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LEI DA ASSISTENCIA JUDICIARIA Decreto-Lei n.° 15/1995, de 10 de Novembro one ldo artigo 36.° da Lei Constitucional na su todos 05 arguidos o Direito de Defesa co Direito Judicidrio. oo. ‘Tal disposigao visa proteger as classes mais débeis financeiramente da nossa sociedade € que constituem a maioria quando confrontadas com as teias da Justiga. Outrossim, o artigo 9.° da Lei n.° 1/95, Lei da Advocacia estabelece que a remuneracao dos Advogados por servigos prestados aos beneficidrios da Assisténcia Judiciaria ser regulamentada em diploma préprio a aprovar pelo Governo. Nestes termos, a0 abrigo das disposigdes combinadas da alinea d) do artigo 112.° ¢ do artigo 113.°, ambos da Lei Constitucional, 0 Governo decreta o seguinte: ‘a parte final garante a Assisténcia e Patrocinio Artigo 1° Objecto O sistema de Assisténcia Judicidria destina-se a providenciar para que a Justica nao seja denegada a ninguém por insuficiéncia de meios econdmicos. Artigo 2.° Responsabilidade A Assisténcia Judiciéria constitui uma responsabilidade conjunta do Estado das instituig6es representativas da profissao forense, através de dispositi- vos de interajuda e de cooperacio. Artigo 3.° Remuneracao 1. O Estado garante remuneragio aos profissionais forenses que intervie- Tem no sistema de Assisténcia Judiciaria. u Osi phi O sistema de Assisténcia Judiciéria funcionar4 por forma a que 0s ser Visos prestados aos beneficidrios sejam qualificados ¢ eficazes. 83 84 Copico pas Cusras Jupicrais « REPUBLICA DE ANGOLA Artigo 4° Ambito 1. A Assisténcia Judicidria compreende a dispensa, total ou parcial, de pre- paros e do pagamento de custas, ou 0 seu deferimento, assim como do pagamento dos servicos do Advogado. 2. A dispensa referida no ntimero anterior deve ser expressamente requerida. Artigo 5.° Aplicagio O sistema de Assisténcia Judiciaria aplica-se em todos os tribunais, qualquer que seja a forma do proceso. Artigo 6.° Suficiéncia 1. A Assisténcia Judicidria é independente da posigao processual que 0 requerente ocupe na causa € do facto de ter sido j4 concedido & parte contraria. 2. A Assisténcia Judiciaria pode ser requerida em qualquer estado da causa, mantém-se para efeitos de recurso, qualquer que seja a decisio sobre o mérito da causa, ¢ ¢ extensivo a todos os processos que sigam por apenso aquele em que essa concesso se verificar. 3. Declarada a incompeténcia relativa do Tribunal, mantém-se todavia, aconcessao da Assisténcia Judicidria, devendo a decisao definitiva ser notificada ao patrono para se pronunciar sobre a manuten¢ao ou escusa do patrocinio. 4, Sem prejuizo do disposto na parte final do nimero anterior, no caso de o processo ser desapensado por deciséo com transito em julgado, @ assisténcia concedida manter-se-4, juntando-se oficiosamente ao pro- cesso desapensado certidao da decisio que a concedeu. Lerpa ASSISTENCIA JuDICIARIA Artigo 7.0 Legitimidade 1, A Assisténcia Judicidtia pode ser requerid: a) pelo interessado na sua concessio; b) pelo Ministério Publico em representacio do interessado; c) por Advogado ou Advogado Estagiario, em representagao do inte- ressado, bastando para comprovar essa Tepresentacao as assinaturas conjuntas do interessado e do patrono; d) por patrono para esse efeito nomeado pela Ordem de Advogados a pedido do interessado, formulado em Tribunal. 2. As pessoas referidas nas alfneas c) e d) do numero anterior incumbe também, em princfpio, o patrocinio da causa para que foi requerida a Assisténcia Judiciaria. Artigo 8.° Meios de prova de insuficiéncia A prova da insuficiéncia econémica do requerente pode ser feita por qual- quer meio idéneo, designadamente, atestado de pobreza passado pelo Governo Provincial ou autoridade local e por Atestado Médico. Artigo 9.