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CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Santa Maria, RS
2016
Lucas Cipolatto Nogueira
Santa Maria, RS
2016
Lucas Cipolatto Nogueira
__________________________________________
Magnos Baroni, Dr. (UFSM)
(Orientador)
__________________________________________
Evelyn Paniz, (UFSM)
__________________________________________
Talles Augusto Araujo, Dr. (UFSM)
Santa Maria, RS
2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu orientador, Professor Magnos Baroni pela confiança em mim depositada
e sua competência, disponibilidade e atenção prestadas.
Aos professores e a UFSM por me ajudarem ao longo dessa caminhada e me
proporcionarem momentos de aprendizado e desenvolvimento profissional e pessoal.
Aos meus amigos e colegas, que tanto admiro, agradeço a parceria e a ajuda mútua
desenvolvida nesses anos.
A minha família que sempre me apoiou atrás dos meus sonhos e confia em mim daqui para
frente.
E a Deus pela oportunidade de estar vivo, feliz e poder usar desses conhecimentos
adquiridos e da graduação para fazer a diferença na sociedade e poder mudar para
melhor a vida das pessoas.
RESUMO
The present research deals with a broad and complete approach to projects, methods of
calculation, design, influence of adopted parameters, use of specific software, analysis of a
practical case and constructive methods of retaining structures using gabion walls.
Intrinsic to the design of gabion walls, will be described the necessary devices that encompass
the functionality of a gabion design. The calculation methods will be classic methods
described and subsequently used for the demonstration of a step by step calculation of a
gabion structure used as an example and comparing its results with the use of software. The
sizing of a practical case will recruit the need to supply the minimum safety coefficients for
a slope contention structure. The influence of adopted parameters will refine the conclusions
regarding the design of gabions. The use of gabion walls specific software will allow the
analysis of the practical case and determination of the best design for this type of structure.
The constructive methods for gabion walls will be described and briefly discussed in order
to obtain a better design. The research deals with a complete survey of this method of
containment demonstrating its own characteristics adopted in design, its advantages and care
taken for a good analysis of the results and conclusions obtained.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 8
1.1 TEMA DA PESQUISA ...................................................................................... 8
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ............................................................................. 8
1.3 FORMULAÇÃO DA QUESTÃO DE ESTUDO ............................................... 8
1.4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 8
1.5 JUSTIFICAVA ................................................................................................... 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................... 11
2.1 EMPUXO DE TERRA ..................................................................................... 11
2.2 EMPUXO NO REPOUSO ............................................................................... 11
2.3 EMPUXO ATIVO E EMPUXO PASSIVO ..................................................... 11
2.4 MOBILIZAÇÃO DOS ESTADOS ATIVO E PASSIVOS ............................. 12
2.5 TEORIA DE RANKINE .................................................................................. 13
2.5.1 Empuxo Ativo ................................................................................................. 14
2.5.2 Maciços com nível freático ............................................................................. 17
2.5.3 Empuxo Passivo .............................................................................................. 17
2.5.4 Empuxo com sobrecarga uniforme ............................................................... 18
2.6 TEORIA DE COULOMB ................................................................................ 18
2.7 ASPECTOS DE INFLUÊNCIA NO CÁLCULO DO EMPUXO ................... 21
2.7.1 Presença de água ............................................................................................. 21
2.7.2 Ângulo de atrito solo-muro ............................................................................ 22
2.7.3 Solo coesivo...................................................................................................... 23
2.7.4 Influência da sobrecarga ................................................................................ 23
2.8 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO ................................................................ 24
2.8.1 ESTRUTURAS DE ARRIMO....................................................................... 24
2.8.2 MUROS DE GRAVIDADE ........................................................................... 25
2.8.2.1 Muro de alvenaria de pedra ............................................................................. 25
2.8.2.2 Muro de concreto Ciclópico ............................................................................. 26
2.8.2.3 Muros em fogueira (crib wall) ......................................................................... 27
2.8.2.4 Muros de sacos de solo-cimento....................................................................... 28
2.8.2.5 Muros de solo-pneus ......................................................................................... 30
2.8.2.6 Muros de flexão ................................................................................................ 31
2.8.2.7 Muro de solo reforçado com Geossintéticos .................................................... 33
2.9 DRENAGEM EM MUROS DE ARRIMO ...................................................... 34
2.10 CORTINA ATIRANTADA ............................................................................. 35
2.11 ESTRUTURAS DE CONTENÇÃO EM GABIÕES ....................................... 37
2.11.1 Tipos de gabiões .............................................................................................. 39
2.11.2 Muros de Gabião e considerações de projeto ............................................... 41
2.11.3 Tipos de ruptura a serem analisadas em muro de gabião .......................... 42
3 MATERIAS E MÉTODOS ........................................................................... 44
3.1 Software Gawacwin 2.0 .................................................................................... 44
3.2 Solos ................................................................................................................. 47
3.2.1 SOLO A ........................................................................................................... 47
3.2.2 SOLO B ........................................................................................................... 49
3.2.3 SOLO C ........................................................................................................... 50
3.3 Análise comparativa entre cálculo analítico e software Gawacwin 2.0 ........... 53
3.4 Perfil de projeto aplicado à pratica ................................................................... 56
3.4.1 Diretrizes de projeto ....................................................................................... 61
4 RESULTADOS ............................................................................................... 63
4.1 Cálculo numérico utilizado por Barros (2014) para muros de gabião .............. 63
4.1.1 Superfície de aplicação do empuxo ativo ...................................................... 64
4.1.2 Empuxo Ativo ................................................................................................. 65
4.1.3 Peso da estrutura ............................................................................................ 66
4.1.4 Segurança contra o deslizamento .................................................................. 68
4.1.5 Segurança contra o tombamento................................................................... 69
4.1.6 Pressões nas fundação .................................................................................... 69
4.1.7 Carga admissível na fundação ....................................................................... 70
4.1.8 Seções intermediárias ..................................................................................... 72
4.1.8.1 Seção intermediária 01 ..................................................................................... 72
4.1.8.2 Seções intermediárias 02, 03, 04 e 05. ............................................................. 75
4.1.9 Estabilidade Global ........................................................................................ 78
4.1.10 Resultados gerados pelo Gawacwin .............................................................. 79
4.1.11 Solução adotada .............................................................................................. 87
4.2 Caso prático de estabilização do talude a beira da rodovia utilizando os solos
“A, B e C” ......................................................................................................... 88
4.2.1 Solução aplicada ............................................................................................. 92
5 ANÁLISE PARAMÉTRICA ......................................................................... 95
6 CONCLUSÕES............................................................................................. 102
6.1 Exemplo teórico e software 2.0 ...................................................................... 102
6.2 Análise de parâmetros .................................................................................... 102
6.3 Projeto de caso prático .................................................................................... 103
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 105
8
1 INTRODUÇÃO
O tema do trabalho é:
Estabilidade de taludes utilizando muros de gabião.
