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PRÉ-ESCOLAR

Características da Idade:

 A idade do pré-escolar situa-se entre os 3 a 6 anos de idade;

 É um grupo considerado vulnerável, porque as necessidades nutricionais são altas e


são suscetíveis a doenças infectocontagiosas;

 A educação alimentar, nesta fase, deve ser direcionada à mãe como forma de
orientar a alimentação do pré-escolar;

 O processo de crescimento é menor com relação ao anterior, que era extremamente


acentuado, mas ainda continua alto com grandes exigências nutricionais;

 O crescimento ponderal é acentuado, a criança apresenta estatura alta e magra;

 A dentição está completa.

A inapetência está presente nas refeições maiores, decorrentes de diversos fatores.

Como nos diferentes campos da aprendizagem, a criança construirá sua conduta


alimentar através de condicionalmente clássicos, condicionamentos operantes ou de
gratificação e hábitos.

Nesse processo, é fundamental a compreensão dos responsáveis pela criança (pais,


avós, tios, babás, professores), de que o alimento, além da função primordial de nutrir,
deverá cumprir a função de proporcionar prazer.
Nesta idade eles apresentam:

 A seletividade alimentar, eles impõem as suas preferências alimentares;

 Desenvolvem reação defensiva com relação à coação dos pais, procurando escolher
comer o que gostam e o que lhe agrada o paladar e o visual (adoram alimentos
coloridos);

 Fácil acesso a diferentes alimentos de preferência dos adultos ou fora de casa, na


escolinha se esta não trabalhar educação alimentar e mantiver as refeições
inadequadas;

 A incidência de doenças infecciosas e verminoses diminuem o apetite;

Necessidades nutricionais do pré-escolar

Devem-se considerar os seguintes aspectos relacionados às necessidades


nutricionais do pré-escolar:

 As necessidades energéticas são mantidas em 90 kcal por quilograma de peso


corpóreo;

 As proteínas: dar preferência às de alto valor biológico, provenientes dos alimentos


de origem animal em equilíbrio com as de leguminosas, e devem ficar entre 1,5 a
2,0 gramas por quilograma de peso;
 Dar preferência na seleção de carboidratos complexos, como do arroz e pães (ou
biscoitos integrais), flocos de cereais, e em quantidades menores os carboidratos
mais simples;

 Gorduras insaturadas como o óleo e azeite para os temperos das preparações


culinárias e a manteiga (gordura saturada) para os lanches;

 São de extrema importância os sais minerais como o cálcio e o fósforo para


formação da estrutura óssea e dentaria, assim como o ferro para evitar a anemia
férrica sem se descuidar dos outros minerais importantes também;

 As vitaminas lipossolúveis e as hidrossolúveis com uma atenção especial na


freqüência diária da vitamina A, C e o complexo B;

 Os líquidos, através do leite, dos sucos naturais e água.

Regime alimentar:

As necessidades nutricionais neste período estão condicionadas a um rápido


crescimento do corpo, ao desenvolvimento do sistema muscular e sistema ósseo. E também
as reservas para o desenvolvimento na puberdade.

A energia requerida para manter um crescimento normal e uma boa saúde tem que
ser suficiente para manter todas as atividades físicas que são intensas nesta idade.

O crescimento e o desenvolvimento constituem processos dinâmicos que sofrem


interferência dos fatores genéticos, nutricionais, sociais e culturais do meio em que vivem,
sendo imprescindível atenção especial à alimentação e à nutrição.

Nesta idade se estabelecem os hábitos alimentares, e a alimentação nesta fase tem


grande influência na sua saúde quando adulto.

A boa nutrição está relacionada à prevenção e ao aparecimento determinadas


doenças não transmissíveis. Por isso, é necessário o cuidado da seletividade alimentar, e as
quantidades corretas.
A qualidade da alimentação do pré-escolar devem ser consideradas os aspectos
próprios desta faixa etária, como:

 Grande variedade de alimentos, não é tão limitada como na fase anterior;

 O regime alimentar apresenta-se flexível e versátil, como os mesmos alimentos


utilizados pela família, com algumas restrições necessárias.

