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OBSERVAÇÕES INICIAIS

O presente material foi preparado pela Equipe Mege imediatamente após a


divulgação do gabarito preliminar da prova objetiva do TJ-AC. O intuito é auxiliar nossos
alunos na revisão de temas cobrados no certame em formato conclusivo. Trata-se de
versão preliminar elaborada com as finalidades informadas e concluída por nosso time
específico para 1ª fase de magistratura estadual, sem maiores pretensões de
aprofundamento e trabalho editorial neste momento de apoio.
Nas questões que identificamos como antecipadas consideramos apenas o
conteúdo da turma de reta final TJ-AC, não sendo listadas nesta abordagem, diante do
curto tempo (com foco maior em ajudar na via recursal e análise de maior ou menor
chance de aprovação), as produções das Turmas Regulares e Extensivas de Magistratura
Estadual (que visam um edital completo de magistratura) e Mege Informativos.
Agradecemos os comentários de reconhecimento pelo trabalho elaborado
recebidos de nossos alunos em redes sociais, e-mails e mensagens na área do aluno. De
fato, novamente, foi cumprido o compromisso de revisão e treinamento no formato
apresentado pela prova oficial.
Nossa equipe tem certeza que será, como de costume, uma invasão de 2
megeanos na segunda fase (com corte estimado em 71 pontos). Guardem esta
informação! Importante frisar ainda que não identificamos questões com maiores
polêmicas passíveis de recurso. Ainda assim, o presente material possui grande
relevância para identificação dos temas cobrados e revisão de assuntos importantes em
provas objetivas.
Aos alunos do TJ-AC (Reta Final), pedimos que não deixem de reler os
conteúdos das rodadas com temas antecipados na prova. A melhor fixação será
importante nos próximos desafios. Como perceberam, o estudo em sprint final foi
revertido em pontos decisivos. Sempre acreditamos muito que, com o devido foco, é
possível evoluir mesmo em menor prazo.
Por fim, vale ressaltar que estamos com inscrições abertas para Turma de 2ª
fase TJ-AC, onde contaremos com videoaulas, provas autorais e focadas no estilo
esperado para o concurso, correções efetivamente personalizadas, material de apoio,
preparação verticalizada em Humanística com o professor Rosângelo Miranda e
coordenação geral do professor Luiz Otávio Rezende (Juiz do TJDFT; ex-examinador de
certames para magistratura; e autor em Sentença Cível e Sentença Penal pela Editora
Juspodivm), que será auxiliado por outros ex-examinadores de concursos públicos nas
nossas correções de atividades. Tudo pensado para auxiliar nossos alunos na
manutenção da liderança de aprovações também na 2ª fase. Turma com vagas
limitadas!
Inscrições, com preço promocional de lançamento no endereço:
www.mege.com.br/cursomege

Bons estudos!
Atenciosamente,
Equipe Mege.

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SUMÁRIO

BLOCO I ............................................................................................................................. 5
DIREITO CIVIL ................................................................................................................ 5
DIREITO PROCESSUAL CIVIL ........................................................................................ 16
DIREITO DO CONSUMIDOR ......................................................................................... 26
DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ................................................................. 35
BLOCO II .......................................................................................................................... 43
DIREITO PENAL ............................................................................................................ 43
DIREITO PROCESSUAL PENAL ...................................................................................... 50
DIREITO CONSTITUCIONAL ......................................................................................... 62
DIREITO ELEITORAL ..................................................................................................... 72
BLOCO III ......................................................................................................................... 76
DIREITO EMPRESARIAL ............................................................................................... 76
DIREITO TRIBUTÁRIO .................................................................................................. 81
DIREITO AMBIENTAL ................................................................................................... 87
DIREITO ADMINISTRATIVO ......................................................................................... 91 4
BLOCO I

DIREITO CIVIL

01. Assinale a alternativa correta sobre o instituto da tomada de decisão apoiada,


instituído pela Lei no 13.146/2015 (Estatuto da pessoa com deficiência).

(A) O procedimento de tomada de decisão apoiada poderá se dar via judicial ou


extrajudicial, de modo que a forma extrajudicial exige o instrumento público.

(B) Havendo divergência de opiniões entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, em


negócio jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante à pessoa com deficiência,
prevalecerá a opinião contrária à realização do negócio.

(C) Os apoiadores devem manter vínculo de parentesco com a pessoa com deficiência,
em linha reta, ou colateral até o quarto grau.

(D) No procedimento de tomada de decisão apoiada, é necessária a delimitação do


apoio a ser oferecido à pessoa com deficiência, bem como o prazo de vigência do
acordo. 5
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Somente pode ser judicial, nos termos do Art. 1.783-A, §3º

(B) Incorreta. Cabe ao juiz decidir, conforme Art. 1.783-A § 6o: “ Em caso de negócio
jurídico que possa trazer risco ou prejuízo relevante, havendo divergência de opiniões
entre a pessoa apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério Público,
decidir sobre a questão.”

(C) Incorreta. Não precisa ser parente, mas pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com
as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, nos termos do art. 1.783-A,
caput.

(D) Correta. Nos termos do Art. 1.783-A, § 1o do Código Civil.


“Art. 1.783-A, § 1o Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a pessoa com
deficiência e os apoiadores devem apresentar termo em que constem os limites do apoio
a ser oferecido e os compromissos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do
acordo e o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que devem apoiar.”
02. Assinale a alternativa correta sobre os bens de família, de acordo com a legislação
pertinente e entendimento jurisprudencial sobre a matéria.

(A) É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação


residencial.

(B) A legislação afasta a impenhorabilidade inerente ao bem de família se o imóvel


residencial for de luxo, assim considerado aquele localizado em zona nobre e com alto
valor de mercado.

(C) O conceito de impenhorabilidade de bem de família não abrange o imóvel


pertencente às pessoas solteiras.

(D) A vaga de garagem que possui matrícula própria no cartório de registro de imóveis
constitui bem de família para efeitos de penhora, desde que seja a única vaga de
garagem em nome do executado.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS
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(A) Correta. Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador
de contrato de locação.

(B) Incorreta. não existe previsão legal, apenas entendimento jurisprudencial, que
reconhece a relativização da impenhorabilidade do imóvel luxuoso utilizado como
residência da família e que, a princípio, é tido como bem de família.

(C) Incorreta. Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família


abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas.

(D) Incorreta. Súmula 449-STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no
registro de imóveis não constitui bem de família para efeito de penhora.

03. Igor adquiriu, por meio de compromisso de venda e compra, a propriedade de uma
unidade autônoma futura (apartamento), integrante de um prédio residencial a ser
construído pela Rio Branco Incorporação Ltda. (“Rio Branco”). Pela aquisição do
apartamento, ajustou-se o valor total de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), dos
quais R$ 20.000,00 (vinte mil reais) correspondiam à comissão de corretagem e R$
380.000,00 (trezentos e oitenta mil reais) correspondiam efetivamente ao preço do
apartamento. Passados 12 (doze) meses da assinatura do instrumento particular de
compromisso de venda e compra, apesar de Igor estar em dia com o pagamento das
parcelas do preço, resolveu desistir do negócio, solicitando à Rio Branco o distrato.
Àquela altura, Igor já havia efetuado o pagamento da comissão de corretagem (R$
20.000,00) e mais R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) correspondentes ao preço do
apartamento. O empreendimento ainda estava em fase de construção, não havendo a
expedição do auto de conclusão da obra. A incorporação estava submetida ao regime
de afetação, e o instrumento contratual previa cláusula penal dispondo a perda de 50%
(cinquenta por cento) das quantias já pagas. Considerando a recente legislação que
tratou da matéria, promovendo alterações na Lei no 4.591/1964 (incorporações
imobiliárias), assinale a alternativa correta.

(A) Igor terá direito à devolução de R$ 10.000,00 (dez mil reais) correspondentes à
comissão de corretagem, bem como à devolução de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais),
correspondentes a 50% (cinquenta por cento) dos valores pagos pelo apartamento,
ambos atualizados com base no índice contratualmente estabelecido a título de
correção monetária das parcelas do preço.

(B) Igor terá direito tão somente à devolução de R$ 40.000,00 (quarenta mil reais),
correspondentes a 50% (cinquenta por cento) dos valores pagos pela aquisição do
apartamento, atualizados com base no índice contratualmente estabelecido a título de
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correção monetária das parcelas do preço.

(C) Não deverá ser restituída a quantia de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), paga por Igor a
título de comissão de corretagem, e a construtora poderá aplicar a cláusula penal em
sua integralidade (perda de 50% do valor pago, correspondente a R$ 40.000,00) se
comprovar que seu prejuízo é igual ou superior a essa quantia.

(D) A cláusula penal é nula de pleno direito, na medida em que não poderia exceder 25%
(vinte e cinco por cento) dos valores pagos a título de aquisição do apartamento, razão
pela qual o valor a ser restituído será arbitrado judicialmente.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

No desfazimento do contrato em razão de distrato ou inadimplemento do adquirente,


este terá direito à restituição das quantias que houver pago diretamente ao
incorporador, com correção monetária, podendo o incorporador reter a integralidade
da comissão de corretagem e a pena convencional em 25% da quantia paga pelo
adquirente ou 50% em caso de incorporação submetida ao regime do patrimônio de
afetação.
Agora, se o desfazimento ocorreu depois de entregue a unidade, o adquirente
responderá também pelos seguintes valores: 1) impostos reais sobre o imóvel; 2) cotas
de condomínio e associações de moradores; 3) valor correspondente à fruição do
imóvel, equivalente à 0,5% sobre o valor atualizado do contrato, pro rata die; 4) demais
encargos incidentes sobre o imóvel e despesas previstas no contrato.

Fonte: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Resolução de promessa de compra e venda


e restituição imediata dos valores pagos. Buscador Dizer o Direito, Manaus.
Lei 4.591/1964
Art. 67-A. Em caso de desfazimento do contrato celebrado exclusivamente com o
incorporador, mediante distrato ou resolução por inadimplemento absoluto de
obrigação do adquirente, este fará jus à restituição das quantias que houver pago
diretamente ao incorporador, atualizadas com base no índice contratualmente
estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço do imóvel, delas
deduzidas, cumulativamente:
I – a integralidade da comissão de corretagem;
II – a pena convencional, que não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da
quantia paga;
(…)
§ 5º Quando a incorporação estiver submetida ao regime do patrimônio de afetação,
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de que tratam os arts. 31-A a 31-F desta Lei, o incorporador restituirá os valores pagos
pelo adquirente, deduzidos os valores descritos neste artigo e atualizados com base no
índice contratualmente estabelecido para a correção monetária das parcelas do preço
do imóvel, no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o habite-se ou documento
equivalente expedido pelo órgão público municipal competente, admitindo-se, nessa
hipótese, que a pena referida no inciso II do caput deste artigo seja estabelecida até o
limite de 50% (cinquenta por cento) da quantia paga.

04. Ágata adquiriu um imóvel por meio de venda e compra, pactuando alienação
fiduciária em garantia em benefício de uma renomada instituição financeira. Deixando
de pagar determinadas parcelas do financiamento imobiliário, a fiduciante foi intimada
pelos correios, com Aviso de Recebimento (AR), para purgar a mora no prazo legal. A
carta foi recebida pessoalmente por Ágata. Não ocorrendo a purgação da mora, foi
consolidada a propriedade em nome da instituição financeira, sendo designados os
públicos leilões após as formalidades legais. A instituição financeira enviou notificação
para o único endereço (físico) constante no instrumento contratual, informando à
fiduciante as datas, horários e locais dos leilões. A correspondência física foi recebida
pelo porteiro do edifício. Os leilões seriam realizados nos dias 11 de fevereiro de 2019 e
18 de fevereiro do mesmo ano, em primeira e segunda hasta, respectivamente. Nesse
cenário, assinale a alternativa correta, de acordo com as disposições da Lei no 9.514/97.

(A) Ágata terá até o dia 18 de fevereiro para exercer seu direito de preferência para
adquirir novamente o imóvel, por preço correspondente ao valor da dívida, somado às
despesas, aos prêmios de seguro, aos encargos legais, tributos e contribuições
condominiais, tributos incidentes para a consolidação da propriedade, além de outras
despesas inerentes ao procedimento de cobrança, leilão e nova aquisição.

(B) Em segundo leilão, será aceito o maior lance oferecido, desde que igual ou superior
ao valor da dívida, das despesas, dos encargos legais, dos tributos e das contribuições
condominiais, mas nunca em valor inferior ao utilizado pelo órgão competente como
base de cálculo para apuração do imposto sobre transmissão inter vivos (ITBI).

(C) É nula a intimação de Ágata para purgar a mora, na medida em que a intimação deve
ser pessoal, não se admitindo a intimação pelos correios.

(D) Os leilões realizados nos dias 11 e 18 de fevereiro de 2019 deverão ser anulados e
redesignados, na medida em que Ágata deveria ter recebido pessoalmente a notificação
informando sobre as datas, horários e locais dos leilões.
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RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

Lei 9.514/97 - Sistema de Financiamento Imobiliário, institui a alienação fiduciária de


coisa imóvel e dá outras providências.

(A) Correta. Art. 27. § 2o-B. Após a averbação da consolidação da propriedade


fiduciária no patrimônio do credor fiduciário e até a data da realização do segundo
leilão, é assegurado ao devedor fiduciante o direito de preferência para adquirir o imóvel
por preço correspondente ao valor da dívida, somado aos encargos e despesas de que
trata o § 2o deste artigo, aos valores correspondentes ao imposto sobre transmissão
inter vivos e ao laudêmio, se for o caso, pagos para efeito de consolidação da
propriedade fiduciária no patrimônio do credor fiduciário, e às despesas inerentes ao
procedimento de cobrança e leilão, incumbindo, também, ao devedor fiduciante o
pagamento dos encargos tributários e despesas exigíveis para a nova aquisição do
imóvel, de que trata este parágrafo, inclusive custas e emolumentos

(B) Incorreta. Não existe a ressalva feita ao final.


Art. 27, § 2º No segundo leilão, será aceito o maior lance oferecido, desde que igual ou
superior ao valor da dívida, das despesas, dos prêmios de seguro, dos encargos legais,
inclusive tributos, e das contribuições condominiais.

(C) Incorreta. Art. 26, § 3o-B. Nos condomínios edilícios ou outras espécies de conjuntos
imobiliários com controle de acesso, a intimação de que trata o § 3o-A poderá ser feita
ao funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência.

(D) Incorreta. Art. 37§ 2o-A. Para os fins do disposto nos §§ 1o e 2o deste artigo, as
datas, horários e locais dos leilões serão comunicados ao devedor mediante
correspondência dirigida aos endereços constantes do contrato, inclusive ao endereço
eletrônico.

05. Sobre o regime de bens entre os cônjuges, assinale a alternativa correta.

(A) É obrigatório o regime da comunhão parcial de bens para as pessoas que contraírem
casamento com inobservância das causas suspensivas de sua celebração.

(B) O pacto antenupcial poderá ser celebrado por escritura pública ou instrumento
particular, desde que registrado em cartório. 10
(C) No regime da comunhão parcial de bens, comunicam-se os bens que sobrevierem ao
casal, na constância do casamento, incluindo os recebidos por um dos cônjuges via
doação.

(D) No regime da separação convencional de bens, é válida e eficaz a fiança prestada por
um dos cônjuges sem a autorização do outro.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. O regime é da separação de bens - “Art. 1.641. É obrigatório o regime da


separação de bens no casamento: I - das pessoas que o contraírem com inobservância
das causas suspensivas da celebração do casamento;”

(B) Incorreta. Somente pode ser feito por escritura pública – “art. 1.640 Parágrafo único.
Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes que
este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão
parcial, fazendo-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.”
(C) Incorreta. Os bens recebidos em doação são excluídos da comunhão - “Art. 1.659.
Excluem-se da comunhão: I - os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe
sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados
em seu lugar;”

(D) Correta. Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode,
sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: (…) III - prestar
fiança ou aval;

06. Assinale a alternativa correta sobre os alimentos.

(A) Fixados os alimentos judicialmente, sua redução ou majoração somente poderá ser
pleiteada após decorridos 6 (seis) meses da fixação.

(B) Os alimentos gravídicos são devidos pelo suposto pai, à mulher gestante, bastando
a existência de indícios de paternidade para sua fixação.

(C) Sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, a obrigação é, em regra,


solidária.
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(D) É nula de pleno direito a renúncia aos alimentos, realizada por um dos cônjuges, em
ação de divórcio.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Não existe prazo mínimo. “Art. 1.699. Se, fixados os alimentos, sobrevier
mudança na situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe, poderá o
interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias, exoneração, redução ou
majoração do encargo.”

(B) Correta. Lei 11.804/2008 “Art. 6o Convencido da existência de indícios da


paternidade, o juiz fixará alimentos gravídicos que perdurarão até o nascimento da
criança, sopesando as necessidades da parte autora e as possibilidades da parte ré.”

(C) Incorreta.
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições
de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato;
sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na
proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as
demais ser chamadas a integrar a lide.

(D) Incorreta. Conforme leciona Sílvio de Salvo Venosa, a renúncia aos alimentos pelo
cônjuge é manifestação de vontade válida, pois apenas os alimentos derivados do
parentesco são, em princípio, irrenunciáveis. O dever de mútua assistência entre os
cônjuges rompe-se quando é desfeito o casamento. Ademais, o acordo firmado na
separação por mútuo consentimento é negócio jurídico bilateral com plenitude de
efeitos. Se as vontades manifestaram-se livremente, não há aspecto de ordem pública a
ser preservado na renúncia aos alimentos.

07. Mário e Joana, casados pelo regime da comunhão parcial de bens, têm 2 (dois)
descendentes (filhos) comuns, Lucas e Joaquim. Lucas tem apenas uma filha, Renata.
Lucas faleceu em 10/01/2019 e Mário faleceu em 20/01/2019. Considerando que Mário
tem patrimônio total de R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), integralmente adquirido
na constância do casamento, de forma
onerosa, é correto afirmar que:

(A) à Joana caberão R$ 60.000,00, a título de meação; ao Joaquim caberão R$ 30.000,00,


a título de herança; e à Renata caberão R$ 30.000,00, a título de herança.
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(B) à Joana caberão R$ 60.000,00, a título de meação, e ao Joaquim caberão R$
60.000,00, a título
de herança.

(C) à Joana caberão R$ 75.000,00, sendo R$ 60.000,00 a título de meação e R$ 15.000,00,


a título de herança; ao Joaquim caberão R$ 30.000,00, a título de herança; e à Renata
caberão R$ 15.000,00, a título de herança.

(D) à Joana caberão R$ 90.000,00, sendo R$ 60.000,00 a título de meação e R$


30.000,00, a título de herança; ao Joaquim caberão R$ 15.000,00 a título de herança; e
à Renata caberão R$ 15.000,00, a título de herança.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão online.

Como o autor da herança não deixou bens particulares, a cônjuge é só meeira e não
herdeira, cabendo a esta o valor de R$ 60.000,00, a título de meação e Joaquim e Renata
receberão cada um o R$ 30.000,00, a título de herança, nos termos dos artigos abaixo
mencionados.

“Art. 1.829. A sucessão legítima defere-se na ordem seguinte:


I - aos descendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente, salvo se casado este
com o falecido no regime da comunhão universal, ou no da separação obrigatória de
bens (art. 1.640, parágrafo único); ou se, no regime da comunhão parcial, o autor da
herança não houver deixado bens particulares;”

“Art. 1.835. Na linha descendente, os filhos sucedem por cabeça, e os outros


descendentes, por cabeça ou por estirpe, conforme se achem ou não no mesmo grau.”

