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Faculdade de Veterinária
Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Agrossócio Ambiental Sustentável – MZO
Autores:
Profa. Carla Aparecida Florentino Rodrigues – UFF
Bruna Leal Rodrigues – aluna da UFF
Hugo Leandro Azevedo da Silva– aluno da UFF
Raiana Sancho Ladeira – aluna da UFF
Niterói, 2009
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Índice
I. Introdução ......................................................................................................... 3
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I. INTRODUÇÃO
1. Definições
2. Forma e função
3. Importância prática
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Interessa muito ao zootecnista, agrônomo ou veterinário, pois além de lhes conferir a
maior soma de conhecimentos sobre sua especialidade, lhes dá maior proficiência na
profissão, consolidando-lhes as reputações como técnicos junto aos criadores.
4. Arte do julgamento
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SECA – cabeça moderada, olhos vivos e orelhas alertas, corpo enxuto
GROSSEIRA – cabeça grande e pesada, olhos com pálpebras grosseiras, corpo
não harmonioso
DÉBIL – cabeça estreita, olhos apagados e orelhas finas, tórax pouco
desenvolvido
c) Prolificidade
d) Precocidade
5.3. Instinto
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É psíquico e hereditário, sujeito a variações. Tais atos são geralmente úteis para
conservação do indivíduo e da espécie.
A qualidade materna não é resultante apenas do instinto, mas também das qualidades
leiteiras e do temperamento.
O instinto da imitação e outras são úteis no adestramento: experiência e memória.
Instinto de orientação depende da memória.
O apego e a aversão ao homem e a outros animais.
6. Estado de Saúde
ANIMAL SADIO - pêlos finos e brilhantes; pele macia; movimentos livres e fáceis;
atento; cabeça levantada; orelhas atentas; olhos limpos, brilhantes e vivos; conjuntiva
rósea; ponta do nariz úmida e fresca; ventas limpas, abertas e com mucosas róseas.
7. Conceitos Zootécnicos
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Docilidade, adaptabilidade, etc.
Exemplo - Quarto de Milha:
Extrema docilidade, conseguindo partidas rápidas, paradas bruscas, grande capacidade
de mudar de direção e enorme habilidade de girar sobre si mesmo.
É adaptável a qualquer situação, transformando-se em instrumento de força, transporte e
excelente nas provas equestres, sendo considerado o cavalo mais versátil – modalidades
de conformação, trabalho e corrida.
d) RAÇA – Indivíduos com características semelhantes que são transmitidas à
descendência. A pureza racial está ligada à quantidade de gens em homozigose – por
exemplo, cruzando um individuo da raça A com um individuo da raça B, se os filhotes
forem mais semelhantes a A, significa que este individuo é mais puro racialmente, pois
possui maior número de gens em homozigose.
e) REGIÕES PARES – Orelhas, olhos, narinas, membros. É desejável que sejam
simétricos.
f) REGIÃO SECA – Enxuta, sem acúmulo de gordura.
Regiões zootécnicas
Cabeça
Pescoço
Tronco
Membros
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Cavalo – CARACTERÍSTICAS GERAIS
Descrição geral:
Os Eqüídeos são animais de talhe médio, cabeça fina e alongada, pescoço musculoso e pernas
delicadas. Seus olhos mostram-se grandes e vivos, as orelhas pontudas e móveis e as narinas muito
abertas. O corpo, bastante arredondado, apresenta-se coberto de pêlo curto e liso que se alonga na
cauda e na tábua do pescoço, onde forma a crina. O esqueleto é caracterizado pelo crânio longo, do
qual a caixa craniana ocupa apenas um terço, sendo o resto constituído pela face.
REGIÕES DO CORPO
As regiões do corpo do cavalo, em Exterior, são divididas em quatro partes: CABEÇA, PESCOÇO,
TRONCO e MEMBROS.
1. CABEÇA
A CABEÇA deve ser harmônica com o restante do corpo, não deve ser pesada pois desloca o centro de
gravidade do cavalo para frente, tirando o equilíbrio. Ela deve formar com o eixo do pescoço um
ângulo de 90o e com a horizontal um ângulo de 45o. A inserção da cabeça com o pescoço deve ser
através de uma leve depressão na região das parótidas, formando um conjunto harmônico.
a) Face Anterior
Fronte b) Extremidade superior
Chanfro Nuca
Focinho Garganta
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Parótida d) Faces posterior
Fauce
c) Faces laterais Ganacha
Olhal Barba
Olho
Bochecha
Narina e) Extremidade Inferior
Orelha Boca
Fonte
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1. Orelha
2. Olhal
3. Olho
4. Chafro
5. Narina
6. Boca
7. Nuca
8. Topete
9. Fonte
10. Fronte
11. Pálpebra
12. Bochecha
13. Ponta do focinho
2. PESCOÇO
PESCOÇO - região compreendida entre a cabeça e o tronco. Deve ter uma forma piramidal
triangular. Cranialmente, o pescoço delimita com a cabeça e caudalmente, com a cernelha,
espádua e o peito. Apresenta as duas faces laterais, conhecidas como “tábuas do pescoço”;
uma borda dorsal, a região da crineira e uma borda ventral.
O comprimento do pescoço deve ser igual ao da cabeça, sendo mais fino nos animais de sela e
curto e grosso nos animais de tração. Deve fazer um ângulo de 45o com a horizontal e 90o com
a espádua. Quando o pescoço é horizontal há uma sobrecarga nos músculos da região cervical,
forçando os membros dianteiros. Quando vertical, prejudica o andamento normal.
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3. TRONCO
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4-Cernelha 14-cilhadouro
5 e 6-lombo 15-ventre
7-anca 16-virilha
8-garupa 17-cauda
9-peito 18-órgãos genitais
10-interaxila
11-axila
12-costado
13-flanco
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fig.1 fig.2
fig.3
Fig.1 - Cavalo Gelderlander, raça holandesa em que a garupa retilínea horizontal é padrão.
Fig.2 – Cavalo da raça Holsteiner, exemplo de garupa inclinada.
Fig.3 – Cavalo da raça Bretão, exemplo de garupa obliqua.
B - Faces Laterais
COSTADOS - região par situada em cada lado do tronco. Delimita cranialmente com a espádua,
superiormente com a cernelha e o dorso e ventralmente com o cilhadouro e o ventre.
FLANCOS - região par situada lateralmente ao tronco entre os costados e a anca e as coxas.
ANCAS - região par situada à frente da garupa correspondendo a tuberosidade do íleo
C - Face Ventral
CILHADOURO - região impar localizada na parte cranial da face ventral. Limita cranialmente
com interaxila, caudalmente com o ventre e lateralmente com o costado.
VENTRE - região ímpar, compreendendo a face ventral do tronco. Cranialmente delimita com o
cilhadouro, caudalmente com as coxas e na lateral com o costado e parte inferior do flanco.
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PEITO - região ímpar situada ventralmente ao pescoço e delimitando com a axila e interaxila e o
braço. Para os animais de tração o peito deve ter um grande desenvolvimento transversal,
abrigando uma grande massa muscular e uma maior abertura das patas dianteiras permitindo um
maior equilíbrio. Peito estreito é defeito indicando musculatura pouco desenvolvida e costado
achatado.
AXILA e INTERAXILA - axila - região par localizada entre a interaxila e o braço.
CAUDA - região ímpar localizada na face posterior do tronco. É um apêndice constituído pelas
vértebras caudais e músculos coccígeos.
REGIÃO PERINEAL - nas fêmeas corresponde a região do anus e da vulva, nos machos a região
do anus e a base do pênis.
4. Membros
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19- Espádua
20- Braço
21- Codilho
22- Antebraço
23- Joelho
24- Canela
25- Boleto
26- Quartela
27- Coroa
28- Casco
29- Coxa
30- Nádega
31- Soldra
32- Perna
33- Jarrete
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A - Membro Anterior
ESPÁDUA - região par situada abaixo da cernelha, acima do braço, entre a base do pescoço e o
costado. Corresponde à escápula. Deve ser longa, bem dirigida, musculosa e de movimentos
amplos. Quando longa revela tórax alto e cernelha elevada. Nos animais de tração o volume dos
músculos é mais importante que o comprimento. Forma em média um ângulo de 55o com a
horizontal. Sendo oblíqua, permite movimentos amplos. Quando vertical, os movimentos
possuem amplitude menor, fazendo com que o animal flexione em demasia os joelhos.
BRAÇO - região par situada entre a ponta da espádua e o antebraço, sua base é o úmero. O
comprimento deve ser longo tanto no animal de sela quanto no de tração e a musculatura deve ser
forte.
CODILHO - região par situada entre o braço e o antebraço, sua base é o olécrano.
ANTEBRAÇO - região par situado entre o braço e o joelho, sua base é o radio e a ulna. Deve ser
longo, largo, musculoso e bem dirigido. Sendo comprido, o antebraço permite passadas amplas e,
quando curto, as passadas são altas e curtas.
JOELHO - região par situada entre o braço e a canela, sua base são os ossos do carpo. Deve ser
volumoso, seco e bem sustentado.
CANELA - região par situada entre o joelho e o boleto, sua base é o metacarpo. Deve ser bem
dirigida, curta, larga e de bons tendões.
BOLETO - região par situada entre a canela e a quartela, sua base é a articulação metacarpo-
falangeana. Deve ser espesso, largo e seco.
QUARTELA - região par situada entre o boleto e o casco, sua base é a primeira falange. Deve ser
volumosa, seca, flexível e bem dirigida. No galopador e no marchador ela é comprida e no
trotador e de tração deve ser curta. Procura-se que tenha a mesma inclinação da espádua.
CASCO - o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro do animal. Sua base é parte da
segunda e da terceira falange. Externamente o casco é constituído pela muralha, que é dividida do
centro para trás em; pinça, quarto e talão. A parte que toca o solo é constituída pela sola, que é
uma concavidade, da ranilha e das barras.
B - Membro Posterior
COXA - região par situada abaixo da garupa, acima da perna. Sua base é o fêmur. Deve ser longa
bem dirigida e musculosa.
NÁDEGA - região par situada atrás da coxa que vai da tuberosidade isquiática até o jarrete.
SOLDRA - região par entre a coxa e a perna, sua base é a rótula.
