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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO


CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA

NATALIA DOS SANTOS BARBOSA

PROTAGONISMO DAS BIBLIOTECAS COMUNITARIAS: resgatando os caminhos


da leitura literária (infantil) através do letramento literário infantil.

São Luís
2018
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NATALIA DOS SANTOS BARBOSA

PROTAGONISMO DAS BIBLIOTECAS COMUNITARIAS: resgatando os caminhos


do letramento literário infantil através da leitura literária (infantil)

Monografia apresentada à Coordenação do


Curso de Biblioteconomia, como requisito
para conclusão do curso de bacharelado em
Biblioteconomia da Universidade Federal do
Maranhão.
Orientador: Profª. Drª. Leoneide Maria
Martins Brito.

São Luís
2018
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NATALIA DOS SANTOS BARBOSA


: A IMPORT

ANCIA D

FRFAENTE AO CENARIO INEL

A CONTRIBUIÇAO ( PAPEL DESEMPENHADO) DAS BIBLIOTECAS


COMUNITARIAS PARA FOMENTAR O LETRAMENTO LITERÁRIO INFANTIL
Monografia apresentada ao curso de
Licenciatura em Filosofia da Universidade
Federal do Maranhão, como requisito
necessário à obtenção do grau de Licenciatura
em Filosofia.

Aprovada em: _____/____/_____ Conceito: __________

Composição da Banca Examinadora:

________________________________________
________________________________________
_______________________________________

________________________________________

____________________________________________

Coordenador (a) de Monografia


10

AGRADECIMENTOS

Meus mais sinceros e justos agradecimentos,

(DEUS, FAMÍLIA AMIGOS , ORIENTADORA, PROFESSORES ,COORDENADORA , UFMA )


11

RESUMO

.Palavras-chave:.
12

ABSTRACT

Keywords:
13

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................... 7

2 PAPEL DAS BIBLIOTECAS COMUNITARIAS NO PROCESSO DE


FORMAÇÃO DE LEITORES EM SÃO LUIS .......................................................... 9

3 LETRAMENTO LITERÁRIO E A FORMAÇÃO DO GOSTO DA LEITURA COM


O PÚBLICO INFANTIL

3.1 Concepções sobre letramento literário e literatura infantil na infância ........ 10


3.2 O bibliotecário como mediador no processo de formação de leitores ........... 11
4 BIBLIOTECA COMUNITÁRIA ...................................................................... 21
4.1 Histórico das bibliotecas comunitárias Monteiro Lobato e Prazer em Ler .. 21
4.2 Relevância do letramento literário infantil em bibliotecas comunitárias ..... 25
5 BIBLIOTECA COMUNITARIA MONTEIRO LOBATO E PRAZER EM LER:
os projetos de ações de leitura literária ..................................................................... 31
4.1 Projeto x ............................................................................................................... 31
4.2 Projeto Y .............................................................................................................. 33
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 38
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................. 40
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1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que é cada vez mais difícil a existência social, o processo de comunicação, do
posicionamento crítico e da perpetuação em um cidadão sem a devida apropriação do
conhecimento, da leitura e da escrita, pois, vive-se em uma sociedade da informação, uma
sociedade tida como letrada, uma sociedade que tem a informação ao alcance de um click , no
qual o acesso aos livros, aos e-books e principalmente a informação estão ao alcance de
grande parte da população, visto que, em tempos antigos, os livros e o domínio da leitura
eram privilégios de poucos. Todavia, apesar de decorridos décadas, esta realidade do não
acesso pleno a leitura, a informação ainda se faz muito presente nos dias de hoje, onde apenas
uma minoria tem o acesso pleno da leitura e da informação.
Nesse tocante, enfatiza-se que o devido direito à educação e cultura é garantido por
Lei e, confere que todas as crianças, adolescentes e jovens tenham acesso a educação, a
cultura e ao esporte. Porém apesar desta garantia, muitos estudantes passam pela escola, mas
não conseguem dominar os códigos básicos de leitura e da escrita, ou seja, muitos são
analfabetos funcionais.
Apesar de essa triste realidade assolar esta sociedade, um novo cenário está sendo
desenhando, a esfera pública tem demonstrado mais interesse com a democracia da educação
e cada vez se percebe no Brasil diversos movimentos de fomento à leitura, tais como,
bibliotecas circulantes e “pontos de leitura” (ônibus, vans, peruas, trens, barcos etc.), bem
como atividades de leitura em parques, calçadões, centros comerciais, aeroportos, estações de
metrô, trem e ônibus, há ainda a leitura em hospitais, asilos, penitenciárias, praças, espaços de
leitura nos locais de trabalho, ou programas de incentivo a leitura como o “Vamos Ler
Camaçari”, desenvolvido pela Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria da Cultura
(Secult), que utiliza uma estante de madeira com formato de uma casa e capacidade para até
300 livros, entre os de literatura e científicos e a ideia é que as pessoas escolham um livro,
leve consigo e após a leitura o deposite de volta na estante para que mais pessoas possam lê-
los. De acordo com o Instituto C&A (2009, p. 32):
Só muito recentemente é que começa a se desenhar um cenário mais alentador e
favorável: o poder público passa a se preocupar com a democratização da
informação e não somente com o mercado editorial. Ao mesmo tempo, crescem os
movimentos de fomento à leitura, de formação de leitores e de ampliação e
democratização do acesso ao livro. Atualmente, pode-se dizer que o livro e a leitura
fazem parte da pauta cultural da nação. Mas ainda é preciso maior respaldo do poder
público para que esses movimentos e iniciativas se afirmem, e que as ações de ler e
frequentar bibliotecas passem a fazer parte do cotidiano dos brasileiros.
Nesse sentindo, apregoa-se que as práticas sociais de leitura e de escrita estão
presentes na vida cotidiana de praticamente toda a sociedade. Ler um livro para a escola;
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pegar o ônibus correto para casa ou para ir a um determinado lugar; orientar-se pelas placas
quando está dirigindo; ler a bula de um remédio; fazer de conta que lê uma história, mesmo
que ainda não seja alfabetizado; compor uma música com os amigos; ler o resumo das novelas
na revista; fazer uma lista de compras etc. Todas essas atividades constituem formas de
utilização social da leitura e da escrita, sendo assim práticas de letramento. Percebemos como
o conceito de letramento é bastante abrangente.
Este não domínio da leitura e da escrita, o não acesso aos livros, está fortemente
associado à pobreza, a exclusão, as desigualdades sociais, bem como a falta de oportunidades
em nossa sociedade e sabe-se que há muitos esforços para mudar esta realidade. Criou-se
projetos que promovem o incentivo a leitura, a democratização do livro, há o fortalecimento
de políticas públicas que visam o acesso à cultura, a informação e juntamente a estes dois, o
acesso aos livros literários. Os esforços ainda não são suficientes pra se construir uma
sociedade letrada literaturalmente, ainda sim, isto representa um avanço muito grande para o
acesso ao livro literário.
Seguindo nessa lógica, infere-se que o acesso ao livro literário está mais acessível na
sociedade da informação e do conhecimento, contudo, ainda não se tem uma sociedade
letrada, pois, ser letrado não significa o processo de alfabetização, ou seja, não implica
somente em codificar e decodificar os signos, mas sim, associar esta leitura às demandas
sociais da leitura e da escrita.

Apesar de a literatura ser considerada um direito humano, que permite ao sujeito se


reconhecer no mundo, criar laços, expor seus sentimentos, diverti-se, aprender, infelizmente,
ainda é um privilégio aos que têm maior poder aquisitivo. Na luta a favor da democratização
do acesso à informação, surgem as bibliotecas comunitárias.
Neste sentido, as bibliotecas comunitárias, juntamente com o oficio do bibliotecário
em ser um democratizador da informação são chaves de formação e incentivo a leitura
literário, construindo uma realidade de letramento literário. De acordo com Instituto C&A
(2016, p. 22, v. 1):
O acesso à leitura literária é um direito de toda criança e todo adolescente. Pelos
caminhos da literatura, é possível experimentar a liberdade para pensar, sentir e
fabular. A ficção amplia o horizonte de possibilidades e de formas de estar no
mundo. A palavra elaborada sugere enredos, apresenta imagens e sonoridades
diferentes daquelas usadas nas conversas do dia a dia.
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Ainda em consonância com o Instituto C&A (2009), reporta-se que a atividade de ler e
frequentar bibliotecas são costumes que ainda estão longe de se tornar parte da vida cotidiana
dos brasileiros e dos maranhenses. Todavia, os esforços que os projetos de leitura e de ações
de promoção do livro vêm realizados têm demonstrado bons resultados, pois, “[...] A segunda
edição da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, sobre o comportamento leitor dos brasileiros,
promovida pelo Instituto Pró-Livro, revela que os leitores que mantêm relação mais frequente
com livros são justamente os da faixa etária de 11 a 17 anos”. (Instituto C&A, 2009, p. 42).
Isto posto, depreende-se que quanto mais novos, maior o percentual de penetração da
leitura no cotidiano. Dados como esses demonstram que investir projetos de leitura e de ações
de promoção do livro é o caminho para se construir crianças letradas literaturalmente.
Nesse sentido, o encargo do bibliotecário deveria ter como principal objetivo a
democratização do acesso à informação. Seu conhecimento técnico, especializado e
humanístico sobre organização e fontes de informação, estudos de usuários, além de leitura e
formação de leitores, reforça seu papel em proporcionar o acesso à informação, à leitura e
literatura.
Por isto, este trabalho acredita neste objetivo, na formação de leitores e do letramento
literário infantil para a emancipação crítica e cidadã. É possível perceber que o tema do
trabalho letramento literário e formação de leitores é encontrado em debates sobre cidadania e
biblioteca escolar, pública e pouco se fala em letramento literário em bibliotecas
comunitárias, como se formar leitor fosse somente papel da escola ou apenas a ser realizado
em bibliotecas públicas e escolares. Logo, a formação de leitores pode e deve ser voltado para
as bibliotecas comunitárias e se voltando ao público infantil, pois é a partir desta base que
conseguiremos formar adolescentes, jovens, adultos e idosos críticos, cidadãos, leitores e
letrados literaturalmente.
Sabe-se que no Brasil há um movimento orgânico, profundo e abrangente das
bibliotecas comunitárias, atuantes principalmente nas periferias que desenvolvem a formação
de leitores, a partir da perspectiva do direito humano à leitura. Esses movimentos lutam por
políticas públicas à leitura e necessitam ser mais bem aprofundadas por bibliotecários e pelas
universidades. É preciso estar atento ao trabalho de pessoas, que não são bibliotecárias e, em
territórios bibliotecas, e de que forma essas pessoas estão contribuindo para a formação de
leitores no nosso país. Pois, como já reporta Machado; Vergueiro (2010, p. 248):
É principalmente em regiões periféricas - onde as populações têm maior dificuldade
de acesso à informação, à cultura e à educação de qualidade e serviços públicos em
geral -, que percebemos o surgimento de novos espaços de leitura, comumente
denominados de “biblioteca comunitária”. São espaços que se formam a partir de
ações locais coletivas, baseadas em atitudes criativas e solidárias e lideradas por
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grupos que tomam para si o desafio de solucionar a carência da leitura, na luta


constante contra a crescente exclusão social.

