PREVENÇÃO DE FALHAS EM TRANSFORMADORES DE CORRENTE

ATRAVÉS DO MONITORAMENTO DA ISOLAÇÃO

FABIO COSTA LIRA, ERIVELTON SERRA FRANÇA, RONDINELLY BORGES SOARES.

Faculdade Estácio de Belém, Estácio-Belém

Av. Gov. José Malcher 1148, Nazaré, Belém-PA, 66.055-260
E-mails: fabio.lira@eln.gov.br, esf9809@gmail.com, rondinelly.soares@eln.gov.br.

Resumo: Este projeto tem como objetivo fornecer um diagnóstico confiável voltado para
prevenção de falhas em transformador de corrente através de ensaio de fator de potência com
aplicação de variação das frequências, e monitorando as isolações dielétricas. Buscando dessa
forma estabelecer a relação entre o processo de degradação da isolação do equipamento.

Palavras chave: Isolação. Transformador de corrente. Diagnóstico.

ABSTRACT: This project aims at a reliable diagnosis aimed at preventing current

transformer failure through power factor testing with application of frequency variation,
monitoring the dielectric insulation. Seeking to establish a relationship between the process of
degradation of equipment insulation.

Key Words: Isolation. Current transformer. Diagnosis.

Introdução vez mais precisas. Para isso, temos os

A função do sistema elétrico de
potência (SEP) é fornecer energia elétrica
aos consumidores no instante em que ela é
solicitada e com uma qualidade de produto
e serviço adequada (SATO, 2005). Dentre
os vários equipamentos encontrados no
setor elétrico, o transformador de corrente
(TC) fornece ao SEP leituras de corrente
para várias funções em uma subestação.
Este equipamento transforma a corrente
elétrica de um potencial maior para um
potencial menor, para que sejam feitas
medições relacionadas e proporcionais.
Comumente utilizado nas subestações dos
sistemas elétricos de potência, tem um
importante papel que é fornecer o valor da
corrente para os comandos de proteção e
operação do sistema de transmissão de
potência.
Devido ao grande desenvolvimento das
tecnologias de geração e distribuição de
energia, em conjunto com grande aumento
de consumo, são necessárias informações
sobre os valores de corrente e tensão cada
transformadores de instrumentos (corrente
e tensão), que são equipamentos que
fornecem valores de corrente e tensão, que
se adéquam e respeitam os limites
máximos dos demais instrumentos
utilizados na subestação, como os de
medição e de proteção (OLIVEIRA, 2012).
Este artigo tem como objetivo fornecer um
diagnóstico confiável voltado para
prevenção de falhas em transformador de
corrente através de ensaio de fator de
potência com aplicação de variação das
frequências, monitorando a isolação
dielétrica. Buscando-se ainda estabelecer a
relação entre o processo de degradação da
isolação do equipamento.
Transformadores de Corrente
De acordo com Oliveira, (2012) os
transformadores de corrente possuem a
função de suprir de corrente os medidores
e os equipamentos de medição e proteção,
com valores proporcionais aos dos
circuitos de potencia, entretanto,
respeitando seus limites de isolamento.
Possuem o enrolamento primário ligado
em série a um circuito elétrico e o
secundário se limita a alimentar bobinas de
corrente dos instrumentos da subestação.
Os TC’s apresentam impedância, vista pelo
lado primário (lado ligado em série com o
circuito de alta tensão) desprezível, se
comparada com o lado que está instalado,
mesmo que se leve em consideração a
carga que se liga ao seu secundário.
Características dos TC’s
Correntes Nominais
As correntes primárias nominais e as
relações nominais são padronizadas por
normas, sendo comum a corrente de
secundário ter um valor de 5 A. Representa
o valor nominal que o transformador pode
suportar em regime normal de operação.
Sua especificação deve considerar a
corrente máxima do circuito em que o
transformador está presente e os valores de
curto-circuito do sistema.
As correntes nominais secundárias são
adotadas geralmente iguais a 5A. Em
alguns casos especiais, quando os
aparelhos, normalmente relés de são
instalados distantes dos transformadores de
corrente, pode-se adotar a corrente
secundária de 1 A, a fim de reduzir a queda
