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Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação em Educação
SELEÇÃO PARA O CURSO DE MESTRADO EM EDUCAÇÃO- TURMA 2020
Nesse ambiente, faz-se mister refletirmos sobre a função social da escola e dos educadores, no
processo de autoconhecimento em crianças, durante a fase da educação infantil, haja vista que o
mundo atual e o futuro exige, cada vez mais, a formação de pessoas completas, com habilidades sócio
emocionais para além do domínio de técnicas tradicionais, que até o momento eram suficientes para
vivermos em plenitude na sociedade. Cabe aqui a reflexão sobre a questão central: É possível facilitar
o processo de autoconhecimento nos petizes, desde o começo de sua vida? De que forma esse
aprendizado poderá colaborar para que as nossas crianças de hoje estejam aptas a interagir de forma
saudável nesse novo cenário?
Com este enfoque, o presente projeto de pesquisa pretende estudar a aplicação de métodos
pedagógicos cuja base de aprendizado residem no estímulo e no desenvolvimento do
autoconhecimento, em crianças de 2 a 7 anos (estágio pré-operatório, de acordo com estudos de Jean
Piaget), fase esta que configura importante estágio do desenvolvimento cognitivo infantil, cujas
impressões e experiências terão impacto significativo para o desenvolvimento futuro das suas
múltiplas inteligências. Adicionalmente, o projeto pretende identificar quais os diferentes impactos,
sendo estes positivos ou negativos, que tais metodologias podem acarretar na formação dos
indivíduos, no desenvolvimento de habilidades e no desenvolvimento de competências sócio
emocionais.
Diversos teóricos, filósofos e educadores, tradicionais e contemporâneos, já transcorreram sobre a
relação do autoconhecimento e a educação. Desde a Grécia Antiga, no ano de 470 a.C., o filósofo
Sócrates proferiu o seu conhecido aforismo “o conhece-te a ti mesmo é o princípio de toda a
sabedoria”, enfatizando a sua crença de que somente através do autoconhecimento o homem poderia
promover a sua evolução e do ambiente na qual interage. Entre o final do século XVIII e início
do século XIX, o educador Johann Heinrich Pestalozzi, faz oposição à educação artificial,
defendendo a educação natural que para ele implicava duas atitudes essenciais: “conectar o homem
consigo mesmo, para que ele oriente seu desenvolvimento de acordo com as forças interiores que o
impulsionam, e conectar o homem com a realidade para que seus conhecimentos sejam objetivos”
(INCONTRI, 1997, p. 36). O educador defendia que as crianças deveriam ter acesso tanto aos
próprios sentimentos como à realidade externa, pois para ele toda educação, se partindo da percepção
interior, partiria na verdade do autoconhecimento. Para ele a percepção teria relação com o ser em
sua totalidade e por meio dela deveriam ser exercitadas todas as faculdades físicas, intelectuais e
morais, pois assim o homem estaria apto a exercer suas potencialidades em benefício de si e do
próximo no uso dos conhecimentos e habilidades técnicas de que se apropriasse.
Durante toda a minha trajetória profissional, embora mais focada na área de gestão corporativa, os
processos educativos de crianças, jovens e adultos estiveram presentes nas minhas atividades,
despertando a minha curiosidade para aprofundamento do tema e direcionando a minha vocação para
esta tão importante área de conhecimento. Ao longo dessa vivência pessoal e profissional, compreendi
que a melhor forma das pessoas alcançarem sua excelência, é através das suas vocações e de um
processo contínuo de autoconhecimento. Para tanto, entendo que essas duas temáticas são
fundamentais para criarmos o futuro que desejamos e para preparar as novas gerações para o mundo
novo. E é sobre essas duas temáticas de interesse que almejo aprofundar meus conhecimentos,
refletindo, obtendo aprofundamento teórico-prático e compreendendo teorias educacionais a fim de
contribuir para a construção de novos conhecimentos, colaborando para que a educação de jovens e
crianças possa expandir-se, de forma que compreendam melhor a si mesmo e o ambiente na qual
estão inseridos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUTOCONHECIMENTO E CONSCIÊNCIA, número 0, Out, 2010. São Paulo. Resumo. São Paulo:
R.Interd, 2010. p.01-83
GARCIA, D.B I. Por uma pedagogia da autonomia: Bakhtin, Paulo freire e a formação de leitores
autorais. 2012. 207 f. Dissertação (Mestrado- Programa de Pós Graduação em Educação. Arte de
Concentração: Linguagem e Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São
Paulo. 2012.
CUNHA, A. G. C. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:
Lexikon, 1999.