Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Fortaleza
2018
André Macêdo Hernández
Fortaleza
2018
Dedico este trabalho a Deus, à Virgem Maria e
à minha família, alicerce da minha vida.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, em primeiro lugar, a Deus por ter sido sempre fiel a mim e nunca ter me
desamparado com sua graça, durante estes anos de graduação.
À Virgem Maria pela sua constante intercessão por mim.
À minha família que sempre se mostrou pronta para me dar o que fosse de melhor
para a minha formação pessoal e profissional.
À minha namorada Amanda pelo amor e companheirismo, fundamentais para que eu
concluísse esse trabalho com todo empenho.
Ao prof. Dr. Iuri Alves, pela orientação e lições que me foram ensinadas durante este
ano de produção deste trabalho.
Ao caro engenheiro e mestre participante da banca, Raimundo Calixto de Melo Neto,
pelas contribuições, sugestões de melhoria e inspiração para mim.
Ao professor participante da banca examinadora, José Ricardo Brígido de Moura,
pela disponibilidade em ajudar a fazer este trabalho e por ser uma referência para mim, devido
a sua maneira apaixonada de olhar para engenharia.
Por fim, agradeço a todos os meus amigos do curso de engenharia pelo suporte que
me proporcionaram, simplesmente pelo fato de estarem ao meu lado, durante esse período da
minha vida.
“O fato de os engenheiros realizarem-se em
seu trabalho sustenta a visão de que o trabalho
de engenharia usando a criatividade pode ser
prazeroso, talvez tão prazeroso quanto
escrever, pintar ou executar música.”
H.P.J. Taylor, Presidente do The Institution of
Structural Engineers em 1993-1994.
RESUMO
It is easy to see the increasing verticalization of the world's major cities in the last century. In
Brazil, however, this verticalization is well behind, when compared to countries with similar
economic potential. Therefore, it is necessary a series of studies that support the current and
the future structural engineers that will act in this area in our country. One of the main factors
to be carefully considered is the system that will withstand wind loading. In the present work,
we will limit our analysis to buildings with steel structure, due to the lack of tall buildings of
this type in our country. A brief study on the collection of this topic in the literature was done
and seven different simulations were elaborated in order to find the best type of bracing using
diagonals for a generic commercial building. . Among the several conclusions obtained with
this study, we can mention the greater efficiency of the bracing, when these are located in the
facade of the building than when they are placed only in the perimeter of the stair case and
elevators. In addition, a greater structural efficiency was observed in buildings that have
simple diagonals when compared to those that have diagonals in 'X'.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
3 ESTUDO DE CASO................................................................................................... 37
4 RESULTADOS ........................................................................................................... 64
4.1 Reações, My, para vento atuando a 0º, nas fundações dos edifícios..................... 66
4.2 Reações, Fz, para vento atuando a 0º, nas fundações dos edifícios. ..................... 70
4.3 Reações, Mx, para vento atuando a 90º, nas fundações dos edifícios. ................. 73
4.4 Reações, Fz, para vento atuando a 90º, nas fundações dos edifícios. ................... 77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................83
ANEXO A – CÁLCULOS PARA DEFINIÇÃO DAS CARGAS DE VENTO
ANEXO B – PERCENTUAL QUE REPRESENTA OS MOMENTOS GERADOS
NAS FUNDAÇÕES ENTRE OS EDIFÍCIOS ESTUDADOS COM O EDIFÍCIO
1.
12
1 INTRODUÇÃO
Dessa forma, faz-se necessário um estudo mais aprofundado sobre edifícios altos a fim
de que se crie uma cultura mais forte de verticalização dos centros urbanos das principais
cidades brasileiras. Sabendo que isso não é tarefa fácil, cabe a uma série de profissionais de
diferentes áreas de atuação colaborar com esse trabalho. É papel dos engenheiros estruturais
analisar, dentro das condições de legislação vigentes, e verificar qual o tipo de estrutura mais
apropriada ao se construir um prédio de 160 metros no centro de uma metrópole, por
exemplo. Contamos com um acervo considerável de artigos, monografias e dissertações nessa
área, quando voltamos o nosso foco a outros países, entretanto, no Brasil, o número de
estudos qualitativos ainda carece.