PERNA - região situada abaixo da soldra e acima do jarrete, sua base é tíbia. Deve ser longa
musculosa e bem dirigida. No corredor deve fazer um ângulo de 70o com a horizontal. Animais
com garupa muito inclinada geralmente tem perna inclinada. Perna inclinada apresenta amplitude
de movimento menor com menor rendimento, mas com maior potência e em conjunto com a
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garupa inclinada apresenta andamento mais macio, devido ao amortecimento do impacto do
membro no solo.
JARRETE - região situada entre a perna e a canela, sua base são os ossos do tarso. Deve ser
volumoso, seco de boa abertura.
CANELA - região comum ao membro dianteiro, cuja base é o metatarso. Deve ser curta larga e
espessa e de bons tendões.
BOLETO - região situada entre a canela e a quartela.
QUARTELA - sua base é a primeira falange. Não deve ter inclinação menor que a quartela do
membro anterior.
CASCO - semelhante ao membro anterior.
1. APARELHO LOCOMOTOR
a) Ossos
O membro posterior, logo abaixo da bacia ou pélvis, consiste do fêmur, da patela (correspondente
ao joelho humano), e depois de tíbia e fíbula, os quais ficam em posição paralela entre si. Em
seguida, o tarso ou jarrete‚ composto por seis ossos, dos quais o maior é o calcâneo, que forma a
ponta do jarrete e corresponde ao calcanhar humano. Em seguida, há o metatarso, com dois
metatarseanos acessórios, e as falanges, que compõem o sistema digital: primeira falange
(proximal), segunda falange (média), e terceira falange (distal); esta última é o osso do casco. No
casco existem ainda os ossos sesamóide distal e navicular. Entre o metatarso principal e a falange
proximal, estão os dois sesamóides proximais.
O membro anterior inicia na escápula, que se articula com o úmero. Este se encontra com os dois
ossos do antebraço, o rádio e a ulna. A extremidade proximal da ulna é o olécrano, que
corresponde ao cotovelo humano. Rádio e ulna se ligam ao metacarpo através de um conjunto de
oito pequenos ossos, os carpeanos (correspondentes ao pulso, no ser humano. Tal como no
posterior, no anterior o metacarpo tem dois metacarpeanos acessórios. A estrutura da parte
inferior do membro anterior é idêntica à do posterior.
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1. Escápula ou omoplata 17. Jarrete
2. Junta da espádua 18. Tíbia e fíbula
3. Úmero 19. Fêmur
4. Junta do cotovelo
5. Rádio
6. Pisiforme
7. Ossos cárpeos do joelho
8. Canela
9. Quartela comprida
10. Quartela curta
11. Ossos cuneiformes do pé
12. Boleto
13. Costelas
14. Cintura pélvica
15. Osso sesamóide
16. Metatarso rudimentar externo
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b) Articulações, ligamentos, tendões
As extremidades de cada osso longo são cobertas pela cartilagem articular, a qual forma
a movimentação das extremidades ósseas entre si praticamente livre de atrito. A
cartilagem também distribui sobre uma área mais ampla as forças e tensões às quais o
membro é sujeito, diminuindo o desgaste da estrutura. Toda articulação (junção entre
dois ossos) é formada por uma cápsula articular, que contém a bainha de cartilagem, a
membrana sinovial e o líquido sinovial.
As articulações são estabilizadas e conectadas entre si, ao esqueleto, e aos músculos
através de tendões, ligamentos e cápsulas articulares: os dois últimos conectam ossos
entre si, enquanto os tendões ligam músculos a ossos.
Tendões e ligamentos são compostos principalmente de colágeno.
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c) Cascos
CASCO - o estojo córneo que recobre a parte terminal do membro locomotor do cavalo.
O anterior é maior e mais oblíquo que o posterior.
O casco é uma parte insensível que tem a denominação de „escudo do pé‟ e indica que
esta função protetora necessita de uma completa estrutura anatômica para que, por
muito tempo, atenue as pressões e reações.
Os eqüídeos também utilizam os cascos como meio de defesa. Seus golpes são potentes
e rápidos. Um detalhe que todo criador deveria saber é que o cavalo, ao escoicear, o faz
somente para trás e nunca para os lados (como ocorre com os bovinos), isto devido à
existência do "ligamento acessório", que não permite a movimentação lateral dos
membros posteriores dos cavalos.
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c.1. BELEZA DO CASCO OU PÉ - Podem ser considerados quanto ao volume, à
forma, à qualidade da matéria córnea e aos aprumos.
VOLUME - O pé deve ser relativamente volumoso, porém o seu tamanho depende da
raça e do tamanho do animal.
FORMA - O casco dever ser simétrico e ter as partes anterior e inferior mais largas; a
pinça deve ter o dobro do comprimento dos talões e formar um ângulo de cerca de 50º
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com a horizontal; o períoplo, reto e inclinado de diante para trás; a face plantar, larga;
sola côncava; ranilha volumosa, bem feita, elástica e forte; lacunas largas e bem
acentuadas.
QUALIDADE DA MATÉRIA CÓRNEA - A matéria córnea do casco deve ser escura,
rija e dotada de certa elasticidade, apresentando superfície lisa, íntegra e brilhante. A
ranilha deve ser mole, elástica e forte.
c.2. Os cascos dos potros - o potro recém-nascido possui um casco pontudo, estreito,
muito mole e com a base coberta com um invólucro delicado e córneo. Este, porém, cai
em poucos dias e o desenvolvimento do verdadeiro casco se inicia.
Quando o potro tem 3 meses de idade, pode-se começar a usar uma faca própria para o
preparo do casco. O exame freqüente dos cascos dos potros e a manutenção deles
sempre limpos e aparados irá ajudar muito para um perfeito desenvolvimento. Os
animais jovens também devem se exercitar bastante em terrenos secos, pois os cascos
irão se formando de modo uniforme, podendo ser necessário apenas, ocasionalmente,
raspar e arredondar as bordas da pinça a fim de se evitar quebras da parede.
Quando os potros permanecem na baia por muito tempo, não gastam seus cascos e,
nesses casos, deve ser raspados e limpos com mais freqüência, dependendo do caso,
pode ser necessário fazer a manutenção até uma vez por semana.
As solas e fendas da ranilha devem ser examinadas e todo o pé lavado com
regularidade.
Pinça encurvada:
manutenção ruim do
casco
Casco encastelado:
pinça curta e talão alto
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1.2. Patologia e afecções do aparelho locomotor
a.1. Deformidades angulares dos membros: causada por crescimento desigual dos
membros. Tratamento por casqueamento ou cirurgia, dependendo do caso. Para a
normalização, é importante que o tratamento seja iniciado o mais cedo possível.
a.2. Fraqueza dos tendões flexores: presente nos recém-natos. Pode envolver os quatro
membros ou apenas os posteriores. Geralmente tem resolução espontânea.
a.3. Deformação congênita ou adquirida do aparelho flexor: os potros são incapazes
da extensão completa da articulação afetada; pode ser:
- congênita: secundária ao mau posicionamento do feto na gestação, ou a predisposição
genética.
- adquirida: derivada de dor crônica que leva a menor apoio do membro; a dor pode ser
causada por Epifisite ou doenças infecciosas, entre outras.
Pode exigir terapia, tal como colocação de aparelhos ortopédicos ou mesmo cirurgia.
a.4. Ruptura do tendão extensor digital comum: presente no parto, nem sempre
reconhecida, manifestando-se por inchaço na parte cranial do corpo. Costuma se
resolver com tratamento ortopédico.
a.5. Exostose hereditária múltipla: presença de sobreossos múltiplos nos diversos
ossos do corpo. Condição hereditária, nem sempre associada à claudicação, porém
prejudicial do ponto de vista estético e às vezes funcional, dependendo da localização
do sobreosso. Não há tratamento conhecido.
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b.1. Osteodistrofia fibrosa (“cara inchada”): disfunção generalizada causada pela
deficiência de cálcio associada ao excesso de fósforo na dieta, levando à
desmineralização óssea.
Pônei apresentando
Osteodistrofia Fibrosa, a “cara
inchada”. Notar também a
fragilidade dos locomotores,
devido à desmineralização.
c) Problemas articulares
c.1.Ovas: aumento crônico de volume da articulação, de etiologia exata desconhecida
porém geralmente associada a atividade intensa. Pode ter relação com deficiência de
conformação. Geralmente não ocorre manqueira.
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c.2.Sinovite traumática: consequências de traumatismo articular, geralmente em carpo
e boleto de cavalos de corrida jovens. Pode estar associada a aumento de volume ósseo.
e) Problemas do casco
e.1. Laminite: é a inflamação das laminas do casco. Pode ter uma variedade de causas,
desde traumáticas a processos tóxicos. Atinge geralmente os anteriores, e vai se
agravando progressivamente, se não diagnosticada e tratada a tempo. É uma condição
muito dolorosa, que exige tratamento de emergência para evitar a rotação da falange.
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Posicionamento típico de
animal apresentando laminite
e.2. Talões rebaixados: colapso do tecido entre os talões, causado pelo desequilíbrio do
casco devido a casqueamento e ferrageamento inadequados.
f) Claudicação
Claudicação é o sinal clinico de um distúrbio estrutural ou funcional que se manifesta
em um ou mais membros, geralmente durante a locomoção. A claudicação na espécie
eqüina é um assunto de grande importância tanto do ponto de vista medica quanto do
financeiro, visto que muitos dos problemas dos locomotores de eqüinos não podem ser
diagnosticados apenas com o exame externo do animal, como é o caso das osteítes,
artrites, tendinites, etc.
Deve-se avaliar e registrar o grau da claudicação, auxiliando assim uma reavaliação por
qualquer outro examinador.
Grau 0: claudicação não perceptível em nenhuma circunstância.
Grau 1: a claudicação é vista quando o cavalo esta no trote, mas não ao passo.
Grau 2: a claudicação é percebida ao passo, mas não há movimentação de cabeça
associada à ela.
Grau 3: a claudicação é obvia ao passo, com movimentação característica da cabeça.
Grau 4: impotência funcional do membro.
2. APRUMOS
Entende-se por aprumos a exata direção que têm os membros, com relação ao solo, de
modo que o peso corporal do cavalo seja regularmente distribuído sobre cada um
daqueles membros.
O equilíbrio do cavalo é verificado sempre que uma vertical baixada de seu centro de
gravidade cai dentro da base de sustentação, espaço este limitado pelas linhas que ligam
as extremidades inferiores dos membros.
