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da Bíblia
1. A Identificação d o Lugar
1
G. M . G R E E N , Pragmatica, P a d o v a , F r a n c o M u z z i o , 1990, p . 2 .
2
C f r . B . S. L A N G E , Linguistica pragmatica, B o l o g n a , II M u l i n o , 1980, p . 2 9 -
-77.
3
C f r . J. D . C A P A R R O S , Literatura y actos de lenguaje in J. A. M A Y O R A L ,
(ed), Pragmática dela comunicación literaria, M a d r i d , Arcos, 1987, p . 8 3 - 8 5 .
4
Pode dizer-se que o 'Pragmatismo americano' nasceu no seio do
«Metaphysical Club» de B o s t o n ( 1 8 7 2 - 1 8 7 4 ) , ao qual p e r t e n c i a m C . W r i g h t , Peirce
e J a m e s . A b r a n g e u m a área m u i t o vasta de temáticas: ' T e o r i a da significação',
' T e o r i a da «natureza da verdade»', ' T e o r i a d o critério da validade de u m j u í z o ' ,
' P r a g m a t i s m o c o m o teoria o n t o l ó g i c a ' , e t c .
J u n t o ao p r a g m a t i s m o 'clássico' dos autores acima citados, p o d e m incluír-se
os t r a b a l h o s semióticos deMorris.(cfr. J. F. M O R A , Diccionario de Filosofia
(c.Pragmatismo), M a d r i d , Alianza, 1990, p . 2 6 5 6 - 2 6 5 8 ) .
5
O sinal e n q u a n t o tal t e m três relações: (1) É u m sinal e m relação com u m
p e n s a m e n t o q u e o i n t e r p r e t a ; (2) É u m sinal para u m o b j e c t o para q u e m t e m o
m e s m o significado n a q u e l e p e n s a m e n t o ; (3) É u m sinal por u m a qualidade q u e o
liga à q u e l e o b j e c t o . (cfr.B. S. L A N G E , op.cit., p.31).
M É T O D O P R A G M Á T I C O D E I N T E R P R E T A Ç Ã O DA BÍBLIA 139
f
' B . S. L A N G E , op.cit., p.41.
7
Ibid., p.39.
8
C f r . L. W I T T G E N S T E I N , Investigazioni FilosoficheMilzno, Adelphi, 1986.
140 DIDASKALIA
9
J. L. A U S T I N , Performativo — Constativo in J. P. L I M A , (ed), Linguagem e
acção, Lisboa, Apaginastantas, 1989, p . 4 3 .
10
Ibidem.
11
cfr. J. L. A U S T I N , Come fare cose con le parole, G é n o v a , M a r i e t t i , 1987,
p.20-23.
MÉTODO PRAGMÁTICO DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA 141
12
J. L. A U S T I N , Come fare cose con le parole, p . 8 9 .
13
cfr. J. R . S E A R L . , O que é um acto linguístico? in J . P. L I M A , Linguagem e
acção, Lisboa, Apaginastantas, 1989, p . 6 1 - 8 5 .
142 DIDASKALIA
14
cfr. H . P. G R I C E , Querer dizer in J. P. L I M A , linguagem e acção, Lisboa,
Apaginastantas, 1989, p . 8 9 - 1 0 5 .
M É T O D O P R A G M Á T I C O DE I N T E R P R E T A Ç Ã O D A BÍBLIA 143
sequer ter ouvido o que Jesus tinha dito, não diríamos que tinha
atendido ao que Jesus tinha querido dizer. P o r seu lado, m e s m o que o
demónio reconheça, p o r via da enunciação de Jesus, que este quer
que ele saia, ele não atendeu ao q u e Jesus quis dizer se o m o t i v o
que o levou a sair do h o m e m foi u n i c a m e n t e , p o r exemplo, o seu
desejo de m u d a r de território.
A crítica de Searle a esta análise faz notar q u e querer dizer algo
não é só uma questão de intenções, mas t a m b é m de convenções: a
análise de Grice não faz referência às convenções ou regras que
relacionam as palavras enunciadas p o r Jesus c o m o q u e ele quer
dizer, isto é, não faz referência à importância do significado das
palavras de Jesus para o que Jesus quer dizer c o m «Sai dele!».
A julgar p o r Grice, ficar-se-ia c o m a ideia de q u e Jesus poderia
querer dizer fosse o que fosse c o m essa expressão, se as circuns-
tâncias lho permitissem. D o n d e se concluiria q u e as palavras «Sai
dele!» seriam apenas mais uma circunstância. Mas isso não é assim.
E m n e n h u m a circunstância p o r exemplo é imaginável que o efeito
pretendido p o r Jesus c o m «Sai dele!» seja q u e o demónio permaneça
no homem.
Para Searle falar u m a língua é adoptar u m a forma de c o m p o r -
tamento regida p o r regras e estas regras são de u m a grande c o m -
plexidade.
Estas regras são f u n d a m e n t a l m e n t e de dois tipos: Regras r e g u -
ladoras (regulam formas de c o m p o r t a m e n t o a n t e r i o r m e n t e exis-
tentes: p o r exemplo, as regras de etiqueta regulam relações interpes-
soais, mas estas relações existem i n d e p e n d e n t e m e n t e das regras de
etiqueta) e R e g r a s constitutivas (regras q u e n ã o se l i m i t a m a
regular, mas criam ou definem novas regras de c o m p o r t a m e n t o : p o r
exemplo, 'a missão confiada aos D o z e ' ( L c 9.1-6)). E Searle defende
que «há regras constitutivas subjacentes aos actos linguísticos» 15 .
15
J . R . S E A R L E , op.cit., p.66.
144 DIDASKALIA
16
R e m e t o a discussão sobre ' A c t o s d e l i n g u a g e m ' e ' n a t u r e z a da literatura'
para dois interessantes ensaios incluídos na a n t o l o g i a d e J. A. M A Y O R A L (ed),
Pragmática de la comunicación literaria, M a d r i d , A r c o , 1987: r e f i r o - m e a Los actos de
habla y la definición de la Literatura (p.11-34),de R . O h m a n n (aqui se d e f e n d e ,
nomeadamente, q u e a literatura faz u m uso «mimético» dos actos delinguagem
'naturais') e a La Pragmática de la Comunicación Literaria ( p . 1 7 1 - 1 9 4 ) , de T . V a n D i j K
( o n d e se diz q u e a literatura constitui u m 'acto d e habla particular).
17
J. P. L I M A , Uma Linguística Pragmática ou uma Pragmática em Linguística? in
J. P. L I M A , (ed), Linguagem e acção, Lisboa, Apaginastantas,1989, p . 1 0 - 1 1 .
18
G . M . G R E E N , op.cit., p.l.
MÉTODO PRAGMÁTICO DE INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA 145
JOSÉ TOLENTINO M E N D O N Ç A
19
V A N D I J K , T . A . , La Pragmática de la comunicaciónliteraria in M A Y O R A L ,
José A., Pragmática de la comunicación literaria, M a d r i d , A r c o , 1987, p . 1 7 2 .
20
L E N T Z E N - D E I S , Avances metodologicos de la exegesis para la praxis de hoy,
Bogotá, Paulinas, 1990, p.14.