmente ao tronco entre os costados e a anca e as coxas.
ANCAS - região par situada à frente da garupa correspondendo a tuberosidade do íleo

C - Face Ventral

CILHADOURO - região impar localizada na parte cranial da face ventral. Limita cranialmente
com interaxila, caudalmente com o ventre e lateralmente com o costado.
VENTRE - região ímpar, compreendendo a face ventral do tronco. Cranialmente delimita com o
cilhadouro, caudalmente com as coxas e na lateral com o costado e parte inferior do flanco.

D - Face Cranial ou Anterior

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PEITO - região ímpar situada ventralmente ao pescoço e delimitando com a axila e interaxila e o
braço. Para os animais de tração o peito deve ter um grande desenvolvimento transversal,
abrigando uma grande massa muscular e uma maior abertura das patas dianteiras permitindo um
maior equilíbrio. Peito estreito é defeito indicando musculatura pouco desenvolvida e costado
achatado.
AXILA e INTERAXILA - axila - região par localizada entre a interaxila e o braço.

E - Face Caudal ou Posterior

CAUDA - região ímpar localizada na face posterior do tronco. É um apêndice constituído pelas
vértebras caudais e músculos coccígeos.
REGIÃO PERINEAL - nas fêmeas corresponde a região do anus e da vulva, nos machos a região
do anus e a base do pênis.

4. Membros

a) Regiões próprias dos anteriores  Canela


 Espádua  Boleto
 Braço  Quartela
 Codilho  Coroa
 Antebraço  Casco
 Joelho

b) Regiões próprias dos posteriores


 Coxa
 Nádega
 Soldra
 Perna
 Jarrete

c) Regiões comuns aos quatro membros

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19- Espádua
20- Braço
21- Codilho
22- Antebraço
23- Joelho
24- Canela
25- Boleto
26- Quartela
27- Coroa
28- Casco
29- Coxa
30- Nádega
31- Soldra
32- Perna
33- Jarrete

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A - Membro Anterior

ESPÁDUA - região par situada abaixo da cernelha, acima do braço, entre a base do pescoço e o
costado. Corresponde à escápula. Deve ser longa, bem dirigida, musculosa e de movimentos
amplos. Quando longa revela tórax alto e cernelha elevada. Nos animais de tração o volume dos
músculos é mais importante que o comprimento. Forma em média um ângulo de 55o com a
horizontal. Sendo oblíqua, permite movimentos amplos. Quando vertical, os movimentos
possuem amplitude menor, fazendo com que o animal flexione em demasia os joelhos.
BRAÇO - região par situada entre a ponta da espádua e o antebraço, sua base é o úmero. O
comprimento deve ser longo tanto no animal de sela quanto no de tração e a musculatura deve ser
forte.
CODILHO - região par situada entre o braço e o antebraço, sua base é o olécrano.
ANTEBRAÇO - região par situado entre o braço e o joelho, sua base é o radio e a ulna. Deve ser
longo, largo, musculoso e bem dirigido. Sendo comprido, o antebraço permite passadas amplas e,
quando curto, as passadas são altas e curtas.
JOELHO - região par situada entre o braço e a canela, sua base são os ossos do carpo. Deve ser
volumoso, seco e bem sustentado.
CANELA - região par situada entre o joelho e o boleto, sua base é o metacarpo. Deve ser bem
dirigida, curta, larga e de bons tendões.
BOLETO - região par situada entre a canela e a quartela, sua base é a articulação metacarpo-
falangeana. Deve ser espesso, largo e seco.
QUARTELA - região par situada entre o boleto e o casco, sua base é a primeira falange. Deve ser
volumosa, seca, flexível e bem dirigida. No galopador e no marchador ela é comprida e no
trotador e de tração deve ser curta. Procura-se que tenha a mesma inclinação da espádua.
CASCO - o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro do animal. Sua base é parte da
segunda e da terceira falange. Externamente o casco é constituído pela muralha, que é dividida do
centro para trás em; pinça, quarto e talão. A parte que toca o solo é constituída pela sola, que é
uma concavidade, da ranilha e das barras.

B - Membro Posterior

COXA - região par situada abaixo da garupa, acima da perna. Sua base é o fêmur. Deve ser longa
bem dirigida e musculosa.
NÁDEGA - região par situada atrás da coxa que vai da tuberosidade isquiática até o jarrete.
SOLDRA - região par entre a coxa e a perna, sua base é a rótula.
PERNA - região situada abaixo da soldra e acima do jarrete, sua base é tíbia. Deve ser longa
musculosa e bem dirigida. No corredor deve fazer um ângulo de 70o com a horizontal. Animais
com garupa muito inclinada geralmente tem perna inclinada. Perna inclinada apresenta amplitude
de movimento menor com menor rendimento, mas com maior potência e em conjunto com a

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garupa inclinada apresenta andamento mais macio, devido ao amortecimento do impacto do
membro no solo.
JARRETE - região situada entre a perna e a canela, sua base são os ossos do tarso. Deve ser
volumoso, seco de boa abertura.
CANELA - região comum ao membro dianteiro, cuja base é o metatarso. Deve ser curta larga e
espessa e de bons tendões.
BOLETO - região situada entre a canela e a quartela.
QUARTELA - sua base é a primeira falange. Não deve ter inclinação menor que a quartela do
membro anterior.
CASCO - semelhante ao membro anterior.

III. APARELHO LOCOMOTOR E APRUMOS DOS EQUINOS

1. APARELHO LOCOMOTOR

1.1. Anatomia dos Membros

a) Ossos
O membro posterior, logo abaixo da bacia ou pélvis, consiste do fêmur, da patela (correspondente
ao joelho humano), e depois de tíbia e fíbula, os quais ficam em posição paralela entre si. Em
seguida, o tarso ou jarrete‚ composto por seis ossos, dos quais o maior é o calcâneo, que forma a
ponta do jarrete e corresponde ao calcanhar humano. Em seguida, há o metatarso, com dois
metatarseanos acessórios, e as falanges, que compõem o sistema digital: primeira falange
(proximal), segunda falange (média), e terceira falange (distal); esta última é o osso do casco. No
casco existem ainda os ossos sesamóide distal e navicular. Entre o metatarso principal e a falange
proximal, estão os dois sesamóides proximais.
O membro anterior inicia na escápula, que se articula com o úmero. Este se encontra com os dois
ossos do antebraço, o rádio e a ulna. A extremidade proximal da ulna é o olécrano, que
corresponde ao cotovelo humano. Rádio e ulna se ligam ao metacarpo através de um conjunto de
oito pequenos ossos, os carpeanos (correspondentes ao pulso, no ser humano. Tal como no
posterior, no anterior o metacarpo tem dois metacarpeanos acessórios. A estrutura da parte
inferior do membro anterior é idêntica à do posterior.

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1. Escápula ou omoplata 17. Jarrete
2. Junta da espádua 18. Tíbia e fíbula
3. Úmero 19. Fêmur
4. Junta do cotovelo
5. Rádio
6. Pisiforme
7. Ossos cárpeos do joelho
8. Canela
9. Quartela comprida
10. Quartela curta
11. Ossos cuneiformes do pé
12. Boleto
13. Costelas
14. Cintura pélvica
15. Osso sesamóide
16. Metatarso rudimentar externo

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b) Articulações, ligamentos, tendões

As extremidades de cada osso longo são cobertas pela cartilagem articular, a qual forma
a movimentação das extremidades ósseas entre si praticamente livre de atrito. A
cartilagem também distribui sobre uma área mais ampla as forças e tensões às quais o
membro é sujeito, diminuindo o desgaste da estrutura. Toda articulação (junção entre
dois ossos) é formada por uma cápsula articular, que contém a bainha de cartilagem, a
membrana sinovial e o líquido sinovial.
As articulações são estabilizadas e conectadas entre si, ao esqueleto, e aos músculos
através de tendões, ligamentos e cápsulas articulares: os dois últimos conectam ossos
entre si, enquanto os tendões ligam músculos a ossos.
Tendões e ligamentos são compostos principalmente de colágeno.

26
c) Cascos

CASCO - o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro locomotor do cavalo.
O anterior é maior e mais oblíquo que o posterior.
O casco é uma parte insensível que tem a denominação de „escudo do pé‟ e indica que
esta função protetora necessita de uma completa estrutura anatômica para que, por
muito tempo, atenue as pressões e reações.
Os eqüídeos também utilizam os cascos como meio de defesa. Seus golpes são potentes
e rápidos. Um detalhe que todo criador deveria saber é que o cavalo, ao escoicear, o faz
somente para trás e nunca para os lados (como ocorre com os bovinos), isto devido à
existência do "ligamento acessório", que não permite a movimentação lateral dos
membros posteriores dos cavalos.

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c.1. BELEZA DO CASCO OU PÉ - Podem ser considerados quanto ao volume, à
forma, à qualidade da matéria córnea e aos aprumos.
VOLUME - O pé deve ser relativamente volumoso, porém o seu tamanho depende da
raça e do tamanho do animal.
FORMA - O casco dever ser simétrico e ter as partes anterior e inferior mais largas; a
pinça deve ter o dobro do comprimento dos talões e formar um ângulo de cerca de 50º
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com a horizontal; o períoplo, reto e inclinado de diante para trás; a face plantar, larga;
sola côncava; ranilha volumosa, bem feita, elástica e forte; lacunas largas e bem
acentuadas.
QUALIDADE DA MATÉRIA CÓRNEA - A matéria córnea do casco deve ser escura,
rija e dotada de certa elasticidade, apresentando superfície lisa, íntegra e brilhante. A
ranilha deve ser mole, elástica e forte.

c.2. Os cascos dos potros - o potro recém-nascido possui um casco pontudo, estreito,
muito mole e com a base coberta com um invólucro delicado e córneo. Este, porém, cai
em poucos dias e o desenvolvimento do verdadeiro casco se inicia.
Quando o potro tem 3 meses de idade, pode-se começar a usar uma faca própria para o
preparo do casco. O exame freqüente dos cascos dos potros e a manutenção deles
sempre limpos e aparados irá ajudar muito para um perfeito desenvolvimento. Os
animais jovens também devem se exercitar bastante em terrenos secos, pois os cascos
irão se formando de modo uniforme, podendo ser necessário apenas, ocasionalmente,
raspar e arredondar as bordas da pinça a fim de se evitar quebras da parede.
Quando os potros permanecem na baia por muito tempo, não gastam seus cascos e,
nesses casos, deve ser raspados e limpos com mais freqüência, dependendo do caso,
pode ser necessário fazer a manutenção até uma vez por semana.
As solas e fendas da ranilha devem ser examinadas e todo o pé lavado com
regularidade.

c.3. Problemas comuns dos cascos

Casco achinelado: pinça


longa e talão baixo

Pinça encurvada:
manutenção ruim do
casco
Casco encastelado:
pinça curta e talão alto

Problemas como o casco encastelado, achinelado ou encurvado geralmente podem ser


resolvidos com casqueamentos corretivos.

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1.2. Patologia e afecções do aparelho locomotor

a) Problemas típicos do cavalo jovem

a.1. Deformidades angulares dos membros: causada por crescimento desigual dos
membros. Tratamento por casqueamento ou cirurgia, dependendo do caso. Para a
normalização, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível.

a.2. Fraqueza dos tendões flexores: presente nos recém-natos. Pode envolver os quatro
membros ou apenas os posteriores. Geralmente tem resolução espontânea.
a.3. Deformação congênita ou adquirida do aparelho flexor: os potros são incapazes
da extensão completa da articulação afetada; pode ser:
- congênita: secundária ao mau posicionamento do feto na gestação, ou a predisposição
genética.
- adquirida: derivada de dor crônica que leva a menor apoio do membro; a dor pode ser
causada por Epifisite ou doenças infecciosas, entre outras.
Pode exigir terapia, tal como colocação de aparelhos ortopédicos ou mesmo cirurgia.
a.4. Ruptura do tendão extensor digital comum: presente no parto, nem sempre
reconhecida, manifestando-se por inchaço na parte cranial do corpo. Costuma se
resolver com tratamento ortopédico.
a.5. Exostose hereditária múltipla: presença de sobreossos múltiplos nos diversos
ossos do corpo. Condição hereditária, nem sempre associada à claudicação, porém
prejudicial do ponto de vista estético e às vezes funcional, dependendo da localização
do sobreosso. Não há tratamento conhecido.

b) Problemas músculoesqueléticos ocorrendo em cavalos de qualquer idade

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b.1. Osteodistrofia fibrosa (“cara inchada”): disfunção generalizada causada pela
deficiência de cálcio associada ao excesso de fósforo na dieta, levando à
desmineralização óssea.

Pônei apresentando
Osteodistrofia Fibrosa, a “cara
inchada”. Notar também a
fragilidade dos locomotores,
devido à desmineralização.

b.2. Fraturas: geralmente causam claudicação e edema do membro afetado.


Tratamento com cura dependem da idade do animal, localização da fratura, presença de
comprometimento articular, bem como diagnóstico e tratamento precoces.
Obs: Existem inúmeros tipos de fraturas, cuja gravidade e tratamento dependem do osso
onde ocorrem, região afetada do mesmo, causa da fratura, etc. Elas não serão abordadas
neste curso.

c) Problemas articulares
c.1.Ovas: aumento crônico de volume da articulação, de etiologia exata desconhecida
porém geralmente associada a atividade intensa. Pode ter relação com deficiência de
conformação. Geralmente não ocorre manqueira.

31
c.2.Sinovite traumática: consequências de traumatismo articular, geralmente em carpo
e boleto de cavalos de corrida jovens. Pode estar associada a aumento de volume ósseo.

c.3.Entorses e luxações: causa traumática. Entorse é a ruptura total ou parcial dos


ligamentos de uma articulação; na luxação, ocorre o deslocamento total ou parcial dos
componentes da articulação. No deslocamento parcial (subluxação), o tratamento pode
ser conservativo, enquanto que nas luxações completas, o tratamento é geralmente
cirúrgico.

d) Problemas dos ligamentos


d.1. Esparavão: inflamação e espessamento do ligamento plantar, que é quem envolve
o osso calcêno do jarrete. Pode haver formação de sobreosso nos casos crônicos. O grau
de claudicação depende da conformação.

e) Problemas do casco
e.1. Laminite: é a inflamação das laminas do casco. Pode ter uma variedade de causas,
desde traumáticas a processos tóxicos. Atinge geralmente os anteriores, e vai se
agravando progressivamente, se não diagnosticada e tratada a tempo. É uma condição
muito dolorosa, que exige tratamento de emergência para evitar a rotação da falange.

32
Posicionamento típico de
animal apresentando laminite

e.2. Talões rebaixados: colapso do tecido entre os talões, causado pelo desequilíbrio do
casco devido a casqueamento e ferrageamento inadequados.

f) Claudicação
Claudicação é o sinal clinico de um distúrbio estrutural ou funcional que se manifesta
em um ou mais membros, geralmente durante a locomoção. A claudicação na espécie
eqüina é um assunto de grande importância tanto do ponto de vista medica quanto do
financeiro, visto que muitos dos problemas dos locomotores de eqüinos não podem ser
diagnosticados apenas com o exame externo do animal, como é o caso das osteítes,
artrites, tendinites, etc.
Deve-se avaliar e registrar o grau da claudicação, auxiliando assim uma reavaliação por
qualquer outro examinador.
Grau 0: claudicação não perceptível em nenhuma circunstância.
Grau 1: a claudicação é vista quando o cavalo esta no trote, mas não ao passo.
Grau 2: a claudicação é percebida ao passo, mas não há movimentação de cabeça
associada à ela.
Grau 3: a claudicação é obvia ao passo, com movimentação característica da cabeça.
Grau 4: impotência funcional do membro.

2. APRUMOS

Entende-se por aprumos a exata direção que têm os membros, com relação ao solo, de
modo que o peso corporal do cavalo seja regularmente distribuído sobre cada um
daqueles membros.
O equilíbrio do cavalo é verificado sempre que uma vertical baixada de seu centro de
gravidade cai dentro da base de sustentação, espaço este limitado pelas linhas que ligam
as extremidades inferiores dos membros.
Quando os membros são irregularmente aprumados, os pés sofrem ruína prematura e
prejudicam os andamentos, diminuindo a resistência do animal.
33
Para se avaliar corretamente o aprumo do cavalo, o animal deve estar em estação, sobre
um terreno plano e horizontal e com o apoio completo dos membros formando um
paralelogramo retangular. Pode-se avaliar os aprumos traçando-se linhas imaginarias
que devem passar em alguns pontos específicos dos animais.

2.1 APRUMOS REGULARES

a) Membros Anteriores

VISTO DE PERFIL – imagina-se uma linha que deverá partir da articulação escápulo-
umeral, na sua porção mais anterior e descer paralelamente ao membro, tocando o solo a
cerca de 10 cm à frente da pinça do casco (a-b). Tirada do centro de sustentação da
espádua sobre os membros anteriores, passar pouco a frente do braço e tocar o solo pelo
meio do casco como se o dividisse lateralmente em dois (e-f).
VISTO DE FRENTE - Esta linha é uma vertical baixada da ponta da espádua ao solo.
Dividir teoricamente o joelho, a canela, a quartela e o casco em partes iguais. (h)

b) Membros Posteriores

VISTO DE PERFIL - baixada da ponta da nádega, tangenciando o jarrete, tocar o solo


atrás dos talões (i-j). Baixada da soldra, toca o solo a cerca de 10 cm adiante do casco
(m-o). A linha baixada da articulação coxo-femural, passa pelo centro da perna e toca o
solo, dividindo o casco pelo meio (k-l).
VISTO DE TRÁS - baixada da ponta da nádega ao solo e dividir, a partir do jarrete, as
regiões ao meio, ficando entre os cascos uma distância igual a largura destes (p).

34
2.2. APRUMOS ANORMAIS

35
Exemplo de animal
debruçado de diante

Um animal é dito “juntado” quando seus membros anteriores e posteriores se projetam


para baixo de seu corpo (fig a.1), e “acampado”, quando seus membros permanecem
posicionados afastados de seu corpo (os dianteiros jogados para frente e os posteriores
para tras – fig a.2).

a.1 a.2

3. TIPOS DE ANDAMENTOS

São quatro os andamentos naturais do cavalo, ou seja, a maneira como ele se desloca
quando está em movimento. São eles: o passo, o trote, o cânter (meio-galope) e o galope
pleno. Existem também os andamentos adquiridos, por adestramento e, artificiais, que
são os da alta escola de Viena.

36
Passo - é o andamento natural, a quatro tempos, marcado pela
progressão sucessiva de cada par lateral de pés. Quando a marcha
começa com a perna posterior esquerda, a seqüência é a seguinte:
posterior esquerda, dianteira esquerda, posterior direita, anterior
direita. No passo calmo, os pés de trás tocam o solo adiante das
pegadas feitas pelos pés da frente. No passo ordinário, os passos são mais curtos e mais
elevados, e os pés de trás tocam o solo atrás das pegadas dos pés dianteiros. No
alongamento, os pés de trás tocam o chão antes das impressões dos pés da frente. No
livre, todo o esquema é prolongado.