° Presungao de insuficiéncia 1. Para além do disposto em legislacao especial, goza de presungao de insu- ficiéncia econémica: a) quem estiver a receber alimentos por necessidade econémica; b) quem reunir as condicées exigidas para atribuigio de quaisquer sub- sidios em razio da sua caréncia de rendimentos; ©) quem tiver rendimentos mensais, provenientes do trabalho, iguais 0u inferiores a trés vezes o saldrio minimo nacional; d a = - - i ) ofilho menor, para efeito de investigar ou impugnar a sua maternt- dade ou paternidade; 85 86 | Céprco pas Custas Juprcrats ¢ REPUBLICA DE ANGOLA ©) orequerente de alimentos; £) os titulares de direito a indemnizagio por acidente de viagio, 2. Deixa de constituir presungao de insuficiéncia econémica 0 facto de o requerente fruir, além dos referidos na alinea c) do ntimero ante. rior, outros rendimentos préprios ou de pessoas a seu cargo que, no conjunto, ultrapassem montantes equivalentes ao sextuplo do salitio minimo nacional. ‘Artigo 10.° Competéncia da concessio Acconcessao de Assisténcia Judiciéria compete ao juiz da causa para a qual ésolicitada, constituindo um incidente do respectivo processo e admitindo oposicao da parte contraria. Artigo 11° Formulagao do pedido 1. O pedido de Assisténcia Judicidria para a dispensa, total ou parcial, de preparos ¢ de pagamento de custas deve ser formulado nos articulados da acc4o a que se destina ou em requerimento auténomo, quando for posterior aos articulados, ou a causa os nao admita. 2. O pedido de concessao de Assisténcia Judicidria é formulado em sim- ples requerimento no qual se identifique a causa a que respeita. Artigo 12.° Fundamentos 1, O requerente deve alegar sumariamente os factos e as razoes de direito que interessam ao pedido, oferecendo logo todas as provas. 2. Na petico o requerente mencionard os rendimentos e remuneracoes que recebe, os seus encargos pessoais e de familia ¢ as contribuigoes € impostos que paga, salvo caso de presungio previsto no artigo 9.°. Ler pa ASSISTENCIA Jupicrirzia | 87 4, Nenhuma entidade, piblica ou privada, poderé recusar-se a prestar, com cardecer de urgéncia, as informagées que o tribunal requisitar sobre a situagao econémica do requerente de Assisténcia Judicidria, 5. Osdocumentos destinados a instruir 0 pedido de AssisténciaJudiciaria devem referir expressamente o fim a que se destinam. Artigo 13.2 Efeitos 1. Opedido da assisténcia Judiciéria importa: a) ando exigéncia imediata de quaisquer preparos; b) a suspensio da instancia, se formulado em articulado que nao admita resposta ou quando nao sejam admitidos articulados. 2. O prazo que estiver em curso no momento da formulacio do pedido suspende-se por efeito da apresentacdo deste e yoltar4 a correr de novo apartir da notificagao do despacho que dele conhecer. 3, Em processo penal nio se suspende a instancia havendo arguidos presos. Artigo 14° Apensagao Orequerimento referido no n.° 2 do artigo 11.° ¢ 0 processado subsequente, quando anteriores a propositura da causa devem ser apensados ao processo Principal. Artigo 15.° Tramitagao 1. Formulado o pedido de Assisténcia Judiciaria, o juiz profere logo des- pacho liminar. 88 Conico pas Cusras Jupicials « REPUBLICA DE ANGOLA 2. O pedido de Assisténcia Judiciria deve ser liminarmente indefe. rido quando for evidente que a pretensio do requerente a Asistencia Judiciaria, ou causa para que este ¢ pedido, nao pode proceder. 3. Nao sendo indeferido o pedido, a parte contraria é citada ou notificada para contestar. 4, Sea Assisténcia Judiciiria for requerida no articulado ou requerimento inicial, a citagao a que se refere o niimero anterior faz-se juntamente com a citagao para a accao ou procedimento. 5. Acitacao ou notificagao nio se efeccuard enquanto a accao ou procedi- mento nao admitir a intervengao do requerido. 6. No pedido de nomeagao prévia de patrono nio ha lugar a citagéo ou notificacao. Artigo 162 Oposigao 1. A contestacao é deduzida no articulado seguinte ao do pedido, nao o havendo, sé-lo-4em articulado préprio, no prazo de 5 dias. 2. Com a contestagio sio oferecidas todas as provas. Artigo 172° Vista ao Ministério Piiblico Se nao for o requerente, o Ministério Publico tera vista do processo, a fim de se pronunciar sobre o pedido de Assisténcia Judiciaria. Artigo 18.