Alimentos indispensáveis:

 Alimentos de origem animal, como as carnes (de todas as variedades: bovinos, aves,
peixes), ovos, leite e derivados, por sua qualidade protéica. Estes alimentos
apresentam proteínas completas de alto valor biológico com todos os aminoácidos
essenciais;

 Hortaliças, legumes, raízes, tubérculos, leguminosas, por sua riqueza de vitaminas,


sais minerais e fibras;

 Frutas in natura, em sobremesas, e sucos com os vegetais ricos em vitaminas,


minerais e fibras;

 Cereais integrais e subprodutos dos mesmos; alimentos energéticos e componentes


de vitaminas do complexo B, com exceção da Vitamina B12;

 Gorduras insaturadas nas preparações culinárias, como os óleos vegetais e azeites;


manteiga para os lanches. Nutrientes energéticos de extrema importância para suprir
as altas necessidades calóricas da idade.
Alimentos desnecessários:

 Estes alimentos são os preferidos por grande número de crianças pré-escolares, mas
devem ser de consumo controlado por apresentarem substâncias não nutritivas para
a idade;

 Podem ser servidos nas festinhas e finais de semana: doces ou sobremesas muito
açucaradas, refrigerantes, biscoito ou bolachas recheadas, sorvetes industrializados.

Alimentos prejudiciais:

Chamando as calorias vazias, porque esgotam as reservas de vitaminas do complexo


B e cálcio para serem metabolizados, são eles:

 Balas, pirulitos, sucos artificiais, refrigerantes, bolachas recheadas, frituras;

 Devem ser de consumo ocasional e não diariamente, escolher na semana um dia


para o consumo. As crianças nesta fase são condicionadas aos apelos do marketing
na televisão.
Alimentos perigosos:

Podem causar sérios problemas de saúde ou alergias alimentares:

 Substâncias indigestas: carnes gordas, embutidos, carne seca, frutos do mar como
ostras, camarão;

 Substâncias que são veículos de toxinas ou irritativas da mucosa do aparelho


digestivo: conservas condimentadas, com excesso de sal e com muitos aditivos
químicos, como as de carne ou salsichas enlatadas, o salame e demais embutidos;

Bebidas alcoólicas: prejudicam o funcionamento do sistema nervoso central e


induzem ao vício, é comum o pai servir bebidas aos meninos: cerveja, vinho, licores, etc.
Plano alimentar: o horário das refeições

Pela manhã:

 Desjejum com leite, pão com manteiga, frutas, cereais e opcional ovo cozido.

No lanche da manhã (escola ou casa):

 Sanduíche com queijo branco, suco de frutas;

 Ou iogurte com frutas e biscoitos.

Almoço:

 Saladas com hortaliças e legumes crus e cozidos, de diferentes cores;


 Carnes (de qualquer variedade) cozidas, assadas, grelhadas ou refogadas;

 Arroz e feijão;

 Sobremesa a base de frutas ou preparações com frutas;

 Suco de frutas natural ou água;

 A presença dos alimentos indispensáveis ricos em proteínas de origem animal e


vegetal (feijão), carboidratos, fibras, vitaminas, minerais e líquidos.

No lanche da tarde:

 Refeição semelhante ao lanche da manhã;

 Ou iogurte com frutas, cereal e biscoitos.

No jantar:

 Semelhante ao almoço;

 Ou um prato único, como um risoto, sobremesa e o suco de frutas.

Sendo a inapetência um problema passageiro característico desta idade, é


necessário observar:

 Servir pouca comida, se necessário, por solicitação da criança, repetir;

 Deixar a criança participar do ato de alimentar-se tanto na escolha dos alimentos,


dentro do possível, como com relação ao volume da comida no prato;

 Preparar os alimentos indicados à idade para firmar os bons hábitos alimentares e a


preservação da saúde;
 É de grande importância a participação da família através dos bons hábitos
alimentares, nesta idade é comum a criança adotar os costumes alimentares dos
familiares.

Fatores que interferem na rotina alimentar do pré-escolar.

Alguns erros dependem de falsos conceitos alimentares, como os alimentos


considerados não próprios, que na verdade não o são, desde que adequadamente
preparados.

