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INTRODUÇÃO
A relação entre saúde e ambiente tem sido trabalhada como assunto cada vez
mais importante, não somente para profissionais que lidam diretamente com este tema,
mas para toda a humanidade, pois a degradação ambiental tem existido e significa uma
ameaça aos sistemas de suporte à vida. Esta destruição é também consequência de
avanços científicos, econômicos e materiais (FREITAS; PORTO, 2006) e os seres
humanos são os responsáveis diretos pelos danos causados à natureza, por isso é
necessário o pensamento e reflexão sobre o bem-estar ecológico e consequentemente
humano (BESERRA et al., 2010).
1
Trabalho de Extensão realizado na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-
Brasileira (UNILAB).
2, 5
Enfermeiros. Professores Adjuntos do curso de enfermagem da UNILAB.
3,4
Alunas do curso de Enfermagem da UNILAB. Bolsistas Pesquisa e Extensão, Arte e Cultura.
6
Médica Veterinária. Professora Adjunta do curso de Enfermagem da UNILAB.
2
MÉTODO
O instrumento que foi utilizado para coleta de dados contempla duas partes, além
da identificação, perfil pessoal e profissional do sujeito participante. A primeira parte do
instrumento aborda questões objetivas de múltipla escolha sobre a temática. A segunda
parte, por sua vez, foi constituída por questões subjetivas relacionadas à opinião dos
sujeitos sobre a realização da atividade e importância do conteúdo para cada
participante.
Como critérios de inclusão utilizados para os sujeitos: ser funcionário público ou
terceirizado dos serviços gerais com idade acima de 18 anos e alfabetizado. Não
houveram critérios de exclusão.
Para análise dos dados foram elaboradas frequências relativas e absolutas
utilizando o programa epiinfo, além da discussão à luz da literatura científica pertinente
à temática.
Para participação do sujeito na pesquisa, o mesmo preencheu e assinou o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) confirmando o conhecimento sobre
vantagens e possíveis riscos da pesquisa. O estudo obedeceu à resolução 466/2012 que
condiz com o respeito, à individualidade, privacidade e direito de desistência da
pesquisa a qualquer momento se assim desejar. O projeto foi submetido à avaliação do
Comitê de Ética em Pesquisa sendo aprovado com número do parecer 962.995.
RESULTADOS
Intervalo de
O que você entende por ecossistema? n %
Confiança
Conjunto formado por todas as comunidades
5 9,09%
vivem e interagem em determinada região. 3,02% - 19,95%
Sistema composto pelos seres vivos e o local
onde eles vivem (onde estão inseridos todos os
componentes não vivos do ecossistema como 61,00% - 85,33%
41 74,55%
os minerais, as pedras, o clima, a própria luz
solar, e etc.) e todas as relações destes com o
meio e entre si.
Não entendo nada. 9 16,36% 7,77% - 28,80%
Total 55 100,00%
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DISCUSSÃO
Como pode ser observado na tabela um, homens e mulheres estão em número
semelhantes, respectivamente 23 (41,82%) e 32 (58,18%), porém com ainda
predominância feminina. Este fato deve-se possivelmente a relação das funções do
profissional dos serviços gerais, que assemelha-se aos ofícios realizados na maioria dos
casos pela mulher em seu lar.
Na tabela 2 percebeu-se que a resposta “todas as alternativas anteriores” foi
selecionada por 21 participantes (38,18%). Esta é a resposta mais correta, pois
contempla todos os itens corretos. Porém, no geral, ficou claro que a maioria dos
participantes tem compreensão limitada do que venha a ser lixo, por marcar somente
uma opção.
Conhecer o destino final do lixo é fundamental, pois este é um dos agravantes
da degradação do meio ambiente. Atualmente, tem sido mais discutido a respeito da
coleta seletiva e reciclagem de resíduos sólidos como possível solução para reduzir o
volume de lixo a ser disposto em aterros ou lixões. A reciclagem é uma das maneiras
que permite a diminuição do volume de lixo produzido e o reaproveitamento de
diversos materiais, auxiliando a preservar elementos da natureza neste processo de
reaproveitamento da transformação de materiais. A conscientização da sociedade em
geral é fator relevante para que as políticas ambientais tenham sucesso e sejam efetivas
(PERSICH; DJALMA, 2011).
Nesta pesquisa, dentre àqueles indivíduos que marcaram ou somente esta
opção separa material orgânico e inorgânico/recicla ou juntamente com outros itens,
totalizaram 28 (51,0%) sujeitos, ou seja, quase metade dos participantes tem esta
consciência. Número ainda pequeno considerado ao total de funcionários que trabalham
com limpeza e ambiente.
Na verdade, é importante se trabalhar a consciência ecológica. Termo este
utilizado em literaturas especializadas e que tem sua origem historicamente no período
pós-guerra quando setores da sociedade ocidental industrializada passam a propagar
reações às destruições produzidas pelo desenvolvimento tecnocientífico e urbano
industrial sobre o meio ambiente natural e estabelecido. Esta expressão significa o
despertar de um entendimento e sensibilização da degradação do meio ambiente e das
consequências dessas atitudes à qualidade da vida humana e para o futuro da espécie
como um todo. Apregoa a dimensão da presente crise ecológica (SILVA et al., 2015).