Quando os membros são irregularmente aprumados, os pés sofrem ruína prematura e
prejudicam os andamentos, diminuindo a resistência do animal.
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Para se avaliar corretamente o aprumo do cavalo, o animal deve estar em estação, sobre
um terreno plano e horizontal e com o apoio completo dos membros formando um
paralelogramo retangular. Pode-se avaliar os aprumos traçando-se linhas imaginarias
que devem passar em alguns pontos específicos dos animais.
a) Membros Anteriores
VISTO DE PERFIL – imagina-se uma linha que deverá partir da articulação escápulo-
umeral, na sua porção mais anterior e descer paralelamente ao membro, tocando o solo a
cerca de 10 cm à frente da pinça do casco (a-b). Tirada do centro de sustentação da
espádua sobre os membros anteriores, passar pouco a frente do braço e tocar o solo pelo
meio do casco como se o dividisse lateralmente em dois (e-f).
VISTO DE FRENTE - Esta linha é uma vertical baixada da ponta da espádua ao solo.
Dividir teoricamente o joelho, a canela, a quartela e o casco em partes iguais. (h)
b) Membros Posteriores
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2.2. APRUMOS ANORMAIS
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Exemplo de animal
debruçado de diante
a.1 a.2
3. TIPOS DE ANDAMENTOS
São quatro os andamentos naturais do cavalo, ou seja, a maneira como ele se desloca
quando está em movimento. São eles: o passo, o trote, o cânter (meio-galope) e o galope
pleno. Existem também os andamentos adquiridos, por adestramento e, artificiais, que
são os da alta escola de Viena.
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Passo - é o andamento natural, a quatro tempos, marcado pela
progressão sucessiva de cada par lateral de pés. Quando a marcha
começa com a perna posterior esquerda, a seqüência é a seguinte:
posterior esquerda, dianteira esquerda, posterior direita, anterior
direita. No passo calmo, os pés de trás tocam o solo adiante das
pegadas feitas pelos pés da frente. No passo ordinário, os passos são mais curtos e mais
elevados, e os pés de trás tocam o solo atrás das pegadas dos pés dianteiros. No
alongamento, os pés de trás tocam o chão antes das impressões dos pés da frente. No
livre, todo o esquema é prolongado.
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Galope ou galope pleno - O galope é o mais rápido dos quatro
andamentos naturais. Descrito habitualmente como um andamento à
quatro tempos, sofre variações na seqüência de acordo com a
velocidade. Com a perna dianteira direita na liderança, a seqüência de
pisadas é a seguinte: posterior esquerda, posterior direita, dianteira
esquerda, dianteira direita, ao que se segue um período de suspensão total, em que todos
os pés estão no ar. Um puro-sangue inglês galopa a 48 km/h ou mais. O pé mais
avançado toca no chão em linha com o nariz, mesmo que, estirada a perna ao máximo, o
pé fique no ar à frente dessa linha.
Os eqüinos podem ter sua idade avaliada, com precisão, através da data de nascimento
(Idade Real) ou estimada através da observação dos elementos secundários e principais
(Idade aproximada) (Rezende, 2007).
Através dos elementos secundários é possível avaliar se o animal é mais velho ou potro,
embora não haja muita precisão. Tais elementos são: pêlos brancos nas ganachas, os
quais indicam que o eqüino tem mais de 8 anos; pregas na comissura labial, geralmente
começam a ocorrer após 5 anos; ganachas espessas nos potros, pois os pré-molares
ainda não se implantaram.
Os dentes são os elementos principais para determinar a idade aproximada dos eqüinos.
Através das mudanças que acontecem na dentição, no decorrer da vida de um eqüino, é
possível avaliar sua idade com precisão.
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Esqueleto da queixada do cavalo
A avaliação da idade é importante, pois muitos animais não têm registro oficial e são
negociados à base de sua idade aproximada.
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Os incisivos centrais são as PINÇAS, os que se posicionam lateralmente a esses são os
MÉDIOS e lateralmente os CANTOS.
O desgaste na mesa dentária ocorre devido ao atrito entre as arcadas superior e inferior e
com o passar do tempo expõem as estruturas internas do dente. Com o desgaste, devido
à mastigação, os dentes também mudam seu arco incisivo que, visto de perfil, é
arredondado no animal jovem e vai se tornando alongado à medida que o animal
envelhece.
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As figuras acima mostram um corte do dente definitivo. Anatomicamente, o dente é
constituído por uma substância branca denominada dentina, que é recoberta por uma
camada que lhe confere proteção denominada de esmalte. A base do dente é aquela
região que entra em contato com o dente homólogo da arcada oposta, e é denominada de
„mesa dentária‟, que quando não usada revela a cavidade dentária externa. No fundo
desta cavidade nota-se uma região enegrecida, com função de revestimento, o cemento.
Na raiz, o dente apresenta um pequeno orifício em comunicação com uma cavidade
interna, no interior do qual se aloja a polpa dentária, vasos e nervos. Com o desgaste do
dente, principalmente pela mastigação, a mesa dentária sofre modificações, e passa da
forma elíptica para oval, desta para arredondada, depois a triangular e por último
biangular. A cavidade dentária externa vai desaparecendo, e o cemento vai ficando cada
vez mais superficial circundado pelo esmalte. O processo de arredondamento é visto ao
se examinar a borda posterior ou lingual da mesa dentária, onde haverá
aproximadamente um semicírculo, pois a borda anterior ou labial do dente permanece
horizontal. Com o desgaste contínuo, as bordas da cavidade dentária externa tendem a
desaparecer, dando origem ao que chamamos de „rasamento dentário‟. Após essa etapa,
o esmalte do fundo da cavidade dentária externa (que forma um relevo sobre a mesa
dentária) acaba por desaparecer, constituindo a fase de nivelamento.
A determinação da idade através da cronometria dentária é dividida em 7 períodos que
retratam as mudanças na dentição dos eqüinos: nascimento dos caducos (ou dentes de
leite), desgaste, mudas dos caducos para os definitivos, desgaste dos definitivos até o
rasamento ou desaparecimento da cavidade dentária externa, desgaste dos definitivos
até o aparecimento da cavidade dentária interna na superfície dos dentes (nivelamento),
triangulação (mesa dentária em forma de triângulo eqüilátero) e biangulação (mesa
dentária em forma de triângulo isósceles). Com o avançar da idade as arcadas vão se
projetando para frente.
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A partir dos 2 anos de idade os animais passam a fazer a
troca dos dentes de leite pelos permanentes
Pinças - 6 anos
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Médios - 7 anos (cauda de
andorinha)
Cantos – 8 anos (estrela
dentária)
Pinças - 9 anos
Médios - 10 anos
Cantos – entre 11 e 12 anos
Pinças - 13 anos
Médios - 14 anos
Cantos – entre 15 e 16 anos
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7º Período - Biangularidade – mesa
dentária em forma de triângulo isósceles
Pinças - 17 anos
Médios -18 anos
Cantos – 19-20 anos
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3. SINAIS E PARTICULARIDADES ESPECIAIS
3.1. GERAIS
a) Reflexos de pelagem:
Os reflexos variados dão denominações às pelagens, como: prateada, rosada, porcelana,
lavada, almarada, ondeada, dourada, acobreada, bronzeada e azeviche.
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Pedrês simples: a pelagem
branca é pincelada por pêlos
marrons
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g) Malhas diversas:
Particularidades criadas por malhas de cor, de aparência e localização variáveis. Na
resenha devem ser descritas, e quando se diz apenas malha subentende-se que a cor é
branca, devendo ser especificada se for de outra cor.
Os sinais brancos, geralmente estão presentes na face, focinho e pernas, sendo utilizados
como meios de identificação dos animais e nos registros. Além desses sinais, há marcas
no corpo do animal ou manchas brancas presentes na parte inferior do ventre e nos
flancos.
Estrela Luzeiro
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Estrela Luzeiro
com filete com
cordão
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g.2. NO PESCOÇO
CRINALVO – quando o animal apresenta crina branca ou desbotada, em pelagens mais
escuras. A cauda pode ou não acompanhar a crineira.
g.3. NO TRONCO
PANGARÉ - é o animal que apresenta a parte inferior do ventre, face interna das coxas
e outras partes do corpo, esbranquiçadas.
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RABICÃO - animal que apresenta fios brancos na cauda interpolados com outros mais
escuros.
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j) Calçado em diagonal - quando o calçamento é no bípede em diagonal, devendo ser
esclarecido apenas qual o anterior que forma a diagonal.
k) Trialvo - quando 3 membros são calçados (baixo, médios ou altos); devendo ser
citado na resenha da seguinte forma: "trialvo anterior esquerdo" - estando nisto
explícito que o único membro não calçado é o anterior direito.
l) Quatralvo - quando todos os membros são calçados.
Os cascos de matéria córnea azul-ardósia (escuros) são os ideais, pois são cascos mais
duros e resistentes. Em contrapartida, um casco branco é tido por "mole", incapaz de
resistir bem à usura.
Não há prova de que essas asserções sejam verdadeiras.
Pés brancos normalmente acompanham pernas "calçadas". Os Appaloosa e outros
cavalos mosqueados podem ter cascos "tigrados" (com listras verticais negras).
53
VI. PELAGEM DOS EQUINOS
OBSERVAÇÕES:
- Na maioria das espécies de animais a cor de cada raça apresenta várias misturas mais ou
menos uniformes, não variando mesmo sob influência de idade, clima etc.
- O cavalo oferece numerosas diferenças de pelagens dentro da raça.
Diversos fatores podem influir na não-identificação imediata da pelagem, tais como:
54
b) SEXO - nos garanhões as cores são mais vivas e brilhantes.
c) LUZ - a luz solar aumenta a vivacidade dos tons e reflexos.
Mas quando muito intensa queima as pontas dos pêlos tornando a tonalidade desbotada.
1. AS CRINAS
Apresentam coloração idêntica aos pêlos nas pelagens ditas simples e uniformes: preto,
branco, alazão.
São escuras ou pretas em outras: baio e castanho.
Ou mescladas: tordilho e rosilho.
