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DIREITO PENAL

Caderno esquematizado- CURSO DELEGADO-GO

Caderno de anotação elaborado pelo monitor a partir da aula ministrada em


sala, todos as anotações estão sujeitas a alterações e correções.

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Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CONCEITO DE DIREITO PENAL. MISSÃO, FINALIDADE,
FUNÇÃO DO DIREITO PENAL. DIREITO PENAL E CLASSIFICAÇÃO
DOUTRINÁRIA. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
AULA 01
1. CONCEITO DE DIREITO PENAL
Quando alguém pratica um crime surge para o Estado o direito de punir
(jus puniendi – pertence a sociedade). Nem mesmo na Ação Penal de
Iniciativa Privada se transfere o direito de punir, transfere apenas a
titularidade.
a) Conceito Geral: Direito Penal é o corpo de normas jurídicas que fixa
os limites do Poder Punitivo Estatal, instituindo as infrações penais e as
sanções correspondentes.
b) Conceito Formal/Estático: Direito Penal é o conjunto de normas
jurídicas que determina alguns comportamento humanos indesejados
como infração penal, delimitando seu autor e instituindo a sanção.
c) Conceito Material: São comportamentos humanos reprováveis e
danosos ao convívio social que causam lesões a bens jurídicos
relevantes.
d) Conceito Dinâmico/Sociológico: Direito Penal é mais um instrumento
do controle social, visando garantir a convivência harmônica entre os
membros da sociedade.
Ex.: artigo 121, CP – matar alguém -> tipo penal -> tipicidade – relação
de encaixe perfeita -> o que se contraria é o conteúdo da lei ->
norma.
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
2. MISSÃO, FINALIDADE, FUNÇÃO DO DIREITO PENAL
A finalidade precípua é a proteção dos bens jurídicos relevantes.
a) Mediata: controle social (direito penal “ultima ratio”); limitação ao
Poder Estatal.
b) Imediata: proteção dos bens jurídicos relevantes (Funcionalismo
teleológico de Roxin); proteger a norma/o sistema jurídico (Jacobs) –

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o direito penal do inimigo – o sistema é mais importante do que a
norma e que a lesão ao bem jurídico.
Obs.: Se de um lado o Estado controla o cidadão, de outro lado é
necessário limitar seu poder de controle evitando hipertrofia da punição
(tem-se que dar punição justa e adequado ao comportamento que
infringir a lei).
3. DIREITO PENAL E CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
a) Direito Penal Substantivo: é o direito material (propriamente dito);
b) Direito Penal Adjetivo: (ultrapassado) – é o direito processual penal, o
processo penal não era um ramo autônomo do direito.
c) Direito Penal Objetivo: é o conjunto de leis penais em vigor no país que
proíbe ou impõe conduta sob ameaça de sanção. Obs.: somente a
lei pode proibir ou impor conduta sob ameaça de sanção.
d) Direito Penal Subjetivo: é o direito de punir (condicionado e limitado).
Nasce quando a norma penal é violada.
 Positivo: criação e execução das normas jurídicas;
 Negativo: derrogação de lei (quem faz é o STF). É limitado e
condicionado:
o Quanto ao modo: deve respeitar os direitos e garantias
fundamentais (princípio da dignidade da pessoas
humana.
o Quanto ao espaço: artigo 5º, CP – princípio da
territorialidade temperada/mitigada.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo
de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território
nacional.
o Quanto ao tempo: é limitado pela prescrição (é uma
limitação temporal ao direito de punir estatal).
4. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
Atividade mental que visa revelar o conteúdo e o alcance daquela lei
penal. A ciência que estuda a interpretação é a hermenêutica jurídica
(um sujeito utilizando um método chega ao resultado.

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a) Quanto ao sujeito
 Autêntica: fornecida pelo próprio legislador. Ex.: artigo 327,
caput, CP; a exposição de motivos do CPP é autêntica.
Art. 327 - Considera-se funcionário público,
para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
 Jurisprudencial: é a interpretação que os tribunais conferem
sobre a lei.
 Doutrinária: interpretação dada pelos doutrinadores. Ex.:
exposição de motivos do CP.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL. PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS PENAIS.
AULA 02
5. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL
b) Quanto ao modo
 Gramatical/filológica/literal: parte da literalidade do texto.
 Teleológica: ligada a finalidade.
 Histórica: parte da origem da norma.
 Sistemática: considera o sistema em que a lei está inserido.
 Evolutiva: interpretação de acordo com a evolução do tempo.
c) Quanto ao resultado
 Declarativa: basta ao intérprete fazer mera declaração. Há
consonância entre o texto da norma e a vontade do legislador.
 Restritiva: é aquela em que é preciso restringir o alcance da
norma, pois tal norma interpretada da forma como está não se
permite que se extraia o real significado. Ex.: artigo 28, II, CP –
patologia exclui sim.
Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo
álcool ou substância de efeitos análogos.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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 Extensiva: admite-se em direito penal a interpretação extensiva
quando eventual interpretação restritiva causaria escândalo
por sua notória irracionalidade.
Obs.: Interpretação extensiva ≠ interpretação analógica ≠ analogia
Interpretação extensiva: amplia o alcance da lei.
Interpretação analógica: é uma técnica legislativa na qual o
legislador parte de uma fórmula casuística (dar exemplos) seguida
uma fórmula genérica (interpretação.
Analogia: consiste em utilizar uma lei que regula em caso semelhante
a um fato não previsto em lei. Ex.: estelionato = obter (alguém tem
que entregar uma vantagem) + vítima determinada; em 2006, o uso
do ponto eletrônico para fazer provas do CESPE em Brasília, não é o
caso de estelionato, pois a vítima não é determinada. Só se admite
analogia “in bonam partem”.
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
comprometer a credibilidade do certame,
conteúdo sigiloso de:
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos;
III - processo seletivo para ingresso no ensino
superior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
6. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS
a) Legalidade: artigo 5º, XXXIX, CF e artigo 1º, CP.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