Como exemplo teria a pizza a Portuguesa, pastel com carne e legumes, coxinha de
galinha, pastel de banana, cachorro quente, sanduíches, entre outros. São alimentos que
fazem parte da realidade, do dia-a-dia, as crianças adoram e em muitas vezes constituem
parte do cardápio do adulto. São alimentos que podem ser servidos em lanches ou na
refeição da noite, e principalmente nos finais de semana.

A sobremesa é um exemplo clássico, como os doces sendo usados como


recompensa para obrigar a criança a comer o quanto queremos e o quê determinamos como
necessário para sua nutrição. O ideal é servi-la para finalizar uma refeição, é só fazer a
escolha certa.
Não podemos esquecer-nos da conduta social, da publicidade, do marketing da
televisão, as quais a criança tem acesso diariamente, são fatores que interferem nos padrões
alimentares da população em geral, precisamos orientar as escolhas corretas e menos
prejudiciais à criança.

Cardápio modelo para o pré-escolar

Desjejum:

 Leite com mamão e cereal;

 Pão com manteiga.

Colação:

 Iogurte com frutas;

 Bolacha com mel.

Almoço:

 Salada de alface com tomate e vagem;

 Carne moída refogada;

 Batatas coradas;

 Arroz e feijão;

 Salada de frutas;

 Limonada.

Lanche:
 Vitamina leite/banana/maçã; Bolo de cenoura.

Jantar:

 Torta de frango com legumes;

 Sobremesa: goiabada c/ queijo;

 Suco de uva.

Atitudes para uma alimentação saudável para o pré-escolar:

 Estimular, diariamente, o consumo de frutas, hortaliças, legumes e grãos integrais –


e os alimentos com eles elaborados (pão integral, biscoito, cereais);

 Diminuir o consumo de carnes gordas e frituras, que são fonte do mau colesterol. As
gorduras saturadas e o colesterol devem ser oferecidos em quantidade reduzida, ao
mesmo tempo em que as gorduras poliinsaturadas precisam ser consumidas em uma
quantidade maior;

 Dar preferência às carnes magras, remover as gorduras das carnes gordurosas antes
de prepará-las;

 Racionalizar o consumo de açúcar refinado e excesso de doces;

 Controlar o consumo de sal e de alimentos ricos em sódio, como os embutidos, as


conservas, pois as crianças também estão sujeitas a desenvolverem pressão alta;

 Procurar fazer as refeições em ambiente tranqüilo, para proporcionar ao pré-escolar


segurança durante a refeição da família;
 Evitar ingerir os líquidos durante as refeições, o ideal é após a refeição, para que a
criança se habitue a mastigar os alimentos como forma de desenvolver o palato e
não sobrecarregar o sistema digestório;

 Evitar o excesso de condimentos à mesa como: catchup, mostarda, maionese, o


saleiro ou vinagre. Os alimentos devem ser temperados durante a preparação, de
forma bem natural;

 Ter cuidado com produtos dietéticos ou light que não são próprios para crianças
nesta idade. Lembre-se que são produtos direcionados para pessoas que necessitam
de dietas especiais;

 Estimular o pré-escolar a participar das brincadeiras infantis como forma de


desenvolver atividade física e social;

 Não permitir que as refeições sejam feitas na frente da televisão, ela tira a
concentração da refeição;

 Estimular a criança a auxiliar no preparo de seus alimentos, como os lanches para


escola, procurando mantê-los nutritivos.

Deve-se assegurar que cada lanche contenha pelo menos 1 porção de cada
grupo de alimentos selecionados abaixo:

 Alimentos ricos em carboidratos (energéticos); pães, de preferência integrais ou


ricos em fibras, bolachas simples, torradas, cereais;

 Alimentos ricos em proteínas: leite, iogurte, coalhada, queijo, ovo, carne de boi
magra, peixe ou frango;

 Alimentos reguladores (ricos em vitaminas, cereais e fibras); frutas, sucos naturais,


vegetais;

 Evitar as refeições freqüentes em fast food. É importante avaliar no contexto da


dieta o alto teor de gordura dos alimentos fornecidos por este tipo de serviço;
 Permitir a sua participação no momento da compra, para estimular a educação
alimentar.