Trote - é o andamento simétrico, a dois tempos, em que um par


diagonal de pernas toca o solo simultaneamente e, depois de um
momento de suspensão, o cavalo salta apoiado no outro par diagonal.
Por exemplo: no primeiro tempo, o pé anterior esquerdo e o pé
posterior direito pousam no solo juntos (diagonal esquerda). No
segundo tempo, o pé dianteiro e o pé traseiro esquerdo pisam juntos (diagonal direita).
No trote, o joelho jamais avança à frente de uma linha imaginária perpendicular tirada
do topo da cabeça do animal até o solo. As estilizações supremas do trote são o piaffer,
em que o cavalo, sem avançar, fica batendo no chão, alternamente, com os pés
dianteiros; a passage em que ele se desloca para o lado, trocando os pés, sem avançar.

Cânter (do inglês canter - andar a meio galope) - é um andamento a


três tempos, em que o cavalo avança com a perna dianteira direita
quando gira para a direita e vice-versa. Quando o cavalo tenta virar
para a esquerda avançando com a perna dianteira direita, portanto, a
do lado de fora no movimento, esse avanço é chamado um " galope
falso" ou cânter com a perna errada. A seqüência de pisadas que dão as três batidas
rítmicas no chão são, num galope para a direita: posterior equerda, diagonal esquerda
(em que as pernas dianteira esquerda e traseira direita, tocam o solo simultaneamente) e,
por fim, perna dianteira direita - dita "de guia".

37
Galope ou galope pleno - O galope é o mais rápido dos quatro
andamentos naturais. Descrito habitualmente como um andamento à
quatro tempos, sofre variações na seqüência de acordo com a
velocidade. Com a perna dianteira direita na liderança, a seqüência de
pisadas é a seguinte: posterior esquerda, posterior direita, dianteira
esquerda, dianteira direita, ao que se segue um período de suspensão total, em que todos
os pés estão no ar. Um puro-sangue inglês galopa a 48 km/h ou mais. O pé mais
avançado toca no chão em linha com o nariz, mesmo que, estirada a perna ao máximo, o
pé fique no ar à frente dessa linha.

Existem ainda outros tipos de andamentos, como as variações de marchas (batida,


picada, trotada e ideal) e o passofino, específicas de algumas raças, e que serão melhor
explicadas mais a frente, junto às respectivas raças.

Garanhão da raça Passofino

IV. IDADE DOS EQUINOS

Os eqüinos podem ter sua idade avaliada, com precisão, através da data de nascimento
(Idade Real) ou estimada através da observação dos elementos secundários e principais
(Idade aproximada) (Rezende, 2007).
Através dos elementos secundários é possível avaliar se o animal é mais velho ou potro,
embora não haja muita precisão. Tais elementos são: pêlos brancos nas ganachas, os
quais indicam que o eqüino tem mais de 8 anos; pregas na comissura labial, geralmente
começam a ocorrer após 5 anos; ganachas espessas nos potros, pois os pré-molares
ainda não se implantaram.
Os dentes são os elementos principais para determinar a idade aproximada dos eqüinos.
Através das mudanças que acontecem na dentição, no decorrer da vida de um eqüino, é
possível avaliar sua idade com precisão.

38
Esqueleto da queixada do cavalo

A avaliação da idade é importante, pois muitos animais não têm registro oficial e são
negociados à base de sua idade aproximada.

O cavalo adulto possui 40 dentes e a égua 36, normalmente, assim distribuídos:


 12 incisivos (6 superiores e 6 inferiores)
 4 caninos, em geral ausentes na fêmea
 24 molares distribuídos igualmente nas duas arcadas.

Os potros, machos e fêmeas, apresentam apenas 24 dentes, pois os caninos, os pré-


molares da arcada inferior e os dois pré-molares da arcada superior são monofisários
(nascem apenas na idade adulta). Os demais dentes são difisários, ou seja, nascem os
caducos, que serão substituídos pelos definitivos ou permanentes. Os dentes são
caducos são:
 12 incisivos
 12 molares
A idade dos eqüinos é avaliada pelas transformações que acontecem nos 6 dentes
incisivos da arcada inferior.
Para facilitar a determinação da idade dos eqüinos através das transformações na arcada
dentária dos animais deve-se conhecer a nomenclatura dos dentes, principalmente dos
incisivos e reconhecer as diferenças que são visíveis entre dente de leite e dente
definitivo.

39
Os incisivos centrais são as PINÇAS, os que se posicionam lateralmente a esses são os
MÉDIOS e lateralmente os CANTOS.

Diferenças entre os dentes de leite (Caducos) e os definitivos


Os dentes de leite são menores e mais claros (brancos), apresentam colo mais estreito e
arredondo e os definitivos podem apresentar estrias verticais amareladas na coroa.

O desgaste na mesa dentária ocorre devido ao atrito entre as arcadas superior e inferior e
com o passar do tempo expõem as estruturas internas do dente. Com o desgaste, devido
à mastigação, os dentes também mudam seu arco incisivo que, visto de perfil, é
arredondado no animal jovem e vai se tornando alongado à medida que o animal
envelhece.

40
As figuras acima mostram um corte do dente definitivo. Anatomicamente, o dente é
constituído por uma substância branca denominada dentina, que é recoberta por uma
camada que lhe confere proteção denominada de esmalte. A base do dente é aquela
região que entra em contato com o dente homólogo da arcada oposta, e é denominada de
„mesa dentária‟, que quando não usada revela a cavidade dentária externa. No fundo
desta cavidade nota-se uma região enegrecida, com função de revestimento, o cemento.
Na raiz, o dente apresenta um pequeno orifício em comunicação com uma cavidade
interna, no interior do qual se aloja a polpa dentária, vasos e nervos. Com o desgaste do
dente, principalmente pela mastigação, a mesa dentária sofre modificações, e passa da
forma elíptica para oval, desta para arredondada, depois a triangular e por último
biangular. A cavidade dentária externa vai desaparecendo, e o cemento vai ficando cada
vez mais superficial circundado pelo esmalte. O processo de arredondamento é visto ao
se examinar a borda posterior ou lingual da mesa dentária, onde haverá
aproximadamente um semicírculo, pois a borda anterior ou labial do dente permanece
horizontal. Com o desgaste contínuo, as bordas da cavidade dentária externa tendem a
desaparecer, dando origem ao que chamamos de „rasamento dentário‟. Após essa etapa,
o esmalte do fundo da cavidade dentária externa (que forma um relevo sobre a mesa
dentária) acaba por desaparecer, constituindo a fase de nivelamento.
A determinação da idade através da cronometria dentária é dividida em 7 períodos que
retratam as mudanças na dentição dos eqüinos: nascimento dos caducos (ou dentes de
leite), desgaste, mudas dos caducos para os definitivos, desgaste dos definitivos até o
rasamento ou desaparecimento da cavidade dentária externa, desgaste dos definitivos
até o aparecimento da cavidade dentária interna na superfície dos dentes (nivelamento),
triangulação (mesa dentária em forma de triângulo eqüilátero) e biangulação (mesa
dentária em forma de triângulo isósceles). Com o avançar da idade as arcadas vão se
projetando para frente.

1º período - Nascimento dos caducos – forma


elíptica dos incisivos.
O potro geralmente nasce sem incisivos.

 Pinças – nascimento - 7 dias


 Médios – nascimento - 30 dias
 Cantos – nascimento - 6 meses e alcançam
os níveis dos demais aos 10 meses.

41
A partir dos 2 anos de idade os animais passam a fazer a
troca dos dentes de leite pelos permanentes

2º período - Rasamento dos caducos – forma ovalada dos


incisivos.
Desaparecimento da cavidade dentária externa pelo desgaste
e compressão dos dentes.

 Pinças - com 1 ano


 Médios - com 1 1/2 anos
 Cantos – com 2 anos

3º Período - Mudas – forma elíptica dos incisivos.


Período que ocorrem as mudas.

 Pinças - surgem aos 2 1/2 anos e estão crescidos aos 3


anos
 Médios - surgem aos 3 1/2 anos e estão crescidos aos 4
anos
 Canto – surgem aos 4 ½ anos e estão crescidos aos 5 anos

Entre 5 e 5 ½ anos nascem os caninos nos machos.

4º Período - Rasamento dos


definitivos – forma ovalada dos
incisivos.
Desaparecimento da cavidade
dentária externa dos dentes
definitivos.

 Pinças - 6 anos

42
 Médios - 7 anos (cauda de
andorinha)
 Cantos – 8 anos (estrela
dentária)

5º Período – Nivelamentos dos definitivos


(nivelamento) – incisivos com forma arredondada

 Pinças - 9 anos
 Médios - 10 anos
 Cantos – entre 11 e 12 anos

6º Período – Triangulação – forma


triangular da mesa dentária dos
incisivos

 Pinças - 13 anos
 Médios - 14 anos
 Cantos – entre 15 e 16 anos

Neste período, poderá ser notada novamente a "cauda de andorinha" e caracteriza-se


também pelo nivelamento de todos os incisivos. A partir deste período, os dentes vão se
tornando biangulares e fica cada vez mais difícil calcular a idade do animal.

43
7º Período - Biangularidade – mesa
dentária em forma de triângulo isósceles

 Pinças - 17 anos
 Médios -18 anos
 Cantos – 19-20 anos

Um defeito grave de dentição em conseqüência da posição incorreta dos maxilares,


observado com freqüência nos pôneis é o prognatismo, que pode ser superior ou
inferior, onde as arcadas não se ajustam.

V. MARCAS E PECULARIDADES ESPECIAIS

As marcas e os sinais são particularidades independentes das pelagens, também


usados como elementos de identificação, para uma boa resenha do animal. Os sinais
brancos encontrados na face, focinho e pernas são meios de identificação e vêm
registrados na documentação exigida pelas entidades responsáveis.
As marcas são naturais (ou congênitas), e artificiais (ou adquiridas).

1. MARCAS NATURAIS OU CONGENITAS

Golpe de machado - depressão existente na junção do garrote.


Golpe de lança - depressão muscular, subcutânea, sem sinal de cicatriz, muito parecida
com o golpe de uma lança, encontrada nos músculos da tábua do pescoço, braços,
coxas, nádegas, etc.
Embandeirada - cauda levantada, pode apresentar-se voltada para a direita ou esquerda
(cavalo de raça árabe).
Cabana - orelhas caídas.
44
Animal com cauda
embandeirada, típica do cavalo
Árabe

Animal com orelha cabana

2. MARCAS ADQUIRIDAS OU ARTIFICIAIS


 Cicatrizes acidentais ou operatórias;
 Marcas a fogo (ferro quente);
 Marcas químicas (para identificar o proprietário).
Quase sempre sobre estas cicatrizes nascem pêlos brancos nos animais cuja pelagem
é escura, e pêlos escuros, nos animais, cuja pelagem é clara.

Instrumentos utilizados para a


marcação dos animais

2.1. PRINCIPAIS MARCAS ADQUIRIDAS

Troncho ou mocho - quando as orelhas são cortadas na base, comidas enroladas ou


deformadamente tortas.
Embandeirado artificialmente - rabo levantado e voltado para a direita ou esquerda
através de uma intervenção cirúrgica.
Objetivo = imprimir mais elegância ao animal ou por fraude, quando se quer dar a
característica inata do árabe puro em cavalos mestiços ou comuns.
Pitoco ou suro - rabo cortado, sendo a designação de suro mais empregado para aves.

45
3. SINAIS E PARTICULARIDADES ESPECIAIS

As particularidades estão presentes em qualquer tipo de pelagem, e auxiliam na


identificação do animal, sendo obrigatoriamente colocadas na resenha do animal. São
classificadas em gerais, quando não apresentam região fixa no corpo do animal; e
especiais, quando ocorrem em determinadas regiões.

3.1. GERAIS

a) Reflexos de pelagem:
Os reflexos variados dão denominações às pelagens, como: prateada, rosada, porcelana,
lavada, almarada, ondeada, dourada, acobreada, bronzeada e azeviche.

b) Disposição dos pêlos brancos:


NEVADO - quando os pêlos brancos se distribuem em certas regiões do corpo
formando manchas com aspecto de flocos de neve.

RUÇO - pelagem com pêlos brancos e pretos misturados, ocorrendo geralmente em


animais mais velhos, não caracterizando um cavalo tordilho.
MIL FLORES - quando o branco forma pequenas manchas sobre o fundo avermelhado.
RUBICÃO - pêlos brancos na cauda.

c) Disposição dos pêlos pretos:


MOSQUEADO - quando o preto forma pequenas manchas sobre o fundo que não
possui pêlos negros.
SALPICADO - se pequenas manchas ocorrem sobre o fundo que possui pêlos negros.
ENCARVOADO - manchas negras ou bem escuras em certas regiões do corpo.
TIGRADO - pêlos pretos formando manchas semelhantes aos do tigre.

d) Disposição dos pêlos vermelhos:


PEDRES - sobre o fundo branco ou ruço, o vermelho forma pequenas manchas.

46
Pedrês simples: a pelagem
branca é pincelada por pêlos
marrons

Pedrês preto: pequenas


pinceladas de pêlos pretos
aparecem sobre uma
pelagem branca (também
chamado tordilho pedrês).

FLOR DE PESSEGUEIRO - manchas avermelhadas maiores que as do pedrês, ocorrem


sobre o fundo claro.
MARMORIZADO - manchas avermelhadas dispõe-se em veios marmóreos.
AFOGUEADO - quando nas pelagens escuras, pêlos vermelhos se localizam no flanco,
axilas e outras regiões.

e) Disposição de pêlos de qualquer cor:


ROSADO - quando a pelagem se apresenta com manchas arredondadas de cor e brilho
diferentes do fundo, porém com transição branda. O animal pode ser totalmente rosado
ou só em algumas regiões.

f) Direção dos pêlos:


RODOPIOS (ou remoinhos, redemoinhos) - de forma arredondada onde os pêlos não
seguem a direção natural. Geralmente ocorrem na cabeça, garganta, pescoço e peito.

ESPIGAS - são rodopios alongados. Pode se localizar em qualquer região do corpo,


porém quando se apresentarem em uma das tábuas do pescoço, é denominada de
ESPADA ROMANA; e quando ocorre na espada ou costela, a chamamos de SETA.

47
g) Malhas diversas:
Particularidades criadas por malhas de cor, de aparência e localização variáveis. Na
resenha devem ser descritas, e quando se diz apenas malha subentende-se que a cor é
branca, devendo ser especificada se for de outra cor.
Os sinais brancos, geralmente estão presentes na face, focinho e pernas, sendo utilizados
como meios de identificação dos animais e nos registros. Além desses sinais, há marcas
no corpo do animal ou manchas brancas presentes na parte inferior do ventre e nos
flancos.

g.1. MARCAS DA CABEÇA


CELHADO - quando pêlos brancos contornam os olhos.
VESTÍGIO DE ESTRELA - quando aparecem pêlos brancos esparsos na fronte.
ESTRELA OU FLOR - formada por uma malha branca na fronte, podendo ter várias
formas: em coração, em losango, em meia lua, em U. Pode ser "escorrida".
LUZEIRO – Quando a malha na fronte é grande, podendo ser também corridos ou
dentados, se apresentam prolongamento para baixo ou contorno irregular,
respectivamente.
FILETE - determinado por um estreito fio de pêlos brancos que escorre pela fronte ou
chanfro.
CORDÃO - determinado por uma fina mancha branca (mais largo que o filete), que se
estende da fronte ao chanfro, e até as narinas às vezes, podendo ser interrompido ou
desviado.
FRENTE ABERTA - quando o cordão se alarga tomando toda a frente da cabeça e indo
até a região das narinas.
MALACARA - determinada por malha branca sobre as faces laterais da cabeça ou
somente sobre um dos lados.
BETA - pinta branca que corre entre as narinas.
BEBE EM BRANCO (bocalvo) - quando um dos lábios ou ambos são brancos, devendo
isto ser esclarecido na resenha.
CABEÇA DE MOURO - se uma mancha escura (pêlos mais escuros ou pretos) envolve
a parte inferior da cabeça ou somente a sua face anterior.
COM EMBORNAL - se a mancha abrange apenas a parte inferior da cabeça.
As particularidades acima citadas devem ser descritas na resenha, se possível com um
esboço dos contornos e desvios.

Estrela Luzeiro

48
Estrela Luzeiro
com filete com
cordão

Frente aberta Malacara

Luzeiro, filete e beta


Cabeça de mouro

49
50
g.2. NO PESCOÇO
CRINALVO – quando o animal apresenta crina branca ou desbotada, em pelagens mais
escuras. A cauda pode ou não acompanhar a crineira.

g.3. NO TRONCO

LISTA DE BURRO - listra estreita, mais escura


que a pelagem, que se estende ao longo da linha
dorsal, indo da cernelha à base da cauda.

RAIA CRUCIAL - faixa escura que corta transversalmente a cernelha, geralmente de


pelagem vermelha, alcançando as espáduas.

PANGARÉ - é o animal que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas
e outras partes do corpo, esbranquiçadas.

51
RABICÃO - animal que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais
escuros.

g.4. NOS MEMBROS


ZEBRURAS - estrias que cortam transversalmente os joelhos e jarretes.

BRAGADO - quando o animal apresenta malhas brancas no terço posterior do ventre e


nas partes internas das coxas.
CANA-PRETA - se o animal apresenta canelas pretas nas pelagens que não as incluem.
CALÇADO - quando a cor branca aparece nos membros, bem delimitada, nas pelagens
que não incluem o branco nestas partes.

Conforme a extensão do branco o calçamento recebe as seguintes denominações:


a) Cascalvo - quando somente os cascos são brancos.
b) Calçado sobre coroa - quando o branco está situado apenas na circunferência da
coroa do casco.
c) Baixo calçado - quando o branco vai até o boleto.
d) Médio Calçado - quando o branco abrange a qualquer parte da canela.
e) Alto Calçado - quando o branco alcança os joelhos e jarretes
f) Arregaçado - quando o branco ultrapassa estas articulações (joelhos e jarretes),
alcançando os antebraços e pernas.
g) Argel - quando um só membro é calçado.
h) Manalvo - somente os anteriores são calçados.
i) Pedalvo - somente os posteriores são calçados.

52
j) Calçado em diagonal - quando o calçamento é no bípede em diagonal, devendo ser
esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal.
k) Trialvo - quando 3 membros são calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser
citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto
explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.
l) Quatralvo - quando todos os membros são calçados.

COLORAÇÃO DOS CASCOS

Os cascos de matéria córnea azul-ardósia (escuros) são os ideais, pois são cascos mais
duros e resistentes. Em contrapartida, um casco branco é tido por "mole", incapaz de
resistir bem à usura.
Não há prova de que essas asserções sejam verdadeiras.
Pés brancos normalmente acompanham pernas "calçadas". Os Appaloosa e outros
cavalos mosqueados podem ter cascos "tigrados" (com listras verticais negras).