1.4 OBJETIVOS
1.5 JUSTIFICAVA
Terzaghi e Peck (1948) afirmam que o engenheiro deve usufruir dos métodos e recursos
disponíveis: a experiência, a teoria e os ensaios do solo. Porém cada caso prático apresenta aspectos
inéditos. Cada caso prático deve haver aplicação cuidadosa dos recursos e informações para que se
desenvolva a capacidade de obter respostas satisfatórias na engenharia dos solos por um custo
razoável. Em que pese o conhecimento e a complexidade das camadas naturais do solo.
No presente trabalho existe muitas respostas e custos a serem obtidos perante a estrutura
dimensionada.
A análise de um caso prático de estabilidade de taludes possibilita a reflexão a respeito de
muitas considerações a serem adotadas para a otimização das respostas e custos a serem
encontrados. Proporcionalmente, levando em consideração a precisão dos dados disponíveis a
respeito das camadas naturais do solo, assim como, a todos os fatores a serem incluídos na análise
de estabilidade de um talude perante uma estrutura de contenção.
A reflexão de um caso prático complexo traz ineditismo e possibilita ao engenheiro o ganho
de conhecimento através da experiência.
Barros (2014) define que as estruturas de contenção tem a função de prover estabilidade
contra a ruptura de maciços de terra ou rocha e assim suportar as pressões laterais exercidas por
ele.
Segundo Fernandes (2014), as bases do dimensionamento de obras geotécnicas necessitam
satisfazer três requisitos técnicos. Os requisitos técnicos são:
1. Estabilidade, ou seja, segurança em relação a ruptura do maciço terroso;
2. Funcionalidade, ou seja, os dispositivos executados na prática e presentes no projeto
exercerem a função na qual foram designados;
3. Durabilidade, ou seja, cumprir os requisitos anteriores durante a vida útil da obra
sem grandes gastos com manutenção.
Além dos requisitos técnicos, recentemente surgiu a condição de sustentabilidade, cuja
função é garantir que a obra não atinja o paradigma de sustentabilidade ambiental.
Gerscovich (2012) escreve a respeito da confiabilidade do projeto estar diretamente ligada
com a capacidade do projetista em analisar os diferentes cenários possíveis que reduzem o fator de
10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Barros (2014) utiliza a aplicação do empuxo de terra sobre o anteparo para explicar o estado
ativo e o estado passivo do empuxo como é visto na Figura 1.
Se “delta” assumir um valor negativo, ou seja, o anteparo se afastar do solo, de modo a
mobilizar a resistência interna do solo até um valor mínimo de empuxo. Esse estado representa o
estado ativo e é proporcional ao coeficiente de empuxo ativo “𝐾𝑎 ”.
12
Se ao contrário, o anteparo for movido contra o solo, haverá um aumento no empuxo até
um valor máximo e novamente a mobilização total da resistência do solo. Esse estado representa o
estado passivo e é proporcional ao coeficiente de empuxo passivo “𝐾𝑝 ”. O delta apresenta valor
bem maior para mobilização do estado passivo em relação ao estado ativo.
O gráfico da Figura 1 representa o comportamento dos valores de empuxo quando o
anteparo se afasta ou se aproxima do solo.
O deslocamento do muro contra ou a favor do solo representa essa mobilização dos estados.
Gerscovish, Danziger e Saramago (2016) afirmam que para um retroaterro, um afastamento do
muro da ordem de 0,1% a 0,4% da altura do muro seria o necessário para atingir o estado ativo. Já
na condição passiva a porcentagem varia de 1% a 4% da altura para a ativação do estado passivo.
É de simples entendimento que o estado ativo se mobiliza com deformações menores que
o estado passivo. No estado ativo, após o afastamento do muro, o solo sofre solicitação de tração,
enquanto no estado passivo, após a aproximação do muro, o solo é comprimido. Os solos resistem
melhores à compressão do que a tração, por isso, basta um pequeno afastamento da estrutura e o
estado ativo será mobilizado.
A areia, por não apresentar valores de coesão, tem seu estado ativo mobilizado com
afastamento do muro na ordem de 0,1% da altura do muro, enquanto as argilas necessitam de um
deslocamento quatro vezes maior. Por consequência desse afastamento, em solo argiloso, ocorre o
surgimento das fendas de tração.
De acordo com Gerscovish, Danziger e Saramago (2016), para solos não coesivos os
valores totais de empuxos ativo são resultados da área do diagrama de tensões horizontais,
representado por um triângulo. Para esse tipo de solo se considera que na profundidade zero a
tensão horizontal é zero e conforme for aumentando a profundidade, linearmente, aumenta o valor
da tensão horizontal. O ponto de aplicação do empuxo, caso o solo seja homogêneo, é a 2/3 da
profundidade suportada pela estrutura de contenção.
Para solos coesivos, ao cálculo do empuxo ativo, existe um incremento de uma parcela
constante dada por “−2𝑐√𝐾𝑎 ”. Sendo assim, até certa profundidade “𝑍0 ” as tensões efetivas
horizontais são negativas, no ponto “𝑍0 ” serão nulas e depois dele crescerão proporcionalmente a
profundidade como nos solos não coesivos. Porém, é pouco provável a consideração negativa do
empuxo ativo devido o aparecimento de tensões de tração na parte superior do maciço no estado
ativo. Normalmente, o solo não resiste as tensões de tração o que gera o aparecimento de fendas
de tração. Sendo assim, empuxo ativo negativo, geralmente, é desconsiderado. Consequentemente,
o empuxo ativo calculado partirá em zero a uma altura “ℎ′ = 𝐻 − 𝑍0 ” como mostra a figura 2 onde
está o diagrama das tensões horizontais aplicadas para solos coesivos e solos não coesivos com o
ponto de aplicação do empuxo ativo.
15
Figura 2 - Método de Rankine no cálculo de empuxo ativo sobre uma estrutura suporte.
Sendo: ℎ - altura entre o ponto zero até o ponto máximo de aplicação das tensões
horizontais.
As fendas de tração podem estar cheias de água devido a chuvas, tendo um incremento de
tensões hidrostáticas no cálculo do empuxo. O resultado é um diagrama aproximado para o cálculo
do empuxo como mostra a figura 3.
4. 𝑐 (5)
ℎ𝑐 = = 2. 𝑍0
𝛾. √𝐾𝑎
17
Caso houvesse água no solo, o procedimento adotado para cálculo de empuxo ativo é a
soma do efeito do solo com o efeito da água. O efeito da água gera um diagrama de pressões
hidrostáticas, que deve ser levado em consideração quando não existe um sistema de drenagem ou
ele não é eficiente. O cálculo pela teoria de Rankine para maciços com nível freático pode ser
encontrado em Gerscovish, Danziger e Saramago (2016) ou em Baroni (2007).
Segundo Gerscovish, Danziger e Saramago (2016), quando existe uma carga distribuída
“𝑞” aplicada na superfície do solo as tensões verticais aumentam em qualquer ponto do maciço.