ALIMENTAÇÃO DO ESCOLAR

Características de Idade:

As crianças em idade escolar apresentam um grande desafio em termos de educação


nutricional.

São ávidos por conhecimentos, mas é necessário que professores e familiares


apresentem conhecimentos nutricionais que captem o seu interesse e os estimulem à
participação e aquisição de conhecimentos e mudanças comportamentais, relacionadas com
a alimentação saudável, tão necessária nesta idade.

Para atingir as mudanças ou educação nutricional devem ser levados em


consideração diversos fatores que influenciam as preferências alimentares, como o
envolvimento dos pais, exposição da mídia e modelo alimentar.

Temas de origem alimentar podem ser utilizados nas escolas, como:


 Alimentação saudável básica;

 Saúde dentária;

 Lanche escolar;

 A ingestão de alimentar processados e gordurosos;

 Obesidade infantil;

 Doenças associadas à obesidade infantil;

 Educação alimentar e atividade física;

 E outros temas que podem ser colocados pelos próprios escolares.

A mudança dos hábitos alimentares e a redução da atividade física criaram uma


série de problemas entre as crianças escolares, de todas as classes sociais.

O aumento dos casos de anemia e obesidade entre os jovens em idade escolar


tornou-se tema freqüente entre os profissionais de saúde.

É considerada Escolar a criança com idade entre 6 e 12 anos. Para legislação


brasileira a idade do escolar é de 7 a 14 anos. Na legislação, este é o período em que o
Estado tem a obrigação e responsabilidade de proporcionar educação gratuita a todos.

Suas características nutricionais estão intimamente relacionadas à sua alimentação


na fase anterior.

O escolar apresenta intenso crescimento físico e intelectual, suas exigências


nutricionais são altas, em média o escolar aumenta 5 centímetros entre os 6 e os 10 anos e
de 3 a 6 centímetros respectivamente para menino e menina, entre os 10 e 12 anos.
Verificando-se que as meninas no período pré-puberal apresentam um crescimento maior
que os meninos.

Nesta fase, por volta dos seis anos, surgem os dentes permanentes, os primeiros
molares depois os incisivos.
Esta é uma idade de adaptação entre a escola e o lar. A troca das brincadeiras de rua
pela TV e computadores e a preocupação dos pais com a segurança destes jovens,
associado à substituição das refeições balanceadas por lanches rápidos e salgadinhos tem
criado uma geração de jovens obesos e com vários problemas de saúde, antes só
encontradas em pessoas com mais de 40 anos, como pressão alta, diabetes a até problemas
cardíacos.

O crescimento e do desenvolvimento constituem processos dinâmicos que sofrem


interferência dos fatores genéticos, nutricionais, sociais e culturais, sendo necessária uma
atenção especial na alimentação para desenvolver o potencial genético.

É uma fase ainda vulnerável, mas em menor intensidade com relação à fase anterior,
as exigências nutricionais são altas, são completamente independentes, se bem orientados
podem selecionar seus próprios alimentos.

As recomendações energéticas correspondem às necessidades estimadas para a


idade. Devem evitar o risco de desnutrição, bem como a ingestão excessiva de alimentos
que leve ao sobrepeso ou obesidade. Deve-se avaliar com cuidado a necessidade energética.

É fato comprovado que o rendimento escolar está intimamente associado aos


seus hábitos alimentares:

 Escolares desnutridos são indispostos, sonolentos e desatentos;

 Tornam-se agressivos com colegas e professores;

 Apresentam dificuldades de aprendizagem;

 São os que apresentam altos índices de reprovação;

 Em muitas situações abandonam a escola.


A assistência e a educação nutricional são atividades eficientes que proporcionam
informações para combater a subnutrição do escolar, melhorar sua saúde, o crescimento
físico e promover rendimento escolar satisfatório.

Estes mecanismos devem ser de responsabilidade de projetos sociais que realizem


programas de educação alimentar aos escolares e seus familiares.

Em algumas regiões brasileiras, em populações de diferentes classes sociais, a


utilização de alimentos pouco saudáveis e o hábito de trocar frutas por doces, consumir
salgadinhos gordurosos e industrializados e lanches escolares pouco saudáveis, apesar de
significar um maior status social, tem ocasionado a troca do problema da subnutrição pela
obesidade.