53
VI. PELAGEM DOS EQUINOS

Há cerca de 76 pelagens diferentes agrupadas em três modalidades: simples, composta e


conjugada:
 Simples = são as pelagens formadas por pêlos e crinas da mesma cor;
 Compostas = pêlos bicolores misturados com crina de cor diferente;
 Conjugadas = malhas e pintas de contorno irregular, mescladas com branco.
Existe uma quantidade muito grande de cores e variações de pelagens, o que gera
GRANDE CONFUSÃO.
A origem da variedade de cores da pelagem envolve 30 genes individuais, o que
permite milhares de combinações possíveis.
Para algumas raças, a cor é uma consideração de essencial importância. Por exemplo:
No cavalo appaloosa, a coloração é variada e, uma das mais comuns é a mosqueada,
porém, nem todo cavalo mosqueado é um appaloosa.

OBSERVAÇÕES:
- Na maioria das espécies de animais a cor de cada raça apresenta várias misturas mais ou
menos uniformes, não variando mesmo sob influência de idade, clima etc.
- O cavalo oferece numerosas diferenças de pelagens dentro da raça.
Diversos fatores podem influir na não-identificação imediata da pelagem, tais como:

a) IDADE - ocasiona a não-identificação da pelagem do potro senão algumas semanas


mais tarde.
Ex: o tordilho nasce muitas vezes negro, castanho, baio ou alazão, mas todos com pêlos
brancos espalhados pelo corpo.

54
b) SEXO - nos garanhões as cores são mais vivas e brilhantes.
c) LUZ - a luz solar aumenta a vivacidade dos tons e reflexos.
Mas quando muito intensa queima as pontas dos pêlos tornando a tonalidade desbotada.

d) CLIMA - o calor torna os pêlos lisos e brilhantes, enquanto o frio, a umidade e o


vento tornam-nos longos e descorados.

e) ALIMENTAÇÃO - uma boa alimentação, regularmente oferecida leva a pêlos lisos e


brilhantes, acentuando os reflexos da pelagem.

f) SAÚDE - animais mantidos em condições adequadas, com cuidados higiênicos


regulares, possuindo saúde perfeita tem pêlos finos, sedosos e brilhantes. Por outro lado,
animais com estado patológico possuem pêlos descorados, quebradiços e grosseiros.

1. AS CRINAS
Apresentam coloração idêntica aos pêlos nas pelagens ditas simples e uniformes: preto,
branco, alazão.
São escuras ou pretas em outras: baio e castanho.
Ou mescladas: tordilho e rosilho.
São usadas longas, tosadas ou outro estilo especial, dependendo do criador/associação.

2. CLASSIFICAÇÃO DAS PELAGENS

A maioria dos trabalhos com pelagens segue a classificação francesa.


Conceito: PELAGEM é o conjunto de pêlos, de uma ou de diversas cores, espalhados
pela superfície do corpo e extremidades, em distribuição e disposição variadas, cujo
todo determina a cor do animal.
Apesar de haver muita variação, todas as pelagens se agrupam em três modalidades ou
categorias: SIMPLES, COMPOSTAS e CONJUGADAS ou justapostas.
55
Cada uma delas com suas divisões e, que no total, forma 76 pelagens diferentes.

2.1. SIMPLES E UNIFORMES


São constituídas por pêlos de uma só cor e uniformemente coloridos em todo o corpo do
animal, inclusive crina e cauda, como nos tipos branco, alazão e preto.

a) TIPO BRANCO
É incomum em potros, porém freqüente em cavalos velhos.
a.1. Sujo - é um branco encardido, levemente amarelado.
a.2. Porcelana - quando a pele é escura, dando um reflexo azulado, que faz lembrar a
louça de porcelana.
a.3. Pombo ou leite - quando a coloração é fosca, sem brilho. É o branco comum, puro.

b) TIPO ALAZÃO
É formado por um grande número de nuances, que vão de uma coloração aloirada clara
até uma coloração vermelho escura, queimada, lembrando a cutícula da castanha.

Sempre com as crinas e as


extremidades da mesma cor do
corpo ou mais claras, nunca mais
escuras.

56
O tipo ALAZÃO pode ser:
b.1. Claro - quando a cor é loira, clara e pálida (vermelho aloirado).
b.2. Ordinário - quando a cor é de canela.
b.3. Escuro ou tostado - quando é da cor do mogno.
b.4. Aleonado - quando é de um tom amarelo-claro, com as extremidades mais
carregadas, lembrando o leão (fulvo).
b.5. Queimado - quando a coloração lembra o café torrado, bastante carregado.
b.6. Cereja - quando a coloração lembra a cereja madura.
b.7. Gateado, lavado ou sopa-de-leite – (creme ou amarelo claro) quando a tonalidade
amarelo-clara desce uniformemente para os membros, geralmente acompanhada de
"gateaduras" pelas canelas, antebraços e jarretes, bem como de lista de mulo e banda
crucial (quase sempre apagadas).
b.8. Vermelho, sangüíneo ou colorado - quando a coloração é de um vermelho vivo,
lembrando o sangue de boi.
b.9. Amarelo ou amarilho - apresentam, obrigatoriamente, crina e cola bem mais claras
que o pêlo do corpo.

Cavalo de pelagem
alazão amarilho

c) TIPO PRETO
Formado por pêlos pretos, que vão de um preto desbotado até um preto com intenso
brilho.

57
c.1. Mal-tinto, pezenho - quando dá a impressão de desbotado, lembrando o pez negro
e por esta razão é conhecido pela designação de pezenho.
c.2. Ordinário – preto comum desprovido de reflexos.
c.3. Murzelo ou franco - com laivos arroxeados, como a amora madura.
c.4. Azeviche - quando a coloração preta dá um reflexo brilhante.
Obs. - alguns hipólogos consideram o preto-azeviche, não como tipo e, sim, como
particularidade do preto murzelo ou preto franco.

2.2. SIMPLES COM CRINAS E EXTREMIDADES PRETAS


Essa categoria compreende o baio, o castanho e o pêlo de rato, que apresentam a crina e
a cauda, assim como as extremidades, mais escuras do que o resto do corpo do animal.

a) TIPO BAIO
Mostra graduações variando do amarelo claro ao bronzeado, devendo apresentar as
extremidades mais escuras que o resto do corpo do animal e listra de burro.

a.1. Claro ou palha - quando se parece com a cor da palha do trigo.


a.2. Ordinário - quando o amarelo é o intermediário entre o palha e o escuro. (amarelo
franco como o do brim cáqui).

58
a.3. Escuro - quando a tonalidade do amarelo é mais carregada.
a.4. Encerado - quando a coloração amarela é mais sombria, lembrando a cera bruta.
a.5. Camurça ou Isabel (encardido) - Com coloração baia um pouco encardida.

b) CASTANHO
Formado por pêlos avermelhados no corpo, com intensidade diversa, semelhante à
cutícula da castanha e caracterizada pela coloração negra da crineira, cola e membros,
não apresentando listra de burro.

b.1. Claro - quando o vermelho é pouco intenso, parecendo mesmo um tanto


amarelado.
b.2. Ordinário - quando da idéia da cor da castanha madura.

59
b.3. Escuro cereja ou zaino - quando se aproxima do preto pezenho, mas difere
pelas tonalidades bem mais claras de certas regiões, como o focinho, axilas, ventre,
flancos e períneo.
b.4. Pinhão - quando se parece com o matiz particular do pinhão (freqüente nos
muares).
b.5. Vermelho, sangüíneo ou colorado (RS) - quando se lembra o sangue de boi.

2.3. COMPOSTAS
Estas pelagens são formadas por duas cores no mesmo pêlo ou por duas ou três cores
distribuídas em pêlos diferentes, incluindo os tipos tordilho, rosilho, lobuno e ruão.

a) TORDILHO
Formado por uma pelagem de base escura, podendo ser preta, alazã, etc, com a
mescla de pêlos brancos com disseminação variável pelo corpo.

a.1. Claro ou pombo - quando há uma grande predominância de pêlos brancos, com um
mínimo de pêlos de outras cores.

60
a.2. Negro - quando há forte predominância de pêlos negros, quase o tornando mouro,
mas só não é por não ter a cabeça negra. (metálico).
a.3. Escuro - quando há predominância de pêlos escuros sobre os brancos. (cor de
chumbo).
a.4. Azulego ou cardão - quando há reflexos azulados como a flor do cardo; pode ser
claro, escuro ou "andorino" (lembrando o dorso de uma andorinha).
a.5. Salpicado ou pedrês - quando há muitos salpicos de pêlos pretos sobre o fundo de
pêlos brancos.
a.6. Vinagre ou sabino - quando há mescla de pêlos avermelhados sobre os brancos,
dando um aspecto de ferrugem.
a.7. Rodado - quando os pêlos pretos se aglomeram, formando manchas pequenas,
arredondadas e mais escuras que o todo.

b) ROSILHO
Resulta da mescla de pêlos brancos e vermelhos, uniformemente coloridos.

b.1. Claro- Cor levemente rosada, em conseqüência do predomínio dos pelos brancos
ou do descoramento dos vermelhos.
b.2. Ordinário – francamente róseo.

61
b.3. Escuro - quando há predominância de pêlos vermelhos. Formado pela mistura de
pêlos brancos, num fundo de pêlos amarelados ou alazões, vermelhos ou castanho-
escuros, que dão ao conjunto matizes róseos.

c) LOBUNO
Formado por pêlos bicolores (duas cores em cada pêlo), isto é, amarelos na base e
pretos na extremidade, de modo que dão ao conjunto uma coloração pardo-acinzentada.
Um cavalo lobuno, submetido à tosquia, de maneira que as extremidades negras dos
pêlos sejam tosadas, tornar-se-á baio pela coloração amarela da base dos respectivos
pêlos.

c.1. Claro - quando é acinzentado.


c.2. Ordinário - quando é pardo.
c.3. Escuro - quando é pardo carregado.

d) RUÃO
Dado pela interpolação de pêlos brancos, pretos e vermelhos, ou somente a mescla dos
brancos com os vermelhos, ficando os pretos limitados às crinas e extremidades.

62
d.1. Claro - Quando o branco predomina ou o vermelho é muito claro.
d.2. Ordinário – Apresenta o branco e o vermelho meio equilibrados.
d.3. Vinoso - Predominância do vermelho médio e tonalidade de vinho.
d.4. Escuro - Quando o vermelho carregado predomina.

2.4. CONJUGADAS

Esta categoria apresenta:

a) MALHADO OU PAMPA - Caracteriza-se pela conjugação de malhas extensas.


As malhas brancas são obrigatórias, enquanto que as demais cores são variáveis, de
acordo com o tipo que se conjuga com o branco.
A cor com maior proporção é a cor de fundo da pelagem conjugada.
Obs. A cor branca jamais é mencionada na designação de pelagens desta categoria, pois
fica subentendida na palavra malhado, pampa ou qualquer outro sinônimo. (Ex: alazão
pampa – quando a maioria da pelagem é alazã. Pampa alazão – quando a maioria é
branca)

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b) APALUSA - qualquer pelagem que apresenta malha branca despigmentada na
garupa. Essa malha poderá se estender atingindo outras regiões do tronco (dorso, lombo,
costados, cernelha, espáduas) e poderá apresentar ou não pintas da pelagem básica. É
uma pelagem típica da raça Apaloosa.

Persa – a pelagem persa é uma subdivisão da pelagem apalusa, onde a maioria


do animal possui a pelagem de pêlos brancos, com deficiência de pigmentação na pele e
pequenas malhas circunscritas de outra pelagem distribuídas por todo o corpo.

64
RESUMO: CLASSIFICAÇÃO DAS PELAGENS

CATEGORIAS TIPOS VARIEDADES

- Branco - Diversas

Simples e Uniformes - Alazão - Diversas

- Preto - Diversas

- Baio - Diversas
Simples, com crinas e
- Castanho - Diversas
extremidades pretas.
- Rato - Diversas

- Tordilho - Diversas

- Rosilho - Diversas
Compostas
- Lobuno - Diversas

- Ruão - Diversas

- Pampa - Diversas

- Apalusa - Diversas
Conjugadas
- Persa - Diversas

- Oveira - Diversas

65
66
VII. TARAS, FRAUDES E VÍCIOS DOS EQUINOS

1. TARAS

TARAS são sinais exteriores não pertencentes ao corpo do animal, que podem depreciá-
lo ou inutilizá-lo para uma determinada função. Quando acometem tecidos moles, são
ditas moles, e quando aparecem em tecidos duros, são chamadas exostoses.

1.1. Taras moles


HIGROMAS – Derrame ou edema a nível subcutâneo. De acordo com a região, tem um
nome específico. Exemplo: no codilho, é chamada codilheira, no joelho, lupa, na ponta
do jarrete, agrião.
HIDROPSIAS – Acumulo de líquido em regiões tendinosas. Exemplo, na parte
posterior do joelho, é chamada lerpião, no boleto, ova, no jarrete, alifafe.
HIDRARTOSES – Acúmulo de líquido ao nível articular. Exemplo, dentro da cavidade
articular do joelho é chamada lerpia; as ovas e os alifafes também podem ser
hidrartoses.

1.2. Exostoses ou taras duras


No joelho – Sobre rodelas
Na canela – Sobre canas
No boleto – Sobre boleto
Na quartela – Sobre quartela
No jarrete:
* Curva e Esparavão – Localizadas sobre a face interna do jarrete; a diferença é que a
curva é localizada mais acima, e o esparavão, mais inferior.
* Curvaça – Localizada na face externa do jarrete, ao nível do esparavão.

2. FRAUDE

É a tentativa de esconder ou alterar algo no animal antes de comercializá-lo; a exceção é


quando um imprevisto acontece no percurso do animal até o local onde será exibido.
São comuns as fraudes para mascarar a idade do animal, lixando seus dentes, ou a
tentativa de mudar sua cor, pintando-o.

3. VÍCIOS

Vício é o defeito que não pode ser visto no momento da exibição/compra. Exemplos:
infertilidade, manqueiras, enfisema pulmonar, ausência de ovários, etc. Também são
67
considerados vícios as más qualidades morais que depreciam, parcial ou totalmente, o
animal para fim determinado.
Admite-se que grande parte dos vícios tenha origem hereditária, enquanto outros são
causados por certas moléstias, pela ociosidade ou por uma iniciação mal feita.

3.1. PRINCIPAIS VÍCIOS DOS EQUINOS

a) BOLEAR é o vício no qual o cavalo empina, atirando-se bruscamente para trás, cai
de costa ou de flanco.
b) CORCOVEAR OU VELHAQUEAR é o vício de saltar repetida e
desordenadamente, arqueando o dorso e baixando a cabeça, com o objetivo de derrubar
o cavaleiro ou livrar-se dos arreios.
c) ESCOICEAR é o golpe brusco dado, geralmente, para trás, com um ou com os dois
posteriores, podendo ser de uma ou repetidas vezes. O cavalo, no ato de aplicar o coice,
em geral, murcha as orelhas e abaixa a cabeça.
d) MANOTEAR é o golpe brusco e agressivo dado com os anteriores. Assemelha-se ao
coice.
e) MORDER é o vício de morder decorre de má índole, caráter irascível, vingança ou
represália por maus tratos. Há cavalos mordedores que investem agressivamente contra
o homem, tomando uma atitude características: cabeça estendida, orelhas murchas,
olhar típico, boca aberta ou semi-aberta, com os incisivos à mostra e lábios contraídos.
f) PASSARINHAR certos cavalos assustadiços estacam bruscamente sobre os
posteriores e atiram-se para a direita ou para a esquerda.
g) NEGAR ESTRIBO é o vício que se expressa pelo fato do animal oferecer
dificuldades de toda a espécie ao cavaleiro, para que este não consiga montar.
h) DISPARAR, TOMAR O FREIO OU "CAVALO DESBOCADO” - são vícios mais
ou menos semelhantes, apenas com pequenas diferenças no gesto, na intensidade da
ação, caracterizados todos pela desabalada carreira que o cavalo toma, sem atender ao
freio, mesmo fortemente apoiado nas barras.
i) ESTIRAR é o recuo do animal amarrado, praticado com violência, no intuito de
livrar-se pela ruptura da cabeçada ou do cabo que o prende.
j) EMPACAR E RECUAR são vícios que aparecem simultaneamente, isto é, no
empacar, o animal (principalmente os muares) firma manhosamente as patas, nega-se a
prosseguir e, sendo acossado, geralmente recua.
k) REFUGAR consiste em não querer passar por um determinado lugar, mesmo quando
forçado: empaca, recua, desvia por um lado ou "vira nos pés", disparando para trás.
l) MASTURBAR certos cavalos inteiros batem a ereção de encontro ao próprio ventre
ou a esfregam, repetidas vezes, entre as axilas, no encurvamento do corpo, até provocar
a ejaculação. É um vício grave pelo fato de levar o animal ao esgotamento.
m) CAVAR O SOLO E OSTENTAÇÃO CONTÍNUA são vícios parecidos, comuns em
animais de temperamento excessivamente nervoso, que aparecem pela ociosidade.

68
n) BIRRA é o vício que o cavalo tem de morder os objetos que o cercam: as peças dos
arreamentos, a manjedoura, a porta do boxe, o palanque de amarrar, etc. Este vício
provoca, dentre outros malefícios, o desgaste excessivo dos dentes incisivos.
o) GEOFAGIA E COPROFAGIA são os vícios de comer terra e excrementos,
respectivamente. Quase sempre estes vícios são devidos a uma ou mais das causas a
deficiência de minerais na alimentação, verminoses, estabulação excessiva, dentre
outras causas.
p) AEROFAGIA, ENGOLIR AR OU TIQUE PROPRIAMENTE DITO é o vício de
fixar a boca sobre um corpo sólido, contraindo espasmodicamente a musculatura
envolvida na deglutição, para engolir e rejeitar o ar, o que produz um ruído
característico de arroto.
q) INCENSAR é o vício que se traduz por movimentos repetidos de flexão e extensão
da cabeça, acompanhados, não raras vezes, com o raspar do solo pelos anteriores.
r) ESTUFAR OU ENCHER DE VENTO é o vício de estufar a barriga no momento em
que se aperta a cilha, de modo que a sela afrouxa-se tão logo o animal relaxe os
músculos do ventre.
s) ENCAPOTAR é o vício de colocar a cabeça baixa, com o focinho quase tocando o
peito, dificultando a ação do freio e ocultando ao animal o que lhe esteja na frente.
t) MESQUINHO é o vício de não deixar colocar a cabeçada ou pegar na cabeça.
u) LÍNGUA PENDENTE é o vício de manter a língua fora da cavidade bucal, que é
deselegante e prejudicial à saúde.
v) LÍNGUA DE SERPENTINA é o vício de pôr e tirar a língua para fora da boca,
causando ferimento, perda de saliva, dificuldade de mastigação e de apreensão da
forragem.
w) QUEBRA- NOZES é a vício de bater os lábios, superior e inferior, produzindo um
ruído típico, comparável àquele do aparelho "quebra-nozes".
x) NÃO DEIXAR FERRAR, LIMPAR, ENCILHAR, ETC - são vícios cuja gravidade
está na sua maior ou menor intensidade, variando com o temperamento de cada animal.
y) TIQUE PENDULAR OU DANÇA DE URSO - lembra o movimento característico
do urso: oscilação ritmada da cabeça e do pescoço, acompanhada de apoio alternado dos
membros anteriores dentro do mesmo compasso. O animal adquire este vício por
impaciência ou por irritação.
z) CAVALO - GAVIÃO é o vício que o animal adquire de disparar pelos campos,
tornando-se arisco e matreiro, a fim de fugir ao trabalho ou a recolhida, de modo que
para prendê-lo, só mesmo a laço ou com artimanhas.
a.2) ESCABECEAR é o vício que se traduz por movimentos repetidos e exagerados de
elevação da cabeça, executados nos diversos andamentos.
b.2) COMEDOR DE COLA é o hábito vicioso de comer as crinas; geralmente, da cauda
dos outros animais. Este grave defeito é revelado, quase sempre, nos cavalos
submetidos longas viagens, aparecendo também em cavalos com deficiência em sais
minerais.

