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Samuel Rocha
Studium Telecom
Nota ao Leitor
Esta publicação é o produto da experiência de mais de 30 anos em Engenharia de Telecomunicações e, representa o esforço e
trabalho contínuo do Autor.
Constitui uma produção independente com os respectivos direitos autorais, através da própria editoração para facilitar a
divulgação de textos técnicos e reduzir o custo final para os leitores. Todos os livros foram elaborados e desenvolvidos pelo autor sob a
luz da Lei de Direitos Autorais Nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, relativa a Propriedade Intelectual.
O autor não autoriza, de forma nenhuma, a revenda deste livro ou repasse a terceiros sem a sua autorização expressa por
escrito.
Antenas e Propagação
Acústica e Sonorização
Transmissão
Recepção
Radio Interferência – Casos e Soluções
Iniciação ao Radioamadorismo
Tecnologia de Televisão Analógica e Digital
Entre em contato para qualquer problema com a visualização desde livro em leitores. O livro de ser enviado para seu email,
bastando informar o código A2014.
Possíveis sugestões e contribuições poderão ser envidas para o Autor através do e-mail rocha@studiumtelecom.com
SUMÁRIO
A
lta-fidelidade pode definida como o som produzido por um
equipamento com grande similaridade ao som originalmente gravado ao vivo. É alcançada quando
existe uma distorção desprezível, com pouco ruído e com o correto volume e acústica da sala
apropriada. Algumas características do som reproduzido podem ser modificadas ou enfatizadas com
reforço de graves ou agudos, através de distorções ou efeitos de acordo com o gosto particular do
ouvinte.
A opção, também viável, para quem não pretende montar um equipamento valvulado é
comprar um pré integrado ( pré-amplificador e power juntos) ou os dois separados, desde que
fabricados por excelentes marcas e restaurar calmamente, com a devida troca dos componentes
necessários. Aconselho adquirir o amplificador apenas se o mesmo ainda possuir os seus
transformadores de saída originais. Segue a relação de alguns dos melhores amplificadores à válvula
vintage para comprar e restaurar:
Dynaco ST35,
Eico com válvulas EL-84,
Fisher 50C, 400CX-2,
Heathkit AA-191,
Lafayette KT-600/KT-600A,
Marantz,
Mc Intosh: amplificadores de configuração mono MC 30, MC 60, Estéreo MC 225 com válvulas
7591 na saída, MC240, MC275, equipamentos muito valorizados e de grande procura.
Leak TL12.1e TL50,
Pilot SP-215, SA-232 e SA-260 (utiliza 4 válvulas EL-34, representado mais adiante no texto),
Pye Mozart,
Scott, vários modelos com pré e power integrados ou somente amplificador.
Quad II, famoso amplificador inglês que utiliza válvulas KT66.
TVA.
Para a verificação das válvulas quanto a sua emissão é necessário um testador de válvulas, e
posteriormente trocamos as válvulas fracas. As válvulas de saída possuem menor vida útil devido a
maior dissipação de potência. Na falta de um testador, as válvulas também podem ser testadas
comparando-se com outras novas. Os pinos que se encontram os filamentos podem ser encontrados
no manual de válvulas e verificados quanto a continuidade utilizando um ohmímetro ou simplesmente
verificando se a válvula acende, mas a capacidade de emissão - se está boa ou fraca - realmente só
trocando por outra válvula ou utilizando um teste de válvulas.
Antigamente, as lojas de eletrônica tinham esse teste no balcão e muitas vezes nem cobravam
para testar. Com o uso do equipamento, a emissão das válvulas vai decaindo e a respectiva potência
de saída vai diminuindo, mas podemos levantar a resposta de freqüência e determinar, também, a
potência máxima em Watts RMS do amplificador e sua distorção utilizando um gerador de sinais de
áudio aplicado na entrada como veremos mais adiante.
4. As classes de amplificadores
Os amplificadores Single-ended e push-pull podem ser construídos com triodos, pentodos ou os dois
tipos na combinação ultra-linear (modo triodo parcial).