08. Assinale a alternativa correta sobre os defeitos e validade dos negócios jurídicos.

(A) Anulado o negócio jurídico realizado em fraude contra credores, a vantagem


resultante será revertida em favor do autor da ação pauliana.

(B) É absolutamente nula a obrigação, excessivamente onerosa, assumida por alguém


que necessita salvar-se de grave dano conhecido da outra parte.
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(C) É válido o negócio jurídico de compra e venda de bem imóvel (de valor superior a
trinta vezes o maior salário-mínimo vigente no país), com pacto de alienação fiduciária
em garantia, realizado por meio de instrumento particular.

(D) É anulável o negócio jurídico quando o seu motivo determinante, comum a ambas
as partes, for ilícito.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão online.

(A) Incorreta. Art. 165. Anulados os negócios fraudulentos, a vantagem resultante


reverterá em proveito do acervo sobre que se tenha de efetuar o concurso de credores.

(B) Incorreta. É anulável, uma vez que se trata de estado de perigo, sendo referido
defeito anulável, nos termos do artigo 171, inciso II, do Código Civil.
Art. 156. Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume
obrigação excessivamente onerosa.

Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra
credores.

(C) Correta. O contrato particular de compra e venda de bem imóvel, celebrado por
pessoas naturais ou jurídicas, com o pagamento do preço, ou parte dele, garantido por
alienação fiduciária, dispensa a lavratura de escritura pública, servindo como título para
o registro da transmissão da propriedade perante o Cartório de Registro de Imóveis,
independentemente do valor do negócio ou do imóvel.

Embora o artigo 108 do CC, prescreva que "a escritura pública é essencial à validade dos
negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de
direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo
vigente no País", tal monopólio estatal foi excepcionado, de modo que se dispensa a
lavratura de escritura pública, na compra e venda de bem imóvel urbano ou rural,
celebrada por instrumento particular entre pessoas naturais ou jurídicas, desde que o
preço, ou parte dele, seja garantido por alienação fiduciária, ainda que o bem imóvel
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transacionado tenha valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo nacional.

(D) Incorreta. Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: III - o motivo determinante,
comum a ambas as partes, for ilícito;

09. Assinale a alternativa correta sobre a locação de imóveis urbanos.

(A) É nula a cláusula contratual de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito


de retenção.

(B) Havendo mais de um locatário, todos responderão solidariamente pelas obrigações


decorrentes do contrato, salvo se houver estipulação em contrário.

(C) Falecendo o locador, considera-se rescindida a locação, devendo o locatário


desocupar o imóvel no prazo de até 90 (noventa) dias.

(D) Havendo a estipulação contratual de caução e fiança como garantias locatícias,


prevalecerá a caução, em razão da vedação legal em estabelecer mais de uma
modalidade de garantia.
RESPOSTA: B

COMENTÁRIOS

Lei nº 8.245/1991

(A) Incorreta. Existe previsão legal permitindo a renúncia e ao direito de retenção.


Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias
introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis,
desde que autorizadas, serão indenizáveis e permitem o exercício do direito de retenção.

(B) Correta. “Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende-se


que são solidários se o contrário não se estipulou.”

(C) Incorreta. Não há rescisão do contrato. “Art. 10. Morrendo o locador, a locação
transmite - se aos herdeiros.”

(D) Incorreta. não existe preferência. “Art. 37. No contrato de locação, pode o locador
exigir do locatário as seguintes modalidades de garantia: I – caução; II – fiança; III -
seguro de fiança locatícia. IV - cessão fiduciária de quotas de fundo de investimento.”
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10. De acordo com o Código Civil de 2002, é titular de direito real de habitação o cônjuge
sobrevivente

(A) qualquer que seja o regime de bens, relativamente ao imóvel destinado à residência
familiar, desde que seja o único daquela natureza a inventariar.

(B) qualquer que seja o regime de bens, relativamente ao imóvel destinado à residência
familiar, independentemente da existência de outros bens residenciais a inventariar.

(C) apenas se for casado pelo regime da separação total de bens, relativamente ao
imóvel destinado à residência familiar, desde que seja o único daquela natureza a
inventariar.

(D) apenas se for casado pelo regime da separação total de bens, relativamente ao
imóvel destinado à residência familiar, independentemente da existência de outros
bens residenciais a inventariar.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

Art. 1.831 do Código Civil. “Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens,
será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real
de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da família, desde que seja
o único daquela natureza a inventariar.”

As demais letras tornam-se incorretas conforme artigo acima.

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

11. O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo e julgamento
das causas cíveis de menor complexidade. No que concerne ao procedimento do Juizado
Especial Cível, regrado pelos termos da Lei Federal no 9.099/95, é certo que

(A) contra a sentença caberá recurso ordinário no prazo de 15 (quinze) dias.

(B) o réu, sendo pessoa jurídica, poderá ser representado por preposto credenciado,
munido de carta de preposição com poderes para transigir, desde que tenha vínculo
empregatício.
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(C) na contagem de prazo em dias, fixados pelo Juiz, para a prática de qualquer ato
processual, computar-se-ão somente os dias úteis.

(D) a citação do réu far-se-á, necessariamente, por correspondência, com aviso de


recebimento em mão própria.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Contra a sentença proferida em sede de Juizado Especial Cível caberá
recurso inominado no prazo de 10 dias, nos termos dos artigos 41 e 42 da Lei 9.099/95:
“Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral,
caberá recurso para o próprio Juizado. / Art. 42. O recurso será interposto no prazo de
dez dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as
razões e o pedido do recorrente”.

(B) Incorreta. Art. 9º, §4º, da Lei 9.099/95 – “Art. 9º, § 4º. O réu, sendo pessoa jurídica
ou titular de firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado,
munido de carta de preposição com poderes para transigir, sem haver necessidade de
vínculo empregatício”.

(C) Correta. Art. 12-A da Lei 9.099/95 – “Art. 12-A. Na contagem de prazo em dias,
estabelecido por lei ou pelo juiz, para a prática de qualquer ato processual, inclusive
para a interposição de recursos, computar-se-ão somente os dias úteis (Incluído pela
Lei nº 13.728, de 2018)”.

(D) Incorreta. Art. 18 da Lei 9.099/95 – “Art. 18. A citação far-se-á: I - por
correspondência, com aviso de recebimento em mão própria; II - tratando-se de pessoa
jurídica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado; III - sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória”.

12. A produção antecipada da prova será admitida, dentre outras situações, nos casos
em que o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento de
ação, sendo certo que

(A) findo o procedimento, os autos serão arquivados em cartório.


17
(B) no seu rito, admitir-se-á defesa, porém o recurso apenas será cabível contra a
decisão que indeferir totalmente a produção da prova pleiteada pelo requerente
originário.

(C) o juiz pode pronunciar-se sobre a ocorrência ou a inocorrência do fato, mas não
sobre suas respectivas consequências jurídicas.

(D) o juízo estadual tem competência para produção antecipada de prova requerida em
face da União, de entidade autárquica ou de empresa pública federal se, na localidade,
não houver vara federal.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 383, Parágrafo único do NCPC – “Art. 383. Os autos permanecerão
em cartório durante 1 (um) mês para extração de cópias e certidões pelos interessados.
Parágrafo único. Findo o prazo, os autos serão entregues ao promovente da medida”.
(B) Incorreta. Art. 382, §4º, do NCPC – “Art. 382, § 4o Neste procedimento, não se
admitirá defesa ou recurso, salvo contra decisão que indeferir totalmente a produção
da prova pleiteada pelo requerente originário”.

(C) Incorreta. Art. 382, §2º, do NCPC – “Art. 382, § 2o O juiz não se pronunciará sobre a
ocorrência ou a inocorrência do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas”.

(D) Incorreta. Art. 381, §4º, do NCPC – “Art. 381, § 4o O juízo estadual tem competência
para produção antecipada de prova requerida em face da União, de entidade autárquica
ou de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal”.

13. A cooperação jurídica internacional pode ser entendida como um modo formal de
solicitar a outro país alguma medida judicial, investigativa ou administrativa, necessária
para um caso concreto em andamento. Uma das inovações trazidas pelo Código de
Processo Civil de 2015 foi regular a cooperação internacional em seu texto, nos
seguintes termos:

(A) realizar-se-á, como regra, com base em reciprocidade, manifestada por via
diplomática.
18
(B) a carta rogatória oriunda de autoridade brasileira competente, a fim de viabilizar o
seu cumprimento, via de regra, será encaminhada ao Ministério das Relações Exteriores,
acompanhada de tradução para a língua oficial do Estado requerido.

(C) é incabível o auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão
de autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.

(D) compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar
pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 26, §1º, do NCPC – “Art. 26. A cooperação jurídica internacional será
regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: § 1º Na ausência de tratado, a
cooperação jurídica internacional poderá realizar-se com base em reciprocidade,
manifestada por via diplomática”.

(B) Incorreta. Art. 37 c/c art. 26, §4º, do NCPC – “Art. 37. O pedido de cooperação
jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será encaminhado
à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento.
/ Art. 26, § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na
ausência de designação específica”.

(C) Incorreta. Art. 32 do NCPC – “Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos
que, segundo a lei brasileira, não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade
central adotará as providências necessárias para seu cumprimento”.

(D) Correta. Art. 34 do NCPC – “Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que
deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto passivo que demande
prestação de atividade jurisdicional”.

14. Nos exatos termos previstos no Código de Processo Civil acerca da ação de
dissolução parcial de sociedade, é correto afirmar que

(A) havendo manifestação expressa e unânime pela concordância da dissolução, o juiz a


decretará, devendo as custas serem pagas pelo autor da ação.

(B) a sociedade não será citada se todos os seus sócios o forem, mas ficará sujeita aos
efeitos da decisão e à coisa julgada.
19
(C) a data da resolução da sociedade será, na retirada imotivada, o trigésimo dia
seguinte ao do recebimento, pela sociedade, da notificação do sócio retirante.

(D) pode ter por objeto a sociedade anônima de capital fechado ou aberto, quando
demonstrado que não pode preencher o seu fim.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 603, caput e §1º, do NCPC – “Art. 603. Havendo manifestação
expressa e unânime pela concordância da dissolução, o juiz a decretará, passando-se
imediatamente à fase de liquidação. § 1o Na hipótese prevista no caput, não haverá
condenação em honorários advocatícios de nenhuma das partes, e as custas serão
rateadas segundo a participação das partes no capital social”.

(B) Correta. Art. 601, Parágrafo único do NCPC – “Art. 601. Os sócios e a sociedade serão
citados para, no prazo de 15 (quinze) dias, concordar com o pedido ou apresentar
contestação. Parágrafo único. A sociedade não será citada se todos os seus sócios o
forem, mas ficará sujeita aos efeitos da decisão e à coisa julgada”.
(C) Incorreta. Art. 605, II, do NCPC – “Art. 605. A data da resolução da sociedade será: II
- na retirada imotivada, o sexagésimo dia seguinte ao do recebimento, pela sociedade,
da notificação do sócio retirante”.

(D) Incorreta. Art. 599, §2º, do NCPC – “Art. 599, § 2o A ação de dissolução parcial de
sociedade pode ter também por objeto a sociedade anônima de capital fechado quando
demonstrado, por acionista ou acionistas que representem cinco por cento ou mais do
capital social, que não pode preencher o seu fim”.

15. A execução contra a Fazenda Pública pode ser feita com base em título executivo
judicial ou extrajudicial. Em relação ao cumprimento de sentença que reconheça a
exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa pela Fazenda Pública, cabe asseverar
que

(A) não impugnada a execução, por ordem do juiz, será expedida requisição de
obrigação de pequeno valor, a ser quitada pela Executada no prazo de 3 (três) meses
contados da entrega da requisição à devedora.

(B) a Executada, nos próprios autos, poderá impugnar a execução arguindo


20
incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução.

(C) a executada será intimada pessoalmente na pessoa de seu representante judicial,


por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, impugnar a execução no prazo
de 15 (quinze) dias.

(D) a alegação de impedimento ou suspeição do Juiz da causa deve ser feita como
preliminar de impugnação.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 535, §3º, II, do NCPC – “Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na
pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para,
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução,
podendo arguir: § 3o Não impugnada a execução ou rejeitadas as arguições da
executada: II - por ordem do juiz, dirigida à autoridade na pessoa de quem o ente público
foi citado para o processo, o pagamento de obrigação de pequeno valor será realizado
no prazo de 2 (dois) meses contado da entrega da requisição, mediante depósito na
agência de banco oficial mais próxima da residência do exequente”.
(B) Correta. Art. 535, V, do NCPC – “Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa
de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo,
no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir:
V - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução”.

(C) Incorreta. Art. 535, caput, do NCPC – ““Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na
pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para,
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução,
podendo arguir:”.

(D) Incorreta. Art. 535, §1º, c/c art. 146 e 148 do NCPC – “Art. 535, § 1o A alegação de
impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148”.

16. O agravo de instrumento é recurso cabível para que a parte sucumbente efetue a
impugnação de decisões interlocutórias proferidas no curso do processo. A respeito do
recurso em pauta, é correto afirmar que

(A) sendo eletrônicos ou físicos os autos, o agravante, no prazo de 3 (três) dias, juntará
ao processo principal cópia da petição do agravo de instrumento.
21
(B) se o juiz de primeira instância comunicar que reformou integral ou parcialmente a
decisão impugnada, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.

(C) é cabível a realização de sustentação oral pelas partes, quando interposto contra
decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da
evidência.

(D) quando interpostos em autos físicos, deverá ser instruído com o comprovante do
pagamento das respectivas custas e do porte de remessa e de retorno.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Incorreta. Art. 1018, caput e §2º, do NCPC – “Art. 1.018. O agravante poderá
requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de
instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que
instruíram o recurso. § 2o Não sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a
providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do
agravo de instrumento”.

(B) Incorreta. Art. 1018, §1º, do NCPC – “Art. 1018, § 1o Se o juiz comunicar que
reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de
instrumento”.

(C) Correta. Art. 937, VIII, do NCPC – “Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da
exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao
recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério
Público, pelo prazo improrrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de
sustentarem suas razões, nas seguintes hipóteses, nos termos da parte final do caput
do art. 1.021: VIII - no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias
que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência”.

(D) Incorreta. Não há esta diferenciação entre autos físicos ou eletrônicos a respeito do
pagamento das custas, conforme dispõe o artigo 1017, §1º, do NCPC, segundo o qual,
“acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do
porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.

22
17. A locação predial urbana é tratada pela Lei Federal No 8.245/91. A legislação em
pauta, por sua vez, prevê alguns procedimentos especificamente idealizados para tratar
as lides decorrentes da relação contratual em comento, assim denominadas ações
locatícias, determinando que

(A) proposta ação renovatória pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele, serão
citados o sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação
originária ou renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita renovar a
sublocação.

(B) no curso da ação revisional, o aluguel provisório será reajustado na periodicidade e


pago no dia necessariamente constantes na decisão interlocutória que os fixaram.

(C) na ação consignatória, havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão


da locação e cobrança dos valores objeto da consignatória, o credor pode executar
ambos os pleitos, simultaneamente, caso tenham sido acolhidos.

(D) na ação de despejo, a desocupação não poderá ser executada até o quadragésimo
dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de
qualquer das pessoas que habitem o imóvel.
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. Art. 71, Parágrafo único da Lei 8.245/91 – “Art. 71, Parágrafo único.
Proposta a ação pelo sublocatário do imóvel ou de parte dele, serão citados o
sublocador e o locador, como litisconsortes, salvo se, em virtude de locação originária
ou renovada, o sublocador dispuser de prazo que admita renovar a sublocação; na
primeira hipótese, procedente a ação, o proprietário ficará diretamente obrigado à
renovação”.

(B) Incorreta. Art. 68, §2º, da Lei 8.245/91 – “Art. 68, § 2º No curso da ação de revisão,
o aluguel provisório será reajustado na periodicidade pactuada ou na fixada em lei”.

(C) Incorreta. Art. 67, VIII, do NCPC – “Art. 67. Na ação que objetivar o pagamento dos
aluguéis e acessórios da locação mediante consignação, será observado o seguinte: VIII
- havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança
dos valores objeto da consignatória, a execução desta somente poderá ter início após
obtida a desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos”.

(D) Incorreta. Art. 65, §2º, do NCPC – “Art. Art. 65. Findo o prazo assinado para a
23
desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário
com emprego de força, inclusive arrombamento. § 2º O despejo não poderá ser
executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente,
descendente ou irmão de qualquer das pessoas que habitem o imóvel”.

18. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR)


quando houver, simultaneamente, efetiva repetição de processos que contenham
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito, assim como risco de ofensa
à isonomia e à segurança jurídica. No que diz respeito ao chamado IRDR, segundo os
ditames literalmente dispostos no Código de Processo Civil, assinale a afirmação correta.

(A) Tendo como objeto questão relativa à prestação de serviço concedido, o resultado
do julgamento será comunicado à entidade pública reguladora competente, para
fiscalização da efetiva aplicação da tese adotada por parte dos entes sujeitos à
regulação.

(B) O amicus curiae não pode recorrer da decisão que o julgar.


(C) A apelação do feito, de onde adveio o incidente, deve ser julgada pela Câmara de
origem, e não pelo órgão colegiado incumbido de julgar o IRDR.

(D) O Estado do Acre tem legitimidade para revisão da tese jurídica nele firmada.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. Art. 985, §2º, do NCPC – “Art. 985, § 2o Se o incidente tiver por objeto
questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado, o resultado
do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente
para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese
adotada”.

(B) Incorreta. Art. 138, §3º, do NCPC – “Art. 138, § 3o O amicus curiae pode recorrer da
decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas”.

(C) Incorreta. Art. 978, Parágrafo único do NCPC – “Art. 978. O julgamento do incidente
caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela
uniformização de jurisprudência do tribunal. Parágrafo único. O órgão colegiado
incumbido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso,
24
a remessa necessária ou o processo de competência originária de onde se originou o
incidente”.

(D) Incorreta. Art. 986 do NCPC – “Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no
incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofício ou mediante requerimento dos
legitimados mencionados no art. 977, inciso III (Ministério Público ou Defensoria
Pública)”.

19. Uma vez frustrada a audiência de conciliação ou mediação, abre-se ao réu, no


processo civil, a possibilidade de manifestar-se acerca dos termos do quanto constante
na petição inicial, observando-se:

(A) se o réu não contestar a ação, será considerado revel, e não tendo patrono nos autos,
os prazos contra ele fluirão da data de sua intimação pessoal.

(B) quando o réu, em contestação, alegar sua ilegitimidade, deverá indicar o sujeito
passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar
com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta
de indicação.
(C) a reconvenção pode ser proposta contra o autor e terceiro, vedando-se o
litisconsórcio no seu polo ativo.

(D) a prescrição ou a decadência devem ser alegadas em contestação, como


preliminares processuais.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 346 do NCPC – “Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha
patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no
estado em que se encontrar”.

(B) Correta. Art. 339 do NCPC – “Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao
réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver
conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor
pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação”.

(C) Incorreta. Art. 343, §§3º e 4º, do NCPC – “Art. 343, § 3o A reconvenção pode ser
25
proposta contra o autor e terceiro. § 4o A reconvenção pode ser proposta pelo réu em
litisconsórcio com terceiro”.

(D) Incorreta. A prescrição e decadência dizem respeito ao mérito do processo, não se


tratando de preliminares processuais. Tanto é assim que o artigo 487, II, do NCPC afirma
que o processo será extinto com resolução de mérito quando o juiz reconhecer a
prescrição ou decadência.