No entanto, a realidade apresentada na capital do maranhão em prol das lutas a favor


das bibliotecas comunitárias, do incentivo a leitura é bem construída pelos bibliotecários que
acreditam na biblioteconomia social, no papel do bibliotecário em ser democratizador da
informação, as relações entre o papel da biblioteca e as necessidades de um mundo mais justo
estão sendo discutidas, considerando o papel do bibliotecário e da biblioteca para além da
comunitária tem o “[...] objetivo comum de ampliar o acesso da comunidade à informação, à
leitura e ao livro com vistas a sua emancipação social”. (MACHADO, 2008, p. 64).
Neste sentido, em busca de problematizar acerca do letramento literário em bibliotecas
comunitárias este trabalho foi em busca de averiguar o protagonismo que as bibliotecárias
comunitárias têm representado na capital ludovisence, no sentido de formar leitores e
construir o letramento literário com o publico infantil. Nesse sentido, os bibliotecários de São
Luís - MA são bem conscientes da importância das bibliotecas comunitárias e por isso, estas
bibliotecas são fortemente presente e atuantes em vários bairros periféricos de São Luis.
Nessa continuidade temos o conjunto de bibliotecas comunitárias ligadas por uma rede a Rede
de Bibliotecas Comunitárias de São Luís- Ilha Literária, que conta com um quantitativo de 16
bibliotecas comunitárias instaladas em vários bairros da capital ludovisence.
A Ilha Literária atua nas comunidades, compartilhando projetos e ações que tem como
objetivos, garantir acesso aos livros e a democratização da leitura. A rede se constituiu a partir
da união da Rede Leitora Ler Pra Valer e Rede Leitora Terra das Palmeiras que passaram a
atuar juntas a partir de 2016, através de um projeto apoiado pelo Instituto C&A. De acordo
com as informações veiculadas no site da Rede Literária, a Rede conta com implantação de
bibliotecas comunitárias em 9 bairros da capital maranhense, sendo eles, Coroadinho, Salinas
do Sacavém, Vila Conceição, Vila dos Frades, Cidade Olímpica, Janaína, Santa Clara e João
de Deus, fazendo empréstimos e mediações de leitura de forma gratuita às comunidades.
Formando leitores capazes de exercer plena cidadania para a construção do bem viver.
Desta Rede, escolheu-se trabalhar com duas bibliotecas comunitárias, a Biblioteca
comunitária Monteiro Lobato, localizada no bairro Cidade Operária e a Biblioteca
comunitária Prazer em Ler, localizada no bairro Vila dos Frades.
Acredita-se nesta investigação que o uso da Literatura Infantil no processo de
aquisição da leitura desperte na criança a curiosidade e a necessidade de ser um leitor,
construindo o processo do letramento literário infantil, garantindo condições para que ela
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represente o mundo e a vida através das palavras, deixando criatividade, prazer e


aprendizagem entrelaçados.
Partindo disso, o objetivo principal desta pesquisa é averiguar a contribuição que as
bibliotecas comunitárias cooperam para o letramento literário do publico infantil.
Partindo desse objetivo geral e definida a pesquisa a ser realizada, o presente estudo
terá ainda como objetivos específicos se propor a conceituar letramento literário infantil e
bibliotecas comunitárias; estudar a importância que as bibliotecas comunitárias têm como
espaço de incentivo a leitura; abordar sobre os projetos de incentivo à leitura; Conhecer as
contribuições dos projetos de promoção à leitura desenvolvidos pelas bibliotecas comunitárias
a fim de promover o letramento literário infantil; compreender a importância da leitura como
ferramenta para exercício da cidadania; verificar a contribuição da Literatura Infantil no
desenvolvimento de competências do letramento literário infantil.
Para se alcançar os resultados, utilizar-se a metodologia de pesquisas qualitativa, de
campo e observação. Esta pesquisa se caracteriza como descritiva, tendo como base o estudo
de caso das bibliotecas comunitárias Monteiro Lobato e Prazer em Ler, situadas em bairros
periféricos de São Luis. A abordagem da pesquisa é qualitativa baseada nas significações das
ações e relações humanas não considerando dados estatísticos, em que o processo e seus
significados é que são enfocados. Para a obtenção dos dados e coleta de informações foi
realizada pesquisa bibliográfica que advém da consulta de registros teóricos em livros, teses,
periódicos científicos e materiais disponibilizados na internet, utilizando, fontes impressas e
eletrônicas, que tratam a respeito da importância da leitura e seu incentivo, leitura literária,
letramento literário, biblioteca comunitária e sua importância para sociedade local. Foi
realizada também pesquisa de campo nas bibliotecas supracitadas, entrevistas com as
bibliotecárias responsáveis por cada unidade e também com pais de uma amostra escolhida de
crianças para verificar como o letramento literário tem contribuído a criança, bem como
também utilizar-se-á o recurso de observação a fim de verificar a ambientação da biblioteca,
mediação da leitura, estratégias de incentivo a leitura.

Este trabalho é fundamentado na leitura de em diversos teóricos que abordam sobre a


leitura e formação do leitor, tais como Zilbermann (1985), Martins (2002), Finger (2018),
teóricos que discutem sobre biblioteca comunitária que são Machado (2008), Stumpf (1988)
Almeida Junior (1993), Machado e Vergueiro (2010) e letramento literário, Martins (2016) e,
relaciona-se com a abordagem do letramento literário como apresentado em Cosson (2014),
Scholze; Rosing (2007) ( ainda não lido)
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Esta monografia encontra-se dividida em

Falar sobre os diversos letramentos e evidenciar a


justificativa de trabalhar o letramento literário.
Metodologia: pesquisa ação
A pesquisa e a reflexão sobre o processo de participação na formação de biblioteca
comunitária estão intimamente relacionadas com a necessidade de comprovar as funções
sociais da informação, relacionando–as ao comportamento da sociedade nos seus diversos
contextos. Após a escolha do tema, partimos para a identificação das fontes primárias e
secundárias, em busca de um referencial teórico e do estabelecimento do sistema conceitual
referente ao objeto e contexto. A identificação das fontes de informação e a seleção dos textos
e autores foram realizadas a partir das sugestões do orientador, das bibliografias estudadas nas
disciplinas cursadas, das indicações fornecidas por colegas especialistas na área e,
principalmente, do levantamento bibliográfico. Esclarecemos que a pesquisa caminhou no
sentido de descobrir as causas que levam ao surgimento das bibliotecas comunitárias, ou seja,
um estudo da configuração desse fenômeno; portanto, teve como foco os sujeitos desse
processo relacionados ao objeto da pesquisa e ao seu contexto. E, por isso, a abordagem
metodológica é considerada qualitativa e os resultados descritivos e analíticos Foram
realizados estudos de campo e essa opção se deu por serem esses baseados,
fundamentalmente, em dados fornecidos por pessoas e porque “procuram muito mais o
aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da população
segundo determinadas variáveis.” (GIL, 1999, p. 72).

Para a realização do estudo de campo utilizamos as seguintes técnicas e instrumentos: a


observação e a entrevista (APÊNDICE A). Com relação à opção pela observação,
esclarecemos ainda que esta se deu pelas características que Florestan Fernandes levanta
sobre esse método; segundo esse autor (apud LOPES, 1994, p. 124), a observação possui três
características:
1. Transcende a mera constatação dos dados de fato;
2. Envolve a complementação dos sentidos por meios técnicos;
3. Constitui o processo através do qual as instâncias empíricas, relevantes
para a descrição ou a interpretação dos fenômenos sociais, são obtidas,
selecionadas e coligadas.

Optamos pela observação direta, não-estruturada e, por conseguinte, participante. A


observação se deu em duas dimensões: concreta e simbólica. A dimensão concreta refere-se
ao olhar sobre o espaço, os procedimentos e a estrutura; e a dimensão simbólica refere-se ao
significado dos sujeitos. A etapa completou-se na identificação da relação entre os sujeitos,
atores do processo, com o espaço e os procedimentos adotados na constituição do objeto da
pesquisa – a biblioteca comunitária. Com base nos resultados obtidos nos estudos do grupo de
bibliotecas selecionado, realizamos a análise e interpretação dos dados. É uma etapa muito
delicada, pois, conforme já foi assinalado no início desta seção, estávamos lidando
com a interpretação de ações e dimensionando a subjetividade daqueles que
participam das ações.
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2 O PAPEL DAS BIBLIOTECAS COMUNITARIAS NO PROCESSO DE


FORMAÇÃO DE LEITORES EM SÃO LUIS 3 PAGINAS AGO RA

A biblioteca se revela como um grande instrumento de relevância no corpus social,


pois, além desta proteger o patrimônio cultural de uma sociedade, constitui-se como uma
verdadeira escola de saberes. Nessa continuidade se faz necessário destacar que a biblioteca
possui a missão de disseminar a informação, de modo que instigue e forme leitores capazes de
pensar em uma biblioteca como não apenas como um centro educacional, um local de
aprendizado, mas, um local atraente, onde o leitor encontre o que procura. Nesse sentido,
Perroti (1990, p. 70) enfatiza que: “[...] o objetivo principal da biblioteca deve de ser o de
incentivar a leitura recreativa, propiciar condições para o desenvolvimento para o hábito de
leitura e oferecer atrativos para incentivar o uso do livro e da biblioteca.”.
Assim sendo, a compreensão da importância do servir de uma biblioteca para a
sociedade confere a biblioteconomia as mais diversas tipologias de bibliotecas para que cada
uma possa desempenhar suas funções e serviços de acordo com a comunidade a qual serve.
Cada uma dessas tipologias, biblioteca escolar, biblioteca especializada, biblioteca
universitária e biblioteca publica cada uma terá características próprias que as diferenciam das
demais. Dentre a variedade de bibliotecas, têm-se também as bibliotecas comunitárias, que
são percebidas como um tipo de biblioteca que têm despertado o interesse de pesquisadores e
profissionais da área de Biblioteconomia, principalmente, por se apresentarem como uma
alternativa de acesso à informação e cultura para comunidades carentes e/ou afastadas do
aparato informacional público, que o estado dispõe aos cidadãos.
Nesse sentido, constata-se que é de fundamental relevância ressaltar o papel que as
bibliotecas comunitárias se apresentam como uma alternativa de acesso ao conhecimento, e
vem se tornando um caminho para ampliar e/ou tornar possível o devido acesso à informação
em comunidades menos assistidas pelo aparato público. Dessa forma, as bibliotecas
comunitárias têm se tornando cada vez mais reconhecidas como espaços democráticos de
acesso ao livro e a leitura, de modo que estas atuem no protagonizar do incentivo ao hábito da
leitura literária, apesar deste se configurar um grande desafio.
Sob tais primas acerca das potencialidades das bibliotecas comunitárias, pontua-se que
estas nascem da ausência de políticas públicas direcionadas ao incentivo e democratização do
acesso ao livro e à leitura, nasce do desejo da comunidade em ter acesso à informação, aos
livros, ao imaginário, ao prazer da leitura. As bibliotecas comunitárias carregam no próprio
nome a responsabilidade do termo 'comunidade', pois, os locais que estas se instalam, são
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territórios de vulnerabilidade e elas podem ser o único meio de acesso à cultura em


