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JORGE CUNHA

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ADVOGADO

EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CÍVEL REGIONAL DO MÉIER-


RJ.

Processo0010806-86.2019.8.19.0208

ANA CRISTINA ALVES VENERONI, brasileira, solteira, analista de


logística Jr., identidade RG. nº. 11144351-1 IFP/RJ e CPF: 052.611.147-05,
residente e domiciliada na Rua Miguel Cardoso, nº 60, casa, Encantado,
CEP: 20.745-050, por seus advogados, JORGE ROBERTO DE
OLIVEIRA CUNHA, brasileiro, viúvo, advogado inscrito na
OAB/RJ sob o nº 92.284 (jrocunha@globomail.com) e NADIA MARIA
PRADO DE MELLO, brasileira, solteira, advogada, inscrita na OAB/RJ sob o
nº 62.975 (nadiapradoadvog@gmail.com ) ambos com escritório na RUA
DO CARMO nº 6, sls-504/505- CENTRO, RJ vem perante V.Exa. ofertar
EMENDA SUBSTITUTIVA à inicial da presente ação pelas razões de fato e
de direito a seguir expostas:

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C DANOS MORAIS

em face de LIGHT SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A, CNPJ:


60.444.437/0001-46, situada na Av. Mal. Floriano, 168 Centro/RJ - CEP:
20.080-002, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

I.MAGISTRADO, é a autora, indubitavelmente, merecedora do


benefício da gratuidade de justiça, eis que não possui, nem de longe,
condições para custear o processo sem comprometimento de sua própria
subsistência e de sua família (CONTRA CHEQUE EM ANEXO), uma vez que

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trabalha como ANALISTA DE LOGÍSTICA JR, auferindo uma renda mensal,


em torno de R$ 1.770,00 (hum mil e setecentos e setenta reais).

Destarte, para que a Autora possa exercitar o livre direito de ação,


elencado em nossa CEF, pugna pelo benefício da gratuidade de justiça,
previsto a Lei 1.060/50 c/c a Lei 7510/86, sob pena de não ter meios de
manejar a presente demanda indenizatória e, assim, não ver revertida a
situação de perigo iminente em que sem encontra, causada unicamente
pelo mal serviço prestado pela empresa RÉ.

Sobre o benefício da gratuidade de justiça, o Em. Ministro CELSO DE


MELLO, com assento no C. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, chamado a se
manifestar acerca da questão, proferiu a seguinte decisão monocrática,
expressis verbis:

"A parte ora requerente, alegando não dispor de


recursos próprios que lhe permitam suportar os
ónus financeiros do processo judicial, postula
seja-lhe concedido, desde logo, nos termos da
lei, beneficio da gratuidade, (fis 2.v ), em ordem
a exonerá-la dos encargos pertinentes ao
preparo ( Lei n° 4510186). A simples afirmação
de incapacidade financeira feita pelo próprio
interessado basta para viabilizar-lhe o acesso ao
beneficio da assistência judiciária ( Lei 1.060150,
art 4° § 1', com a redação dada pela Lei n°
7510186 ).Cumpre assinalar, por necessário, tal
já acentuaram ambas as Turmas do Supremo
Tribunal Federal (RE n° 204.458-PR, Rel. Min,
ILMAR GALVÃO- RE 205746-RS, Rel. Min.
CARLOS VELLOSO, v.g ), que a norma inscrita no
art. 50 , inciso LXXIV, da constituição não
derrogou a regra consubstanciada no art. 4° da
Lei n° 1060150, c/c a redação que lhe deu a Lei
n° 7510186, subsistindo íntegra, em
conseqüência, a possibilidade de a parte
necessitada pela simples afirmação pessoal de
sua insuficiente condição financeira - beneficiar-

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se, desde logo, do direito à assistência judiciária.


Desse modo, e considerando, ainda, a regra
constante do art. 62, in fine, do RISTF, defiro, à
parte ora requerente, o beneficio da gratuidade.
Publique-se. Brasília, 04 de fevereiro de 1998.
Ministro CELSO DE MELLO Presidente" (in, PET-
14341BA, publicado no DJ 11.02.98, pag. 00004).

Assim é que a Autora roga a V. Exa. Pelo deferimento do benefício


acima referenciado, para que possa litigiar sob o pálio da gratuidade de
justiça.

DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO

A Autora no intuito de adequar a presente demanda às normas em


vigor do NCPC, vem dizer que a V. Exa. que há interesse que seja
designado dia e hora para a realização de Audiência de Conciliação ou de
Mediação na forma do artigo 319, VII do NCPC.

DOS FATOS

A autora é proprietária do imóvel da Rua Miguel Cardoso nº 60, o


que comprova com a escritura que segue em anexo, informando ainda
que a mesma está com os pagamentos das faturas da LIGHT em dia. (foto
abaixo)

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A autora estava em sua casa, quando foi surpreendida por barulhos


na parede de sua sala e ao sair de casa para ver o que estava
acontecendo, pode constatar que os funcionários da Empresa RÉ estavam
instalando em torno de doze relógios de medição de consumo de energia
na referida parede.

Preocupada com o serviço que estava sendo realizado pela


concessionária, indagou junto ao encarregado, cujo nome não lembra,

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sobre possíveis riscos que poderia estar correndo por ter essa quantidade
de medidores afixados na parede que dava para sua sala.

No que recebeu como resposta, para não se preocupar pois a


concessionária RÉ prima pela excelência nos serviços que presta.

Ocorre que depois de um tempo passou a notar infiltrações na


referida parede, que antes da instalação dos medidores não existia.

Parede com infiltração significa umidade e umidade perto de


eletricidade não é bom.

Observando o trabalho realizado pela Concessionária RÉ pode


observar que o trabalho foi totalmente mal feito, com a fiação exposta ao
tempo como gambiarras. (fotos abaixo)

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Tentando mais uma vez resolver o impasse, entrou em contato com


a concessionária LIGHT, não obtendo êxito, recebendo como resposta que
não devia se preocupar, pois tudo foi instalado corretamente, mesmo com
a informação das infiltrações. (foto abaixo)

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O local onde deveria ser instalado o quadro de energia que abrigaria


os relógios virou um depósito de garrafas. (foto abaixo)

Não obtendo resposta às suas reivindicações, não viu alternativa


senão se socorrer da Justiça para resolver o seu problema, com a
propositura da referida ação para que o poder judiciário reconheça o
perigo a que esta exposta e determine o remanejamento dos relógios
instalados no muro da Autora para não ofereçam risco a ninguém, refazer
a parede onde estavam instalados, bem como reparar os danos morais
que lhe foram e estão sendo impostos.

DO DIREITO

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A demandada presta, mediante concessão, um serviço público à


demandante que é tutelada pelo Código de Defesa do Consumidor.

Indiscutível que a situação versada se insere no conceito de relação


jurídica de consumo, subordinando-se evidentemente ao sistema do
Código de Defesa do Consumidor.

Impende ressaltar, que o serviço de fornecimento de energia


elétrica teve sua execução delegada à ré pelo Poder Público, através de
licitação, na forma do art. 175, da Constituição da República.

Pela narrativa acima apresentada é por demais evidente o


desrespeito às regras mais comezinhas de proteção ao consumidor, levada
a efeito pela ré, como se infere de diversos dispositivos da Lei 8.078/90, in
verbis :

“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:


.....................................
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos,
inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do
juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;

X - A adequada e eficaz prestação dos serviços


públicos em geral".

"Art. 22 - Os órgãos públicos, por si ou por suas


empresas, concessionárias, permissionárias ou
sob qualquer outra forma de empreendimentos
são obrigados a fornecer serviços adequados,
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais,
contínuos"
Parágrafo único. No caso de descumprimento,
total ou parcial das obrigações referidas neste
artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a

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cumpri-las e a reparar os danos causados, na


forma prevista neste Código”

Confirmando os pressupostos para a inversão do ônus, temos as


Ementas nª112 e 154, em que foi relator o douto Magistrado Carlos
Santos de Oliveira, nos recursos, respectivamente, nº 1.067/97e nº 003-
9/98, ambos oriundos da 7ª Turma Recursal:

Ementa 112 – Verossimilhança das alegações do


autora. Aplicação do principio da inversão do
ônus da prova previsto no art. 6º, inciso VII, do
Código de Defesa do Consumidor. Indenização.
Fixação com base no critério da razoabilidade,
para que não configure fonte de enriquecimento
sem causa. Recurso provido o valor da
indenização.

Ementa 154 – Inversão do ônus da prova prevista


no código de Defesa do consumidor. Depende de
verificação da verossimilhança da alegação ou da
hipossuficiência da produção de prova, a critério
do juiz. Sentença de improcedência mantida
improvido.