O governo, preocupado com a saúde do escolar e o grau de desenvolvimento de


aprendizagem da criança nutrida comparada com a desnutrida por deficiência alimentar,
cria o programa de alimentação do escolar em 1954:

Programa Nacional de Alimentação do Escolar – PNAE

Criado em 1954, PNAE é o mais antigo programa social da área da


Educação. Até 1993 seu gerenciamento era mantido pelo Governo Federal, mas, em
1994 foi descentralizado e firmado convênios com os estados, Distrito Federal e os
municípios.

A partir de 1999, houve nova estruturação, transferindo a execução do


programa da esfera federal para os níveis estadual, distrital e municipal, que
passaram a receber os fundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação.

Por lei, esta alimentação deve fornecer 15% das necessidades nutricionais
das crianças matriculadas na pré-escola e no ensino fundamental.

A complementação fica a cargo dos estados, Distrito Federal e municípios


beneficiados, conforme estabelecidos na Constituição.
Nos municípios também encontramos programas de alimentação escolar de
boa qualidade, em São Paulo a prefeitura conta com Serviço Técnico de Avaliação
e Pesquisa em Nutrição para fazer o controle da qualidade dos alimentos.

As escolas municipais servem 1.400.000 refeições por dia. Todo o apoio


técnico conta inclusive com site para qualquer tipo de dúvidas ou reclamações.

(www.prodam.sp.gov.br/semab/atende/merenda.htm)

Necessidades nutricionais do escolar:

As exigências nutricionais são determinadas mais pelo peso e altura do escolar do


que por sua idade:

 O escolar que apresentar peso e altura inferior ou superior a sua faixa etária terá
suas exigências nutritivas atendidas de acordo com seu grupo biológico, ou
características hereditárias e não ao grupo etário;

 O valor energético deve ser suficiente em torno de 2000 a 2500 kcal;

 Apresentar proteínas de alto valor biológico sendo de 35 a 45 gramas ao dia;

 Apresentar quantidades suficientes de Carboidratos de acordo com a determinação


diária de 50 a 60% do valor energético total, priorizando os cereais integrais e
subprodutos;

 As gorduras devem estar presentes na proporção de 30% do VET, priorizando as


insaturadas, monoinsaturadas e as poliinsaturadas por serem gorduras saudáveis e
apresentarem nutrientes necessários à idade a ela associada, como a vitamina A,
vitamina E;
 Vitaminas lipossolúveis: A, D, E, K e as hidrossolúveis como o Complexo B e a
vitamina C, que estarão presentes na diversificação dos alimentos da dieta;

 Sais minerais indispensáveis para o crescimento do sistema ósseo e dentário, e ferro


para evitar anemia;

 Nutrientes essenciais que não podem ficar fora do cardápio diário: ácido ascórbico,
tiamina, riboflavina, ferro, cálcio, fósforo e aminoácidos essenciais;

 As refeições devem ser completas e equilibradas, apresentando requerimentos


nutricionais altos.

O regime alimentar:

O aparelho digestório do escolar já está desenvolvido, apresentando características


semelhantes ao do adulto, podendo consumir as preparações culinárias que completam a
alimentação normal, aquela que segue os preceitos básicos para uma alimentação saudável
e servida a toda família.

Na alimentação deve-se dar ênfase a preparações culinárias simples e nutritivas,


respeitando as condições higiênicas e sanitárias como nas fases anteriores.

O plano alimentar deve respeitar a classificação dos alimentos, mantendo todos os


grupos da Pirâmide da alimentação, já que nesta fase se não apresenta a inapetência da fase
anterior.

Deve-se apresentar alimentos indispensáveis, como os da fase anterior:

 Alimentos ricos em carboidratos (energéticos): pães, de preferência integrais ou


ricos em fibras, bolachas simples, torradas, cereais;
 Alimentos ricos em proteínas: leite, iogurte, coalhada, queijos, ovos, carne de boi
(magra), peixe ou frango;

 Alimentos reguladores (ricos em vitaminas, cereais e fibras): frutas, sucos naturais,


diferentes variedades de vegetais;

 Preparações culinárias bem coloridas, identificando os diferentes nutrientes


presentes no cardápio diário.