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XXXIX - não há crime sem lei anterior que o
defina, nem pena sem prévia cominação
legal;

Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o


defina. Não há pena sem prévia cominação
legal.
Reserva legal + anterioridade.
Conceito: é o direito fundamental do cidadão contra a violência
arbitrária do Estado. É a real limitação do Poder Estatal de não intervir
nas liberdades individuais.
O princípio da legalidade engloba a contravenção penal e a medida
de segurança.
Medida provisória pode tratar de direito penal? O artigo 62, §1º, I, “b”,
CP veda a utilização de MP em matéria penal, mas e em relação ao
direito penal não incriminador? Há duas correntes.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o
Presidente da República poderá adotar
medidas provisórias, com força de lei,
devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias
sobre matéria: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
I - relativa a: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 32, de 2001)
b) direito penal, processual penal e processual
civil; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS. FONTES DO DIREITO
PENAL.
AULA 03

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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PENAIS
b) Legalidade:
Medida Provisória - 417/2008 trata de direito penal não incriminador.
Medida provisória 1571 – extensão da punibilidade – reparação do
dano em sede de crimes tributários.
Tem-se a proibição da retroatividade maléfica. A retroatividade
benéfica é uma garantia fundamental.
Costume revoga crime? 1- posição liberal, sim; 2- posição radical,
não; 3- posição, não revoga, mas o juiz pode deixar de aplicar a pena
por não ter reprovabilidade social.
c) Culpabilidade: este princípio quer dizer que em Direito Penal o agente
só responde pelos seus atos próprios/atos queridos, ou seja, dolosos;
ou culposos praticados mediante imprudência, negligência ou
imperícia.
No direito penal não se admite responsabilidade por fato de terceiro.
A responsabilidade no direito penal é subjetiva (depende de
comprovar o dolo e culpa).
d) Proporcionalidade: sustenta que a pena deve ser proporcional a
gravidade do fato.
Dupla face do princípio da proporcionalidade: proteção ao bem
jurídico; vedação de proteção insuficiente.
e) Humanidade das penas: artigo 5º, XLVII, CF
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra
declarada, nos termos do art. 84, XIX;
b) de caráter perpétuo;
c) de trabalhos forçados;
d) de banimento;

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e) cruéis;
Vedação de penas cruéis, pois fere a dignidade da pessoa humana.
Individualização da pena: cada agente tem sua reprimenda.
STF – declarou inconstitucional o regime integral fechado.
7. FONTES DO DIREITO PENAL
a) Fonte material/produção: artigo 22, I, CF – União. O parágrafo único
do mesmo artigo autoriza os Estados por meio de Lei Complementar
tratar de pontos específicos.
Art. 22. Compete privativamente à União
legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual,
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico,
espacial e do trabalho;
Parágrafo único. Lei complementar poderá
autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste
artigo.
b) Fonte formal/exteriorização: para doutrina moderna, temos seis fontes
formais imediatas do Direito Penal, sendo a Lei a única fonte formal
imediata incriminadora.
i. Lei (incriminadora).
ii. Constituição Federal (mandados de criminalização, ex.:
racismo).
iii. Tratados Internacionais de Direitos Humanos (aprovados com
o quórum de emenda constitucional, terá status constitucional,
os outros tem status supralegal). Obs.: Tribunal Penal
Internacional – complementar, não é exceção ao monopólio
estatal. Uma forma de exceção é o artigo 57, Estatuto do Índio.
Art. 57. Será tolerada a aplicação, pelos
grupos tribais, de acordo com as instituições
próprias, de sanções penais ou disciplinares
contra os seus membros, desde que não
revistam caráter cruel ou infamante, proibida
em qualquer caso a pena de morte.
iv. Princípios: ex.: insignificância: atipicidade da conduta

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 Mínima ofensividade da conduta;
 Ausência de periculosidade;
 Inexpressividade da lesão ao bem jurídico;
 Reduzi grau de reprovabilidade da conduta;
v. Jurisprudência, súmula vinculante
vi. Complemento da norma penal em branco

Hoje com a doutrina moderna a fonte formal mediata é somente a


doutrina. Os costumes são fonte informal do direito.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FONTES DO DIREITO PENAL. VELOCIDADES DO DIREITO
PENAL. QUESTÕES. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA.
AULA 04
8. VELOCIDADES DO DIREITO PENAL
É o tempo que o Estado leva para punir uma infração penal mais ou
menos grave.
a) Primeira Velocidade: vai punir com pena privativa de liberdade.
Crimes graves. Observância de direitos e garantias fundamentais.
b) Segunda velocidade: trabalha com crimes menos graves, com penas
alternativas, tem a flexibilização dos direitos e garantias fundamentais.
Ex.: Lei 9.099/95.
c) Terceira velocidade: crimes apenados com pena privativa de
liberdade, mas também há flexibilização dos direitos e garantias.
Celeridade. Direito penal do inimigo.
d) Quarta velocidade: vai impor para quem é governante ou ex-
governante de países signatários de direitos humanos que a violaram;
trata de direito internacional (neopunitivismo).
QUESTÕES – RESOLVIDAS EM SALA DE AULA.
1) Para o Direito Penal no Estado Social e Democrático de Direito, modelo
de atuação do poder previsto na Constituição Federal, é correto afirmar
que
a) o poder do Estado é ilimitado e os direitos fundamentais têm
concretização discricionária.