de tensão nos fios de interligação.
Classe de Exatidão
Caracteriza o maior valor de erro que
o transformador de corrente pode
apresentar ao fornecer a corrente
proporcional do sistema de alta tensão aos
equipamentos elétricos da subestação. Esse
valor é expresso em percentual.
Para os transformadores de corrente com a
finalidade de medição, o valor da classe de
exatidão deve ser de 0,3 %.
Carga nominal
Carga na qual se baseiam os requisitos
de exatidão do transformador.
Os transformadores de corrente devem ser
especificados de acordo com a carga que
será ligada no seu secundário. Dessa
forma, a NBR 6856/81 padroniza as cargas
secundárias de acordo com a Tabela
abaixo.
Tabela I- Cargas nominais padronizadas para
ensaios de TC’s.
Fator Térmico
Razão entre a máxima corrente
primária que o transformador de corrente é
capaz de conduzir em regime permanente,
sob frequência nominal, sem exceder os
limites de elevação de temperatura
especificados e sem sair de sua classe de
exatidão, pela corrente primária nominal
do mesmo.
Nível de Isolamento
O nível de isolamento é definido pela
máxima tensão do circuito ao qual o
transformador de corrente vai ser
conectado e é padronizado, quanto às
condições que deve satisfazer a sua
isolação em termos de tensões suportáveis.
Corrente Térmica Nominal
Representa a maior corrente primária
que um transformador é capaz de suportar
durante 1segundo, sem exceder, em
nenhum dos enrolamentos, a temperatura
máxima especificada em sua classe de
isolamento, e com o enrolamento
secundário curto-circuitado.
Corrente Dinâmica Nominal
Valor de crista da corrente primária
que um transformador de corrente é capaz
de suportar durante o primeiro meio ciclo
com o enrolamento secundário curto-
circuitado, sem danos devido às forças
eletromagnéticas resultantes. É igual a 2,5
vezes o valor da corrente térmica nominal.
Polaridade
Os transformadores de corrente são
identificados nos terminais de ligação
primário e secundário por letras que
indicam a polaridade para a qual foram
construídos e que pode ser positiva ou
negativa.
São empregados as letras com seus índices,
P1, P2 e S1, S2. Diz-se que o
transformador de corrente tem polaridade
subtrativa, por exemplo, quando a onda de
corrente, num determinado instante,
percorre o circuito primário de P1 para P2
e a onda de corrente correspondente no
secundário assume a trajetória de S1 para
S2. Caso contrário, diz-se que o TC tem
polaridade aditiva. A maioria dos
transformadores de corrente tem
polaridade subtrativa, sendo inclusive
indicado pela NBR-6856:82, que por
definição prioriza sua fabricação. Somente
sob encomenda são fabricados
transformadores de corrente com
polaridade aditiva (NTC-39/DT- SETOR
DE NORMATIZAÇÃO TÉCNICA, 2016).
Construtivamente, os terminais de mesma
polaridade vêm indicados no TC. A
polaridade é obtida orientando o sentido da
execução do enrolamento secundário em
relação ao primário, de modo a se
conseguir a orientação desejada do fluxo
magnético (NBR 6856, 1982).
A figura 1, mostra os detalhes de um TC,
onde se pode observar que este TP realiza
a medição da corrente no compartimento
superior, enrrolamento secundário.
Figura 1- TC de medição de corrente no
compartimento superior.
Fonte: (http://s3.amazonaws.com/magoo/)
No entanto existem TCs que realizam
a medição no compartimento inferior, vide
figura 2.
A maioria dos TC’s apresenta um
revestimento de isolação dielétrico para
garantir a isolação e manter o resfriamento,
os meios de isolação sólidos correspondem
ao papel e a madeira, que envolvem a
bobina e fazem a sustentação do núcleo,
em regra quase todos os TC’s utilizam este
tipo de isolação[WJFDL1] (BECHARA,
2010).
Como principais objetivos desse
equipamento, podem-se citar:
• A alimentação dos sistemas de proteção e
medição da subestação, com valores
proporcionais, porém que respeitem os
limites de isolamento dos equipamentos.
• Compatibilizar isolamento e segurança
entre o circuito de alta tensão, que estão
sendo medidos e os instrumentos da
subestação.
Figura 2- TC de medição de corrente no
compartimento inferior.
Fonte: (www.joinville.udesc.br/portal/professore)
