1
Engenheiro-Agrônomo, D.S. – Embrapa Amazônia Oriental.
E-mail: francisco.freire-filho@embrapa.br; joao.rodrigues@embrapa.br
2
Engenheiro-Agrônomo, M.S. – Embrapa Meio-Norte.
E-mail: valdenir.queiroz@embrapa.br
3
Engenheiro-Agrônomo, D.S. – Embrapa Meio-Norte.
E-mail: paulofernando.vieira@embrapa.br
10 Freire Filho, Ribeiro, Rodrigues e Vieira
Nordeste
Maranhão 1ª 38.226 14.281 379 37.737 14.666 387
2ª 50.002 24.570 509 50.527 26.270 517
Continua...
Freire Filho, Ribeiro, Rodrigues e Vieira
A cultura: aspectos socioeconômicos 15
Tabela 1.1 - Cont.
Região/ Safra Média do período 2005-2009 Média do período 2010-2014
Estado Área Área Produtividade Área Produção Produtividade
(ha) (t) (kg/ha) (ha) (t) (kg/ha)
Nordeste
Piauí 1ª 223.549 51.225 232 197.220 44.536 219
2ª 6.906 4.865 644 5.049 2.856 559
Ceará 1ª 536.626 158.910 304 407.158 98.143 229
2ª 13.388 12.744 958 9.504 8.922 941
A cultura: aspectos socioeconômicos
1
Engenheira-Agrônoma, M.S., D.S. e Professora da Universidade Federal do Ceará.
E-mail: rosilenemesquita@ufc.br
2
Engenheiro-Agrônomo, M.S., D.S. e Ex-professor da Universidade Federal do Ceará.
E-mail: linupi66@gmail.com
3
Engenheira-Agrônoma, M.S. e D.S. e Pesquisadora. Email: marilenabraga@hotmail.com
Preparo do solo e plantio 71
"
Em 2011, foram colhidos no Brasil, aproximadamente, 1,6
milhão de hectares de feijão-caupi, com produção de 822 mil toneladas
e produtividade média de 525 kg ha-1. A maior produção concentra-se
no Nordeste, com 84% da área plantada e 68% da produção nacional
(CONAC, 2013).
Mesmo com a franca expansão da cultura para a região Centro-
Oeste, a produtividade do feijão-caupi ainda é considerada baixa, o que,
segundo Cardoso e Ribeiro (2006), deve-se, principalmente, ao baixo
nível tecnológico empregado nas atividades de produção associado ao
uso de cultivares tradicionais com baixo potencial produtivo. Além
disso, na Região Nordeste do Brasil, o cultivo do feijão-caupi quase
sempre está associado às incertezas da agricultura de sequeiro e ao
sistema de produção de subsistência consorciado com outras culturas
como o milho e a mandioca, embora o seu monocultivo seja crescente,
tanto em condições de sequeiro como irrigado. Outro fator que colabora
para o baixo rendimento dos cultivos de feijão-caupi é o uso inadequado
do número de plantas por unidade de área. Tal aspecto contribui para
que o potencial produtivo do cultivar não se expresse na sua plenitude.
Como parte das boas práticas agronômicas a serem adotadas
pelo produtor, a de plantio em curvas de nível no sistema de semeadura
direta deve ser enfatizado sempre que possível, pois tem-se verificado
que áreas declivosas que usam essa tecnologia possuem menor
escorrimento superficial da água das chuvas, havendo, por
consequência, menor perda do solo.
Apesar de explorado principalmente por pequenos e médios
agricultores, dentro de um modelo agrícola que se caracteriza pelo
Preparo do solo e plantio 79
# "
O primeiro item a ser levado em consideração na escolha do
cultivar ou de cultivares a serem explorados relaciona-se com o
mercado consumidor. Existe um consenso entre os especialistas em
feijão-caupi de que na escolha do cultivar deve-se obedecer à exigência
dos consumidores, para facilitar a comercialização, aumentando, assim,
as possibilidades de lucro. Conforme aqui reportado, a maior
dificuldade encontrada pelo programa de melhoramento do feijão-caupi
no Brasil tem sido a marcante diferença entre o tamanho e cor das
sementes preferidas pelos consumidores e os padrões de tamanho e cor
das sementes dos cultivares ou linhagens superiores importados e que
são fontes de genes desejáveis para o programa de melhoramento.
Segundo Araújo (1988), o tamanho do grão seco preferido pela maioria
dos consumidores nordestinos tem cerca de 25 g por 100 sementes.
Ainda, os consumidores preferem os grãos com tegumento liso, com
uma única cor, uniforme. No entanto, o limite mínimo para o peso dos
grãos e a preferência pela cor, no Brasil, variam de acordo com o estado.
" $
Dependendo do sistema de exploração (monocultivo ou
consórcio) devem-se considerar o porte do cultivar, seu hábito de
80 Mesquita, Pinho e Braga
" "
Devem-se selecionar cultivares de comprovada adaptação às
condições ambientais, de reconhecida estabilidade de rendimento,
associada à elevada produtividade.