Amplificador Classe Super A – Usa uma polarização variável, oscilando entre as classes A
e AB, de forma que a corrente de repouso aplicada às válvulas ou transistores de saída é comutada
entre dois valores de acordo com o nível do sinal: em baixos níveis, a corrente é alta – classe A; a
partir de determinado nível de saída, a corrente é reduzida – classe AB.
Amplificador classe D (ou PWM) – Funciona segundo a técnica de modulação por largura
de pulso (PWM) como um amplificador digital. Usa-se de forma cada vez mais freqüente em
aplicações onde se exige alto rendimento como em multimídia ou telefonia. Recentes avanços no
fabrico de transistores de alta velocidade, melhorado a qualidade de áudio destes amplificadores.
Existem ainda outras classes como I que é uma composição das classes A e D num único
amplificador; A/AB; as extintas classes E e F; a classe J que combina as classes B e D; a classe S,
semelhante à classe D; e algumas topologias proprietárias encontradas somente em alguns
fabricantes, como Crown, Sunfire (Carver), Tripath (classe T).
As válvulas podem ser adquiridas no comércio especializado do Rio (Rei das Válvulas) ou
de São Paulo (Valvulândia) ou encomendando direto pela Internet (Farnell – S.P.) que dispõe de
grande variedade. Os fabricantes atuais são Groove Tubes, Svetlana, Sovtek (Rússia),JJ
(Yugoslavia), Tesla, EI (Servia), China.
As válvulas novas, provenientes de estoque antigo (NOS=New old Stock) ainda são
encontradas em lojas no Brasil e no exterior. Consulte o site: http://www.newsensor.com. Existe um
grande e interminável discussão sobre quais são as melhores válvulas para áudio são as inglesas e as
alemãs (Mullard, Telefunken, Amperex, Tungsram, Brimar, GE, entre outras) devido ao baixo ruído,
durabilidade e similaridade com pares casados. As famosas válvulas E88CC e E83CC são de
qualidade especial, com filamento para até 10.000 horas e possuem pinos dourados. Os filamentos
dessas válvulas são diferentes das ECC88 e ECC83, pois não possuem a derivação central do
filamento no pino 9.
Os soquetes de válvulas são de ebonite ou porcelana (de maior qualidade para as válvulas
de saída, porém mais raros), utilizar soquete com blindagem para as válvulas de baixo sinal na
entrada dos pré-amplificadores. São ainda encontrados em lojas de eletrônica em São Paulo.
Utilize parafusos de aço inox para um melhor acabamento. Nas laterais podem ser
empregados parafusos tipo Allen.
Vamos, agora, verificar como o triodo se comporta sob o aspecto de corrente contínua, ou
seja, admitindo que a grade de controle está polarizada por um potencial de corrente contínua, sem
nenhuma corrente alternada.
A introdução da grade de controle inserida entre catodo e placa permite o controle efetivo da
corrente que circula entre esses eletrodos. É fácil constatar a eficiência desse controle, quando
admitimos que a grade está polarizada negativamente em relação ao catodo. A figura 3 apresenta um
circuito básico para triodo de grade polarizada com três valores de tensão negativa e um com tensão
positiva, mantendo a tensão de placa fixa. Este circuito incorpora, nessa configuração, uma fonte de
polarização negativa ajustável denominada Ecc. Nos circuitos práticos, a tensão de grade de controle
Ec é obtida diretamente através de Ebb e não de Ecc. Na verdade, todas as tensões necessárias para
polarizar os eletrodos de uma válvula são obtidas através de Ebb.
Válvula sub-miniatura CV3986 / 6021com 8 fios, medindo 34 mm de altura e 9 mm de diâmetro e seu tamanho em
relação às outras válvulas
Figura 3
A figura 3 (A) mostra o triodo com uma tensão de polarização de grade fortemente negativa.
Quando isto ocorre, não circula nenhuma corrente no circuito catodo-placa, então, o triodo está no
ponto de corte. Isto é evidente, pois estando a grade muito negativa, é de se esperar que todos, ou
quase todos, os elétrons emitidos pelo cátodo sejam repelidos pela grade.
A figura 3 (B) mostra a grade de controle com uma tensão de polarização razoavelmente
negativa. Nesta situação, o fluxo de corrente no circuito catodo-placa é significativo.