Sendo assim as equações de empuxo ativo e passivo serão as equações 9 e 10, respectivamente.
𝐾𝑎 . ℎ2 . 𝛾 (9)
𝐸𝑎 = − 2. 𝑐. ℎ. √𝐾𝑎 + 𝐾𝑎 . 𝑞. ℎ
2
𝐾𝑃 . ℎ2 . 𝛾 (10)
𝐸𝑃 = + 2. 𝑐. ℎ. √𝐾𝑃 + 𝐾𝑃 . 𝑞. ℎ
2
Nos diagramas de tensões horizontais, a sobrecarga uniformemente distribuída representa
um diagrama retangular de tensões.
Barros (2014) afirma que no instante da mobilização total da resistência do solo cria-se
superfícies de ruptura no interior do maciço. Essas superfícies seriam o limite de uma parcela de
solo que estaria se movimentando em direção a estrutura. Coulomb considera essa parcela de solo
como um corpo rígido e o empuxo sobre o muro seria encontrado através do equilíbrio de forças
atuantes nessa parcela de solo. As superfícies de rupturas são planas e o empuxo é o que atua sobre
a mais crítica das superfícies planas.
Barros (2014) considera duas vantagens nesse método: a consideração do ângulo de atrito
entre o solo e o muro e a possibilidade de aplicação desse método para muros não verticais.
Para solos não coesivos, no estado de mobilização ativo, as forças que atuam sobre a cunha
de solo estão na figura 5.
19
Sendo: “𝑃” o peso da cunha, “𝐸𝑎 ” o empuxo ativo, “𝛿” o ângulo de atrito entre o solo e o
muro, “𝛼” o ângulo de inclinação da face do muro em relação a horizontal, “𝐻” a altura vertical do
muro, “𝜑” o ângulo de atrito do solo, “𝑅” a reação do terreno, “𝜌” o ângulo de inclinação da cunha
de solo com a horizontal e “𝑖” a inclinação da superfície do terreno.
O empuxo ativo será dado pela equação 11.
𝐾𝑎 . ℎ2 . 𝛾 (11)
𝐸𝑎 =
2
O coeficiente de empuxo ativo “𝐾𝑎 ” é dado na equação 12.
𝑠𝑒𝑛2 (𝛼 + ∅) (12)
𝐾𝑎 =
2 𝑠𝑒𝑛(∅ + 𝛿). 𝑠𝑒𝑛(∅ − 𝑖)
𝑠𝑒𝑛2 𝛼. 𝑠𝑒𝑛(𝛼 − 𝛿). [ 1 + √ ]²
𝑠𝑒𝑛(𝛼 − 𝛿). 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝑖)
Para solos não coesivos, no estado de mobilização passivo, as forças que atuam sobre a
cunha de solo estão na figura 6.
20
Gerscovish, Danziger e Saramago (2016), Barros (2014) e Fernandes (2014) citam alguns
aspectos que influenciam na determinação do empuxo de água, que foram rapidamente resumidos
a seguir.
No caso de obras em cursos e margens de rios e arroios, é normal que a estrutura trabalhe
parcialmente submersa como mostra a imagem 7. Para esse tipo de caso, o equilíbrio de forças será
através do peso submerso da cunha de solo, ou seja, utilizando o peso específico submerso do solo.
Sendo assim, o empuxo ativo será a soma do peso da cunha submersa mais a pressão da água que
obedece as leis da hidrostática sobre a contenção. O empuxo ativo será aplicado através de uma
reta paralela a superfície de ruptura e que passe pelo centro de gravidade da cunha de solo
submerso.
No caso específico desse estudo, que utiliza muros de gabião autodrenantes, a análise de
estabilidade é feita apenas em termos de pressões efetivas (pressões entre as partículas de solo
apenas).
Em caso de presença de nível freático com percolação de água, traça-se a rede de fluxo no
maciço de solo e, ao longo da superfície potencial de ruptura (linha pontilhada), será aplicada a
distribuição de poropressão atuante. A resultante “𝑈” do diagrama de subpressão será aplicada
perpendicularmente ao plano de ruptura como na figura 8. Cabe ressaltar que as pressões de água
variam conforme a eficiência e posicionamento do sistema de drenagem. Casos assim ocorrem
quando chuvas muito intensas elevam os níveis das águas de um rio e rapidamente o nível de água
volta a descer depois de sessadas as chuvas. Também conhecido como rebaixamento rápido.
Na prática a condição estipulada por Rankine, que desconsidera o atrito solo-muro, não
acontece. Com o deslocamento do muro, a cunha de solo se desloca e gera tensões cisalhantes entre
o solo e o muro. Essas tensões, no caso ativo, representam a resistência do solo ao longo da face
interna da estrutura. Ou seja, quando se leva em consideração o atrito solo-muro, o empuxo de terra
calculado é menor. Moliterno (1980) utiliza para muros de concreto armado o ângulo de atrito entre
1 2
solo-muro variando entre “3 𝜑 < 𝛿 < 3 𝜑”, sendo “𝜑” o ângulo de atrito do solo e “𝛿” o ângulo de
23
atrito solo-muro. No caso do presente estudo, para muros de alta rugosidade, como os muros de
gabião compostos por pedra, os referidos autores recomendam considerar “𝛿 = 𝜑”. No caso da
presença de um filtro Geotêxtil no contato solo/muro, utiliza-se “0,90 𝜑 < 𝛿 < 0,95 𝜑”.
Para esse tipo de solo, como descrito na teoria de Rankine, ocorre o surgimento de fendas
de tração a uma profundidade “𝑍0 ”, porém para Coulomb, existe uma extensão da teoria que
considera uma parcela de adesão “𝑐” no polígono de forças para o equilíbrio de forças. Pode-se
acompanhar o cálculo para solos coesivos em Gerscovish, Danziger e Saramago (2016).
O empuxo ativo será dado pela equação 15, segundo Barros (2014).
1 𝑠𝑒𝑛(𝛼) (15)
𝐸𝑎 = . 𝛾. 𝐻 2 . 𝐾𝑎 + 𝑞. 𝐻. 𝐾𝑎 .
2 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝑖)
O ponto de aplicação será em “𝐻/2”, segundo Barros (2014).
Conforme Gerscovish, Danziger e Saramago (2016) estruturas de arrimo são estruturas que
promovem a estabilidade do terreno através do peso próprio. Os muros tem parede vertical ou quase
vertical e são apoiadas sobre uma fundação rasa ou profunda. Sua composição pode ser de seção
plena e robusta, sendo considerados de gravidade, ou em seção mais esbelta sendo considerados de
flexão. Os muros de arrimo são de inúmeras formas e tipos de material: alvenaria de pedras ou
tijolos, concreto, sacos de solo-cimento, gabiões, pneus, pedra argamassada e etc.
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Muros de Gravidade são estruturas corridas e robustas que se opõem as tensões horizontais
pelo peso próprio.
Os muros de gravidade tem como característica ser de fácil execução, de forma manual,
com uso de poucos equipamentos e não utilização de armadura/ferragem.