13
Fonte: http://www.ctbuh.org/AboutCTBUH/History/MeasuringTall/tabid/1320/language/en-
GB/Default.aspx
Acesso em: 1 de Junho de 2018
1.1 Justificativa
Fonte: Autor.
1.2 Objetivo
1.3 Metodologia
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
houve uma profunda alteração nos hábitos da sociedade de maneira geral. A sociedade, que
era em sua grande maioria rural, passou a se concentrar cada vez mais nos centros urbanos. A
demanda por espaço aumentou, e, consequentemente, as barreiras que limitavam o
aparecimento de um edifício alto, necessitavam ser quebradas. Primeiramente com a invenção
do elevador por Elis Graves Otis em 1853, e depois, com o desenvolvimento da indústria
siderúrgica, os detentores do poder daquela época viram-se cada vez mais capazes de
construírem edifícios mais altos.
Em 1883 na cidade de Chicago-EUA, surge então o primeiro prédio totalmente
suportado por estruturas metálicas. Seu nome era Home Insurance Building, e com seus 10
andares, possuindo grandes espaços livres internamente, movia aquela sociedade a acreditar
que estruturas daquele tipo seriam de grande relevância para o futuro. E eles estavam certos. A
demanda, principalmente dos grandes empresários da época, por espaços nesses edifícios
comerciais aumentava consideravelmente, pois as grandes empresas entendiam que era uma
enorme propaganda estarem com os seus nomes ligados a esses edifícios icônicos.
(TARANATH, 1988).
Fonte: http://www.worldofbuildings.com/bldg_profile.php?bldg_id=6844
Acesso em: 24 de Maio de 2018
Fonte: https://chicagology.com/goldenage/goldenage026/
Acesso em: 24 de Maio de 2018
19
Fonte: https://www.pinterest.co.uk/pin/277041814548363031/
Acesso em: 24 de Maio de 2018
A partir da década de 70, com a ascensão tecnológica e econômica dos tigres asiáticos, o
mundo ia conhecendo novas nações que contribuíram significativamente no desenvolvimento
da engenharia estrutural para edifícios altos. Conforme pode ser observado na tabela 1,
verificamos que hoje a Ásia representa o continente com maior número de arranha-céus na
lista dos 100 maiores do mundo. É importante ressaltar a importância nessa área da
engenharia estrutural os seguintes países desse continente: China, Emirados Árabes Unidos,
Japão e Coréia Do Sul.
Atualmente, de acordo com o CTBUH, temos construídos três prédios maiores que
600 metros de altura; e o edifício que tem marcado essa nova geração de estruturas mega altas
é o Burj Khalifa, com 828 metros de altura, localizado em Dubai, Emirados Árabes Unidos.
20
Fonte: https://www.forbesmiddleeast.com/en/dubai-real-estate-predictions-2017/
Acesso em: 24 de Maio de 2018
Fonte: Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH). Publicação: The Global Tall Building
Picture: Impact of 2017.
pelo aumento no número de edifícios que utilizam várias funções em uma única construção,
como é o caso do Burj Khalifa. Essa, claramente, é a tendência mundial para os próximos
anos, pois escritórios, residências e escolas em uma mesma edificação, por exemplo, pode
significar um grande alivio para o transito das grandes cidades.
Fonte: Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH). Publicação: The Global Tall Building
Picture: Impact of 2017.
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1584324&page=6&langid=5
Acesso em: 2 de Junho de 2018
2.2.1 Conceitos
A NBR 8800/2008 faz uma classificação importantíssima para o tema aqui discutido.