Na figura 3 (C) a tensão negativa de polarização e grade é muito pequena, na verdade
próxima de zero, e o fluxo de elétrons no circuito catodo-placa é muito intenso. Em uma situação
como esta, o triodo está próximo do ponto de saturação.
Na figura 3 (D), a grade está polarizada positivamente. Isto significa que todos os elétrons
emitidos pelo catodo são acelerados em direção à placa, não encontrando neste percurso nenhum
elemento que limite o fluxo. Nesta situação, a grade de controle perde sua função primordial e, a
partir deste ponto, um aumento no sentido positivo da tensão de polarização de grade não significará
um aumento na corrente de placa. A válvula está saturada.
Os limites de operação da válvula triodo (ponto de corte e de saturação), bem como das
demais válvulas, varia conforme o tipo. Por exemplo, o duplo triodo ECC82 entra em corte com
Eb=240V e Ec=-18V, enquanto a ECC83 entra em corte com Eb=240V e Ec=-3,5V.
Nesta análise preliminar, mantivemos a tensão de placa Eb fixa, variando a tensão de
polarização da grade de controle. Observamos que, cada variação da tensão de grade Ec
corresponde a uma variação na corrente de placa Ib. A esta altura podemos perguntar: quando a
corrente de placa Ib varia, o que acontece com a tensão de placa Eb? Para que esta questão possa ser
avaliada, é necessário modificar os circuitos mostrados na figura 3, inserindo um resistor em série
com a placa e, em paralelo com este, um voltímetro. Este resistor é denominado resistor, ou
resistência, de carga de placa. Não confundir com “resistência de placa” (rp), que é um parâmetro
das válvulas triodo e pentodo. A figura 4 ilustra o que acontece com Eb e Ib, em termos de corrente
contínua, quando variamos a tensão de polarização da grade de controle Ec obtida através de uma
fonte.
Uma família de curvas características de placa da válvula ECC83/12 AX7 utilizada em pré-
amplificadores está representada na figura 5, que mostra a relação entre corrente de placa Ib e tensão
de placa Eb com a tensão de polarização de uma grade EC constante.
Figura 5
A figura 6, por outro lado, mostra a relação entre corrente de placa Ib e tensão de grade Ec
para um valor constante de Eb da mesma válvula. Estas curvas mostram o efeito provocado pelas
variações de tensão no circuito de grade no circuito refletindo na corrente de placa e são
denominadas curvas características de transferência ou mútua.
Figura 6
Figura 7
O pentodo é uma estrutura de eletrodos que consiste de um catodo, grade de controle, grade
de blindagem, grade supressora. A estrutura dos elétrons é montada entre dois discos de mica, o
superior e o inferior, adaptada diretamente aos pinos da válvula.
A válvula usa um catodo de aquecimento indireto. O filamento é formado por um fio de
volfrâmio revestido de óxido de alumínio (alumina) para isolar eletricamente do catodo. O próprio
catodo é um cilindro de níquel revestido no lado externo com material emissivo, uma mistura em
partes iguais de óxido de bário e óxido de estrôncio. A temperatura de operação do catodo é
aproximadamente 700º C.
Quando precisar saber se uma válvula pode substituir uma outra, baixe o freeware do site:
http://www.duncanamps.com/tdslpe/ com informações sobre as características elétricas e
respectivas pinagens das válvulas.
6.2 Amplificadores classe A com triodo
A resistência de um condutor varia com a temperatura. No caso dos metais a resistência aumenta
com o aumento da temperatura. Mas, em certas substâncias, como o carbono utilizado na fabricação
de resistores, a resistência diminui à medida que a temperatura aumenta. Os resistores de maior
dissipação são mais susceptíveis a queimar devido a maior corrente que circula por eles. Para medir
seu valor, prefira um multímetro digital, caso disponível, mas tenha em mente que a tolerância dos
antigos resistores chega a 20%, exceto especificação em contrário no esquema ou manual ( 5% ou
10%). Meça o resistor de preferência com o multímetro digital posicionado na escala de ohms e
substitua todos os resistores fora da tolerância. Assim, a letra K representa milhares de ohms, como
20KΩ = 20000 ohm e a letra M indica milhões de ohms, como 10 MΩ = 10 Megohm. Já encontrei um
defeito provocado por resistor de fio que teve seu valor aumentado mas não tinha aberto e a fonte
consequentemente fornecia um valor de tensão menor, com menor desempenho dos estágios.