69
b. c. d.

e. m. p.

VIII. MENSURAÇÃO E RESENHA

MENSURAÇÃO

A apreciação dos animais domésticos baseada na forma e nas proporções e com o


objetivo de verificar as qualidades e os defeitos de cada região e do conjunto pode ser
feito através de dois métodos: um, empírico, chamado “golpe de vista”; outro, objetivo,
mediante mensurações.
Por meio da mensuração são obtidos dados que complementam a confecção de resenhas
e o estudo das regiões do corpo.
Com base na visualização dos animais, juntamente à mensuração, tenta-se selecionar
animais mais bem proporcionados.

1. Instrumentos utilizados na mensuração:

Os instrumentos destinados à mensuração de animais chamam-se zoômetros, quando


usados para o caso do cavalo, hipômetros.
Os principais hipômetros usados são a bengala (ou bastão), e a fita métrica.
A bengala mais usada é a de Lydthin(a.1), preferida pela exatidão e facilidade de
manejo, pois serve para a obtenção de medidas de altura, comprimento e largura.
A fita métrica, ou trena (a.2), é o zoômetro de mais fácil manejo, também servindo para
medir altura, comprimento e largura, embora a precisão seja menor.

70
Para a obtenção de ângulos e direção dos raios ósseos, é empregado um
artrogoniometro, que é um compasso provido de transferidor.

a.1 a.2

2. Medidas principais:

As principais medidas a serem obtidas são a altura, o comprimento, a largura e o peso


do animal. Pode-se mesurar todas as partes do animal, no entanto, aqui serão mostradas
apenas as principais medidas.
A altura é principalmente medida da cernelha, podendo também ser medida a partir de
outros pontos, como da garupa. Quando um animal possui a altura da cernelha maior
que a da garupa, é dito que ele é „alto de frente‟, quando ocorre o contrario, diz-se que o
animal é „baixo de frente‟.
Atualmente, em hipologia, considera-se pônei, qualquer cavalo abaixo de 1,40 metros e
os animais são considerados grandes, médios ou pequenos em função de sua altura,
juntamente com seu peso. Por exemplo, um cavalo da raça Quarto de Milha é
considerado um animal médio, que tem em media 1,60m e um peso de 500 Kg. Já um
cavalo da raça Bretão é considerado um animal de porte grande, embora também tenha
uma altura media de 1,60 – 1,70m, no entanto, pode pesar até 900Kg.

Exemplo de mensuração da
altura da cernelha

O comprimento do corpo é medido da ponta da espádua à ponta da nádega. É


importante medir também o comprimento dorso-lombar do animal, entre o ângulo
dorsal da espádua e a ponta da anca. Num cavalo de sela, é ideal que o comprimento do
corpo do animal seja uma vez e meia maior que seu comprimento dorso lombar.
A largura do animal é avaliada através da largura do peito, do tórax e das ancas, assim
como perímetro torácico, devendo ser grande no cavalo de tração e mediana no de sela.

71
Exemplo de mensuração de
perímetro torácico

O peso aproximado do animal pode ser adquirido com uma fita de peso especifica para
a espécie ou a partir da formula:
P=C3x80
Onde P é o peso provável e C é o perímetro torácico.
As medidas da cabeça (comprimento, largura), também devem ser tomadas.

Altura x Comprimento
Diz-se que, um cavalo de sela deve caber dentro de um quadrado, ou seja, o
comprimento deve ser semelhante à altura (b.1). Num cavalo de tração, a altura é um
pouco menor que o comprimento, formando um retângulo (b.2). Num cavalo de corrida
e/ou esportes, a altura é um pouco maior que o comprimento, formando um retângulo
“em pé” (b.3).

a.1 a.2

a.3

72
Proporções

As proporções são dadas pelas relações existentes entre as diversas regiões do corpo do
animal, consideradas entre si e em conjunto. Quando um animal se mostra harmônico
em seu todo e suas partes, é chamado bem proporcionado.
As relações entre as dimensões das regiões foram estudadas por vários hipologos, sendo
estabelecidos vários sistemas de proporções, sendo hoje, o mais utilizado, o de Lesbre.
O sistema eclético de Lesbre é baseado no comprimento da cabeça e foi estabelecido
para cavalos adultos mediolineos, do tipo de sela. Aqui serão mostradas apenas as
principais medidas

Sistema eclético de Proporções Lineares de Lesbre:


 Comprimento da cabeça – 1
 Largura de cabeça – 1/3
 Espessura da cabeça – ½
 Comprimento do pescoço – 1
 Altura da cernelha – 2 ½
 Altura da garupa – 2 ½
 Comprimento do corpo – 2 ½
 Comprimento dorso lombar – 1
 Espessura do corpo (dorso ao ventre) – 1

Proporções angulares

Alem de boas proporções lineares, o cavalo também deve possuir ângulos articulares
com graus de abertura apropriados a sua aptidão. Esses ângulos são formados pelos
raios ósseos dos membros, inclinados entre si.
As angulações mais importantes a serem tomadas são a da escapula e da quartela, que
devem ter a mesma angulação com o solo em um animal, entre 45 e 65º com a
horizontal (linhas vermelhas na figura c.1), e a da inserção da cabeça com o pescoço,
preferencialmente num ângulo de 90º, podendo variar com a raça (linhas amarelas na
figura c.1), ou de 45º com a horizontal.

73
c.1

RESENHA

A identificação dos eqüinos é geralmente feita mediante a resenha, que é a enumeração


metódica, simples e concisa dos sinais e caracteres imprescindíveis à identificação dos
animais, feita de forma a não permitir erros ou confusões.
Nos estabelecimentos de criação, as resenhas são grandemente úteis, não só para a
perfeita escrituração zootécnica como também para o registro e comunicações de
nascimento, pois permitem a identificação posterior dos indivíduos, facilitando os
registros no Stud-Book da raça.
Para se registrar um animal, são realizadas duas resenhas: uma temporária, ao
nascimento do animal, e outra, definitiva, aos dois anos (dependendo da associação). A
segunda resenha é realizada como uma confirmação da primeira, pois muitas vezes, a
pelagem do potro não permanece idêntica até a idade adulta.
Uma resenha simples deve incluir pelo menos o nome e numero do animal, espécie e
sexo, raça, idade, altura, pelagem e particularidades, taras e mutilações, criador e
proprietário, data da feitura.

74
Depois de preenchida a parte escrita da resenha, deve-se reproduzir, na figura, todas as
marcas brancas do animal, assim como demarcar, com um x, todos os remoinhos
presentes.

75
IX. RAÇAS DE EQUINOS

ANDALUZ

A raça eqüina tem três bases bem definidas sendo:

I- Torpan, cavalo selvagem da Europa Oriental,


II- Equus Poliakov da região da Mongólia e
III- Equus Robustus de grande massa corpórea e antecedente aos cavalos de
grande porte.

Há indícios de domesticação do cavalo de 2000 aC.

Na Península Ibérica dois padrões raciais faziam a ocupação, sendo: os pôneis nas
regiões montanhosas do norte e o cavalo de estatura maior da região quente do sul.

A fama do cavalo do sul da Península Ibérica já era conhecida na Grécia, sendo que
Homero, conta feitos dos mesmos em suas Ilíadas.

Em Roma e em outros tantos lugares, o cavalo Ibérico tanto se fez famoso, a ponto dos
romanos adotarem as armas e as táticas de combate dos ibéricos; como também
utilizaram os garanhões para cobrir o plantel de éguas com o objetivo de melhorar o
padrão racial.

Os cavalos do sul da Península Ibérica ficaram reconhecidos pelo nome geográfico da


região, Cavalo Andaluz.

Posteriormente, Espanha e Portugal viram por bem reivindicar e denominar a raça, os


portugueses denominando seus animais de Puro Sangue Lusitano (PSL) e os espanhóis
denominaram seus animais de Pura Raça Espanhola (PRE). Desta forma podemos
concluir que, os cavalos Ibéricos têm a mesma origem e grande semelhança, mas
existe o fator de seleção que foi imposto pelo homem aos distintos plantéis, gerando
características distintas entre as diferentes linhagens.

Alguns fatos históricos foram de suma importância para o crescimento do cavalo


ibérico ou andaluz pelo mundo, sendo que podemos citar:
76
Os muçulmanos (árabes) se surpreenderam com o padrão dos eqüinos quando da
tomada da Península Ibérica, a ponto de enviarem a Constantinopla e Bagdá, no século
IX dez magníficos garanhões, bem como impuseram ao povo dominado, impostos que
eram pagos em animais.

O cavalo andaluz se fez famoso por toda Europa, bem como sua influência é marcante
em todas as raças, tanto européias como americanas; sendo que as raças americanas
têm origem aos primeiros animais trazidos por Cristóvão Colombo.

Em Portugal a Coudelaria de Alter Real, fundada em 1748 por D. Pedro VI, importou
diversos reprodutores e 300 éguas espanholas de diversas linhagens, para iniciar seu
plantel.

A Coudelaria Nacional de Fonte Boa, também de Portugal, tinha grande base de


matrizes reprodutoras vindas da Espanha.

Toda a América Central recebeu inúmeros cavalos de todos os descobridores e


colonizadores que ocuparam aquele território.

Desta forma a contribuição do cavalo Ibérico na formação das raças Americanas foi
muito grande.

Como em todas as raças, no Andaluz não é diferente, há inúmeras linhagens em


função da funcionalidade ou características que foram selecionadas por determinado(s)
criatório(s).

Em 1975, fundou-se no Brasil a Associação dos Criadores de Cavalo Andaluz e no


livro de registro dos animais da raça, denominado stud book, são registrados os
animais tanto Espanhóis como Lusitanos.

Recentemente ocorreu uma separação das raças, sendo que inúmeros animais de
linhagem espanhola permaneceram no stud book atual como lusitano.

Atualmente existem duas associações, sendo estas: a Associação Brasileira dos


Criadores de Cavalo de Puro Sangue Lusitano e a Associação Brasileira dos Criadores
de Cavalos de Pura Raça Espanhola.

A Linhagem mais famosa de cavalos andaluzes é a linhagem “CARTUJANA”. Em


1484 foi fundada a “Yeguada Cartujana Del Hierro Del Bocado”, com sede na cidade
de Jerez de La Frontera, tendo sido o único grupo étnico de cavalos que
permaneceram isolados, portanto com toda sua pureza garantida.

Atualmente, apenas 1,6% do total de cavalos andaluzes do mundo são de linhagem


pura Cartujana, o que faz com que a oferta seja extremamente limitada, garantindo
preço diferenciado ao produto.

Dentro da linhagem Cartujana não há nenhum animal preto. Há apenas alguns animais
castanhos, sendo em sua maioria de animais brancos.
Atualmente, o maior plantel desta linhagem encontra-se na Espanha, na fazenda da
Expasa, sendo esta uma empresa que é propriedade do Patrimônio do Estado
77
Espanhol, hoje garantidor e melhorador deste tesouro genético.

A linhagem Cartujana é reconhecidamente fator de melhora genética, a ponto de ter


influência de 87,2% sobre as demais linhagens de cavalos andaluzes.

Os animais cartujanos são considerados a nata da raça andaluza.

No Brasil, tal raça entra na formação de boa parte das raças nacionais, especialmente
nas regiões Sul e Sudeste, como Campolina, Campeiro e Crioulo.

 Origem: Península Ibérica

 Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Pelagens: Tordilha e Castanha
o Peso:

- Macho: 550 Kg
- Fêmea: 500 Kg

o Altura:
- Macho: 1,62 m
- Fêmea: 1,58 m

o Temperamento: nobre, dócil, com temperamento muito vivo, resistente e


corajoso.

o Cabeça: Formato retangular, de comprimento médio, apresentando perfil reto


ou sub-convexo. Orelhas médias e bem implantadas.

o Pescoço: Comprimento médio, rodado com crina forte e abundante.

o Tronco: Cernelha bem destacada, tronco desenvolvido, dorso bem dirigido,


costado ligeiramente arredondado, peito amplo e musculoso.

o Garupa: arredondada. Movimentos ágeis e elevados.

o Membros anteriores: espádua relativamente comprida e musculosa, antebraço


aprumado e musculoso, joelhos secos, canelas ligeiramente compridas e secas,
com tendões destacados, quartela ligeiramente comprida, cascos aprumados,
proporcionais e de boa constituição.

o Andamento: andamentos fáceis, ágeis e elevados. Enérgicos, mas suaves. Com


grandes predisposições para os exercícios de escola; rara habilidade para vencer
dificuldades e tendência natural para a concentração.

o Aptidão: tem grande facilidade para o aprendizado, prestando-se para o


adestramento, passeios, enduro, hipismo rural, trabalhos com o gado e tiro
ligeiro.

o Defeitos: excessivo volume de cabeça, má implantação das orelhas, pescoço


78
curto e de baixa inserção, dorso enselado, mergulhante e arcos costais
superiormente achatados, tórax cilíndrico e pouco profundo. Aprumos
incorretos, canelas e quartelas compridas, garupa excessivamente horizontal,
andamentos rasteiros ou irregulares, excessivamente elevados.

APPALOOSA

Formada a partir dos cavalos descendentes da África Central, introduzidos pelos


colonizadores europeus na América, estes animais de plástica inigualável corriam
soltos pela bacia do rio Colúmbia e seus afluentes onde foram capturados e
domesticados pelos Nez Perce, índios guerreiros que habitavam o vale do rio Palouse,
uma região dominada pelos colonizadores franceses. Os Nez Perce domavam os
cavalos pintados, usando-os como meio de transporte, montaria de caça e como
instrumento de guerra nas constantes batalhas com os brancos.

Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a
atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais
receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no
Estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de
regiões íngremes e áridas, o cavalo dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa
seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não
acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na
reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.

A técnica de seleção, adotada há mais de 100 anos, acabou garantindo a preservação


das principais características destes animais, em especial sua variada e exótica
pelagem.

Na medida em que os colonizadores foram estabelecendo seus ranchos e implantando


a pecuária no Oeste americano, a captura de cavalos selvagens para utilização na lida
se transformou em fator de sobrevivência.
79
Cobiçados pelo homem branco, os La Palouse passaram a ser motivo de disputas
constantes, notadamente quando foram estabelecidas as rotas comerciais entre o Sul e
o Norte, necessitando-se percorrer grandes distâncias a cavalo. Surgiam as batalhas e a
vida indígena começou a sofrer grandes alterações. Em 1877, num histórico confronto
entre os Nez Perce e a cavalaria americana, os La Palouse serviram de montaria de um
povo inteiro numa rota de fuga que percorreu mais de dois mil quilômetros. Quando os
Nez Perce se renderam em Montana - Estado americano na fronteira com o Canadá -,
os cavalos que sobreviveram aos ataques foram distribuídos entre os soldados,
deixados para trás ou simplesmente dispersos.

Crescia a decadência das nações indígenas, e sua reclusão em reservas a partir do


início do século XX provocou a quase extinção da população eqüina, especialmente
destes cavalos pintados. Espalhados pelo vasto território americano, os animais
sobreviventes enfrentaram, ainda, o advento da motorização agrícola e a ramificação
das ferrovias. Salvo exceções, o cavalo nos Estados Unidos foi colocado em segundo
plano.

No entanto, na busca de resgatar os áureos tempos dos La Palouse e a cultura que a ele
era atribuída, apaixonados por estes animais - rancheiros, criadores, descendentes dos
Nez Perce e leigos - do Estado de Idaho fundaram, na década de 30, o Appaloosa
Horse Club - APHC, entidade que se tinha por objetivo maior preservar a história da
Raça e garantir seu desenvolvimento. Dentre estes objetivos estava a utilização do
cavalo no esporte e lazer, práticas que começaram a crescer na medida em que a
mecanização invadiu a zona rural. Criadores, rancheiros, profissionais do cavalo,
esportistas, entidades governamentais se envolveram no movimento. Esta nova
realidade foi fundamental para o renascimento do Appaloosa. Buscava-se a seleção de
animais fortes, ágeis, corajosos, mas que também que tivessem nos genes a capacidade
de transmissão da pelagem exótica típica da Raça. No programa de seleção
estabelecido a partir dos anos 30, foram feitas infusões de sangue de cavalos das Raças
Árabe, Puro-Sangue-Inglês e, predominantemente do Quarto de Milha.

Destes cruzamentos nasceu, no conceito dos americanos, um tipo de cavalo com


características únicas como a pelagem pintada, os cascos rajados, a pele malhada e a
esclerótica branca. Nas décadas seguintes os Appaloosas começaram a desenvolver
aptidões para diferentes provas eqüestres, notadamente as chamadas western como
Apartação, Rédeas, Laço de Bezerro, Laço em Dupla baseadas na lida dos ranchos,
além de Baliza, Tambor, etc. As habilidades do Appaloosa como cavalo funcional e de
esporte passaram a ser cultivadas em eventos públicos, especialmente nos rodeios,
vitrine maior das competições dos rancheiros americanos.

Resgatado da quase extinção, o Appaloosa rompeu as fronteiras dos Estados Unidos a


partir dos anos 50, se estabelecendo em outros países e continentes, sendo selecionado
atualmente no Canadá, Venezuela, Austrália, Alemanha, Itália, Espanha, Israel e
Brasil. Em nosso País chegou há quase três décadas, se expandiu a partir do Estado de
São Paulo e já se consagra como o segundo maior e mais importante plantel mundial.