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b) o poder do Estado é limitado pelo princípio da legalidade e, aos
cidadãos, está assegurada a plena garantia e juridicidade dos direitos
fundamentais.
c) o poder do Estado é limitado pela legalidade formal, mas não exerce
a posição de garante dos direitos fundamentais muito embora haja sua
juridicidade.
d) o poder do Estado é ilimitado e os direitos fundamentais têm natureza
cogente.
e) o poder do Estado é limitado pelo princípio da legalidade e os direitos
fundamentais têm efetividade condicionada.

2) Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades do


direito penal:
a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de
caráter perpétuo.
b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de
caráter perpétuo.
c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como
fundamento a aplicação de penas alternativas ou de multa, ou seja, está
ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção.
d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do
neopunitivismo.
e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María
Silva Sánchez, está ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional, ou seja,
à proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de
agressão, genocídio e de lesa humanidade.

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3) O princípio da presunção de inocência até que o réu seja considerado
culpado ou até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória é
prevista nos seguintes textos de forma expressa:
a) Constituição da República Federativa e Código de Processo Penal
b) Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 – ONU)
e Constituição da República
c) Declaração Universal dos Direitos Humanos (Resolução nº 217 – ONU)
e Código de Processo Penal
d) Constituição da República e Estatuto do Servidor Público

4) Acerca dos princípios constitucionais e infraconstitucionais do Direito


Penal, é correto afirmar, exceto:
a) A lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as
seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d)
prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos.
b) O princípio da intervenção mínima preconiza que a criminalização
de uma conduta só se legíti-ma se constituir meio necessário para a
proteção de determinado bem jurídico.
c) O princípio da lesividade proíbe a incriminação de uma conduta que
não exceda o âmbito do próprio autor.
d) O princípio da adequação social restringe a abrangência do tipo
penal, limitando sua interpre-tação e dele excluindo as condutas
consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade.
e) Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, não podendo a
obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser
estendidas aos sucessores.

5) Considerando os princípios orientadores do direito penal, assinale a


opção correta.
a) Dado o princípio da limitação das penas, veda-se que a pena passe
do condenado para outrem, ainda no que se refira à execução dos

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sucessores do agente quanto às obrigações decorrentes de eventuais
danos.
b) Considera-se, em relação aos crimes de conteúdo múltiplo, que, se
em um mesmo contexto, o agente realizar ação correspondente a mais
de um dos verbos do núcleo do tipo penal, ele só deverá responder por
um único delito, em virtude do princípio da alternatividade.
c) Dado o princípio da defesa, também denominado princípio real,
deve-se aplicar a lei brasileira a nacional brasileiro que cometa crime na
Alemanha, ainda que ele seja ali preso, julgado e condenado.
d) No CP brasileiro, no que tange à aplicação da lei no tempo e no
espaço, adotam-se, respectivamente, as teorias da ubiquidade e da
atividade.
e) O princípio da intervenção mínima baseia-se nas seguintes premissas:
mínima ofensividade da conduta, inexistência de periculosidade social
do agente e inexpressividade da lesão provocada.

6) Assinale a alternativa CORRETA.


a) Leis penais em branco em sentido estrito são aquelas, cuja norma de
complementação é oriunda da mesma fonte legislativa que editou a
norma que necessita desse complemento.
b) A lei penal em branco é revogada em consequência da revogação
de sua norma de complementação.
c) Leis penais em branco em sentido amplo são aquelas leis penais, cuja
norma de complementação é oriunda de fonte diversa daquela que a
editou.
d) No crime de uso de documento falso, o Código Penal brasileiro
emprega a técnica de leis penais em branco ao revés, isto é, daquelas
leis penais que remetem a outras normas incriminadoras para
especificação da pena.
e) As leis penais em branco consistem em modalidade de lei temporária.

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7) Assinale a alternativa que apresenta o princípio que deve ser atribuído
a Claus Roxin, defensor da tese de que a tipicidade penal exige uma
ofensa de gravidade aos bens jurídicos protegidos.
a) insignificância
b) intervenção mínima
c) Fragmentariedade.
d) adequação social
e) humanidade

8) Configuram desdobramento do princípio da reserva legal, exceto:


a) Lex praevia.
b) Lex stricta.
c) Lex scripta.
d) Lex certa
e) Ultima ratio

9. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
Artigo 5º, CP – territorialidade temperada.
Artigo 4º, CP – teoria da atividade.
Por meio da Convenção e Viena (Áustria), do qual o Brasil é signatário,
estatuiu-se que Chefes de Estados estrangeiros, representantes de
governos, embaixadores, diplomatas, pessoa técnico e administrativo
das embaixadas, familiares de diplomata e embaixadores que vivem sob
sua dependência econômica e membros de organizações
internacionais (ONU, OEA, SANTASÉ) -> credenciais de Estado. Tem-se o
Estado acreditante e de outro lado o Estado acreditado. A Natureza
jurídica da imunidade diplomática: causa de exclusão da jurisdição do
Brasil.
QUESTÕES
1) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Escrivão de Polícia
Substituto
Considerando os princípios constitucionais e legais informadores da lei
penal, assinale a opção correta.