"%
Além dos fatores supracitados, indispensáveis na escolha de um
cultivar, é imprescindível que este apresente resistência a certas
doenças e pragas comuns à cultura.
"
Com relação ao ciclo de desenvolvimento, Freire-Filho et al.
(2005) classificam os cultivares de feijão-caupi em:
a) Superprecoce: maturação em até 60 dias.
b) Precoces: ciclo de 61-70 dias.
c) Médio: ciclo de 71-90 dias.
Correção da acidez, adubação e fixação biológica 89
1
Engenheira-Agrônoma, M.S., D.S. e Professora da Universidade Federal do Ceará.
E-mail: claudiamartins@ufc.br
2
Bióloga, M.S., D.S. e Professora da Universidade Federal do Ceará. E-mail: suzanac@ufv.br
3
Engenheiro-Agrônomo, M.S., D.S. e Pesquisador da Embrapa Amapá.
E-mail: wardsson.borges@embrapa.br
90 Martins, Martins e Borges
em que:
NC: Necessidade de calagem em toneladas por hectare (ton ha-1),
calcário PRNT 100%, profundidade de aplicação 0-20 cm
e superfície de cobertura ou aplicação de 100%.
Y: variável de acordo com o teor de argila – Adotar 1 para solos
com teor de argila < 15%, 2 para solos com teor de argila
entre 15 e 35% e 3 com teor de argila > 35%.
X: variável em função da exigência da cultura – Adotar 2 para
culturas pouco exigentes, como o feijão-caupi, e 3 para
culturas exigentes, como o café.
;
Correção da acidez, adubação e fixação biológica 95
!
Conforme mencionado, a prática da calagem visa corrigir a
acidez do solo, elevando o pH e reduzindo o Al+3 tóxico às culturas e
também fornecer os macronutrientes Ca+2 + Mg+2. Para o completo e
adequado desenvolvimento das culturas além da calagem, é necessária
a correção da fertilidade do solo, em especial dos teores de nitrogênio
(N), fósforo (P) e potássio (K). O nitrogênio, potássio e fósforo,
macronutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento das
plantas, são requeridos em maiores quantidades pelas plantas. A
demanda é elevada, porque o N é elemento constituinte de
macromoléculas importantes como os ácidos nucleicos (DNA e RNA),
proteínas e clorofila que é responsável pela captação da energia solar
para que ocorra a fotossíntese. O P é extremamente importante para os
processos energéticos pois é componente de trifosfato de adenosina
96 Martins, Martins e Borges
1
Engenheiro-Agrônomo, M.S., D.S. e Professor da Universidade Federal do Ceará.
E-mail: csl@ufc.br
144 Lima
!" #
Lagarta-rosca: Agrotis ipsilon (Lepidoptera: Noctuidae)
Diagnóstico e descrição do agente causal – a presença desta
praga é evidenciada por uma ou mais plantas, de caule ainda tenro
(macio), na linha de plantio ou em uma cova, cortadas rente ao solo, ou
pouco acima. A parte cortada pode estar presente ou não. Em plantas
maiores, a praga pode roer o caule, mas nem sempre esta é
comprometida. Ao se cavar ao redor das plantas cortadas é possível
encontrar a lagarta. Quando esta lagarta é tocada, ela se enrosca, daí o
seu nome vulgar. Já desenvolvida, ela tem na parte frontal da cabeça
uma marca ou linha (sutura adfrontal) bem nítida, em forma de “V”
invertido, com a ponta de “V” praticamente atingindo a parte frontal
superior da cabeça (vértice ou vértex). Apresenta ao longo do corpo
uma linha dorsal acinzentada mais clara e tubérculos (manchas
circulares) pretas em cada um dos segmentos (KING et al., 1998,
ZUCCHI et al., 1993).
Pode ser confundida com a lagarta-do-cartucho-do-milho,
Spodoptera frugiperda, que será descrita com detalhes mais à frente, e
que tem a mesma aparência geral e com comportamento de formar
“rosca” ao serem tocadas. Difere da lagarta-rosca por possuir a linha na
parte frontal da cabeça em forma de “Y” invertido, sendo a “perna”
única do “Y” bem distinta e atinge a parte frontal superior da cabeça. A
lagarta de A. ípsilon, quando completamente desenvolvida, mede cerca
de 45 mm (ZUCCHI et al., 1993), ou seja, bem maior e mais robusta
que S. frugiperda, que tem aproximadamente 35 mm (CRUZ et al.,
1999).
Período crítico do artrópode para com a cultura –
normalmente, o ataque é crítico no período vegetativo, a partir da
emergência das plantas (Figura 8.1).
Bioecologia e comportamento – o período de uma geração
pode variar de 35 a 74 dias A larva é ativa à noite e se esconde durante
176 Bleicher e Silva