quilômetros.
Considerando que as bibliotecas comunitárias possuem seu destaque na valorização da
leitura literária, tem também o caráter educativo, poético e político. As bibliotecas
comunitárias ocupam posição de destaque no mundo contemporâneo, como espaços de
informação e disseminação da cultura escrita nas sociedades. Atuam como lugar de
institucionalização da leitura de pequenas comunidades, atendendo a diferentes grupos,
empobrecidos ou não, como unidades de acesso cultural e tecnológico e também espaços de
aprendizagem, diálogo e conhecimento. Diante das mudanças que estão ocorrendo na
sociedade, a informação é um recurso de poder, pois possibilita à pessoa compreender as
transformações correntes e oferece meios para que possa buscar novas alternativas de vida, e
garantia do pleno exercício da cidadania (ROSANGELA MADELLA- tese BIBLIOTECAS
COMUNITÁRIAS: espaços de interação social e desenvolvimento pessoal)
Sob esse enfoque, é preciso destacar que para além da valorização da leitura literária
em bibliotecas comunitárias, se faz oportuno evidenciar que o hábito da leitura deve ser
estimulado ainda na infância para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo
importante e, acima de tudo, prazeroso. Uma leitura realizada com prazer desenvolve a
imaginação, a escuta atenta e a linguagem das crianças.
Sob essa perspectiva o uso do livro e da leitura desde cedo, permite que a criança se
forme cidadã crítica, com boa comunicação, bom posicionamento, maior capacidade de
persuasão, estímulo à abertura de novas opiniões e pontos de vista, expansão do repertório
cultural e outros fatores positivos. Além do mais, como se sabe é por meio da informação, da
leitura que formamos nossas próprias ideias, conceitos, criamos e discernimos fatos e
fundamentamos nossa opinião e das alheias. A informação é percebida como algo extramente
valorosa, de valor inestimável e vista como um diferencial na sociedade.
No entanto, em comunidades carentes, onde o conhecimento ainda é muito restrito, ter
acesso aos livros, à informação é privilegio de alguns grupos e por isso há urgências em se
desenvolver políticas públicas de incentivo a leitura, programas que alcancem esta população,
pois, é somente “[...] através de iniciativas que incentivem a leitura que as pessoas terão
condições de desenvolver suas habilidades além de conhecer melhor o mundo e as diversas
formas de pensamento, tornando-se cidadãos críticos e participativos na sociedade.”
(TRESSIN; MORO, 2012, p. 3).
22

Isto posto,

Por conseguinte as discussões sobre bibliotecas comunitárias ainda é, no Brasil, um


aparelho cultural que necessita de maiores pesquisas e valorização. Em locais onde as
instituições culturais como bibliotecas públicas, escolares inexistem ou são pouco atuantes,
movimentos sociais coletivos ou iniciativas individuais estão sendo responsáveis pela
implantação de bibliotecas, fruto do inconformismo com as políticas públicas de incentivo a
leitura, são estas as denominadas bibliotecas comunitárias.
Nesse sentido Coelho; Bortolin (2017, p.162) ressaltam que:

As bibliotecas comunitárias são espaços para oferecer produtos e serviços de forma


gratuita, mantidas pelos moradores da localidade em que estão situadas. Em virtude
do número insuficiente de bibliotecas públicas, os bairros periféricos são os
principais locais de concentração dessas iniciativas. Nestes ambientes percebe-se
que os moradores criam um vínculo de articulação colocando em prática projetos
que irão beneficiar as comunidades que são negligenciadas pelo poder público.

O fato de acreditar que todo cidadão tem direito a informação e a leitura e que o
trabalho visando à formação de leitores pode possibilitar o uso de diferentes textos literários, é
que tornam as bibliotecas comunitárias um ponto chave para trazer para luz os menos
favorecidos, tira-los do mundo da ignorância. Criar bibliotecas comunitárias é uma forma de
valorização da própria comunidade, uma vez que iniciativas para difusão e acesso à
informação são uma forma de contribuir para a redução das desigualdades sociais e promover
a inclusão informacional.
O Brasil é um país profundamente desigual e em todos os níveis, seja educacional,
economicamente, seja por desigualdade de gênero e, a realidade maranhense se apresenta
como umas das piores do Brasil. Diante disso, podemos adentrar na realidade de São Luis, é
um Estado que ainda vive em condição de vulnerabilidade social grande, com uma população
pobre, sem acesso de qualidade á educação, aos bens culturais e como uma forma de amenizar
esse déficit as bibliotecas comunitárias servem de apoio para que a comunidade carente tenha
acesso ao livro, a leitura e a cultura, pois, “A missão das bibliotecas comunitárias gira em
torno do estímulo à leitura; redução das desigualdades de acesso à informação;
disponibilização de recursos de informação e meios de comunicação de qualidade;
contribuição para a formação cidadã de crianças, jovens e adultos”. (GUEDES, 2011, p. 3).
Deste modo, as bibliotecas comunitárias em São Luis, possibilitam que haja dentro
desta comunidade um espaço de promoção de afirmação dos excluídos, direcionando a cultura
a esta população, mediando e contextualizando a mediação da leitura, a promoção ao
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letramento literário para que haja melhor aproveitamento de acordo com a realidade da
comunidade e do público leitor, oportunizando assim a apropriação da literatura.
As bibliotecas comunitárias situadas em São Luis têm ganhado cada vez mais espaço
e os grandes responsáveis são as bibliotecárias que tem lutado fervorosamente em prol de
políticas publicas de incentivo a leitura, que tem pressionado o Estado, que tem mostrando a
sociedade à importância das bibliotecas e como estas podem gerar mudanças positivas para a
comunidade que a utiliza, por acreditarem que as bibliotecas comunitárias são espaços que
mudarão a realidade de varias pessoas por meio do texto ficcional e lúdico os sujeitos têm
contato com múltiplas formas de leitura, e assim podem ter mudanças de perspectivas.

3 Como coloca Almeida Júnior (1997), as bibliotecas públicas deveriam estar contribuindo
mais com as classes populares, fortalecendo-as com seus mecanismos de resistências,
oferecendo condições para um aumento do seu grau de consciência cidadã, incentivando a
aquisição de instrumentos que possam ser usados pela comunidade como arma contra a
opressão. A escassez de bibliotecas públicas e scolares e o isolamento das comunidades
marginais dos centros urbanos ao acesso às bibliotecas criam nas comunidades a necessidade
da realização de uma ação social com a finalidade de oferecer maiores condições para o
usufruto da informação, do livro, da leitura e da cultura.
Se para as bibliotecas comunitárias, há uma maior relevância à ação cultural, outro fator, neste
sentido, recebe forte notoriedade: a formação do leitor. É preocupação constante da maioria
das bibliotecas comunitárias do país, criar e/ou incentivar o hábito da leitura. É no público
infantil e juvenil que a construção do hábito de ler ocorre com maior facilidade, através da
leitura e contação de histórias. “Geralmente, o ‘bom senso’ do adulto faz com que ele se
recuse a aceitar e apreciar o entretenimento lúdico e imaginativo gerados pelas histórias (...)”
(SILVA, 1998, p.10 apud EDUARDO, 2007, p.18). Embora, muitos adultos possam descobrir
o gosto por ouvir e/ou contarhistórias. O ato de ler para o outro de forma a despertar seu gosto
pela narrativa, é comumente chamado de mediação de leitura. Para Russo (2009), a atividade
de mediação de leitura consiste em um ato de ler para crianças, jovens ou adultos, de uma
maneira livre e prazerosa, que não exige do mediador grandes habilidades artísticas
Segundo Vieira (2007), há duas possibilidades de interpretação: a primeira é que a biblioteca
pública é vista como a da elite desde a sua origem. É uma biblioteca onde, apesar de estar
disposta à comunidade, ainda possui a imagem de receptora da classe intelectual e letrada. Em
contraponto, a biblioteca comunitária é do povo, da classe mais pobre, da classe excluída
socioeconômica e culturalmente. Outra interpretação é a da sua criação/gestão/destinação. As
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bibliotecas comunitárias seriam criadas e geridas pelas comunidades. Sua existência


independeria da vontade do Governo. Sendo assim, o adjetivo “Comunitária” seria uma
conquista pela cidadania da comunidade. É essa a atual concepção de biblioteca comunitária
na sociedade, um organismo inserido na comunidade por seus membros, sendo grupos
organizados ou indivíduos, visando atender às necessidades da própria comunidade
A leitura e a literatura nos trazem apropriação da língua, acesso ao
conhecimento, elaboração de uma reflexão e de um mundo próprio e esses motivos se tornam
via de acesso ao exercício de um verdadeiro direito de cidadania. “Pois os livros
roubam um tempo do mundo, mas eles podem devolvê-lo, transformado e engrandecido
ao leitor.” (PETIT, 2008, p. 48). Também “ampliam extraordinariamente seu horizonte vital,
atiçam sua curiosidade, sua sensibilidade, sua fantasia, seus apetites, seus sonhos, os tornam
mais porosos à amizade e ao diálogo, e melhor preparados para enfrentar a infelicidade”
(LLOSA, 2006 apudSILVA, 2010).A literatura constitui um direito humano e todos os
seres humanos devem ter acesso a frui-lasob pena de mutilação da humanidade. Como
ressalta Antônio Cândido (2012) a luta pelos Direitos Humanos abrange a luta por um
estado de coisas em que todos possam ter acesso a todos os tipos e níveis de
manifestações e expressões culturais. Numa sociedade justa deve-se garantir o respeito aos
Direitos Humanos e consequentemente o gozo da arte e da literatura em todas as modalidades
e níveis.

Como coloca Almeida Júnior (1997), as bibliotecas públicas deveriam estar


contribuindo mais com as classes populares, fortalecendo-as com seus mecanismos de
resistências, oferecendo condições para um aumento do seu grau de consciência cidadã,
incentivando a aquisição de instrumentos que possam ser usados pela comunidade como arma
contra a opressão. A escassez de bibliotecas públicas e scolares e o isolamento das
comunidades marginais dos centros urbanos ao acesso às bibliotecas criam nas comunidades a
necessidade da realização de uma ação social com a finalidade de oferecer maiores condições
para o usufruto da informação, do livro, da leitura e da cultura.b

Se para as bibliotecas comunitárias, há uma maior relevância à ação cultural, outro


fator, neste sentido, recebe forte notoriedade: a formação do leitor. É preocupação constante
da maioria das bibliotecas comunitárias do país, criar e/ou incentivar o hábito da leitura. É no
público infantil e juvenil que a construção do hábito de ler ocorre com maior facilidade,
através da leitura e contação de histórias. “Geralmente, o ‘bom senso’ do adulto faz com que
ele se recuse a aceitar e apreciar o entretenimento lúdico e imaginativo gerados pelas histórias
(...)” (SILVA, 1998, p.10 apud EDUARDO, 2007, p.18). Embora, muitos adultos possam
descobrir o gosto por ouvir e/ou contarhistórias. O ato de ler para o outro de forma a despertar
seu gosto pela narrativa, é comumente chamado de mediação de leitura. Para Russo (2009), a
atividade de mediação de leitura consiste em um ato de ler para crianças, jovens ou adultos,
de uma maneira livre e prazerosa, que não exige do mediador grandes habilidades artísticas
25

Segundo Vieira (2007), há duas possibilidades de interpretação: a primeira é que a biblioteca


pública é vista como a da elite desde a sua origem. É uma biblioteca onde, apesar de estar
disposta à comunidade, ainda possui a imagem de receptora da classe intelectual e letrada. Em
contraponto, a biblioteca comunitária é do povo, da classe mais pobre, da classe excluída
socioeconômica e culturalmente. Outra interpretação é a da sua criação/gestão/destinação. As
bibliotecas comunitárias seriam criadas e geridas pelas comunidades. Sua existência
independeria da vontade do Governo. Sendo assim, o adjetivo “Comunitária” seria uma
conquista pela cidadania da comunidade. É essa a atual concepção de biblioteca comunitária
na sociedade, um organismo inserido na comunidade por seus membros, sendo grupos
organizados ou indivíduos, visando atender às necessidades da própria comunidade
26

3 A LEITURA LITERÁRIA E A FORMAÇÃO DO GOSTO DA LEITURA COM O


PÚBLICO INFANTIL

A arte de contar histórias faz parte da trajetória da humanidade, é algo natural do ser
humano, e algo inerente à condição humana, pois, é uma forma de perpetuar os ensinamentos,
inspirar sentimentos, valores, condutas e a celebração da própria vida. É também a forma de
comunicação, e troca de experiências entre os seres, pois, não há uma sociedade que não se
orgulhe de contar e transmitir sua história, suas tradições, lendas, pois, esta é a forma de
expressão de sua cultura, de perpetuar sua memória e história. Ao escrever sobre as razões da
humanidade de contar histórias desde quase sempre, Machado (2002, p. 75) enfatiza:
Mas, de qualquer maneira, toda narrativa literária se constrói em cima de elementos
que vão se correspondendo de modo coerente e que aos poucos vão erigindo um
edifício de sentido. É para isso que o homem conta histórias – para tentar entender a
vida, sua passagem pelo mundo, ver na existência alguma espécie de lógica. Cada
texto e cada autor lidam com elementos diferentes nessa busca, e vão adequando
formas de expressão e conteúdo de um jeito que mantém uma coerência interna
profunda que lhe dá sentido.