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a) Por adotar a teoria da ubiquidade, o CP reputa praticado o crime
tanto no momento da conduta quanto no da produção do resultado.
b) A lei material penal terá vigência imediata quando for editada por
meio de medida provisória, impactando diretamente a condenação do
réu se a denúncia já tiver sido recebida.
c) Considerando os princípios informativos da retroatividade e
ultratividade da lei penal, a lei nova mais benéfica será aplicada mesmo
quando a ação penal tiver sido iniciada antes da sua vigência.
d) A novatio legis in mellius só poderá ser aplicada ao réu condenado
antes do trânsito em julgado da sentença, pois somente o juiz ou tribunal
processante poderá reconhecê-la e aplicá-la.
e) Ainda que se trate de crime permanente, a novatio legis in pejus não
poderá ser aplicada se efetivamente agravar a situação do réu.

2) Provas: PUC-PR - 2012 - TJ-MS - Juiz


Marque a alternativa CORRETA sobre as teorias das velocidades do direito
penal:
a) A teoria da primeira velocidade do direito penal é ligada à ideia do
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de
caráter perpétuo.
b) A teoria da segunda velocidade do direito penal é ligada à ideia do
direito penal do inimigo, ou seja, tem como proposição a aplicação de
um direito penal máximo, com penas privativas de liberdades e de
caráter perpétuo.
c) A teoria da terceira velocidade do direito penal tem como
fundamento a aplicação de penas alternativas ou de multa, ou seja, está
ligada à ideia de um direito penal de mínima intervenção.
d) A teoria da quarta velocidade do direito penal está ligada à ideia do
neopunitivismo.
e) A terceira velocidade do direito penal, idealizada por Jesus María Silva
Sánchez, está ligada à ideia do Tribunal Penal Internacional, ou seja, à

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proposição de um direito penal para julgar crimes de guerra, de
agressão, genocídio e de lesa humanidade.

3) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia


Acerca dos princípios básicos do direito penal brasileiro, assinale a
opção correta.
a) O princípio da fragmentariedade ou o caráter fragmentário do direito
penal quer dizer que a pessoa cometerá o crime se sua conduta coincidir
com qualquer verbo da descrição desse crime, ou seja, com qualquer
fragmento de seu tipo penal.
b) O princípio da anterioridade, no direito penal, informa que ninguém
será punido sem lei anterior que defina a conduta como crime e que a
pena também deve ser prevista previamente, ou seja, a lei nunca poderá
retroagir.
c) É possível que uma lei penal mais benigna alcance condutas
anteriores à sua vigência, seja para possibilitar a aplicação de pena
menos severa, seja para contemplar situação em que a conduta
tipificada passe a não mais ser crime.
d) O princípio da insignificância no direito penal dispõe que nenhuma
vida humana será considerada insignificante, sendo que todas deverão
ser protegidas.
e) O princípio da ultima ratio ou da intervenção mínima do direito penal
significa que a pessoa só cometerá um crime se a pessoa a ser
prejudicada por esse crime o permitir.

GABARITO
1- C 2- D 3- C

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. IMUNIDADE DIPLOMÁTICA. IMUNIDADE CONSULAR.
IMUNIDADE PARLAMENTAR. TERRITORIALIDADE. UBIQUIDADE.
EXTRATERRITORIALIDADE.

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AULA 05
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
A imunidade é absoluta, não atinge apenas os crimes funcionais, mas
todo e qualquer crime. É irrenunciável. O Governo pode abrir mão da
imunidade, o titular não pode.
Natureza jurídica: uma causa de exclusão da jurisdição do Brasil.
Obs.: não confundir com extradição.
10. IMUNIDADE CONSULAR
Não recebe credenciais de Estado.
O cônsul trata de assuntos mercantis, comerciais. A imunidade é relativa
e diz respeito aos crimes funcionais.
Convenção de Viena diz que o cônsul só pode ser preso apenas em
crimes graves.
11. IMUNIDADE PARLAMENTAR
(Ou inviolabilidade). Artigo 53, CF.
Art. 53. Os Deputados e Senadores são
invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer
de suas opiniões, palavras e votos.
A imunidade parlamentar representa uma garantia aos congressistas de
que poderia exercer suas funções de forma livre, sem pressões externar
que poderiam advir em razão de suas opiniões, palavras e votos (crimes
contra a honra, também são imunes civilmente, não respondem por
danos morais).
A imunidade pode ser processual em relação ao foro, prisão, processo e
em relação ao testemunho – artigo 53, §1º, CF.
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a
expedição do diploma, serão submetidos a
julgamento perante o Supremo Tribunal
Federal.
Diplomação (fazer paralelo com a nomeação dos servidores públicos) –
a partir da diplomação já tema imunidade.
Deputados federais e senadores podem ser presos em flagrante de crime
inafiançável dentro de 24 horas comunicar a Casa e na maioria de votos
vai deliberar sobre a prisão.

