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Bioquímica

AMINOÁCIDOS

● São unidades codificadas pelo DNA formadoras das proteínas que temos em nosso
organismo

● Variedade – 20 aminoácidos diferentes


● Divisões –
✓ Essenciais e não essenciais
✓ Polares e apolares

*O ​carbono assimétrico​ formador da maioria dos aminoácidos (excetuando-se a Glicina)


proporciona a formação de dois isômeros opticamente ativos, o Dextrogiro (D) e o Levogiro
(L); os mamíferos só possuem enzimas decodificadoras de L-aminoácidos, portanto são esses
os componentes de nossas proteínas.

Aminoácidos Apolares e suas características

● Grupo R – hidrofóbico
● Internos na molécula, normalmente
● Ex.: glicina, alanina, valina, leucina, isoleucina, fenilalanina, triptofano, metionina,
prolina.

Aminoácidos Polares e suas características

● Grupo R – hidrofílico
● Externos à molécula, normalmente
● Cargas
✓ Positiva (+) – Ex.: arginina
✓ Negativa (–) – Ex.: aspartato, glutamato
✓ Neutra (0) – Ex.: serina, glutamina, treonina, tirosina, cisteína
● Ponto Isoelétrico –​ ​valor de pH no qual o aminoácido fica eletricamente neutro. A
carga do aminoácido influencia na carga da proteína e, mais tarde, em sua função.
● Ligação Peptídica –​ ​grupo carboxila + grupo amino => água + ligação peptídica
● Classificação de peptídeos –
➢ 2 aa. – dipeptídeo
➢ 3 aa. – tripeptídeo
➢ Até 30 aa. – oligopeptídeo
➢ Mais de 30 aa. – polipeptídeo

Exemplos

● Ocitocina – 9 aa. (produzida pelo hipotálamo e armazenada pela hipófise)


● ADH – 9 aa.
● Glucagon – 29 aa. (produzido pelas células-alfa do pâncreas)

*Anemia Falciforme – os eritrócitos do sangue são produzidos em forma de foice.

Nessa doença genética ocorre a ​substituição do glutamato (grupo R polar) pela valina (grupo
R apolar)​, alterando as interações que dão forma às células sanguíneas e comprometendo
sua função.

PROTEÍNAS

● São formadas por 1 ou + cadeias de aminoácidos, podendo ter entre 50 e 2000


exemplares.
● Funções – estrutural, catalítica, transportadora, etc.

A função exercida por cada proteína está diretamente ligada à sua estrutura, que por sua vez
depende das cadeias de aminoácidos que a formaram.
● Carga elétrica – é a somatória das cargas elétricas dos aminoácidos que a formam, ou
seja, também é dependente do pH.
● Ponto isoelétrico – é determinado experimentalmente, por eletroforese, devido à
grande quantidade de aminoácidos reunidos.
● Proteínas conjugadas – têm moléculas orgânicas não proteicas (grupos prostéticos)
em sua composição;
Ex.: Lipoproteínas = lipídios + proteínas; Glicoproteínas = carboidratos + proteínas

ENZIMAS

● A maioria das enzimas são proteínas


● Propriedades –
➢ Catalisadores biológicos de reações metabólicas
➢ Especificidade relacionada às reações em que atuam
✓ Mecanismo de ​encaixe induzido
➢ Capacidade de regular a produção de determinadas substâncias

*devido aos aminoácidos, formadores das proteínas, as enzimas podem ter diferentes
características de afinidade de acordo com sua composição.

● Nomenclatura –

Início do séc.19

➢ Lipídios => lipases


➢ Amidos => amilases
➢ Proteínas => proteases

Sistema oficial de nomenclarura – IUB

➢ Cada enzima tem seu código numérico


o 1° dígito – classe
▪ 1 – Oxido redutases
▪ 2 – Transferases
▪ 3 – Hidrolases (transferência de grupos – marcadores hepáticos: AST,
ALT)
o 2° dígito – subclase
o 3° dígito – sub-subclasse
o 4° dígito – substrato
● Reação –

Enzima + substrato => complexo enzima-substrato => enzima + produto


● Coenzimas​ – moléculas auxiliares que desempenham função essencial nas reações
enzimáticas.
Ex.: NAD​+​ e FAD, que trabalham com as desidrogenases como transportadores temporários.
● Holoenzimas​ – são enzimas que se ligam às coenzimas por ligações covalentes ou
não covalentes
● Cofatores ​– são íons metálicos que participam de reações enzimáticas