Ela classifica as estruturas quanto a sua deslocabilidade por meio de análises de primeira e de
segunda ordem utilizando combinações últimas.
25
Nas estruturas cujo efeito P- δ é de controle rigoroso, ou seja, estruturas que possuem
alto grau de deslocabilidade lateral, as imperfeições geométricas possuem uma contribuição
significativa na perda de capacidade de carregamento da estrutura. (MATOS, 2014).
Os efeitos P-∆ e P-δ podem ser mensurados empregando-se uma análise estrutural de
segunda ordem ou por meio de expressões aproximadas de amplificação dos esforços
internos. (DÓRIA, 2007).
(NBR8800/2008).
Quando aparecerem grandes deslocamentos na estrutura da edificação devido aos
carregamentos verticais somados aos horizontais, é necessário fazer uma análise de segunda
ordem ainda mais rigorosa, a fim de que problemas relacionados a instabilidade não apareçam
na edificação.
Segundo MACHADO (2010):
O efeito P-∆ é também conhecido como efeito global de segunda ordem. Por meio desse
efeito um prédio pode perder sua estabilidade devido à excentricidade de suas paredes e
colunas em relação ao seu eixo; ou mesmo devido a uma baixa rigidez de seus elementos para
resistir ao esforço cortante, normal e de momento causados pelas forças atuantes na
edificação.
Além desse efeito P-∆ que gera uma translação no edifício, existe um outro caso em que
pode acontecer esse efeito de maneira diferente, aponta SMITH e COULL (1991), é quando
este gera uma torção no edifício devido a excentricidade das paredes em relação ao centro de
rotação do edifício. A ideia do efeito é a mesma, só que ao invés de verificarmos um
deslocamento lateral, verificaremos uma torção no edifício. Quanto mais afastados do centro
de rotação estão locadas as vigas, pilares e diagonais de um edifício melhor será para resistir a
esse torque adicional gerado por esse outro tipo de P-∆.
2.3 Contraventamentos
2.3.1 Conceituação
que são aqueles que compõem a estrutura de um prédio, porém não dependem da subestrutura
de contraventamento para a sua estabilidade.
Figura 11 – (a) Resposta de um pórtico com ligações rígidas a carregamentos horizontais. (b)
Flexão de vigas e colunas devido a ligação rígida.
Todavia, para estruturas metálicas, foco deste trabalho, devido a menor rigidez de seus
elementos e de suas ligações, é necessário introduzirmos uma estrutura auxiliar chamada de
contraventamento, trabalhando a tração ou compressão, a fim de que os pórticos passem de
deslocáveis para indeslocáveis, conforme a figura 11, aumentando assim a estabilidade e
rigidez da estrutura como um todo.
À medida que aumentamos a altura de uma edificação, maior será a influencia do vento
que esta irá sofrer. Dessa forma, é necessário escolher o sistema estrutural correto para resistir
a esses carregamentos de vento, a fim de que a estrutura possa ser viável.
A figura 13 mostra-nos esquematicamente diversos sistemas de contraventamentos em
edifícios em função da altura. É interessante percebermos que em edifícios com mais de 60
andares as soluções estruturais começam a ficar mais arrojadas, fazendo-se necessário que a
estrutura periférica da edificação participe em conjunto com o núcleo central para resistir a
esses esforços de vento.
Carneiro e Martins (2008) destacam que a “tendência em edifícios extremamente altos é
assemelhar a estrutura (e a própria construção) o mais possível a um tubo verdadeiro, sendo
hoje a aproximação arquitetônica a um tubo circular uma realidade”. Isso se dá devido à
característica geométrica de um tubo favorecer a resistência à flexão, e, principalmente, à
torção causada pelos carregamentos horizontais.
Como podemos ver na figura 13, existem casos em que o sistema estrutural resistente a
forças horizontais escolhido será híbrido, contendo núcleo de alta rigidez em seu interior, seja
ele de concreto ou feito com pórticos treliçados em aço de alta rigidez, associados a uma
estrutura periférica também formadas por diagonais.