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§ 2º Desde a expedição do diploma, os
membros do Congresso Nacional não
poderão ser presos, salvo em flagrante de
crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão
remetidos dentro de vinte e quatro horas à
Casa respectiva, para que, pelo voto da
maioria de seus membros, resolva sobre a
prisão. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 35, de 2001)
Artigo 53, §3º, CF – recebida a denúncia no STF, ele comunicará a casa.
Na Casa com partido nela representada (pode ser mínima) poderá até
a decisão final propor a sustação do processo (suspende a prescrição
também).
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou
Deputado, por crime ocorrido após a
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa
de partido político nela representado e pelo
voto da maioria de seus membros, poderá, até
a decisão final, sustar o andamento da ação.
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)
Artigo 53, §4º, CF – pedido de sustentação tem que ser apreciado no
prazo de 45 dias.
§ 4º O pedido de sustação será apreciado
pela Casa respectiva no prazo improrrogável
de quarenta e cinco dias do seu recebimento
pela Mesa Diretora. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 35, de 2001)
Artigo 53, §§5º e 6º, CF.
§ 5º A sustação do processo suspende a
prescrição, enquanto durar o mandato.
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)
§ 6º Os Deputados e Senadores não serão
obrigados a testemunhar sobre informações

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recebidas ou prestadas em razão do exercício
do mandato, nem sobre as pessoas que lhes
confiaram ou deles receberam informações.
(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 35, de 2001)
12. TERRITORIALIDADE
Artigo 5º, §§ 1º e 2º, CP
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo
de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território
nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se
como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de
natureza pública ou a serviço do governo
brasileiro onde quer que se encontrem, bem
como as aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, que se achem, respectivamente, no
espaço aéreo correspondente ou em alto-
mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos
crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade
privada, achando-se aquelas em pouso no
território nacional ou em vôo no espaço aéreo
correspondente, e estas em porto ou mar
territorial do Brasil. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 1984)
13. UBIQUIDADE
O artigo 6º, CP vai definir competência de jurisdição, vai definir se a
justiça brasileira terá atuação.
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no
lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no

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todo ou em parte, bem como onde se
produziu ou deveria produzir-se o resultado.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
14. EXTRATERRITORIALIDADE
É aplicação da lei penal brasileira a crimes ocorridos fora do território
nacional. Pode ser de duas formas: incondicionada e condicionada.
 Incondicionada: a lei penal vai ser aplicada independentemente
de qualquer condição. Artigo 7º, I, CP.
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora
cometidos no estrangeiro: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente
da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da
União, do Distrito Federal, de Estado, de
Território, de Município, de empresa pública,
sociedade de economia mista, autarquia ou
fundação instituída pelo Poder Público;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem
está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)
d) de genocídio, quando o agente for
brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
Princípios: Justiça Universal; defesa, real, proteção; personalidade
ativa; personalidade passiva.
 Condicionada: artigo 7º, II, CP.
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209,
de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se
obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984)

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b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações
brasileiras, mercantes ou de propriedade
privada, quando em território estrangeiro e aí
não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209,
de 1984).

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. EXTRATERRITORIALIDADE. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO
TEMPO OU DIREITO PENAL INTERTEMPORAL.PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES
DO CONFLITO DE LEIS NO TEMPO. EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL. LEI
TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL.
AULA 06
EXTRATERRITORIALIDADE
 Condicionada: artigo 7º, §2º, CP.
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei
brasileira depende do concurso das
seguintes condições: (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que
foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos
quais a lei brasileira autoriza a extradição;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no
estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena;
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no
estrangeiro ou, por outro motivo, não estar
extinta a punibilidade, segundo a lei mais
favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
 Hipercondicionada: artigo 7º, §3º, CP.

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§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao
crime cometido por estrangeiro contra
brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as
condições previstas no parágrafo anterior:
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) não foi pedida ou foi negada a
extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça.
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
Artigos 8 ao 12, CP
Pena cumprida no estrangeiro (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro
atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo
crime, quando diversas, ou nela é computada,
quando idênticas. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Eficácia de sentença estrangeira (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 9º - A sentença estrangeira, quando a
aplicação da lei brasileira produz na espécie
as mesmas conseqüências, pode ser
homologada no Brasil para: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
I - obrigar o condenado à reparação do dano,
a restituições e a outros efeitos civis; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - sujeitá-lo a medida de segurança.(Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - A homologação depende:
(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) para os efeitos previstos no inciso I, de
pedido da parte interessada; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

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b) para os outros efeitos, da existência de
tratado de extradição com o país de cuja
autoridade judiciária emanou a sentença, ou,
na falta de tratado, de requisição do Ministro
da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Contagem de prazo (Redação dada pela Lei


nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 10 - O dia do começo inclui-se no cômputo
do prazo. Contam-se os dias, os meses e os
anos pelo calendário comum. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Frações não computáveis da pena (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 11 - Desprezam-se, nas penas privativas de
liberdade e nas restritivas de direitos, as frações
de dia, e, na pena de multa, as frações de
cruzeiro. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Legislação especial (Incluída pela Lei nº 7.209,


de 11.7.1984)
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-
se aos fatos incriminados por lei especial, se
esta não dispuser de modo diverso. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

15. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO OU DIREITO PENAL INTERTEMPORAL


Haverá conflito quando uma norma penal disciplina um crime e vem
outra posterior revogando, é preciso estabelecer qual lei a ser aplicada.
Retroatividade benéfica é direito fundamental do agente. Tem que
analisar os princípios.
16. PRINCÍPIOS SOLUCIONADORES DO CONFLITO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