A curva “A” representa uma variação LINEAR da resistência com a rotação. Este tipo de
controle é usado na maioria das aplicações exceto para fins de controle de tonalidade e de volume de
áudio. As curvas “B” e “C” são ambas usadas nos controles de volume e de tonalidade, obedecendo
a uma logarítmica modificada. A curva “W” é também uma curva logarítmica modificada, mas sua
posição central corresponde a 37% da resistência, aproximando-se bastante da curva linear. A curva
“S” é linear em quase toda a sua extensão, porém, em ambos os extremos, apresenta uma fraca
variação de resistência.
Resistores fixos de 1% de tolerância são encontrados na loja Dabi, na Rua dos Timbiras
299/301, tel:011-3337-8899 e na loja Opoen, site http://www.opoen.com.br, Rua General Couto de
Magalhães, 221, Santa Ifigênia, São Paulo (enviam pelos Correios).
8. Capacitores
Devido à idade dos equipamentos valvulados, recomendo o teste e a troca dos capacitores
eletrolíticos da fonte e dos outros capacitores usados em acoplamento e passagem. Para verificar o
valor com um capacímetro e testar um capacitor quanto a sua fuga, utilizamos um multiteste analógico
com a escala para medida de resistência de acordo com o valor do capacitor: quanto maior o
capacitor, menor a escala em ohms. Em seguida, invertemos as pontas de prova e repetimos a medida
da resistência de fuga na descarga do capacitor. Finalmente, verificaremos se o componente está
aberto ou em curto, mas nesse teste com o ohmímetro, a tensão aplicada será a da bateria do
multiteste e, na prática, os capacitores funcionam com tensões maiores e podem apresentar fuga com
a tensão normal de trabalho.
Os capacitores modernos utilizados são fabricados de filme de poliéster, polipropileno ou
poliéster metalizado, entre outros. Os capacitores com filme de poliéster têm a característica sônica
original da época e custam barato. Já os capacitores de poliéster metalizado fornecerão um maior
brilho (capacitores Illinois série MWR), assim como os capacitores de filme de polipropileno da
Sprague 716P, Hovland Musicaps e MultiCap PPFX-s. Os capacitores mais caros são de
polipropileno metalizado da Solen PB, Illinois MPW, AuriCap e MultiCap PPMFX. Outras marcas
de capacitores de qualidade são: CDE; Kimber Kap; Júpiter; Jensen; Dynamicap; Mundorf.
Caso utilize um capacitor eletrolítico que ficou guardado muito tempo, o melhor
procedimento é aplicar uma tensão DC menor e ir aumentando com uma fonte até a completa
restauração do dielétrico, quando a corrente de fuga irá diminuir e se estabilizar. Por isso, devemos,
periodicamente, ligar nossos equipamentos a válvula para maior vida útil dos capacitores! A
corrente de fuga dos capacitores eletrolíticos secos deve permanecer abaixo de 2 mA ou menos, após
decorridos 30 minutos da aplicação da tensão de trabalho. Se isto não ocorrer, deve-se substituir o
capacitor. Havendo apreciável flutuação da corrente de fuga, o capacitor é provavelmente um
componente com defeito intermitente e deverá ser trocado. Algumas pontes antigas a válvula medem
capacitores aplicando uma tensão de até 450 volts, enquanto os capacímetros digitais utilizam a
própria tensão da bateria, geralmente 9 volts, insuficiente para verificação da corrente de fuga.
Recomendo utilizar uma válvula retificadora em vez de diodos retificadores de silício para
que as válvulas estejam aquecidas quando surgir a tensão de +B (alta tensão da fonte). Na montagem,
os transformadores de saída de áudio devem ter seus núcleos perpendiculares ao transformador de
força para minimizar a indução. O chassi é de alumínio anodizado, dobrado em viradeira de chapa e
nos furos dos soquetes das válvulas e eletrolíticos foram utilizados vazadores circulares, na ausência
desses, podemos furar círculos com brocas de 3 mm e acertar o furo com lima circular. Antes da
montagem, colar a parte superior do chassi com papel milimetrado, dispor as peças e componentes
para estudar a melhor disposição e para melhor alinhamento quando da furação. Coloque os
transformadores da fonte e saída com os respectivos núcleos não paralelos p/ evitar indução.