Nessa continuidade, o ato de contar história envolve a condição de leitura, sendo esta
também uma atividade inerente à nossa condição humana. De acordo com Freire (2005), este
apregoa que a leitura que se faz é a leitura do mundo, esta antecede à da palavra, ou seja,
desde que nascemos somos leitores do mundo e nossas ações decorrem dessa leitura. Isto
posto, compreende-se que a leitura exerce um importante papel no crescimento intelectual,
crítico e criativo do ser humano, do aluno, do profissional, e do usuário das bibliotecas, pois,
a leitura acabar por desenvolver as potencialidades de cada um e, consequentemente, o seu
rendimento escolar, profissional, bem como também no aperfeiçoamento de nossa
personalidade. Sobre isso, Bamberger (1995, p. 13) afirma que a “[..] leitura é um dos meios
mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem e da personalidade. Trabalhar
com a linguagem é trabalhar com o homem”.
Nessa sequência, destaca-se que a leitura de um modo geral, é um elemento primordial
para a aprendizagem do ser humano, é por meio dela que se pode melhorar o vocabulário,
obter novos conhecimentos, estimular o raciocínio lógico e a interpretação textual, além de
outros benefícios. No entanto, é comum ouvir relatos de pessoas que dizem não gostar de ler
ou que não tem a paciência para ler um livro, que é uma atividade maçante e “chata”.
Considera-se aqui, que este fato ocorre por falta de incentivo ao hábito de leitura enquanto
crianças, pois se a leitura fosse um hábito rotineiro desde a infância, os jovens, adultos, idosos
e os adolescentes conseguiram ler livros sem que eles o considerassem uma atividade
incomoda e assim poderiam apreciar uma obra literária, por exemplo.
27

Quando se experimenta a arte da leitura, o homem adimple o ato de compreensão do


mundo, pois ler é, antes de tudo, compreender, e compreender é ser. Assim sendo, a atividade
de ler o mundo é assumir-se como sujeito da própria história, é ter consciência dos processos
que interferem na sua existência como um ser social e político. Nesse sentido, destaca-se que
é necessário que a leitura de mundo e dos livros seja trazida desde cedo para a vida das
crianças. A família, a escola, a biblioteca deve valorizar o livro, não como algo para ser
guardado na estante, mas para ser lido, manuseado rotineiramente e por isso ambos devem
indicar diretrizes e incentivar a prática da leitura, principalmente a leitura literária. Pois, se a
leitura for trabalhada de uma forma prazerosa, transformando-a em momentos agradáveis,
nutridos de motivação e curiosidade, teremos uma prática transformadora e a leitura se tornará
imprescindível na vida do leitor, independente de sua idade.
A leitura literária, dependendo de como é mediada pode produzir os mais diversos
sentidos e pode estar relacionada a lugares, situações já experimentadas, sensações e emoções,
como: o vento soprando no rosto, a fragrância de perfumes variados, recordações,
sentimentos. Autores como Ana Maria Machado, Angela Lago, Marina Colasante, Ziraldo,
podem ser tomados como exemplos no âmbito da literatura infantil, como produtores de obras
que provocam inúmeras sensibilidades.
Desta forma, destaca-se que através da leitura literária pode-se transportar para outro
tempo, outra cultura, outro espaço. Vive-se outra vida com experiências diferentes do
cotidiano. Também se pode descobrir, com a leitura de livros de literatura, que um
personagem possui algumas características parecidas conosco, que acaba por ajudar a
entender melhor o sentido de nossas próprias experiências. Nesse sentindo, destaca-se que “É
na atividade de leitura que o aluno ativará o lugar social, suas vivências, suas relações com o
outros, os valores de sua comunidade e seus conhecimentos textuais.” (CARVALHO, 2015,
p. 7).
A vista disso, a leitura é algo fundamental na vida do homem, é necessário saber ler e
muito mais ainda, compreender o que se ler. As informações que necessitamos são adquiridas
através da leitura e ler é uma atividade extremamente complexa e envolve além da
decodificação, contextos culturais, ideológicos, filosóficos. Ler é um processo de descoberta,
mas também pode ser uma atividade lúdica. Nesse sentido, tem-se a leitura literária. A
presença da leitura literária na história da humanidade desde a antiguidade clássica, importa
citar Silva (2013, p. 53) quando descreve o percurso traçado pela narrativa até chegar à
memória da própria humanidade:
28

A experiência da humanidade por meio do material literário ganha forma pelo


menos desde a antiguidade clássica. A narrativa, como se sabe, não tem uma origem
exata, consistindo em dimensão estruturante da condição humana. Herdamos o mito,
a poesia, o drama, as narrativas heroicas, que foram se multiplicando em gêneros
identificáveis porque recorrentemente narrados e escritos, constituindo-se em
matéria de memória.

Por conseguinte não se pode tratar de leitura literária sem antes esboçar o conceito de
literatura, que de acordo com Almeida (2016, p. 94):
De acordo com Tavares (1981), a literatura expressa vida, sonho, fantasia,
conhecimento, valores entre outros, pois a sua função social é que o leitor sinta
prazer, conhecimento e magia ao ler um texto. Ela é prazerosa quando faz com que o
leitor se sinta bem ao deleite na leitura. È conhecimento a partir do momento que
transmite manifestações de cultura e costumes de um povo; é magia porque há um
mistério no texto literário que leva o leitor a questionar se ela é verossímil ou
inverossímil. Logo, a literatura está enraizada no ser humano como um meio de
transformação do próprio individuo, conforme sua realidade.

Ou seja, a Literatura encontra seu significado no próprio texto, é a obra cuja realidade
encontra-se na dependência de um leitor. Nesse sentido, aponta-se que a leitura literária
ocorre quando a criança toma contato oralmente com ela, seja em casa, na escola ou na
biblioteca e não somente quando estas crianças se tornam letradas. Depreende-se então, que o
ouvir histórias tem uma importância que vai além do prazer, é através dela que a criança pode
conhecer coisas novas, para que seja iniciada a construção da linguagem, da oralidade, de
ideias, valores e sentimentos, os quais ajudarão na sua formação pessoal. Nesse sentido,
Abramovich (1989, p. 16) salienta que “[...] é importante para a formação de qualquer criança
ouvir muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser leitor é ter um caminho
absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo.”.
A vista disso depreende-se que para fazer as crianças ‘morarem’ nos livros, é
necessário que elas enxerguem o livro como sendo um mundo mágico, composto de aventuras
fantásticas, ou um mundo de aventuras históricas ressignificadas, é preciso desafiar a criança
para a leitura, mostrar a elas que ler é diversão, que a leitura é uma prazerosa brincadeira e
esta tática funcionaria como instrumento de provocação dos pequenos leitores, como meio de
fazê-los gostar de ler. Nesta continuidade, quando se fala de leitura literária, fala-se de uma
relação bastante estreita entre leitor e leitura. O leitor, no momento da leitura, ativa sua
memória, relaciona fatos e experiências e entra em conflito com seus valores. Nesse aspecto, a
literatura torna-se uma grande aliada em suas várias possibilidades: divertindo, estimulando a
imaginação, desenvolvendo o raciocínio e compreensão de mundo.
Sob esta perspectiva, pode-se inferir que o trabalhar da literatura infantil é uma
atividade favorável para se construir nas crianças o letramento literário, para que assim esses
29

leitores possam alargar suas possibilidades de vivências com o texto literário, dar novo
significado, ou seja, “[...] o leitor reconstrói e concretiza, por meio da linguagem, o universo
simbólico que as palavras representam, com base em suas experiências de vida”. (Costa,
2016, p. 13).
Nesse sentido Filho (1995, p.84) também corrobora enfatizando que “[...] o sentido
eminentemente pedagógico da literatura [...] é aquele de possibilitar ao leitor, desde o início
da sua caminhada, muito mais do que a aquisição e o domínio da leitura e da escrita”. Se
aceita que a leitura, em especial de literatura, permite aguçar a subjetividade, pois cada pessoa
compreende e se apropria das leituras realizadas de maneira singular. Quando dois sujeitos
leem uma mesma obra, as impressões deixadas pela leitura podem ser bem diferentes, pois
dependerá dos usos e das inter-relações que cada um fez com sua história como leitor, ou seja,
cada um dará seu próprio significado a esta leitura.
Isto posto, ressalta-se que quando lemos, somos tomados, muitas vezes, por sensações
indescritíveis e particulares. Essas reações dos leitores podem ocorrer de maneiras diversas e
geralmente ligadas ao mundo dos sentidos: sensações, movimentos e expressões corporais.
Ao se observar os modos e gestos do leitor, pode-se recolher indícios de seu envolvimento na
leitura, o que às vezes é mais fácil de aproximação e de entendimento do que quando é apenas
relatada tal situação.
Todavia, é preciso levar em consideração que fazer uso de literatura infantil não
significa que esta não possa colaborar no desenvolvimento linguístico do leitor, uma vez que
amplia sua experiência com a língua escrita. A leitura, principalmente a leitura literária, faz
muita diferença no processo de desenvolvimento cognitivo dos alunos, não somente na área
de línguas, mas igualmente nas demais áreas. Nesse sentido, é extremamente perceptível a
diferença entre um aluno leitor e o aluno não acostumado às práticas de leitura. As respostas
aos estímulos geralmente são mais rápidas e mais precisas nos leitores do que nos não
leitores. Presumivelmente, os alunos leitores organizam melhor suas ideias diante das
propostas do professor, do bibliotecário ou do mediador da leitura, a ponto de serem mais
rápidos e mais precisos e fazem isso com um grau de facilidade maior que os demais.
Em função disso, Cosson (2014, p. 12) destaca a importância da leitura como a forma
de conhecer melhor o uso da língua, ao afirmar que o letramento realizado por meio do texto
literário vai além do uso social da língua escrita, ele assegura seu efetivo domínio. Por isso ela
é tão importante “[...] em qualquer processo de letramento, seja aquele oferecido pela escola,
seja aquele que se encontra difuso na sociedade.”.
30