São usadas longas, tosadas ou outro estilo especial, dependendo do criador/associação.
a) TIPO BRANCO
É incomum em potros, porém freqüente em cavalos velhos.
a.1. Sujo - é um branco encardido, levemente amarelado.
a.2. Porcelana - quando a pele é escura, dando um reflexo azulado, que faz lembrar a
louça de porcelana.
a.3. Pombo ou leite - quando a coloração é fosca, sem brilho. É o branco comum, puro.
b) TIPO ALAZÃO
É formado por um grande número de nuances, que vão de uma coloração aloirada clara
até uma coloração vermelho escura, queimada, lembrando a cutícula da castanha.
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O tipo ALAZÃO pode ser:
b.1. Claro - quando a cor é loira, clara e pálida (vermelho aloirado).
b.2. Ordinário - quando a cor é de canela.
b.3. Escuro ou tostado - quando é da cor do mogno.
b.4. Aleonado - quando é de um tom amarelo-claro, com as extremidades mais
carregadas, lembrando o leão (fulvo).
b.5. Queimado - quando a coloração lembra o café torrado, bastante carregado.
b.6. Cereja - quando a coloração lembra a cereja madura.
b.7. Gateado, lavado ou sopa-de-leite – (creme ou amarelo claro) quando a tonalidade
amarelo-clara desce uniformemente para os membros, geralmente acompanhada de
"gateaduras" pelas canelas, antebraços e jarretes, bem como de lista de mulo e banda
crucial (quase sempre apagadas).
b.8. Vermelho, sangüíneo ou colorado - quando a coloração é de um vermelho vivo,
lembrando o sangue de boi.
b.9. Amarelo ou amarilho - apresentam, obrigatoriamente, crina e cola bem mais claras
que o pêlo do corpo.
Cavalo de pelagem
alazão amarilho
c) TIPO PRETO
Formado por pêlos pretos, que vão de um preto desbotado até um preto com intenso
brilho.
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c.1. Mal-tinto, pezenho - quando dá a impressão de desbotado, lembrando o pez negro
e por esta razão é conhecido pela designação de pezenho.
c.2. Ordinário – preto comum desprovido de reflexos.
c.3. Murzelo ou franco - com laivos arroxeados, como a amora madura.
c.4. Azeviche - quando a coloração preta dá um reflexo brilhante.
Obs. - alguns hipólogos consideram o preto-azeviche, não como tipo e, sim, como
particularidade do preto murzelo ou preto franco.
a) TIPO BAIO
Mostra graduações variando do amarelo claro ao bronzeado, devendo apresentar as
extremidades mais escuras que o resto do corpo do animal e listra de burro.
58
a.3. Escuro - quando a tonalidade do amarelo é mais carregada.
a.4. Encerado - quando a coloração amarela é mais sombria, lembrando a cera bruta.
a.5. Camurça ou Isabel (encardido) - Com coloração baia um pouco encardida.
b) CASTANHO
Formado por pêlos avermelhados no corpo, com intensidade diversa, semelhante à
cutícula da castanha e caracterizada pela coloração negra da crineira, cola e membros,
não apresentando listra de burro.
59
b.3. Escuro cereja ou zaino - quando se aproxima do preto pezenho, mas difere
pelas tonalidades bem mais claras de certas regiões, como o focinho, axilas, ventre,
flancos e períneo.
b.4. Pinhão - quando se parece com o matiz particular do pinhão (freqüente nos
muares).
b.5. Vermelho, sangüíneo ou colorado (RS) - quando se lembra o sangue de boi.
2.3. COMPOSTAS
Estas pelagens são formadas por duas cores no mesmo pêlo ou por duas ou três cores
distribuídas em pêlos diferentes, incluindo os tipos tordilho, rosilho, lobuno e ruão.
a) TORDILHO
Formado por uma pelagem de base escura, podendo ser preta, alazã, etc, com a
mescla de pêlos brancos com disseminação variável pelo corpo.
a.1. Claro ou pombo - quando há uma grande predominância de pêlos brancos, com um
mínimo de pêlos de outras cores.
60
a.2. Negro - quando há forte predominância de pêlos negros, quase o tornando mouro,
mas só não é por não ter a cabeça negra. (metálico).
a.3. Escuro - quando há predominância de pêlos escuros sobre os brancos. (cor de
chumbo).
a.4. Azulego ou cardão - quando há reflexos azulados como a flor do cardo; pode ser
claro, escuro ou "andorino" (lembrando o dorso de uma andorinha).
a.5. Salpicado ou pedrês - quando há muitos salpicos de pêlos pretos sobre o fundo de
pêlos brancos.
a.6. Vinagre ou sabino - quando há mescla de pêlos avermelhados sobre os brancos,
dando um aspecto de ferrugem.
a.7. Rodado - quando os pêlos pretos se aglomeram, formando manchas pequenas,
arredondadas e mais escuras que o todo.
b) ROSILHO
Resulta da mescla de pêlos brancos e vermelhos, uniformemente coloridos.
b.1. Claro- Cor levemente rosada, em conseqüência do predomínio dos pelos brancos
ou do descoramento dos vermelhos.
b.2. Ordinário – francamente róseo.
61
b.3. Escuro - quando há predominância de pêlos vermelhos. Formado pela mistura de
pêlos brancos, num fundo de pêlos amarelados ou alazões, vermelhos ou castanho-
escuros, que dão ao conjunto matizes róseos.
c) LOBUNO
Formado por pêlos bicolores (duas cores em cada pêlo), isto é, amarelos na base e
pretos na extremidade, de modo que dão ao conjunto uma coloração pardo-acinzentada.
Um cavalo lobuno, submetido à tosquia, de maneira que as extremidades negras dos
pêlos sejam tosadas, tornar-se-á baio pela coloração amarela da base dos respectivos
pêlos.
d) RUÃO
Dado pela interpolação de pêlos brancos, pretos e vermelhos, ou somente a mescla dos
brancos com os vermelhos, ficando os pretos limitados às crinas e extremidades.
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d.1. Claro - Quando o branco predomina ou o vermelho é muito claro.
d.2. Ordinário – Apresenta o branco e o vermelho meio equilibrados.
d.3. Vinoso - Predominância do vermelho médio e tonalidade de vinho.
d.4. Escuro - Quando o vermelho carregado predomina.
2.4. CONJUGADAS
63
b) APALUSA - qualquer pelagem que apresenta malha branca despigmentada na
garupa. Essa malha poderá se estender atingindo outras regiões do tronco (dorso, lombo,
costados, cernelha, espáduas) e poderá apresentar ou não pintas da pelagem básica. É
uma pelagem típica da raça Apaloosa.
64
RESUMO: CLASSIFICAÇÃO DAS PELAGENS
- Branco - Diversas
- Preto - Diversas
- Baio - Diversas
Simples, com crinas e
- Castanho - Diversas
extremidades pretas.
- Rato - Diversas
- Tordilho - Diversas
- Rosilho - Diversas
Compostas
- Lobuno - Diversas
- Ruão - Diversas
- Pampa - Diversas
- Apalusa - Diversas
Conjugadas
- Persa - Diversas
- Oveira - Diversas
65
66
VII. TARAS, FRAUDES E VÍCIOS DOS EQUINOS
1. TARAS
TARAS são sinais exteriores não pertencentes ao corpo do animal, que podem depreciá-
lo ou inutilizá-lo para uma determinada função. Quando acometem tecidos moles, são
ditas moles, e quando aparecem em tecidos duros, são chamadas exostoses.
2. FRAUDE
3. VÍCIOS
Vício é o defeito que não pode ser visto no momento da exibição/compra. Exemplos:
infertilidade, manqueiras, enfisema pulmonar, ausência de ovários, etc. Também são
67
considerados vícios as más qualidades morais que depreciam, parcial ou totalmente, o
animal para fim determinado.
Admite-se que grande parte dos vícios tenha origem hereditária, enquanto outros são
causados por certas moléstias, pela ociosidade ou por uma iniciação mal feita.
a) BOLEAR é o vício no qual o cavalo empina, atirando-se bruscamente para trás, cai
de costa ou de flanco.
b) CORCOVEAR OU VELHAQUEAR é o vício de saltar repetida e
desordenadamente, arqueando o dorso e baixando a cabeça, com o objetivo de derrubar
o cavaleiro ou livrar-se dos arreios.
c) ESCOICEAR é o golpe brusco dado, geralmente, para trás, com um ou com os dois
posteriores, podendo ser de uma ou repetidas vezes. O cavalo, no ato de aplicar o coice,
em geral, murcha as orelhas e abaixa a cabeça.
d) MANOTEAR é o golpe brusco e agressivo dado com os anteriores. Assemelha-se ao
coice.
e) MORDER é o vício de morder decorre de má índole, caráter irascível, vingança ou
represália por maus tratos. Há cavalos mordedores que investem agressivamente contra
o homem, tomando uma atitude características: cabeça estendida, orelhas murchas,
olhar típico, boca aberta ou semi-aberta, com os incisivos à mostra e lábios contraídos.
f) PASSARINHAR certos cavalos assustadiços estacam bruscamente sobre os
posteriores e atiram-se para a direita ou para a esquerda.
g) NEGAR ESTRIBO é o vício que se expressa pelo fato do animal oferecer
dificuldades de toda a espécie ao cavaleiro, para que este não consiga montar.
h) DISPARAR, TOMAR O FREIO OU "CAVALO DESBOCADO” - são vícios mais
ou menos semelhantes, apenas com pequenas diferenças no gesto, na intensidade da
ação, caracterizados todos pela desabalada carreira que o cavalo toma, sem atender ao
freio, mesmo fortemente apoiado nas barras.
i) ESTIRAR é o recuo do animal amarrado, praticado com violência, no intuito de
livrar-se pela ruptura da cabeçada ou do cabo que o prende.
j) EMPACAR E RECUAR são vícios que aparecem simultaneamente, isto é, no
empacar, o animal (principalmente os muares) firma manhosamente as patas, nega-se a
prosseguir e, sendo acossado, geralmente recua.
k) REFUGAR consiste em não querer passar por um determinado lugar, mesmo quando
forçado: empaca, recua, desvia por um lado ou "vira nos pés", disparando para trás.
l) MASTURBAR certos cavalos inteiros batem a ereção de encontro ao próprio ventre
ou a esfregam, repetidas vezes, entre as axilas, no encurvamento do corpo, até provocar
a ejaculação. É um vício grave pelo fato de levar o animal ao esgotamento.
m) CAVAR O SOLO E OSTENTAÇÃO CONTÍNUA são vícios parecidos, comuns em
animais de temperamento excessivamente nervoso, que aparecem pela ociosidade.