Figura 10 – Amplificador Classe A com Válvulas 2A3 de Minha Construção
Figura 11 – O meu Amplificador durante os testes finais na bancada. À direita, dois amplificadores, mono, classe A, da marca
Melody são vendidos por US$ 2200.00!
Destaco a necessidade do uso de caixas acústicas com alta eficiência, tipo bass reflex, para
melhor casamento com os amplificadores classe A, devido a sua baixa potência de saída. Caso
utilize caixas de suspensão acústica, de menor eficiência, recomendo o uso de amplificadores
valvulados com saída em push-pull.
Especificações técnicas amplificador classe A, single-ended, com válvula 2 A 3
Reposta de Freqüência 10Hz - 44,5 kHz -3 dB a 1 W
Relação Sinal-Ruído 90 dB menor que 1% a potência plena
Fator de amortecimento 3,5
Potência de Saída 3,5 W RMS
Neste Power Pilot SA-260 com 4 válvulas de saída EL-34 foram trocados: os conectores de entrada RCA, plugues para alto-
falantes, além de capacitores, resistores, suporte de fusível, tomada e todas as válvulas.Foram colocados 4 pés de borracha
devido ao peso do conjunto e refeita a pintura em preto fosco da caixa e chassis. Devido à presença da tampa e ao calor das
válvulas, recomendo o uso de uma pequena ventoinha para diminuir o aquecimento.
Power Pilot SA-260 antes da reforma Power Pilot SA-260 após a reforma
Importante: Muitos amplificadores fabricados no U.S.A. são projetados para 110 Volts ou 115
volts. Com a rede de 127 VCA, a fonte irá apresentar tensões maiores de filamento e de +B. A
solução que adotei foi adquirir um estabilizador de tensão, do tipo utilizado em micros que fornece
exatamente 115 volts. Sugiro que teste com um voltímetro digital antes de adquirir um
estabilizador, pois muitos possuem a saída de 127 VCA!
Neste projeto relativamente simples foi utilizada uma fonte com diodos de silício em vez de
válvulas retificadoras e três tensões são obtidas: 350 VDC, 220 VDC e a tensão de polarização de
-160 VDC do estágio pré-amplificador. Foram empregados dois pentodos da Siemens C3g, E180F ou
EF86 e duplo-triodos 6AS7 ou 6080 para cada canal. O transformador de saída possui a impedância
de 2000 ohms no primário e 8 ohms no secundário. Pode fornecer de 7 a 13 W RMS.
9.6 Amplificador integrado Scott Model LK-72, Laboratory Series, com 7591A
A Scott iniciou a sua fabricação em 1952 com o modelo integrado com pré, equalizador e
amplificador modelo 99-A e em 1958 lançou o modelo 299, um dos modelos mais vendidos. Até
hoje seus valvulados são muito procurados pela sua qualidade. O LK-72 foi produzido de 1960 a
1963 e usa as seguintes válvulas: 7591A na saída (podem ser adaptadas 6V6 com mudança na
ligação dos soquetes), 6GH8 (pode ser substituída pela 6U8), Retificadora 5AR4 ou GZ34, 12
AX7. Atualmente as válvulas 7591 são difíceis de serem encontradas, mas podem ser substituídas
pelas válvulas 6V6, necessitando para isto de uma mudança na ligação dos soquetes de 8 pinos.
Não substitua a válvula retificadora por diodos de estado sólido, pois a alta tensão da fonte de
alimentação irá aumentar muito devido à menor resistência interna dos diodos e irá sobrecarregar
os capacitores eletrolíticos da fonte e modificar todos os regimes de operação projetados para as
válvulas.
Se o seu amplificador apresentar ronco (hum), existe uma maneira simples de verificar a origem do
defeito. Diminua totalmente o volume no potenciômetro, caso o defeito ainda persista, o problema
vem da fonte, devido à falta de filtragem. Se o ronco parar, verifique nos circuitos de entrada a
blindagem do soquete na válvula pré-amplificadora e se os cabos são blindados e aterrados
convenientemente.