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i. “Abolitio criminis”: artigo 2º, CP. Lei abolicionista.
Obs.: abolitio criminis apaga todos os efeitos penais da sentença
condenatória, os efeitos civis, todavia, permanecem intactos.
Abolitio criminis é a lei posterior que deixa de considerar criminosa
conduta que até então o era.
ii. Novatio legis incriminadora: lei posterior que passa considerar
criminosa conduta que até então não era. Irretroativa. Ex.: artigo
311-A, CP.
Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente,
com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
comprometer a credibilidade do certame,
conteúdo sigiloso de:
I - concurso público;
II - avaliação ou exame públicos;
III - processo seletivo para ingresso no ensino
superior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e
multa.
iii. Novatio legis in mellius: lei posterior que de qualquer forma
favorece o agente.
iv. Novatio in pejus: lei posterior que de qualquer modo prejudica o
agente.
17. EXTRATIVIDADE DA LEI PENAL
É a capacidade que tem a lei de se movimentar no tempo. É o gênero
que comporta duas espécies: retroatividade e ultratividade.
Em sede de conflitos de leis penais no tempo vigora o princípio do tempus
regit actum (o tempo rege a forma dos atos). A lei que será aplicada, em
regra é a que estava em vigo a época do fato.
Ultratividade da lei penal consiste na aplicação da lei a um fato
cometido durante a sua vigência, mesmo que essa lei já tenha sido
revogada.
Retroatividade consiste na aplicação da lei a um fato cometido antes
da sua entrada em vigor, por ser mais benéfica ao réu.

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18. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL
Artigo 3º, CP.
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária,
embora decorrido o período de sua duração
ou cessadas as circunstâncias que a
determinaram, aplica-se ao fato praticado
durante sua vigência. (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984)
Lei temporária é aquela em que o seu período de vigência vem
previamente estabelecido em data certa do calendário.
Obs.: vigora em Direito Penal o princípio da continuidade das leis.
Lei excepcional é aquela que vigora enquanto permanece situação de
anormalidade.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL. CONFLITO APARENTE
DE NORMAS.
AULA 07
LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL
As leis temporárias e excepcionais para terem efetividade possuem
ultratividade. Elas são autorrevogáveis, não precisam de lei posterior para
serem revogada. São exceções ao princípio da continuidade da lei. São
intermitentes.
19. CONFLITO APARENTE DE NORMAS
Na verdade não existe. Soluciona através dos princípios. Tem que haver
fato único e duas ou mais leis em tese aplicáveis e todas em vigor.
O fundamento é evitar o “bis in idem” (dupla punição pelo mesmo fato).
Princípios:
 Especialidade
Lei especial x lei geral.
Le especial é aquela que possui todos os elementos de uma lei
geral mais alguns que torna especializante.

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Ex.: artigo 121, CP e artigo 123, CP. O infanticídio é um tipo de
homicídio porém com elementos específicos.
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

Art. 123 - Matar, sob a influência do estado


puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
 Subsidiariedade
Temos aqui diferentes graus de lesão ao mesmo bem jurídico.
Lei principal x lei subsidiária (soldado de reserva).
Lei subsidiária é aquela que prevê como crime fato incluído na
definição da lei primária como forma de execução ou
qualificadora.
Ex.: artigo 147, CP e artigo 157, CP. A ameaça no crime de roubo
é forma de execução, há uma subsidiariedade implícita. O crime
de ameaça é subsidiário ao roubo.
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito
ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de
causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa.

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou


para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Ex.2: artigo 132, CP – só será usado se não houver previsão mais
grave (subsidiariedade expressa).
Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a
perigo direto e iminente:

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Pena - detenção, de três meses a um ano, se o
fato não constitui crime mais grave.
 Consunção ou absorção
O fato mais amplo e mais grave absorve o fato menos amplo e
menos grave que funciona como preparação, execução ou
exaurimento daquele.
Ex.: lesão corporal e homicídio – crime progressivo, crime de
passagem obrigatória ≠ progressão criminosa – alteração do dolo.
Súmula 17, STJ: Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais
potencialidade lesiva, é por este absorvido.
 Alternatividade
Neste princípio temos os tipos mistos alternativos. Se o agente, em
um mesmo contexto fático, pratica dois ou mais verbos previstos
no tipo penal responderá por crime único.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. TEORIA GERAL DO CRIME. FATO TÍPICO.
AULA 08
20. TEORIA GERAL DO CRIME
 Crime formal: é toda conduta que viola a norma penal.
 Crime material: é a conduta que viola norma penal e lesa bens
jurídicos relevantes.
 Conduta analítica de crime: crime é fato típico, ilícito e culpável.
 Objeto jurídico: o bem penalmente protegido.
 Objeto material: é o bem de natureza corpórea ou incorpórea sob
o qual recai a conduta do agente. Ex.: homicídio: objeto jurídico
é a vida e objeto material é a pessoa morta.
 Sujeito ativo (autor): é aquele que isoladamente ou em conjunto
com outras pessoas, pratica a conduta descrita no tipo penal
(pessoas físicas ou pessoas jurídicas em crime ambiental).
 Sujeito passivo: é o ofendido ou vítima, ou seja, é o titular do bem
jurídico lesado.
o Sujeito passivo constante, mediado, indireto: é o Estado
(sempre será prejudicado).