Os tipos de manutenções realizados
em subestações são: manutenção preditiva,
preventiva e corretiva que se agregam ao
item manutenção programada, urgência e
emergências[WJFDL2] (KARDEC, 2010).
Com relação aos TC’s os principais
métodos de manutenção são a preditiva e
preventiva.
As técnicas utilizadas na manutenção
preditiva para acompanhar o estado dos
TC’s são ITM (instrução técnica de
manutenção de transformadores de
corrente) são predeterminadas por cada
empresa que utiliza equipamentos de
sistema de potência, dependendo do
regime de operação. Um fator de
preocupação que é geralmente avaliado nas
manutenções é a isolação dielétrica, que
fica limitada ao comportamento da
isolação entre o enrolamento primário e
secundário, com o referencial a terra sendo
observado por meio de ensaios
elétricos[WJFDL3].
Figura 3 - Ensaio de medição de resistência
isolação.
Fonte: Dipolo elétrico-blogger
Estes testes são importantes para
verificar o estado dos TP’s, intervindo
antes que venham a gerar falhas no setor
elétrico. As falhas no Sistema de
Transmissão de Energia geram perdas
significativas, através de multas para a
empresa, que podem chegar à ordem de
valores que variam de R$ 50000,00 a
R$350000,00 mil por minuto, além dos
prejuízos causados à sociedade.
Esta pesquisa foi desenvolvida em uma
empresa do setor elétrico, tendo como
objetivo avaliar os TC’s de uma das
subestações da empresa e criar uma
metodologia que aumentasse a
confiabilidade destes equipamentos.
Ensaios para TC’s
Ensaios de Recebimento
Os ensaios de recebimento são os
seguintes:
 Verificação da marcação dos
terminais e polaridade;
 Ensaio de tensão suportável à
frequência industrial em
enrolamentos primários;
 Medição de descargas parciais;
 Ensaio de tensão suportável a
frequência industrial em
enrolamentos secundários e entre
seções;
 Medição de capacitância e fator de
perdas dielétricas;
 Sobre tensão entre espiras;
 Estanqueidade;
 Exatidão;
 Fator de segurança do instrumento;
 Erro composto para classes P e PR;
 Levantamento de características de
excitação para núcleos de proteção;
 Resistência ôhmica dos
enrolamentos para equipamento
com Um ≥ 72,5 kV; m) ensaios do
óleo mineral isolante. A ordem dos
ensaios não é normalizada, porém
recomenda-se não realizar o ensaio
de exatidão antes do ensaio de
tensão induzida.
Ensaios de Tipo
Os ensaios de tipo são os seguintes:
 Elevação de temperatura;
 Corrente suportável nominal de
curta duração e valor de crista da
corrente suportável;
 Impulso atmosférico;
 Impulso de manobra;
 Tensão aplicada sob chuva para
transformadores de uso externo;
 Tensão de radio interferência;
 Resistência ôhmica dos
enrolamentos;
 Estanqueidade;
 Exatidão;
 Erro composto para as classes P e
PR;
 Ensaios mecânicos.
Todos os ensaios de tipo em dielétrico
devem ser feitos no mesmo transformador,
a menos que especificado em contrário.
Um TC é considerado aprovado nos
ensaios de tipo, preferencialmente
aplicados à mesma unidade, quando bem
sucedido nesses ensaios, em conformidade
com os procedimentos e limites impostos
por esta norma.
O Fator de Potência é um parâmetro de
medição da defasagem entre a tensão e a
corrente que circulam por uma rede. Ele é
o cosseno do ângulo dessa defasagem. Se a
defasagem for de um oitavo de ciclo, 45º, o
fator de potência é de cosseno de 45º que é
0,71. A maior defasagem que se pode ter
tanto a corrente estando à frente da tensão
quanto estando atrás, é de 90º, sendo assim
o fator de potência sempre estará entre zero
e um (BALTAZAR, 2010).
O custo relacionado aos ensaios de um
transformador de corrente depende do
potencial e função onde está instalado,
sendo que em média os valores variados,
para um TC de 69 kV conjunto (trifásico)
são estimados os seguintes valores:
 Fator de potência ou isolação por
corrente alternada: valor R$ 1890
reais;
 Relação de transformação: valor R$
1400 reais;
 Resistência ôhmica de isolamento
por corrente continua valor R$
1600 reais;
 Resistência ôhmica de enrolamento
valor R$ 1200 reais;
 Fator de saturação: valor R$ 1580
reais atribuindo também uma
inspeção física geral do