 Origem: Noroeste dos Estados Unidos

 Aparência Geral:
o Porte: Médio
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o Pelagens: alazã, alazã tostada, baia, preta, castanha, tordilha, rosilha, lobuna e
variações

o Variações das Pelagens:


-Manta: área branca sólida, geralmente sobre a região dos quartos, mas sem se
limitar sobre a mesma. Na manta normalmente encontram-se pintas ou
manchas de pelagem básica;
-Leoparda: animal branco com manchas ou pintas escuras em todo o corpo,
inclusive nos membros, pescoço e cabeça.
-Nevada: mistura de pêlos brancos e pêlos da cor básica, geralmente sobre a
área dos quartos. Assemelha-se a flocos de neve caídos sobre a pelagem básica.
- Pintas ou Manchas: pontos claros ou escuros sobre uma parte do corpo,
geralmente sobre a garupa.

o Características:

- Despigmentação da Pele: a pele despigmentada é um indicativo básico e


decisivo na Raça.
- Sobre uma pelagem fundamental variável, mais freqüentemente escura, possui
uma malha branca grande que se estende do dorso, para a garupa, sobre a qual aparecem
dispersas malhas de pelagem fundamental, arredondadas ou ovais, de até 10 cm de
diâmetro. A pele também apresenta pequenas manchas escuras.Em torno da íris vê-se o
branco da esclerótica(Essa característica não pode estar combinada de marca grande e
extensa de cara (por exemplo, frente aberta e “malacara”).
- A pele rosa pode ser encontrada na área ocular, focinho, no períneo, nos
genitais e úberes das fêmeas.
- Os cascos são rajados de cima para baixo de negro e branco. Somente o
Appaloosa terá cascos com listras verticais claras e escuras bem pronunciadas e
nitidamente definidas em membros sem calçamentos.

o Peso:

- Macho: 600 Kg
- Fêmea: 500 Kg

o Altura: 1,42 m a 1,62 m

o Temperamento: vivo.

o Cabeça: fronte ampla, perfil retilíneo a sub-côncavo, ganachas cheias, grandes e


musculosas, orelhas pequenas e alertas, olhos grandes (fronte ampla), boca
pouco profunda, narinas grandes e focinho pequeno.

o Pescoço: Comprimento médio, musculoso, forma piramidal, inserido ao tronco


em 45º e a junção pescoço-cernelha deve ser gradual. As fêmeas têm pescoço
mais longo e menos musculoso

o Tronco: da cernelha ao lombo deve ser curto e musculoso; o peito deve ser
profundo e amplo; de modo que visto de perfil ultrapasse a linha dos antebraços
e visto de frente forme um “V” invertido na interaxila. O Tórax deve ser amplo,
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apresentando costelas largas

o Garupa: vista lateralmente deve ser discretamente inclinada (para manter os


posteriores embaixo da massa corpórea) e longa.
OBS: O vértice da cernelha e a junção lombo-garupa devem apresentar o mesmo
nível.

o Membros anteriores: A espádua deve apresentar angulação de 45º


proporcionando equilíbrio e absorção dos choques transmitidos pelos membros,
os braços musculosos, os antebraços, vistos de frente, formando um “V”
invertido de comprimento = 1/3 a ¼ maior que a canela, os joelhos, vistos de
frente devem ser cheios, grandes e redondos, e de perfil devem ser reto e sem
desvios, as canelas vistas de frente não devem possuir sem desvios e de perfil
devem ser chatas, as quartelas devem ser médias, os cascos médios,
semicirculares e listrados em membros sem calçamentos.

o Membros Posteriores: as coxas devem ser longas, largas, planas, bem


conformadas e musculosas, mais largas que a garupa e as pernas muito
musculosas. Os jarretes devem ser baixos e vistos por trás devem se apresentar
largos, aprumados e de perfil, largos. As canelas devem ser mais largas, grossas
e longas que as anteriores, de perfil devem ser chatas. Se comparado a outras
raças são mais curtas, proporcionando maior proximidade dos jarretes ao solo
permitindo assim voltas rápidas e paradas curtas.As quartelas devem ser mais
fortes que as anteriores, os cascos menores que os anteriores e listrados e a cauda
elegante com pêlos grossos

o Andamento: Trote

o Aptidão: corrida, saltos, prova de tambores, hipismo rural e lida com gado.

ÁRABE

É a raça eqüina mais antiga do mundo, uma das mais puras e praticamente entrou na
formação de todas as raças modernas. Sempre criado pelos beduínos no deserto da

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Península Arábica com fervor, porque eles sabiam que os animais extremamente
rústicos sobreviviam às agruras do deserto com temperamento excessivamente quente
de dia e noites muito frias no regime de pouca água e quase nenhum alimento. A
pureza da raça se deve a esta seleção pelos nômades ali presentes. Sua resistência às
intermináveis deslocações das tribos à procura de novas pastagens é outra
característica universalmente reconhecida. Foi usado desde tempos imemoriais pelos
beduínos como meio de transporte, na caça e nas constantes guerras intertribais, sendo
a mais veloz das raças eqüinas em estado natural. Dócil e obediente, sua beleza física
inspirou poetas, pintores e escultores desde tempos antigos. Sua resistência e
rusticidade tornou a montaria de generais famosos como Alexandre, o Grande,
Napoleão Bonaparte, Reis e Príncipes.

Com as rotas de comércio, os cavalos árabes foram se espalhando pelo mundo. As


criações
significativas da raça são: a egípcia, a polonesa, a inglesa, a russa e a americana.No
Brasil, o governo introduz, de 1930 a 1950 , a raça no país para incrementar a sua
cavalaria concentrada no Rio Grande do Sul.

O Puro Sangue Árabe é o único cavalo que reúne em suas características a


possibilidade de realizar bem todas as funções, devido:

– Rusticidade e Resistência: 3 milênios de seleção pelos beduínos  cavalo de


guerra do deserto = cavalo árabe (resistiam a prolongados períodos de trabalho
intenso com o mínimo de cuidado e alimentação);

– Versatilidade e Coragem: Os beduínos legaram às gerações futuras um cavalo


ágil, veloz, que não conhece barreiras nem perigos;
– Inteligência e Docilidade: Os beduínos mantinham o cavalo em suas tendas
como se fosse um membro da família.

– Beleza e Elegância: beleza associada à função do animal. Harmonia e proporção


que fazem o Cavalo Árabe tão admirado, são requisitos fundamentais na
conformação de um cavalo com capacidade para atender as mais diversas
funções .

 Origem: deserto da Península Arábica


 Aparência Geral: (força e vitalidade)

o Porte: Médio
o Pelagens: tordilha, castanha, alazã e preta, e suas variações. A pele é negra.
o Peso:

- Macho: 400 a 500 Kg


- Fêmea: 350 a 450 Kg

o Altura: 1,45 a 1,58 m

o Temperamento: vivo, ativo, dócil

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o Cabeça: pequena e elegante, perfil côncavo, focinho pequeno e orelhas bem
implantadas. Olhos redondos, grandes, vivos e espaçados, narinas dilatadas,
expressão alerta, inteligente e vivaz

o Pescoço: alto e curvilíneo em sua linha superior, longo e finamente arqueado.


Sua crina apresenta pêlos finos, longos e sedosos.

o Tronco: cernelha alta e proeminente; caixa torácica arredondada; dorso curto,


forte e ligeiramente côncavo; lombo curto;

o Garupa: quase horizontal; cauda alta com fios sedosos e longos (quando em
movimento os fios da cauda se elevam até a vertical  embandeirada)

o Membros: pernas fortes com boa musculatura; espáduas inclinadas; quartelas


curtas; jarretes achatados; andar largo; cascos duros

o Andamento: Trote

o Aptidão: Pelas suas características são aptos aos esportes hípicos de salto e
adestramento, hipismo rural, enduro e trabalhos agro-pecuários. Realizam
todas as funções muito bem.

ANGLO-ÁRABE

O Anglo-Árabe é uma raça resultante da mestiçagem do Árabe e de seu descendente, o


PSI (Thoroughbred), que combina as melhores qualidades dessas raças de elite. Do
Árabe espera-se que ele herde a resistência, a versatilidade, a frugalidade no trato e os
cascos densos e do PSI a estatura maior e a velocidade. De ambos a habilidade atlética
para os esportes hípicos. Tal cruzamento foi idealizado visando produzir um cavalo
militar com as características do cavalo Árabe, porém de maior porte.

A raça originou-se e aperfeiçoou-se na França, onde os Anglo-Árabes são criados


sistematicamente desde os tempos napoleônicos nas grandes coudelarias do sudoeste,
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em Pau, Pompadour, Tarbes e Gelos desde o ano de 1800. Os primeiros Anglo-Árabes
são o cruzamento de éguas PSI com os garanhões Árabes (nunca o inverso),
importados do Egito por Napoleão Bonaparte e seus generais. Já em 1836 a criação
francesa era famosa, tornando-se necessário a introdução de novas linhagens par
refrescamento do sangue. Foram importados dois magníficos Árabes do oriente
próximo Massoud e Aslan e quatro éguas PSI Dair, Common Mars e Selim. Por volta
de 1850 a raça foi considerada formada e os cruzamentos com Árabes ou PSI puros
passaram a ser cortados.
O Anglo Árabe teve início oficial no Brasil com a inauguração do Stud Book da raça
em 1970. Nesse ano, precisamente no dia 15 de outubro, quatro cavalos da criação de
Aloysio de Andrade Faria do Haras Fortaleza foram registrados na Associação do
Cavalo Árabe como cavalos da raça Anglo Árabe. Mas o primeiro Anglo Árabe a
nascer no país foi Jango, em 1948 na Coudelaria de Colina - SP. Ele era filho de
Anglo Árabes importados da Hungria e produziu uma descendência fantástica de
cavalos que foram selecionados para a utilização nas cavalarias do exército brasileiro.
Hoje a criação brasileira, pode-se dizer, ainda está no seu início, com quatro mil
cavalos registrados e cerca de três mil vivos, sendo que a grande maioria pertencente à
primeira geração, ou seja, cruzamento direto de Puro Sangue Árabe com Puro Sangue
Inglês. Mesmo assim, ela tem proporcionado exemplares de altíssima qualidade que
começam a se destacar em eventos hípicos Nacionais e Internacionais, em
adestramento, em CCE e outros.
O cavalo Anglo Árabe é registrado pelo Stud Book Brasileiro do Cavalo Árabe em
uma seção especial, aprovada pelo Ministério da Agricultura e pela Associação
Brasileira dos Criadores do Cavalo Árabe - ABCCA.
"O resultado do grau de sangue do animal Anglo-Árabe não pode ser menor que 25%,
nem maior que 75% de sangue Árabe, para ser aprovado o registro do animal.”
 Origem: França
 Aparência Geral:

o Porte: Médio
o Pelagens: tordilho, castanho e alazão

o Altura: 1,52 a 1,60 cm

o Temperamento: vivo, ativo, dócil

o Conformação Corporal:
O tipo resultante adquiriu um tamanho intermediário e uma conformação geral
mais parecida com a da Árabe. Exceto quando à sua garupa mais ou menos
diferente das duas raças, mais curta e inclinada, apesar de musculada, nos
demais caracteres observa-se uma grande variação. Assim, tanto pode
apresentar uma cabeça de Árabe, como de PSI, como intermediária, e o mesmo
pode-se dizer com relação a qualquer outra região do corpo. Desta forma é
fácil confundir um exemplar isolado com qualquer uma das raças que lhe
deram origem.

o Aptidão: bom cavalo para sela, para esportes e para aplicação militar.

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BÉRBERE

O cavalo Bérbere, Barbo ou Norte-Africano formou-se no litoral do Mediterrâneo, ao


Norte da África, em época anterior ao cavalo Árabe e admiti-se sua origem Asiática,
porque em 2000AC não existia este animal na região. As migrações dos povos árabes
provocaram uma mestiçagem desordenada dos cavalos Bérberes com Árabes, de
maneira que nos tempos atuais restam apenas poucas cavalariças da remonta militar
francesa e norte africana quer pretendem recuperar a raça primitiva.

O nosso interesse pelo cavalo Bérbere é mais histórico e científico, porque ele atuou
na formação de muitas raças de cavalos atuais, notadamente dos cavalos nacionais,
que possuem alta dose do seu sangue. Quando os mouros dominaram a Península
Ibérica, por seis séculos, ali introduziram cavalos dessa raça em quantidade e,
possivelmente, uma pequena minoria de Árabes.Grande parte dessa cavalhada
permanecia ainda em estado puro, porém muitas éguas do tipo germânico, trazidas
pelos Vândalos na sua invasão da Espanha, foram cobertas pelos cavalos dos mouros,
do que resultou a raça Andaluz, de maior corpulência que o Árabe e o Bérbere.

Os colonizadores da América, espanhóis e portugueses trouxeram animais destas três


raças. Em algumas pequenas áreas, devido ao isolamento, cresceram as manadas de
Árabes ou de Andaluzes, conservando-se num estado de relativa pureza os seus traços
primitivos, mas formando variedades regionais.Entretanto, pelo que se pode observar,
pela freqüência relativa dos tipos raciais, a Bérbere deveria ter sido a introduzida em
maior quantidade no Brasil.

 Aparência Geral:

o Porte: Médio
o Pelagens: tordilho, rosilho, vindo depois a castanha, alazã, baia, negra e etc.

o Altura: 1,50 cm ou mais (mais alto que o Árabe)

o Temperamento: dócil, resistente, sóbrio, ágil.

o Conformação Corporal:

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O cavalo Bérbere difere do Árabe por ser muito mais esguio, estreito de corpo
e possuir formas mais alongadas. No conjunto geral são pouco musculados.

o Cabeça: longa e estreita, de perfil convexo, orelhas grandes e aproximadas,


fronte longa, focinho longo e estreito, narinas pouco abertas e os olhos
apagados

o Tronco: o peito é estreito e a linha dorso-lombar cortante

o Garupa: é inclinada e a cauda de inserção baixa

o Membros: pouco fornidos. Os jarretes são geralmente fracos e fechados

o Andamento: trote

o Aptidão: excelente saltador

BRASILEIRO DE HIPISMO

Na década de 70, Ênio Monte, criador, resolveu desenvolver uma raça brasileira
destinada ao hipismo. Para tanto, cruzou as raças Orloff, de origem russa, com
Westfalen e Trakehner, alemãs, especialmente importadas para isso. Incluiu ainda o
Puro-sangue-inglês, Hanoveriano, Holsteiner e Hackney, Oldenburg, Sela-Argentina,
Sela Francesa, Sela Dinamarquesa etc.
É uma raça formada no Brasil, no estado de São Paulo, com as mais importantes
linhagens européias de cavalos de salto e adestramento, tais como Hanoverana,
Holsteiner, Oldenburger, Trakehner, Westfalen e Sela Francesa, através de cruzamento
entre si ou com magníficos exemplares Puro Sangue Inglês da América do Sul.
 Origem: São Paulo, Brasil
 Aparência Geral:
o Porte: Grande
o Pelagens: São permitidas todas as pelagens (não aceitam pampa)

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o Peso:

- Macho: 600 Kg
- Fêmea: 550 Kg

o Altura:

- Macho: 1,68m
- Fêmea: 1,65 m

o Temperamento: energético, vivaz, ardente

o Cabeça: comprimento médio, fronte ampla, reta ou sub-convexa, chanfro reto ou


ligeiramente sub-convexo e perfil reto a sub-convexo. Orelhas médias, olhos
grandes e vivos, narinas amplas e elípticas, mandíbula ampla, musculada com
ganachas bem separadas.
o Pescoço: Comprimento médio, musculoso, forma piramidal, levemente sub-
convexo na linha superior e levemente sub-côncavo na linha inferior, destacado
do peito e das espáduas. Crinas são sedosas.
o Tronco: tórax deve ser profundo
-Perímetro torácico aos 5 anos:
Machos = 1,90 m
Fêmeas = 1,85 m
o Cernelha deve ser destacada, musculosa, comprida, harmoniosamente ligada ao
pescoço e ao dorso. O dorso deve ser sub-côncavo, curto, musculoso.O lombo ,
sub-convexo, médio, largo e musculoso
o Garupa: arredondada, comprida, larga, altura igual ou inferior à da cernelha.
Cauda deve possuir crinas sedosas, inserção média, levemente destacada do corpo
quando em movimento
o Membros Anteriores: espádua deve ser comprida, musculosa, inclinada (55º com
a horizontal). O braço forte, musculoso, potente, comprido. O antebraço
comprido, potente, musculoso e aprumado.O joelho volumoso, descarnado, com
tendões e ligamentos fortes .A canela curta, espessa, descarnada, com tendões
fortes e destacados.
-Perímetro aos 5 anos:
Machos: 21,5 cm
Fêmeas: 20,0 cm
o O boleto deve ser volumoso, forte, aprumado e articulado. A quartela média,
espessa, descarnada, mais comprida nos anteriores, com inclinação de 55 a
60º.Os cascos sólidos e grandes(lateralmente devem acompanhar a inclinação
das quartelas).

o Membros Posteriores: A coxa deve ser comprida, definida e musculosa. A


soldra, abaixo e para fora do ventre.As pernas compridas, musculosas e os

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aprumos corretos.

o Andamento: Trote. Possuem excelente mecânica de salto, coragem, inteligência


e elegância nos movimentos.

o Aptidão: sela, saltos, adestramento, CCE

o Defeitos: Mau caráter, temperamento linfático, falta de desenvolvimento,


desproporção entre as regiões e dimensões do corpo. Cabeça volumosa, orelhas
grandes e caídas, ganachas grossas, pescoço curto, tronco estreito, dorso selado
com inclinação descendente da garupa para frente, garupa horizontal, membros
com desvios de aprumos.Movimentos rasteiros, curtos, irregulares, falta de
flexibilidade e equilíbrio

CAMPOLINA

É uma raça formada em Minas Gerais no Brasil, por Cassiano Campolina, a partir do
garanhão Monarca, filho de uma égua cruzada com o garanhão Puro Sangue Andaluz-
Lusitano da Coudelaria Real de Alter, pertencente ao criatório de D. Pedro II. Os
descendentes de Monarca sofreram a infusão de sangue Percheron, Orloff e
Oldenburguer e mais tarde do Mangalarga Marchador e Puro Sangue Inglês.