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o Sujeito passivo imediato, direto: é o ofendido.
 Crimes comissivos: aqueles que cometem mediante um fazer, uma
ação.
 Crimes omissivos: aqueles que cometem mediante um não fazer,
abstenção.
o Próprio: o sujeito ativo não tem relação com a vítima. A
omissão está contida no tipo. Ex.: artigo 135, CP.
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando
possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança
abandonada ou extraviada, ou à pessoa
inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave
e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos,
o socorro da autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou
multa.
o Impróprio (comissivo por omissão): artigo 13, §2º, CP. É
aquele em que o legislador previu um fazer (o tipo descreve
uma ação), mas a omissão do agente que descumprir o seu
dever legal de agir, acarreta o resultado, fazendo com que
o agente responda por este resultado.
§ 2º - A omissão é penalmente relevante
quando o omitente devia e podia agir para
evitar o resultado. O dever de agir incumbe a
quem:(Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) tenha por lei obrigação de cuidado,
proteção ou vigilância; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade
de impedir o resultado; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
c) com seu comportamento anterior, criou o
risco da ocorrência do resultado. (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Crime omissivo próprio admite participação/coautoria?
Partícipe não pratica a conduta principal, apenas condutas
acessórias. Coautor, há divisão de tarefas.
Artigo 29, CP – atende a individualização da pena.
Doutrina majoritária: cabe apenas participação, ex.: artigo
244, CP.
Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a
subsistência do cônjuge, ou de filho menor de
18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou
de ascendente inválido ou maior de 60
(sessenta) anos, não lhes proporcionando os
recursos necessários ou faltando ao
pagamento de pensão alimentícia
judicialmente acordada, fixada ou majorada;
deixar, sem justa causa, de socorrer
descendente ou ascendente, gravemente
enfermo: (Redação dada pela Lei nº 10.741,
de 2003)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos
e multa, de uma a dez vezes o maior salário
mínimo vigente no País. (Redação dada pela
Lei nº 5.478, de 1968)
Doutrina minoritária: acredita que cabe os dois.
Crime omissivo próprio não admite tentativa.
Vai se admitir participação no crime omissivo impróprio.
21. FATO TÍPICO
É o fato que se amolda, encaixa aos elementos contidos no tipo penal.
Deriva do princípio da tipicidade.
Tipicidade é a relação de encaixe perfeito entre a conduta do agente e
o fato descrito no tipo penal.

QUESTÕES
1) Banca: VUNESP Órgão: SAEG Prova: Advogado
Sobre a aplicação da lei penal, assinale a alternativa correta.

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a) A nova lei penal mais grave não se aplica, em nenhum caso, ao crime
continuado ou permanente.
b) Mesmo após o trânsito em julgado de sentença condenatória, a
aplicação da lei penal mais benigna compete ao juiz que prolatou a
sentença condenatória.
c) Aos crimes praticados a bordo de aeronaves estrangeiras de
propriedade privada em vôo no espaço aéreo brasileiro, aplica-se a lei
do país de origem.
d) Crime contra a fé pública da União praticado no exterior ficará sujeito
apenas à lei do país em que o crime se consumou.
e) As imunidades diplomáticas não se aplicam aos empregados
particulares dos diplomatas, ainda que oriundos do Estado representado.

2) Ano: 2015Banca: FUNCAB Órgão: PC-AC Prova: Perito Criminal


Observa-se nas leis temporárias que:
a) não adotam a regra da retroatividade benigna.
b) sua vigência depende da excepcionalidade que a gerou.
c) não são ultra-ativas nem retroativas.
d) possuem a característica da retroatividade, sempre para beneficiar
o réu.
e) sua vigência é previamente fixada pelo legislador.

3) Ano: 2013Banca: CESPE Órgão: DPF Prova: Delegado


No que se refere à teoria geral do crime, julgue o próximo item.
Segundo a teoria causal, o dolo causalista é conhecido como dolo
normativo, pelo fato de existir, nesse dolo, juntamente com os elementos
volitivos e cognitivos, considerados psicológicos, elemento de natureza
normativa (real ou potencial consciência sobre a ilicitude do fato).

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GABARITO

1- E 2- E 3- Certo

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Conduta.
AULA 09
FATO TÍPICO
1) CONDUTA
a) Teoria causalista/naturalista/mecanicista/clássica
(Von List/Beling/ Rodbwech)
Positivistas. Definem conduta como sendo movimento voluntário
produtor de uma alteração no mundo exterior ou fenomênico (ser –
exatas).
Para os naturalistas o mundo deveria ser observado apenas no seu
aspecto fenomênico sem abstrações.
A conduta relevante bastava que tivesse o mero nexo físico de
causalidade (fotografia do evento).
3 elementos:
i. Vontade (sem finalidade);
ii. Movimento;
iii. Resultado.
Críticas ao modelo causalista:

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i. O causalismo não explica os tipos penais omissivos (ex.:
omissão e socorro).
ii. O causalismo não consegue explicar os tipos penais que
trabalham com elementos objetivos e descritivos.
iii. Com a visão causalista não se consegue distinguir a tentativa
de homicídio com lesão corporal.
Obs.: dolo e culpa são estudados na culpabilidade.
Obs.2: para os causalista, o dolo era um dolo normativo, ou seja,
aquele que contém a consciência da ilicitude do fato.

b) Neokantismo/Neoclássico
Queriam romper os ideais positivistas.
Sistema da racionalização do método. A conduta será o
comportamento voluntário que produz um resultado.
Admitem presença de elementos subjetivos e normativos do tipo.
Dolo e culpa continuam sendo estudado na culpabilidade.
Críticas:
i. Continuava estudando dolo e culpa na culpabilidade;
ii. Já que dolo e culpa estão na culpabilidade como admitem
elementos subjetivos do tipo?
Obs.: há tipo normais e tipos anormais. Normais – elementos
descritivos objetivos; anormais – elementos subjetivos e normativos.
c) Finalismo
(Hans Welzel – 1930)
Inseriu o dolo e culpa dentro da conduta e a conduta está dentro do
fato típico.
Conduta ≠ movimento reflexo.
A culpabilidade fica com esses elementos:
i. Imputabilidade – artigo 26, CP;
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por
doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de