O letramento literário faz parte dessa expansão do uso do termo letramento, isto é,
integra o plural dos letramentos, sendo um dos usos sociais da escrita. Todavia, ao
contrário dos outros letramentos e do emprego mais largo da palavra para designar a
construção de sentido em uma determinada área de atividade ou conhecimento, o
letramento literário tem uma relação diferenciada com a escrita e, por consequência,
é um tipo de letramento singular. (SOUZA; COSSON, 2011, p. 103).
Diante do que foi exposto, a literatura literária é o caminho para o letramento literário
do publico infantil, para dar a criança ciência do mundo, modo de ser perceber através da
literatura e o gosto por ler vem nesse sentindo, na identificação do leitor com o livro, com a
história lida. Por isso, a mediação da leitura literária é vista como uma atividade de extrema
importância para o letramento literário e a formação do gosto da leitura com o publico
infantil, pois, a mediação da leitura literária pode despertar na criança a curiosidade sobre o
mundo da literatura infantil, com histórias fantásticas que contribuem para melhor
compreender a vida e também adquirir o gosto pela leitura.
Para se despertar o gosto da leitura literária nas crianças se usam as estratégias como a
contação de historia denominadas de “Hora do Conto”, de modo que Gomes; Bortolin (2011,
p. 164) definem como sendo “[...] uma das atividades mais utilizadas pelos mediadores de
leitura, pois essa atividade pode despertar na criança a curiosidade sobre o mundo da literatura
infantil, com histórias fantásticas que contribuem para melhor compreender a vida e também
adquirir o gosto pela leitura”. Bem como oficinas de leituras, dramatização de contos,
encontro com escritores, feiras de livros e outros. Esse conjunto de atividades pode aproximar
o leitor do livro, de modo a lerem diversificadamente e com prazer, a ter aprendizado com o
prazer da leitura.
Nessa continuidade, pode-se observar que o letramento literário e o gosto da leitura
inter-relacionam-se com as três primeiras leis de Ranganathan: Estas leis podem ser
resumidas da seguinte forma: 1- Os livros são para serem usados; 2- Todo leitor tem seu livro
e 3- Todo livro tem seu leitor. Todas estas leis apresentadas são mais que válidas para
compreender o processo de incentivo a leitura, o letramento literário e apreço pela leitura,
porém a segunda lei se efetua na condição do desejo do leitor, ou seja, preconiza a escolha do
leitor, foca no desejo de leitura do leitor, pois, quando transformada em obrigação, a leitura se
resume a simples enfado. Por isso, cabe o incentivo a leitura, porém que este seja feito de
forma prazerosa e divertida e não por obrigação.
Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura, Pennac (1994) prescreve alguns
direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou,
até mesmo, o direito de não ler. Respeitados esses direitos do leitor, este, da mesma forma,
passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado então, um vínculo indissociável. A leitura
31

passa a ser um ímã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez,
não deseja desprender-se. Deste modo, conclui-se que “[...] o indivíduo letrado, o indivíduo
que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa
socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às
demandas sociais de leitura e de escrita”. (SOARES, 2009, p. 39-40).
Portanto, a apropriação da leitura literária e uso da literatura infantil, permite que as
crianças possam se constituir como leitoras, especificamente dessa literatura, quando, em seu
meio, tem o acesso a ela. E, o professor, bibliotecário ou pais exercem ou devem exercer a
função de mediação de leitura, e inserir a criança no contexto da leitura de literatura.

3.1 Concepções sobre literatura infantil na infância e o letramento literário

A literatura infantil constitui-se como gênero durante o século XVIII, período no qual as
mudanças na estrutura da sociedade suscitaram repercussões no âmbito artístico, de modo que
a emergência da literatura infantil, como um campo literário está estreitamente relacionada
com a emergência da sociedade burguesa, quando a prática da leitura literária se tornou
central não apenas para crianças, mas para toda a sociedade. A Literatura Infantil daquela
época preocupa-se com a infância, como o formar moral e socialmente as crianças e esta
prerrogativa ainda hoje é utilizada como meio de transmitir valores às crianças.
Nessa continuidade, compreende-se que literatura infantil é uma influenciadora na
formação social e moral da criança, é através da contação das histórias infantis que as crianças
podem e se desenvolvem afetivamente e emocionalmente, tornando-se leitores capazes de
transformar a sociedade através do senso crítico. O trabalhar da leitura literária deve ser
desvinculada da pressão de leitura para obtenção de uma nota, ou de uma avaliação, deve ser
incentivada e trabalhada pelo prazer da criança estar em contato com o livro, pelo prazer na
descoberta, da viagem para um novo mundo. A leitura literária não deve jamais ser
acompanhada de cobranças desnecessárias, tornando a mesma, um sacrifício para quem ler.
Nesta continuidade destaca-se que a literatura infantil pode ser considerada uma grande
aliada no processo de alfabetização, mas não pode ser vista apenas para alfabetizar, os
docentes e/ bibliotecários e até mesmo os pais devem proporcionar certa autonomia ás
crianças, possibilitando que eles manuseiam os livros, aumentando assim o seu contato com o
mundo letrado. Deste modo, atenta-se que muitos livros literários permitem que as crianças
falem sobre elas, escrevem sobre elas, a partir dela e segundas elas.
32

Para Góes (1991, p. 3): [...] literatura infantil é, antes de tudo, “literatura”, isto é,
mensagem de arte, beleza e emoção. Portanto, se destinada especificamente à criança, nada
impede (pelo contrário) que possa agradar ao adulto. E nada modifica a sua característica
“literária” se, escrita para o adulto, agradar e emocionar a criança.
Neste modo, constrói-se uma rede de interações importantes para o desenvolvimento
das linguagens oral, escrita, artística das crianças. Quando a criança entra pelas portas da
literatura, ele adentra no mundo da cultura, pelos livros, pelos conhecimentos do mundo, do
ambiente, de quem veio antes de nós, da cultura de outros lugares, de lugares que nós nunca
pisaremos, assim a criança amplia seu conhecimento de mundo. Neste sentido, a autora Patte
(2012) relata que a leitura literária faz com que a criança apreenda o mundo, pois há uma
junção do mundo imaginário com o real, deste modo os bibliotecários devem incentivar as
crianças a recontar, observar e escutar a história até o final.
A literatura literária infantil na infância promove à criança a construção de
significados sobre o que ouvem ou sobre o que leem usando seus conhecimentos prévios,
criando imagens que estão ligadas às suas próprias experiências e interações humanas, e
construindo significados na medida em que interagem com outras crianças e adultos,
comentando as histórias que ouviram na biblioteca. Bem como também promove que a
criança tenha o conhecimento de si e do mundo, incentivando a curiosidade, a exploração, o
encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao
mundo físico e social.
A forma de trabalhar o texto literário com a criança não deve se pautando na
concepção tradicional da prática leitora, centradas na visão do professor, mas variando de
acordo com a perspectiva social e cultural e de formação do sujeito. Para que o convívio do
leitor com a literatura resulte afetivo, nessa aventura espiritual que é a leitura, muitos são os
fatores em jogo. O trabalho com o texto literário infantil, não deve ter o ensejo de alfabetizar
as crianças, tendo em vista que, de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil, as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação
Infantil devem garantir experiências que possibilitem às crianças experiências de narrativas,
de apreciação e interação com a linguagem oral e escrita, e convívio com diferentes suportes e
gêneros textuais orais e escritos e assim promover o letramento literário infantil.
Neste sentido é fundamental compreender que o “Letramento é um conceito criado
para referir-se aos usos da língua escrita não somente na escola, mas em todo lugar. Porque a
escrita está por todos os lados, fazendo parte da paisagem cotidiana.” (KLEIMAN, 2005, p.
5). Dentre as haveres de letramento, nos interessa o literário, sendo este diferente dos demais
33

porque necessita da literatura. Desta forma, compreende-se que letramento literário consiste
na “construção literária dos sentidos” (SOUZA; COSSON, 2011, p. 103). Ainda de acordo
com Cosson (2014), a experiência da leitura de textos literários nos permite o encontro do
senso de nós mesmos. A leitura literária além de nos permitir saber a respeito de nossa própria
vida a partir da perspectiva da historia lida, do que o protagonista vive, também nos
oportuniza sentir emoções, descobrir novos valores.
O letramento literário não é adotado e nem comprado, este é nato e constrói-se a partir
das vivências que o indivíduo tem e se percebe na leitura do livro. O professor ou o
bibliotecário, em seu papel de mediador propicia ao aluno uma adaptação para a assimilação
de conteúdos escolares e de comportamento social, com fatos ligados a comunidade onde o
aluno se insere, ou seja, sua própria realidade.
O letramento literário se diferencia de outros tipos de Letramento, pois este utiliza a
língua escrita de maneira diferenciada. Já afirma Cosson (2007, p.17), a literatura possui o
papel de “[...] tornar o mundo compreensível transformando a sua materialidade em palavras
de cores, odores, sabores e formas intensamente humanas”. Dito isto, é viável ressaltar que a
Literatura não ocupa um papel comum nos estudos da linguagem, como, tem o dever de
proporcionar ao leitor as mais diversas experiências literárias que vista de forma escrita,
aprimora o Letramento já existente, apropriando o texto literário na construção das relações
de sentido do leitor.
Todo individuo alfabetizado é obrigatoriamente um individuo letrado, ou seja, todos
nós somos letrados, mas, na medida em que crescemos intelectualmente somos levados a ter
um letramento melhor para nos adaptarmos ao nível acadêmico em que estamos, como
também, no convívio social. O Letramento é caracterizado pela capacidade de utilização da
língua escrita para as práticas acadêmicas e sociais, tendo em vista que o letramento constrói-
se a partir de experiências de vida do aluno. Desta forma, pode – se compreender que o
letramento vem por meio da leitura e o letramento literário por meio da leitura literária. E de
tal forma é importante que esta leitura literária se inicie no campo da infância.
Ademais, há um enorme desafio frente o habito e o avançar das tecnologias de
comunicação, pois, neste mundo moderno é uma pratica natural que as pessoas deixem a
leitura de livros para estarem imersos na navegação. Isto resulta em jovens cada vez mais
desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres e com baixo índice
de rendimento escolar. Essa pratica de deixar a leitura de um livro para ficar apenas no acesso
a internet afeta não apenas os adultos, mas principalmente o público infantil que desde o
inicio não tem o devido incentivo para à apreciação de leitura de livros e permanecem muitas
34

horas conectadas, mas, sem estimulo de novos aprendizados, apáticas e indiferentes aos
livros, seja ele físico ou virtual.
A contação de histórias de literatura infantil deve ser uma atividade presente no seu
crescimento e desenvolvimento da criança, e como esta é trabalhada no sentido de despertar o
interesse pela leitura, esta leitura ensina valores, sentimentos e emoções ás crianças. O espaço
do livro deveria ter o mesmo valor que uma TV ocupa no lar da família. Deste modo,
compreende-se que trabalhar a literatura infantil na infância é imprescindível para a formação
do ser, pois, a literatura oportuniza a criança o descobrir do mundo, contato com as situações
e experiências desconhecidas pelos leitores. O valor dado à literatura infantil é o caminho para
o letramento literário. Neste sentido, Martins (2016, p. 567) destaca que: “O sentido de
letramento literário envolve questões como leitura e compreensão de gêneros literários, gosto
pela leitura de textos literários, escolha do que deseja ler, experiência de leitura associadas ao
prazer de ler, ao significado estético da linguagem literária”.
Nesse sentindo, é imprescindível que se promova o incentivo à leitura de livros de
literatura infantil deste bem cedo, pois, esta pratica ao ser iniciada com antecedência permite
que as crianças tenham fixados em seus sentidos que ler é uma atividade prazerosa, e que
melhora o cognitivo, desperta emoções, sentimentos e gera aprendizados. O prazer de ler
livros. Diante disto, compreende-se que esta iniciativa deveria iniciar-se no âmbito familiar,
pois, seria um passo chave para tornar uma criança leitora.
Nesse sentido, depreende-se que a prática da leitura em nossa sociedade é sempre vista
de maneira positiva e sua ausência de maneira negativa, pois, ler representa um dos bens
culturais mais valorosos que se tem na sociedade. Nesse sentido, preconiza-se que o habito de
realizar leituras literárias infantis representa para a criança o caminho ideal para que esta
possa desenvolver a sua imaginação, emoções e sentimentos de forma prazerosa e
significativa.
Diante do exposto é importante destacar que existem dois fatores que contribuem para
que se desperte na criança o gosto pela leitura, seria a curiosidade e o exemplo. A curiosidade
no sentido de instigar a criança a conhecer a historia por trás da capa do livro, bem como o
livro deveria ter a importância que uma televisão ocupa dentro do lar. E o exemplo seria
vindo inicialmente dos pais, que deveriam ler mais para os filhos e para si próprios. O ideal
seria que se trabalhasse rotineiramente a mediação da leitura, feita com o suporte livro e não
com textos fragmentados, deste modo a criança já teria maior contato com o livro e a
representação de que este é importante.
Conforme cita Abramovich (1991)
35

Ler histórias para crianças é também suscitar o imaginário e ter a curiosidade


respondida em relação a tantas perguntas, é encontrar outras idéias para solucionar
questões (como as personagens fizeram…). É uma possibilidade de descobrir o
mundo imenso dos conflitos, dos impasses, das soluções que todos vivemos [……].
(ABRAMOVICH, 1991, p. 22).