68
n) BIRRA é o vício que o cavalo tem de morder os objetos que o cercam: as peças dos
arreamentos, a manjedoura, a porta do boxe, o palanque de amarrar, etc. Este vício
provoca, dentre outros malefícios, o desgaste excessivo dos dentes incisivos.
o) GEOFAGIA E COPROFAGIA são os vícios de comer terra e excrementos,
respectivamente. Quase sempre estes vícios são devidos a uma ou mais das causas a
deficiência de minerais na alimentação, verminoses, estabulação excessiva, dentre
outras causas.
p) AEROFAGIA, ENGOLIR AR OU TIQUE PROPRIAMENTE DITO é o vício de
fixar a boca sobre um corpo sólido, contraindo espasmodicamente a musculatura
envolvida na deglutição, para engolir e rejeitar o ar, o que produz um ruído
característico de arroto.
q) INCENSAR é o vício que se traduz por movimentos repetidos de flexão e extensão
da cabeça, acompanhados, não raras vezes, com o raspar do solo pelos anteriores.
r) ESTUFAR OU ENCHER DE VENTO é o vício de estufar a barriga no momento em
que se aperta a cilha, de modo que a sela afrouxa-se tão logo o animal relaxe os
músculos do ventre.
s) ENCAPOTAR é o vício de colocar a cabeça baixa, com o focinho quase tocando o
peito, dificultando a ação do freio e ocultando ao animal o que lhe esteja na frente.
t) MESQUINHO é o vício de não deixar colocar a cabeçada ou pegar na cabeça.
u) LÍNGUA PENDENTE é o vício de manter a língua fora da cavidade bucal, que é
deselegante e prejudicial à saúde.
v) LÍNGUA DE SERPENTINA é o vício de pôr e tirar a língua para fora da boca,
causando ferimento, perda de saliva, dificuldade de mastigação e de apreensão da
forragem.
w) QUEBRA- NOZES é a vício de bater os lábios, superior e inferior, produzindo um
ruído típico, comparável àquele do aparelho "quebra-nozes".
x) NÃO DEIXAR FERRAR, LIMPAR, ENCILHAR, ETC - são vícios cuja gravidade
está na sua maior ou menor intensidade, variando com o temperamento de cada animal.
y) TIQUE PENDULAR OU DANÇA DE URSO - lembra o movimento característico
do urso: oscilação ritmada da cabeça e do pescoço, acompanhada de apoio alternado dos
membros anteriores dentro do mesmo compasso. O animal adquire este vício por
impaciência ou por irritação.
z) CAVALO - GAVIÃO é o vício que o animal adquire de disparar pelos campos,
tornando-se arisco e matreiro, a fim de fugir ao trabalho ou a recolhida, de modo que
para prendê-lo, só mesmo a laço ou com artimanhas.
a.2) ESCABECEAR é o vício que se traduz por movimentos repetidos e exagerados de
elevação da cabeça, executados nos diversos andamentos.
b.2) COMEDOR DE COLA é o hábito vicioso de comer as crinas; geralmente, da cauda
dos outros animais. Este grave defeito é revelado, quase sempre, nos cavalos
submetidos longas viagens, aparecendo também em cavalos com deficiência em sais
minerais.
69
b. c. d.
e. m. p.
MENSURAÇÃO
70
Para a obtenção de ângulos e direção dos raios ósseos, é empregado um
artrogoniometro, que é um compasso provido de transferidor.
a.1 a.2
2. Medidas principais:
Exemplo de mensuração da
altura da cernelha
71
Exemplo de mensuração de
perímetro torácico
O peso aproximado do animal pode ser adquirido com uma fita de peso especifica para
a espécie ou a partir da formula:
P=C3x80
Onde P é o peso provável e C é o perímetro torácico.
As medidas da cabeça (comprimento, largura), também devem ser tomadas.
Altura x Comprimento
Diz-se que, um cavalo de sela deve caber dentro de um quadrado, ou seja, o
comprimento deve ser semelhante à altura (b.1). Num cavalo de tração, a altura é um
pouco menor que o comprimento, formando um retângulo (b.2). Num cavalo de corrida
e/ou esportes, a altura é um pouco maior que o comprimento, formando um retângulo
“em pé” (b.3).
a.1 a.2
a.3
72
Proporções
As proporções são dadas pelas relações existentes entre as diversas regiões do corpo do
animal, consideradas entre si e em conjunto. Quando um animal se mostra harmônico
em seu todo e suas partes, é chamado bem proporcionado.
As relações entre as dimensões das regiões foram estudadas por vários hipologos, sendo
estabelecidos vários sistemas de proporções, sendo hoje, o mais utilizado, o de Lesbre.
O sistema eclético de Lesbre é baseado no comprimento da cabeça e foi estabelecido
para cavalos adultos mediolineos, do tipo de sela. Aqui serão mostradas apenas as
principais medidas
Proporções angulares
Alem de boas proporções lineares, o cavalo também deve possuir ângulos articulares
com graus de abertura apropriados a sua aptidão. Esses ângulos são formados pelos
raios ósseos dos membros, inclinados entre si.
As angulações mais importantes a serem tomadas são a da escapula e da quartela, que
devem ter a mesma angulação com o solo em um animal, entre 45 e 65º com a
horizontal (linhas vermelhas na figura c.1), e a da inserção da cabeça com o pescoço,
preferencialmente num ângulo de 90º, podendo variar com a raça (linhas amarelas na
figura c.1), ou de 45º com a horizontal.
73
c.1
RESENHA
74
Depois de preenchida a parte escrita da resenha, deve-se reproduzir, na figura, todas as
marcas brancas do animal, assim como demarcar, com um x, todos os remoinhos
presentes.
75
IX. RAÇAS DE EQUINOS
ANDALUZ
Na Península Ibérica dois padrões raciais faziam a ocupação, sendo: os pôneis nas
regiões montanhosas do norte e o cavalo de estatura maior da região quente do sul.
A fama do cavalo do sul da Península Ibérica já era conhecida na Grécia, sendo que
Homero, conta feitos dos mesmos em suas Ilíadas.
Em Roma e em outros tantos lugares, o cavalo Ibérico tanto se fez famoso, a ponto dos
romanos adotarem as armas e as táticas de combate dos ibéricos; como também
utilizaram os garanhões para cobrir o plantel de éguas com o objetivo de melhorar o
padrão racial.
O cavalo andaluz se fez famoso por toda Europa, bem como sua influência é marcante
em todas as raças, tanto européias como americanas; sendo que as raças americanas
têm origem aos primeiros animais trazidos por Cristóvão Colombo.
Em Portugal a Coudelaria de Alter Real, fundada em 1748 por D. Pedro VI, importou
diversos reprodutores e 300 éguas espanholas de diversas linhagens, para iniciar seu
plantel.
Desta forma a contribuição do cavalo Ibérico na formação das raças Americanas foi
muito grande.
Recentemente ocorreu uma separação das raças, sendo que inúmeros animais de
linhagem espanhola permaneceram no stud book atual como lusitano.
Dentro da linhagem Cartujana não há nenhum animal preto. Há apenas alguns animais
castanhos, sendo em sua maioria de animais brancos.
Atualmente, o maior plantel desta linhagem encontra-se na Espanha, na fazenda da
Expasa, sendo esta uma empresa que é propriedade do Patrimônio do Estado
77
Espanhol, hoje garantidor e melhorador deste tesouro genético.
No Brasil, tal raça entra na formação de boa parte das raças nacionais, especialmente
nas regiões Sul e Sudeste, como Campolina, Campeiro e Crioulo.
Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Pelagens: Tordilha e Castanha
o Peso:
- Macho: 550 Kg
- Fêmea: 500 Kg
o Altura:
- Macho: 1,62 m
- Fêmea: 1,58 m
APPALOOSA
Ágeis, rústicos, velozes e resistentes, os cavalos pintados dos Nez Perce atraíam a
atenção dos colonizadores, atribuindo-se aos franceses o nome que estes animais
receberam, La Palouse, numa referência ao rio de mesmo nome, situado, hoje, no
Estado do Oregon. Excepcionais para cavalgadas de longas distâncias e na travessia de
regiões íngremes e áridas, o cavalo dos Nez Perce foram submetidos a uma rigorosa
seleção baseada na resistência, coragem e pelagem pintada. Os indivíduos que não
acentuavam estas características eram castrados - para não serem utilizados na
reprodução - e utilizados apenas como animal de montaria.
No entanto, na busca de resgatar os áureos tempos dos La Palouse e a cultura que a ele
era atribuída, apaixonados por estes animais - rancheiros, criadores, descendentes dos
Nez Perce e leigos - do Estado de Idaho fundaram, na década de 30, o Appaloosa
Horse Club - APHC, entidade que se tinha por objetivo maior preservar a história da
Raça e garantir seu desenvolvimento. Dentre estes objetivos estava a utilização do
cavalo no esporte e lazer, práticas que começaram a crescer na medida em que a
mecanização invadiu a zona rural. Criadores, rancheiros, profissionais do cavalo,
esportistas, entidades governamentais se envolveram no movimento. Esta nova
realidade foi fundamental para o renascimento do Appaloosa. Buscava-se a seleção de
animais fortes, ágeis, corajosos, mas que também que tivessem nos genes a capacidade
de transmissão da pelagem exótica típica da Raça. No programa de seleção
estabelecido a partir dos anos 30, foram feitas infusões de sangue de cavalos das Raças
Árabe, Puro-Sangue-Inglês e, predominantemente do Quarto de Milha.
Aparência Geral:
o Porte: Médio
80
o Pelagens: alazã, alazã tostada, baia, preta, castanha, tordilha, rosilha, lobuna e
variações
o Características:
o Peso:
- Macho: 600 Kg
- Fêmea: 500 Kg
o Temperamento: vivo.
o Tronco: da cernelha ao lombo deve ser curto e musculoso; o peito deve ser
profundo e amplo; de modo que visto de perfil ultrapasse a linha dos antebraços
e visto de frente forme um “V” invertido na interaxila. O Tórax deve ser amplo,
81
apresentando costelas largas
o Andamento: Trote
o Aptidão: corrida, saltos, prova de tambores, hipismo rural e lida com gado.