FATORES QUE INFLUENCIAM A VELOCIDADE DA REAÇÃO ENZIMÁTICA

● [substrato]
● [enzima]
● pH
● Temperatura

O Substrato

● [enzima] = constante; pH = constante; T = constante


● O limitante da reação é a quantidade de enzimas disponíveis
● O Km é a medida de afinidade entre enzima e substrato; alto Km = alta [s]; baixo Km
= baixa [s]
A Temperatura

● A temperatura ótima é a ideal para o funcionamento enzimático e ela varia de


enzima para enzima.
● [enzima] = constante; [substrato] = constante; pH = constante

O pH

● O pH ótimo é o ideal para o funcionamento enzimático, variando de enzima para


enzima.
● pH – Acidose
➢ Metabólica
➢ Respiratória
● pH – Alcalose
➢ Metabólica
➢ Respiratória
● [enzima] = constante; [substrato] = constante; temperatura = constante

INIBIDORES ENZIMÁTICOS

● É o impedimento da ocorrência da reação enzimática


● Inibidor competitivo​ – o sítio ativo desse inibidor é análogo ao do substrato,
portanto quando ligado à enzima impede que o substrato se ligue, impedindo a
ocorrência da reação e a formação de produto.
➢ Estrutura semelhante à do substrato
➢ Ligação ao sítio ativo da enzima
➢ Aumento da [substrato] decresce
➢ A V​máx ​não se altera
➢ K​m da
​ enzima aumenta

*Atua na ​etapa de ligação​ entre enzima e substrato na reação enzimática.

*Ex.: Quimioterápico – usado em quadros de leucemia – Metotrexato age como análogo do


Tetrahidrofelato, atuando no processo de divisão celular.

*Hipercolesterolemia – Lovastatina age como análoga do substrato HMG-CoA, diminuindo a


biossíntese endógena do colesterol, que associado à mudança de hábitos alimentares tem
maior eficácia.

● Inibidor não competitivo​ – a ligação do inibidor não afeta a ligação do substrato à


enzima, impedindo a ocorrência da reação e a formação de produto.
➢ Estrutura diferente em relação ao substrato
➢ Não se liga ao sítio ativo da enzima
➢ Aumento da [substrato] se mantém constante
➢ A V​máx ​diminui
➢ K​m da
​ enzima não se altera

*Atua na ​etapa catalítica​ de transformação do complexo enzima-substrato em produto +


enzima da reação enzimática.
● Inibidor irreversível​ – modifica quimicamente a enzima, a tornando incapaz de ser
utilizada, impedindo a ocorrência da reação e a formação de produto.

MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

● Compartimentalização intracelular – enzimas diferentes são armazenadas em áreas


diferentes da célula
➢ Ex.: enzimas lisossômicas, mitocondriais, citosólicas
● Disponibilidade de substrato – existe um valor máximo, limitante, de substrato
disponível para a realização da reação
● Enzimas alostéricas
● Clivagem proteica de pró-enzimas – as enzimas são liberadas em formato pré-pronto
e assim que necessária, uma parte é retirada e a torna viável para a utilização;
Vantagem: rapidez na disponibilidade
● Controle à nível gênico
➢ Indução
➢ Repressão
● Modificação covalente – fosforilação

Controle à nível gênico

Indução

Repressão
Classificação das enzimas no sangue

Classificação Exemplos
Enzimas específicas do plasma Proteases séricas, Fator X
Enzimas secretadas Lipases, Amilases, Tripsinogênio
Enzimas celulares ???