20. A execução por quantia certa fundada em título executivo extrajudicial tem como
instrumento típico de coerção a realização da expropriação de bens do executado, que
se inicia através da penhora, sobre a qual é correto asseverar que

(A) para que o executado ofereça bem imóvel em substituição à penhora realizada pelo
credor, deverá juntar, ao seu requerimento, expressa anuência do cônjuge, seja lá qual
for o regime de bens do casamento.

(B) o executado pode, no prazo de 15 (quinze) dias contados da intimação da penhora,


requerer a substituição do bem penhorado, desde que comprove que lhe será menos
onerosa e não trará prejuízo ao exequente.
(C) para presunção absoluta de conhecimento por terceiros, cabe ao exequente
providenciar a averbação da penhora no registro competente, necessariamente por
mandado judicial.

(D) em se tratando de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do


coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do
bem.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 847, §3º, do NCPC – “Art. 847. O executado pode, no prazo de 10
(dez) dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado,
desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente. §
3o O executado somente poderá oferecer bem imóvel em substituição caso o requeira
com a expressa anuência do cônjuge, salvo se o regime for o de separação absoluta de
bens”.

(B) Incorreta. Art. 847 do NCPC – “Art. 847. O executado pode, no prazo de 10 (dez)
dias contado da intimação da penhora, requerer a substituição do bem penhorado,
26
desde que comprove que lhe será menos onerosa e não trará prejuízo ao exequente”.

(C) Incorreta. Art. 844 do NCPC – “Art. 844. Para presunção absoluta de conhecimento
por terceiros, cabe ao exequente providenciar a averbação do arresto ou da penhora no
registro competente, mediante apresentação de cópia do auto ou do termo,
independentemente de mandado judicial”.

(D) Correta. Art. 843 do NCPC – “Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o
equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá
sobre o produto da alienação do bem”.

DIREITO DO CONSUMIDOR

21. Almerinda da Silva foi a uma loja de eletrodomésticos e comprou um smartphone


importado. Ao chegar em casa verificou que o manual de instruções estava redigido em
inglês e por não conhecer a língua, não conseguiu sequer ligar o aparelho. Essa situação
indica a violação do seguinte direito básico do consumidor, nos termos do CDC:
(A) Efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais.

(B) Informação adequada e clara sobre diferentes produtos e serviços.

(C) Proteção contra a publicidade enganosa e abusiva no fornecimento de produtos e


serviços.

(D) Educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,


assegurando liberdade de escolha.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

Primeiramente, impende esclarecer que a expressão “direitos básicos do consumidor”


refere-se à previsão legal do art. 6o do CDC e seus incisos:

Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no
fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços,
asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
27
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com
especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação dada pela Lei
nº 12.741, de 2012)
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos
ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no
fornecimento de produtos e serviços;
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem
excessivamente onerosas;
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais,
coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou
reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada
a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova,
a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Considerando que a situação hipotética do enunciado trouxe apenas uma
desinformação sobre o uso do produto – desacompanhada de dano – somente
poderíamos estar diante da falha do direito de informação (informação adequada e clara
sobre diferentes produtos e serviços).

Eventual dúvida poderia surgir em relação ao item d, todavia, a questão a educação e


divulgação sobre o consumo adequado de produtos e serviços, assegurando a livre
escolha, é voltada a momento anterior à aquisição (liberdade de escolha quanto à
compra de determinado produto ou serviço), e não posterior, como denota o
enunciado.

22. A Política Nacional das Relações de Consumo é regida pelo seguinte princípio, dentre
outros:

(A) educação e informação de consumidores e fornecedores quanto aos seus direitos e


deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo.

(B) racionalização e melhoria dos serviços públicos e privados.


28
(C) harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
socioeconômico do Brasil.

(D) coibição e repressão de abusos praticados no mercado de consumo que possam


causar prejuízo aos consumidores e fornecedores.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

Trata-se de uma questão extremamente voltada à literalidade da lei (art. 4o do CDC) e a


“pegadinhas” quanto ao teor de determinados incisos do dispositivo legal:

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem
como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade,
segurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e
compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento
econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem
econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos
e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade
e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução
de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de
consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações
industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar
prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
29
(A) Correta. Trata-se da literalidade do inciso IV do art. 4o do CDC.

(B) Incorreta. O erro da assertiva está na menção a serviços privados, pois não estão
previstos no art. 4o, VII, do CDC.

(C) Incorreta. O erro da assertiva é a previsão de “desenvolvimento socioeconômico do


Brasil”, ao passo em que o inciso III do art. 4o traz “desenvolvimento econômico e
tecnológico”.

(D) Incorreta. O erro da assertiva está na previsão que “possam causar prejuízos aos
consumidores e fornecedores”, pois o inciso VI do art. 4o do CDC não traz a figura dos
fornecedores nesse tocante.

23. Maria da Silva comprou um aparelho celular e, durante o regular uso, a bateria
superaqueceu e explodiu, ferindo a sua sobrinha que estava manuseando o aparelho.
Diante desse fato hipotético, assinale a alternativa correta quanto à responsabilidade
do fornecedor.
(A) O fornecedor se exime da responsabilidade de reparar os danos se conseguir
comprovar a inexistência de culpa pelo defeito do aparelho celular.

(B) Trata-se de dano causado por vício do produto, devendo Maria da Silva e a sobrinha
serem reparadas pelos danos patrimoniais e físicos sofridos.

(C) Há responsabilidade do fornecedor por fato do produto, pois o aparelho se


apresentou defeituoso, causando danos aos consumidores.

(D) Não há responsabilização do fornecedor pelos ferimentos na sobrinha com base na


legislação consumerista, pois o aparelho celular não lhe pertence e, desse modo, não é
considerada consumidora.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta


final.

(A) Incorreta. A responsabilidade do fornecedor pelo fato ou defeito do produto é


objetiva, independentemente a existência de culpa, conforme art. 12 do CDC.
30
É bem verdade que a responsabilidade objetiva não se confunde com a integral,
admitindo algumas excludentes, previstas no par. 3o do art. 12, que não contempla
como causa excludente o fato de o fornecedor conseguir comprovar a inexistência de
culpa.

(B) Incorreta. Não se trata de vício, mas sim de fato/defeito do produto, pois é
extrínseco e representa uma falha de segurança, atingindo a incolumidade física de
terceiros. Conforme previsão do par. 1o do art. 12 do CDC: “o produto é defeituoso
quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera”.

(C) Correta. Pelos mesmos comentários aos itens antecedentes.

(D) Incorreta. A sobrinha é, sim, considerada consumidora, pois se enquadra no conceito


de consumidor bystander ou vítima de acidente de consumo, conforme previsão legal
do art. 17 do CDC: “Para os efeitos desta Seção (leia-se: da Responsabilidade pelo Fato
do Produto e do serviço), equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento”.

24. Carlota Joaquina fez um implante de próteses mamárias e, decorridos dez anos da
cirurgia, em razão de dores na região, realizou exames médicos que constataram a
ruptura das próteses e presença de silicone livre em seu corpo, que lhe causou
deformidade permanente. Em razão desses fatos, após um ano contado do
conhecimento da causa das dores, ingressou com ação judicial pleiteando indenização.
Diante dessa situação hipotética, assinale a alternativa correta.

(A) Operou-se a prescrição da pretensão de cunho indenizatório, pois já decorridos mais


de cinco anos da realização da cirurgia para implante das próteses.

(B) Operou-se a decadência do direito de reclamar pelos vícios apresentados na prótese,


já que decorrido o prazo legal para exercício desse direito.

(C) Não ocorreu a prescrição da pretensão à reparação pelos danos causados, eis que a
ação foi proposta antes de decorrido o quinquênio contado da data de conhecimento
do fato do produto.

(D) A pretensão não está prescrita, pois, referindo-se a pleito de reparação de danos, o
prazo prescricional para formular pretensão indenizatória é de três anos, contados do
conhecimento do vício do produto.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
31
O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

Para entender a questão, em primeiro lugar, faz-se necessário esclarecer qual o tipo de
responsabilidade consumerista está em jogo na situação hipotética.
Perceba-se que houve um acidente de consumo, um fato/defeito na prestação do
serviço médico (cirurgia estética), pois é extrínseco e representa uma falha de
segurança, atingindo a incolumidade física da consumidora/paciente (deformidade
permanente ocasionada pela ruptura das próteses e liberação de silicone no corpo).

Um segundo ponto é entender quando surgiu o conhecimento do dano e de sua autoria


(termo a quo do prazo), o que é esclarecido pelo enunciado da questão: após 10 anos
da cirurgia (através da realização de exames médicos), mas 01 ano antes do ingresso
com a ação judicial pleiteando indenização.

Tratando-se de fato do serviço, é aplicável o prazo prescricional de 05 (cinco) anos


previsto no art. 27 do CDC, cuja contagem só se inicia “a partir do conhecimento do
dano e de sua autoria”.
Carlota Joaquina, assim, propôs ação indenizatória após apenas 01 ano da contagem do
prazo prescricional, sendo correta apenas a alternativa C.

25. João da Silva foi com seu afilhado comprar um presente de aniversário. Escolhido o
presente, ao tentar comprar mediante crediário, não foi possível concretizar, pois seu
nome constava no banco de dados dos serviços de proteção de crédito, em razão de ter
deixado de adimplir com as últimas três parcelas de financiamento de 24 meses
realizado em outra instituição financeira há cinco anos. Foi informado que seu nome foi
incluído no cadastro há três anos. Diante dos fatos hipotéticos, assinale a alternativa
correta.

(A) Se João da Silva estiver discutindo judicialmente o valor cobrado, seu nome deve ser
imediatamente excluído do cadastro de inadimplentes.

(B) Correta a manutenção de João no cadastro de inadimplentes, pois o nome pode ser
mantido nos serviços de proteção ao crédito por até cinco anos, independentemente da
prescrição da execução.

(C) João da Silva tem direito à exclusão do registro no cadastro de inadimplentes, além
de ser indenizado por danos morais pelo desgosto causado ao afilhado, se já decorrido
32
o prazo prescricional trienal para a propositura da ação de cobrança.

(D) Incorreta a manutenção do nome de João no registro de proteção ao crédito, se já


decorrido o prazo prescricional de cinco anos contados do financiamento realizado.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta


final.

Como alertamos, a VUNESP tem predileção por questão sobre banco de dados e
cadastro de consumidores e, em especial, pela Súmula 323 do STJ, que é justamente a
solução da presente questão. Vejamos:

O par. 1o do art. 43 do CDC, ao mesmo tempo em que dispõe sobre alguns requisitos a
serem obedecidos pelos cadastros e dados dos consumidores (“devem ser objetivos,
claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão”), estabelece um limite
temporal para as informações negativas: não podem constar quando referentes a um
período superior a 5 anos (prazo máximo das informações negativas).
Súmula 323 do STJ. A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de
proteção ao crédito até o prazo máximo de cinco (5) anos, independentemente da
prescrição da execução.

Correta, portanto, a alternativa B.

Quanto à alternativa A, o STJ tem entendido que não basta o mero ingresso com a ação
judicial para a exclusão do nome do interessado do cadastro de inadimplentes

“A simples discussão judicial da dívida não é suficiente para obstaculizar ou remover a


negativação do nome do devedor no cadastro restritivo de crédito, a qual depende da
presença concomitante dos seguintes requisitos: a) houver ação proposta pelo devedor
contestando a existência integral ou parcial do débito; b) ficar demonstrado que a
alegação da cobrança indevida se funda na aparência do bom direito e em jurisprudência
consolidada do STF ou STJ; c) for depositada a parcela incontroversa ou prestada a
caução fixada conforme o prudente arbítrio do juiz, para o caso de a contestação ser
apenas de parte do débito”. (Resp n. 1.061.530, Segunda Seção, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 22/10/2008).

33
26. Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, é vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços:

(A) elevar o preço de produtos e serviços, ainda que com apresentação de justo motivo.

(B) inserir cláusulas contratuais que determinem a utilização facultativa da arbitragem.

(C) estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar a fixação de seu
termo inicial a exclusivo critério do consumidor.

(D) inserir cláusulas contratuais que transfiram responsabilidades a terceiros.

RESPOSTA: D
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O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Incorreta. Somente é prática abusiva, segundo o inciso X do art. 39 do CDC, elevar
sem justa causa o preço de produtos ou serviços.
(B) Incorreta. Apenas a imposição compulsória da arbitragem é cláusula abusiva,
conforme art. 51, VII, do CDC.

(C) Incorreta. O que é prática abusiva é o fornecedor (e não o consumidor, como coloca
a alternativa) deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou deixar
a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério – art. 39, XII, do CDC.

(C) Correta. Conforme at. 51, III, do CDC.

27. Os alunos de uma escola privada consumiram, na lanchonete próxima a uma escola,
um alimento que causou intoxicação e os levou ao hospital, onde ficaram internados
alguns dias, perdendo aulas importantes. A associação de pais, ao ficar sabendo do
ocorrido, propôs ação coletiva visando à indenização aos alunos atingidos pela
intoxicação. Diante desses fatos hipotéticos, assinale a alternativa correta.

(A) A associação tem legitimidade para a propositura da ação coletiva se estiver


constituída há pelo menos um ano e incluir em seus fins institucionais a defesa dos
interesses dos alunos, desde que tenha autorização assemblear para a propositura da
ação.
34
(B) A sentença fará coisa julgada erga omnes, se o pedido for julgado procedente,
beneficiando todas as crianças que foram vítimas da intoxicação, exceto as que tiverem
ingressado com ações individuais e não requereram a suspensão dos respectivos
processos no prazo legal.

(C) Têm legitimidade para a propositura da ação coletiva as entidades e órgãos da


Administração Pública, direta ou indireta, desde que com personalidade jurídica.

(D) Se a ação coletiva for julgada procedente, a eficácia erga omnes e ultra partes
beneficiará os autores das ações individuais, independentemente de terem requerido a
suspensão das ações individuais, em razão do princípio da hipossuficiência do
consumidor.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta


final.
(A) Incorreta. O trecho incorreto da assertiva é a imposição de autorização assemblear
para a propositura da ação, à vista da parte final do inciso IV do art. 82 do CDC. Perceba-
se que a assertiva cobrou a letra fria da lei, e não o entendimento dos Tribunais
Superiores acerca da necessidade de autorização dos associados.

(B) Correta. É o que dispõe o art. 104 do CDC

(C) Incorreta. A personalidade jurídica é dispensada; órgãos despersonalizados (ex.:


Procons) também podem ter legitimidade ativa, consoante art. 82, III, do CDC.

(D) Incorreta. Conforme art. 104 do CDC, na hipótese ventilada na assertiva, os efeitos
da coisa julgada não beneficiarão os autores das ações individuais se não for requerida
a sua suspensão no prazo legal (de 30 dias contados da ciência os autos do ajuizamento
da ação coletiva).

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

28. O Estatuto da Criança e do Adolescente é orientado pelo princípio da proteção


integral da criança e do adolescente, que tem como marco legal o artigo 227 da 35
Constituição Federal. Sob tal ótica, quanto à técnica empregada pelo diploma menorista
para definir criança e adolescente, bem como para considerá-los sujeitos de direitos e
obrigações frente à família, à sociedade e ao Estado, é correto afirmar que

(A) de acordo com o artigo 2º, caput, criança é pessoa com até 12 (doze) anos
incompletos, e adolescente aquela que tiver entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos,
adotando-se critério cronológico absoluto.

(B) é de diferenciação e tem por objetivo impedir a tipificação de condutas perpetradas


por pessoa menor de 12 (doze) anos como infração penal, nos termos da legislação
aplicável.

(C) ao se permitir que o maior de 18 (dezoito) anos permaneça no pólo passivo de ação
de execução de medida socioeducativa, o Estatuto da Criança e do Adolescente não
restou adstrito ao critério cronológico absoluto.

(D) a condição psíquica pode ser considerada de forma complementar à biológica


porque a idade, isoladamente considerada, pode não levar à segura qualificação do
menor como criança ou adolescente, adotando-se critério cronológico mitigado.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta


final.

Art. 2º do ECA - Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos
de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

29. Com relação à assistência médica prestada pelo Sistema Único de Saúde para
prevenção de enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, é correto
afirmar que

(A) a obrigatoriedade de aplicação de protocolo ou outro instrumento desenvolvido


para a detecção de risco para o desenvolvimento psíquico da criança tem como marco
inicial o primeiro ano de vida.

(B) nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias, não será obrigatória a
vacinação das crianças se justificada a recusa pelos pais ou responsável, por crença
pessoal ou religiosa, no prazo estabelecido pelo calendário de vacinação estabelecido
pelo PNI.
36
(C) a atenção à saúde bucal das crianças e das gestantes será promovida de forma
transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado direcionadas à
mulher e à criança.

(D) a atenção odontológica à criança terá função educativa e será prestada quando o
bebê nascer, e, após, no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientação sobre
saúde bucal.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

Art. 14, § 2º do ECA - O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das
crianças e das gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais
linhas de cuidado direcionadas à mulher e à criança.

30. Com relação à família substituta, o artigo 28 e seguintes do Estatuto da Criança e do


Adolescente oferece diretrizes sobre a adoção, sendo correto afirmar:
(A) a adoção realizada em troca de promessa de pagamentos ou afim pode ser deferida
se demonstrado o benefício ao adotado, à luz do espírito humanitário que norteia o ato
de adotar.

(B) a falta de estudo social e psicológico à época do deferimento da adoção macula o


procedimento e permite a sua revogação ou retratação, pela possibilidade de violação
do princípio do melhor interesse do menor.

(C) o direito à convivência familiar entre o adotado e o adotante inicia-se no estágio de


convivência, decorre do princípio da igualdade entre os filhos adotados e biológicos e
tem graduação orientada pela intenção de adotar.

(D) fundando-se o pedido em motivos legítimos e representando vantagem ao adotado


será deferida a adoção, mediante compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi parcialmente abordado no material da turma de reta final.


37
Art. 32 do ECA - Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso
de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

Art. 43 do ECA - A adoção será deferida quando apresentar reais vantagens para o
adotando e fundar-se em motivos legítimos.

31. As medidas de proteção são ações ou programas de caráter assistencial previstas no


Estatuto da Criança e do Adolescente e, com relação aos dispositivos do Estatuto da
Criança e do Adolescente, é correto afirmar que

(A) as medidas de proteção poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, à


exceção das previstas no artigo 101, incisos V e VI, do diploma menorista.

(B) a prática de ato infracional por criança, nos termos do artigo 105 do diploma
menorista enseja a aplicação de medidas de proteção e não de medidas socioeducativas.

(C) as medidas de proteção voltadas ao restabelecimento do pleno exercício do direito


da criança pode ser cumulada com a medida socioeducativa de advertência, prevista no
artigo 112, inciso I, do diploma menorista.
(D) o Conselho Tutelar não tem competência para a aplicação das medidas protetivas
previstas no artigo 101, incisos I ao VI, do Estatuto da Criança e do Adolescente, a não
ser em caso de prática de ato infracional por criança.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

Art. 105 do ECA - Ao ato infracional praticado por criança corresponderão as medidas
previstas no art. 101 (medidas de proteção).