equipamento.
Levando em consideração que em volta de
um TC no sistema de potência encontram-
se outros equipamentos como
transformador de Potencial com valores
aproximado de R$80000,00, para-raios
com valores em torno de R$45000,00,
chaves seccionadoras R$120000 e
transformadores de corrente com valores
R$150000,00. Os prejuízos podem
alcançar valores em torno de R$500000
reais, dependendo do sinistro[WJFDL4]
(ONS, 2017).
Ensaio de Fator de Potência
Segundo a Instrução Técnica
TR066/87, o ensaio tem por finalidade a
detecção de defeitos na isolação do
equipamento elétrico, podendo através
deste, verificar se o equipamento está em
boas condições.
Figura 4- Esquema detecção de defeitos de
isolamento
Fonte: INSTRUÇÃO TR066/87
Sendo:
CA = Isolação entre o enrolamento de alta
tensão e carcaça (carcaça + terra)
CB = Isolação entre o enrolamento de
baixa tensão e carcaça )carcaça + terra)
CAB = CBA = Isolação entre os
enrolamentos de alta tensão e baixa tensão.
Procedimentos preparatórios para
Ensaios
 Isolar o transformador de corrente
das barras energizadas;
 Desconectar todos os cabos
externos ligados ao transformador
de corrente;
 Desconectar os cabos de
aterramento de cada enrolamento;
 Curto circuitar cada enrolamento
em seus terminais;
 Aterrar a base do TC;
 Conectar o instrumento de ensaio
ao transformador de corrente para
execução do ensaio.
Transformador de Corrente sem acesso
à Derivação Capacitiva
Nestes mesmos transformadores de
corrente somente um ensaio deverá ser
executado:
Ensaio nº 1 - Medição da Isolação do
primário contra secundário e carcaça
 Conectar o gancho do cabo de
ensaio de alta tensão ao
enrolamento primário do
transformador de corrente (TC);
 Os terminais dos enrolamentos
secundários devem ser curto-
circuitado e aterrados;
 Com a chave de baixa tensão (LV
SWITCH) na posição “GROUND
realiza-se o ensaio, obtendo-se CA +
CAB”.
 Figura 5- Medição de Isolação
Fonte: INSTRUÇÃO TR066/87
A tabela a seguir, resume os procedimentos
do ensaio:
Tabela II-Resumo dos procedimentos do ensaio
Transformador de Corrente com acesso
à Derivação Capacitiva
Será executado somente um ensaio
com a medição da isolação do primário
contra a derivação capacitiva aberta.
 Conectar o gancho do cabo de
ensaio de alta
ao enrolamento primário
transformador de corrente;
 Os terminais dos enrolamentos
secundários e carcaça devem ser
curto circuitado e aterrados;
 Conectar o cabo de ensaio de baixa
tensão à derivação capacitiva
desaterrada;
 Com a chave de baixa tensão (LV
SWITCH) na posição “ÜST”
realiza-se o ensaio, obtendo-se CA.
Figura 6: Medição de CA
Fonte: INSTRUÇÃO TR066/87
Tabela III - Resumo do Procedimento do Ensaio
OBSERVAÇÕES:
1. Em todos os ensaios de transformadores
de corrente deve-se ter o cuidado para que
os ganchos não toquem outras partes que
não devam ser energizadas;
tensão 2. Em todos os transformadores de corrente
do devem ser anotados os valores de
Capacitância medidas;
3. Antes da realização do ensaio limpar
cuidadosamente a porcelana, a fim de
evitar correntes de fuga indesejáveis.
Fatores que influenciam os resultados
Temperatura: é de grande importância
determinar uma temperatura como base de
cálculos de modo a poder comparar os
resultados obtidos em diferentes ensaios
sob diversas condições de tempo. O fator
de potência, de um modo geral, cresce com
o aumento da temperatura;
Umidade Relativa do AR: é recomendável
que as condições de umidade relativa do ar
atmosférico não sejam superiores a 70% no
instante da execução do ensaio, pois
poderá haver correntes de fuga pela parte
externa da porcelana;
Tensão: as tensões normalmente utilizadas
para os ensaios de fator de potência
realizados no campo são: 2,5 e 10 kV;
Indução: os ensaios realizados nas proximidades
de equipamentos energizados deverão utilizar
instrumentos adequados a fim de
minimizar os efeitos de indução devido ao
aparecimento de correntes indesejáveis,
que são originadas por tensões induzidas
no equipamento sob ensaio através dos Onde:
instrumentos de medição. To = temperatura calculada do óleo
Tp = temperatura da parede do tanque
Ta = temperatura ambiente