ÁRABE
É a raça eqüina mais antiga do mundo, uma das mais puras e praticamente entrou na
formação de todas as raças modernas. Sempre criado pelos beduínos no deserto da
82
Península Arábica com fervor, porque eles sabiam que os animais extremamente
rústicos sobreviviam às agruras do deserto com temperamento excessivamente quente
de dia e noites muito frias no regime de pouca água e quase nenhum alimento. A
pureza da raça se deve a esta seleção pelos nômades ali presentes. Sua resistência às
intermináveis deslocações das tribos à procura de novas pastagens é outra
característica universalmente reconhecida. Foi usado desde tempos imemoriais pelos
beduínos como meio de transporte, na caça e nas constantes guerras intertribais, sendo
a mais veloz das raças eqüinas em estado natural. Dócil e obediente, sua beleza física
inspirou poetas, pintores e escultores desde tempos antigos. Sua resistência e
rusticidade tornou a montaria de generais famosos como Alexandre, o Grande,
Napoleão Bonaparte, Reis e Príncipes.
o Porte: Médio
o Pelagens: tordilha, castanha, alazã e preta, e suas variações. A pele é negra.
o Peso:
83
o Cabeça: pequena e elegante, perfil côncavo, focinho pequeno e orelhas bem
implantadas. Olhos redondos, grandes, vivos e espaçados, narinas dilatadas,
expressão alerta, inteligente e vivaz
o Garupa: quase horizontal; cauda alta com fios sedosos e longos (quando em
movimento os fios da cauda se elevam até a vertical embandeirada)
o Andamento: Trote
o Aptidão: Pelas suas características são aptos aos esportes hípicos de salto e
adestramento, hipismo rural, enduro e trabalhos agro-pecuários. Realizam
todas as funções muito bem.
ANGLO-ÁRABE
o Porte: Médio
o Pelagens: tordilho, castanho e alazão
o Conformação Corporal:
O tipo resultante adquiriu um tamanho intermediário e uma conformação geral
mais parecida com a da Árabe. Exceto quando à sua garupa mais ou menos
diferente das duas raças, mais curta e inclinada, apesar de musculada, nos
demais caracteres observa-se uma grande variação. Assim, tanto pode
apresentar uma cabeça de Árabe, como de PSI, como intermediária, e o mesmo
pode-se dizer com relação a qualquer outra região do corpo. Desta forma é
fácil confundir um exemplar isolado com qualquer uma das raças que lhe
deram origem.
o Aptidão: bom cavalo para sela, para esportes e para aplicação militar.
85
BÉRBERE
O nosso interesse pelo cavalo Bérbere é mais histórico e científico, porque ele atuou
na formação de muitas raças de cavalos atuais, notadamente dos cavalos nacionais,
que possuem alta dose do seu sangue. Quando os mouros dominaram a Península
Ibérica, por seis séculos, ali introduziram cavalos dessa raça em quantidade e,
possivelmente, uma pequena minoria de Árabes.Grande parte dessa cavalhada
permanecia ainda em estado puro, porém muitas éguas do tipo germânico, trazidas
pelos Vândalos na sua invasão da Espanha, foram cobertas pelos cavalos dos mouros,
do que resultou a raça Andaluz, de maior corpulência que o Árabe e o Bérbere.
Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Pelagens: tordilho, rosilho, vindo depois a castanha, alazã, baia, negra e etc.
o Conformação Corporal:
86
O cavalo Bérbere difere do Árabe por ser muito mais esguio, estreito de corpo
e possuir formas mais alongadas. No conjunto geral são pouco musculados.
o Andamento: trote
BRASILEIRO DE HIPISMO
Na década de 70, Ênio Monte, criador, resolveu desenvolver uma raça brasileira
destinada ao hipismo. Para tanto, cruzou as raças Orloff, de origem russa, com
Westfalen e Trakehner, alemãs, especialmente importadas para isso. Incluiu ainda o
Puro-sangue-inglês, Hanoveriano, Holsteiner e Hackney, Oldenburg, Sela-Argentina,
Sela Francesa, Sela Dinamarquesa etc.
É uma raça formada no Brasil, no estado de São Paulo, com as mais importantes
linhagens européias de cavalos de salto e adestramento, tais como Hanoverana,
Holsteiner, Oldenburger, Trakehner, Westfalen e Sela Francesa, através de cruzamento
entre si ou com magníficos exemplares Puro Sangue Inglês da América do Sul.
Origem: São Paulo, Brasil
Aparência Geral:
o Porte: Grande
o Pelagens: São permitidas todas as pelagens (não aceitam pampa)
87
o Peso:
- Macho: 600 Kg
- Fêmea: 550 Kg
o Altura:
- Macho: 1,68m
- Fêmea: 1,65 m
88
aprumos corretos.
CAMPOLINA
É uma raça formada em Minas Gerais no Brasil, por Cassiano Campolina, a partir do
garanhão Monarca, filho de uma égua cruzada com o garanhão Puro Sangue Andaluz-
Lusitano da Coudelaria Real de Alter, pertencente ao criatório de D. Pedro II. Os
descendentes de Monarca sofreram a infusão de sangue Percheron, Orloff e
Oldenburguer e mais tarde do Mangalarga Marchador e Puro Sangue Inglês.
Cassiano tinha como principal objetivo formar cavalos de grande porte, ágeis,
resistentes e de boa aparência. Para isso, selecionou e cruzou raças de cavalos conforme
sua intuição e experiência.
Em 1904, após mais de 30 anos trabalhando firme em seu propósito, faleceu Cassiano
Campolina. Mas, graças à dedicação e o empenho de seus amigos, a raça continuou a
ser criada e aperfeiçoada.
Após aproximadamente 70 anos desenvolvendo a raça conforme as referências de cada
89
criador, tornou-se necessário definir um padrão racial para que todos pudessem unir
esforços e aperfeiçoar a raça conforme suas características oficiais. A Associação
Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina foi fundada em 1951, com sede em Belo
Horizonte. Hoje, todos os criadores da raça são responsáveis pela continuidade dessa
história que ganha mais admiradores e se consolida a cada ano.
Origem: Minas Gerais, Brasil
Aparência Geral:
o Porte: médio à grande
o Pelagens: predominante baio e castanho.
o Peso:
o Altura:
- Macho: 1,58 m
- Fêmea: 1,52 m
o Aptidão:
- Porte elevado e andamento cômodo: Campolina excelente para passeio, como
para cavalo de lazer.
- Serviços de fazenda
- Ótimo animal para produção de muares marchadores, robustos, de grande
porte.
CRIOULO
Foi a primeira raça sul-americana formada nos campos úmidos da Bacia do Prata. O
cavalo crioulo da América Latina é o descente direto dos cavalos importados do Novo
Mundo, desde Cristóvão Colombo, pelos conquistadores espanhóis durante o século
XVI, mais particularmente por Don Pedro de Mendonza, fundador da Vila de Buenos
Aires em 1535.
Um grande número destes cavalos de guerra fugiu ou foram abandonados para se
tornarem, rapidamente, em cavalos selvagens, num ambiente ideal para o seu
desenvolvimento. São os cavalos espanhóis (particularmente o Andaluz), portugueses e
árabes que transmitiram seu sangue e suas principais características morfológicas da
raça crioula.
Durante quatro séculos, a raça crioula se adaptara ao meio ambiente das grandes
91
planícies sul americanas para sofrer uma severa seleção natural. Esta adaptação às
condições de vida do meio ambiente, permitiu o desenvolvimento de sua grande
qualidade, a resistência às enfermidades e a sobrevivência.
No início os índios, mais tarde os gaúchos, fizeram do crioulo o seu meio de transporte,
seu companheiro de caça ou de trabalho e seu camarada de lazer. Desde então, o crioulo
passou a ser o cavalo do gaúcho para o seu trabalho e o seu sustento.
Sua resistência fez o orgulho dos criadores que organizavam provas com distâncias de
750 quilômetros, que tinham que ser percorridas em quatorze dias. Os cavalos eram
pesadamente carregados (110 quilos para o ginete e sua sela) e tinham que alimentar-se
unicamente com o pasto encontrado na região percorrida. O animal vencedor era aquele
que terminava a prova sem ter sido parado pelos juízes ou veterinários, ter levemente
emagrecido, porém ter permanecido fogoso como no dia da partida.
No final do século XIX, a introdução de machos europeus ou da América do Norte
degenerou a raça. Uma seleção rigorosa, feita por alguns criadores apaixonados,
permitiu a reconstituição da raça que foi admitida no “stud-book” argentino, em 1918.
Hoje, em quase todos os países da América do Sul, as raças descentes do crioulo são
criadas e protegidas.
O berço do cavalo Crioulo no Brasil é o sul, fronteira com o Uruguai e, são criados na
região do Rio Grande do Sul.
É uma variedade da raça crioula da América latina. Como os outros cavalos deste
continente, ele é produto da mistura de raças de origem africana (cavalo árabe
primitivo) e européia.
Para o cavalo crioulo do Brasil, as duas origens étnicas são equilibradas. Herdou do
cavalo árabe sua altura, sua cabeça, seu perfil, suas orelhas, sua garupa e seu caráter
ativo. Do seu antepassado europeu, herdou sua crina abundante, seu aspecto pequeno,
porém forte e sua tranqüilidade.
Sua descendência árabe é bem marcante.
Origem: Bacia do Prata
Aparência Geral:
o Porte: pequeno
o Pelagens: baio escuro com uma listra preta, desde o fim da crineira até a cauda,
estrias escuras nos membros e muitas vezes na cernelha (gateado). Todas as
pelagens são admitidas.
o Peso:
- Macho: 450 Kg
- Fêmea: 400 Kg
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delineadas, fortes e moderadamente afastadas e focinho saliente.
o Tronco: A cernelha deve ser pouco destacada, o dorso e o lombo devem ser
curtos e musculosos.O peito deve ser amplo, largo, profundo, encontros bem
separados e musculosos.As costelas devem ser arqueadas e profundas.
o Aptidão:
- cavalo de trabalho, ideal na lida com o gado, passeio e enduro, podendo ser
utilizado para cobrir grandes distâncias.
Principais provas que realizam:
→ Tiro de Laço : O tiro de laço é uma prova realizada em uma raia de 100
metros, onde os ginetes devem laçar o novilho.
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PÊGA
o Porte: Médio
o Pelagens: pêlo de rato, ruão e ruço. Sempre com faixa crucial e listra de burro
o Peso: 220 kg
o Altura:
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o Garupa: As ancas são simétricas e musculosas.A garupa é comprida, larga,
ligeiramente inclinada ou tendendo horizontal.A cauda é curta, bem inserida,
limpa, com pêlos reduzidos e inserção média.