32. Clarisse, mãe de Bernardo, de cinco anos de idade, pretende viajar com o filho, da
Comarca de Rio Branco, Estado do Acre, para a Comarca de São Paulo, Estado de São
Paulo. Comprou passagens aéreas e irão acompanhados da avó paterna. O pai de
Bernardo é falecido. No momento do embarque, foi exigida a certidão de óbito,
esquecida por Clarisse, que apresentou, além de sua certidão de casamento, a Cédula
de Identidade original dos três passageiros, impedidos de embarcar pela companhia
aérea. Exigiram a presença do pai, a apresentação da prova do óbito ou a autorização
de viagem. A conduta do representante da companhia aérea está
38
(A) errada, porque a criança estava acompanhada de ascendente maior, até o terceiro
grau, comprovado o parentesco.

(B) correta, porque a criança, ainda que acompanhada de duas pessoas maiores, não
tinha autorização expressa do pai com firma reconhecida e não houve comprovação do
alegado óbito.

(C) correta, porque não se trata de comarca contígua à residência da criança, ainda que
na mesma unidade da Federação, e não está incluída na mesma região metropolitana.

(D) errada, porque foi provado o óbito do pai por duas testemunhas idôneas, o que
supre a falta da prova documental ou a autorização de viagem pelo falecido ou judicial.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão.


Art. 83 do ECA - Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá
viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis
sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança ou do adolescente menor de
16 (dezesseis) anos, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;
b) a criança ou o adolescente menor de 16 (dezesseis) anos estiver acompanhado:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.

33. Com relação ao sistema recursal adotado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente,
é correto afirmar que

(A) as decisões sujeitas a recursos são as decisões interlocutórias e as sentenças.

(B) o recorrente será dispensado do preparo, se beneficiário da Assistência Judiciária


Gratuita, e, caso contrário, o não recolhimento das custas recursais no prazo legal
implicará deserção.
39
(C) os recursos obedecem aos princípios fundamentais do duplo grau de jurisdição, da
proibição da reformatio in pejus, da taxatividade e da singularidade.

(D) os recursos serão recebidos no duplo efeito, exceção feita aos interpostos contra
sentença que deferir adoção por estrangeiro.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi parcialmente abordado no material da turma de reta final.

Art. 198 do ECA - Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude,


inclusive os relativos à execução das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema
recursal da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), com as
seguintes adaptações:
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo;
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério
Público e para a defesa será sempre de 10 (dez) dias;
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor;
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação,
ou do instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no prazo de cinco dias;
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o
instrumento à superior instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente
de novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos autos dependerá de pedido
expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados
da intimação.
Art. 199 do ECA - Contra as decisões proferidas com base no art. 149 caberá recurso de
apelação.

Dessa forma, aplicando-se as regras do Novo CPC, os recursos das decisões e sentenças
proferidas no âmbito da Justiça da Infância e da Juventude obedecem os princípios
gerais recursais, entre eles: o duplo grau de jurisdição, a proibição da reformatio in pejus,
a taxatividade e a singularidade.

34. O adolescente foi apreendido em flagrante de ato infracional equiparado ao delito


de furto e encaminhado à autoridade policial, que o ouviu, na presença de sua mãe e
sem advogado. O adolescente foi liberado pela autoridade policial, sob compromisso e
responsabilidade de sua mãe apresentá-lo ao Ministério Público no mesmo dia ou,
sendo impossível, no primeiro dia útil imediato. Neste contexto, é correto afirmar:
40
(A) Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional será processado
sem defensor, ainda que ausente ou foragido, devendo, assim, o adolescente ser
apresentado pela mãe ao Ministério Público porque válida a oitiva policial.

(B) Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional será ouvido sem
defensor, e, portanto, não será obrigatória a apresentação do adolescente ao Ministério
Público por sua mãe que, através de defensor, noticiará a nulidade ao juiz.

(C) Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional será ouvido sem
defensor, mas a ausência deste profissional na fase policial configura irregularidade e
será convalidada pela nomeação de defensor pelo juiz, que deverá ser intimado
pessoalmente ou por publicação oficial para que compareça na data de apresentação
ao Ministério Público.

(D) Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional será ouvido sem
defensor, e, assim, ao adolescente deverá ser nomeado advogado na data em que for
apresentado pela mãe ao Ministério Público para repetição de sua oitiva.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

Art. 174 do ECA - Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o adolescente será
prontamente liberado pela autoridade policial, sob termo de compromisso e
responsabilidade de sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil imediato, exceto quando, pela
gravidade do ato infracional e sua repercussão social, deva o adolescente permanecer
sob internação para garantia de sua segurança pessoal ou manutenção da ordem
pública.

Art. 207 do ECA - Nenhum adolescente a quem se atribua a prática de ato infracional,
ainda que ausente ou foragido, será processado sem defensor.

35. Com relação à representação, é correto afirmar que o Ministério Público

(A) deve apresentar prova de materialidade e indícios de autoria do ato infracional para
que seja recebida.

(B) se não oferece representação à autoridade judiciária, com proposta de instauração


41
de procedimento para aplicação da medida socioeducativa que se afigurar a mais
adequada, promove o arquivamento ou concede a remissão, com encaminhamento do
menor ao atendimento psicossocial.

(C) poderá formular pedido de internação provisória no seu bojo, que será decidido na
audiência de apresentação do adolescente.

(D) a oferece por petição, no prazo de quarenta e oito horas a contar da apresentação
do adolescente, ou oralmente, impreterivelmente na sessão diária instalada pela
autoridade judiciária.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

Art. 180 do ECA - Adotadas as providências a que alude o artigo anterior, o


representante do Ministério Público poderá: I - promover o arquivamento dos autos; II
- conceder a remissão; III - representar à autoridade judiciária para aplicação de medida
sócio-educativa.
Art. 181 do ECA - Promovido o arquivamento dos autos ou concedida a remissão pelo
representante do Ministério Público, mediante termo fundamentado, que conterá o
resumo dos fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para homologação.

Art. 182, § 2º do ECA - A representação independe de prova pré-constituída da autoria


e materialidade.

Art. 184 do ECA - Oferecida a representação, a autoridade judiciária designará audiência


de apresentação do adolescente, decidindo, desde logo, sobre a decretação ou
manutenção da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

42
BLOCO II
DIREITO PENAL

36. Assinale a alternativa correta.

(A) Os crimes omissivos impróprios dispensam a existência de um resultado e, portanto,


não necessitam de verificação do nexo de causalidade.

(B) A teoria da imputação objetiva do resultado estabelece os seguintes requisitos: a


criação de um risco jurídico-penal relevante não coberto pelo risco permitido, a
realização desse risco no resultado e a independência do resultado produzido entre o
âmbito de proteção da norma penal.

(C) O Código Penal em vigor admite a concausa como condição concorrente para a
produção do resultado com preponderância sobre a conduta do sujeito.

(D) De acordo com o Código Penal Brasileiro, a relação de causalidade entre a conduta
humana e o resultado é uma relação valorada que deve ser aferida conjuntamente com
o vínculo subjetivo do agente limitada ao dolo ou culpa.
43
RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Os crimes omissivos impróprios, ou comissivos por omissão, são aqueles praticados
pelos agentes garantidores, conforme art. 13, §2º, CP. Nesse sentido, exigem o
resultado e o nexo entre este e a conduta daquele que deixou de agir quando deveria.

(B) Na concepção de Roxin, a teoria da imputação objetiva estabelece três requisitos


básicos para a imputação objetiva do resultado, que representam, em realidade, três
grandes grupos de problemas: 1) a criação de um risco jurídico-penal relevante, não
coberto pelo risco permitido; 2) a realização desse risco no resultado; e 3) que o
resultado produzido entre no âmbito de proteção da norma penal. É este item 3 que
torna a opção incorreta.

(C) Não há preponderância da causa sobre a conduta, porquanto o CP adota o finalismo


e não o causalismo. Tanto é assim que, na forma do art. 13, §1º, CP, a superveniência
de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o
resultado.

(D) Correta, em face da adoção do finalismo.


37. Assinale a alternativa correta quanto à aplicação da lei penal.

(A) A lei penal mais grave não se aplica ao crime continuado ou ao crime permanente,
se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência.

(B) O Código Penal Brasileiro não adotou o princípio da representação na eficácia


espacial da lei penal.

(C) É incabível a aplicação retroativa da Lei nº 11.343/2006, ainda que o resultado da


incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo
da aplicação da Lei no 6.368/76, permitida, no entanto, a combinação das mencionadas
leis para beneficiar o agente.

(D) Para efeito de análise sobre o local do crime, a legislação brasileira adota a teoria da
ubiquidade.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Contraria a Súmula 711 do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
44
permanência.

(B) Nos termos do princípio da representação, a lei penal de determinado país é também
aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando
realizados no estrangeiro a aí não venham a ser julgados. Está previsto no art. 7º, II, c,
do CP.

(C) Contraria a Súmula 501 do STJ: É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006,
desde que o resultado da incidência das suas disposições, na íntegra, seja mais favorável
ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a combinação
de leis.

(D) Corresponde ao art. 6º do CP, segundo o qual considera-se praticado o crime no


lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado.

38. Quanto à exclusão de ilicitude, é correto afirmar que

(A) o estado de necessidade defensivo ocorre quando a conduta do agente atinge um


bem jurídico de terceiro inocente.
(B) o excesso culposo decorrente de erro sobre os limites da causa de justificação não é
punível a título de dolo ou culpa.

(C) o Código Penal Brasileiro adotou a teoria unitária do estado de necessidade.

(D) no excesso de legítima defesa involuntário, derivado de erro de tipo escusável, o


agente responde pelo fato criminoso.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) A questão narra o estado de necessidade agressivo. Diz-se que o estado de


necessidade será defensivo quando a conduta do agente se dirige exclusivamente ao
produtor da situação de perigo.

(B) Contraria o art. 23, parágrafo único, do CP.

(C) A teoria unitária é adotada pelo art. 23 do CP e preconiza que todo estado de
necessidade é justificante, pois tem a finalidade de eliminar a ilicitude de um fato típico.
A teoria unitária não adota a distinção entre estado de necessidade justificante e estado
45
de necessidade exculpante, pois para ela todo estado de necessidade é justificante
(teoria diferenciadora é, porém, adotada pelo CPM).

(D) Contraria os artigos 20, §1º, e 23, parágrafo único, ambos do CP.

39. Considerada a hipótese de reconhecimento probatório de um agente ter praticado


um roubo com emprego de arma de fogo contra duas vítimas que caminhavam na rua
e, posteriormente, passados três meses do crime anteriormente noticiado, em cidade
diversa daquela onde ocorrera o crime anterior, veio a praticar roubo simples contra
vítima diversa da anterior, a fixação da pena deverá observar o concurso

(A) formal pelas duas condutas.

(B) formal pela primeira conduta e concurso material entre esta e a segunda.

(C) material na primeira conduta e crime continuado entre esta e a segunda.

(D) material na primeira conduta e formal entre esta e a última.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

Nos dois primeiros roubos, houve uma única conduta que ensejou dois resultados, a
denotar concurso formal, na forma do art. 70 do CP. Já o segundo roubo decorreu de
conduta diversa, praticada em circunstâncias igualmente diversas, e não nas mesmas
condições de tempo, lugar e modo de execução. Desse modo, entre este último roubo
e os primeiros, há concurso material.

40. Sobre a extinção de punibilidade, é correto afirmar que

(A) a contagem da prescrição dos crimes permanentes, antes de transitar a sentença


final, inicia-se a partir do dia em que o primeiro ato de execução foi efetivado.

(B) a reincidência do agente interrompe o prazo da prescrição da pretensão punitiva.

(C) a prescrição da pretensão punitiva ocorre em 12 (doze) anos, se o máximo da pena


for superior a 04 (quatro) e não exceder a 08 (oito).

(D) nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles impede a agravação da


pena, em relação aos outros, resultante da conexão.
46
RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) Contraria o art. 111, III, CP (o prazo inicia no dia em que cessar a permanência).

(B) A reincidência apenas interrompe o prazo da prescrição da pretensão executória!


Súmula 220 do STJ.

(C) Corresponde ao art. 109, III, CP.

(D) Contraria o art. 108 do CP.

41. No que se refere aos crimes contra a pessoa, é correto afirmar que

(A) a prática de feminicídio na presença de descendente, ascendente ou colateral da


vítima implica no aumento da pena de um sexto a um terço.

(B) a pena é duplicada para crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio


praticado contra vítima menor ou com diminuição da capacidade de resistência.
(C) o homicídio funcional é aquele delito praticado contra autoridade ou agente membro
das forças armadas, policiais federais em geral, policiais civis ou militares, integrantes
do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
ou em decorrência dela, ou, ainda, contra seu cônjuge, companheiro ou parente até o
segundo grau, em razão dessa condição, incidindo pena privativa de liberdade de doze
a vinte anos de reclusão.

(D) é incompatível o crime de homicídio simples tentado com o caráter hediondo.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Contraria o art. 121, §7º, III: a pena é aumentada de 1/3 a metade, quando o
feminicídio é praticado na presença de ascendente ou descendente.

(B) Corresponde ao art. 122, parágrafo único, II, CP.

(C) Contraria o art. 121, §2º, VII, CP: o parentesco é até o terceiro e não segundo grau.
Ainda, a pena é de 12 a 30 anos.

(D) O art. 1º, I, da Lei nº 8.072/90, prevê que o homicídio (mesmo que simples ou
47
tentado) praticado em atividade típica de grupo de extermínio é hediondo.

42. Assinale a alternativa correta.

(A) A pena do furto qualificado de veículo automotor transportado para outro Estado ou
para o exterior será de 02 (dois) a 08 (oito) anos de reclusão e multa.

(B) Agente que pratica o crime de roubo com o emprego de faca será responsabilizado
pela qualificadora do emprego de arma, com pena aumentada em dois terços.

(C) Agente que impõe à vítima, como garantia de dívida, a exigência ou o recebimento
de documento que pode dar causa a procedimento criminal contra esta ou terceiro,
responde pelo delito de extorsão indireta.

(D) O crime de receptação dolosa imprópria independe da boa-fé do terceiro no


recebimento da coisa ilícita para efeito de responsabilização penal deste.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da assertiva “B” foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Na forma do art. 155, §5º, CP, a pena neste caso é de 03 a 08 anos.

(B) Alteração da Lei nº 13.654/18: o roubo com arma branca não é mais causa de
aumento de pena.

(C) Corresponde ao art. 160 do CP.

(D) Receptação imprópria é aquela formada pela associação da conduta de influir


(inspirar ou insuflar) alguém de boa-fé a adquirir (obter ou comprar), receber (aceitar
em pagamento ou simplesmente aceitar) ou ocultar (encobrir, disfarçar) produto de
crime (art. 180, caput, in fine).

43. No que concerne aos crimes contra a dignidade sexual, é correto afirmar que

(A) é fato típico distribuir ou expor publicamente qualquer objeto obsceno.

(B) em relação à titularidade da ação penal, nos crimes de estupro, por violência real ou
48
grave ameaça, importunação sexual, assédio sexual e divulgação de cena de estupro,
procede-se mediante ação penal pública condicionada à representação.

(C) a contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor foi tacitamente revogada


pela Lei nº 13.718, de 24.09.2018.

(D) a prática de relacionamento amoroso consensual por indivíduo com 18 anos com
infante de 13 anos há mais de dois anos anteriores é fato atípico.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da assertiva “B” foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Corresponde ao art. 234 do CP.

(B) Alteração da Lei nº 13.718/18! Contraria o art. 225 do CP!

(C) A revogação foi expressa e não tácita.


(D) Contraria o art. 217-A do CP e a Súmula 593 do STJ (“O crime de estupro de
vulnerável configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de
14 anos, sendo irrelevante o eventual consentimento da vítima para a prática do ato,
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente”).

44. Assinale a alternativa correta.

(A) O crime de corrupção ativa de testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete


é material e permite a forma tentada.

(B) A reparação do dano no crime de peculato culposo, realizada antes da sentença


condenatória irrecorrível é causa de diminuição de um terço a metade da pena.

(C) As fraudes em certames de interesse público é crime próprio, praticado apenas por
funcionário público.

(D) O excesso de exação é subtipo do delito de concussão que implica pena mínima mais
grave que a prevista no tipo principal.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
49
(A) O crime do art. 343 do CP é formal, pois é indiferente a testemunha aceitar ou não a
vantagem ou então prestar ou não o testemunho: basta que o agente dê, ofereça ou
prometa a “recompensa” para a consumação do delito em estudo. Caso a oferta seja
feita por escrito e não chegue ao destinatário, configura-se perfeitamente a tentativa.
Tem-se, então, um dos excepcionais casos de possibilidade de tentativa em crimes
formais (presente também nos crimes contra a honra).

(B) Contraria o art. 312, §3º, do CP: a reparação do dano, se precede à sentença
irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

(C) O crime do art. 311-A, do CP, é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa
(fé pública).

(D) Correta. A pena mínima do crime de excesso de exação é de 03 anos, mais grave do
que a pena mínima da concussão (02 anos).

45. Com relação aos crimes previstos em legislação especial, é correto afirmar que
(A) indivíduo que transporta, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar, produto químico destinado à preparação de drogas responde pelo tipo
penal de tráfico de drogas com diminuição de um sexto a um terço da pena.

(B) quando o Código Eleitoral não indicar o grau mínimo da pena privativa de liberdade
para os crimes eleitorais, deverá ser observada a regra do Código Penal em vigor.

(C) o Magistrado que deixa de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal, que
lhe seja comunicada, responderá pelas sanções administrativa, civil e penal.

(D) por ser norma geral de fixação da pena, é possível a conversão da pena privativa de
liberdade em multa nos crimes de violência doméstica e familiar contra mulher.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) Nesse caso, aplica-se tipo penal diverso, previsto no art. 34 da Lei de Drogas.

(B) Contraria o art. 284 do Código Eleitoral: “sempre que este Código não indicar o grau
mínimo, entende-se que será ele de quinze dias para a pena de detenção e de um ano
para a de reclusão”.
50
(C) Correta.

(D) Ofende o art. 17 da Lei Maria da Penha: “é vedada a aplicação, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação
pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa”.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

46. Assinale a alternativa correta em relação ao quanto previsto na Lei de Drogas.

(A) O pedido de restituição de bens apreendidos em crime de tráfico de entorpecentes


poderá ser conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz
determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.

(B) O processo e o julgamento dos crimes de tráfico de entorpecentes previstos no art.


33, da Lei nº 11.343/06, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da
Justiça Federal e os crimes praticados nos municípios que não sejam sede de vara federal
serão processados e julgados na vara federal da respectiva circunscrição.
(C) O prazo de conclusão do inquérito policial em caso de indiciado preso por crime de
tráfico de entorpecentes poderá ser duplicado pelo juiz, não podendo, entretanto,
referido prazo exceder a 45 dias.

(D) Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da


materialidade do delito de tráfico de entorpecentes, é suficiente o laudo de constatação
da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pelo
menos duas pessoas idôneas, e o perito que subscrever o laudo não fica impedido de
participar da elaboração do laudo definitivo.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. De acordo com o art. 60, §3º da Lei de Drogas, o comparecimento pessoal
do acusado é obrigatório:
Art. 60. (...) § 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento
pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à
conservação de bens, direitos ou valores.

(B) Correta. De acordo com o art. 70, caput e §único da Lei de Drogas:
51
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se
caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Parágrafo único. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara
federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

(C) Incorreta. Os prazos são de 30 dias (réu preso) e 90 dias, réu solto, podendo ser
duplicados, nos termos do art. 51, caput e §único, da Lei de Drogas:
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado
estiver preso, e de 90 (noventa) dias, quando solto.
Parágrafo único. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz,
ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia
judiciária.

(D) Incorreta. Na falta de um perito oficial, basta que o laudo seja subscrito por uma
pessoa idônea, de acordo com o art. 50, §1º da Lei de Drogas:
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará,
imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto
lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Ministério Público, em 24 (vinte e quatro)
horas.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da
materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade
da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1o deste artigo não ficará
impedido de participar da elaboração do laudo definitivo.