Interpretação dos Resultados

Fator de Correção de Temperatura
Não se deve avaliar as condições de um
A correção dos valores para a
transformador de corrente em função de
temperatura de 20ºC, normalmente é
resultados isolados, quando não se possui
indicada pela DOBLE e adotada pelas
uma tabela de valores limites. A avaliação
normas ABNT e AIEE. Para efeito de
deve ser feita pela comparação
comparação, o fator de potência de
de resultados de ensaios realizados sem
transformadores de corrente é convertido a
condições similares na mesma unidade
uma temperatura de 20ºC. A tabela IV
ou unidades idênticas. A seguir será
apresenta os valores existentes de correção,
apresentada a tabela V com os valores
onde é considerada como temperatura de
orientativos para ensaio de fator de
ensaio a temperatura do óleo no topo
potência em transformadores de corrente.
do transformador.
Tabela IV- Valores de correção Tabela V- Valores orientativos para ensaio de fator
de potência

Metodologia da pesquisa
Determinação da Temperatura Inicialmente foram realizadas
Devido a dificuldade de obtenção pesquisa de avaliação dos TC’s na
direta da temperatura do óleo no topo do subestação para avaliar o grau de
equipamento, recomendamos o seguinte comprometimento dos equipamentos. Os
critério: ensaios realizados seguiram as
manutenções preventivas já determinadas
 Caso o equipamento esteja
para os TC. Inicialmente foi aplicada a
desligado a mais de 5 horas, adotar
técnica de ensaio do fator de
a temperatura ambiente (Ta);
potência[WJFDL5] no TC de 69kv com
 Outro critério para determinar a
aplicação realizada apenas em 60Hz, como
temperatura interna do
é orientado pelo procedimento da empresa,
equipamento será o seguinte:
para este caso foram observados valores
a. Medir a temperatura da parte
elevados em relação aos valores de fábrica.
superior do tanque ( tp) do
Nesta primeira abordagem [WJFDL6]a
transformador decorrente, com um
pesquisa apontou que existiam diversos
termômetro de contato ou um
fatores que podia ocasionar valores
termômetro de mercúrio com bulbo
diferentes do fator de potência, devido à
e uma massa para fixá-lo ao tanque
alta indução por estar próximo de linhas
(colocar o termômetro no lado
energizadas. Como efeito de pesquisa,
oposto ao do sol); b. medir a
foram realizadas duas técnicas de medição
temperatura ambiente ( Ta ) com
do fator de potência.
o termômetro colocado a sombra; c.
O primeiro ensaio foi realizado levando em
Aplicar a seguinte fórmula para
consideração os mesmos procedimentos
determinar a temperatura do óleo;
realizados em fábrica, que levam em
consideração valores que são feitos em
To = Tp + 2/3 (Tp - Ta)
ambiente de temperatura e umidade
controlada, que são incompatíveis com o
ambiente em questão.
Comparativamente foram realizados
ensaios variando a frequência de aplicação
(método do fator de potência com variação
de frequência) (PAULINO, 2012). Este
segundo método permite ampliar a
capacidade de análise, pois cada bloco de
frequência faz referência a um tipo de
isolação do equipamento; as baixas
frequências e as altas indicam degradação
na isolação solida. Já os valores de
frequência intermediários de 40 a 100 Hz
avaliam a isolação liquida (óleo).
A figura 7 apresenta uma visão geral das
possibilidades desta técnica considerando a
variação de frequência em valores que
proporcionam resultados para analise
investigativa têm-se valores indicativos
com baixo nível de isolação do óleo
possibilitando um melhor diagnóstico do
equipamento, baseados em dados e fatos.
Possibilitando maiores subsídios aos
engenheiros para uma melhor tomada de
decisão.
Figura 7- Variação do fator de potência
Fonte: Fonte: http://engenha.blogspot.com
A figura acima expressa a variação do fator
de potência (eixo Y) no espectro da
frequência (eixo X), feito pela
superposição do fenômeno dielétrico. A
isolação do transformador é composta de
uma isolação solida (papel), isolação
liquida (óleo) e tem-se o fenômeno da
polarização interfacial que ocorre devido
ao comportamento dielétrico em meio à
corrente alternada.
Diante do exposto, tem-se a curva (em