° Diligéncias complementares O juiz ordenard as diligéncias que lhe paregam indispensaveis para decidir o incidente de Assisténcia Judiciaria. Lei pa ASSISTENCIA JUDICIARIA 89 Artigo 19.9 Denegacao do pedido A Assisténcia Judicidria nao pode ser concedida: a) as pessoas que nao retinam as condicoes legais para o requerer; b) as pessoas a respeito das quais haja fundada suspeita de que aliena- ram ou oneraram todos ou parte dos seus bens para se ane colocarem em condigées de 0 obter; ¢) aos cessionarios do direito ou objecto controvertido, ainda que a cessdo seja anterior ao litigio, quando tenha havido fraude, Artigo 20° Prazos 1. A decisao deve ser proferida no prazo de 8 dias. 2. Adecisao que conceder a Assisténcia Judicidria especificard se este tem caracter total ou parcial. 3. Na decisao 0 juizo ponderard da repercussao que a eventual condena- do em custas poderé vir a ter para o patriménio do requerente. 4, Sea Assisténcia Judicidria for negada, é notificado o requerente para efectuar os preparos e demais pagamentos de que tenha sido dispen- sado, no prazo e sob a cominagao constantes da legislagao de custas, bem como, sendo caso disso, para no prazo que o juiz fixar, constituir patrono que o represente. Artigo 21.° Nomeacio de patrono 1. Concedido o patrocinio e quando nio verificar a indicagao pelo reque- Tente, nos termos do artigo 41.°, 0 juiz da causa solicita a nomeagio de um Advogado. 2. Anomeagao é solicitada pelo juiz da causa 4 Ordem dos Advogados ou a0 seu érgio territorialmente com} petente e por este comunicada ao tri- bunal no prazo de $ dias. 90 Conico pas Cusras Jupictais ¢ REPUBLICA DE ANGOLA 3. 1. Na falta ou impedimento de Advogados, o patrocinio também pode ser exercido por Advogado Estagidrio, mesmo para além da sua competén- cia propria. Artigo 22.° Notificacdes subsequentes A decisio de nomeagio do patrono ¢ notificada a este ¢ ao interessado, com mengao expressa, quanto a este, do nome ¢ escritério do patrono, bem como do dever de lhe dar colaborago. Artigo 23.° Obrigacées do patrono ou Advogado O patrono nomeado antes da propositura da ac¢ao deve intenté-lo nos 30 dias seguintes & notificagao da nomeagao e se nio fizer, justificaré 0 facto. Quando nao for apresentada justificacao, ou esta for julgada improce- dente, o juiz dard conhecimento, 4 Ordem dos Advogados para nova nomeagio e para apreciagio de eventual responsabilidade disciplinar. A ac¢ao considera-se proposta na data em que foi apresentado o pedido de nomeagao de patrono. Artigo 24.° Escusa do patrono O patrono nomeado pode pedir escusa, mediante requerimento ao juizo da causa ¢ juntando envelope fechado dirigido ao Presidente da Ordem, no qual se contenha a alegacao dos motivos da escusa. Remetido o envelope pelo Tribunal a Ordem dos Advogados, esta deli- bera sobre o pedido de escusa no prazo de § dias, Sendo concedida a escusa, deveri o mesmo Orgao nomear simultanea- mente 0 novo patrono. Lerpa ASsIsréncra Jupiciaria 4, Odisposto nos nimeros anteriores Axtigo 25.° Substituigao 1. O patrono nomeado pode requerer a sua substi outra Provincia, indicando logo o seu substicut solicita 4 Ordem dos Advogados que proceda tuigao para diligéncia a 0 ou pedido ao juiz que Anomeagao. 2. O requerimento pode ser formulado em qualquer dos Tribunais, Artigo 262 Retirada da Assisténcia Judicidria 1. A Assisténcia Judicidria é retirada: a) seo requerente adquirit meios suficientes para poder dispensé-la; b) quando se prove por novos documentos a insubsisténcia das razdes pelas quais a Assisténcia Judicidria foi concedida; c) se os documentos que serviram de base a concessao forem declara- dos falsos por decisao com transito em julgado; d) se, em recurso, for confirmada a condenacao do requerente como litigante de ma fé; ) seem recurso de alimentos provisérios, for atribuida ao requerente uma quantia para custeio da demanda. 