São utilizadas para conter diferenças de cota inferiores a 5m. Os muros de gravidade podem
ser construídos de pedra ou concreto (simples, ciclópico ou armado), Cribwall, gabiões ou ainda,
pneus usados. A seguir serão citados alguns tipos de muro descritos por Gerscovish, Danziger e
Saramago (2016).
Os muros de alvenaria de pedra representam a grande maioria dos muros por serem
compostos de material de simples obtenção e mais antigo desenvolvido.
Nos dias de hoje a alvenaria é usada com menos frequência principalmente para alturas
mais elevadas.
Os muros de pedras arrumadas de forma manual apresentam alta capacidade drenante, custo
baixo, simplicidade construtiva e sua resistência provém do embricamento dos blocos de pedra
como na figura 10.
26
Fonte:IMG2.JPG (2015)
A altura limite é de 2 metros, com largura mínima da base de 0,5 m a 1,00 m e em uma cota
inferior a superfície do terreno, para muros sem argamassa. No caso de muros pedra maiores de 3
metros, utiliza-se argamassa para dar maior rigidez, com o entrave de se perder a capacidade
drenante do muro. Nesse caso utiliza-se drenos de areia ou geossintéticos no pé da base do muro
gerando um alívio de poropressão no muro.
Geralmente com altura inferior a 4 metros, com a utilização de drenos aliviadores dos
efeitos gerados pela água, o muro de concreto ciclópico é executado em formas preenchidas com
concreto e rochas de várias dimensões.
Os muros de face frontal plana e vertical, deve-se aplicar uma inclinação de
aproximadamente 2 graus com a vertical em direção ao solo suportado para gerar uma sensação
ótica de segurança (e não de que o muro esteja tombando).
A utilização de degraus em direção ao retroaterro é uma forma de economia de material
como na figura 11.
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Os muros em forgueira (crib wall) (figura 12 e figura 13) são estruturas montadas no local
que tem seus elementos compostos por pré-moldados de concreto armado, madeira ou aço. A
estrutura é montada em forma de “fogueiras”, justapostas e interligadas longitudinalmente, o
espaço interno é preenchido com material granular graúdo.
28
Os muros de sacos de solo-cimento (figura 14 e figura 15) são estruturas compostas por
sacos preenchidos com uma mistura de traço 10:1 a 15:1 de solo-cimento. Os sacos são de poliéster
geralmente.
29
As estruturas utilizando solo e pneus (figura 16) são estruturas recentes que visam o
reaproveitamento dos pneus descartados. A estrutura é lançada em camadas horizontais de pneus,
os quais são amarrados por corda (de polipropileno com 6 mm de diâmetro) ou arame e preenchidos
por solo compactado. Os muros de solo-pneus apresentam baixo custo e elevada resistência
mecânica do material.
Os muros de pneus se limitam a 5 m de altura e base média de 50% da altura do muro. Por
sua flexibilidade recomenda-se o uso de muros de pneus para a contenção de terrenos sem
construções civis em cima.
Como revestimento externo, o muro de pneus pode receber concreto projetado sobre tela
metálica afim erosão do material de preenchimento dos pneus, vandalismo ou incêndios.
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Os muros de flexão diferem dos demais pelas armaduras instaladas no seu interior serem as
responsáveis por resistem ao empuxo horizontal de terra. Assim, o muro trabalha a flexão.
Geralmente com seção transversal em forma de “L”, os muros de flexão tem altura de 5 m a 7 m e
base com largura aproximada de 60% da sua respectiva altura.
Em caso de muros superiores a 5 metros, é conveniente o uso de contrafortes afim de gerar
o enrijecimento do muro e aumentar sua resistência ao tombamento. Contrafortes (figura 17) tem
dimensões da ordem de 70% da altura do muro e devem ser amarrados da forma adequada para
que resista aos esforços de tração, quando estiver na parte interna do muro (sob o maciço arrimado),
e resista aos esforços de compressão, quando estiver na parte externa do muro (face lisa da frente
do muro).
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Analogamente ao reforço com contraforte, quando existir limitação de espaço para a base
do muro, pode-se utilizar uso de tirantes (figura 18), que chumbam a face do muro contra o
retroaterro e são ancorados geralmente na rocha de origem local.
Mais informações sobre esses muros podem ser encontradas em Ehrlich (2011).
Segundo Gerscovish, Danziger e Saramago (2016), a grande parte do colapso dos muros
acontece devido efeito de água acumulada no maciço de terra. A existência de uma superfície
freática é capaz de duplicar o empuxo ativo sobre a estrutura. Sendo assim, os muros de arrimo
apresentam grande necessidade de dispositivos drenantes no interior do maciço e superficialmente
sobre o aterro para dar vazão a percolação d’água e das águas pluviais.
Os dispositivos de drenagem superficiais são canaletas transversais, canaletas longitudinais
de descida (escadas), caixas coletoras e etc. Elas tem a função de captar e conduzir as águas
superficiais do talude captadas por toda a bacia de captação que as conduz para o muro. Os
dispositivos superficiais podem ser vistos na Figura 20.
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A cortina atirantada (Figura 21) é composta por uma parede vertical em concreto armado
que será ancorada na rocha ou no solo estável por tirantes. Os tirantes receberão uma carga
determinada por projeto que será aplicada por um macaco hidráulico e serão fixados na parede de
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concreto através de placas e porcas. O carregamento dos tirantes será contra a parede de concreto
que irá contrapor o empuxo do maciço terroso.
Os tirantes são compostos de monobarras de aço e colocados com inclinação de 15 a 30
graus com a horizontal. As paredes terão espessuras de 20 a 40 cm. As especificações de projeto
variam conforme o empuxo do solo a suportar e a distância entre ancoragens.
A drenagem desse tipo de estrutura pode ser feita através de drenos horizontais com tubos
de PVC furados que captam as águas do interior do maciço. A figura 22 representa os passos de
construção utilizando cortina atirantada.
Segundo Barros (2014), as estruturas em gabião são estruturas antigas, que teve seu
pioneirismo na Itália e a partir de 1970 passou a ser aplicada no Brasil. Essas estruturas tem sua
constituição formada por telas metálicas de malha hexagonal de dupla torção. O seu preenchimento
utiliza pedras com dimensões superiores às dimensões da malha hexagonal. Essa técnica que
funciona à gravidade, é vista como vantajosa tecnicamente e economicamente. Os gabiões formam
estruturas destinadas para solução de problemas geotécnicos e de controle da erosão.
As unidades de gabião serão unidas por costuras de arames qualificando as estruturas com
característica monolítica. A ocorrência disso depende de algumas características da malha como:
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ecossistema volta a se recuperar quase que por completo. Uma alternativa é o plantio de vegetação
em meio a face do muro, de modo a não causar impacto visual. Alternativa muito usada em áreas
urbanas e com preocupação paisagística.