Cassiano tinha como principal objetivo formar cavalos de grande porte, ágeis,
resistentes e de boa aparência. Para isso, selecionou e cruzou raças de cavalos conforme
sua intuição e experiência.
Em 1904, após mais de 30 anos trabalhando firme em seu propósito, faleceu Cassiano
Campolina. Mas, graças à dedicação e o empenho de seus amigos, a raça continuou a
ser criada e aperfeiçoada.
Após aproximadamente 70 anos desenvolvendo a raça conforme as referências de cada

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criador, tornou-se necessário definir um padrão racial para que todos pudessem unir
esforços e aperfeiçoar a raça conforme suas características oficiais. A Associação
Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina foi fundada em 1951, com sede em Belo
Horizonte. Hoje, todos os criadores da raça são responsáveis pela continuidade dessa
história que ganha mais admiradores e se consolida a cada ano.
 Origem: Minas Gerais, Brasil
 Aparência Geral:
o Porte: médio à grande
o Pelagens: predominante baio e castanho.
o Peso:

- Macho: 550 a 600 Kg


- Fêmea: 350 a 450 Kg

o Altura:

- Macho: 1,58 m
- Fêmea: 1,52 m

o Temperamento: vivo, ativo, dócil

o Cabeça: tamanho proporcional, harmoniosa, fronte ampla e plana, ganachas


secas e afastadas, fronte de perfil retilíneo, chanfro de perfil retilíneo a sub-
convexo, orelhas de médias para grandes, móveis, bem implantadas e dirigidas,
paralelas. Olhos afastados, móveis, expressivos, pálpebras finas e flexíveis.Boca
de abertura média, lábios móveis e firmes.Narinas grandes, flexíveis e afastadas

o Pescoço: rodado, musculoso, proporcional e bem inserido à cabeça, inserção ao


tronco no terço médio do peito. Admite-se o de cisne.A crina é farta e sedosa.

o Tronco: cernelha bem implantada, definida e comprida. Peito profundo, amplo e


não saliente. Costelas longas, arqueadas (boa amplitude torácica). Tórax
profundo e amplo. Dorso-lombar com boa cobertura muscular, harmoniosamente
ligados a garupa e bem sustentados. Ancas simétricas e musculosas.

o Garupa: altura não superior à da cernelha, ampla, suavemente inclinada. Cauda


bem implantada e dirigida, pêlos fartos e sedosos.

o Membros Anteriores: espáduas longas, oblíquas, definidas e musculosas. Braços


médios, oblíquos, musculosos. Antebraços longos, em direção vertical,
musculosos. Joelhos largos, secos, articulados e aprumados.

o Membros Posteriores: coxas devem ser cheias e musculosas. As pernas fortes,


longas e bem aprumadas.Os jarretes secos, lisos, fortes e bem aprumados.As
canelas devem ser médias, secas, com tendões fortes, delineadas e em direção
vertical.Os boletos largos, definidos e articulados.As quartelas médias, oblíquas,
fortes e articuladas.Os cascos arredondados, lisos, escuros.
Os membros em conjunto devem ser fortes, musculosos, firmes, bem articulados
e aprumados.
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o Andamento:

- Marcha avante, regular: maior tempo de deslocamento dos bípedes em


diagonal, com momentos de tríplice apoio.

- Marcha picada: deslocamento dos bípedes em lateral, com momentos de


tríplice apoio

o Aptidão:
- Porte elevado e andamento cômodo: Campolina excelente para passeio, como
para cavalo de lazer.
- Serviços de fazenda
- Ótimo animal para produção de muares marchadores, robustos, de grande
porte.

o Defeitos: Apresentar pelagem albina, íris despigmentada, vícios graves e


transmissíveis, perfil ultra-convexo ou côncavo, orelhas cabanas, comissuras
labiais relaxadas, arcadas dentárias assimétricas, pescoço cangado ou invertido
(de cervo), a dorso-lombar concavilínea (selado) ou convexilínea (lordose),
garupa com altura superior a cernelha em 2 cm e/ou membros com taras ósseas e
defeitos de aprumos.

CRIOULO

Foi a primeira raça sul-americana formada nos campos úmidos da Bacia do Prata. O
cavalo crioulo da América Latina é o descente direto dos cavalos importados do Novo
Mundo, desde Cristóvão Colombo, pelos conquistadores espanhóis durante o século
XVI, mais particularmente por Don Pedro de Mendonza, fundador da Vila de Buenos
Aires em 1535.
Um grande número destes cavalos de guerra fugiu ou foram abandonados para se
tornarem, rapidamente, em cavalos selvagens, num ambiente ideal para o seu
desenvolvimento. São os cavalos espanhóis (particularmente o Andaluz), portugueses e
árabes que transmitiram seu sangue e suas principais características morfológicas da
raça crioula.
Durante quatro séculos, a raça crioula se adaptara ao meio ambiente das grandes

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planícies sul americanas para sofrer uma severa seleção natural. Esta adaptação às
condições de vida do meio ambiente, permitiu o desenvolvimento de sua grande
qualidade, a resistência às enfermidades e a sobrevivência.
No início os índios, mais tarde os gaúchos, fizeram do crioulo o seu meio de transporte,
seu companheiro de caça ou de trabalho e seu camarada de lazer. Desde então, o crioulo
passou a ser o cavalo do gaúcho para o seu trabalho e o seu sustento.
Sua resistência fez o orgulho dos criadores que organizavam provas com distâncias de
750 quilômetros, que tinham que ser percorridas em quatorze dias. Os cavalos eram
pesadamente carregados (110 quilos para o ginete e sua sela) e tinham que alimentar-se
unicamente com o pasto encontrado na região percorrida. O animal vencedor era aquele
que terminava a prova sem ter sido parado pelos juízes ou veterinários, ter levemente
emagrecido, porém ter permanecido fogoso como no dia da partida.
No final do século XIX, a introdução de machos europeus ou da América do Norte
degenerou a raça. Uma seleção rigorosa, feita por alguns criadores apaixonados,
permitiu a reconstituição da raça que foi admitida no “stud-book” argentino, em 1918.
Hoje, em quase todos os países da América do Sul, as raças descentes do crioulo são
criadas e protegidas.
O berço do cavalo Crioulo no Brasil é o sul, fronteira com o Uruguai e, são criados na
região do Rio Grande do Sul.
É uma variedade da raça crioula da América latina. Como os outros cavalos deste
continente, ele é produto da mistura de raças de origem africana (cavalo árabe
primitivo) e européia.
Para o cavalo crioulo do Brasil, as duas origens étnicas são equilibradas. Herdou do
cavalo árabe sua altura, sua cabeça, seu perfil, suas orelhas, sua garupa e seu caráter
ativo. Do seu antepassado europeu, herdou sua crina abundante, seu aspecto pequeno,
porém forte e sua tranqüilidade.
Sua descendência árabe é bem marcante.
 Origem: Bacia do Prata
 Aparência Geral:
o Porte: pequeno

o Pelagens: baio escuro com uma listra preta, desde o fim da crineira até a cauda,
estrias escuras nos membros e muitas vezes na cernelha (gateado). Todas as
pelagens são admitidas.

o Peso:

- Macho: 450 Kg
- Fêmea: 400 Kg

o Altura do Adulto: cerca de 1,35 m a 1,52m - média de 1,45 m em machos e


fêmeas

o Temperamento: vivo, inteligente, corajoso, forte, bem disposto e resistente

o Cabeça: perfil reto ou sub-convexo, curta e larga, afinando-se em forma de cone.


Orelhas pequenas e empinadas, olhos grandes e expressivos, ganachas

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delineadas, fortes e moderadamente afastadas e focinho saliente.

o Pescoço: comprimento médio e musculoso, ligeiramente convexo na linha


superior e crinas abundantes e grossas.

o Tronco: A cernelha deve ser pouco destacada, o dorso e o lombo devem ser
curtos e musculosos.O peito deve ser amplo, largo, profundo, encontros bem
separados e musculosos.As costelas devem ser arqueadas e profundas.

o Garupa: arredondada e musculosa, moderadamente larga e comprida e levemente


inclinada. A cauda deve apresentar sabugo curto e grosso.

o Membros: Devem apresentar membros fortes e musculosos, cascos muito rígidos


e escuros e canelas curtas bem aprumadas.

o Andamento: Marcha trotada

o Aptidão:
- cavalo de trabalho, ideal na lida com o gado, passeio e enduro, podendo ser
utilizado para cobrir grandes distâncias.
Principais provas que realizam:

→ Freio de Ouro : A prova mostra ao público as habilidades do cavalo e do


ginete, reproduzindo nas pistas os trabalhos do dia-a-dia no campo, além
de testar a doma, a resistência, a docilidade, a aptidão e a coragem, que
formam a funcionalidade do cavalo Crioulo.

→ Paleteada : Prova onde o boi é conduzido por uma dupla de cavalos


Crioulos ao longo de uma pista de 140 metros.

→ Tiro de Laço : O tiro de laço é uma prova realizada em uma raia de 100
metros, onde os ginetes devem laçar o novilho.

→ Rédeas : O cavalo deverá ser voluntariamente guiado com pouca ou


nenhuma resistência, pois qualquer movimento dele próprio poderá ser
considerado como falta de controle.

→ Enduro : O Enduro é uma prova que visa observar o conj. cavalo e


cavaleiro, onde ambos buscam superar seus limites no que diz respeito à
resistência, velocidade e capacidade de recuperação frente a obstáculos
naturais, terrenos e distâncias variadas.

→ Marcha de Resistência : A marcha é a maior prova de resistência eqüina


no mundo, pois se estende por 750 km, com pontos de descanso e
controle veterinário. Ela acontece nos cenários reais dos campos gaúchos
e enfrenta grandes diversidades como o frio, a chuva, o piso e os
obstáculos naturais.

93
PÊGA

É considerado originário dos jumentos portugueses possuindo traços do jumento


egípcio.Em virtude do longo tempo de isolamento, sem receber sangue estranho
devido ao criatório ser cercado por montanhas, a raça é bastante uniforme.Seu
melhoramento foi iniciado em 1810 em Minas pelo Padre Manuel Maria e em 1847 o
rebanho passou para o Cel, Ed. J. de Rezende, em Lagoa Dourada, MG, onde o
trabalho de melhoramento continuou até hoje.O Pêga produz muares fortes, vivos,
sadios, altos, de cores claras.

 Origem: Minas Gerais


 Aparência Geral:

o Porte: Médio
o Pelagens: pêlo de rato, ruão e ruço. Sempre com faixa crucial e listra de burro
o Peso: 220 kg

o Altura:

- Machos : mín. 1,23m


- Fêmeas: mín. 1,20m

o Temperamento : vivo e expressão franca

o Cabeça: Seca, proporcional, despontada para o focinho. Perfil sub-convexo


para retilíneo.Olhos pequenos e expressivos.Orelhas grandes, firmes, dirigidas,
paralelas, largura média, lanceoladas ou atesouradas. Boca rasgada, lábios
móveis e justapostos. Narinas largas e flexíveis.

o Pescoço: Proporcional, musculoso, bem inserido à cabeça e ao tronco.

o Tronco: Cernelha definida e comprida, musculosa, em nível com a garupa.


Peito profundo, amplo.O dorso é médio e o lombo curto, reto com boa
cobertura muscular.As costelas fortes, separadas e arqueadas.

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o Garupa: As ancas são simétricas e musculosas.A garupa é comprida, larga,
ligeiramente inclinada ou tendendo horizontal.A cauda é curta, bem inserida,
limpa, com pêlos reduzidos e inserção média.

o Membros Anteriores: As espáduas são médias, musculosas e oblíquas .Os


braços fortes, secos e bem articulados.Os antebraços retos, longos e
musculosos.Os joelhos grandes.

o Membros Posteriores : As coxas e as pernas são cheias e musculosas.Os


jarretes são secos e os aprumos perfeitos.As canelas são curtas, delicadas e sem
taras.Os boletos largos e bem articulados.As quartelas médias e oblíquas.Os
cascos resistentes, escuros e talões altos.

o Andamento: marcha de tríplice apoio

o Aptidão : aptidão mista, para serviço e lazer.

o Defeitos : Pelagem albina, despigmentação nas orelhas e na íris, vícios graves e


transmissíveis de temperamento, cabeça curta e excessivamente convexa,
orelhas mal inseridas, cabanas, lábios apresentando relaxamento das
comissuras, pescoço de cervo, cangado, linha dorso-lombar selada
(ultracôncavo), membros apresentando taras e defeitos de aprumos, cascos
totalmente bancos, aparelho genital com defeitos congênitos, hereditários e
aparentes, altura da garupa superior a 6 cm à da cernelha, prognatismo e
doenças congênitas, hereditárias e transmissíveis.

PERCHERON

A exata origem da raça Percheron esta perdida através dos tempos. Alguns acreditam
que eles são descendentes dos primitivos cavalos encontrados na região durante a
idade do gelo, outros dizem que eles estão intimamente relacionados ao cavalo

95
Boulonnais, os quais foram usados na invasão da Bretanha pelos Romanos, outros
ainda acreditam que a raça é oriunda do garanhão Árabe Abd el Rahman's, ou parte
dos cavalos usados pelos Mouros na batalha dos Poitiers os quais foram divididos
entre as forças Francesas vitoriosas. Independentemente destes antigos conceitos
quanto a sua origem, é conhecido que durante duas épocas da história as éguas
nativas da região de Le Perche na França foram acasaladas com garanhões Árabes,
primeiro durante o século VIII e depois durante a Idade Média. No tempo das
cruzadas o Percheron era reconhecido amplamente como um cavalo superior devido
a sua calma e sensatez, bem como por sua característica beleza e estilo.

Por volta do século XVII, os cavalos produzidos em Le Perche haviam atraído amola
notoriedade e tinham demanda para diversos usos. O Percheron desta época era
menos e era provavelmente mais ativo. No século XIX o governo da França
estabeleceu um haras em Le Pin para o desenvolvimento de cavalos para servir de
montaria para o exército. Em 1823, um cavalo chamado Jean Le Blanc nasceu em Le
Perche e todas as linhas de sangue da raça Percheron de hoje são traçadas
diretamente a este cavalo.

O Percheron foi exportado para a América na metade final do século XIX, e as


importações continuaram ate a II Guerra Mundial. O Percheron rapidamente se
tornou a favorita dos fazendeiros americanos, tornando-se tão popular nos Estados
Unidos que em 1930, um censo do governo americano mostrou que a raça tinha três
vezes mais registros do que outras quatro raças de cavalos de tração juntas. Após a II
Guerra Mundial, o invento de modernos tratores quase levaram a raça à extinção, a
raça quase caiu totalmente no esquecimento.

Entretanto, alguns fazendeiros, incluindo muitos Amish, dedicaram-se a preservação


da raça. Por volta da década de 60, houve um renascimento dos cavalos de tração nos
Estados Unidos, com os americanos re-descobrindo a utilidade dos cavalos de tração.
Os Percherons estão hoje retornando para as pequenas fazendas e trabalhando nas
florestas. Centenas de Percherons são usados para recreação e em desfiles, é comum
se ver muitos Percherons nas ruas das grandes cidades americanas puxando
carruagens.

Na Grã-Bretanha são criados visando à exclusão da pelagem nas patas.Lá são


cruzados com PSI para produzir animal de caça de pesado.

Para o Brasil, foram trazidos pelo exército na década de 20. Eram utilizados para
puxar artilharia pesada dos exércitos e carroças de entrega em São Paulo.

Variedades:

→ Trait Percheron:
Machos – 1,60 a 1,75 m e 900 a 1000 kg
Fêmeas – 1,50 a 1,60 m e 750 kg

→ Percheron Dilingencier:
Animal de menor peso e maior porte (até 1,80 m e 800 kg)

 Origem: França – Le Perche


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 Aparência Geral:

o Porte: Grande
o Pelagens: preto e tordilho
o Peso: 900 Kg

o Altura: 1,58 a 1,72 m

o Temperamento : dócil, mas ao mesmo tempo vigoroso.

o Cabeça: quadrada, chanfro reto e plano, orelhas pequenas com pontas finas,
olhos vivos, boca média com lábios finos, narinas dilatadas e mucosas escuras

o Pescoço: apresenta comprimento grande, rodado, musculoso, com suave curva


no bordo superior e bastante crina (às vezes onduladas)

o Tronco: cilíndrico. A cernelha é saliente, mais alta que a ponta da anca. O


dorso e o lombo são retos e curtos. O peito é largo, arqueado, com o esterno
bem saliente. As costelas são longas e bem arqueadas.

o Garupa: reta (pouco inclinada), longa e musculosa. Possui ancas largas e a


cauda de inserção alta com bastante crina.

o Membros Anteriores: apresenta espádua pequena, antebraço musculoso e braço


curto e musculoso.O joelho é robusto e quadrado.A canela é chata e curta.O
boleto e a quartela são fortes e os cascos grandes, arredondados, c/ sola
côncava .

o Membros Posteriores : as coxas são profundas, cheias e musculosas.As patas


altas, grandes e fortes.No conjunto os membros são fortes, bem aprumados e
com articulações destacadas.

o Andamento: Passo, trote e galope curto.

o Aptidão : competições de carruagem, circos, desfiles.Usados para salto e pólo


quando cruzados com raças leves.

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PANTANEIRO

Uma raça única de eqüinos, que se adaptou como nenhuma outra ao ambiente quente e
úmido e às longas distâncias da planície pantaneira. O cavalo pantaneiro tem sua origem
dos cavalos Ibéricos trazidos ao Brasil na época da colonização.

Os animais introduzidos na região multiplicaram-se e formaram uma raça muito bem


adaptada às condições ecológicas do Pantanal. Isto foi fruto da ação da seleção natural
durante centenas de anos. Desde a implantação de fazendas no Pantanal, o cavalo
pantaneiro tem sido importante para a lida do gado e como meio de locomoção para os
habitantes da região.

Apesar das suas qualidades, a raça quase chegou à extinção devido a fatores como
doenças e cruzamentos indiscriminados com outras raças. O trabalho feito por
instituições como a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Pantaneiro (ABCCP),
criada em 1972, evitou a extinção da raça, que hoje se encontra em estado vulnerável, o
que ainda necessita de programas específicos para a sua conservação.

Um dos principais motivos para a conservação do cavalo pantaneiro é o seu valor


genético. Adaptada de maneira singular às condições do Pantanal, a raça apresenta hoje
uma grande utilidade no manejo do gado de corte, principal atividade econômica da
região.
É muito resistente e consegue sobreviver a situações que outras raças não, como viver 6
meses dentro das águas, pastando capim submerso.Os cascos não amolecem embaixo da
água.
Assemelha-se com o crioulo, diferindo pelos membros altos e menor compacidade do
pescoço, tronco e garupa.

 Origem: Pantanal - Brasil


 Aparência Geral:

o Porte: Médio
o Pelagens: qualquer exceto a albina.