Para se construir o letramento literário, é preciso fazer a seleção do livro de literatura e


de literatura infantil a ser utilizado, é importante que seja usado o livro como suporte, para
que assim a criança tenha o contato com o livro e familiriazação, bem como o reconhecê-lo
como parte importante de sua vida, para a construção de seu entendimento. Pois, como é
exposto:

A leitura do texto literário constitui uma atividade sintetizadora, na medida em que


permite ao indivíduo penetrar o âmbito da alteridade, sem perder de vista sua
subjetividade e história. O leitor não esquece suas próprias dimensões, mas expande
as fronteiras do conhecido, que absorve através da imaginação, mas decifra por meio
do intelecto. Por isso, trata-se também de uma atividade bastante completa,
raramente substituída por outra, mesmo as de ordem existencial. Essas têm seu
sentido aumentado, quando contrapostas às vivências transmitidas pelo texto, de
modo que o leitor tende a se enriquecer graças ao seu consumo. (ZILBERMAN,
2009, p.19).
Desta forma, compreende-se que os livros devem fazer, assim, parte da realidade da
criança, precisa ser um objeto tão comum quanto uma peça de roupa, para que o ato de ler –
imagens e posteriormente o código escrito – seja um ato tão comum quanto vestir-se. Assim,
o contato da criança com a literatura é essencial para a sua formação como leitor de mundo e,
além disso, quanto mais cedo as histórias orais e escritas forem inseridas em seu cotidiano,
maiores serão as chances do desenvolvimento do prazer pela leitura.

3.2 O bibliotecário como mediador no processo de formação de leitores

Vivemos numa época marcada por diversas transformações em todos os domínios,


sejam estas mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais e que nos levam a repensar as
políticas educacionais e as práticas pedagógicas implementadas para as bibliotecas públicas
brasileiras, visando atrelar essas práticas às novas configurações sociais e às exigências do
contexto informacional. Observa-se que a sociedade pós-moderna tem sua configuração social
ligada à velocidade, à simultaneidade, ao tempo e ao espaço que exigem um novo perfil do
leitor e, consequentemente, a implementação de ações educacionais e culturais que envolvam
as diferentes etapas do aprendizado. Nesse tocante, a configuração social do bibliotecário
envolve também novos modos de atuação do bibliotecário, torna-se mais evidente suas
competências específicas para atuar como mediador de leitura e como um construtor de
leitores.
36

O bibliotecário como mediador da leitura tem funções primordiais, sendo uma delas
no contexto educativo e o outro no contexto cultural. No contexto educativo, este é um
instrumento de autoeducação, utiliza o livro como método de interação, a biblioteca, a
informação e a busca do conhecimento. A cultural oferece o complemento da educação
formal por meio de múltiplas possibilidades de leitura, ampliação de conhecimentos e ideias
acerca do mundo em que os usuários das bibliotecas estão inseridos.
Nesse sentido, ressalta-se que o bibliotecário está diretamente ligado à área social,
sendo este o agente que media o usuário na busca da leitura, sendo a leitura é um importante
bem que o homem desde cedo tem a necessidade. É por meio do texto, da leitura que adquiri-
se e formata-se posicionamentos, fundamenta-se às interpretações e viabiliza a compreensão
do outro e do mundo. Ao estimular o hábito da leitura ele estará despertando no leitor a
vontade de “ler o mundo”. Nesse sentido, como pontua Silva; Lendengue (2010, p. 94):
O papel social do bibliotecário vai muito além de mediar à informação e facilitar o
acesso desta por meio da leitura. O bibliotecário deve atrair o leitor para dentro da
biblioteca, colocando-o em contato direto com o livro e com a leitura, ou mesmo
indo até ao leitor, oportunizando o contato direto com o livro e com a leitura, onde
quer que ele esteja.

Diante disso, é necessário destacar que este profissional é responsável por planejar,
organizar, gestar as mais diversas bibliotecas e unidades de informação e o papel social que o
bibliotecário desempenha, como um sujeito transformador de mundo, formador de leitores, é
de suma importância, pois, por meio da mediação da leitura, este cumpre a missão social que
a ele é embutido. De acordo com Cunha (2003, p. 46), o bibliotecário deve “[...] facilitar aos
indivíduos o acesso à informação e possibilitar, desta forma, o desejo de aprender, de discutir,
enfim, a formação do conhecimento ou o conhecimento em formação. Desta forma, nossa
missão como agentes de transformação social é plenamente realizada”.
Para além disso, o ator de ler não é somente decodificação de signos, ela ultrapassa
esse sentido, pois, promove o entendimento de mundo, permite que o leitor faça discussões
relevantes, tenha analise, posicionamento critico, que tenha poder de argumentação e visão
critica. O ato de ler pode ser entendido como uma educação consciente individual de cada
sujeito e a relação como ambiente que o cerca. A leitura como é bem frisado, é importante
para homem porque o faz refletir sobre sua realidade, seu contexto político, social e
educacional, e “[...] inúmeras são as definições e os conceitos articulados e elaborados pelo
homem para a leitura, quer pendendo para um caráter mais político, mais social, quer para um
caráter mais instrumental ou mais técnico”. (ALMEIDA JÚNIOR, 2007, p. 33).
37

Nesse sentido, depreende-se que as práticas de leitura estão presentes em nossas vidas
desde o momento em que começamos a perceber e interpretar o mundo à nossa volta, seja por
meio da relação que fazemos da ficção com a realidade, quando se descobre novas cores,
sabores, musicas e realidades. O tempo todo está se fazendo a leitura de mundo e com a
criança o processo é idêntico, antes mesmo de a criança saber ler e escrever, esta já consegue
fazer sua própria leitura de mundo, sabe fazer sua interpretação. Diante disso, compreende-se
que o bibliotecário trabalha o bem mais valioso de uma sociedade, a informação, é importante
que ele desempenhe a sua formação social como um agente democratizador da informação.
Nesse sentido, é imprescindível que ele ajude na formação de crianças leitoras,
ajudando-as a ingressarem no mundo do conhecimento por meio da leitura literária infanto-
juvenil. Portanto, pensando dessa forma o bibliotecário mediador responsável pela aquisição
da prática da leitura deve elaborar estratégias significativas para que ocorra a formação do
leitor, de forma consciente pela prática concreta e efetiva do ler, pois somente quem se
relaciona com livros, de maneira preciosa, será detentor do poderio de gerar novos bons
leitores.
Os bibliotecários podem transformar os equipamentos em que atuam em ambientes e
espaços voltados para a aprendizagem e construção de conhecimentos, cujo processo
reconhece a leitura como via de acesso à informação, que fundamenta a construção desses
conhecimentos. Desse modo, as ações de mediação de leitura são vistas como processos de
inclusão cultural e de emancipação de grupos e indivíduos. Desta forma, compreende-se que o
leitor deve encontrar no bibliotecário o ponto de apoio para suas necessidades de escolhas de
leituras literárias. O bibliotecário deve ter pleno entendimento do seu papel social enquanto
mediador de leitura, ter consciência que é preciso ser um incentivador da leitura, que é preciso
formar leitores e facilitar a relação entre o texto e o leitor. Isto posto, depreende-se que:
O processo de mediação envolve a seleção de livros de qualidade literária, evitando-
se que o aluno-leitor tenha acesso apenas a fragmentos de textos literários,
comumente apresentados nos livros didáticos, cabendo à biblioteca escolar um
papel fundamental como espaço de mediação da leitura e de democratização do
acesso aos diferentes gêneros textuais. (MARTINS, 2016, p. 568).

Todavia, é importante frisar que no processo de mediar à leitura é preciso que o


bibliotecário tenha uma “[...] uma formação continuada, para está atento às multiplicidades
culturais e preparado para lhe dar com a variância de contextos sociais que mescla cada leitor,
sem preconceitos e elitização.” Silva; Lendengue (2010, p. 95). Para forma leitores, o
bibliotecário necessita conhecer bem o seu público, seus interesses, seus gostos de leitura, é
preciso também que este seja um leitor ativo, que saiba ler os sentimentos humanos, que seja
38

amigável, e esteja em sintonia com o desenvolvimento pedagógico do leitor, bem como tenha
consciência da realidade em que o mesmo está inserido e reconheça a singularidade de
assimilação de cada um.
Portanto, para se despertar o gosto pela leitura, ela precisa ser proposta de maneira
atraente, singela, agradável, divertida, mostrando as mais diversas formas de leitura do mundo
concreto, usando o vocabulário do cotidiano para que o leitor se reconheça na leitura e se
redescubra em si, construindo valores e fazendo sua leitura de mundo. A mediação da leitura
é realizada principalmente para que os usuários se tornem sujeitos formadores de opiniões,
participantes no meio em que vivem e principalmente colaborar na conscientização de que a
leitura é essencial para o fortalecimento da cidadania.
Desta forma, os bibliotecários devem disponibilizar o acesso aos livros sem restrições.
Não podem esquecer que a criança e o jovem necessitam de uma literatura apropriada a sua
faixa etária. Desta forma, percebe-se que uma sociedade leitora não surge imediatamente, mas
o bibliotecário, mediador de leitura, deve está preparado para oferecer à criança e ao jovem
um significado maior do mundo da leitura. A tarefa da promoção de leitura e auxílio à
formação de leitores leva o bibliotecário, mediador de leitura, a realizar uma série de
atividades que mostram a importância de seu trabalho ao aproximar os usuários do livro e da
leitura. Além dessas atividades, há a prática educativa do bibliotecário, mas sendo essa menos
significativa que as outras. Seria importante que o despertar para a leitura começasse em casa,
quando os pais deveriam ler histórias para seus filhos. Contudo, sabemos que é uma realidade
que normalmente não ocorre.
No momento em que a criança vai à escola, ela necessita receber o que em casa não
recebeu, e acaba ficando com a escola o compromisso de formar e sistematizar o hábito da
leitura na criança e no jovem. Todavia, a biblioteca escolar muitas das vezes não oferece o
suporte necessário para o bibliotecário desempenhar o papel de mediador, falta lhe acervo de
qualidade. Neste momento, as bibliotecas comunitárias surgem como o apoio desta criança
que necessita de uma biblioteca, de ler livros que o façam sentir prazer, ter novas expectativas
e nessas bibliotecas o bibliotecário pode então desempenhar seu papel de mediador de leitura.
Nessa continuidade, o perfil do bibliotecário, neste primeiro contato, é imprescindível
e deve contar com uma boa comunicação com os leitores, este deve ser agradável, criativo,
responsável, e principalmente, saber compreender as crianças e saber conquistá-las. “Precisa-
se, dentro de nossas bibliotecas, não de guardiões de acervos, mas de articuladores de ações
dinamizadoras; não de contadores de livros, mas contadores de histórias; não de estatísticas,
mas de qualidade de leitura”. (FRAGOSO, 1996, p.257).
39