O horário das refeições dependerá do horário que a criança permanecer na escola,


mas deve se manter, no mínimo, em quatro refeições diárias.

O lanche escolar tem grande importância nesta fase, deve apresentar:

 Valor calórico de 350 kcal;

 No mínimo 9 gramas de proteínas por refeição, equivalente a 15% das


recomendações diárias;

 Apresentar qualidade nutricional com a presença de vitaminas, minerais e fibras;

 Garantindo vitamina C e aporte suficiente de ferro para evitar anemia férrica.

O Projeto de lei 471/2001

Proíbe a comercialização nas cantinas escolares de produtos com baixo teor


nutricional ou que sejam fontes de calorias vazias, como: balas, pirulitos, chicletes,
salgadinhos, refrigerantes, sucos artificiais, alimentos fritos, bolachas e biscoitos
recheados que tenham gordura trans em sua composição.

O lanche escolar quando elaborado na residência do escolar deve priorizar:

 Uma fruta – já lavada e higienizada, embalada, fácil de descascar, de tamanho


médio: banana, maçã, pêra, ameixa, mexerica, pêssego ou frutas desidratadas ou
secas;

 Um sanduíche – com recheio protéico não perecível: pão de forma, francês, pão
integral ou outra variedade, com queijo ou geléias;

 Bebida saudável – água, leite ou achocolatados ou caixinha, tipo longa vida, ou suco
natural ou longa vida.

É importante lembrar que o lanche escolar deve estar bem acondicionado para evitar
que estrague ou o escolar despreze.
As recomendações nutricionais do escolar, tanto em energia como para o consumo
de cada nutriente, devem ser sempre equilibradas.

A alimentação do escolar na rede pública e na rede privada tem alguns objetivos em


comum:

 Suprir parcialmente as necessidades nutricionais dos alunos;

 Melhorar a capacidade no processo ensino-aprendizagem;

 Formar bons hábitos alimentares.

A diferença é que o programa público busca também evitar a evasão, a repetência


escolar e suprir as necessidades nutricionais em 15% do valor calórico diário.

Nas escolas privadas não há índice nutricional a ser cumprido, razão pela qual cada
instituição tem a liberdade de definir a refeição a ser oferecida a sua clientela, sabendo que
esta não é a única do dia, como acontece com alunos da escola pública, que em várias
ocasiões a sua refeição diária é só a feita na escola.

O fundamental é despertar no escolar não apenas prazer de alimentar-se, mas ter


consciência dos benefícios que oferece uma boa alimentação para a sua saúde, hoje e no
futuro.

A refeição escolar deve apresentar na sua rotina alimentos fora do costume familiar
do aluno, como forma de introduzir alimentos diferentes do seu dia-a-dia, para que
o mesmo tenha ciência da educação alimentar e possa identificar a qualidade
nutricional de diferentes alimentos.

A alimentação do escolar deve priorizar:

O aspecto quantitativo no que se refere à disponibilidade de alimentos para atender as


suas refeições;
 O aspecto qualitativo para avaliar a qualidade nutricional, as características
organolépticas, o aspecto higiênico sanitário.

A alimentação do escolar deve ser saudável, completa, variada e agradável.

Deve observar as leis da nutrição:

Proporcionalidade:

 Equilíbrio entre os nutrientes dos alimentos oferecidos.

Moderação:

 Especialmente na escola, moderação dos produtos que podem causar prejuízos à


saúde do educando, como o excesso de açúcar, alimentos gordurosos (gordura
saturada, frituras, gordura trans) e com muito sal.

Variedade:

 Balanceada com os nutrientes essenciais à idade. Não se deve proibir, mas


esclarecer o que é necessário para manter a saúde já que elas estão diariamente
expostas à mídia, que incentiva o consumo de uma série de produtos nada saudáveis
ao escolar. É necessário bom senso e moderação com estes produtos nada saudáveis.
O programa de alimentação do escolar deve educar o aluno a optar pelo melhor
alimento, orientando-os sobre os benefícios que proporcionarão quando saudáveis ao
organismo.