azul) característica da isolação do papel,
curva (em vermelho) da isolação do óleo e
curva (verde) representando a polarização
interfacial. A junção destas isolações
forma o gráfico de análise de variação de
fator de potência com variação no espectro
da frequência, o que expressa a isolação do
transformador de corrente, através da
análise pode-se comparar o gráfico do
ensaio de fator de potência realizado no
transformador de corrente com a curva
característica de FP, nos dando condições
de verificar qual isolação apresenta maior
desgaste e/ou tendência de perda de
isolação.
De acordo com Fonseca (2014), para
medição de grandezas de isolamento,
utilizadas para encontrar o fator de
potência de isolamento de diversos
equipamentos elétricos transformadores,
reatores, reguladores de tensão, buchas
isolantes, máquinas girantes, disjuntores,
seccionadores, para-raios, isoladores,
cabos isolados de alta tensão, óleos
isolantes, etc.
Observado que o TC com isolação a óleo
tem o mesmo processo de isolamento de
uma bucha de isolação a óleo e papel
podemos citar a conclusão por Paulino e
Almeida, com técnicas de aplicação de
variação de frequências. (Este trabalho
apresentou aplicações envolvendo técnicas
com variações de frequência capazes de
realizar testes com maior rapidez e
eficácia). Essas técnicas permitem a
realização do teste de Fator de Dissipação
em várias frequências, gerando assinaturas
representando o estado atual do
isolamento. Isto permite a comparação das
curvas resultantes de um determinado teste
com uma assinatura de referência.
Os procedimentos para identificação de
problemas em buchas de transformadores
de potência utilizando medidas com
variação de frequência identificam o tipo
de falha e sua localização. Com isto é
possível detectar a degradação no
isolamento em um estágio inicial, com uma
análise mais detalhada, subsidiando a
tomada de decisão sobre a condição do
transformador, evitando a escolha de
procedimentos inadequados, aumentando
os custos e o tempo de indisponibilidade.
O trabalho mostrou que o teste realizado
apenas a 60 Hz pode levar a diagnósticos
errados ou incompletos e não é capaz de
avaliar satisfatoriamente o isolamento de
buchas de transformadores (PAULINO,
2012).
O método utilizado para identificar o
problema foi o medidor do fator de
potência com variação de frequência. Este
método nos permite ampliar a capacidade
de análise, pois cada bloco de frequência
faz referência a um tipo de isolação do
equipamento; as baixas frequências e as
altas indicam degradação na isolação
solida. Já os valores de frequência
intermediários de 40 a 100 Hz avaliam a
isolação liquida (óleo).
Como se pôde observar o método antigo
com medição em frequência única não nos
dava condições para definir nada a respeito
da isolação do equipamento. A grande
vantagem da variação de frequência seria
maior capacidade para diagnosticar uma
falha na isolação, como desvantagem se
pode citar o custo do equipamento de
ensaio que em torno de R$ 180.000 (cento
e oitenta mil reais).
A outra técnica com medição de frequência
única não nos apresentava vantagem
alguma como já comentamos a
possibilidade de se identificar algum
problema de isolação é mínima. Foi
iniciada e definida como referência uma
subestação no norte do Brasil para as
aplicações do procedimento e estudo de
caso em relação ao plano de manutenção
dos equipamentos. Sendo acompanhado de
um histórico do equipamento em relação
seu comportamento de isolação com
fundamental aplicação de importância.
Todos os equipamentos de uma subestação
elétrica têm seu plano de manutenção
programado (PMP-TC-301-ELN), que terá
que ser aplicado de acordo com seu
planejamento, execução que obedece a
uma instrução técnica de manutenção
(ITM) e encerramento com geração de um
relatório para analise, sendo o mesmo
armazenado em um poderoso sistema de
banco de dados para futuras comparações e
exibições do mesmo.
Para que seja iniciado todo processo de
manutenção ou inspeção de um
transformador de corrente e preciso fazer
seu planejamento visando padrões de
manutenção e procedimento de segurança