47. Quanto à prisão temporária, assinale a alternativa correta.

(A) Caberá prisão temporária em homicídio qualificado, mas não em homicídio simples.

(B) A prisão temporária somente poderá ser executada depois da expedição de


mandado judicial.

(C) Por se tratar de medida cautelar, dada a urgência, na hipótese de representação da


autoridade policial, o Juiz poderá decidir independentemente de manifestação do
Ministério Público.

(D) O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado
dentro do prazo de 48 horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do
requerimento.
52
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Cabe tanto em homicídio simples quanto no homicídio qualificado, desde
que doloso:
Art. 1° Caberá prisão temporária:
(...)
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na
legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes:
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°);

(B) Correta. De acordo com o art. 2º, §4º da Lei nº 7.960/89


Art. 2º. (...) § 4° Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em
duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa.

(C) Incorreta. De acordo com o art. 2º, §1º da Lei nº 7.960/89


Art. 2º. (...) § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de
decidir, ouvirá o Ministério Público.

(D) Incorreta. O prazo é de 24 horas, de acordo com o art. 2º, §2º da Lei nº 7.960/89:
Art. 2º. (...) § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado
e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do
recebimento da representação ou do requerimento.

48. Quanto às disposições presentes na Lei de Execução Penal, assinale a alternativa


correta.

(A) Dentre os requisitos objetivos para autorização da saída temporária, exige-se o


cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e 1/4
(um quarto), se reincidente.

(B) A remição por estudo somente se admite se desenvolvida a atividade educacional


de forma presencial.

(C) O instituto da permissão de saída não se aplica ao preso provisório.

(D) Praticada falta disciplinar pelo condenado, deverá ser instaurado o procedimento
para sua apuração, conforme regulamento, assegurados o direito de defesa, a
motivação da decisão, vedado o decreto de isolamento preventivo do faltoso pela
autoridade administrativa.
53
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. De acordo com o art. 122, II da LEP:


Art. 123. A autorização será concedida por ato motivado do Juiz da execução, ouvidos o
Ministério Público e a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento mínimo de 1/6 (um sexto) da pena, se o condenado for primário, e
1/4 (um quarto), se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da pena.

(B) Incorreta. De acordo com o art. 126, §2º da LEP:


Art. 126 (...) § 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1o deste artigo poderão ser
desenvolvidas de forma presencial ou por metodologia de ensino a distância e deverão
ser certificadas pelas autoridades educacionais competentes dos cursos
frequentados. (Redação dada pela Lei nº 12.433, de 2011)

(C) Incorreta. Aplica-se ao preso provisório, de acordo com o art. 120 , caput da LEP:
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os
presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante
escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

(D) Incorreta. A assertiva está correta até a parte em que diz que é vedado o isolamento
preventivo, que é possível de acordo com o art. 60, caput, da LEP:
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o isolamento preventivo do
faltoso pelo prazo de até dez dias. A inclusão do preso no regime disciplinar
diferenciado, no interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá de
despacho do juiz competente.

49. Quanto às provas, assinale a alternativa correta, segundo o quanto previsto no


Código de Processo Penal.

(A) O juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, deverá
realizar o interroga- tório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens.

(B) Em caso de lesões corporais, a falta de exame complementar não poderá ser suprida
pela prova testemunhal.
54
(C) Os peritos oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo.

(D) No caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial não pode negar
a perícia requerida pelas partes.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. O interrogatório por videoconferência, ao contrário do que diz a assertiva,


é medida excepcional e deverá se fundamentar nas hipóteses do art. 185, §2º do CPP:
Art. 185 (...) § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a
requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em
tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes
finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009)
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso
integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o
deslocamento; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância
pessoal; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não
seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217
deste Código; (Incluído pela Lei nº 11.900, de 2009)
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. (Incluído pela Lei nº 11.900, de
2009)

(B) Incorreta. Poderá ser suprida pela prova testemunhal, de acordo com o art. 168, §3º
do CPP:
Art. 168 (...) § 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova
testemunhal.

(C) Incorreta. Quem presta esse compromisso são os peritos não-oficiais:


Art. 159 (...) § 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente
desempenhar o encargo. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008)

(D) Correta. De acordo com o art. 184 do CPP:


Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento
55
da verdade.

50. Assinale a alternativa correta, nos termos do quanto previsto no Código de Processo
Penal.

(A) A oposição de suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito será julgada
pelo juiz prevento ou a quem for distribuído o inquérito policial.

(B) A arguição de suspeição manifestamente improcedente deverá ser rejeitada


liminarmente pelo juiz ou relator, independentemente de prévio contraditório.

(C) Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que


o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal
poderá ficar suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença
passada em julgado.

(D) Quanto às exceções, as arguições de litispendência e de coisa julgada precedem às


demais, pois ninguém pode ser julgado pelo mesmo fato duas vezes

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Não se opõe a suspeição da autoridade policial, nos termos do art. 107 do
CPP:
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito,
mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

(B) Correta. De acordo com o art. 100, §2º do CPP:


Art. 100 (...) § 2o Se a suspeição for de manifesta improcedência, o juiz ou relator a
rejeitará liminarmente.

(C) Incorreta. O erro da assertiva está na palavra “ficará”. Na verdade, segundo o CPP, a
suspensão é obrigatória:
Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de
controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso
da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por
sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas
e de outras provas de natureza urgente.

(D) Incorreta. A arguição que precede às demais é a de suspeição, nos termos do art. 96
do CPP:
56
Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada
em motivo superveniente.

51. Em relação à violência doméstica e ao quanto previsto na Lei nº 11.340/06 (Lei Maria
da Penha), assinale a alternativa correta.

(A) A violência patrimonial também pode ser considerada forma de violência doméstica
e familiar contra a mulher.

(B) O crime de descumprimento de medidas protetivas de urgência é inafiançável.

(C) Configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão
baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico
e dano moral ou patrimonial em qualquer relação íntima de afeto, desde que o agressor
conviva ou tenha convivido sob o mesmo teto com a ofendida.

(D) A prisão preventiva do agressor poderá ser decretada pelo juiz de ofício somente
durante a instrução, mas não durante o inquérito policial.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. De acordo com o art. 7º, IV da Lei Maria da Penha:


Art. 7º (...) IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de
trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,
incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades;

(B) Incorreta. De acordo com o art. 24-A, §2º da Lei Maria da Penha:
Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas protetivas de urgência
previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 13.641,
de 2018)
§ 1o A configuração do crime independe da competência civil ou criminal do juiz que
deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
§ 2o Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autoridade judicial poderá conceder
fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)

(C) Incorreta. Não é necessária coabitação, de acordo com o art. 5º, III da Lei Maria da
Penha:
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher
57
qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento
físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº
150, de 2015)
(...)
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido
com a ofendida, independentemente de coabitação.

(D) Incorreta. A prisão preventiva do agressor pode ser decretada também durante o
inquérito policial, de acordo com o art. 20, caput, da Lei Maria da Penha:
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução criminal, caberá a prisão
preventiva do agressor, decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério
Público ou mediante representação da autoridade policial.

52. Em relação ao procedimento relativo aos processos de competência do Tribunal do


Júri, assinale a alternativa correta.

(A) O desaforamento não poderá ser determinado sob a alegação de excesso de serviço.

(B) Encerrada a instrução probatória, ainda durante a primeira fase, as alegações serão
orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de
10 (dez) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez).

(C) O procedimento será concluído no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias.

(D) O juiz poderá dar ao fato definição jurídica diversa da constante da acusação,
embora o acusado fique sujeito a pena mais grave.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Poderá ser determinado sob a alegação de excesso de serviço, de acordo
com o art. 428, caput, do CPP:
Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do
comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o
julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em
julgado da decisão de pronúncia. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

(B) Incorreta. A assertiva está correta, salvo quanto ao tempo destinado às alegações
orais, nos termos do art. 411, §4º do CPP:
§ 4o As alegações serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e
à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez). (Incluído
58
pela Lei nº 11.689, de 2008)

(C) Incorreta. O prazo é de 90 dias, de acordo com o art. 412 do CPP:


Art. 412. O procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa)
dias. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008)

(D) Correta. A emendatio libelli tem plena aplicação na primeira fase do tribunado do
júri:
Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de
aplicar pena mais grave. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).

53. Em relação à fiança, assinale a alternativa correta.

(A) Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado descumprir medida cautelar


imposta cumulativamente com a fiança.

(B) A fiança tomara por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade
todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o
julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como cassada.
(C) Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, regularmente intimado
para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo.

(D) A fiança será cassada quando o acusado deliberadamente praticar ato de obstrução
ao andamento do processo.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. De acordo com o art. 341, III do CPP:


Art. 341. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: (Redação dada pela Lei
nº 12.403, de 2011).
I - regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo
justo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do
processo; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a
fiança; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - resistir injustificadamente a ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de
2011).
59
V - praticar nova infração penal dolosa. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).

(B) Incorreta. A assertiva está correta até onde diz que a fiança será “cassada” no caso
de o réu não comparecer. Na verdade, a fiança será “quebrada”, de acordo com o art.
327 do CPP:
Art. 327. A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a
autoridade, todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução
criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será havida como
quebrada.

(C) Incorreta. No caso narrado, a fiança será quebrada, nos termos do art. 341, I do CPP,
e não perdida. A assertiva quis confundir o candidato com a redação do art. 344 do CPP,
que fala da perda da fiança:
Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o
acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente
imposta. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).

(D) Incorreta. O caso é de quebramento da fiança, nos termos do art. 341, II do CPP.
54. Assinale a alternativa correta quanto à competência e o seu regramento previsto no
Código de Processo Penal.

(A) Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio
ou da residência do réu, salvo conhecido o lugar da infração.

(B) Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o
último ato de execução.

(C) Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta
a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais
jurisdições, a competência firmar-se-á pelo princípio da extraterritorialidade.

(D) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pela


prevenção.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
60
(A) Incorreta. Uma pegadinha clássica das bancas examinadoras: trocar “ainda”por
“salvo”. Perceba a redação do art. 73 do CPP:
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração.

(B) Correta. De acordo com o art. 70, §1º do CPP:


Art. 70 (...) § 1o Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar
fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no
Brasil, o último ato de execução.

(C) Incorreta. No caso narrado, a competência se firmará pela prevenção, nos termos do
art. 70, §3º do CPP:
Art. 70 (...) § 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou
quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.

(D) Incorreta. No caso narrado, a competência se firmará pelo domicílio ou residência


do réu, de acordo com o art. 72 do CPP:
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo
domicílio ou residência do réu.
55. Assinale a alternativa correta a respeito de procedimento e provas no Código de
Processo Penal.

(A) O juiz não pode determinar a publicação de sentença condenatória de forma


resumida por referida prática caracterizar cerceamento de defesa.

(B) A oitiva de testemunha referida somente será deferida se ao juiz parecer


conveniente.

(C) Dá-se à fotografia do documento, ainda que não autenticada, o mesmo valor do
original.

(D) O procedimento será sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima
cominada seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. A sentença poderá ser publicada de forma resumida, nos termos do art.
387, VI do CPP:
61
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
VI - determinará se a sentença deverá ser publicada na íntegra ou em resumo e
designará o jornal em que será feita a publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).

(B) Correta. De acordo com o art. 209, §1º do CPP:


Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das
indicadas pelas partes.
§ 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se
referirem.

(C) Incorreta. A fotografia deverá ser autenticada para que tenha o mesmo valor do
original, nos termos do art. 232, parágrafo único, do CPP:
Art. 232 (...) Parágrafo único. À fotografia do documento, devidamente autenticada, se
dará o mesmo valor do original.
(D) Incorreta. Se a sanção máxima cominada for igual a 4 anos, o procedimento será o
ordinário. Se for inferior, será o sumário. Veja o art. 394 do CPP:
Art. 394. O procedimento será comum ou especial. (Redação dada pela Lei nº
11.719, de 2008).
§ 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: (Incluído
pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº
11.719, de 2008).
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior
a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de
2008).
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da
lei. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

DIREITO CONSTITUCIONAL

56. Assinale a alternativa correta a respeito do constitucionalismo.

(A) O constitucionalismo antigo teve início com a Magna Carta de 1215, não havendo
antes desse período indícios de experiências democráticas que contrastassem com os
poderes teocráticos ou monárquicos dominantes.

(B) No constitucionalismo moderno, as Constituições de sintéticas passam a analíticas,


consagrando nos seus textos os chamados direitos econômicos e sociais, e a democracia 62
liberal-econômica dá lugar à democracia social, mediante a intervenção do Estado na
ordem econômica e social.

(C) A transição da Monarquia Absolutista para o Estado Liberal, em especial na Europa,


no final do século XVIII, que traçou limitações formais ao poder político vigente à época,
é um marco do constitucionalismo moderno.

(D) John Locke, Montesquieu e Rousseau são reconhecidos como os principais


precursores do constitucionalismo contemporâneo, em virtude de concepções
revolucionárias que defendiam a unificação e consagração dos ideais e valores humanos
universais.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
(A) Incorreta. O constitucionalismo antigo possui raízes antes da Magna Carta de 1215,
sendo citado por Pedro Lenza, em sua obra (Direito constitucional esquematizado, 18ª
ed., Saraiva, 2014, p.67), como exemplos o constitucionalismo hebreu, estabelecendo-
se no Estado teocrático limitações ao poder político ao assegurar aos profetas a
legitimidade para fiscalizar os atos governamentais que extrapolassem os limites
bíblicos (...), e das Cidades-Estados gregas como importante exemplo de democracia
constitucional.
(B) Incorreta. Trata-se, em verdade, do constitucionalismo contemporâneo do pós-
guerra.

(C) Correta.

(D) Incorreta. Locke, Montesquieu e Rousseau são considerados principais precursores


do constitucionalismo moderno, e não do contemporâneo.

57. Na hermenêutica constitucional, a doutrina sistematizou os princípios e métodos de


interpretação que são utilizados pelo intérprete para extrair o verdadeiro significado da
norma constitucional, bem como a sua correta aplicação e extensão. Nesse contexto, a
interpretação conforme a Constituição ganha destaque como técnica de decisão a ser
utilizada pelo STF nos casos concretos. Assim, assinale a alternativa que aponta,
corretamente, um tipo de decisão judicial interpretativa pela qual, diante de duas
possíveis interpretações que podem ser extraídas de um ato normativo, o STF adota
aquela que se conforma à Constituição e repudia qualquer outra que contrarie o texto
constitucional.

(A) Sentença normativa substitutiva.


63
(B) Sentença manipulativa de efeito aditivo.

(C) Sentença interpretativa de aceitação.

(D) Sentença interpretativa de rechaço.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Conforme abordado por Gilmar Mendes, em seu livro em coautoria com
Inocêncio Mártires Coelho e Paulo Gustavo Gonet Branco (2ª edição, Saraiva, 2008), as
sentenças normativas substitutivas “...assim se consideram aquelas decisões em que a
Corte declara a inconstitucionalidade de um preceito na parte em que expressa certa
norma em lugar de outra, substancialmente distinta, que dele deveria constar para que
fosse compatível com a Constituição. Atuando dessa forma, a Corte não apenas anula a
norma impugnada, como também a substitui por outra, essencialmente diferente, criada
pelo próprio tribunal, o que implica a produção heterônoma de atos legislativos...”
(B) Incorreta. “A sentença aditiva pode ser justificada, por exemplo, em razão da não
observância do princípio da isonomia, notadamente nas situações em que a lei concede
certo benefício ou tratamento a determinadas pessoas, mas exclui outras que se
enquadrariam na mesma situação. Nessas hipóteses, o Tribunal Constitucional declara
inconstitucional a norma na parte em que trata desigualmente os iguais, sem qualquer
razoabilidade e/ou nexo de causalidade. Assim, a decisão se mostra aditiva, já que a
Corte, ao decidir, 'cria uma norma autônoma'', estendendo aos excluídos o benefício. "
(LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 177).

(C) Incorreta. Conforme exposto por Luis Roberto Barroso (Curso de direito
constitucional contemporâneo: os conceitos fundamentais e a construção do novo
modelo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2014. p. 396), seguindo parte da doutrina italiana, há
divisão em decisões interpretativas em sentido estrito e as decisões manipulativas.
Decisões interpretativas em sentido estrito: se dividem em sentença interpretativa de
rechaço, pela qual a Corte repudia qualquer outra interpretação que contrarie a
Constituição, só sendo válido o entendimento que se adéque a Constituição, restando
proibida a interpretação contrária, e, sentença interpretativa de aceitação, pela qual a
Corte anula decisão tomada pelas instâncias inferiores que adotou interpretação
ofensiva à Constituição. Nas duas hipóteses, o preceito continua válido, o que se afasta
é interpretação.
64
(D) Correta. Vide comentários acima.

58. Na hipótese de um parlamentar que impetrou mandado de segurança perante o STF


com o objetivo de impugnar projeto de lei eivado de inconstitucionalidade por ofensa
ao devido processo legislativo, mas que, posteriormente, venha a perder o mandato
parlamentar, é correto afirmar que

(A) o writ deve ser declarado extinto.

(B) deve ser dada a oportunidade aos demais legitimados constitucionais a assumir o
polo ativo da ação mandamental.

(C) o Procurador-Geral da República deve assumir a titularidade do mandado de


segurança.

(D) o mandado de segurança deve ter seu regular prosseguimento, continuando o ex-
parlamentar no polo ativo.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

“CONTROLE JURISDICIONAL DO PROCESSO LEGISLATIVO. UTILIZAÇÃO, PARA TANTO, DO


MANDADO DE SEGURANÇA. POSSIBILIDADE. RECONHECIMENTO, PARA ESSE EFEITO, DE
LEGITIMAÇÃO PARA AGIR ATRIBUÍDA, COM EXCLUSIVIDADE, A MEMBRO DO
CONGRESSO NACIONAL. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PERDA
SUPERVENIENTE, PELO IMPETRANTE, DE SUA CONDIÇÃO POLÍTICO-JURÍDICA DE
PARLAMENTAR. IMPOSSIBILIDADE DE PROSSEGUIMENTO DA AÇÃO MANDAMENTAL.
LEGITIMAÇÃO ATIVA “AD CAUSAM” QUE DEVE ESTAR PRESENTE, JUNTAMENTE COM
AS DEMAIS CONDIÇÕES DA AÇÃO, NO MOMENTO DA RESOLUÇÃO DO LITÍGIO (CPC,
ART. 462). RELAÇÃO DE CONTEMPORANEIDADE NÃO MAIS EXISTENTE. EXTINÇÃO
ANÔMALA DO PROCESSO MANDAMENTAL. DOUTRINA. PRECEDENTE ESPECÍFICO DO
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE, ADEMAIS, DE O MANDADO DE
SEGURANÇA, QUE NÃO PODE IMPUGNAR NORMAS EM TESE, CONVERTER-SE EM
INADMISSÍVEL SUCEDÂNEO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.
JURISPRUDÊNCIA. PROCESSO JULGADO EXTINTO.” (STF, MS 27.971/DF, Rel. Min. Celso
de Mello, julgado em 1º/7/2011, DJe 1º/8/2011 – Transcrições do Informativo n° 647)
(destacou-se)

59. A denominada cláusula de reserva de plenário, aplicada na apreciação judicial de leis


65
e atos normativos submetidos ao controle de constitucionalidade, deve ser observada
quando

(A) do julgamento realizado pelas Turmas Recursais dos Juizados Especiais.

