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Tudo começou quando assistiu ao filme“O Exorcista”.

A cena que mais a impressionou e que


associa ao seu pesadelo foi a da menina se debatendo, e a cama balançando. Sua mãe,
espírita, levou-a para tomar “uns passes”. Também consultou médicos e usou tranquilizantes.
No sonho, estava dormindo de barriga para cima, e um demônio tentava penetrá-lá pelo
abdômen. Angustiada, debatia-se e lutava para impedir a penetração. Acordava suada,
cansada, com dores no corpo, a cama em desalinho. “Parece ter acontecido na realidade”
comentava com expressão de dor. Mais nova, gritava, e chorando, ia para a cama dos pais. A
partir dos treze anos, deixou de ir. Mas perdia o sono e, no dia seguinte, sentia-se extenuada,
deprimida, sem ânimo para acompanhar as aulas. Cada vez mais temia dormir. Mesmo
quando não sonhava, acordava várias vezes na noite.(MELO,et al,2010 p.41,42)

A cena do filme “O Exorcista”, que dá forma aos sonhos, Voltar-se para o limite neurótico do
funcionamento psíquico, o que justificaria a censura de não ter um sono tranquilo, quando é
para dormi ele se assombrada, sempre remetendo a lembranças voltando a personagens
fantasiados do filme, que ela interpreta como sensações assustadora impensáveis sem base
de sustentação para viver quando ele recorda das cenas, ela se sente como se não pudesse ter
foça para continuar lutando, aguentar a terrível solidão e pouco depois ter que romper o sono
por uma invasão de sonho, que se prolonga ate que ela tenha forças para acordar. medo que
a persegue. (MELO,et al,2010 p.41,43)
De acordo com Moura (2008), o livro a Interpretação dos Sonhos marca a passagem para um
modelo que investiga não apenas as manifestações psicopatológicas, mas capaz de dar conta
do psiquismo em geral. No Capitulo VI do livro, Freud elabora o primeiro grande modelo do
aparelho psíquico. O psiquismo é composto por dois grandes sistemas: inconsciente e pré-
consciente/consciente – que são separados pela censura, que através do mecanismo do
recalque, mantêm certas representações inaceitáveis fora do sistema consciente. Mas essas
representações exercem uma pressão para tornarem-se conscientes e ativas. Ocorre um jogo
de forças, entre os conteúdos reprimidos e os mecanismos repressores. Como resultado
desses conflitos há a produção das formações do inconsciente: os sintomas, sonhos, lapsos e
chistes.(LOPES,2012)
Admitindo-se a hipótese pela qual os sonhos de angústia são produções oníricas mais
próximas desses enigmas fundadores, constituindo-se em tentativas menos bem-sucedidas
de sua tradução que ganham novo endereçamento no enquadre clínico, no contexto
do caso aqui considerado pode-se supor que o setting analítico criou condições para que a
esperada tradução ocorresse — em razão daquilo que defende Laplanche acerca da situação
clínica, entendida como uma atualização da situação antropológica fundamental, capaz,
portanto, de promover traduções que, na atualidade da transferência, contribuam para
a elaboração de conteúdos inconscientes (portanto, psiquicamente sempre presentes)
que aparecem no sonho. (MELO,et al,2010 p.43)

REFERENCIAS:
MELO Henriqueta Lúcia de Arcoverde: ANDRADE Fernando Cézar Bezerra
COSTA Hélida Magalhães., Estudos de Psicanálise – Aracaju – n. 34– Dezembro. 2010
disponível em: http://www.cbp.org.br/sonhodeangustiaseducao.pdf
MOURA, J. Sigmund Freud – Biografia, 2008. Disponível em: http://artigos.psicologado.
com/abordagens/psicanalise/sigmund-freud-biografia. Acesso em 26 de fevereiro de 2012.

FREUD, S. A interpretação dos sonhos (1900). In:


_____. Edição Standard Brasileira das Obras Completas
de Sigmund Freud. Trad. Jayme Salomão. Rio de
Janeiro: Imago, 1980, v. IV e V.

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