com condições atmosféricas favoráveis
para sua inspeção, principalmente quando
se propõe os ensaios elétricos. Este
programa de manutenção aplica-se a todos
os serviços de manutenção programada em
transformador de corrente com classe de
tensão igual ou superior a 69 KV, em
operação ou disponível à operação, cuja
manutenção seja da responsabilidade da
Subestação na região norte através de
instrumento de concessão pública ou
contratos, com Equipe de Manutenção
Planejada, devidamente credenciada pela
Subestação na região norte a desenvolver
atividades em área de risco elétrico.
Colocando em questão que o equipamento
foi liberado para início da inspeção através
de um documento sendo o mesmo
desenergizado e isolado para execução dos
serviços com necessidades de instalar
aterramento móvel na entrada e saída do
primário do equipamento com intuído de
segurança pessoal. Com base nos
procedimentos, que servem para registrar
uma inspeção para análise do
comportamento do equipamento, foram
atribuídas também as condições climáticas
e o os limites adotados pra umidade
relativa do ar que para execução do ensaio
em valores limites e de 70%, que se torna
um dos principais fatores para o ensaio e
correção de valores.
Após preparativo iniciado execução do
ensaio sendo considerado que para registro
de histórico como amostra e aplicação de
diagnóstico com data de 2011 e contra
prova em 2013 confirmando o resultado
anterior (2011), fora dos padrões do
fabricante e cliente, considerando que os
mesmos (fabricante e cliente) usam os
mesmos paramentos de referência para
analise com uma visão melhor ao
comportamento do equipamento referente
sua isolação onde se coloca como principal
importância nesse trabalho de estudo de
caso. Ilustrando panoramicamente os
gráficos dos possíveis comportamento da
isolação do dielétrico direcionando os
principais responsáveis pelos resultados
com a utilização de instrumento de
medição que podem ser definidos várias
frequências diferente entre 20Hz a 400Hz
para que não seja somado erros por
motivos de outra frequência por harmônico
e indução como exemplificado na figura
abaixo:
 Figura 8- Domínio da Frequência
Fonte: http://engenha.blogspot.com
Resultados e Discussões
Conforme os resultados de ensaio
com todas as medidas técnicas e de
segurança tomadas, junto com a eficiência
dos resultados de laboratório exigida para
tal ensaio, podemos dizer que o ensaio
elétrico e comprovação de laboratório são
eficientes para diagnosticar e mapear o
equipamento elétrico (TC) para determinar
qual destino do mesmo.
Nos ensaios em CA, a tensão fica
distribuída em função das capacitâncias
(permissividades e espessuras) dos
materiais, especialmente em altas
frequências, (Gamboa, 2003).
O ensaio possibilita uma visão dielétrica
do equipamento e antecipa uma
intervenção sobre o mesmo deixando o Figura 9- Gráfico de tendência
sistema confiável sem riscos de acidente Fonte: Fonte: http://engenha.blogspot.com
sinistros devido à importância do
equipamento no sistema elétrico, este Como resultado dos ensaios, foram
ensaio dá o correto diagnostico não diagnosticadas as condições dielétricas do
deixando dúvidas com relação as suas equipamento (TC) não conforme, segundo
condições elétricas. Apresentando valores fabricante e cliente com valores de
críticos fora do normal de fábrica. referências de (fator de potência 0.3% em
Através da colocação do comportamento média) confirmando o mesmo com
foi aplicado o diagnóstico e confirmado isolação anormal.
com valores e ensaio de isolação dielétrica
do óleo segundo norma ABNT NBR 12133 - Método de ensaio: Foi realizado ensaio
Líquidos isolantes elétricos - Determinação de rigidez dielétrica em uma amostra de
do fator de perdas dielétricas e da óleo mineral isolante de um TC de 69KV
permissividade relativa (constante citado. A amostra apresentou uma média
dielétrica). de 25,22KV, com desvio padrão de
Na tabela a seguir (Tab.6) verificam-se os 5,02KV. O óleo encontra-se em condições
dados do Ensaio do fator de potência para anormais de operação de acordo com a
TC instalado. ITM EN 002- ABNT NBR 12133.

