Você está na página 1de 2

Sara Isabel Miranda Carvalho | up201403626

“... às vezes encontramos aquilo de que não andamos à procura ... a natureza faz a penicilina, eu só a
descobri ...”
Alexander Fleming

Alexander Fleming nasceu no dia 6 de agosto de 1881, em Lochfield, na Escócia, no seio de uma família
numerosa sendo o terceiro de oito filhos. Fleming era um aluno brilhante e percebeu que no seu país as
oportunidades eram escassas, assim sendo, aos 13 anos, mudou-se para Londres. Com 20 anos começou a
estudar medicina no Hospital St Mary. Após concluir a licenciatura e não tendo lugar como clínico, é convidado
pelo diretor do laboratório de Bacteriologia a permanecer como investigador, largando os doentes e
dedicando e atenção ao microscópio e às placas de Petri.

Durante a Primeira Guerra Mundial serviu no exército britânico, como membro do Corpo Médico do
Exército Real. Perturbado com o alto índice de soldados mortos por ferimentos infecionados, Fleming
começou a questionar a efetividade do tratamento de tecidos doentes ou danificados com os antissépticos
que estavam a ser utilizados. Numa série de testes brilhantes, demonstrou que os antissépticos prejudicavam
mais do que ajudavam, já que matavam células do sistema imunológico, facilitando ainda mais o aumento da
infeção.

Com o fim da guerra, Fleming voltou a St. Mary e continuou a estudar bacteriologia. Os seus principais
objetivos eram identificar algumas substâncias que pudessem combater as bactérias sem danificar os tecidos
saudáveis ou enfraquecer os mecanismos de autodefesa do organismo. Em 1922 descobre a lizozima, uma
proteína com propriedades antibacterianas presente nos fluidos corporais. Certo dia, em 1928, ele estava no
seu laboratório a analisar algumas culturas de bactérias staphylococcus e uma cultura em particular despertou
a sua atenção, uma vez que teria ficado descoberta acidentalmente por diversos dias, e havia sido
contaminada por um esporo de fungo que entrou pela janela do laboratório. Nesta placa apercebeu-se de algo
muito incomum: na região ao redor do fungo, os staphylococcus tinham desaparecido por completo,
enquanto nas outras zonas continuavam em crescimento.

O cientista ficou intrigado, então começou a produzir mais fungos para que pudesse confirmar a sua
descoberta. Durante os oito meses seguintes, ele concluiu que o fungo continha uma substância poderosa, à
qual deu o nome de "Penicilina", devido ao fungo Penicillium Chrysogenum notatum do qual as bactérias se
Sara Isabel Miranda Carvalho | up201403626
originaram. A substância eliminava não apenas staphylococcus, mas também inúmeras outras bactérias
mortais. Após conduzir alguns testes, ele descobriu que a penicilina não era tóxica, no entanto o fungo era
extremamente difícil de ser cultivado em laboratório, de modo que apenas pequenas quantidades da
substância poderiam ser produzidas. Fleming precisava de grandes quantidades para conseguir tratar alguém
que estivesse realmente doente e ainda demonstrar que era eficaz como antibiótico.
Fleming publicou as conclusões do seu estudo no prestigiado “British Journal of Experimental Pathology”. No
entanto, naquela época não pareciam promissoras as tentativas de aplicar este composto ao tratamento das
infeções humanas, devido à sua instabilidade e falta de potência.

Uma década após a publicação da pesquisa de Fleming, os americanos Ernst Boris Chain e Howard
Walter Florey interessaram-se pela possibilidade de produzir penicilina estável para fins terapêuticos,
acabando por conseguir isolar a penicilina no seu estado anidro, ou seja, na ausência de humidade. Em 1941
o novo produto começou a ser comercializado nos Estados Unidos, com excelentes resultados terapêuticos
no tratamento de doenças infeciosas.

Fleming ganha, no ano de 1945, o Prémio Nobel de Medicina e Fisiologia, dividindo-o com a dupla de
norte-americanos, Florey e Chain. Acaba depois por falecer em 11 de março de 1955, na cidade de Londres,
devido a um enfarte do miocárdio.

Você também pode gostar