VIII. Práticas e versáteis: a praticidade advém da característica seca dos matérias, gabiões
(invólucros metálicos), as pedras e tábuas (gabaritos), a mão de obra é formada por serventes e um
mestre-de-obras. Por não necessitar de mão de obra qualificada, as estruturas em gabião se
espalham pelas comunidades. Quando se utiliza equipamentos mecânicos, pode se usar qualquer
equipamento destinado a obras de terraplanagem. Por não necessitar de formas ou cura, o
retroaterro é executado concomitante a estrutura de gabião.
IX. Econômicas: custos reduzidos com material e mão de obra em relação as demais
estruturas, podendo ser executadas por etapas conforme a disponibilidade econômica.
Para obras de contenção à gravidade podem ser utilizados o seguintes tipos de gabião:
Gabião tipo Caixa – São estruturas em forma de paralelepípedo. Apresenta uma malha
hexagonal de dupla torção que seu pano compõe a base, a parte frontal e traseira, e a tampa. As
paredes laterais e os diafragmas são amarrados no pano principal conforma a Figura 23.
O gabião tipo caixa será o tipo utilizado na presente pesquisa para o cálculo de muros de
gabião.
Gabião tipo saco – em forma cilíndrica, os gabiões tipo saco são constituídos por um pano
de malha hexagonal com dupla torção, que após preenchido in loco com material de pedra, tem
suas bordas livres amarradas com um arame especial conforme a figura 24.
Os muros de gabião são estruturas formadas por gabião tipo caixa e apresentam função de
contenção através da gravidade como na Figura 26.
Suas características autodrenantes, oriundas do material de enchimento da gaiola composta
pela malha metálica, permite que o cálculo de muros de gabião desconsidere ou minore as pressões
de água atuantes.
Segundo Barros (2014), o retroaterro geralmente é composto de solo granular não coesivo,
porém mesmo utilizando argilas como retroaterro, a coesão disponível é muito ínfima, pois a
escavação do solo natural (que servirá de aterro novamente) gera amolgamento (fenômeno de perda
de resistência de um solo por efeito da destruição de sua estrutura) e, além disso, o estado ativo se
configura por representar o descarregamento do solo, assim o ponto crítico corresponde à condição
drenada da resistência. A envoltória de resistência mais indicada é a envoltória efetiva (ou drenada),
que apresenta valores pequenos de coesão.
As teorias clássicas de Rankine e Coulomb podem ser aplicadas no cálculo dos empuxos
atuantes para muros de gabião. Geralmente, Coulomb é utilizado no cálculo para muros de gabião
mais usuais e simplificados quando comparado com Rankine.
Para o cálculo de muros complexos, utiliza-se a teoria de Cullman (ou do equilíbrio limite).
O trabalho para determinação dos empuxos atuantes é consideravelmente maior, por isso, foram
42
criados softwares como Gawacwin 2.0 que serão utilizados nesse estudo. Em Barros(2014) e
Gerscovish, Danziger e Saramago (2016) apresentam mais informações sobre o método de Culman.
Segundo Barros (2014), o muro de gabião deve ser verificado a segurança contra a ruptura
dos casos apresentados na Figura 27.
43
3 MATERIAS E MÉTODOS
Nesse capítulo serão abordados os materiais e métodos utilizados. Os materiais são os solos
de três regiões do Rio Grande do Sul e o software Gawacwin 2.0. Os métodos são os perfis de
projeto para cada situação de estudo.
Barros (2014) cita que o Grupo Maccaferri, em parceria com a GCP Engenharia,
desenvolveu o software Gawacwin 2.0 para análise de estabilidade utilizando muros de gabião,
esse software pode ser adquirido gratuitamente no site do Grupo Maccaferrri
(http://www.maccaferri.com/br/documentos/design-software/). O software usa métodos de cálculo
que fazem referência ao “Equílibrio Limite”, as teorias de Rankine, Coulomb, Meyerhof, Hansen
e Bishop (implementados através de um algoritmo chamado Simplex) para a verificação da
estabilidade global da estrutura.
Com uma interface de fácil entendimento, o programa projeta o dados de entrada na tela de
modo a representar graficamente o caso de que será tratado através do desenho da seção do muro,
terrapleno, fundação, sobrecargas externas e nível d’água.
Os resultados que serão obtidos aparecem em um relatório gerado pelo programa após
análise das hipóteses planas a respeito do problema em questão. Hipóteses tridimensionais
transformariam o problema em um caso muito mais complexo para ser analisado. Conforme Barros
(2014) a análise plana é mais pessimista do que a análise tridimensional, trazendo resultados
favoráveis à segurança.
Nas Figuras 28 e 29 é possível acompanhar a interface do programa com o passo a passo
da entrada de dados e a montagem do problema.
45
3.2 SOLOS
Para o presente trabalho, serão utilizados 3 tipos de solo: “Solo A”, “Solo B” e “Solo C”.
3.2.1 SOLO A
No Gráfico 2 verifica-se a relação entre a tensão cisalhante e tensão normal, que gera a
envoltória de ruptura. O ângulo desta reta é ângulo de atrito interno e a constante é o intercepto
coesivo do “solo A”.
Fonte: Viecili(2003)
Viecili apresenta duas retas, uma delas para a resistência de pico e a outra para resistência
residual do “solo A”. Os valores considerados serão as de resistência de pico. Os valores do
intercepto coesivo e do ângulo de atrito, respectivamente, 24,10° e 15,80 KPa. O peso específico
natural do solo em questão é 13,74 KN/m³.
O solo é classificado quanto a sua granulometria, segundo a classificação unificada (Unified
Classification System ou ASTM) como um silte de alta compressibilidade (MR) e segundo a
classificação do HRB (Highway Research Board ou AASHOTO) como A-7-5.
49
3.2.2 SOLO B
140
120
25 KPa
100
Tensão Cisalhante (kPa)
100 KPa
80
200 KPa
60
40
20
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
Deslocamento (mm)
Conforme análise de Fernandes (2014), esse solo é de alta resistência cisalhante. No Gráfico
4 temos a relação entre a tensão cisalhante e tensão normal, que gera a envoltória de ruptura. O
ângulo desta reta é ângulo de atrito e a constante é o intercepto coesivo do material.
50
140
y = 0,6292x + 0,369
Tensão Cisalhante (kPa) 120
R² = 0,9842
100
80
60
40
20
0
0 50 100 150 200 250
Tensão Normal (kPa)
Fonte: Fernandes(2014)
3.2.3 SOLO C
Fonte: Baroni(2007)
Fonte: Baroni(2007)
Sendo:
- 𝐵 a base maior e inferior no valor de 3 metros;
- ℎ a altura das camadas sobrepostas e vale 6 metros;
- 𝑎 a base menor e superior no valor de 1 metro.