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Na Tabela 5, por sua vez, foi perceptível que as únicas doenças que foram
selecionadas por menos da metade dos sujeitos foram hepatite A (31,0%) e Doenças de
olhos (36,4%). Isso pode está associado à divulgação escassa da relação entre o
aparecimento dessas doenças com o acúmulo de lixo na água e solo.
Os riscos ambientais têm interconexão com os problemas de saúde tais como
desnutrição e doenças associadas; doenças mentais, respiratórias, cardiovasculares,
dermatológicas, infecciosas, cancerígenas e o mesmo contribuem para o ressurgimento
de determinadas doenças, causados por alimentos contaminados com agrotóxicos,
poluição hídrica, mudanças climáticas, poluição do ar e destruição de ecossistemas.
(CAMPONOGARA, 2011).
Diversas doenças infecciosas e parasitárias tem no meio ambiente uma fase de
seu ciclo de transmissão. O controle dessas doenças é fundamental, além da intervenção
em saneamento e cuidados médicos. Completa-se esta ação quando é promovida a
educação sanitária, educação e promoção da saúde, mostrando a necessidade de adoção
de hábitos higiênicos como utilização e manutenção adequadas das instalações
sanitárias; e melhoria da higiene pessoal, doméstica e dos alimentos (RADICCHI;
LEMOS, 2009).
As principais doenças relacionadas com a água e pela falta de saneamento são
doenças como diarreias e disenterias, cólera, giardíase, febre tifoide e paratifoide,
leptospirose, amebíase, hepatite infecciosa, ascaridíase (lombriga), infecções na pele e
nos olhos como o tracoma, e tifo, piolhos, escabiose, esquistossomose, malária, febre
amarela, dengue, filariose (elefantíase), ascaridíase, tricuríase, ancilostomíase, teníase e
cisticercose. Todas essas pertencentes a grupos de doenças com formas de transmissão e
prevenção específicas. Além dessas doenças de origem biológica, a água pode, ainda,
ser veículo de numerosas substâncias químicas capazes de provocar problemas graves à
saúde do indivíduo que as consumir durante um período ou em quantidades elevadas
(RADICCHI; LEMOS, 2009).
Especificamente às hepatites virais, essas são doenças infecciosas originadas
por diferentes agentes etiológicos com características epidemiológicas, clínicas e
laboratoriais distintas. A hepatite viral é uma doença universal com variações a
depender dos agentes determinantes. Os principais vírus são A, B, C, D e E, tendo o
homem como único reservatório importante. Os vírus VHA e VHE tem transmissão
fecal-oral, e os demais, VHB, VHC, VHD são transmitidos mais frequentemente por via
sexual, parenteral percutânea e vertical (CRUZ et al., 2009). Sendo assim, para a doença
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CONCLUSÕES
Com a realização desse estudo, foi perceptível que existe algum conhecimento
desses funcionários dos serviços gerais, mas também a intervenção e educação em
saúde devem ser trabalhadas com os mesmos na perspectiva de modificar quaisquer
pensamentos e percepções errôneas.
Quando se retrata o conteúdo de saúde ambiental é muito importante
questionar e relatar sobre o conceito e descarte do lixo, contaminação de água e solo,
além de descrever sobre as principais doenças que podem ser adquiridas em
decorrências desta contaminação. Isto, de fato, foi trabalhado e nesses questionamentos,
nas suas individualidades, houveram respostas relativamente boas com aspectos a
melhorar.
Sobre o conceito de lixo, ainda há uma visão limitada sobre tal, com relação ao
descarte do lixo, 42 (76,35%) sujeitos conseguiram responder de forma correta. E no
que concerne às doenças, somente duas dessas foram selecionadas por menos da metade
dos participantes, a hepatite A (31,0%) e Doenças de olhos (36,4%).
Este projeto é de grande relevância, pois oferece colaboração significativa para
os estudos relacionados à saúde ambiental e enfermagem, uma vez que foi realizado
também revisão narrativa e poucas publicações foram encontradas a cerca desta
temática e com o público de serviços gerais.
A enfermagem, enquanto profissão que busca promover saúde e prevenir
doenças deve está inserida em diversos contextos trabalhando e realizando educação em
saúde para diferentes públicos com o intuito de contemplar a saúde ambiental e a
conscientização de todos. Estudo em continuidade a este foi realizado na perspectiva de
disponibilizar oficinas educativas a este público e melhorar o conhecimento prévio dos
mesmos.
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REFERÊNCIAS
BARSANO, P.R.; BARBOSA, R.P. Meio ambiente: guia prático e didático. 2.ed. São
Paulo: Érica, 2013. 256p.
BESEN, G.R. et al. Coleta seletiva na Região Metropolitana de São Paulo: impactos da
Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ambient. soc., São Paulo, v. 17, n. 3, p. 259-
278, jul./set. 2014.
SILVA, V.J.S. da; SOUZA, A.P. de. Os incêndios florestais em mato grosso: os
impactos na copa do mundo de 2014. Revista Científica de pesquisa em segurança
pública, RHM. v.1, n.10, p. 170-186, jul./dez. 2013.