PERCHERON
A exata origem da raça Percheron esta perdida através dos tempos. Alguns acreditam
que eles são descendentes dos primitivos cavalos encontrados na região durante a
idade do gelo, outros dizem que eles estão intimamente relacionados ao cavalo
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Boulonnais, os quais foram usados na invasão da Bretanha pelos Romanos, outros
ainda acreditam que a raça é oriunda do garanhão Árabe Abd el Rahman's, ou parte
dos cavalos usados pelos Mouros na batalha dos Poitiers os quais foram divididos
entre as forças Francesas vitoriosas. Independentemente destes antigos conceitos
quanto a sua origem, é conhecido que durante duas épocas da história as éguas
nativas da região de Le Perche na França foram acasaladas com garanhões Árabes,
primeiro durante o século VIII e depois durante a Idade Média. No tempo das
cruzadas o Percheron era reconhecido amplamente como um cavalo superior devido
a sua calma e sensatez, bem como por sua característica beleza e estilo.
Por volta do século XVII, os cavalos produzidos em Le Perche haviam atraído amola
notoriedade e tinham demanda para diversos usos. O Percheron desta época era
menos e era provavelmente mais ativo. No século XIX o governo da França
estabeleceu um haras em Le Pin para o desenvolvimento de cavalos para servir de
montaria para o exército. Em 1823, um cavalo chamado Jean Le Blanc nasceu em Le
Perche e todas as linhas de sangue da raça Percheron de hoje são traçadas
diretamente a este cavalo.
Para o Brasil, foram trazidos pelo exército na década de 20. Eram utilizados para
puxar artilharia pesada dos exércitos e carroças de entrega em São Paulo.
Variedades:
→ Trait Percheron:
Machos – 1,60 a 1,75 m e 900 a 1000 kg
Fêmeas – 1,50 a 1,60 m e 750 kg
→ Percheron Dilingencier:
Animal de menor peso e maior porte (até 1,80 m e 800 kg)
o Porte: Grande
o Pelagens: preto e tordilho
o Peso: 900 Kg
o Cabeça: quadrada, chanfro reto e plano, orelhas pequenas com pontas finas,
olhos vivos, boca média com lábios finos, narinas dilatadas e mucosas escuras
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PANTANEIRO
Uma raça única de eqüinos, que se adaptou como nenhuma outra ao ambiente quente e
úmido e às longas distâncias da planície pantaneira. O cavalo pantaneiro tem sua origem
dos cavalos Ibéricos trazidos ao Brasil na época da colonização.
Apesar das suas qualidades, a raça quase chegou à extinção devido a fatores como
doenças e cruzamentos indiscriminados com outras raças. O trabalho feito por
instituições como a Associação Brasileira de Criadores do Cavalo Pantaneiro (ABCCP),
criada em 1972, evitou a extinção da raça, que hoje se encontra em estado vulnerável, o
que ainda necessita de programas específicos para a sua conservação.
o Porte: Médio
o Pelagens: qualquer exceto a albina.
-Tordilha (35%)
-Castanho (27%)
-Baio (22%)
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-Alazão (6%)
-Rosilho (4%)
-Lobuno (4%)
o Peso: 350 Kg
o Altura:
- Machos : mín. 1,40m
- Fêmeas : mín. 1,35m
o Andamento: Trote
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CLYDESDALE
o Porte: Grande
o Andamento: sua ação é larga e compassada, quem observar por trás verá a sola
das patas, bem elevadas em ação.
→ Atrelagem:
No Brasil, a atrelagem ainda está dando seus passos iniciais. O primeiro evento
aconteceu em 2004, no Clube Hípico de Santo Amaro.
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MANGALARGA MARCHADOR
A base de formação dos cavalos Alter é a raça espanhola Andaluza, cuja origem étnica
vem de cavalos nativos da Península Ibérica, germânicos e berberes. Os cruzamentos
dessas raças deram origem a animais de porte elegante, beleza plástica, temperamento
dócil e próprio para a montaria.
Os primeiros exemplares da raça Alter chegaram ao Brasil em 1808, com D. João VI,
que se transferiu para a Colônia com a família real. Os cavalos dessa raça eram muito
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valorizados em Portugal e a família real investia em coudelarias (haras) para o
aprimoramento da raça. A Coudelaria de Alter foi criada em 1748 por D. João V e viveu
momentos de glória durante o século XVIII, formando animais bastante procurados por
príncipes e nobres europeus para as atividades de lazer e serviço.
Minas Gerais já se destacava como centro criador de eqüinos desde o século XVIII e a
chegada dos cavalos da raça Alter veio aprimorar ainda mais seus criatórios.
O Mangalarga Marchador teve como berço a fazenda Campo Alegre, no Sul de Minas.
Ela pertencia a Gabriel Francisco Junqueira, o Barão de Alfenas, a quem é atribuída a
responsabilidade pela formação da raça.
Há várias versões para o nome Mangalarga Marchador, mas a mais consistente está
relacionada à fazenda Mangalarga, localizada em Pati do Alferes, no Rio de Janeiro. O
nome da fazenda era o mesmo de uma serra que existia na região. Seu proprietário era
um rico fazendeiro que, impressionado com os cavalos da família Junqueira, adquiriu
alguns exemplares para os passeios elegantes realizados no Rio de Janeiro. Quando
alguém se interessava pelos animais, ele indicava as fazendas do Sul de Minas. As
pessoas procuravam os fazendeiros perguntando pelos cavalos da fazenda Mangalarga e
esta referência se transformou em nome. Já o nome Marchador foi acrescentado pelo
fato de alguns daqueles cavalos terem a função de marchar em vez de trotar.
Objetivos Da Raça
Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Peso:
- 300 a 450 kg
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MANGALARGA PAULISTA
O nome mangalarga se refere a uma população eqüina do sul de Minas Gerais, região
limítrofe com o estado de São Paulo, iniciada pela família Junqueira. Mais tarde, alguns
de seus membros se mudaram para o estado bandeirante trazendo suas montarias. A raça
de equinos, que fez muitos adeptos no novo estado e também nos vizinhos, possuía uma
diferença dos mangalarga marchadores: a marcha trotada.
Alguns Mangalargas foram levados para São Paulo, onde sofreram infusões de
sangue Árabe, Anglo-árabe, Puro Sangue Inglês e American Sadle Horse, que
deram origem ao seu andamento em “marcha trotada”.
Hoje, sua boa conformação, resistência e flexibilidade fazem desse cavalo uma ótima
montaria para as provas de enduro eqüestre. Seu pescoço esguio e forte permite grande
equilíbrio, movimentos amplos e facilidade de engajamento dos membros posteriores. A
garupa ampla e comprida e as coxas com músculos definidos, garantem arrancadas
rápidas. Seu peito amplo e profundo, os membros fortes, bem estruturados e aprumados,
com articulações e tendões desenvolvidos, garantem sua lendária resistência e aptidão
para percorrer grandes distâncias.
Aparência Geral:
o Porte: Médio
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o Pescoço: de comprimento = cabeça + 1/3 cabeça, musculoso, destacado da
paleta, saída do tronco alta, forma de pirâmide.
O Puro Sangue Inglês é também conhecido pelo nome da modalidade a qual se destina:
cavalo de corrida.
É provável que, desde que o homem começou a montar cavalos, os cavaleiros disputem
corridas, por prazer, glória ou para comprovar o valor de sua montaria. Mas foi apenas
no século XVII, na Inglaterra, que as corridas começaram a ser organizadas.
Ao notar que a nobreza escocesa comparava a rapidez de seus cavalos nas corridas de
Newmarket (que mais tarde se tornou o centro britânico do cavalo de corrida), Jaime I
percebeu a grande vantagem desse tipo de competição: as corridas permitiam selecionar
os animais mais rápidos tanto para o serviço militar quanto para o civil. Assim, o rei
encorajou a importação de bons cavalos estrangeiros, atitude mantida por seus
sucessores. Cobertas por esses garanhões (geralmente orientais, árabes ou berberes), as
éguas nativas mais rápidas deram à luz a potros cada vez maiores e mais habilidosos,
mas que ainda não eram puro sangue.
Durante os primeiros anos do século XVIII, três novos garanhões orientais chegaram à
Inglaterra: Darley Arabian, Byerley Turk e Godolphin Arabian, que fundaram a nova
raça. Seus potros tinham uma rapidez notável, nunca antes alcançada. Em 1750, os
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ingleses estabeleceram a raça, criando seu studbook. Todo o Puro Sangue inscrito
possuía pelo menos um dos três excepcionais genitores em sua ascendência.
A paixão por esses cavalos “comedores de vento” foi tanta que os campos de corrida
rapidamente se multiplicaram pela Inglaterra, não apenas pelo prazer do público em ver
a performance de cavalos excelentes, mas também pelas possibilidades de aposta. Desde
então, a febre inglesa se espalhou, e as corridas hípicas passaram a ser organizadas em
todo o mundo.
Hoje, o Puro Sangue Inglês é criado em todos os continentes, nos Estados Unidos,
Argentina, França, Rússia, Alemanha, Austrália, Colômbia e Brasil, além da Inglaterra,
e o objetivo dos criadores é fazê-lo correr e ganhar.
O montante de dinheiro que circula nas corridas de Puro Sangue Inglês faz a raça ser
desenvolvida até mesmo em países que, aparentemente, são pouco propícios à sua
criação, devido ao clima ou à falta de forragem. Em Hong Kong, que não possui
pastagens, ou no Panamá, onde a cana-de-açúcar se desenvolve melhor do que a alfafa,
os cavalos Puro Sangue Inglês chegam de avião, assim como sua alimentação.
Origem: Inglaterra
Aparência Geral:
o Porte: Grande
o Peso:
Macho – 500 kg
Fêmea – 400 kg
o Altura:
Macho = 1,73 m
Fêmea = 1,55 m
o Temperamento : extremamente nervoso.
o Cabeça: Pequena.e larga, perfil reto, fronte ampla, olhos grandes e proeminentes,
orelhas médias e afiladas, narinas largas e dilatadas.
o Garupa: inclinada
o Membros: finos com juntas largas, achatas, joelhos baixos, canelas curtas, pernas
compridas rapidez na corrida, quartos musculosos
o Andamento: trote
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PURO SANGUE LUSITANO
Montado há já cerca de 5000 anos, o mais antigo cavalo de sela do Mundo chega ao
limiar do século XXI reconquistando o esplendor de há dois mil anos, quando Gregos
e Romanos o reconheceram como o melhor cavalo de sela da antiguidade.