O Código Civil também preceitua este comportamento da


Concessionária RÉ, a saber:

"Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito".

"Art. 927 Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e


187) causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

Parágrafo Único; Haverá obrigação de reparar o


dano, independentemente de culpa, nos casas

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especificados em lei, ou quando a atividade


normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, riscos para os
direitos de outrem.

DOS DANOS MORAIS

No caso em tela, os danos causados foram de natureza moral.

Nas palavras do ilustre mestre PONTES DE MIRANDA:

"nos danos morais, a esfera ética da pessoa é


que é ofendida; o dano não patrimonial é o que,
só atingindo o devedor como ser humano, não
lhe atinge o patrimônio (...). A ofensa a honra
pode ferir, por exemplo, o direito de liberdade e
o direito de velar pela própria intimidade; mas a
honra é o entendimento da dignidade humana,
conforme o grupo social em que se vive, o
sentimento de altura dentro de cada um dos
homens." (Tratado de Direito Privado, Borsoi,
Tomo LIII, par.5509 e 5510; T.26, par.3108);

O dano moral é, portanto, entendido como todo sofrimento


humano que não é causado por uma perda pecuniária, devendo ser
ressarcido independentemente de qualquer repercussão sobre o
patrimônio do prejudicado, na medida em que a lei, ao se referir a danos,
não faz distinção entre espécies.

O Código de Defesa do Consumidor em seu art. 6º, VI, elenca como


direito básico do consumidor “a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.

Está havendo um total desrespeito por parte da ré, que ciente de


que a Autora corre risco de sofrer um acidente ao encostar na parede de
sua sala, nada faz, limitando-se a dizer que não existe nenhuma
irregularidade na referida instalação dos medidores de energia. (foto
abaixo)

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A culpa da Concessionária é grave, de conteúdo in vigilando, ou


seja, "quando é ocasionada pela falta de diligência, atenção, fiscalização
ou quaisquer outros atos necessários de segurança do agente, no
cumprimento do dever, para evitar prejuízo a alguém".

Sendo negligente como está sendo, assume todo o ônus dos


prejuízos que venha a causar.

"Negligência significa desprezar, desatender. É a


falta de diligência na prática ou realização de
um ato. Em termos jurídicos pode-se concluir
pela omissão ou não observância de um dever a
cargo do agente compreendido nas precauções

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necessárias para que fossem evitados danos não


desejados e, por conseguinte, evitáveis.

É a falta de prevenção, de cuidado, ou mesmo a


omissão aos deveres razoáveis dos atos que são
praticados em relação à conduta normal do
homem médio".

DO PEDIDO

Face ao exposto, requer a V.Exa:

1Com base nas razões acima expendidas, considerando o severo


risco que corre a Autora, é a presente para, inicialmente, requerer
seja conferida, inaudita altera pars, tutela antecipatória no sentido
de obrigar a empresa ré a remanejar os medidores para outro local
que não ofereça risco a ninguém e restaurar a parede, sob pena de
multa diária a ser arbitrada por este Juízo;

2Seja deferida a gratuidade de justiça pleiteada pela autora;

3seja deferida a inversão do ônus da prova em desfavor da parte


ré;

4Seja confirmada eventual tutela concedida, sendo condenada a


empresa ré, definitivamente, a remover os medidores para local
que não ofereça risco a ninguém e restaurar a parede onde estavam
instalados;

5Seja a empresa condenada a indenizar a Autora em R$15.000,00


( quinze mil reais) pelos severos danos morais a que vem sendo
submetida, por ter de se socorrer da justiça para ver seu direito
atendido;

6Seja condenada a empresa ré, em custas judiciais e honorários


advocatícios, estes estabelecidos em 20% sobre o valor da
condenação.

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DAS PROVAS

Requer a produção de todos os meios de prova admissíveis em


direito, especialmente a prova pericial, depoimento pessoal do
representante legal da empresa RÉ e testemunhal, reservando-se o
direito de usar os demais recursos probatórios que se fizerem necessários
ao deslinde da ação.

Dá à presente causa, o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Termos em que
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 07 de agosto de 2019.

JORGE ROBERTO DE OLIVEIRA CUNHA


OAB/RJ-92.284

NADIA MARIA PRADO DE MELLO


OAB/RJ-62.975

SEGUEM MAIS FOTOS PARA O CONVENCIMENTO DO JUÍZO

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