Tabela 6 - Ensaio fator de potência TC instalado


Figura10-Cubo de rigidez dielétrica
A rigidez dielétrica dos isolantes não é
constante para cada material, pois depende
fundamentalmente da espessura do
isolante, da pureza do material, do tempo e
do método de aplicação da tensão, da
frequência da tensão aplicada e do tipo de
solicitação ao qual o sistema dielétrico é
submetido, da temperatura, da umidade,
dentre outros fatores ambientais
(PAULINO, 2012).
Apresentando os valores dentro do normal
de fábrica e cliente, têm-se na tabela 7 os
valores obtidos no ensaio de fator de
potência para um TC novo.
Tabela 7- Ensaios fator de potência TC novo.
Figura 11- Gráficos de tendência.
Com o resultado dos ensaios, foram
confirmadas as condições dielétricas do
equipamento (TC) conforme, segundo
fabricante e cliente com valores de
referências de (fator de potência 0.3% em
média) confirmando o mesmo com
isolação normal.
Conclusões
O desenvolvimento desta pesquisa
é de suma importância para a comunidade
científica, pela escassez de estudos
voltados para este tipo de problema. Este
trabalho irá contribuir para o
aprimoramento do estudo e melhorar o
diagnóstico de falhas em transformadores
de corrente com ensaio de FP variando a
frequência.
Referências
ABNT NBR 6856/82 - Transformador de
Corrente.
ABNT NBR 12133-MB3474. Líquidos
isolantes elétricos - Determinação do fator
de perdas dielétricas e da permissividade
relativa de líquidos isolantes elétricos.
ALMEIDA, A. T. L.; PAULINO M. E. C.
Manutenção de transformadores de
potência. Curso de Especialização em
Manutenção de Sistemas Elétricos –
UNIFEI, 2012.
ANEEL- NR 10 – Segurança em
Instalações e Serviço em Eletricidade -
Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de
1978; Atualização D.O.U em 02/05/2016.
BALTAZAR, J. Definição de Fator de
Potência. Viçosa/MG: UFV, 2010.
Disponível
http://www.eletrica.info/definicao-de-
fator-de-potencia/. Acesso em: 9 set. 2011.
BERNARDO, Luís Miguel. HISTÓRIA
DA LUZ E DAS CORES VOLUME 2.
Porto: Editora da Universidade do Porto,
2007.
BECHARA, Ricardo. Análise de Falhas
em Transformadores de Potência. 2010.
118 f. Dissertação de Mestrado.
Universidade de São Paulo, São Paulo,
2010.
FONSECA, Jackson Farias. Elementos de
manutenção de transformadores de
potência. 2014. 97 f. Trabalho de
conclusão de curso (Bacharelado -
Engenharia Elétrica) - Universidade
Estadual Paulista, Faculdade de
Engenharia de Guaratinguetá, 2014.
Disponível em:
<http://hdl.handle.net/11449/123036>.
GT A2.05. Guia de manutenção para
transformadores de potência. CIGRE
Brasil – Grupo de Trabalho A2.05, 2013
GLC de Oliveira Muzy. Subestações
Elétricas. 2012. Tese de Doutorado.
Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Disponível em: http://
monografias.poli.ufrj.br/monografias/mono
poli10005233.pdf. Acesso em 25 de
novembro de 2017.
INSTRUÇÃO TR/066/87: Ensaios
verificações em transformadores
corrente. SÃO PAULO 1987.
LUIS R. A. GAMBOA UHE GOV. NEY
BRAGA COPEL – LACTEC / DPEL /
UTAT. GERAÇÃO 15 – 19 de Setembro /
2003.
MILASCH, M. Manutenção de
transformadores em líquido isolante. São
Paulo: Edgard Blucher, 1984.
M. E. C. Paulino, e A. T. L. Almeida:
Avaliação de Buchas de Alta Tensão com
Variação de Frequência. Disponível em:
http://www.swge.inf.br/anais/sbse2012.
NTC-39 / DT - SETOR DE
NORMATIZAÇÃO TÉCNICA. NORMA
TÉCNICA CELG D. Transformador de
Corrente Especificação. 2016
em: ONS- Operador Nacional do Sistema
Elétrico: PLANO DA OPERAÇÃO.
ELÉTRICA 2016/2017.
SATO, Fujio, PROTEÇÃO DE
SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA,
Universidade Estadual de Campinas,
Faculdade de Engenharia Elétrica e de
Computação, Departamento de Sistemas de
Energia Elétrica, Campinas, SP, 2005.
ReN 669/ANEEL/SFE - Resolução
Normativa Nº 669, DE 14 DE JULHO DE
2015.
Subestação na região norte –ELN -ATA
004/2016 - 4ª Reunião FTTI/2016- Revisão
de procedimentos de manutenção aplicada
a TIs; Belém/PA.
Subestação na região norte- Manual de
Manutenção - MM – revisão janeiro de
2006
Subestação na região norte –ELN-
Propostas de revisão do PMP
encaminhadas pelas Regionais – E-mails
de 2014, 2015 e 2016.
UNIFEI. Universidade Federal de Itajubá
Disponível em:
http://www.gqee.unifei.edu.br/arquivos_up
load/disciplinas/31/Cap.%206%20.Transfo
rmadores%20para%20Instrumentos.pdf.
Acesso em: 02/03/2017.
UDESC. Universidade do Estado de Santa
Catarina. 2013. Disponível em:
www.joinville.udesc.br/portal/professores/
e carlos_roberto/materiais/Transformadores_
de Para_Instrumentos2.pdf. Acesso em:
02/03/2017.