32
edificações comerciais, é mais comum verificarmos esse tipo de estrutura, pois os arquitetos
possuem uma liberdade maior para coloca-las nas fachadas desses edifícios, como mostra a
figura 15, 16 e 17.
Fonte: https://www.som.com/projects/875_north_michigan_avenue__structural_engineering
35
Fonte: http://photobucket.com/gallery/user/skyscraperrot/media/bWVkaWFJZDo2MjM2MDQzMg==/?ref=
Acesso em: 1 de Junho de 2018
3 Estudo de Caso
Os edifícios em estudo foram criados pelo autor do presente trabalho e visa obedecer de
maneira mais real possível, salvo as devidas simplificações necessárias, as estruturas
modeladas em escritórios de cálculo estruturais. O edifício foi desenvolvido com o propósito
de assemelhar-se a um edifício de forma retangular comercial possuindo as seguintes
características:
Fonte: Autor.
comprimento destravado dos perfis muito menor do adotado neste trabalho, devido ao
travamento que as vigas periféricas fazem nas diagonais.
Nas tabela 3 e 4 podemos observar os perfis utilizados nos modelos, reunidas em grupos
para facilitar o dimensionamento. Observa-se ainda que os pilares foram dimensionados para
cada 10 andares do edifício estudado, a fim de se obter uma maior proximidade com a
realidade executada pelos calculistas. A numeração de cada pilar encontra-se na figura 20.
Fonte: Autor.
40
Fonte: Autor.
De acordo com os estudos realizados por Far (2018), não foi observado uma diferença
significativa no deslocamento lateral da edificação quando esta possuía um sistema estrutural
com paredes de cisalhamento e de pórtico tubular. Mas, foi visto um resultado melhor quando
o sistema estrutural adotado foi de treliça tubular. Diante disso, faz-se necessário um estudo
mais minuncioso sobre este sistema para descobrirmos qual o arranjo que confere as melhores
características estruturais e estéticas ao sistema.
Sabe-se, de acordo com PATEL, DARIJ e PARIKH (2015), que a posição mais
satisfatória de uma diagonal em um pórtico, para edifícios com essa altura, para resistir aos
carregamentos horizontais é quando esta forma um ângulo de 45º com as vigas e pilares.
Devido a isso, todas as simulações foram feitas fixando este ângulo, já que, se fosse realizada
de outra maneira, haveria uma vantagem nas diagonais que formariam um ângulo de 45º.
41
Fonte: Autor.
3.1.1 Edifício 1:
O edifício 1 foi modelado sem a presença de diagonais, conforme a figura 23. Desse
modo, a resistência lateral desta edificação fica sob a responsabilidade exclusiva das ligações
rígidas viga-pilar, que transferem momento.
44
3.1.2 Edifício 2:
O edifício 2 foi modelado contendo diagonais em ‘X’ nas faces de menor dimensão da
caixa de elevador e escada, conforme a figura 24. Para essas diagonais foram usados os perfis
W 14 x 99, conforme consta na tabela 4. Na figura 25 observamos a maneira como essas
diagonais foram dispostas ao longo da edificação, possuindo ligações em cada andar da
edificação. Dessa forma, o comprimento destravado de cada diagonal desse edifício é a
hipotenusa do triângulo reto 4m x 4m, igual a 5.66m. A resistência lateral desta edificação fica
sob a responsabilidade das ligações rígidas viga-pilar, que transferem momento, e das
diagonais no interior do edifício. Na figura 26 encontramos um edifício que possui esse
sistema de contraventamento em sua estrutura.