A foto deste pré e amplificador integrado Scott por mim restaurado está na página anterior. Fabricado em 1960, utiliza 4
válvulas 7591A, e válvula retificadora GZ34 na fonte de alimentação..
9.7 Amplificadores push-pull ultralinear Williamson
Na operação de um circuito em saída push pull temos as duas válvulas, geralmete um par casado,
com as mesmas características elétricas, para maior balanço e menor distorção do segundo
harmônico. Entretanto, na prática, sempre existirá diferenças entre as os dois lados do inversor de
fase que excita o estágio de saída, devido ao não balanceamento das duas metades do enrolamento no
transformador, na diferença nos valores dos demais componentes: resistores e capacitores. Por este
motivo, existe um potenciômetro de controle, o qual permite ajustar a polarização (bias) toda vez que
as válvulas de saída são trocadas.
Assim podemos traçar a reta de carga (em verde), sempre procurando uma porção linear do gráfico.
Com uma tensão de catodo de Vg= -1v, estaremos na 3° curva em uma região linear, operando com
uma corrente de 1,4 mA e 160 v de placa ( retas em azul).
O resistor de catodo será igual a Rk = Vg/ Ip = 1 / 1,4 = 0,71 KΩ, usaremos 820 Ω
Reta de carga traçada sobre as Curvas de Transferência da 12 AX7
Como a impedância de saída total deste estágio será igual ao resistor de placa (RL)em
paralelo com a resistência interna de placa (Rp) , teremos a resultante de 38 k Ω, que é um valor alto
para excitar uma carga. Utilizaremos um outro circuito seguidor de catodo, sem ganho apenas para
casamento de impedâncias.
Para o projeto do 2° estágio amplificador, usaremos uma reta de carga que forneça uma
corrente maior, foi escolhido 3 mA:
No modo quiescente, isto é, sem corrente, a queda de tensão na válvula será 163 V, de forma
que a tensão no catodo será de 300V - 163V = 137V. A grade estará a um potencial de 1 V abaixo do
catodo, com 136V.
Esquema final do Amplificador com 2 estágios a triodo 12 AX7
O resistor de 1 MΩ na saída pode ser substituído por um potenciômetro para controle de volume
Um pré-amplificador lida com sinais de baixos níveis na entrada, como por exemplo: toca-
discos, guitarra ou microfone, Já para utilizar um CD player, como a sua saída é maior que 1 volt, o
Cd pode ser ligado diretamente à entrada de um amplificador se o mesmo possuir um controle de
nível de entrada (potenciômetro de volume). Como o sinal de um toca-discos é insuficiente para
excitar diretamente o amplificador de potência, precisamos de um circuito, como o mostrado acima,
indicado para quem deseja um pré-amplificador simples com a curva de equalização RIAA para
phono. Essa curva foi padronizada entre outras existentes no passado e serve para reforçar os agudos
na gravação dos LPs; inversamente, o pré amplificador deve atenuar os agudos.
O circuito utiliza +B de 250 volts. As duas válvulas em paralelo reduzem o nível de ruído e o
estágio de entrada é acoplado por ac para a primeira metade da 6SN7. Adicione um capacitor em
paralelo com R2 no valor de 1000 uF/25 Vdc, caso seja necessário aumentar o ganho do circuito em
caso de necessidade.
Eliminação do circuito original do timer, o qual liga o +B somente com os filamentos das
válvulas já aquecidas. O timer foi substituído por uma chave para ligar os filamentos, antes da tensão
de +B de 472 VDC ser aplicada.
A fonte de alimentação acima mostrada é estabilizada e regulada, por isso emprega tantos
componentes. Os esquemas de outras versões deste pré podem ser melhor visualizados no site
http://www.arcdb.ws/SP8/SP8.html. Existem várias versões e aprimoramentos deste pré da Audio
Research. A audição de LPs com este pré é realmente maravilhosa!