(B) o órgão fracionário do Tribunal apenas afasta a incidência, parcialmente, da lei ou


ato normativo, mas não declara expressamente a sua inconstitucionalidade.

(C) o órgão fracionário do Tribunal julgar a norma ou o ato impugnado e entender pela
sua constitucionalidade.

(D) o processo for objeto de julgamento de plano pelo relator, ainda que haja
pronunciamento anterior do Plenário sobre a questão.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.


(A) Incorreta. STF, RE 453.744 AgR, voto do rel. min. Cezar Peluso, j. 13-6-2006, 1ª
T, DJ de 25-8-2006.]

(B) Correta. Súmula Vinculante n° 10.

(C) Incorreta. A cláusula de reserva de plenário se aplica apenas em caso de declaração


de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e não no caso de reconhecimento da
constitucionalidade da norma.

(D) Incorreta. Embargos de Declaração na Recl. 11.228/PR, Plenário, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 7/11/2013.

60. Assinale a alternativa que está de acordo com o direito pátrio no que tange ao
controle de constitucionalidade concentrado.

(A) Não se pode dispensar a atuação da defesa do advogado-geral da União na ação


direta de inconstitucionalidade, bem como na ação direta de inconstitucionalidade por
omissão.

(B) Os Estados-membros estão legitimados a agir como sujeitos processuais ativos em


66
sede de controle concentrado de constitucionalidade, exigida, porém, a indiscutível
pertinência temática.

(C) A perda superveniente de representação parlamentar de Partido Político não o


desqualifica para permanecer no polo ativo da ação direta de inconstitucionalidade.

(D) É cabível a interposição de recurso em ADI por legitimado para a propositura da ação
direta, como terceiro prejudicado, ainda que nela não figure como requerente ou
requerido.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final

(A) Incorreta. Pode se dispensar a defesa do AGU em ambas as ações, caso já tenha sido
fixado entendimento pela inconstitucionalidade de determinada norma (ADI 1.616), ou
se esta ofender interesses da União (QO na ADIn 3916/DF). Ademais, o STF vem
entendendo pela autonomia funcional do AGU para avaliar se irá ou não defender a
constitucionalidade do ato impugnado.
(B) Incorreta. “Os Estados-membros da Federação não estão no rol dos legitimados a
agir como sujeitos processuais em sede de controle concentrado de constitucionalidade,
sendo indevida, no modelo de processo objetivo, a intervenção de terceiros
subjetivamente interessados no feito. Precedente: ADI 2.130 AgR, rel. min. Celso de
Mello, DJ de 14-12-2001.” [ADI 3.013 ED-AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 31-5-2006,
P, DJ de 4-8-2006.]

(C) Correta. STF, ADI-AgR-AgR 2618/PR, Tribunal Pleno, Rel. Min. Carlos Velloso, julgado
em 12/8/2004.

(D) Incorreta. STF, Embargos de Declaração na ADI 1105/DF, Tribunal Pleno, Rel. Min.
Mauricio Corrêa, julgado em 23/8/2001.

61. Considerando o disposto na Constituição Federal no tocante às Comissões


Parlamentares de Inquérito (CPIs), à luz do direito pátrio vigente, assinale a alternativa
correta.

(A) A CPI tem poderes para determinar a busca e apreensão de bens, objetos e
computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os 67
espaços domiciliares.

(B) Tem competência a CPI para expedir decreto de indisponibilidade de bens de


particular, como medida de instrução a embasar futura medida cautelar perante o Poder
Judiciário.

(C) Diferentemente do entendimento que se aplica às CPIs em âmbito federal, uma CPI
estadual não pode requerer a quebra de sigilo de dados bancários do investigado.

(D) As ações de mandado de segurança e de habeas corpus impetradas contra CPIs não
se extinguem em virtude da conclusão dos seus trabalhos investigatórios se não
aprovado seu relatório final.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. “Impossibilidade jurídica de CPI praticar atos sobre os quais incida a cláusula
constitucional da reserva de jurisdição, como a busca e apreensão domiciliar (...).
Possibilidade, contudo, de a CPI ordenar busca e apreensão de bens, objetos e
computadores, desde que essa diligência não se efetive em local inviolável, como os
espaços domiciliares, sob pena, em tal hipótese, de invalidade da diligência e de
ineficácia probatória dos elementos informativos dela resultantes. Deliberação da
CPI/Petrobras que, embora não abrangente do domicílio dos impetrantes, ressentir-se-
ia da falta da necessária fundamentação substancial. Ausência de indicação, na espécie,
de causa provável e de fatos concretos que, se presentes, autorizariam a medida
excepcional da busca e apreensão, mesmo a de caráter não domiciliar.” [MS 33.663 MC,
rel. min. Celso de Mello, j. 19-6-2015, dec. monocrática, DJEde 18-8-2015.]

(B) Incorreta. “Incompetência da CPI para expedir decreto de indisponibilidade de bens


de particular, que não é medida de instrução – a cujo âmbito se restringem os poderes
de autoridade judicial a elas conferidos no art. 58, § 3º, mas de provimento cautelar de
eventual sentença futura, que só pode caber ao juiz competente para proferi-la. Quebra
ou transferência de sigilos bancário, fiscal e de registros telefônicos que, ainda quando
se admita, em tese, susceptível de ser objeto de decreto de CPI – porque não coberta
pela reserva absoluta de jurisdição que resguarda outras garantias constitucionais –, há
de ser adequadamente fundamentada: aplicação no exercício pela CPI dos poderes
instrutórios das autoridades judiciárias da exigência de motivação do art. 93, IX, da
Constituição da República.” [MS 23.480, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 4-5-2000,
P, DJ de 15-9-2000.]

(C) Incorreta. “Poderes de CPI estadual: ainda que seja omissa a LC 105/2001, podem
68
essas comissões estaduais requerer quebra de sigilo de dados bancários, com base no
art. 58, § 3º, da Constituição.” [ACO 730, rel. min. Joaquim Barbosa, j. 22-9-2004,
P, DJ de 11-11-2005.]

(D) Incorreta. “A jurisprudência do STF entende prejudicadas as ações de mandado de


segurança e de habeas corpus, sempre que – impetrados tais writs constitucionais
contra CPIs – vierem estas a extinguir-se, em virtude da conclusão de seus trabalhos
investigatórios, independentemente da aprovação, ou não, de seu relatório final.” [MS
23.852 QO, rel. min. Celso de Mello, j. 28-6-2001, P, DJ de 24-8-2001.]

62. É competência, respectivamente, do Supremo Tribunal Federal e do Superior


Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente,

(A) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e
nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados; e a
ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente
interessados.
(B) nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de
Estado; e o mandado de segurança e o habeas data contra atos da Mesa da Câmara dos
Deputados.

(C) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais; e o mandado de injunção,


quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição da Câmara dos
Deputados.

(D) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou


entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; e a
homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas
rogatórias.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 105, I, “a” e art. 102, I, “n”, ambos da CF/88.

(B) Incorreta. Art. 102, I, “c” e “d” da CF/88.

(C) Incorreta. Art. 105, I, “d” e art. 102, I, “q”, ambos da CF/88.
69
(D) Correta. Art. 102, I, “f” e art. 105, I, “i”, ambos da CF/88.

63. Com relação aos direitos e garantias fundamentais, a Constituição Federal veda o
uso da prova obtida ilicitamente nos processos judiciais. Nessa temática, portanto, é
correto afirmar que

(A) não se considera ilícita a busca e apreensão realizada, sem mandado judicial, em
escritórios comerciais ou no local de trabalho, por não ser reconhecidos como domicílio.

(B) é lícita a gravação clandestina de conversa telefônica ou ambiental, ausente causa


legal de sigilo ou de reserva da conversação, feita por um dos interlocutores, mesmo
sem o conhecimento dos demais.

(C) essa proteção não alcança a recusa do réu em fornecer material para exame de DNA
quando essencial e indispensável para a solução do processo judicial.

(D) a prova ilícita em favor do réu pode ser admitida, segundo jurisprudência do STF que
entende que os direitos fundamentais vinculam apenas o Estado, e não os particulares.
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. “Habeas corpus. 2. Inviolabilidade de domicílio (art. 5º, IX, CF). Busca e
apreensão em estabelecimento empresarial. Estabelecimentos empresariais estão
sujeitos à proteção contra o ingresso não consentido. 3. Não verificação das hipóteses
que dispensam o consentimento. 4. Mandado de busca e apreensão perfeitamente
delimitado. Diligência estendida para endereço ulterior sem nova autorização judicial.
Ilicitude do resultado da diligência. 5. Ordem concedida, para determinar a inutilização
das provas.” (STF, HC 106.566, Segunda Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/12/2014). (destacou-se)

(B) Correta. STF, RE 402.717/PR, Segunda Turma, Rel. Min. Cezar Peluso, julgado em
2/12/2008.

(C) Incorreta. Pelo princípio da vedação à autoincriminação, o réu não é obrigado a


fornecer material para exame de DNA, independente se essencial e indispensável para
a solução do processo judicial

(D) Incorreta. Para o STF, adota-se a eficácia horizontal dos direitos fundamentais, de
70
modo que os direitos fundamentais vinculam também os particulares.

64. Assinale a alternativa correta a respeito do mandado de injunção.

(A) Não será cabível o mandado de injunção quando houver regulamentação da matéria
por normas editadas pelo órgão legislador competente, ainda que insuficientes.

(B) Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para que o
impetrado promova a edição da norma regulamentadora no prazo de trinta dias.

(C) Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido do
interessado, se sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de
direito.

(D) A decisão proferida no mandado de injunção terá eficácia subjetiva limitada às


partes, mas ganhará eficácia ultra partes ou erga omnes se não cumprida no prazo
estabelecido.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Art. 2º, caput e parágrafo único da Lei n° 13.300/2016.

(B) Incorreta. Art. 8º, inciso I da Lei n° 13.300/2016.

(C) Correta. Art. 10 da Lei n° 13.300/2016.

(D) Incorreta. Art. 9º, caput e § 1º da Lei n° 13.300/2016.

65. Considerando o disposto no texto constitucional sobre as garantias asseguradas aos


contribuintes, é correto afirmar que

(A) a imunidade tributária é matéria a ser tratada por norma constitucional, enquanto
que a isenção pode ser criada por lei.

(B) infringe os princípios da anterioridade e o da vedação de delegação legislativa,


decreto estadual que modifica a data de vencimento de tributo de competência do
Estado.
71
(C) não viola a Constituição a mera concessão de isenção tributária à operação de
aquisição de automóveis por oficiais de justiça estaduais.

(D) a instituição dos emolumentos cartorários pelo tribunal de justiça não viola o
princípio da reserva legal.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

(A) Correta. Essa é a definição clássica trazida pela doutrina.

(B) Incorreta. Súmula Vinculante n° 50: “norma legal que altera o prazo de recolhimento
de obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade”.

(C) Incorreta. Conforme decidido pelo STF: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE.


TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO FISCAL. ICMS. LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL. EXIGÊNCIA
CONSTITUCIONAL DE CONVÊNIO INTERESTADUAL (CF, ART. 155, § 2º, XII, ‘g’).
DESCUMPRIMENTO. RISCO DE DESEQUILÍBRIO DO PACTO FEDERATIVO. GUERRA
FISCAL. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. CONCESSÃO DE ISENÇÃO À OPERAÇÃO
DE AQUISIÇÃO DE AUTOMÓVEIS POR OFICIAIS DE JUSTIÇA ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA (CF, ART. 150, II). DISTINÇÃO DE TRATAMENTO
EM RAZÃO DE FUNÇÃO SEM QUALQUER BASE RAZOÁVEL A JUSTIFICAR O DISCRIMEN.
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. (ADI 4276,
Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 20/08/2014, ACÓRDÃO
ELETRÔNICO DJe-181 DIVULG 17-09-2014 PUBLIC 18-09-2014) (destacou-se)

(D) Incorreta. “(...) A instituição dos emolumentos cartorários pelo tribunal de justiça
afronta o princípio da reserva legal. Somente a lei pode criar, majorar ou reduzir os
valores das taxas judiciárias. Precedentes (...)” STF, ADI 1709, Rel. Min. Maurício Corrêa,
Tribunal Pleno, julgado em 10/2/2000.

DIREITO ELEITORAL

66. No que se refere às condições de elegibilidade, bem como à ação de impugnação de


mandato eletivo, assinale a alternativa correta.

(A) O militar alistável com mais de dez anos de serviço, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, à inatividade.
72
(B) Exige-se a idade mínima de 21 anos de idade para Prefeito, mas não para Vice-
Prefeito.

(C) Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de


Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos
até noventa dias antes do pleito.

(D) A ação de impugnação de mandato não tramita em segredo de justiça por força do
princípio da publicidade.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão.

(A) Correta. Artigo 14, § 8º, II, da Constituição;

(B) Incorreta. Artigo 14, § 3º, VI, “c”, da Constituição;

(C) Incorreta. Artigo 14, § 6º, da Constituição;


(D) Incorreta. Artigo 14, § 11, da Constituição.

67. Quanto à propaganda eleitoral regulamentada pela Resolução no 23.551, do TSE,


assinale a alternativa correta.

(A) Não é vedada a realização de propaganda via telemarketing.

(B) A livre manifestação do pensamento não é passível de limitação se o eleitor for


identificado ou identificável na internet.

(C) Findo o período eleitoral, as ordens judiciais de remoção de conteúdo da internet


não deixam de produzir efeitos.

(D) A manifestação espontânea na internet de pessoas naturais em matéria político-


eleitoral, mesmo que sob a forma de elogio ou crítica a candidato ou partido político,
não será considerada propaganda eleitoral, devendo observar, no entanto, alguns
limites estabelecidos na Resolução.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
73
O tema foi abordado no material da turma de reta final e na aula de revisão.

(A) Incorreta. Artigo 29 da Resolução nº 23.551;

(B) Incorreta. Artigo 22, § 1º, da Resolução nº 23.551;

(C) Incorreta. Artigo 33, § 6º, da Resolução nº 23.551;

(D) Correta. Artigo 23, § 6º, da Resolução nº 23.551.

68. Quanto ao processo das infrações penais de cunho eleitoral, assinale a alternativa
correta.

(A) Das decisões finais de condenação ou absolvição, cabe recurso para o Tribunal
Regional, a ser interposto no prazo de 5 (cinco) dias.

(B) Verificada a infração penal e, se em termos, o Ministério Público oferecerá a


denúncia dentro do prazo de 5 (cinco) dias.
(C) Se o órgão do Ministério Público não oferecer a denúncia no prazo legal,
representará contra ele a autoridade judiciária, sem prejuízo da apuração da
responsabilidade penal.

(D) No processo e julgamento dos crimes eleitorais e dos comuns que lhes forem
conexos, assim como nos recursos e na execução, que lhes digam respeito, não se
aplicará, como lei subsidiária ou supletiva, o Código de Processo Penal por tratar-se de
jurisdições distintas.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Artigo 362 do Código Eleitoral;

(B) Incorreta. Artigo 357 do Código Eleitoral;

(C) Correta. Artigo 357, § 3º, do Código Eleitoral;

(D) Incorreta. Artigo 364 do Código Eleitoral 74


69. Assinale a alternativa correta no tocante aos partidos políticos, segundo o disposto
na Lei no 9.096/95.

(A) Considera-se justa causa para a desfiliação partidária a mudança substancial ou


desvio reiterado do programa partidário.

(B) A filiação partidária independe de estar o eleitor no pleno gozo de seus direitos
políticos.

(C) Para desligar-se do partido, basta que o filiado faça comunicação escrita ao órgão de
direção municipal do partido.

(D) Não perde automaticamente a função ou cargo que exerça o parlamentar que deixar
o partido sob cuja legenda tenha sido eleito.

RESPOSTA: A

COMENTÁRIOS
(A) Correta. Artigo 22-A, parágrafo único, I, da Lei dos Partidos Políticos;

(B) Incorreta. Artigo 16 da Lei dos Partidos Políticos;

(C) Incorreta. Artigo 21 da Lei dos Partidos Políticos;

(D) Incorreta. Artigo 26 da Lei dos Partidos Políticos.

70. Quanto aos institutos do plebiscito e referendo, assinale a alternativa correta, nos
termos do quanto previsto na legislação regente (Lei no 9.709/98).

(A) O plebiscito é convocado com posterioridade a ato legislativo ou administrativo,


cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido.

(B) O referendo é convocado com anterioridade a ato legislativo ou administrativo,


cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição.

(C) A formação de novos Estados ou Territórios Federais depende da aprovação da


população diretamente interessada, por meio de plebiscito e do Congresso Nacional,
por lei complementar, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas.
75
(D) O plebiscito e o referendo são convocados mediante lei ordinária, por proposta de
um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso
Nacional.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Artigo 2º, § 1º, da Lei nº 9.709/98;

(B) Incorreta. Artigo 2º, § 2º, da Lei nº 9.709/98;

(C) Correta. Artigo 4º da Lei nº 9.709/98;

(D) Incorreta. Artigo 3º da Lei nº 9.709/98.


BLOCO III

DIREITO EMPRESARIAL

71. Em relação ao instituto do cheque, é correto afirmar:

(A) O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a aposição de dois


traços paralelos no anverso do título, podendo o cruzamento especial ser convertido em
geral, e a inutilização do cruzamento somente poderá ser feita pelo emitente, mediante
declaração no verso do título.

(B) O pagamento do cheque pode ser garantido, no todo ou em parte, por aval prestado
por terceiro, inclusive o sacado, ou mesmo por signatário do título, devendo o aval ser
lançado obrigatoriamente no anverso do título e com indicação expressa do emitente.

(C) Pago o cheque depois do protesto, pode este ser cancelado, a pedido exclusivo do
credor, mediante arquivamento do original do título com a perfeita identificação de sua
quitação pelo credor.

(D) Feita a indicação da quantia em algarismos e por extenso, prevalece esta no caso de
76
divergência, e, indicada a quantia mais de uma vez, quer por extenso, quer por
algarismos, prevalece, no caso de divergência, a indicação da menor quantia.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Incorreta. “O cruzamento geral pode ser convertida em especial, mas este não pode
converter-se naquele” (art. 44, § 2º, Lei n. 7.357/1985)

(B) Incorreta. Art. 29, Lei n. 7.357/1985 “O pagamento do cheque pode ser garantido,
no todo ou em parte, por aval prestado por terceiro, exceto o sacado, ou mesmo por
signatário do título.”

(C) Incorreta. Art. 48, § 4º, Lei n. 7.357/1985. “Pago o cheque depois do protesto, pode
este ser cancelado, a pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento de cópia
autenticada da quitação que contenha perfeita identificação do título”.
(D) Correta. Art. 12, Lei n. 7.357/1985. “Feita a indicação da quantia em algarismos e por
extenso, prevalece esta no caso de divergência. lndicada a quantia mais de uma vez,
quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso de divergência, a indicação
da menor quantia”.

72. A respeito dos direitos da proteção conferida pela patente, dispõe a Lei no 9.279/96
que

(A) a patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu
consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender ou importar, produto
fabricado de acordo com patente de processo ou de produto que tiver sido colocado no
mercado interno diretamente pelo titular da patente ou com seu consentimento.

(B) ao titular da patente é assegurado o direito de obter indenização pela exploração


indevida de seu objeto, inclusive em relação à exploração ocorrida entre a data da
publicação do pedido e a da concessão da patente.