45
Fonte: https://www.steelconstruction.info/Concept_design
Acesso em: 29 de Novembro de 2018
46
3.1.3 Edifício 3:
O edifício 3 foi modelado contendo diagonais simples nas faces de menor dimensão da
caixa de elevador e escada, conforme a figura 27. Para essas diagonais foram usados os perfis
W 14 x 193, conforme consta na tabela 4. Na figura 28 observamos a maneira como essas
diagonais foram dispostas ao longo da edificação, possuindo ligações em cada andar da
edificação. Dessa forma, o comprimento destravado de cada diagonal desse edifício é o
mesmo do edifício 2, 5.66m. Vale ressaltar que, para esse modelo, foi usado a metade de
diagonais do edifício 2. A resistência lateral desta edificação fica sob a responsabilidade das
ligações rígidas viga-pilar, que transferem momento, e das diagonais simples no interior do
edifício.
47
3.1.4 Edifício 4:
O edifício 4 foi modelado contendo diagonais em ‘X’ nas faces de menor dimensão da
fachada da edificação, conforme a figura 29. Para essas diagonais foram usados os perfis W
14 x 99, conforme consta na tabela 4. Na figura 30 observamos a maneira como essas
diagonais foram dispostas ao longo da edificação, possuindo ligações a cada 3 andares. Dessa
forma, o comprimento destravado de cada diagonal desse edifício é igual à hipotenusa do
triângulo reto 12m x 12m, igual a 16.97m. A resistência lateral desta edificação fica sob a
responsabilidade das ligações rígidas viga-pilar, que transferem momento, e das diagonais no
exterior do edifício. Na figura 31 encontramos um edifício muito famoso em Chicago, que usa
esse tipo de bracing.
49
Fonte: https://www.dailyherald.com/article/20180213/business/302139930
Acesso em: 29 de Novembro de 2018
50
3.1.5 Edifício 5:
O edifício 5 foi modelado contendo diagonais simples nas faces de menor dimensão da
fachada da edificação, conforme a figura 32. Para essas diagonais foram usados os perfis W
14 x 193, conforme consta na tabela 4. Na figura 33 observamos a maneira como essas
diagonais foram dispostas ao longo da edificação, possuindo ligações somente a cada seis
andares. Dessa forma, o comprimento destravado de cada diagonal desse edifício é o dobro do
edifício 4, 33,94 m. Decidiu-se aumentar esse comprimento a fim de, alguma forma, mensurar
a importância que o travamento dessas diagonais geram no sistema de contraventamento. Vale
ressaltar, ainda, que, para esse modelo, foi usado a metade de diagonais do edifício 4. A
resistência lateral desta edificação fica sob a responsabilidade das ligações rígidas viga-pilar,
que transferem momento, e das diagonais no exterior do edifício. Outro detalhe que vale
considerar para este modelo é a redução das diagonais no topo do edifício, devido à
incompatibilidade geométrica, conforme a figura 30. Na figura 34 encontramos um edifício
que possui esse tipo de diagonais na sua fachada.
51
Fonte: http://www.780third.com/
Acesso em: 1 de Junho de 2018
52
3.1.6 Edifício 6:
3.1.7 Edifício 7:
As ligações entre vigas e de vigas com pilares foram consideradas todas sendo rígidas, a
fim de evitar um problema recorrente no processamento da estrutura no Robot, que gera uma
instabilidade em alguns nós da edificação, se fosse adotado ligações rotuladas. Apesar de
serem adotados diferentemente na prática pelos calculistas, quando modelam suas estruturas,
eles consideram geralmente rotulados em ligações de vigas com vigas, isso não compromete o
objetivo geral do presente estudo, já que a deslocabilidade lateral de toda a edificação é pouco
afetada pela presença dessas rotulas nessas ligações. Além disso, todas as análises foram
processadas considerando o mesmo tipo de ligação, ou seja, esse fator está igual para todos os
casos.
Peso próprio dos elementos modelados: gerados automaticamente pelo software. (Foi
adotada uma laje maciça de 12cm de espessura para composição do peso próprio
desta.)