Similarmente, teremos: Ganho (G) = Pout /Pin e G= Pr/Pt como no exemplo abaixo:
G(dB) = 10 log (Pout /P in) = 10 log (Eout /E in)²= 20 log (Eout /E in)
Na conversão de dB para dBm, onde este último é relacionado a uma Potência de entrada (Pin) de 1
mW:
Exemplo: um nível de potência de 10 dBm está 10 dB acima do nível de 1 mW, isto é, 10 mW,
enquanto um nível de 20 dBW é 100 vezes maior do que 1 W, isto é, 100 W.
A potência RMS ou valor quadrático médio (root mean square) ou valor eficaz é a potência
gerada por uma corrente e tensão alternada que tem o mesmo efeito de uma corrente e tensão
contínua. Existe muita confusão quando se encontram referências de potencia de saída em
equipamentos de áudio em W (Watt) com valores discrepantes.
A potência PP (pico-a-pico) refere o nível de pico a pico (Peak-to-Peak) e não deve ser
confundida com potência RMS, potência entre os picos superiores e inferiores de saída. O valor
RMS pode ser calculado a partir deste valor usando a seguinte expressão
A potência IHF, dinâmica ou musical, é um padrão atualmente fora de uso e representa cerca
de 35 a 50% maior que o valor equivalente em RMS
A potência PMPO ou potência de saída de pico musical seria a potência máxima que um
amplificador poderia suprir sob algumas condições, mas a PMPO não tem nenhuma correlação com a
RMS e não merece credibilidade, pois não é uma medida padronizada, cada fabricante atribui um
fator de multiplicação para a equivalência em relação ao RMS.Foi uma ideia de marketing para
aumentar o valor da potência e aumentar a venda de equipamentos.
A norma alemã DIN 45000 define diferentes métodos de medida, dependendo do dispositivo
sob teste para a potência continua, potência de pico e faixa de frequência (BW) para a potência
máxima.
Primeiramente temos que casar as impedâncias de entrada e de saída do amplificador para
obter a máxima transferência de energia.
A potência contínua é medida com o Amplificador com sua fonte normal que deverá ser capaz
de fornecer durante 10 minutos, no mínimo, a potencia declarada na frequência de 1 kHz, enquanto a
distorção harmônica total (DHT) não pode exceder 1%. Na medida de potência de pico a fonte é
substituída por uma outra fonte de alimentação regulada, e o tempo para fornecer a potência é
reduzido. Assim, valores maiores são obtidos e geralmente o fator para obter a potência de pico é
1,1 vezes menor que a potência contínua.
A largura de banda de potência (BW) é definida como a banda de frequência para qual a
metade da potência contínua é obtida nos testes
As normas DIN 45 500, CNF 97-330, EIA RS-426 e IEC 268-5 especificam a utilização de
um sinal que possui todas as componentes do espectro, denominado de ruído rosa, com um filtro que
atenua as baixas e altas frequências de forma a representar mais aproximadamente a distribuição da
música no espectro musical.
11.2 Medindo a potência de saída RMS em amplificadores de áudio
Conecte uma carga na saída do amplificador com a mesma impedância do alto-falante para
que a transferência de energia entre o amplificador e a carga seja máxima. Para medir a potência de
saída de áudio de um amplificador, colocamos um resistor com o mesmo valor da impedância de
saída e com potência correspondente. Para uma impedância de saída de 16 ohms e potência de 50 W,
podemos usar 4 resistores de 50W em combinação série - paralelo ( 2 em paralelo ligados em série
com outros 2 em paralelo).
Aplique uma onda senoidal através de um gerador de áudio na entrada do amplificador e aumente o
nível do sinal até que a forma de onda no osciloscópio comece a distorcer. Este é o ponto de
potência máxima RMS sem distorção.
Para realizar esta medida, utilize como carga na saída resistores de fio em vez de alto-
falantes com a dissipação de acordo com a potência máxima. A resposta de frequência é obtida
medindo na saída do amplificador com um osciloscópio ou multímetro em escala de VCA com um
gerador de áudio aplicado na entrada do amplificador de áudio. Em seguida, o sinal aplicado é
variado de 30 Hz até 20 kHz e anotamos em escala logarítmica para cada valor de frequência na
entrada, o nível nominal de potência na saída.A referência da curva será o tom em 1 kHz. Os pontos
em que o nível cai em 3 dB são considerados os pontos de meia potência e definem a resposta do
amplificador, como a mostrada a seguir em que temos queda aproximada de 3 dB para 70 Hz e 10
kHz respectivamente.