2. No caso da alinea a) do ntimero anterior, 0 requerente deve decla- rar, logo que o facto se verifique, que esta em condigées de dispensar a Assisténcia Judicidria, sob pena de ficar sujeito as sangoes previstas para a litigancia de ma fé. 3. A Assisténcia Judicidria pode ser retirada oficiosamente ou a reque- timento do Ministério Publico, da parte contraria ou do patrono nomeado, 4 O requerente da Assisténcia Judicidtia € sempre ouvido. 92 COp1Go DAs CusTAS JUDICIAIS ¢ REPUBLICA DE ANGOLA Artigo 27.° Caducidade A Assisténcia Judicidria caduca pelo falecimento da pessoa singular ou pela extingao ou dissolugao da pessoa colectiva a quem foi concedida, salvo s¢ os sucessores na lide, ao deduzirem a sua habilitagao, 0 requererem ¢ lhes for deferida. Artigo 28° Do recurso Das decisées proferidas sobre Assisténcia Judiciéria cabe sempre agravo, independentemente do valor, com efeito suspensivo, quando o recurso for interposto pelo requerente, ¢ com efeito meramence devolutivo nos demais casos. Artigo 29° Custas do incidente ‘As custas do incidente da Assisténcia Judiciria ficam a cargo da parte ven- cida, nao haverd, porém, custas se for concedida sem contestacao. Artigo 30° Competéncia na 2.* Instancia ‘As competéncias neste diploma cometidas ao juiz da causa sao, nos ‘Tribunais superiores, desempenhadas pelo relator, Arcigo 31° Defensor em processo penal [A nomeacio do defensor a0 arguido ¢ a dispensa de patrocinio, substitu do e remuneragao sao feitas nos termos do Cédigo de Processo Penaleem conformidade com os artigos seguintes. 2 3. LEI DA ASSISTENCIA JUDICIARIA Artigo 32.° Recurso a Ordem dos Advogados ou Colectivo de Advogados A autoridade judiciaria a quem incumbir a nomeagio solicita ao érgio da Ordem dos Advogados territorialmente competente a indicagao de Advogado ou Advogado Estagidrio para a nomeagao de defensor, podendo se assim o entender, restringir a sua solicitagao & indicacio de Advyogado. O orgio competente da Ordem dos Advogados procede a indicagao no prazo de S dias. Na falta atempada de indicagao, pode a autoridade Judiciria proceder a nomeagio do defensor segundo o seu critério. Artigo 33.° Defensor ad hoc Paraa Assisténcia ao primeiro interrogatério de arguido ou para a audi- éncia em processo sumério ou outras diligéncias urgentes previstas no Cédigo de Processo Penal, a nomeagio recai em defensor escolhido independentemente da indicacao prevista no artigo anterior. ‘A Ordem dos Advogados pode, para os efeitos da nomeagio prevista no mimero antetior, organizar escalas de presengas de Advogados ou Advogados Estagidrios, comunicando-as aos Tribunais. No caso previsto no ntimero anterior, a nomeagao deve recair em defen- sor que constando das escalas, se encontre presente. Artigo 34° Procedimento em caso de escusa de patrocinio Quando o Advogado ou Advogado Estagiario nomeado defensor pedir dispensa de patrocinio invocando fundamento que considere justo, o ‘Tribunal ouviré a Ordem dos Advogados e ouvida esta, decidir’. Enquanto nio for substituido, o defensor nomeado para um acto man- tem-se para os actos subsequentes do processo. 98 94 Cépico pas Custas Jupictais e REPUBLICA DE ANGOLA 2 Se 0 fundamento invocado para pedir a dispensa for a salvaguarda do segredo profissional, proceder-se-4 em termos andlogos aos do artigo Deel Verificada a hipétese prevista no nimero anterior, o Tribunal pode, em caso de urgéncia, nomear outro defensor, até que a Ordem dos Advogados se pronuncie. Artigo 35.° Cessagao do patrocinio Cessa a nomeagio do defensor sempre que © arguido constitua mandatario. O Advogado ou Advogado Estagirio nomeado defensor nao pode aceitar mandato do mesmo arguido. Artigo 36° Honorarios pagamento dos honoririos atribuidos ao defensor, nos termos ¢ 0 quantitativo a fixar pelo Tribunal, dentro dos limites constantes das tabelas aprovadas pelo Ministro da Justiga, ¢ feito pelo Tribunal. © reembolso das despesas feitas pelo defensor ¢ igualmente feito pelo Tribunal. O Tribunal decide, conforme o caso, quem so os responsaveis pelo pagamento dos honorarios ou reembolso das despesas do defensor, 0 arguido, o assistente, as partes civis ou o Cofre Geral de Justiga. Artigo 37.2 Pagamento de honorarios e reembolsos das despesas Os Advogados e os Advogados Estagidrios tém direito, em qualquer caso de Assisténcia Judiciéria, a receber honorarios pelos servigos pres- tados, assim como a ser reembolsados das despesas realizadas que devi- damente comprovem. Ler pa. Assisréncra JupicrAria O pagamento dos honorérios eo re embolso das des . prestados nos termos do artigo 33. 