Deste modo, depreende-se que a leitura torna-se tarefa primordial destes profissionais,
já que para incentivar a ler, o bibliotecário deverá ser, antes de tudo, um grande leitor. Não
basta apenas a formação acadêmica, mas a auto-educação, através da pesquisa, da reflexão e
do crescimento intelectual. Como bem pontua Silva (1999, p.128):
O bibliotecário, pela especificidade de sua ação, deve namorar os livros,
demonstrando, sempre, uma paixão pessoal pela leitura. Para isso, deve refletir
muito sobre a sua própria formação. Quer dizer: perguntar se o seu trajeto e seus
processos de formação acadêmica estão permitindo o desenvolvimento do gosto pela
leitura e o incremento do seu repertório de leitura

É através do incentivo de professores e bibliotecários que os leitores começam suas


experiências com os textos, são eles que ajudam os leitores a refletir sobre o que lêem. A
biblioteca precisa ser um lugar que contribua para a qualidade do ensino, promovendo
práticas de leitura e fazendo integração entre leitores. Deve ser um ambiente de prazer, onde
as pessoas desejem ir, ao invés de só procurar como último recurso. Se o bibliotecário
interagir de forma simpática e interessada com seus frequentadores e leitores, o bibliotecário
melhorará sua visibilidade como profissional da informação e mediador da leitura.
No que tange a mediar à leitura, fica um questionamento de qual perfil é necessário
que o bibliotecário tenha, todavia, ao se questionar sobre o perfil do mediador de leitura,
diríamos que não existe de fato um perfil traçado, o que existe é são critérios a serem
seguidos. De acordo com a Abramovich (1997), existe uma série de critérios a serem seguido
para mediar a leitura. Ela aponta que é necessário primeiramente, conhecer a obra que vai se
ler, outro ponto é que devemos sempre saber o perfil do nosso público para procurarmos uma
leitura que agrade, só assim teremos maiores possibilidades de ter a atenção do público; e
devemos sempre buscar estratégias de inovação na hora de mediarmos às histórias. “[...] a
figura do mediador é fundamental. Esse agente é alguém cuja as ações podem ser decisivas
para o sucesso ou para o fracasso do futuro leitor” (LOYOLA, 2013, p. 115).
Diante do exposto, é necessário destacar que as habilidades do bibliotecário
alcançaram novos patamares, no que diz respeito a atividades que se encontram centrada no
documento e não no acesso propriamente dito. Essa situação atualmente é diferente, o
bibliotecário voltou seu olhar para disseminação da leitura, pela diversidade de formas digitais
com as quais esses profissionais precisam estar interagindo cotidianamente, como por
exemplo, as imagens e os arquivos hipertextuais, bem como abriu espaços no que tange a
contação de histórias.
Outro ponto de destaque acerca das habilidades do bibliotecário para promover a
formação de leitores é este constituir um do acervo diversificado, com qualidade e de
40

diferentes gêneros e para qualquer idade, pois, a curiosidade da leitura de livros muitos das
vezes independe da idade. Ou seja, um adulto pode sentir curiosidade em gibis e uma criança
em livros de enciclopédia. O acervo é o ponto atrativo da biblioteca, pois de acordo com
Garcez (2007, p. 32), “[...] serve para cativar e estimular, nos usuários, o interesse pela sua
utilização. Por essa razão é necessária a sua diversificação.”. Para isso, o bibliotecário deve
conhecer bem o seu público, seus interesses e gostos literários.
Isto posto, é interessante frisar que o trabalho do bibliotecário em mediar a leitura,
deve ser realizada para aumentar a cultura, o conhecimento literário, promover a interação
entre leitor e as obras literárias. Um mediador da leitura é aquele que, através de atividades,
consegue despertar em cada um o interesse pela leitura, ele nos faz acreditar no prazer de ler
um bom livro. De acordo com o relato da experiência do programa Prazer em Ler do Instituto
C&A:
Cabe ao mediador criar um ambiente que associe comodidade – tanto para leitura
individual quanto para os momentos em grupo, como fácil transito e acesso aos
materiais do acervo. Cada detalhe da decoração e da escolha do mobiliário deve ser
pensado para que os usuários se sintam em um lugar de produção de cultura:
almofadas, painéis, quadros e outros itens reforçam a identidade cultural da
comunidade leitora. (PRAZER, 2009, p. 77).

Pensando na mediação em outro espaço, a partir dos estudos de Silva (2001, p.72) e
Bortolin (2007), a biblioteca como instância mediadora deve ter uma postura ativa e dinâmica
e o material de leitura deve fluir até o leitor com qualidade do acervo e serviço prestado aos
seus usuários, além democratizar seu espaço e planejar programas socioculturais.
Nessa continuidade, a ação de mediar leitura envolve três bases, a observação, a
orientação e a interação. O mediador deve ser, antes de tudo, um leitor que tem o papel de
colocar-se como ponte entre o texto e o leitor. Nesse sentido, Garcia (2007, p. 95) afirma que
o “[...] mediador muitas vezes faz o percurso junto, ele mesmo é um sujeito em processo,
alguém que vai formando leitor à medida que vai formando outros leitores. O mediador da
leitura nunca está definitivamente pronto: será sempre um vir a ser”. Dessa forma, entende-se
que o bibliotecário tem a necessidade de uma formação continuada e de um trabalho coletivo
na biblioteca que colabore e fortaleça as ações de mediar a leitura.
Nesse conjunto, as interações vão se estabelecendo e à medida que intensificam mais
amplas será a consciência dos sujeitos envolvidos, contribuindo assim, para a construção do
conhecimento internalizado. À medida que a criança vai enriquecendo e ampliando os
conhecimentos, vai se tornando mais confiante acerca da capacidade para construir a sua
subjetividade e gradativamente vai dispensando o mediador, passando a resolver e buscar
sozinho seu caminho.
41

4 BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS 4

As discussões acerca de bibliotecas comunitárias é um assunto discutindo há bastante


tempo, apesar da literatura não ser tão abrangente sobre esta temática. Entretanto,
compreende-se que no tocante a esta temática biblioteconômica é uma das menos
pesquisadas, apesar do seu valor e trabalho para a democratização do acesso ao livro e a
leitura. Isto posto, para se compreender a importância das discussões sobre bibliotecas
comunitárias, Almeida Junior (1997), corrobora em seu trabalho intitulado Bibliotecas
Publicas e Alternativas, apontando que se pode encontrar estudos acerca da temática escrita
por STUMPF, Ida R. C (1988) e por SARTI, Rosa Maria, GUIRALDELLI, Imalda,
VICENTINI, Luiz Atílio (1984), bem como também Todeska Badke (1984).
Almeida Junior (1997) reporta que as bibliotecas comunitárias no Brasil tiveram
grande interesse por parte dos bibliotecários no final da década de 70 no XI Congresso
Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (CBBD), no qual marcou discussões acerca
da atuação da biblioteca pública, a função social do bibliotecário e sua relação com a
comunidade. Ainda segundo o autor, o termo biblioteca comunitária foi utilizado para
amenizar as ideias de criação das bibliotecas denominadas “populares”, que atuavam em
segmentos mais pobres, periféricos e que poderia em tudo ou nada se diferenciar das
bibliotecas publicas da época.
Almeida Junior (1993, p. 126) destaca que:
Apesar da falta de um consenso amplo quanto à definição de bibliotecas populares e
comunitárias, um item está sempre presente nas definições existentes: as classes
populares. Mesmo assim, são, tais classes, denominadas de várias formas (corno
"populações menos privilegiadas", "os desprovidos da sorte"), dependendo da
ideologia de cada autor. Etelvina Lima, por exemplo, define bibliotecas populares
como "as bibliotecas públicas cujo objetivo é o de atender às populações menos
privilegiadas das áreas urbanas e, se possível estender esse atendimento às
comunidades rurais.”.
Com relação ao termo “biblioteca comunitária”, percebemos a dificuldade na sua definição,
pois ele vem sendo empregado, pela sociedade em geral, como sinônimo de biblioteca pública
e biblioteca popular, sendo que o mesmo ocorre no contexto acadêmico. Partindo do princípio
de que é importante a utilização de termos claros e significativos dentro de uma área de
pesquisa, acreditamos ser importante fazer uma reflexão sobre suas formas de emprego e sua
relação com os tipos de bibliotecas caracterizados pela Biblioteconomia.
Ainda de acordo com Almeida Junior e os conceitos de bibliotecas comunitárias
apresentadas em sua obra, este para deixar mais compreeensivil o que seria a biblioteca
comuniatria pontua seus objetivos, que de acordo com Sarti, Guirald, Vincentini, 1984, p. 86)

- atender a uma comunidade especifica;

- desenvolver o habito da leitura;


42

- conscientizar a população na participação comunitária na preserrvação de um


publico

- tornar a biblioteca um fator integrante da comunidade.

Por estas definições de objetivos da biblioteca comunitária traçada em 1984 tem se a


compressão do que ela servia e que atualmennte ainda é regida sob os mesmos princípios. Um
ponto interessante a se destacar neste momento é os objetivos de ambas as bibliotecas eram o
mesmo.
Para nós, o emprego do termo biblioteca comunitária é mais apropriado para identificar o que
consideramos ser empreendimentos sociais que surgem do desejo e da necessidade de um
determinado grupo de pessoas em ter acesso ao livro, à informação e à prática da leitura, num
real exercício de cidadania. Em outras palavras, podemos identificar as bibliotecas
comunitárias como projetos vinculados a um grupo particular de pessoas, que têm como
objetivo atender esse mesmo grupo, os quais possuem os mesmos problemas, os mesmos
interesses e a sua própria cultura, seja esse um grupo de especialistas em paleontologia ou um
grupo de moradores de uma comunidade considerada de risco.