55
Sendo:
- ϒ𝑁 o peso específico do solo natural de fundação;
- ϒ o peso específico do terrapleno arrimado;
- ϒ𝑝 o peso específico da pedra de enchimento do gabião;
- φ 𝑁 o ângulo de atrito interno do solo natural de fundação;
- φ o ângulo de atrito interno do solo natural de fundação;
- C 𝑁 a coesão do solo natural de fundação;
- 𝐶 a coesão do terrapleno arrimado;
- 𝑛 representa a porosidade do gabião;
- 𝑦 a altura de solo à frente do muro;
A superfície superior do maciço arrimado é inclinada com ângulo “𝑖 = 25°” e sobre ela está
aplicada uma carga uniformemente distribuída “𝑞 = 20 𝐾𝑁/𝑚²”.
56
O perfil de projeto será único e aplicado para os três tipos de solo apresentados. O presente
estudo de caso observa-se a prática e aplicação de uma estrutura de muro de gabião em um
problema comum nos inúmeros trechos rodoviários no Brasil, que se caracteriza pela necessidade
de proteção contra a ruptura do talude que os tangencia, como na Figura 31.
Fonte: Barros(2014)
Sendo assim, será utilizado o software Galacwin 2.0 para calcular a estabilidade do muro
perante um talude composto pelo solo A, outro talude comporto pelo solo B e um terceiro composto
pelo solo C.
Após calcular o mesmo muro de gabião para cada um dos tipos de solo, os resultados de
estabilidade de cada uma das três situações será apresentada. Vale lembrar que o muro de gabião
que será usado para os três casos terá sempre as mesmas dimensões.
Depois da apresentação dos resultados para cada um dos três casos, será proposto um
redimensionamento do muro como solução dos casos que não apresentaram os fatores de segurança
mínimos estipulados por norma.
Os parâmetros do perfil de projeto utilizados serão semelhantes a casos reais de muros de
gabião já executados e que podem ser acompanhados em Barros (2014). O perfil de projeto
utilizado será o da Figura 32.
58
Figura 32 – Execução de muro de gabião as margens da rodovia BR-282, principal ligação entre o
litoral do estado de Santa Catarina com a serra catarinense.
4 RESULTADOS
Os resultados serão apresentados em duas etapas distintas. A primeira etapa irá demonstrar
o passo a passo do cálculo adotada por Barros (2014) e seus resultados utilizando o muro de gabião
da figura 30. Assim, após feito isso, o mesmo muro será aplicado no software Gawacwin 2.0 e será
feito um comparativo dos resultados encontrados usando Barros(2014) e o Gawacwin 2.0.
Após validação do método de cálculo programado no software demonstrado na primeira
etapa, a segunda etapa consiste em usar o programa para calcular o perfil de projeto representado
na figura 32 para o solo A, B e C.
Na segunda etapa, após os resultados de estabilidade do muro serem apresentados para os
três tipos de solos utilizados, faremos uma análise de estabilidade.
A análise de estabilidade consiste em verificar se o muro do perfil de projeto tem as
dimensões necessárias para gerar estabilidade de modo a evitar subdimensionamento ou
superdimensionamento da estrutura.
O parâmetro de análise de estabilidade será os fatores de segurança mínimos adotados. O
fator de segurança mínimo adotado será de FS = 1,5 para ruptura global, deslizamento e
tombamento do muro e FS = 3 para tensões admissíveis na fundação e nas seções intermediárias
(camadas) que formam o muro de gabião.
Após análise de estabilidade, será feito o redimensionamento do muro de gabião para cada
um dos tipos de solos utilizados (se o dimensionamento do perfil de projeto não for bom o
suficiente). Isso irá garantir o dimensionamento correto caso fosse necessário aplicação do muro
de gabião frente a uma rodovia em cada região que foi retirado e estudado os parâmetros do solo
utilizados nessa obra.
O muro que será calculado será baseado no muro na Figura 30 do item 3.3 e os parâmetros
de projeto estão na tabela 1 e 2 vistos anteriormente no item 3.3
64
A superfície de aplicação do empuxo ativo é o plano médio que une as extremidades inferior
e superior das camadas do muro que são as camadas da base e do topo. A Figura 35 mostra a ação
do empuxo ativo em conjunto com as demais forças que agem sobre a estrutura.
Sendo:
- 𝛽 = 12° o ângulo de inclinação do muro em relação a vertical;
- 𝑋𝑔 e 𝑌𝑔 as coordenadas do centro de gravidade do muro em relação a extremidade da base
ou também chamada como fulcro de tombamento, já que esse ponto representa o ponto de giro do
muro em caso de ele não resistir ao tombamento;
65
Para o cálculo do empuxo ativo “𝐸𝑎 ” usa-se o método de Colomb. Barros (2014), Fernandes
(2014) e Moliterno (1980) utilizam o valor do ângulo de atrito entre o solo e o muro “𝛿” como
sendo igual ao ângulo de atrito interno do solo que compõem o terrapleno arrimado para muros de
material rugoso como é o caso dos gabiões. Para “∅ = 𝛿” e o “𝑖 = 25°” o coeficiente de empuxo
ativo “𝐾𝑎 ” é igual a:
𝑠𝑒𝑛2 (𝛼 + ∅) (18)
𝐾𝑎 = = 0,612
2 𝑠𝑒𝑛(∅ + 𝛿). 𝑠𝑒𝑛(∅ − 𝑖)
𝑠𝑒𝑛2 𝛼. 𝑠𝑒𝑛(𝛼 − 𝛿). [ 1 + √ ]²
𝑠𝑒𝑛(𝛼 − 𝛿). 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝑖)
Para q = 20 KN/m³ o empuxo ativo “𝐸𝑎 ” será então:
1 𝑠𝑒𝑛(𝛼) (19)
𝐸𝑎 = . 𝛾. 𝐻 2 . 𝐾𝑎 + 𝑞. 𝐻. 𝐾𝑎 . = 298,24 𝐾𝑁/𝑚²
2 𝑠𝑒𝑛(𝛼 + 𝑖)
O ponto de aplicação “𝐻𝐸𝑎 ” do empuxo será:
𝛾. 𝐻 2 + 3. 𝑞. 𝐻 (20)
𝐻𝐸𝑎 = = 2,378 𝑚
3. 𝛾. 𝐻 + 6. 𝑞
66
As coordenadas reais “𝑋𝑔 ” e “𝑌𝑔 ” podem ser visualizadas na Figura 34 e apresentam valor
de:
𝑋𝑔 = 𝑋. cos 𝛽 + 𝑌. 𝑠𝑒𝑛 𝛽 = 1,579 𝑚. (26)
e
𝑌𝑔 = −𝑋. sen 𝛽 + 𝑌. cos 𝛽 = 2,220 𝑚. (27)
Para o cálculo das pressões que são distribuídas ao longo da fundação do muro, inicialmente
é calculada a distância “𝑑” de aplicação da força normal “𝑁” que se localiza entra o fulcro de
tombamento do muro e a aplicação da normal “𝑁”, ou seja, a extremidade esquerda da base do
muro e o ponto de aplicação da força “𝑁”. Assim “𝑑” tem valor de:
𝑀𝑃 + 𝑀𝐸𝑎𝑣 − 𝑀𝐸𝑎ℎ (37)
𝑑= = 0,883 𝑚
𝑁
70
A excentricidade “𝑒” é:
𝐵 (38)
𝑒= − 𝑑 = 0,616 𝑚
2
Quando a excentricidade “𝑒” for maior que “𝐵/6” usa-se:
2. 𝑁 𝐾𝑁 (39)
𝜎𝑚á𝑥 = = 318,97 2 < 𝜎𝑎𝑑𝑚
3. 𝑑 𝑚
Observação: Se a excentricidade “𝑒” for menor que “𝐵/6” adota-se:
𝑁 𝑒 (40)
𝜎𝑚á𝑥 = . (1 + 6. )
𝐵 𝐵
𝑁 𝑒 (41)
𝜎𝑚𝑖𝑛 = . (1 − 6. )
𝐵 𝐵
A tensão admissível “𝜎𝑎𝑑𝑚 ” na fundação deve ser maior que a tensão máxima aplicada
“𝜎𝑚á𝑥 ” para que o solo de fundação resista às tensões nele geradas pelo problema em questão.