A impedância de saída deve ser bem baixa. Por exemplo, se a impedância for de 0,8 ohms,
então um alto-falante de 8 ohms terá um fator de damping de 10. Se for de 0,08 ohms o damping será
de 100.
Resulta do fato que um sinal passando por um sistema não linear produz sinais com
freqüências não existentes originalmente no sinal de entrada. São múltiplos da freqüência do sinal de
entrada. Por exemplo: um sinal de 500 Hz irá gerar sinais de 1000, 1500, 2000 Hz.
Quando dois sinais senoidais são aplicados em um sistema não linear, aparecerão a soma e a
diferença destes sinais como na saída de um misturador.
11.5.5 Distorção espacial
Ocorre quando o ouvinte tem uma localização errada da fonte sonora, isto é, da distribuição
espacial da fonte sonora reproduzida.
Para os colecionadores que possuem toca-discos recomendo a limpeza dos discos de vinil
antes do uso e na conservação evitando arranhões e poeira nos sulcos. Os discos devem ser
primeiramente lavados em água morna com detergente neutro. Após este procedimento, deixar secar
em pé e depois guardar com plástico protetor. Indico uma máquina especial que adquiri para limpeza
de discos, Vac-o-Rec, ela possuí um motor e um pequeno aspirador para retirar a poeira que fica
entranhada nos sulcos.
A limpeza da agulha deve ser feita com uma solução detergente e aplicada com um pequeno
e macio pincel de trás para frente, para retirar a sujeira antes de apreciar seu disco predileto. Alguns
acessórios são colocados no prato do toca-discos, como um braço com um rolete fabricado pela
Discwasher da Audio Technica, que deve ser umedecido para retirar a poeira do disco. O braço
possui fio terra, que deverá ser ligado ao toca-discos. Todos os equipamentos de áudio devem ser
interligados e ligados ao fio terra para minimizar indução e diferença de potencial.
Para reparar um amplificador com defeito, injete o sinal de um gerador de áudio com 1
kHz no estágio mais próximo do alto-falante e vá percorrendo os circuitos de grade e placa de
cada estágio na direção do primeiro estágio para verificar em qual ponto o sinal está interrompido.
Verifique os valores das tensões de placa e de grade de cada válvula.
Caso substitua a válvula retificadora por diodos retificadores de silício, coloque um timer
ou um interruptor de espera de aquecimento dos filamentos na derivação central do transformador
de força e um resistor de valor entre 100 a 150 ohms, 10 Watts de dissipação em série para reduzir
o +B, pois a válvula retificadora possui resistência interna de placa, eliminada pela baixa
resistência direta da condução do diodo de silício. O dispositivo de espera é utilizado em muitos
equipamentos profissionais e visa não aplicar a alta tensão do +B quando as válvulas não
estiverem aquecidas.
Os circuitos de entrada deverão possuir fio blindado para evitar captação de zumbido ou
hum provenientes da rede de 60 Hz. Blindar a válvula de entrada de sinal. Utilizar fio torcido na
ligação dos filamentos, desacoplando para terra através de um capacitor de 0,01 µF.
Um amplificador Fender single-end com 6V6 na saída de áudio e apenas 3 válvulas.
Os amplificadores Fender são caracterizados pela sua simplicidade, qualidade nos materiais e robustez, como no circuito
acima, capaz de fornecer 14 Watts. O amplificador acima utiliza retificador de selênio na polarização negativa (bias) que poderá ser
trocado por diodo de silício 1N4007 ou equivalente.
Amplificador de 18 Watts com válvulas especiais para áudio EL84, fornece potência inferior à 6L6, observe o interruptor de standby
já instalado na fonte. Trocar o resistor de 1 Megohm por um potenciômetro para obter um controle de volume.
Esquema de um amplificador muito popular, Giannini, modelo Thundersound III, com válvulas
de saída 6L6
Esquema do amplificador Giannini Jet Sound, de 1967, também reparado por mim, com 3
válvulas 12 AX7 e duas válvulas 6L6 na saída.
14. Bibliografia
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