-Tordilha (35%)
-Castanho (27%)
-Baio (22%)
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-Alazão (6%)
-Rosilho (4%)
-Lobuno (4%)

o Peso: 350 Kg

o Altura:
- Machos : mín. 1,40m
- Fêmeas : mín. 1,35m

o Temperamento : vivo e dócil

o Cabeça: Sua fronte é larga e plana.O perfil da fronte é retilíneo e do chanfro,


retilíneo a ligeiramente convexo.As orelhas são pequenas a médias e
móveis.Os olhos grandes, vivos e pretos.As narinas amplas, finas.

o Pescoço: É proporcional e harmoniosamente ligado a cabeça, com bordos


retilíneos, deve apresentar angulação de 45º entre o bordo inferior e a
horizontal.A crineira é estreita e possuem pêlos sedosos.

o Tronco: É longo. Possui o tórax amplo, profundo, a cernelha bem definida,


saliente e bem implantada.O peito é largo e não saliente, as costelas longas e
arqueadas.O dorso e lombo médios, musculosos e horizontais.

o Garupa: musculosa, bem ligada ao lombo, de comprimento médio e


ligeiramente inclinada.A cauda possui sabugo curto e firme, crinas finas e
sedosas.

o Membros Anteriores: Possui espádua longa, cheia, com inclinação entre 53 e


58º.O braço e antebraço médios e musculosos.Os joelhos médios, retos em sua
face cranial, chatos e bem suportados.

o Membros Posteriores : A coxa é cheia e musculosa, as pernas longas, fortes e


bem aprumadas, os jarretes secos, limpos e bem aprumados, as canelas médias,
secas, aprumadas, com tendões fortes e bem delineados.Os boletos médios,
proporcionalmente largos, bem definidos e suportados,as quartelas médias e
bem orientadas e os cascos pequenos a médios, sólidos, duros, pretos, com sola
côncava e ranilha elástica.No geral os membros são bem aprumados,
musculosos, com ossatura e tendões fortes .

o Andamento: Trote

o Aptidão : Ágil, resistente, grande capacidade de aprendizagem, bom


temperamento, persistente, capaz de suportar longas caminhadas ou ficar com
os casos submersos e se alimentar de vegetação que fica submersa nos períodos
de cheias.É tolerante ao calor e as doenças, é adaptado as condições do Mato
Grosso, não precisa de ferraduras, é um excelente cavalo de sela e é versátil
(lida com gado, provas de laço, apartação, rédeas, cavalgadas, enduros e
equoterapia)

99
CLYDESDALE

Com a abertura de estradas que permitiam a circulação de veículos de tração, os


escoceses do condado de Lanarkshire, que é banhado pelo rio Clydesdale, resolveram
desenvolver uma raça de tiro para escoar a produção de carvão de suas minas ali
localizadas. Basicamente, o Clydesdale é o produto do sangue Bérbere de linhagens
distantes e separadas entre si por séculos. Os escoceses cruzaram seus cavalos
autóctones, descendentes dos Bérberes pré- históricos, com animais nórdicos, sobretudo
pela importação de garanhões da região continental de Flandes.Seus objetivos eram
melhorar o porte dos cavalos nativos de tração.O sangue Shire foi usado em tal escala,
que seria legítimo dizer que Shire e Clydesdale eram dois ramos de uma mesma raça.
Mas no século XIX, os criadores já haviam produzido uma raça inteiramente distinta de
cavalo para tração pesada.
Eram utilizados para a execução de serviços pesados nas fazendas, como também para
trabalhos de transporte na cidade de Glasgow.
Hoje as maiores criações de Clydesdale encontram-se nos Estados Unidos e Canadá.

Os animais Darryll e Jim, respectivamente apresentados nas fotos acima, foram


importados em 1999 dos Estados Unidos pela Estância São Francisco de Borja. Durante
muitos anos foram os únicos Clydesdales do Brasil.Até hoje existem poucos exemplares
no país.
Como diferenciar o Shire do Clydesdale?
Uma das maneiras de se distinguir este cavalo de tração dos demais está na pelagem: o
Clydesdale possui manchas brancas pelo corpo, sobretudo na cara , membros inferiores
e ventre.Além disso, sua cabeça é bem mais delicada que a de muitos cavalos pesados e
suas orelhas são grandes.O Clydesdale possui pernas mais longas e pescoço mais
comprido que o do Shire.

 Origem: Escócia – Reino Unido


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 Aparência Geral:

o Porte: Grande

o Pelagens: baio e castanho com manchas brancas são as pelagens principais,


porém, podem ocasionalmente apresentar pelagem preta, tordilha e ruão.

o Peso: podem chegar a 1.200 quilos

o Altura: em média 1,62m

o Temperamento : disposto, equilibrado e ativo.

o As características gerais são comuns aos animais de tiro: o perfil da cabeça é


retilíneo, apresentam pescoço forte e arqueado, cernelha alta, conjunto
dorso/anca curto, espádua quase vertical e membros anteriores diretamente sob
os ombros. Os ossos são largos e poderosos, a musculatura compacta e
potente.Os criadores dão grande importância aos bons pés do Clydesdale.

o Andamento: sua ação é larga e compassada, quem observar por trás verá a sola
das patas, bem elevadas em ação.

o Aptidão : executam serviços pesados, realizam apresentações, servem para


montaria.Devido à solidez dos seus cascos, eles são usados até hoje em tração
pesada urbana.

→ Atrelagem:

A atrelagem esportiva é dividida nas categorias de elegância e enduro. A


modalidade tem uma grande tradição na Europa e na América do Norte, fazendo
parte inclusive da programação de importantes concursos do hipismo mundial,
na Alemanha, Inglaterra, Bélgica, França, Estados Unidos e Canadá entre
outros.

Os concursos de elegância são espetáculos de rara beleza. Os concorrentes usam


roupas de época, formando um conjunto plasticamente perfeito em contraste
com a força e a rusticidade dos animais. São disputadas provas com um ou
quatro cavalos. Nestas competições os jurados avaliam o andamento, os
arreamentos, a limpeza, o estado de conservação do carro e as vestimentas dos
condutores.

A competição de enduro já tem o objetivo mais de velocidade, é disputada em


terrenos acidentados e os condutores utilizam vestimentas mais esportivas. A
categoria faz parte dos jogos Eqüestres Mundiais, que acontecem de 4 em 4
anos.

No Brasil, a atrelagem ainda está dando seus passos iniciais. O primeiro evento
aconteceu em 2004, no Clube Hípico de Santo Amaro.

101
MANGALARGA MARCHADOR

A raça Mangalarga Marchador é tipicamente brasileira e surgiu há cerca de 200 anos na


Comarca do Rio das Mortes, no Sul de Minas, através do cruzamento de cavalos da raça
Alter – trazidos da Coudelaria de Alter do Chão, em Portugal – com outros cavalos
selecionados pelos criadores daquela região mineira.

A base de formação dos cavalos Alter é a raça espanhola Andaluza, cuja origem étnica
vem de cavalos nativos da Península Ibérica, germânicos e berberes. Os cruzamentos
dessas raças deram origem a animais de porte elegante, beleza plástica, temperamento
dócil e próprio para a montaria.

Os primeiros exemplares da raça Alter chegaram ao Brasil em 1808, com D. João VI,
que se transferiu para a Colônia com a família real. Os cavalos dessa raça eram muito

102
valorizados em Portugal e a família real investia em coudelarias (haras) para o
aprimoramento da raça. A Coudelaria de Alter foi criada em 1748 por D. João V e viveu
momentos de glória durante o século XVIII, formando animais bastante procurados por
príncipes e nobres europeus para as atividades de lazer e serviço.

Minas Gerais já se destacava como centro criador de eqüinos desde o século XVIII e a
chegada dos cavalos da raça Alter veio aprimorar ainda mais seus criatórios.
O Mangalarga Marchador teve como berço a fazenda Campo Alegre, no Sul de Minas.
Ela pertencia a Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, a quem é atribuída a
responsabilidade pela formação da raça.

Há várias versões para o nome Mangalarga Marchador, mas a mais consistente está
relacionada à fazenda Mangalarga, localizada em Pati do Alferes, no Rio de Janeiro. O
nome da fazenda era o mesmo de uma serra que existia na região. Seu proprietário era
um rico fazendeiro que, impressionado com os cavalos da família Junqueira, adquiriu
alguns exemplares para os passeios elegantes realizados no Rio de Janeiro. Quando
alguém se interessava pelos animais, ele indicava as fazendas do Sul de Minas. As
pessoas procuravam os fazendeiros perguntando pelos cavalos da fazenda Mangalarga e
esta referência se transformou em nome. Já o nome Marchador foi acrescentado pelo
fato de alguns daqueles cavalos terem a função de marchar em vez de trotar.

Uma Raça Brasileira

Fundado no Brasil, no Sul do Estado de Minas Gerais, o Mangalarga Marchador tem


como função principal a marcha, que é distinta das outras encontradas nos demais
marchadores do mundo. A marcha, que é o passo acelerado, se caracteriza por
transportar o cavaleiro de maneira cômoda, pois não transmite nele os impactos
ocorridos com os animais de trote.

Durante a marcha, o Mangalarga Marchador descreve no ar um semicírculo com os


membros anteriores e usa os posteriores como uma alavanca para ter impulso.
Marchando, ele alterna os apoios nos sentidos diagonal e lateral, sempre suavizados por
um tempo intermediário, o tríplice apoio, momento em que três membros do
Mangalarga Marchador tocam o solo ao mesmo tempo.

O andamento genuíno do Mangalarga Marchador é acompanhado de outras importantes


características. Temperamento ativo e dócil: pode ser montado por pessoas de qualquer
faixa etária e nível de equitação; resistência: grande capacidade para percorrer longas
distâncias e enfrentar desafios naturais; inteligência: seu adestramento é fácil e rápido
em relação a outras raças de sela; rusticidade: opção de se criar somente em regime de
pasto, diminuindo seu custo de produção e manutenção, facilitando seu manejo. A
rusticidade é observada também na facilidade de adaptação a quaisquer terrenos e
climas como o tropical, temperado ou frio.

Objetivos Da Raça

Os objetivos da raça – também conseguidos através do adestramento dos animais – são


as exposições, os concursos de marcha, o enduro, a lida com o gado e as provas
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funcionais.Anualmente são realizados 80 a 100 eventos nos diversos Estados do País, o
que comprova a grandeza do Mangalarga Marchador, que gera cerca de 40 mil
empregos diretos e mobiliza 200 mil pessoas indiretamente.

A fácil atuação do Mangalarga Marchador frente a obstáculos naturais demonstra sua


aptidão nata para o trabalho e esportes em geral. No enduro, os animais da raça têm
valorização crescente pela comodidade da marcha, que garante conforto ao cavaleiro, e
pela resistência para percorrer longas distâncias.A Exposição Nacional, a mais
importante mostra do Marchador, é realizada desde 1982 pela Associação Brasileira dos
Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), no Parque da Gameleira, em
Belo Horizonte, e reúne representantes de todos os Estados.

 Origem: Minas Gerais

 Aparência Geral:
o Porte: Médio

o Pelagens: predominante - Tordilha

o Peso:

- 300 a 450 kg

o Altura: 1,47 m a 1,57 m, sendo 1,52m a altura ideal.

o Temperamento : ativo e dócil.

o Cabeça: triangular, bem delineada, média e harmoniosa, fronte larga e plana,


perfil retilíneo na fronte e retilíneo a sub-côncavo no chanfro, olhos afastados e
expressivos, grandes e salientes, orelhas médias, móveis, paralelas, bem
implantadas.

o Pescoço: Forma piramidal, leve, musculatura forte, inserções harmoniosas e na


porção superior do terço médio do peito.

o Tronco: cernelhas definidas, longas, oblíquas, peito profundo, largo,


musculoso costelas longas, arqueadas  boa amplitude torácica

o Garupa: longa, musculosa, levemente inclinada, com tuberosidade sacral pouco


saliente e altura não superior à da cernelha.

o Andamento: Marcha Batida, Picada ou Avante.

o Aptidão: passeio, enduro, esportes e trabalho com gado.

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MANGALARGA PAULISTA

O nome mangalarga se refere a uma população eqüina do sul de Minas Gerais, região
limítrofe com o estado de São Paulo, iniciada pela família Junqueira. Mais tarde, alguns
de seus membros se mudaram para o estado bandeirante trazendo suas montarias. A raça
de equinos, que fez muitos adeptos no novo estado e também nos vizinhos, possuía uma
diferença dos mangalarga marchadores: a marcha trotada.

 Alguns Mangalargas foram levados para São Paulo, onde sofreram infusões de
sangue Árabe, Anglo-árabe, Puro Sangue Inglês e American Sadle Horse, que
deram origem ao seu andamento em “marcha trotada”.

 Por essa característica que a raça Mangalarga dividiu-se em duas:


- Mangalarga em São Paulo
- Mangalarga Marchador em Minas Gerais.

Hoje, sua boa conformação, resistência e flexibilidade fazem desse cavalo uma ótima
montaria para as provas de enduro eqüestre. Seu pescoço esguio e forte permite grande
equilíbrio, movimentos amplos e facilidade de engajamento dos membros posteriores. A
garupa ampla e comprida e as coxas com músculos definidos, garantem arrancadas
rápidas. Seu peito amplo e profundo, os membros fortes, bem estruturados e aprumados,
com articulações e tendões desenvolvidos, garantem sua lendária resistência e aptidão
para percorrer grandes distâncias.

 Origem: São Paulo

 Aparência Geral:
o Porte: Médio

o Pelagens: predominante – Alazã

o Temperamento : dócil e vivo.

o Cabeça: Seca, perfil retilíneo ou subconvexo, olhos grandes, afastados e não


oblíquos, orelhas móveis, tamanho médio, proporcional a cabeça.

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o Pescoço: de comprimento = cabeça + 1/3 cabeça, musculoso, destacado da
paleta, saída do tronco alta, forma de pirâmide.

o Tronco: Harmonioso, cernelha bem delineada, atrasada e longa, altura


mediana, Linha dorso-lombar retilínea  horizontal, peito amplo e profundo.

o Garupa: levemente inclinada. Bom comprimento, ampla e musculosa.

o Andamento: Marcha Trotada: Apoio diagonal. O rastro dos posteriores deve


alcançar ou cobrir o dos anteriores.

o Aptidão: passeio, enduro, esportes e trabalho com gado.

PURO SANGUE INGLÊS

O Puro Sangue Inglês é também conhecido pelo nome da modalidade a qual se destina:
cavalo de corrida.

É provável que, desde que o homem começou a montar cavalos, os cavaleiros disputem
corridas, por prazer, glória ou para comprovar o valor de sua montaria. Mas foi apenas
no século XVII, na Inglaterra, que as corridas começaram a ser organizadas.

Ao notar que a nobreza escocesa comparava a rapidez de seus cavalos nas corridas de
Newmarket (que mais tarde se tornou o centro britânico do cavalo de corrida), Jaime I
percebeu a grande vantagem desse tipo de competição: as corridas permitiam selecionar
os animais mais rápidos tanto para o serviço militar quanto para o civil. Assim, o rei
encorajou a importação de bons cavalos estrangeiros, atitude mantida por seus
sucessores. Cobertas por esses garanhões (geralmente orientais, árabes ou berberes), as
éguas nativas mais rápidas deram à luz a potros cada vez maiores e mais habilidosos,
mas que ainda não eram puro sangue.

Durante os primeiros anos do século XVIII, três novos garanhões orientais chegaram à
Inglaterra: Darley Arabian, Byerley Turk e Godolphin Arabian, que fundaram a nova
raça. Seus potros tinham uma rapidez notável, nunca antes alcançada. Em 1750, os
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ingleses estabeleceram a raça, criando seu studbook. Todo o Puro Sangue inscrito
possuía pelo menos um dos três excepcionais genitores em sua ascendência.

A paixão por esses cavalos “comedores de vento” foi tanta que os campos de corrida
rapidamente se multiplicaram pela Inglaterra, não apenas pelo prazer do público em ver
a performance de cavalos excelentes, mas também pelas possibilidades de aposta. Desde
então, a febre inglesa se espalhou, e as corridas hípicas passaram a ser organizadas em
todo o mundo.

Hoje, o Puro Sangue Inglês é criado em todos os continentes, nos Estados Unidos,
Argentina, França, Rússia, Alemanha, Austrália, Colômbia e Brasil, além da Inglaterra,
e o objetivo dos criadores é fazê-lo correr e ganhar.
O montante de dinheiro que circula nas corridas de Puro Sangue Inglês faz a raça ser
desenvolvida até mesmo em países que, aparentemente, são pouco propícios à sua
criação, devido ao clima ou à falta de forragem. Em Hong Kong, que não possui
pastagens, ou no Panamá, onde a cana-de-açúcar se desenvolve melhor do que a alfafa,
os cavalos Puro Sangue Inglês chegam de avião, assim como sua alimentação.

 Origem: Inglaterra
 Aparência Geral:
o Porte: Grande

o Pelagens: alazã, castanha, preta e tordilha.

o Peso:

Macho – 500 kg
Fêmea – 400 kg

o Altura:

Macho = 1,73 m
Fêmea = 1,55 m
o Temperamento : extremamente nervoso.

o Cabeça: Pequena.e larga, perfil reto, fronte ampla, olhos grandes e proeminentes,
orelhas médias e afiladas, narinas largas e dilatadas.

o Tronco: Cernelha destacada e musculosa, dorso reto e comprido, lombo curto.

o Garupa: inclinada

o Membros: finos com juntas largas, achatas, joelhos baixos, canelas curtas, pernas
compridas  rapidez na corrida, quartos musculosos

o Andamento: trote

o Aptidão: Corridas planas ou com obstáculos, salto, adestramento e Concurso


Completo de Equitação, além de cruzamentos: Quarto-de-milha, Trakchner,
Normando e outras.

107
PURO SANGUE LUSITANO

Montado há já cerca de 5000 anos, o mais antigo cavalo de sela do Mundo chega ao
limiar do século XXI reconquistando o esplendor de há dois mil anos, quando Gregos
e Romanos o reconheceram como o melhor cavalo de sela da antiguidade.
Cavalo de "sangue quente" como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro
Sangue Lusitano é o produto de uma seleção de milhares de anos, o que lhe garante
uma "empatia" com o cavaleiro superior a qualquer raça moderna.
Selecionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo
versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem, lhe permitem hoje competir em quase
todas as modalidades do moderno desporto eqüestre, confrontando-se com os
melhores especialistas. No limiar do ano 2000 o Puro Sangue Lusitano, volta a ser
procurado como montada de desporto e de lazer, e como reprodutor pelas suas raras
qualidades de caráter e antiguidade genética.
A sua raridade resulta de um pequeníssimo efetivo de cerca de 2000 éguas produtoras.
Em Portugal, berço da raça, estão apenas em produção cerca de 1000 éguas, no Brasil
600, em França 200, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica,
Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América.
Hoje o efetivo da Raça Lusitana está em crescimento, sobretudo na Europa e no Brasil,
onde há uma extraordinária progressão em quantidade e qualidade. Entre nós, a
qualidade geral da produção tem aumentado muito,e tudo leva a crer que se venha a
estabelecer novas linhas dentro da Raça, contribuindo para o seu progresso e
assegurando a sua vitalidade.
No século XXI, O Puro Sangue Lusitano será sempre o cavalo por excelência para a
Arte Eqüestre e para o Toureio, mas, para além de ser o cavalo que dá maior prazer
montar, continuará a surpreender pela sua natural aptidão para os obstáculos, e para o
Ensino e Atrelagem de Competição.
 Origem: Península Ibérica (Portugal)
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 Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Pelagens: predominantes - tordilha e castanha, seguidas da baia, alazã e preta.
o Peso:
– 500 kg
o Altura:
Macho = 1,60 m
Fêmea = 1,55 m
o Temperamento : dócil, alegre, inteligente.
o Cabeça: média, perfil subconvexo, fronte levemente abaulada, sobressaindo
entre os supraciliares. Orelhas médias, finas e expressivas, olhos grandes,
elípticos
o Pescoço: Comprimento médio, rodado, ligação estreita à cabeça e largo na
base.
o Tronco: Cernelha destacada, transição suave entre o dorso e o pescoço e
levemente mais elevada que a garupa.
o Garupa: forte e arredondada
o Andamento: Trote. Ágeis e suaves, de grande comodidade para o cavaleiro
o Aptidão: adestramento, grande coragem e entusiasmo nos exercícios de combate,
caça, toureio.