𝜋 𝜑 (45)
𝑁𝑞 = 𝑒 𝜋.tan 𝜑 . 𝑡𝑎𝑛2 ( + ) = 13,199
4 2
71
𝑑𝛾 = 1 (47)
𝑦 (48)
𝑑𝑐 = 𝑑𝑞 = 1 + 0,35. =1
𝐵
𝑇 (49)
𝑖𝑞 = 1 − = 0,8161
2. 𝑁
𝑞 = 𝛾. 𝑦 = 0 (51)
𝜎𝑙𝑖𝑚 (52)
𝜎𝑎𝑑𝑚 = = 210,73 𝐾𝑁/𝑚²
3
Aplicando os novos valores na rotina de cálculo vista anteriormente para base do muro de
gabião, os resultados na primeira seção intermediária podem ser resumidos no Quadro 1.
Para todas as seções restantes repete-se o cálculo anterior e confere-se “𝜎𝑚á𝑥 < 𝜎𝑎𝑑𝑚 ” e
“𝑇 < 𝑇𝑎𝑑𝑚 ”. Cada seção deve apresentar resistência para suportar as tensões e forças atuantes nas
suas respectivas bases.
A fim de evitar repetir a rotina de cálculo já apresentada para a seção intermediária 01, será
apresentado dois quadros por seção restante, na qual cada um deles trará os resultados obtidos nos
76
calculos da sua respectiva seção. Observe-se os resultados obtidos para as seções intermediárias
02, 03, 04 e 05, nos Quadros 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Assim, “𝜎𝑚á𝑥 < 𝜎𝑎𝑑𝑚 ” e “𝑇𝑚á𝑥 < 𝑇𝑎𝑑𝑚 ”, e todas as seção intermediária apresentam
resistencia para suportar as tensões e forças atuantes em suas respectivas bases.
Sendo assim, deve-se transformar a força de cisalhamento admissível “𝑇𝑎𝑑𝑚 " que foi
encontrada para cada seção intermediária, anteriormente, em tensão de cisalhamento admissível
“𝜏𝑎𝑑𝑚 ” e devemos transformar força de cisalhamento que atua na seção intermediária “𝑇𝑚á𝑥 ”, que
também foi encontrada para cada seção intermediária, anteriormente, em tensão de cisalhemento
atuante “𝜏𝑚á𝑥 ”.
Para realizar essa transformação, a cunho de comparar os resultados do sofware com os
cálculos realizados de forma analítica, deve-se dividir as forças encontradas pela base “𝐵” da seção
intermediária em questão. A transformação das variáveis da seção intermediária 01 é verificado
nas Equações 60 e 61.
A tensão de cisalhamento admissível “𝜏𝑎𝑑𝑚 ” será:
𝑇𝑎𝑑𝑚 240,87 𝐾𝑁/𝑚 (60)
𝜏𝑎𝑑𝑚 = = = 96,348 𝐾𝑁/𝑚²
𝐵 2,5 𝑚
E a tensão de cisalhamento atuante “𝜏𝑚á𝑥 ” será:
𝑇𝑚á𝑥 110,134 𝐾𝑁/𝑚 (61)
𝜏𝑚á𝑥 = = = 44,053 𝐾𝑁/𝑚²
𝐵 2,5 𝑚
Conforme as Figuras 41 e 42 os resultados gerado pelo software da estabilidade interna e
coeficientes de segurança da estrutura, respectivamente. Os resultados analiticos apresentados
resumidos no Quadros 9 e 10.
O Quadro 9 apresenta os resultados resumidos das seções intermediárias calculadas
analiticamente já com a transformação das forças cisalhantes para tensões cisalhantes como
mostrado no exemplo para seção intermediária 01.
𝑴𝑻
𝑯 𝑵 𝑻𝒎á𝒙 𝝉𝒎á𝒙 𝝉𝒂𝒅𝒎 𝝈𝒎á𝒙 𝝈𝒂𝒅𝒎
Camada KN/m x
metros KN/m KN/m KN/m² KN/m² KN/m² KN/m²
m
1 5,203 295,29 110,134 217,345 44,053 96,348 200,60 550,5
2 4,225 241,41 78,029 228,301 31,211 82,616 127,62 550,5
3 3,142 145,74 46,930 116,308 23,465 67,520 91,312 550,5
4 2,060 72,51 23,120 47,355 15,413 51,890 55,50 550,5
5 0,978 22,35 6,362 11,281 6,362 35,340 22,13 550,5
Figura 43 – Ruptura da fundação por erosão da fundação gerada pela água em muro de gabião.
4. Afudar o muro de modo a do outro lado do muro fique uma ficha, que é uma altura de
solo que acrescenta uma parcela resistente de empuxo passivo no cálculo de estabilidade do muro.
Essa solução é dita por Barros como “insegura” já que chuvas, ações humanas e outros motivos
podem retirar o solo a frente do muro e a parcela resistente não contribuir mais para a segurança
do muro. Muitos autores desprezam por completo a parcela de empuxo passivo.
5. Mudar as dimensões dos gabiões caixa, de modo a tornar a estrutura mais robusta e
pesada, resistindo mais as forças instabilizantes.
Quadro 11 – Resultados resumidos obtidos pelo Gawacwin para o “Solo A” como terreno arrimado
e de fundação.
Quadro 12 – Resultados resumidos obtidos pelo Gawacwin para o “Solo B” como terreno arrimado
e de fundação.
Quadro 13 – Resultados resumidos obtidos pelo Gawacwin para o “Solo C” como terreno arrimado
e de fundação.
Após análise das três tabelas de respostas geradas pelo software, fica evidente que a
estrutura apresentada no perfil de projeto não é capaz de resistir aos esforços solicitados. Contudo,
o solo B apesar de apresentar coeficientes de segurança satisfatórios, o programa passa um aviso
afirmando que a base do muro não é completamente usada para apoiar os esforços provenientes do
empuxo ativo de terra e pressão d’água. A solução desse caso está no reposicionamento da base
em 0,5 m para a esquerda. Isso irá melhorar a distribuição dos esforços ao longo da estrutura.