(C) o direito de obter indenização por exploração indevida, inclusive com relação ao
período anterior à concessão da patente, não possui qualquer limitação em relação ao
conteúdo do seu objeto, partes intrínsecas e extrínsecas.
77
(D) a extensão da proteção conferida pela patente será determinada pelo teor das
reivindicações, retroativa a data do depósito do pedido, interpretado com base no
relatório descritivo, nos desenhos e na comprovação de funcionalidade.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Incorreta. Art. 42, Lei n. 9.279/96. “A patente confere ao seu titular o direito de
impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar, colocar à venda, vender
ou importar com estes propósitos: I - produto objeto de patente; II - processo ou
produto obtido diretamente por processo patenteado”.

(B) Correta. Art. 44, Lei n. 9.279/96. “Ao titular da patente é assegurado o direito de
obter indenização pela exploração indevida de seu objeto, inclusive em relação à
exploração ocorrida entre a data da publicação do pedido e a da concessão da patente”.
(C) Incorreta. Art. 44, § 3º, Lei n. 9.279/96. “O direito de obter indenização por
exploração indevida, inclusive com relação ao período anterior à concessão da patente,
está limitado ao conteúdo do seu objeto, na forma do art. 41”.

(D) Art. 41, Lei n. 9.279/96. “A extensão da proteção conferida pela patente será
determinada pelo teor das reivindicações, interpretado com base no relatório
descritivo e nos desenhos.”

73. Em relação às ações nas Sociedades Anônimas, dispõe a Lei no 6.404/76:

(A) O número e o valor nominal das ações somente poderão ser alterados nos casos de
modificação do valor do capital social ou da sua expressão monetária, de
desdobramento ou grupamento de ações, ou de cancelamento de ações legalmente
autorizado.

(B) O estatuto da companhia com ações preferenciais declarará as vantagens ou


preferências atribuídas a cada classe dessas ações e as restrições a que ficarão sujeitas,
e poderá prever o resgate ou a amortização, ficando vedada conversão de ações de uma
classe em ações de outra, salvo se aprovada pela assembleia-geral mediante parecer do
conselho fiscal.
78
(C) O preço de emissão das ações sem valor nominal será fixado, na constituição da
companhia ou por alteração estatuária, pelo conselho de administração, e, no aumento
de capital, exclusivamente pela assembleia geral.

(D) As ações ordinárias de companhia aberta poderão ser de classes diversas, em função
de conversibilidade em ações preferenciais ou de fruição.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi parcialmente abordado no material da turma de reta final.

Correta. Art. 12, Lei n. 6.404/76. “O número e o valor nominal das ações somente
poderão ser alterados nos casos de modificação do valor do capital social ou da sua
expressão monetária, de desdobramento ou grupamento de ações, ou de cancelamento
de ações autorizado nesta Lei”.

(B) Incorreta. Art. 19, Lei n. 6.404/76. “O estatuto da companhia com ações preferenciais
declarará as vantagens ou preferências atribuídas a cada classe dessas ações e as
restrições a que ficarão sujeitas, e poderá prever o resgate ou a amortização, a
conversão de ações de uma classe em ações de outra e em ações ordinárias, e destas
em preferenciais, fixando as respectivas condições”.

(C) Incorreta. Art. 14, Lei n. 6.404/76. “O preço de emissão das ações sem valor nominal
será fixado, na constituição da companhia, pelos fundadores, e no aumento de capital,
pela assembléia-geral ou pelo conselho de administração (artigos 166 e 170, § 2º)”.

(D) Incorreta. Art. 16, Lei n. 6.404/76. “As ações ordinárias de companhia fechada
poderão ser de classes diversas, em função de: I - conversibilidade em ações
preferenciais”.

74. Sobre a ineficácia e a revogação de atos praticados antes da falência, a Lei no


11.101/2005 dispõe que

(A) são ineficazes os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-
se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar
independente do prejuízo sofrido pela massa falida.

(B) a ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada
79
mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo.

(C) a ação revocatória poderá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer
credor ou pelo Ministério Público no prazo de 2 (dois) anos, contado da decretação da
falência.

(D) o juiz poderá, a requerimento de qualquer uma das partes da ação revocatória,
ordenar, como medida preventiva, na forma processual estabelecida na lei falimentar,
o arresto ou sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em
poder de terceiros.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta


final.

(A) Incorreta. Não depende de concilius fraudis. Art. 129, Lei n. 11.101/05. “São
ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do
estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar
credores”.

(B) Correta. Art. 129, parágrafo único, Lei n. 11.101/05. “A ineficácia poderá ser
declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou
incidentalmente no curso do processo”.

(C) Incorreta. Art. 132, Lei n. 11.101/05. “A ação revocatória, de que trata o art. 130
desta Lei, deverá ser proposta pelo administrador judicial, por qualquer credor ou pelo
Ministério Público no prazo de 3 (três) anos contado da decretação da falência”.

(D) Incorreta. Apenas bens específicos (sequestro). Art. 137, Lei n. 11.101/05. “O juiz
poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como medida
preventiva, na forma da lei processual civil, o seqüestro dos bens retirados do
patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros”.

75. Assinale a alternativa correta sobre as sociedades por quotas de responsabilidade


limitada.

(A) Ressalvado o disposto em lei especial, integralizadas as quotas, pode ser o capital
80
aumentado, com a correspondente modificação do contrato, e, até noventa dias após a
deliberação, terão os sócios preferência para participar do aumento, na proporção das
quotas de que sejam titulares, vedada a cessão do direito de preferência.

(B) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem
seja sócio, independentemente de audiência dos outros, ou a estranho, se não houver
oposição de titulares de mais de um terço do capital social.

(C) Sem prejuízo dos poderes da assembleia dos sócios, pode o contrato instituir
conselho fiscal composto de dois ou mais membros e respectivos suplentes, residentes
no País, eleitos em assembleia anual, vedada a eleição de membros não sócios nos
termos da lei.

(D) A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro
meses seguintes ao término do exercício social, com o objetivo de, dentre outros
assuntos, designar administradores, quando for o caso.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta
final.

(A) Incorreta. Art. 1.081, Código Civil. “Ressalvado o disposto em lei especial,
integralizadas as quotas, pode ser o capital aumentado, com a correspondente
modificação do contrato. § 1o Até trinta dias após a deliberação, terão os sócios
preferência para participar do aumento, na proporção das quotas de que sejam
titulares”

(B) Incorreta. Art. 1.057, Código Civil. “Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua
quota, total ou parcialmente, a quem seja sócio, independentemente de audiência dos
outros, ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um quarto do
capital social”.

(C) Incorreta. Art. 1.066, Código Civil. Sem prejuízo dos poderes da assembléia dos
sócios, pode o contrato instituir conselho fiscal composto de três ou mais membros e
respectivos suplentes, sócios ou não, residentes no País, eleitos na assembléia anual
prevista no art. 1.078”.

(D) Correta. Art. 1.078, Código Civil. A assembléia dos sócios deve realizar-se ao menos
uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício social, com o
81
objetivo de: […] II - designar administradores, quando for o caso”.

DIREITO TRIBUTÁRIO

76. Determinado investidor realiza investimento em empresa do ramo imobiliário por


meio do aporte, nesta empresa, de imóvel de sua propriedade. A empresa investida
extrai e sempre extraiu 100% da sua receita a partir de transações imobiliárias. A
respeito dessa situação hipotética, é correto afirmar, com base na Constituição Federal,
que

(A) haverá isenção do imposto estadual incidente sobre a transferência, caso o


investidor seja instituição filantrópica.

(B) incide imposto de competência dos estados sobre a transferência do imóvel à


empresa em realização do seu capital.

(C) incide imposto de competência dos municípios sobre a transferência do imóvel à


empresa em realização do seu capital.
(D) não incide o imposto sobre a transferência de bens imóveis inter vivos na situação
descrita, por se tratar de transferência para realização de capital em empresa.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

A realização de capital através de imóveis é imune ao ITBI, salvo se essa for a atividade
preponderante da empresa, como no caso da questão. Art. 156, § 2º, I, CF

77. A respeito da hierarquia das normas tributárias no ordenamento jurídico brasileiro,


é correto afirmar, com base no Código Tributário Nacional (CTN), que

(A) o CTN é formalmente lei ordinária, mas materialmente lei complementar, motivo
pelo qual apenas pode ser alterado por lei complementar no que refere às normas gerais
sobre tributação.

(B) o CTN é formalmente lei complementar, mas materialmente lei ordinária, motivo
pelo qual pode ser alterado por lei ordinária no que refere às normas gerais sobre
tributação.
82
(C) por ser materialmente lei ordinária, o CTN pode ser modificado livremente por
medida provisória posterior que o contrarie.

(D) as normas gerais contidas no CTN podem ser alteradas por lei ordinária, apesar da
aprovação desse código como lei complementar.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

Pela teoria de recepção, as normas materialmente compatíveis com a nova CF seriam


por esta recepcionadas, passando a ter o mesmo status da espécie legislativa exigida
pela nova Carta para disciplinar a matéria.

O CTN, embora tenha sido instituído como Lo, adquiriu o status de Lc desde a CF/67,
mais precisamente a partir de 15.03.1967. Foi a partir da CF/67 que se criou a figura da
LC.
O CTN, portanto, traz normas gerais sobre direito tributário contidas no art. 146 da CF,
só podendo ser alterado por LC.

78. Assinale a alternativa correta quanto às regras de interpretação da legislação


tributária.

(A) O emprego da analogia poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei,
observado o princípio da anterioridade.

(B) A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos de
direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal.

(C) O emprego da equidade poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo


devido, desde que no curso de fiscalização.

(D) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da definição de seus
institutos, conceitos e formas e para definição dos respectivos efeitos tributários.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS
83
(A) Incorreta. Artigo 108, § 1º, do CTN;

(B) Correta. Artigo 110 do CTN;

(C) Incorreta. Artigo 108, § 2º, do CTN;

(D) Incorreta. Artigo 109 do CTN.

79. Segundo o CTN, a natureza jurídica do tributo

(A) é determinada pela destinação do recurso arrecadado, sendo irrelevante para


qualificá-la o fato gerador da obrigação tributária.

(B) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para
qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei.

(C) é determinada pela denominação do tributo, sendo relevante para qualificá-la a


destinação da obrigação tributária.
(D) é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo ainda relevante
para qualificá-la a destinação legal do produto da sua arrecadação.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

Artigo 4º, I, CTN.

80. Os empréstimos compulsórios e os impostos residuais poderão ser instituídos

(A) pela União, mediante lei ordinária, nas hipóteses autorizadas pelo Código Tributário
Nacional.

(B) por todos os entes da federação, por meio de lei ordinária, desde que respeitem a
não cumulatividade.

(C) pela União, por meio de medida provisória, devendo o seu produto ser
compartilhado com estados e municípios.
84
(D) pela União, mediante lei complementar, nas hipóteses autorizadas pela Constituição
Federal.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

Competência exclusiva da União para instituir os empréstimos compulsórios e os


impostos residuais, ambos por Lc. Artigos 148 e 154, I, ambos da CF

81. Caso a administração tributária deseje impor aos contribuintes a obrigação de


entrega de informações econômicas específicas por meio de declaração eletrônica, no
interesse da fiscalização tributária, é correto afirmar, com base no CTN, que essa
obrigação

(A) poderá estar prevista em ato normativo infralegal e deverá guardar razoabilidade
com o interesse de fiscalização tributária, não onerando de forma desproporcional os
contribuintes.
(B) deverá ser prevista em lei ou em convenção internacional, mas poderá ser exigida
imediatamente após a sua publicação.

(C) deverá ser prevista em lei e apenas poderá ser exigida decorridos 90 (noventa) dias
da sua entrada em vigor.

(D) poderá estar prevista em decreto e apenas poderá ser exigida no exercício fiscal
seguinte ao da publicação deste.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão.

Trata-se de uma obrigação acessória que decorre de legislação tributária (sentido mais
amplo que a lei), cuja aplicação se perfaz imediata aos fatos geradores futuros e aos
pendentes. Artigos. 113, § 2º; 194, c/c art. 105, todos do CTN.

82. A Assembleia Legislativa de determinado estado da federação aprova lei de


parcelamento tributário estabelecendo, entre outras medidas, a suspensão, por 36
85
(trinta e seis) meses, dos pagamentos devidos por tributos vencidos até o momento de
aprovação da lei, o parcelamento em 120 (cento e vinte) parcelas das dívidas e o perdão
de 50% das multas tributárias devidas. Neste contexto, é correto afirmar que a lei previu
instrumentos de

(A) exclusão (remissão) e extinção do crédito tributário (anistia e parcelamento).

(B) suspensão da exigibilidade (moratória) e extinção do crédito tributário (anistia).

(C) suspensão da exigibilidade (moratória e parcelamento) e exclusão do crédito


tributário (anistia).

(D) anulação (remissão) e extinção do crédito tributário (parcelamento).de ocupação


profissional.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado na aula de revisão e no material da turma de reta


final.
A moratória dilata o pagamento; o parcelamento divide o crédito; em ambos os casos
se suspende o crédito tributário. Artigo 151, I e VI, do CTN.

A anistia se consubstancia no perdão da penalidade pecuniária (multa); é hipótese de


exclusão do crédito tributário. Artigo 175, II, CTN.

83. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação
de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria

(A) subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título
a prova de sua quitação.

(B) no caso de arrematação em hasta pública, permanecem ligados ao imóvel,


respondendo o alienante solidariamente pela sua quitação.

(C) no caso de arrematação em hasta pública, permanecem ligados ao imóvel,


respondendo o arrematante pela sua quitação.
86
(D) subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, ainda que conste do título a
prova de sua quitação

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

Artigo 130 do CTN.

84. O crédito tributário goza de privilégios e garantias especiais em razão da sua


correlação com o financiamento do Estado e das políticas públicas a seu cargo. É correto
afirmar que, na falência,

(A) a multa tributária é subordinada a todos os demais créditos.

(B) o crédito tributário não prefere aos créditos com garantia real, no limite do valor do
bem gravado.

(C) o crédito tributário prefere aos créditos extraconcursais.


(D) a lei não poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos
decorrentes da legislação do trabalho.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. Artigo 186, parágrafo único, III, do CTN;

(B) Correta. Artigo 186, parágrafo único, I, do CTN;

(C) Incorreta. Artigo 186, parágrafo único, I, do CTN;

(D) Incorreta. Artigo 186, parágrafo único, II, do CTN.

85. Conforme prevê a Lei no 6.830/1980, a petição inicial da execução fiscal indicará
apenas

(A) a qualificação das partes, a descrição dos fatos que levam à execução, a legislação
aplicável e o valor da causa.
87
(B) o juiz a quem é dirigida, o pedido e o requerimento para a citação.

(C) a qualificação das partes, o juiz a quem é dirigida e a descrição dos fatos que levam
à execução.

(D) o juiz a quem é dirigida, o pedido, o requerimento para a citação e a descrição dos
fatos que levam à execução.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

Artigo 6º, I, II e III, Lei nº 6.830/80.

DIREITO AMBIENTAL

86. Sobre os princípios constitucionais ambientais, é correto afirmar que

(A) as entidades privadas não estão sujeitas ao princípio da informação no que se


relaciona à matéria ambiental.
(B) o princípio da função socioambiental da propriedade possui caráter de dever
individual, estando o direito à propriedade garantido se sua função social for cumprida.

(C) o princípio da prevenção implica a adoção de medidas previamente à ocorrência de


um dano concreto, embora ausente a certeza científica, com o fim de evitar a verificação
desses danos.

(D) o princípio da responsabilização integral envolve o dever do poluidor, pessoa física


ou jurídica, de arcar com as consequências de sua conduta lesiva contra o meio
ambiente, tanto na seara civil e administrativa, quanto na penal.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

A questão foi abordada na aula de revisão e no material da turma de reta final.

Vigora em nosso sistema jurídico o princípio da reparação integral ou in integrum do


dano ambiental, irmão siamês do princípio do poluidor-pagador, a determinar a
responsabilização por todos os efeitos decorrentes da conduta lesiva (inclusive criminal
e administrativa), incluindo, entre outros aspectos, o prejuízo suportado pela sociedade,
88
até que haja completa e absoluta recuperação in natura do bem lesado.

87. Em relação ao Meio Ambiente Urbano, o Estatuto da Cidade estabelece que

(A) decorridos três anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha
cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá
proceder à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública.

(B) o proprietário urbano poderá conceder a outrem o direito de superfície do seu


terreno, por tempo determinado, mediante instrumento particular registrado no
cartório de registro de imóveis e subscrito por duas testemunhas.

(C) os núcleos urbanos informais, existentes sem oposição há mais de cinco anos e cuja
área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta
metros quadrados por possuidor, são suscetíveis de serem usucapidos coletivamente,
desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
(D) a Lei Municipal específica para área incluída no plano diretor poderá determinar o
parcelamento, a edificação ou a utilização compulsória do solo urbano ou rural
edificado, subutilizado ou não utilizado.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

Art. 10 do Estatuto da Cidade - Os núcleos urbanos informais existentes sem oposição


há mais de cinco anos e cuja área total dividida pelo número de possuidores seja inferior
a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor são suscetíveis de serem
usucapidos coletivamente, desde que os possuidores não sejam proprietários de outro
imóvel urbano ou rural.

88. Sobre o acesso ao patrimônio genético e a repartição de benefícios para conservação


e uso sustentável da biodiversidade, é correto afirmar que

(A) o Estado reconhece o direito de populações indígenas e de comunidades e


agricultores tradicionais de participar da tomada de decisões, no âmbito nacional, sobre
assuntos relacionados à conservação e ao uso sustentável de seus conhecimentos
tradicionais associados ao patrimônio genético do País.
89
(B) os fabricantes de produtos intermediários e desenvolvedores de processos oriundos
de acesso ao patrimônio genético ou ao conhecimento tradicional associado ao longo
da cadeia produtiva estarão obrigados à repartição de benefícios.

(C) o acesso ao patrimônio genético existente no País ou ao conhecimento tradicional


associado para fins de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico e a exploração
econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo desse acesso serão
realizados, mediante autorização, e serão submetidos à fiscalização, sem repartição de
benefícios.

(D) qualquer conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético será


considerado de natureza individual, ainda que apenas vários indivíduos de população
indígena ou de comunidade tradicional o detenha.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

Art. 8, § 1 da Lei 13.123/2015 - O Estado reconhece o direito de populações indígenas,


de comunidades tradicionais e de agricultores tradicionais de participar da tomada de
decisões, no âmbito nacional, sobre assuntos relacionados à conservação e ao uso
sustentável de seus conhecimentos tradicionais associados ao patrimônio genético do
País, nos termos desta Lei e do seu regulamento.

89. Assinale a alternativa correta, em relação à ação civil pública, que representa um dos
instrumentos processuais da tutela ambiental.

(A) Tem legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar a associação que
esteja constituída há pelo menos 2 (dois) anos nos termos da lei civil.

(B) A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações


posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

(C) Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada,


o Ministério Público tem atribuição exclusiva para assumir a titularidade ativa.

(D) Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de


ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá
eficácia de título executivo judicial.
90
RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

Art. 2º da Lei da ACP - As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.

Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

90. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(Caput do artigo 225 da CF/88). Nesse sentido, é correto afirmar que

(A) incumbe ao Poder Público preservar a diversidade e a integridade do patrimônio


genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de
material genético.
(B) são disponíveis as terras devolutas, e indisponíveis as arrecadadas pelos Estados, por
ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.

(C) aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, apresentando solução técnica elaborada por profissional reconhecido por
órgão público competente.

(D) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense, o Cerrado, a Zona da Mata e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua
utilização far-se-á na forma da lei.

RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

A questão foi abordada no material da turma de reta final.