Peso próprio das paredes de alvenaria: 1KN/m², no perímetro da caixa de elevadores.
Peso próprio das placas de vidro: 0.25KN/m², no perímetro do edifício.
Peso do revestimento: 1KN/m².
O segundo tipo é a sobrecarga (Q). Esta foi adotada no modelo de acordo com a
NBR6120, e possui um valor de 2KN/m². Além disso, foi levada em consideração uma
redução destas cargas nos diferentes pavimentos da edificação, como propõe esta mesma
59
O terceiro tipo é o carregamento de vento (W). Para este, foram adotados os valores
achados por FRANCA (2003) – já que os dois edifícios possuem as mesmas dimensões e
praticamente mesma altura, não identificou-se problema em adotar estes valores, já que os
coeficientes de arrasto irão ser os mesmos – e adaptados ao modelo em estudo, alterando o
valor do pé direito, devido à diferença nos dois modelos. Além disso, decidiu-se transformar o
valor da carga pontual em carga atuando sobre a área do edifício, a fim de aproximar mais da
realidade.
Parâmetros de vento atribuídos ao modelo:
Velocidade básica: 30m/s.
Fator topográfico, S1 = 1,0.
Fator estatístico, S3 = 1,0.
Categoria: IV.
Classe: C.
Com os valores encontrados por FRANCA (2003), foi elaborada a Tabela 6, a fim de
adaptar os valores por ele encontrados ao presente estudo.
Tabela 6 - Adaptação de valores das cargas de vento para o presente estudo. Verificar Anexo A.
Fonte: Autor.
62
Tabela 7 - Dimensionamento dos Grupos com a Norma Americana ANSI/AISC 360-10 - LFRD.
4 RESULTADOS
Vale ressaltar que a NBR8800 limita o valor desse deslocamento, não podendo ser
superior a H/400, sendo H a altura do edifício. Dessa forma, a fim de respeitarmos esse item
da norma devemos limitar o nosso deslocamento horizontal, Uy, no valor máximo de 35cm,
como demonstrado abaixo:
Tabela 9 - Deslocamentos horizontais no topo do edifício e peso das diagonais de cada edifício.
4.1 Reações, My, para vento atuando a 0º, nas fundações dos edifícios.
Nas figuras a seguir encontram-se os valores das reações My, em kNm, nas fundações
de cada edifício para o vento atuando a 0º na estrutura.
4.2 Reações, Fz, para vento atuando a 0º, nas fundações dos edifícios.
Nas figuras a seguir encontram-se os valores das reações Fz, em kN, nas fundações de
cada edifício para o vento atuando a 0º na estrutura.
4.3 Reações, Mx, para vento atuando a 90º, nas fundações dos edifícios.
Nas figuras a seguir encontram-se os valores das reações Mx, em kNm, nas fundações
de cada edifício para o vento atuando a 0º na estrutura.
4.4 Reações, Fz, para vento atuando a 90º, nas fundações dos edifícios.
Nas figuras a seguir encontram-se os valores das reações Fz, em kNm, nas fundações de
cada edifício para o vento atuando a 90º na estrutura.
Não é fácil chegarmos a uma conclusão única com todos os resultados obtidos por meio
deste trabalho, pois no dia a dia a interferência de uma variável sobre a outra não é tão parcial
como da forma que analisamos aqui. Desse modo, analisaremos item por item estudado e
daremos conclusões a respeito de cada um, individualmente, para depois tentarmos ponderar
todas as variáveis e chegar a uma conclusão razoável.