Várias estratégias podem ser empregadas para modificar a alimentação do


escolar, como:

 Escolha de alimentos adequados na elaboração das refeições;

 Substituição de produtos gordurosos para os de baixo teor de gordura;

 Utilização de ervas e condimentos naturais;

 Técnicas de cocção saudáveis, como os assados, cozidos ou grelhados;

 Criação de novas receitas para evitar-se a monotonia.

O escolar precisa ter consciência que um alimento menos nutritivo não deve fazer
parte de sua alimentação diária, ou se transformar na sua principal refeição.

A escola deve promover, através do profissional de nutrição, programas de


educação alimentar e nutricional, não só para os alunos, mas para os pais, professores,
funcionários e a direção da escola.

Um programa de educação nutricional deve ser abrangente para atingir todas


as áreas da escola, todos os departamentos, desde a área pedagógica até a
administração.

Um aluno bem alimentado apresenta um melhor aproveitamento escolar, atinge o


equilíbrio necessário para o seu crescimento e o desenvolvimento das defesas orgânicas,
indispensáveis para manutenção da saúde.
A variedade de alimentos, a inter-relação entre os nutrientes e outros componentes
dos alimentos deve complementar as necessidades nutricionais desta fase para obter-se uma
vida adulta saudável.

As recomendações nutricionais devem propor:

 Uma alimentação variada;

 Aumentar o consumo de frutas e hortaliças;

 Incluir fontes seguras de cálcio e ferro;

 Utilizar-se de alimentos protéicos dos dois grupos: de origem animal, como as


carnes, ovos e laticínios, e de origem vegetal como as leguminosas;

 Diminuir o consumo de alimentos gordurosos, principalmente gordura saturada e


trans de salgadinhos, bolachas ou lanches industrializados e de refrigerantes;

 Diminuir o consumo de açúcar livre presente em balas, pirulitos e o excesso de sal


dos salgadinhos fritos;

 Dar importância devida ao café da manhã (desjejum);

 Alimentar-se com regularidade, sem pular as refeições;

 Ter em seu currículo regular noções de educação alimentar ou orientações de


educação alimentar na escola ou na família.
Refeição com cerda de 2.200 quilocalorias

Exemplo desjejum Variações

Copo de leite – 350 ml Coalhada ou iogurte.

Com sucrilhos

Pãozinho francês – 50 g Ou bolo, ou 60g de pão integral ou de


glúten.

Fatia de queijo – 25g Presunto magro ou 1 ovo não frito.

Fruta – maçã ou mamão Copo de suco de laranja natural.

Almoço

Salada com hortaliças e legumes – à 1 vegetal verde, 1 branco e 1 vermelho ou


vontade. amarelo: cruz e cozidos.

Exemplo: agrião, beterraba, palmito.

Bife – bovino ou frango grelhado ou Ou batata inglesa ou doce, beterraba;


cozido, ou com molho médio. Aipim, brócolis, mandioquinha.
Legumes cozidos: abobrinha Ou soja, ervilha seca, lentilha (outras
Arroz – 2 colheres leguminosas).

Feijão – 1 concha

Sobremesa: torta de limão frutas picadas

Lanche ou merenda
Vitamina de leite, banana aveia. Iogurte de frutas

Pão integral com geléia. Bolacha maisena

Jantar

O mesmo que o almoço ou prato único – exemplo: lazanha com legumes;

Suco natural de uva.

Causas da desnutrição do escolar:

Desjejum mal feito ou ausente:

 Quando o escolar estuda no período da manhã e não tem tempo necessário para
fazer a primeira refeição antes de ir para a escola e seus familiares não dão a devida
importância a esta refeição;

 Ou o estudante estuda no período da tarde e acorda muito tarde, sem tempo de fazer
a primeira refeição;

 Alimenta-se de produtos sem valor nutricional suficientes para suprir as reais


necessidades do estudante;

 Não utilizam nas suas refeições alimentos como carnes, laticínios, hortaliças, frutas,
necessárias para a manutenção de suas necessidades nutricionais;

 Gastar dinheiro em doces e refrigerantes nas cantinas da escola sem fiscalização;

 Utiliza-se com freqüência de alimentos ricos em carboidratos refinados ou


alimentos gordurosos que proporcionam saciedade, mas não alimentam.

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