Fatores que afetam os níveis enzimáticos no plasma sanguíneo

● Entrada de enzimas no sangue


➢ Vazamento de enzimas das células – alteração da permeabilidade de
membrana ou lise celular; por redução da produção de energia ou restrição
de oxigênio
➢ Produção enzimática alterada – crescimento, gestação, fármacos
(barbituratos, fenitoina), ingestão de álcool, câncer
● Depuração das enzimas – mecanismo de limpeza das enzimas do corpo
➢ Sistema urinário
➢ Sistema retículo endotelial

Causas de lesão ou morte celular

Hipóxia Estreitamento por placa de ateroma, lesão


por perfusão isquêmica
Substancias químicas
Agentes físicos
Agentes microbiológicos
Mecanismos imunitários Anafilaxia, hipersensibilidade
Atributos genéticos
Distúrbios nutricionais

Fundamentos da enzimologia diagnóstica





PRINCIPAIS ENZIMAS

CREATINA CINASE

Função​ –

● degradar a creatina, rompendo suas ligações energéticas

Reação ​–

● Creatina + Adenosina Trifosfato ​⬄​ Creatina Fosfato + ADP

pH = 6,7 pH = 9,0

COMPOSIÇÃO TIPO LOCALIZAÇÃO


CK – BB CK – 1 Cérebro, próstata, intestino,
pulmão, bexiga
CK – MB CK – 2 Músculos cardíaco e
esquelético
CK – MM CK – 3 Músculos cardíaco e
esquelético
CK – MtMt CK – mitocondrial Mitocôndrias

Formas macromoleculares

NOME COMPOSIÇÃO APARECIMENTO


Macro tipo 1 CK – 1 + lgG Doenças gastrointestinais,
Ou adenomas e carcinomas
CK – 3 + lgA
Macro tipo 2 CK – Mt Adultos com doenças
Forma oligomérica malignas
​Significado clinico – sangue

● Doenças do musculo esquelético – distrofia muscular, mistenia gravis


● Doenças cardíacas – choque, angina pectoris – CK – 2 e total
● Doenças do SNC – isquemia cerebral, quadros hemorrágicos, edema cerebral
● Doenças da tireóides – relação inversa

Significado clinico – liquido cerebrospinal

● Acima de 200 U/L – óbito


● Entre 100 e 200 U/L – sobrevivem, mas com sequelas neurológicas
● Abaixo de 100 U/L – prognóstico favorável
*A ​análise sanguínea​ permite ​diagnóstico​, enquanto a análise do ​liquido cerebrospinal
permite o ​prognóstico.

LACTATO DESIDROGENASE – LDH

Características –

● Geralmente trabalham com coenzimas


● É um tetrâmero
➢ Subunidades são M e H

Função–

● Determinação de diagnóstico clínico específico de qual célula foi danificada, uma vez
que para cada variedade celular há uma isoforma.

NADH

Reação –​ Lactato ​⬄​ Piruvato

NAD​+

Isoformas ​–

● Enzimas que catalisam a mesma reação apresentando diferentes composições

COMPOSIÇÃO TIPO LOCALIZAÇÃO


MMMM – M​4 LDH – 5 Fígado e músculo
esquelético
MMMH – M​3H LDH – 4 Fígado e músculo
esquelético
MMHH – M​2H​2 LDH – 3 Cérebro e rins
MHHH – MH​3 LDH – 2 Miocárdio e hemácias
HHHH – H​4 LDH – 1 Miocárdio e hemácias

FOSFATASE ALCALINA

Função –

● Atuação em grande gama de substratos

Ativadores da enzima –

● Magnésio
● Cobalto
● Manganês

Inibidores da enzima –

● Fosfato
● Borato
● Oxalato
● Cianeto

Localização –

● Epitélio intestinal.
● Túbulos renais.
● Osteoblastos.
● Fígado.
● Placenta.

Significado clinico –

● doenças hepatobiliares.
● doenças osseas osteoblásticas.

GAMAGLUTAMILTRANSFERASE – Gama GT ou GGT

Função –

● Transferência de resíduo glutamil de peptídeos

Localização –

● Membrana citoplasmática de todas as células, exceto musculares

Significado clinico –

● Doenças hepáticas
● Maior sensibilidade FAL
➢ Alcoólatras e ingestão de fenobarbital

ASPARTATO AMINOTRANSFERASE ou Aspartato Transaminase – TGO ou AST

ALANINA AMINOTRANSFERASE ou Alanina Transaminase – TGP ou ALT

Função –

● Catalisar as interconversões de aminoácidos e alfa-cetoácidos pela transferência de


radicais amina.