'pesas pelos servigos ° nao aguardam o termo do Processo. Axtigo 38.° Tabelas dos honorérios Os honoritios dos Advogados ¢ Advo que prestem no ambito da Assisténci: propostas pela Ordem dos Adyo; Justica. gados Estagidrios pelos servicos a Judicidria constam de tabelas gados e aprovadas pelo Ministro da Nas tabelas a que se refere o numero anterior Prever-se-4 um minimo e um maximo dos honoririos a atribuir pelo juiz. Na quantificagao dos honorarios inscritos nas tabelas ter-se-o em conta os critérios usualmente adoptados nas profissées forenses. As tabelas so anualmente revistas. Artigo 39.° Indicagao atendivel Como regra, € atendivel a indicacao pelo requerente do pedido de Assisténcia Judicidria de Advogado ou Advogado Estagiario, quando estes declarem aceitar a prestacao dos servigos requeridos. Artigo 40.° Indicacao nao atendivel A indicagao no ¢ atendida quando houver fortes indicios de que é soli- citada para processo em curso para o qual o requerente tenha patrocinio, oficioso ou nao, ou de que, sem ter havido alterag6es substanciais de fac- tos ou de lei, sobre a questio haja ja sido consultado algum Advogado ou Advogado Estagiario. . 1. Artigo 41.° Substituicdo do patrono O utente da Assisténcia Judicidria pode, em qualquer processo, reque- Ter a substituigao do patrono nomeado, fundamentando o seu pedido. 95. 96 Conico pas Cusras Jupiciais « REPUBLICA DE ANGOLA 2 o 1. Na hipétese prevista no nimero anterior o Tribunal decide livremente, ouvida a Ordem dos Advogados. Deferido o pedido de substituigéo, aplicam-se com as devidas adapta. ges, os termos do artigo 21.° ¢ seguintes. Arrigo 42.° Isengoes Estao isentos de impostos, emolumentos € taxas os articulados, requeri- mentos, certidées e quaisquer outros documentos incluindo actos nota- tiais ¢ de registo, para fins de Assisténcia Judicidria. No incidente processual de Assisténcia Judicidtia nao sao devidos preparos. Artigo 43° Sangoes por falsas declaragoes Caso se verifique que 0 requerente da Assisténcia Judiciéria, possufa & data do pedido ou que adquiriu no decurso da causa ou apés esta finda, meios suficientes para pagar os honordrios, despesas, custas, impostos, emolumentos, taxas ¢ quaisquer outros encargos de cujo pagamento haja sido declarado isento, é instaurada acco para cobranga das respec- tivas importancias. A ac¢ao a gue se refere o nuimero anterior segue sempre a forma sumarissima. As importancias cobradas revertem para o Cofre Geral da Justica. O disposto nos ntimeros anteriores nao prejudica a instauragao de pro- cedimento criminal se, para beneficiar da Assisténcia Judicidtia 0 reque- rente da Assisténcia Judiciéria cometer crime previsto na Lei Penal. O disposto nos mimeros anteriores nao ¢ aplicével quando em vireude da causa venhaa ser fixada ao requerente indemnizagio para o ressarcit de danos ocorridos. Ler Da AsststénciaJupiciéria | 97 Artigo 44.2 Competéncias A competéncia dada 4 Ordem de Advogados ou ao seu érgio é deferida, na auséncia deste, a0 Conselho Nacional de Advocacia ou ao seu nticleo respectivamente cujo advogado mais antigo assumira papel de Presidente. Artigo 45° Disposigoes finais O Ministro da Justiga e o das Finangas publicaréo no prazo de 90 dias um decreto executivo, fixando o regime financeiro da Assisténcia Judicidria, integrando no Cofre Geral da Justiga. Artigo 46.° Revogagées E revogado o Decreto-Lei n.° 562/70, de 18 de Novembro. Artigo 47.° Entrada em vigor O presente decreto-lei entre em vigor 30 dias apés a publicacio do decreto executivo a que se refere 0 artigo 45.°.

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