É necessário, estratégicamente, adotar soluções para elevar os coeficientes de segurança
para o solo A e solo C. Caso o atual muro fosse aplicado na prática, em ambos os solos, sofreria a
ruptura, ao que numericamente indica, pelo deslizamento do muro.
92
Para o exemplo teórico resolvido no item 4.1, como soluções, foi citado o uso de pedras
com maior peso específico e alterações na geometria do muro. Para atingir os coeficientes de
segurança requeridos, devemos mudar as dimensões do muro de gabião.
Assim, após várias tentativas, encontra-se um dimensionamento plausível que une
economia e segurança. Para não se aumentar ainda mais as dimensões, foi utilizado o peso
específico “𝛾𝑔 = 30 𝐾𝑁/𝑚³” superior ao anterior característico de pedras do tipo basalto
conforme Barros (2014).
Na Figura 44 estão as novas dimensões do muro de gabião para obter resultados acima dos
mínimos determinados para os coeficientes de segurança.
93
Com as novas dimensões e a nova pedra de enchimento da malha de gabião definidos, para
o solo A e o solo C, obteve-se novos coeficientes de segurança contra a ruptura dos muros e a
proteção da rodovia. Nos Quadros 14 e 15 apresenta-se os novos valores obtidos.
94
Verificações de Estabilidade
Coeficiente de
Tensão na base
segurança de 1,64 166,49 KN/m²
esquerda
Deslizamento
Coeficiente de
Tensão na base
segurança de 5,82 131,22 KN/m²
direita
Tombamento
Coeficiente de
Máxima tensão
segurança de 1,50 223,88 KN/m²
admissível
Ruptura Global
Verificações de Estabilidade
Coeficiente de
Tensão na base
segurança de 1,57 171,02 KN/m²
esquerda
Deslizamento
Coeficiente de
Tensão na base
segurança de 5,86 152,99 KN/m²
direita
Tombamento
Coeficiente de
Máxima tensão
segurança de 1,54 238,82 KN/m²
admissível
Ruptura Global
5 ANÁLISE PARAMÉTRICA
Nesse capítulo, utilizando o perfil de projeto da Figura 32 será realizada uma análise dos
fatores de segurança levando em consideração a magnitude do nível d’água e do carregamento
externo. Esse procedimento irá marcar a influência do nível d’água e do carregamento nos muros
de gabião apresentados nessa presente pesquisa.
O perfil de projeto que foi calculado pelo software Gawacwin 2.0 no Capítulo 4.2, tem
significado prático, já que em caso de dimensionamento de muros de gabião, as dimensões adotadas
serão aquelas encontradas já que o foco era encontrar uma resposta que não subestimasse as forças
atuantes no caso prático e também não superestimasse as condições do problema.
Esse capítulo apresentará a magnitude da influência da água e do carregamento nos três
tipos de solo e gerar conclusões após análise dos parâmetros. Por isso, apesar da condição drenante
dos muros de gabião, a análise paramétrica irá acontecer com a extrapolação do nível d’água e do
carregamento, tanto para mais quanto para menos.
No Quadro 16 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
0h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo A.
No Quadro 17 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
0,5h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo A.
96
No Quadro 18 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo A.
No Quadro 18 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
0h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo B.
No Quadro 19 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
0,5h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo B.
No Quadro 20 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo B.
No Quadro 21 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
0h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo C.
98
No Quadro 22 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
0,5h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo C.
No Quadro 23 está a relação dos fatores de segurança para o nível d’água estático na cota
h e a carga distribuída de 0q, 0,5q e q. O solo aplicado como retroaterro será o solo C.
Decréscimo do Fator de
Carga (KN/m²) Nível de água (h) Segurança contra a
ruptura global (%)
Entre 0 e 50 0 22
Entre 0 e 50 0,5 18
Entre 0 e 50 1 10
Decréscimo do Fator de
Nível de água (h) Carga (KN/m²) Segurança contra a
ruptura global (%)
Entre 0 e 1 0 32
Entre 0 e 1 25 26
Entre 0 e 1 50 12
Decréscimo do Fator de
Carga (KN/m²) Nível de água (h) Segurança contra a
ruptura global (%)
Entre 0 e 50 0 15
Entre 0 e 50 0,5 13
Entre 0 e 50 1 3
Decréscimo do Fator de
Nível de água (h) Carga (KN/m²) Segurança contra a
ruptura global (%)
Entre 0 e 1 0 33
Entre 0 e 1 25 26
Entre 0 e 1 50 24
Decréscimo do Fator de
Carga (KN/m²) Nível de água (h) Segurança contra a
ruptura global (%)
Entre 0 e 50 0 15
Entre 0 e 50 0,5 14
Entre 0 e 50 1 9
Decréscimo do Fator de
Nível de água (h) Carga (KN/m²) Segurança contra a
ruptura global (%)
Entre 0 e 1 0 25
Entre 0 e 1 25 21
Entre 0 e 1 50 19
6 CONCLUSÕES
Calcular muros de gabião de forma analítica pode ser um grande desafio para o projetista,
é o que lhe dá a percepção da ordem de grandeza dos esforços determinados com uso de programas
de cálculo e análise de estabilidade. Entretanto, as análises de estabilidade interna são trabalhosas
e requerem tempo para cada tipo de dimensionamento adotado.
A teoria de Coulomb limita a verificação exata para casos reais em que se tem duas
inclinações de retroaterro com posterior e futura construção de residências na segunda inclinação.
O método de Coulomb está atrelado a uma única inclinação, que gera resultados extrapolados e,
consequentemente, super dimensionamento da estrutura. Apesar dessa limitação, a teoria ainda é
de grande utilidade para a verificação dos esforços na estrutura de gabião.
A análise pelo método de Coullman ou equilíbrio limite tem grande precisão na
determinação do empuxo atuante na estrutura. Este método é utilizado pelo software que calcula
estruturas de gabião. O cálculo apresentado no presente trabalho tem resultados muito próximos
do cálculo apresentado pelo software Gawacwin 2.0.
REFERÊNCIAS
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BR-381, Brasil, Itapeva - MG. Histórico de Caso. Jundiaí, SP: MACCAFERRI, 2013.
BR-282, Brasil, Aguas Mornas - SC. Histórico de Caso. Jundiaí, SP: MACCAFERRI, 2014.
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Ago. 2011. Disponível em: < http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/6/taludes-
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EHRLICH, M.; BECKER, L.; Muros e Taludes de Solo Reforçado: projeto e execução. São
Paulo: Oficina de Textos, 2009. (Coleção Huesker: engenharia com geossintéticos.)
FERNANDES, M. M.; Mecânica dos Solos: introdução à Engenharia Geotécnica: 1. Ed. São
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