Reação –

● Reversível, mas o equilíbrio favorece a formação de aspartato e alanina


● Dependência piridoxal de fosfato

Significado clinico​ –

● Doenças hepáticas
● Colestase
Dosagem –​ plasma, bile, liquido cerebrospinal, saliva

● ALT ou TGP – hepática


● AST ou TGO – miocárdio

AMILASE

Função –

● Clivagem de carboidratos complexos – ex.: amido


● Dependência de cálcio
● Eliminação renal

Localização –

● pâncreas e saliva

Significado clinico –

● Pancreatite aguda
● Traumatismo pancreático
● Lesões de grandulas saliv
● Carcinoma pacreatico

LIPASE

Função –

● Hidrolise de ésteres de glicerol com ácidos graxos

Produção –

● Pâncreas
● Língua
● Mucosas gástrica, pulmonar e intestinal

*Acompanha a amilase

Significado clínico – ​maior especificidade

● Pancreatite

TRIPSINA

Função –

● Hidrolise de ligações peptídicas – carboxilas lisina ou arginina

Localização –

● Células acinares pancreáticas I e II


Significado clínico –

● Pancreatite aguda
● Fibrose cística

QUIMIOTRIPSINA

● Proteinase – triptofano, tirosina, fenilalanina e leucina

Significado clínico –

● Pancreatite aguda
● Carcinoma pancreático

COLINESTERASE

Isoformas –

● Colinesterase verdadeira ou I – hemácias, pulmão, baço, terminações nervosas


● Colinesterase II – fígado, pâncreas, coração, substância branca do cérebro

Significado clínico –

● Envenenamento por inseticidas


● Teste de função hepática

FOSFATASE ÁCIDA

Localização –

● Fígado
● Baço
● Leite
● Hemácias
● Plaquetas
● Medula óssea

Significado clinico –

● Hiperparatireoidismo.
● Doença paget
● Câncer de próstata*

ISOCITRATO DESIDROGENASE

Função –

● Descarboxilação oxidativa – isocitrato e 2 oxoglutarato

Significado clinico –

● Doença hepática
● Hepatite por vírus

ALDOLASE

Função –

● Clivagem da 1,6 frutose bifosfato

Significado clinico –

● Doenças primárias esqueléticas

5 – NUCLEOTIDASE

Função –

● Como a fosfatase, atua em nucleosídeos 5 fosfato

Localização –

● Todos os tecidos

Significado clínico –

● Doenças hepatobiliares e musculares

DESOXINUCLEOTIDIL TERMINAL TRANSFERASE

Função –

● Sua atividade é aliada à DNA polimerase

Localização –

● Timo
● Células precursoras dos linfócitos

Significado clinico –

● Leucemias
● Linfomas

HEMOGLOBINA E MIOGLOBINA

● As globinas constituem um bom exemplo para se compreender as relações entre


estrutura e função das proteínas
● A fração heme é uma proteína conjugada, um anel porfirínico, onde há a ligação dos
oxigênios
● O ambiente hidrofóbico, presente nas globinas, em torno do heme é fundamental
para sua atividade biológica, que depende de uma interação reversível com o
oxigênio
➢ Fe​2+​⬄​ Fe​2+​.O​2
● O heme, também presente nos citocromos, é sintetizado nas células aeróbicas
através de uma cadeia complexa de enzimas, a via das porfirinas. Na última etapa da
síntese, um átomo de ferro é introduzido na protoporfirina, originando o heme.
● Nas globinas, o Fe​2+ ​hemínico faz 6 ligações de coordenação, sendo 4 ligações
planares com os nitrogênios dos anéis pirrólicos da protoporfirina, e 2
perpendiculares ao plano do heme. A 5​a ​ligação é permanentemente ocupada com
um dos N imidazólicos da histidina F8 (proximal). A 6​a ​coordenação pode ser ocupada
pelo oxigênio
MIOGLOBINA

Composição –

● Cadeia polipeptídica
● Estrutura terciária

Função –

● Proteína armazenadora de oxigênio presente no tecido muscular dos mamíferos

Característica –

● 1 heme = 1 O​2
● ALTA afinidade por O​2

HEMOGLOBINA

Função –

● É uma proteína transportadora de oxigênio

Composição –

● É um hetero-tetrâmero formado por 2 tipos de globinas – alfa e beta


● Quatro cadeias polipeptídicas (dois dímeros, alfa e beta)

Característica –

● Possui quatro ligantes, sendo que um é o Fe​2+


● Apresenta afinidade VARIADA por O​2

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