Todavia, a despeito do quadro com poucas referências sobre as bibliotecas


comunitárias, constata-se que as pesquisas científicas sobre esta temática avançam a cada ano,
principalmente com alunos de graduação, que despertam e percebem cada vez mais o
importante papel das bibliotecas comunitárias para desenvolvimento local e de transformação
social. Nesse sentido, compreende-se que à criação desses espaços está na carência de espaços
públicos para esse fim, bem como devido à dificuldade de acesso ao livro e à leitura. Isto faz
com que cidadãos comuns, organizações coletivas e/ou bibliotecários destinem esforços para
a criação desses espaços. Desta forma, compreende-se que o nascimento das bibliotecas
43

comunitárias provém das articulações e mobilizações de grupos, união da sociedade civil,


moradores, ou bibliotecários que se preocupam com o bem estar da coletividade.
Deste modo, para conceituar o que é biblioteca comunitária, Machado (2008, p. 64)
expõe que esta é definida como sendo:
[...] um projeto social que tem por objetivo estabelecer-se como uma entidade
autônoma, sem vínculo direto com instituições governamentais, articuladas com as
instâncias públicas e privadas locais, lideradas por um grupo organizado de pessoas,
com o objetivo comum de ampliar o acesso da comunidade à informação, à leitura e
ao livro, com vistas a sua emancipação social.
Por conseguinte, Cavalcante (2014, p. 30 apud Coelho; Bortolin, 2017, p. 164),
também corrobora com uma definição do que seriam as bibliotecas comunitárias:

São espaços informacionais, fruto da ação coletiva ou individual, legitimados pelos


moradores a partir do diálogo, da partilha, observações, necessidades e negociações
entre os envolvidos. A gestão ocorre de modo dinâmico, mediante trabalho
voluntário e ação participativa. Seus acervos são constituídos, na maioria das vezes,
de doações, assim como o mobiliário, o prédio e os recursos para a realização das
atividades. Como são espaços criados pela ação-comunitária voltam-se
principalmente para o compartilhamento das ações culturais, o empréstimo de livros
e a mediação da leitura de modo criativo e autônomo.
As bibliotecas comunitárias se estabelecem quando o Estado não consegue garantir
que a população tenha acesso à leitura, principalmente a leitura literária como um direito de
todos. Neste sentido, estas bibliotecas nascem do interesse que a comunidade, grupo de
pessoas, instituição ou bibliotecários têm acerca da percepção de que o contato com a leitura e
a escrita pode proporcionar à sua comunidade informações e conhecimentos importantes a
quem dela usufruir. Nesse sentido, concebe-se que: [...] a missão das bibliotecas comunitárias
gira em torno do estímulo à leitura; redução das desigualdades de acesso à informação;
disponibilização de recursos de informação e meios de comunicação de qualidade;
contribuição para a formação cidadã de crianças, jovens e adultos. (GUEDES, 2011, p.3).
No Brasil, existe um movimento forte de apoio à criação de bibliotecas comunitárias,
principalmente por parte do Instituto C&A através do Programa Prazer em Ler. No ano de
2015, por causa do Programa foi criado a Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias
(RNBC) que objetiva democratizar o acesso à leitura e às bibliotecas. Nesse sentido,
depreende-se que esta rede:
A Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias - RNBC surgiu de um
processo histórico, social, cultural e político que culminou na organização em
rede de bibliotecas comunitárias em várias cidades do país. São espaços de
leitura, criados e mantidos por organizações sociais e culturais em
comunidades e regiões metropolitanas onde existe grande carência de atuação
do Estado na garantia de direitos básicos. As bibliotecas comunitárias
integrantes da RNBC passaram a atuar em rede, a partir de 2009, dentro de
uma ação de apoio e incentivo à leitura: o Programa Prazer em Ler, do
Instituto C&A. Com esta atuação coordenada e coletiva, as bibliotecas
comunitárias ganharam protagonismo e liderança na construção de polos e
44

redes de leitura locais, incidindo nas políticas públicas da área do livro, da


leitura, da literatura e das bibliotecas. As experiências de troca e
aprendizagem, proporcionadas pelo Programa Prazer em Ler, mostraram a
necessidade de dar amplitude nacional ao que já era realidade em diversos
locais do país. (REDE NACIONAL DE BIBLIOTECAS COMUNITÁRIA,
[2015?], p. não paginado).

A RNBC conta atualmente com 10 Redes Locais e cerca de 100 Bibliotecas


Comunitárias nos estados do Pará, Maranhão, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São
Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro com o compromisso de crescer, articulando mais
bibliotecas comunitárias que desejem se integrar para fortalecer esse movimento de luta pela
garantia do direito à leitura, ao livro, à literatura e à biblioteca. (REDE NACIONAL DE
BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS, [21--]).

Acredita-se o papel das bibliotecas comunitárias no Brasil exercem hoje um oficio


fundamental na promoção da leitura e na incidência das políticas públicas locais e que neste
sentido, esta promoção deveria servir de exemplo para a atuação do governo, no sentido de
olhar para esta rede e apoiar suas iniciativas para que a mesma amplie suas ações. Estas
bibliotecas realizam um importante movimento de mobilização para a construção dos planos
municipais e estaduais do livro, leitura, literatura e bibliotecas.

Como coloca Almeida Júnior (1997), as bibliotecas públicas deveriam estar


contribuindo mais com as classes populares, fortalecendo-as com seus mecanismos de
resistências, oferecendo condições para um aumento do seu grau de consciência cidadã,
incentivando a aquisição de instrumentos que possam ser usados pela comunidade como arma
contra a opressão. A escassez de bibliotecas públicas e scolares e o isolamento das
comunidades marginais dos centros urbanos ao acesso às bibliotecas criam nas comunidades a
necessidade da realização de uma ação social com a finalidade de oferecer maiores condições
para o usufruto da informação, do livro, da leitura e da cultura.
Se para as bibliotecas comunitárias, há uma maior relevância à ação cultural, outro
fator, neste sentido, recebe forte notoriedade: a formação do leitor. É preocupação constante
da maioria das bibliotecas comunitárias do país, criar e/ou incentivar o hábito da leitura. É no
público infantil e juvenil que a construção do hábito de ler ocorre com maior facilidade,
através da leitura e contação de histórias. “Geralmente, o ‘bom senso’ do adulto faz com que
ele se recuse a aceitar e apreciar o entretenimento lúdico e imaginativo gerados pelas histórias
(...)” (SILVA, 1998, p.10 apud EDUARDO, 2007, p.18). Embora, muitos adultos possam
descobrir o gosto por ouvir e/ou contarhistórias. O ato de ler para o outro de forma a despertar
45

seu gosto pela narrativa, é comumente chamado de mediação de leitura. Para Russo (2009), a
atividade de mediação de leitura consiste em um ato de ler para crianças, jovens ou adultos,
de uma maneira livre e prazerosa, que não exige do mediador grandes habilidades artísticas

4.1 Bibliotecas comunitárias em São Luis

Atualmente em São Luís há duas Redes Leitoras se ocupando do fomento a leitura e


incentivo em bairros periféricos da cidade e tendo como principal apoiador financeiro o Instituto
C&A e o Criança Esperança. As discussões nacionais serviram como base para unificar o trabalho
desenvolvido pelas duas Redes Leitoras. A Rede Leitora Terra das Palmeiras e a Rede Leitora
Ler Pra Valer formaram em 2016 a denominada Ilha Literária - a Rede de Bibliotecas
Comunitária Ilha literária, objetivando o fortalecimento das discussões e a troca de experiência
entre os dois polos, possibilitando também a ampliação do número de bibliotecas comunitárias de
10 para 16 no ano de 2017.
Nesse sentido, coloca-se em evidencia que a história da rede Ilha Literária começa com
o trabalho de incentivo à leitura de uma instituição apoiada pelo programa Prazer em Ler do
Instituto C&A. O trabalho ganhou repercussão e agregou outras instituições com o mesmo
objetivo de promover a leitura na região do Coroadinho. Logo depois, foram convidadas a
trabalhar juntas para ampliar o atendimento em relação ao fomento à leitura na comunidade e
nascia o polo de leitura Ler pra Valer. O marco desta rede foi a criação do Fórum Estadual do
Livro e Leitura do estado do Maranhão em 2011. Em outra região da cidade, no eixo Cidade
Operária, pessoas e instituições que já desenvolviam trabalhos com leitura, cada uma no seu
espaço, se juntaram em 2013 e formaram um outro polo de leitura, chamado Terra das
Palmeiras. Esse coletivo também contou com o apoio do Instituto C&A. (REDE NACIONAL
DE BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS, [21--]).
Os dois grupos de bibliotecas trabalharam juntas no resgate das articulações do Fórum
Estadual do livro e Leitura e na luta de incidência em políticas públicas por dois anos. Muita
coisa aconteceu nesse período: audiências públicas, abraço literário, assinatura de carta
compromisso por vereadores, secretários e prefeito, eleição dos representantes da sociedade
civil para composição da comissão de elaboração do PMLLLB, juntamente com o Fórum e
demais parceiros. (REDE NACIONAL DE BIBLIOTECAS COMUNITÁRIAS, [21--]). Por
fim, essa união das redes gerou o que se conhece hoje como rede Ilha Literária, na qual são
integrantes 16 bibliotecas comunitárias, são elas: Biblioteca Comunitária da Residência 05;
Biblioteca Comunitária Prazer em Ler; Biblioteca Comunitária Portal da Sabedoria;
46

Biblioteca Comunitária Paulo Freire; Biblioteca Comunitária Monteiro Lobato - Cidade


Operária; Biblioteca Comunitária Monteiro Lobato – Coroadinho; Biblioteca Comunitária
Wilson Marques; Biblioteca Comunitária Josué Montello Biblioteca Comunitária Caminho do
Conhecimento; Biblioteca Comunitária Mundo do Saber; Biblioteca Comunitária Viajando
pela Alegria do Saber; Biblioteca Comunitária Semente Literária; Biblioteca Comunitaria O
Fantástico Mundo Da Leitura; Biblioteca Comunitária Cora Coralina; Biblioteca Comunitária
Arco-Íris do Saber e a Biblioteca Comunitária Arthur Azevedo.

4.2 Bibliotecas Comunitária Monteiro Lobato: percurso histórico

A Biblioteca Comunitária Monteiro Lobato tem seu histórico pautado num sonho. De
acordo com informações divulgadas, em 2004, era apenas um sonho, algo desejado, porém
sem muita estrutura de funcionamento, mas com ações pontuais de leitura foi minando o
desejo de ler e fazer ler, com tímidas atividades em sala de aula, a leitura foi fazendo parte da
rotina das crianças atendidas nesta instituição. Em 2005 essas atividades se intensificaram e o
que era apenas pontual, transformou-se em projeto para um semestre, envolvendo além das
crianças, as famílias. O projeto Brincando e Aprendendo na Escola, na Família e na
Sociedade, contou com o apoio da antiga Associação de Escolas Católicas, hoje CENEC de
Brasília, dando uma dinâmica diferente as atividades de leitura que já vinham sido
desenvolvidas e implantando um espaço de leitura "Monteiro Lobato". Em 2012, o mesmo
projeto foi encaminhado para o Instituto C&A e também foi aprovado com a principal
proposta de incentivas a leitura literária, para tal foi criada a Rede Leitora Terra das
Palmeiras, composta por 5 Bibliotecas, e agora, o que era espaço de leitura, transformou-se
em Biblioteca Comunitária "Monteiro Lobato".
47

5 BIBLIOTECA COMUNITÁRIA MONTEIRO LOBATO: projeto de ação


para o fomento do letramento literário

Trago o projeto da biblioteca

4 paginas

5.1 Projeto x
48

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O que tiver faltando posso fazer proposições para melhoria dos serviços da biblioteca, na
minha conclusão. No sentido da organização do acervo, mediação da leitura, atendimento ao
publico. Ficou faltando no áudio a fala dela de como meu trabalho seria algo inovador: acho
qyue foi na parte dessas idas a campo surpresa e na proposição de melhorias
49

REFERÊNCIAS

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ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil: Gostosuras e bobices. São Paulo: Scipione, 1989
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. São Paulo: Abril, 1995.

COELHO, Clara Duarte; BORTOLIN, Sueli. Processo de apropriação da literatura em


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Alagoas:UEL. Anais eletrônicos... Alagoas: UEL; 2017. Perspectivas para disseminação,
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