Cavalo de "sangue quente" como o Puro Sangue Inglês e o Puro Sangue Árabe, o Puro
Sangue Lusitano é o produto de uma seleção de milhares de anos, o que lhe garante
uma "empatia" com o cavaleiro superior a qualquer raça moderna.
Selecionado como cavalo de raça e de combate ao longo dos séculos, é um cavalo
versátil, cuja docilidade, agilidade e coragem, lhe permitem hoje competir em quase
todas as modalidades do moderno desporto eqüestre, confrontando-se com os
melhores especialistas. No limiar do ano 2000 o Puro Sangue Lusitano, volta a ser
procurado como montada de desporto e de lazer, e como reprodutor pelas suas raras
qualidades de caráter e antiguidade genética.
A sua raridade resulta de um pequeníssimo efetivo de cerca de 2000 éguas produtoras.
Em Portugal, berço da raça, estão apenas em produção cerca de 1000 éguas, no Brasil
600, em França 200, distribuindo-se as restantes pelo México, Inglaterra, Bélgica,
Alemanha, Itália, Canadá e Estados Unidos da América.
Hoje o efetivo da Raça Lusitana está em crescimento, sobretudo na Europa e no Brasil,
onde há uma extraordinária progressão em quantidade e qualidade. Entre nós, a
qualidade geral da produção tem aumentado muito,e tudo leva a crer que se venha a
estabelecer novas linhas dentro da Raça, contribuindo para o seu progresso e
assegurando a sua vitalidade.
No século XXI, O Puro Sangue Lusitano será sempre o cavalo por excelência para a
Arte Eqüestre e para o Toureio, mas, para além de ser o cavalo que dá maior prazer
montar, continuará a surpreender pela sua natural aptidão para os obstáculos, e para o
Ensino e Atrelagem de Competição.
Origem: Península Ibérica (Portugal)
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Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Pelagens: predominantes - tordilha e castanha, seguidas da baia, alazã e preta.
o Peso:
– 500 kg
o Altura:
Macho = 1,60 m
Fêmea = 1,55 m
o Temperamento : dócil, alegre, inteligente.
o Cabeça: média, perfil subconvexo, fronte levemente abaulada, sobressaindo
entre os supraciliares. Orelhas médias, finas e expressivas, olhos grandes,
elípticos
o Pescoço: Comprimento médio, rodado, ligação estreita à cabeça e largo na
base.
o Tronco: Cernelha destacada, transição suave entre o dorso e o pescoço e
levemente mais elevada que a garupa.
o Garupa: forte e arredondada
o Andamento: Trote. Ágeis e suaves, de grande comodidade para o cavaleiro
o Aptidão: adestramento, grande coragem e entusiasmo nos exercícios de combate,
caça, toureio.
QUARTO DE MILHA
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A raça Quarto de Milha foi a primeira a ser desenvolvida na América. Ela surgiu nos
Estados Unidos por volta do ano de 1600. Os primeiros animais que a originou foram
trazidos da Arábia e Turquia à América do Norte pelos exploradores e comerciantes
espanhóis.
Os garanhões escolhidos eram cruzados com éguas que vieram da Inglaterra, em 1611.
Os cruzamentos produziram cavalos compactos, com músculos fortes, podendo correr
distâncias curtas mais rapidamente do que nenhuma outra raça.
Com a lida no campo, no desbravamento do Oeste Norte-Americano, o cavalo foi se
especializando no trabalho com o gado. Nos finais de semana, os colonizadores
divertiam-se, promovendo corridas nas ruas das vilas e pelas estradas dos campos,
perto das plantações, com distância de um Quarto de Milha (402 metros), originando o
nome do cavalo.
Foi fundada em 15 de março de 1940, a American Quarter Horse Association
(AQHA), em College Station, Texas.Em 1946, a AQHA se transferiu para Amarillo,
Texas, onde se encontra até hoje, tornando-se a maior associação de criadores do
mundo, representando 52% dos eqüinos em todo o mundo.
Origem: Estados Unidos
Aparência Geral:
o Porte: Médio
o Pelagens: admite-se que a pelagem do Quarto de Milha possa ser alazã, alazã
tostada, baia, baia amarilha ou palomina, castanha, rosilha, tordilha, lobuna,
preta e zaina. Não serão admitidos, para registro, animais pampas, pintados e
brancos, em todas as suas variedades.
o Peso:
o Altura: são cavalos cuja altura é, em média, de 1,50 m. São robustos e muito
musculados.
o Temperamento : dócil.
o Tronco: da cernelha ao lombo deve ser curto e bem musculado: Não "selado"
especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e
grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o
declive gradual de 5º a 8º da garupa à base da cernelha. O vértice da cernelha e
a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo
nível.
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o Garupa: longa, discretamente inclinada, para permitir ao animal manter os
posteriores normalmente embaixo da massa (engajamento natural).
PAINT HORSE
O Paint Horse é uma raça relativamente nova no País, originária dos Estados Unidos.
Naquele país o Paint já ocupa a primeira colocação no ranking de comercialização. O
motivo é um só: reúne a beleza de ser um cavalo de pêlos exóticos com a versatilidade
necessária para o trabalho, lazer, ou esporte.
Na América do Norte, existem hoje cerca de 300 mil animais registrados na American
Paint Horse Association, e aproximadamente 48 mil criadores, e 50 mil em outros,
inclusive o Brasil. Com 40 anos de fundação a American Paint Horse Association,
desenvolveu um sistema moderno de seleção genética que permitiu um rápido
desenvolvimento da raça, e, o que é melhor, com um alto grau de refinamento.
Hoje ocupa a terceira colocação das melhores raças americanas, ou seja, só perde para o
Puro Sangue Inglês e o Quarto de Milha. O plantel americano conta com reprodutores
de primeira qualidade, das principais linhagens Quarto de Milha. A preocupação com as
modalidades de performance e com as classes amadoras, garante a manutenção do
interesse pelo animal, abrindo mercado e estimulando seu crescimento.
o Porte: Médio
o Peso:
o Altura: são cavalos cuja altura é, em média, de 1,50 m. São robustos e muito
musculados.
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o Tronco: da cernelha ao lombo deve ser curto e bem musculado: Não "selado"
especialmente nos animais de lida. Isto permite mudanças rápidas de direção e
grande resistência ao peso do cavaleiro e arreamentos. De perfil, é aceitável o
declive gradual de 5º a 8º da garupa à base da cernelha. O vértice da cernelha e
a junção do lombo com a garupa devem estar aproximadamente no mesmo
nível.
o Aptidão: corridas, saltos, prova de tambores, hipismo rural e lida com gado.
BRETÃO
Hoje, o tipo de Bretão mais conhecido e espalhado é o Postier, mas existem dois
outros tipos vindos da mesma região. O bretão de tração é resultante de cruzamentos
entre indivíduos das raças Percheron, Boulonnais e Ardenesa, e é um cavalo pesado,
compacto e poderoso. O terceiro tipo, o cavalo de Corlay, é um animal leve, resultante
de cruzamentos entre cavalo árabe e puro-sangue, hoje, praticamente extinto.
Origem: França
Aparência Geral:
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o Pelagens: principalmente,Alazã e Castanha (rosilha). Exceto: tordilho, pampa e
albina
o Peso:
o Aptidão: Lazer, tração pesada, égua ama de leite, égua receptora para
transferência de embrião, agricultura, cruzamentos.
MARAJOARA
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Cercada por águas doces e salgadas – as dos rios Amazonas e Tocantins, de um lado, e
as do Oceano Atlântico, de outro – a ilha de Marajó é separada de Belém, no estado do
Pará, pelo rio Tocantins. Famosa por seu difícil acesso, pela pororoca (ondas
gigantescas formadas no encontro das águas do rio Amazonas com o mar), pela
admirável cerâmica indígena de desenhos geométricos e pelos os imensos rebanhos de
búfalos, a ilha também criou um cavalo peculiar: o Marajoara.
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NORDESTINO
Em 1550, Tomé de Souza mandou vir alguns animais de Cabo Verde, para a Bahia onde
se multiplicaram naturalmente, adquirindo uma rusticidade necessária para a sua
sobrevivência e espalhando-se por todo o norte do Brasil.
Conquanto não seja fácil responder de onde descendera o cavalo Nordestino, podemos
aceitar ser ele um descendente do Cavalo Barbo Árabe, originário de Portugal e
Espanha, de onde foi introduzido no Brasil Colônia.
Na caatinga agressiva, esse animal presta relevantes serviços à economia da região que
habita, não só pelo transporte de cargas, como também no de pessoas, vencendo longas
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estradas e caminhos sinuosos, por terrenos sempre ásperos, onde pisa firme e aprumado,
sobre cascos rígidos e pequenos, regularmente adaptados à dureza da terra.
o Altura: 1,40-1,46 m
o Aptidão: Percorrer longas distâncias (Árabe). Pode viver com pouco alimento e
água. Não aparenta sinais de cansaço facilmente. Casco rígidos – facilidade de
caminhar em terreno pedregoso e espinhoso sem ferradura, transporte de
cargas e pessoas, lida com gado.
CAMPEIRO
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transpunham as matas da Serra Geral. Para aprimorar a raça, a partir do século XIX, o
campeiro foi cruzado com cavalos puro sangue ingleses e árabes, melhorando sua
morfologia e funcionalidade tanto na lida com o gado quanto nas corridas de raias,
esporte típico da região naquela época.
Seu tamanho ligeiramente maior do que o pantaneiro pode ser explicado pela maior
qualidade e quantidade de pastagem disponível no planalto catarinense em relação ao
Pantanal mato-grossense.
Origem: Brasil
Aparência Geral:
o Aptidão: Ideal para Sela e pequenas trações, manejo com gado, equitação,
trote, galope e caminhada rápida.
X. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NOGUEIRA, O. R. Ezoognósia: Exterior dos grandes animais domésticos. 1971. 320p.
118
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Fontes, 2000. 231p.
TOLEDO, A.P de. Mecânica de Sustentação e Locomoção dos Equinos. São Paulo:
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119