Art. 225, § 1º da CF - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder


Público: (...) II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País
e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
91
DIREITO ADMINISTRATIVO

91. Segundo o que dispõe, expressamente, a Lei de Introdução às Normas do Direito


Brasileiro, na hipótese de expedição de uma licença sobre a qual exista incerteza jurídica
ou situação contenciosa na aplicação do direito público, havendo a necessidade de
eliminar esse problema, a autoridade administrativa poderá, atendidas as disposições
legais,

(A) ingressar com ação declaratória no Poder Judiciário.

(B) contratar parecer de escritório de advocacia especializado.

(C) recomendar alteração legislativa antes da decisão.

(D) celebrar compromisso com os interessados.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

Trata-se da literalidade do art. 26 da LINDB:

Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na


aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade
administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar
compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá
efeitos a partir de sua publicação oficial. (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: (Incluído pela Lei nº


13.655, de 2018)

I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os


interesses gerais; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

II – (VETADO); (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de


direito reconhecidos por orientação geral; (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)
92
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento
e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. (Incluído pela Lei nº 13.655, de
2018)

§ 2º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.655, de 2018)

92. Com base no que dispõe a Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei no
8.666/93), a declaração de nulidade de um contrato administrativo
(A) não é dotada de efeitos retroativos, não cancela os efeitos jurídicos já constituídos
ou produzidos e obriga a Administração a indenizar o contratado pelo que este houver
executado até a data da declaração e pelos prejuízos que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

(B) é dotada de efeitos retroativos, impedirá os efeitos jurídicos que ele deveria produzir
e desconstituirá os já produzidos, e exonera a Administração do dever de indenizar o
contratado pelo que este houver executado pelo período do contrato e por outros
eventuais prejuízos, independentemente de sua culpa, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa.
(C) é dotada de efeitos retroativos, impedirá os efeitos jurídicos que ele deveria produzir
e desconstituirá os já produzidos, mas não exonera a Administração do dever de
indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data da declaração e por
outros comprovados prejuízos que não lhe seja imputável, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa.

(D) é dotada de efeitos retroativos, impedirá os efeitos jurídicos que ele deveria
produzir, mas não desconstituirá os já produzidos, e exonera a Administração do dever
de indenizar o contratado pelo que este houver executado pelo período do contrato e
por outros comprovados prejuízos que não lhe seja imputável, promovendo-se a
responsabilidade de quem lhe deu causa

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

Mais uma vez, trata-se da literalidade de dispositivo legal, qual seja o art. 59 da Lei
Federal nº 8.666/1993, segundo o qual:

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente


impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de
93
desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o


contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por
outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável,
promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

93. Determinado órgão público pretende realizar duas contratações. A primeira refere-
se à aquisição de bens produzidos no País por mais de uma empresa, os quais, conforme
parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão
responsável pela contratação, envolvem, cumulativamente, alta complexidade
tecnológica e defesa nacional. A segunda refere-se a serviços de publicidade e
divulgação, que, conforme manifestação do órgão técnico responsável pela contratação,
só podem ser prestados por empresas de notória especialização. Nessa hipótese, de
acordo com a Lei de Licitações (Lei no 8.666/93), a primeira contratação

(A) precisa ser feita por meio de licitação, mas a segunda a dispensa.

(B) pode ser feita diretamente por inexigibilidade de licitação, mas a segunda exige
licitação.
(C) dispensa a licitação, mas, para a segunda, a lei veda a inexigibilidade.

(D) dispensa licitação, e a segunda pode ser feita por inexigibilidade de licitação.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O tema da questão foi parcialmente abordado na aula de revisão.

No primeiro caso, cuida-se do inciso XXVIII do art. 24 da Lei Federal nº 8.666/1993, de


acordo com o qual a licitação é dispensável:

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que


envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional,
mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do
órgão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

No segundo, trata-se da vedação do inciso II do art. 25 da Lei de Licitações, que proíbe


a contratação direta, por inexigibilidade de licitação, de serviços de publicidade e
divulgação:
94
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos


por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de
marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido
pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou
o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas
entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza


singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

94. De acordo com a Lei de Consórcios Públicos, é nula a cláusula do contrato de


consórcio que estabeleça que o ente da Federação consorciado promova, em relação ao
consórcio público,

(A) cessão de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
(B) a doação de bens móveis.

(C) a cessão de uso de bens imóveis.

(D) contribuições financeiras ou econômicas em geral.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

De início, a questão parece difícil, eis que cobra uma especificidade da Lei de Consórcios
Públicos. Entretanto, o candidato podia estrategicamente se lembrar que a
transferência de recursos públicos do ente consorciado ao consórcio se dá por meio do
contrato de rateio, instrumento contratual próprio e paralelo ao contrato de consórcio
público (art. 8º da Lei de Consórcio). É a literalidade do § 3º do art. 4º da Lei de
Consórcios Públicos, que assim dispõe:

§ 3o É nula a cláusula do contrato de consórcio que preveja determinadas contribuições


financeiras ou econômicas de ente da Federação ao consórcio público, salvo a doação,
destinação ou cessão do uso de bens móveis ou imóveis e as transferências ou cessões
de direitos operadas por força de gestão associada de serviços públicos.
95
§ 4o Os entes da Federação consorciados, ou os com eles conveniados, poderão ceder-
lhe servidores, na forma e condições da legislação de cada um.

95. Nos termos da legislação pátria, se uma concessionária pretender fazer a


subconcessão do serviço público a ela concedido,

(A) poderá fazê-lo, desde que prevista em contrato, a ser efetivada por meio de
concorrência, exigido decreto autorizativo.

(B) poderá fazê-lo por meio de leilão, desde que prevista no contrato de concessão,
independentemente da anuência expressa do poder concedente.

(C) não poderá fazê-lo, por expressa vedação legal, tendo em vista que o contrato de
concessão é de caráter personalíssimo.

(D) poderá fazê-lo por meio de concorrência, desde que autorizada no contrato, com
anuência expressa do poder concedente.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS
O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

Trata-se do art. 26 da Lei Federal nº 8.987/1995.

Bem, os contratos de concessão e permissão de serviços públicos são celebrados intuitu


personae, incumbindo à própria concessionária a execução do serviço público a ela
concedido. Admitem-se, contudo, certas hipóteses em que poderá haver a transferência
de encargos da concessionária ou de seus sócios para terceiros.

A transferência de encargos pode ocorrer por:

- Contratação com terceiros (art. 25): é possível a subcontratação com terceiros,


independentemente de autorização prévia do poder concedente, de atividades
inerentes, acessórias ou complementares ao serviço público concedido, bem como a
implementação de projetos associados ao serviço público, hipóteses em que a
concessionária mantém a responsabilidade exclusiva pela correta prestação do serviço
público (art. 25, §1º). Nesta hipótese, a relação jurídica travada entre as concessionárias
de serviços públicos e os terceiros, subcontratados, são de direito privado, inexistindo
vínculo jurídico entre os terceiros e o poder concedente;
96
- Subconcessão (art. 26): a subconcessão é admitida desde que respeitados 3 requisitos:
i) previsão dessa possibilidade no contrato de concessão;
ii) autorização pelo poder concedente e
iii) realização de licitação na modalidade concorrência.

Neste caso, a prestação do serviço público será subdelegada, parcialmente, ao terceiro


subconcessionário, que se sub-rogará em todos os direitos e obrigações (art. 26, §2º). A
subconcessão da Lei nº 8.987/95 não se confunde com a subconcessão da Lei nº
8.666/93. Também não se confunde com a cessão ou transferência da concessão, que
é outra forma de transferência de encargos. Na subconcessão, a concessionária
originária mantém-se vinculada ao poder concedente, não sendo afastado o seu dever
de manter a prestação do serviço adequado relativamente às parcelas que não foram
subconcedidas. Por sua vez, na transferência de concessão, o contrato é totalmente
entregue nas mãos de terceiros, após autorização do poder concedente, havendo a
completa substituição da empresa originalmente vencedora da licitação;

- Transferência da concessão (art. 27): é possível, após a anuência do poder concedente,


sob pena de caducidade da concessão. A transferência da concessão implica verdadeira
cessão da posição jurídica da figura do concessionário. Com essa modificação subjetiva
do contrato de concessão, substitui-se o concessionário por outra pessoa jurídica, com
a qual o poder concedente passará a se relacionar. A doutrina defende a
inconstitucionalidade da transferência da concessão nos moldes previstos na Lei Federal
nº 8.987/95, pois, distintamente do que ocorre com a subconcessão, é promovida sem
que haja o prévio procedimento licitatório. Registre-se que o Poder Judiciário ainda não
se posicionou sobre o assunto, sendo, portanto, a questão da inconstitucionalidade um
posicionamento exclusivamente doutrinário;

- Transferência de controle societário (art. 27): essa transferência provoca uma


alteração do quadro societário, mas a pessoa jurídica permanece a mesma, não
havendo, tecnicamente, alteração subjetiva do contrato. De qualquer forma, deve ser
precedida de anuência do poder concedente, sob pena de caducidade da concessão.
Para fins de obtenção da anuência, o pretendente deverá: atender às exigências de
capacidade técnica, idoneidade financeira e regularidade jurídica e fiscal necessárias à
assunção do serviço; e comprometer-se a cumprir todas as cláusulas do contrato em
vigor;

- Assunção do controle ou administração temporária da concessionária por seus


financiadores e garantidores com quem não mantenha vínculo societário direto (art.
27-A): a Lei Federal nº 13.097/15 acrescentou o art. 27-A que possibilita ao poder
concedente autorizar a assunção do controle ou da administração temporária da
concessionária para promover sua reestruturação financeira e assegurar a continuidade
97
da prestação dos serviços. Apesar da transferência do controle da sociedade, não haverá
alteração das obrigações da concessionária e de seus controladores perante o poder
concedente. O poder concedente exigirá dos financiadores e dos garantidores que
atendam às exigências de regularidade jurídica e fiscal, podendo alterar ou dispensar a
necessidade de atendimento às exigências de capacidade técnica e idoneidade
financeira.

96. A administração pública celebrou um contrato de concessão patrocinada,


estabelecendo uma parceria público-privada, pelo prazo de 8 anos, cujo objeto único é
a execução de obra pública no valor de 15 milhões de reais, estando previsto em
contrato que haverá a contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro
privado. Segundo a legislação pátria aplicável à espécie, a ilegalidade que pode ser
apontada nesse caso é

(A) o prazo do contrato, que não pode ser inferior a 10 anos.

(B) o valor do contrato, que não pode ser inferior a 20 milhões de reais.

(C) o objeto do contrato, que não pode ser unicamente de execução de obra pública.
(D) a contraprestação pecuniária do ente público ao parceiro privado.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS

O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Incorreta. A questão cobrou a literalidade dos dispositivos da Lei 11.079/2004, que
institui normas gerais para licitação e contratação de parceria público-privada no âmbito
da administração pública. Em relação ao prazo, este não poderá ser inferior a 05 nem
superior a 35 anos, conforme arts. 5º, I e 2º, §4º, II.

(B) Incorreta. O valor do contrato não poderá ser inferior a R$ 10.000.000,00 (dez
milhões de reais). Trata-se de modificação operada pela Lei nº 13.529/2017, que alterou
o montante mínimo dos contratos de PPP de 20 para 10 milhões de reais.

(C) Correta. Conforme expressa disposição da Lei 11.079/2004, é vedada a celebração


de contrato de parceria público-privada que tenha como objeto único o fornecimento
de mão-de-obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra
pública (2º, §4º, III).
98
(D) Incorreta. O contrato de concessão patrocinada caracteriza-se justamente pela
existência de contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado,
adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários (art. 2º, §§ 1º e 3º).

97. Assinale a alternativa correta a respeito do processo judicial de desapropriação.

(A) A ação, quando a União for autora, será proposta no foro da Capital do Estado onde
for domiciliado o réu; sendo outro o autor, no foro do seu domicílio.

(B) A imissão provisória poderá ser feita mediante o depósito, exigida, contudo, a prévia
citação do réu.

(C) Os juros compensatórios são devidos, na desapropriação direta, desde a imissão


antecipada na posse e, na indireta, da efetiva ocupação do imóvel.

(D) Na hipótese de urgência, o expropriante poderá ser emitido provisoriamente na


posse do bem, que será autorizada mediante o depósito da quantia oferecida na inicial.

RESPOSTA: C
COMENTÁRIOS
O assunto da questão foi abordado no material da turma de reta final.

(A) Incorreta. De acordo com a literalidade do art. 11 do Decreto-Lei nº 3.365/41, que


dispõe sobre desapropriações por utilidade pública, a ação, quando a União for autora,
será proposta no Distrito Federal ou no foro da Capital do Estado onde for domiciliado
o réu, perante o juízo privativo, se houver; sendo outro o autor, no foro da situação dos
bens.

(B) Incorreta. A imissão na posse depende do preenchimento de 02 (dois) requisitos


legais, quais sejam, a declaração de urgência e o depósito prévio, podendo realizar-se
independentemente da citação do réu, nos termos do art. 15, §1º do Decreto-Lei nº
3.365/41.

(C) Correta. Os juros compensatórios têm por objetivo compensar o expropriado pelo
fato de ter perdido a posse antes de receber a justa indenização. Eles começam a incidir
a partir do momento em que o particular perde a posse do bem, ou seja, com a imissão
provisória na posse, na desapropriação direta, e com a efetiva ocupação, na
desapropriação indireta (art. 15-A; Súmula 164, STF; Súmula 69, STJ).

(D) Incorreta. De fato, na hipótese de urgência, o expropriante poderá ser emitido


99
provisoriamente na posse do bem, mediante o depósito, o qual deverá obedecer os
critérios previstos no art. 15, §1º do Decreto-lei nº 3.365/41, que estabelece que o valor
do depósito será equivalente: (i) ao preço oferecido, se este for superior a 20 vezes o
valor locativo, caso o imóvel esteja sujeito ao imposto predial; (ii) à quantia
correspondente a 20 vezes o valor locativo, estando o imóvel sujeito ao imposto predial
e sendo menor o preço oferecido; (iii) ao valor cadastral do imóvel, para fins de
lançamento do IPTU ou ITR, caso o referido valor tenha sido atualizado no ano fiscal
imediatamente anterior; e, (iv) não tendo havido a atualização a que se refere o inciso
(iii), o juiz fixará independente de avaliação, a importância do depósito, tendo em vista
a época em que houver sido fixado originalmente o valor cadastral e a valorização ou
desvalorização posterior do imóvel. O STF considerou que esses critérios foram
recepcionados pela CF/88, conforme dispõe o enunciado na Súmula 652/STF: “Não
contraria a Constituição o art. 15, § 1º, do Decreto-lei 3365/1941 (Lei da desapropriação
por utilidade pública)”. O argumento do STF é que, embora esses critérios possam não
corresponder ao real valor do bem, não há vulneração à garantia constitucional da justa
indenização (art. 5º, XXIV, CF/88), tendo em vista que esta somente é fixada ao final,
com a sentença (STF, RE n° 178.215-3). De modo diverso, o STJ entendeu que apenas o
“caput” do art. 15 do DL foi recepcionado pela CF/88, tendo ocorrido derrogação de
seus parágrafos, justamente por incompatibilidade com a garantia constitucional da
justa indenização, sendo imprescindível a realização de avaliação judicial provisória para
a fixação do valor do depósito prévio (STJ, REsp 181407 / SP).

98. Ajuizada a ação de improbidade administrativa contra um servidor público e contra


particular que tenham se enriquecido indevidamente, os réus fazem proposta de
transação, na qual, como única contrapartida de sua parte, se propõem a pagar multa a
ser, oportunamente, arbitrada. Segundo a Lei de Improbidade administrativa, nessa
hipótese, é correto afirmar que a referida transação

(A) não poderá ser admitida nos termos propostos, por expressa vedação legal.

(B) não poderá ser firmada com o servidor público, mas apenas com o particular, que
deverá pagar multa de duas vezes o dano causado ao erário.

(C) poderá ser admitida nos termos propostos, mas o servidor ainda deve sofrer a pena
de perda da função pública, e ambos terão suspensos seus direitos políticos pelo prazo
de até oito anos.

(D) poderá ser admitida, desde que a multa seja, no mínimo, de cem por cento do
prejuízo causado ao erário.
100
RESPOSTA: A
COMENTÁRIOS

O § 1º do art. 17 da Lei de Improbidade Administrativa veda expressamente a transação,


o acordo ou a conciliação nas ações de improbidade, dada a indisponibilidade dos
interesses envolvidos (patrimônio público e moralidade administrativa).

99. Assinale a alternativa que está em conformidade com o disposto na Lei de


Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no 101/2000).

(A) É expressamente vedada a realização de operação de crédito por antecipação de


receita com o objetivo de atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro.

(B) Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do orçamento em que


houverem sido incluídos integram a dívida consolidada, para fins de aplicação dos
limites da dívida pública.
(C) Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações
constitucionais e legais do ente, salvo aquelas destinadas ao pagamento do serviço da
dívida.

(D) Os valores dos contratos de terceirização de mão de obra que se referem à


substituição de servidores e empregados públicos não podem ser contabilizados como
“Outras Despesas de Pessoal”.

RESPOSTA: B
COMENTÁRIOS

(A) Incorreta. A questão cobrou a literalidade dos dispositivos da Lei de


Responsabilidade Fiscal. Ao contrário do que dispõe a alternativa, a operação de crédito
por antecipação de receita destina-se justamente a atender insuficiência de caixa
durante o exercício financeiro, nos termos do art. 38.

(B) Correta. Transcrição literal do art. 30, §7º.

(C) Incorreta. De acordo com o art. 9º, §2º, “não serão objeto de limitação as despesas
que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas
destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes
101
orçamentárias”.

(D) Incorreta. Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem


à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como "Outras
Despesas de Pessoal" (art. 18, §1º).

100. A “Associação ABC”, constituída há seis meses, cuja finalidade institucional é a


proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor e à ordem
econômica, ajuizou ação civil pública com o objetivo de restituir tributos pagos
indevidamente pelos seus associados. Considerando essa situação hipotética, nos
termos da Lei da Ação Civil Pública (Lei no 7.347/1985), é correto afirmar que a referida
ação

(A) pode ser legalmente conhecida e processada pelo Poder Judiciário, considerando
que, nesse caso, o requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz e o objeto
da ação não é vedado pela Lei.
(B) pode ser legalmente conhecida e processada pelo Poder Judiciário, tendo em vista
que o requisito da pré-constituição está dentro das exigências legais e o objeto da ação
é previsto na Lei.

(C) está em desconformidade com a Lei, tendo em vista que, embora o objeto da ação
seja legalmente admitido, a associação, para ter legitimidade ativa, deveria estar
constituída há pelo menos um ano e este requisito não pode, em tese, ser dispensado.

(D) está em desacordo com a Lei, uma vez que, embora o requisito da pré-constituição
possa, em tese, ser dispensado pelo juiz em certos casos, o objeto da demanda não pode
ser veiculado por meio de ação civil pública.

RESPOSTA: D
COMENTÁRIOS

Em regra, só terá legitimidade para ajuizar ação civil pública a associação que esteja
constituída há pelo menos 01 ano, nos termos da lei civil (art. 5º, V, da Lei de Ação Civil
Pública). No entanto, tal requisito legal poderá ser dispensado quando houver interesse
social refletido pela dimensão ou característica do dano, conforme prevê o § 4º do art.
5º da LACP. No entanto, no caso em tela, ainda que superado o requisito temporal, a
ACP não tem cabimento, em virtude de seu objeto, já que “não será cabível ação civil
102
pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias,
o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza
institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados” (art. 1º, §
1º, LACP).

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