QUARTO DE MILHA

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A raça Quarto de Milha foi a primeira a ser desenvolvida na América. Ela surgiu nos
Estados Unidos por volta do ano de 1600. Os primeiros animais que a originou foram
trazidos da Arábia e Turquia à América do Norte pelos exploradores e comerciantes
espanhóis.
Os garanhões escolhidos eram cruzados com éguas que vieram da Inglaterra, em 1611.
Os cruzamentos produziram cavalos compactos, com músculos fortes, podendo correr
distâncias curtas mais rapidamente do que nenhuma outra raça.
Com a lida no campo, no desbravamento do Oeste Norte-Americano, o cavalo foi se
especializando no trabalho com o gado. Nos finais de semana, os colonizadores
divertiam-se, promovendo corridas nas ruas das vilas e pelas estradas dos campos,
perto das plantações, com distância de um Quarto de Milha (402 metros), originando o
nome do cavalo.
Foi fundada em 15 de março de 1940, a American Quarter Horse Association
(AQHA), em College Station, Texas.Em 1946, a AQHA se transferiu para Amarillo,
Texas, onde se encontra até hoje, tornando-se a maior associação de criadores do
mundo, representando 52% dos eqüinos em todo o mundo.
 Origem: Estados Unidos
 Aparência Geral:

o Porte: Médio

o Pelagens: admite-se que a pelagem do Quarto de Milha possa ser alazã, alazã
tostada, baia, baia amarilha ou palomina, castanha, rosilha, tordilha, lobuna,
preta e zaina. Não serão admitidos, para registro, animais pampas, pintados e
brancos, em todas as suas variedades.

o Peso:

– 500 kg, em média.

o Altura: são cavalos cuja altura é, em média, de 1,50 m. São robustos e muito
musculados.
o Temperamento : dócil.

o Cabeça: pequena e leve. Em posição normal, deve-se ligar ao pescoço em ângulo


de 45º. Perfill anterior reto. Olhos grandes e, devido ao fato de a testa ser larga,
bem afastados entre si permitindo um amplo campo visual, tanto para a frente
como para trás, ao mesmo tempo, com o mesmo olho. Orelhas pequenas, alertas,
bem distanciadas entre si.

o Pescoço: comprimento médio. Deve inserir-se no tronco em ângulo de 45º


porém, bem destacado do mesmo. Somente a junção entre o pescoço e a
cernelha deve ser gradual.

o Tronco: da cernelha ao lombo deve ser curto e bem musculado: Não "selado"
especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e
grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o
declive gradual de 5º a 8º da garupa à base da cernelha. O vértice da cernelha e
a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo
nível.

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o Garupa: longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os
posteriores normalmente embaixo da massa (engajamento natural).

o Andamento: harmonioso, em reta, natural, baixo. O pé é levantado livremente e


recolocado de uma só vez no solo, constituindo-se no trote de campo.

o Aptidão: O cavalo mais versátil do mundo. Corridas planas, salto, provas de


rédeas, tambores, balizas, hipismo rural e lida com o gado.

PAINT HORSE

O Paint Horse é uma raça relativamente nova no País, originária dos Estados Unidos.
Naquele país o Paint já ocupa a primeira colocação no ranking de comercialização. O
motivo é um só: reúne a beleza de ser um cavalo de pêlos exóticos com a versatilidade
necessária para o trabalho, lazer, ou esporte.

Na América do Norte, existem hoje cerca de 300 mil animais registrados na American
Paint Horse Association, e aproximadamente 48 mil criadores, e 50 mil em outros,
inclusive o Brasil. Com 40 anos de fundação a American Paint Horse Association,
desenvolveu um sistema moderno de seleção genética que permitiu um rápido
desenvolvimento da raça, e, o que é melhor, com um alto grau de refinamento.

Hoje ocupa a terceira colocação das melhores raças americanas, ou seja, só perde para o
Puro Sangue Inglês e o Quarto de Milha. O plantel americano conta com reprodutores
de primeira qualidade, das principais linhagens Quarto de Milha. A preocupação com as
modalidades de performance e com as classes amadoras, garante a manutenção do
interesse pelo animal, abrindo mercado e estimulando seu crescimento.

Apesar de pouco tempo de introdução no Brasil, os cavalos Paint estão demonstrando


uma fácil adaptação às modalidades esportivas desenvolvidas no País. A beleza da
pelagem e a característica dócil são os principais atrativos para os criadores.

A cor do pêlo e o padrão fazem do Paint Horse um cavalo único, valorizando


qualquer haras. Cada Paint Horse tem uma combinação particular de branco e qualquer
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outra cor dos eqüinos. As manchas podem ser de qualquer forma ou tamanho e podem
ser localizadas virtualmente em qualquer lugar do corpo do animal. Embora os Paints
tenham uma variação de cores com manchas diferentes, existem somente três
especificações do padrão do pêlo.
Embora haja muitas palavras americanas para descrever os padrões de contraste do
Paint Horse, a ABC Paint usa três termos para descrever os diversos padrões:
OVERO, TOBIANO, ou TOVERO. Estes padrões são diferenciados pela localização
do branco no cavalo, e não pela cor do pêlo.
 Origem: Estados Unidos
 Aparência Geral:

o Porte: Médio

o Pelagens: OVERO - Geralmente o branco não ultrapassa as costas do cavalo


entre a cernelha e a cauda: pelo menos, uma pata ou todas as patas são escuras:
o branco é irregular e um tanto espalhado; as marcas da cabeça são distintas,
em forma de frente aberta, arregaçada ou branco em forma de osso. Um cavalo
overo pode ser predominantemente branco ou preto, e a cauda geralmente é de
uma só cor. TOBIANO - A cor escura geralmente cobre um ou ambos os
flancos, e a cor branca vai passar o lombo entre a cernelha e a cauda.
Geralmente todas as quatros patas são brancas, pelo menos abaixo do curvilhão
ou joelhos: as manchas são irregulares e distintas tais como formas ovais ou
padrões redondos que se estendem para baixo do pescoço e peito, dando a
aparência de um escudo. As marcas da cabeça são como aquelas de cavalos de
cores sólidas, ou como uma mancha, uma faixa, estrela ou um retalho. Um
tobiano pode ser predominantemente escuro ou branco. A cauda, geralmente
contém duas cores.TOVERO - Estes cavalos combinam as características de
ambos os overos e tobianos.

o Peso:

– 500 kg, em média.

o Altura: são cavalos cuja altura é, em média, de 1,50 m. São robustos e muito
musculados.

o Temperamento: inteligente e disposto, versátil e dócil.

o Cabeça: pequena e leve. Em posição normal, deve-se ligar ao pescoço em ângulo


de 45º. Perfil anterior reto. Olhos grandes e, devido ao fato de a testa ser larga,
bem afastados entre si permitindo um amplo campo visual, tanto para a frente
como para trás, ao mesmo tempo, com o mesmo olho. Orelhas pequenas, alertas,
bem distanciadas entre si.

o Pescoço: comprimento médio. Deve inserir-se no tronco em ângulo de 45º


porém, bem destacado do mesmo. Somente a junção entre o pescoço e a
cernelha deve ser gradual.

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o Tronco: da cernelha ao lombo deve ser curto e bem musculado: Não "selado"
especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e
grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o
declive gradual de 5º a 8º da garupa à base da cernelha. O vértice da cernelha e
a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo
nível.

o Garupa: longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os


posteriores normalmente embaixo da massa (engajamento natural).

o Andamento: harmonioso, em reta, natural, baixo. O pé é levantado livremente e


recolocado de uma só vez no solo, constituindo-se no trote de campo.

o Aptidão: corridas, saltos, prova de tambores, hipismo rural e lida com gado.

BRETÃO

O Bretão resulta de cruzamentos relativamente recentes entre cavalos nativos, o


Hackeney e o trotador Norfolk. Esse animal de tração e atrelagem semi-pesada se
distingue, acima de tudo, pela excelência e a nitidez de suas andaduras, especialmente
o trote, que é capaz de sustentar sem muito esforço por longos períodos. Este é muito
exportado como reprodutor para países que buscam melhorar a robustez de seus
cavalos de atrelagem.

Hoje, o tipo de Bretão mais conhecido e espalhado é o Postier, mas existem dois
outros tipos vindos da mesma região. O bretão de tração é resultante de cruzamentos
entre indivíduos das raças Percheron, Boulonnais e Ardenesa, e é um cavalo pesado,
compacto e poderoso. O terceiro tipo, o cavalo de Corlay, é um animal leve, resultante
de cruzamentos entre cavalo árabe e puro-sangue, hoje, praticamente extinto.
 Origem: França
 Aparência Geral:

o Porte: Médio à grande.

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o Pelagens: principalmente,Alazã e Castanha (rosilha). Exceto: tordilho, pampa e
albina

o Peso:

Macho: 850 Kg (1100 kg)


Fêmea: 650 Kg

o Altura: são cavalos cuja altura é, em média, de 1,58 m.


o Temperamento : dócil e de fácil manejo.

o Cabeça: - Quadrada de tamanho médio, fronte larga, chanfro largo e reto, às


vezes levemente côncavo, olhos vivos, orelhas pequenas, narinas amplas,
ganachas pouco volumosas.

o Pescoço: Forte, curto, de formato piramidal, de inserção baixa com o tronco,


ligeiramente rodado, com crineira abundante e freqüentemente dupla.

o Tronco: - Cilíndrico, amplo, com bom arqueamento de costelas. Peito largo,


forte e musculoso. Cernelha forte e pouco pronunciada. Espáduas musculosas e
inclinadas. Dorso e lombo curtos, largos, retos e fortes.

o Garupa: Garupa larga, dupla e ligeiramente inclinada. Cauda com implantação


regular. Linha ventral próxima do chão.

o Andamento: Trote, com movimentação ampla e desenvolta.

o Aptidão: Lazer, tração pesada, égua ama de leite, égua receptora para
transferência de embrião, agricultura, cruzamentos.

MARAJOARA

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Cercada por águas doces e salgadas – as dos rios Amazonas e Tocantins, de um lado, e
as do Oceano Atlântico, de outro – a ilha de Marajó é separada de Belém, no estado do
Pará, pelo rio Tocantins. Famosa por seu difícil acesso, pela pororoca (ondas
gigantescas formadas no encontro das águas do rio Amazonas com o mar), pela
admirável cerâmica indígena de desenhos geométricos e pelos os imensos rebanhos de
búfalos, a ilha também criou um cavalo peculiar: o Marajoara.

Há mais de trezentos anos, os primeiros cavalos chegaram ao arquipélago, trazidos da


ilha do Cabo Verde pelos portugueses. Os animais foram cruzados com cavalos árabes,
Alter e outras raças lusitanas, dando origem à raça Marajoara. Desde então, por meio da
seleção natural, o animal foi se adaptando às condições ambientais adversas da ilha,
enfrentando duas estações bem marcadas e rigorosas: a chuva e a seca. Dispondo de
pastagens escassas e desafiando um tipo de solo argiloso, quebradiço, seco e batido
pelas pegadas de búfalos, o Marajoara desenvolveu sua resistência e rusticidade. O
cavalo é extremamente importante na região, especialmente para o trabalho de lida.
Juntamente com o búfalo, ele também é largamente empregado como meio de
transporte.

Um outro cavalo desenvolvido na ilha de Marajó é o puruca, um pônei resultante do


cruzamento com o shetland, importado no final do século XIX, e com cavalos de outras
raças, mas, principalmente, o marajoara. Projetos estão sendo iniciados para salvar esses
animais da descaracterização genética pela qual estão passando. Recentemente, o
Exército Brasileiro chegou a testar outros eqüídeos na região, mas os cascos
apodreceram no solo argiloso. O marajoara e o puruca são os únicos cavalos capazes de
resistir à lama dos campos alagados da ilha, daí a urgência em preservá-los.

 Origem: Brasil (Ilha de Marajó)


 Aparência Geral:

o Pelagens: todas as cores, exceto a albina.


o Altura: 1,30 a 1,50m (fêmea) e 1,35 a 1,56 m (macho)
o Rústico e com cascos resistentes, enfrenta bem os campos alagadiços da ilha de
Marajó. Apresenta um porte médio e proporcional, e musculatura definida.
o Temperamento: enérgico e ativo.
o Aptidão: Lida com gado, transporte e lazer.

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NORDESTINO

O gado cavalar chegou ao Brasil durante o primeiro século de nossa colonização e o


cavalo escolhido pelos colonos foi o Alter Real, que era descendente do árabe e do
Barbo, que foram introduzidos na Península Ibérica na ocupação dos Mouros.

Chegados ao Brasil, esses animais espalharam-se, formando, no Nordeste, o cavalo


Nordestino.

Apesar de haver muitas divergências a respeito da entrada dessa espécie no Brasil,


alguns autores afirmam que os primeiros cavalos vieram, juntamente com outras
espécies domesticadas, das Ilhas da Madeira e das Canárias, em 1534, por iniciativa da
Dona Ana Pimentel, esposa de Martin Afonso de Souza.

Em 1550, Tomé de Souza mandou vir alguns animais de Cabo Verde, para a Bahia onde
se multiplicaram naturalmente, adquirindo uma rusticidade necessária para a sua
sobrevivência e espalhando-se por todo o norte do Brasil.

Conquanto não seja fácil responder de onde descendera o cavalo Nordestino, podemos
aceitar ser ele um descendente do Cavalo Barbo Árabe, originário de Portugal e
Espanha, de onde foi introduzido no Brasil Colônia.

No tipo morfológico do Cavalo Nordestino, é indubitável a influência do cavalo Barbo


cujas características se assemelham bastante: orelhas mal dirigidas, garupa caída, cauda
em inserção baixa e, sobretudo, o perfil ligeiramente convexo são como um selo
inegavelmente aposto do Barbo que o cavalo Nordestino transporta consigo e transmite
aos seus descendentes.

O "habitat" do cavalo Nordestino, como o próprio nome já revela, é a Região Nordeste


seca de todo o Brasil, notadamente nos Estados da Bahia, Pernambuco, Ceará e Piauí,
onde se localizam os maiores rebanhos.

Na caatinga agressiva, esse animal presta relevantes serviços à economia da região que
habita, não só pelo transporte de cargas, como também no de pessoas, vencendo longas

116
estradas e caminhos sinuosos, por terrenos sempre ásperos, onde pisa firme e aprumado,
sobre cascos rígidos e pequenos, regularmente adaptados à dureza da terra.

E o mais eficiente colaborador no cuidado dos rebanhos, nos trabalhos de campo,


submetendo-se às mais duras provas de sobriedade e resistência. Realmente quem
conhece de viso, ou mesmo de descrição, as loucas corridas do vaqueiro montado em
seu cavalo por entre espinhos e cipoais da caatinga, ou do mato cerrado, com o casco
desferrado sobre o pedregulho, curtindo a fome e a sede, sob o sol ardente ou a chuva
inclemente em busca da rês desgarrada, sem que jamais apresente o menor cansaço, é
que pode aquilatar o valor indiscutível do Cavalo Nordestino, cujo físico está longe de
deixar suspeitar tão surpreendente energia.

 Origem: Brasil (Sertões Nordestinos)


 Aparência Geral:

o Pelagens: castanha e suas variedades.

o Altura: 1,40-1,46 m

o Aptidão: Percorrer longas distâncias (Árabe). Pode viver com pouco alimento e
água. Não aparenta sinais de cansaço facilmente. Casco rígidos – facilidade de
caminhar em terreno pedregoso e espinhoso sem ferradura, transporte de
cargas e pessoas, lida com gado.

CAMPEIRO

O cavalo campeiro é, provavelmente, descendente dos animais trazidos pelas primeiras


expedições espanholas na época da colonização. A primeira notícia oficial da presença
de equinos que viviam livres em Santa Catarina data do século XVII, quando da
abertura do Caminho dos Conventos que, partindo de Araranguá, em Santa Catarina,

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transpunham as matas da Serra Geral. Para aprimorar a raça, a partir do século XIX, o
campeiro foi cruzado com cavalos puro sangue ingleses e árabes, melhorando sua
morfologia e funcionalidade tanto na lida com o gado quanto nas corridas de raias,
esporte típico da região naquela época.

A criação do cavalo campeiro, antes abundante na região dos planaltos catarinense e


gaúcho e na Região dos Pinhais, no Paraná, atualmente se restringe às cidades de Lages
e Curitibanos.

Seu tamanho ligeiramente maior do que o pantaneiro pode ser explicado pela maior
qualidade e quantidade de pastagem disponível no planalto catarinense em relação ao
Pantanal mato-grossense.

Em 1976, foi criada a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Campeiro


(ABRACCC), com o objetivo de garantir a preservação e o aumento de indivíduos da
raça.

 Origem: Brasil
 Aparência Geral:

o Pelagens: principalmente a castanha e a tordilha.

o Altura: mínima 1,40 (fêmea) e 1,42 (macho)

o O campeiro é um cavalo de porte pequeno, que exibe uma morfologia


proporcional, embora a altura da garupa seja levemente superior a da cernelha,
traço também característico das fêmeas pantaneiras. É um cavalo de sela e
tração leve, que hoje vive nos planaltos catarinenses.

o Aptidão: Ideal para Sela e pequenas trações, manejo com gado, equitação,
trote, galope e caminhada rápida.

X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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<http.//www.saudeanimal.com.br>. Acesso em: 01/06/2008.
DOMINGUES, O. Introdução à Zootecnia. 2ª Ed. - Rio de Janeiro, 1960. 380p.
EDWARDS, E. H. Cavalos: um guia ilustrado com mais de 100 raças de cavalos de
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NOGUEIRA, O. R. Ezoognósia: Exterior dos grandes animais domésticos. 1971. 320p.

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NOGUEIRA, O. R. Exterior dos grandes animais domésticos. São Paulo, 1920. 207p.
OLIVEIRA, V. B.; SANCHEZ, S. B.; ALMEIDA, F. Q. Muares: tema transversal para
o ensino médio e técnico em agropecuária. 2ª Ed., 2004. 128p.
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SANTOS, R. de F. O Cavalo de Sela Brasileiro e outros Equideos. J.M. Varela Editores
- Botucatu – SP., 1981. 341p.
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Fontes, 2000. 231p.
TOLEDO, A.P de. Mecânica de Sustentação e Locomoção dos Equinos. São Paulo:
Panamed Editorial, 1985. 177p.

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