Primeiramente, nota-se, de acordo com a tabela 9, que o resultado da análise feita
levando em consideração o efeito P-delta é somente significantemente diferente dos valores
encontrados para deslocamento horizontal sem este efeito para o edifício 1 (essa diferença é
de 14% neste caso, sendo classificada como estrutura de média deslocabilidade). Em todos os
outros casos essa diferença não passa de 9%, sendo classificadas, portanto, de acordo com a
NBR8800, como estruturas de pequena deslocabilidade. Apesar de todos os edifícios
possuírem a mesma altura e dimensões em planta, devido à diferença na rigidez lateral de
cada edifício com a introdução das diagonais, as diferenças no que concerne este efeito não
são as mesmas entre os edifícios; e percebe-se que quanto mais rigidez lateral o edifício
adquire menor é essa diferença.
Analisando friamente apenas a quantidade de conexões adicionais geradas devido a
introdução das diagonais, percebemos que os edifícios que possuem as diagonais cobrindo um
maior número de pavimentos levam uma maior vantagem quando comparada ao de diagonais
menores, já que se faz necessário para este último mais que o dobro de conexões das
diagonais nos nós, como nos mostra a tabela 10. O que significa um custo considerável, tanto
de fabricação como de montagem, para uma obra feita em aço.
Verificando apenas a tabela 9, podemos concluir que os edifícios que adotaram um
sistema de contraventamento no exterior do edifício levam uma grande vantagem, a nível de
peso necessário usado pelas diagonais para se obter a mesma redução no deslocamento
vertical, quando comparados aos edifícios que possuem as diagonais no núcleo. Nota-se
também que não há muita diferença entre os valores encontrados para o deslocamento
horizontal no topo do edifício, quando comparamos os edifícios com diagonais simples e
edifícios com diagonais em X, usando um peso aproximado para as diagonais.
82
Dessa forma, com todos esses fatores levados em consideração, conclui-se que edifícios
com diagonais simples podem ter uma maior vantagem sobre os de diagonais em X,
principalmente devido à diferença no número de conexões. Além disso, o percentual da
fachada que fica obstruída por conta dos perfis neste segundo caso é praticamente o dobro o
que gera consequências arquitetônicas desfavoráveis para o projeto. Outro ponto que vale
mencionar é o custo relacionado à pintura intumescente dos perfis, em edifícios desse tipo
os perfis são tratados com argamassa projetada a fim de se aumentar a resistência ao fogo
desses elementos; nos casos dos edifícios com diagonais em X este custo será praticamente o
dobro, devido ao dobro da área, o que pode acarretar em uma enorme economia no fim da
obra devido à escolha correta desse elemento estrutural.
Finalmente, seguem algumas indicações para trabalhos futuros dentro da temática ora
abordada, a fim de ajudar os profissionais desta área a desempenhar de uma maneira mais
efetiva seus trabalhos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DÓRIA, André Santos. Análise da Estabilidade de Pórticos Planos de Aço Com Base no
Conceito de Forças Horizontais Fictícias. 2007. 119 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Engenharia, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2007.
PATEL, Hardik J.; DARJI, Prof. A. R.; PARIKH, Prof. (dr.). K. B.. Braced tube Structural
System: A Review. International Journal Of Scientific & Engineering Research. p. 484-
489. Dezembro, 2015.
PFEIL W., e PFEIL M., Estruturas de aço: dimensionamento prático de acordo com a
NBR 8800:2008 – 8. Ed – Rio de Janeiro – Editora LTC, 2009.
TARANATH, Bungale S.. Structural Analysis and Design of Tall Buildings. Mcgraw-hill,
1988.
The Global Tall Building Picture: Impact of 2017. CTBUH Research Paper. , p. 52-53.
2018.
WALSH, Patrick; SALEH, Ali; FAR, Harry. Evaluation of structural systems in slender high-
rise buildings. Australian Journal Of Structural Engineering. Sydney, p. 105-117. 2018.
WILLIS, Carol. Singularly Slender: Sky Living in New York, Hong Kong, and
Elsewhere. CTBUH Research Paper, p.606-614, 2016.
86
ZIEMIAN, Ronald D.. Guide to Stability Design Criteria for Metal Structures. 6.
ed. Canadá: John Wiley And Sons, Inc., 2010.
87