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determinar-se de acordo com esse
entendimento.
ii. Potencial consciência da ilicitude – artigo 21, CP;
Art. 21 - O desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.
iii. Exigibilidade de conduta diversa – artigo 22, CP.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
irresistível ou em estrita obediência a ordem,
não manifestamente ilegal, de superior
hierárquico, só é punível o autor da coação ou
da ordem.
O dolo do finalismo é um dolo natural pois não possui a consciência
da ilicitude do fato.
Elementos da conduta:
i. Vontade;
ii. Finalidade;
iii. Exteriorização;
iv. Consciência.
d) Teoria social da ação
Conduta é o comportamento consciente e voluntário dirigido a uma
finalidade com a transcendência social (Hessel).
e) Funcionalismo
i. Teleológico/moderado (Roxin)
Afasta a ideia do finalismo de mera tipicidade formal.
Remodela o sistema penal, este com intenção de proteger
bens jurídicos relevantes (tipicidade material). Conduta é o
comportamento que causa lesão ou exposição a risco de
lesão a bem jurídico relevante.
ii. Sistêmico (Jacobs)
O Direito Penal está para tutelar/proteger o sistema penal, ou
seja, a norma.
Aqui houve a criação do Direito Penal do Inimigo.

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Conduta é o comportamento indesejado violador do sistema,
frustrando legítimas expectativas normativas, ou seja, o sistema
é mais importante que o bem jurídico.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Resultado. Nexo de causalidade.
AULA 10
FATO TÍPICO
2) RESULTADO
É a consequência, é o dano, suportado pelo bem jurídico.
Há dois tipos de resultado: jurídico/normativo e material/naturalístico.
Nem todo crime possui resultado naturalístico/material; mas todo crime
possui resultado jurídico/normativo.
a) Naturalístico/material: alteração, modificação no mundo dos fatos
causada pela conduta do agente.
i. Crime material: é aquele em que o legislador prevê no tipo um
resultado naturalístico, uma modificação no mundo exterior e
exige que essa modificação ocorra para fins de consumação.
ii. Crime formal: é aquele em que o legislador prevê o resultado
naturalístico, uma alteração no mundo exterior, mas não exige
que esta alteração ocorra para fins de consumação.
iii. Crime de mera conduta: é aquele em que não há se quer
resultado naturalístico previsto. Ex.: violação de domicílio; por
te arma.
3) NEXO DE CAUSALIDADE
É a relação de causa e feito entre a conduta do agente e o resultado.
a) Teoria da conditio sine qua non (teoria da equivalência dos
antecedentes causais – Thyrem) – artigo 13, CP.
Art. 13 - O resultado, de que depende a
existência do crime, somente é imputável a
quem lhe deu causa. Considera-se causa a
ação ou omissão sem a qual o resultado não
teria ocorrido.

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b) Teoria da causalidade adequada: causa é o acontecimento
adequado a produzir o resultado.
Concausa: é uma causa externa à vontade do autor que se posiciona
paralelamente a sua conduta e de alguma forma influi no resultado.
i. Concausa absolutamente independente
 Preexiste – artigo 17, CP.
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime.
 Concomitante
 Superveniente
Obs.: a concausa absolutamente independente, quer preexiste,
concomitante ou superveniente rompo o nexo causal, porquanto,
ela não tem relação alguma com a conduta do autor, abrindo
uma cadeia causal própria.
ii. Concausa relativamente independente
 Preexistente
 Concomitante
 Superveniente
Tem relação com a conduta do autor.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Nexo de causalidade. Crime doloso. Crime culposo.
Responsabilidade subjetiva.
AULA 11
FATO TÍPICO
4) NEXO DE CAUSALIDADE
Concausa:
iii. Concausa relativamente independente
Artigo 13, §1º, CP.
Art. 13. § 1º - A superveniência de causa
relativamente independente exclui a
imputação quando, por si só, produziu o

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resultado; os fatos anteriores, entretanto,
imputam-se a quem os praticou.
Quando a superveniência de causa relativamente independente
produz por si só o resultado? Quando ela não estiver na mesma
linha de desdobramento físico dos fatos.
5) CRIME DOLOSO
Artigo 18, I, CP.
Art. 18 - Diz-se o crime:
Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou
assumiu o risco de produzi-lo;
i. Teoria da representação.
ii. Teoria da vontade – vontade livre e consciente de praticar a
conduta.
iii. Teoria do assentimento: assunção de risco.
6) CRIME CULPOSO
Artigo 18, II, CP.
Crime culposo
II - culposo, quando o agente deu causa ao
resultado por imprudência, negligência ou

imperícia.
i. Violação do dever objetivo de cuidado;
ii. Conduta voluntária;
iii. Resultado involuntário;
iv. Ausência de previsão subjetiva;
v. Previsibilidade objetiva
vi. Nexo de causalidade;
vii. Tipicidade: só há crime culposo se houver previsão legal – artigo
18, parágrafo único, CP.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em
lei, ninguém pode ser punido por fato previsto
como crime, senão quando o pratica
dolosamente.
O crime culposo não admite tentativa.

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7) RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
Artigo 19, CP.
Art. 19 - Pelo resultado que agrava
especialmente a pena, só responde o agente
que o houver causado ao menos
culposamente.
Crimes qualificados pelo resultado
Conduta Resultado

Dolo
Dolo
Culpa
Dolo
Culpa
Culpa
Dolo
Culpa

Obs.: todos os crimes de trânsito são necessariamente culposos.


Crimes consumado e tentado
Artigo 14, I, CP – crime consumado
Art. 14 - Diz-se o crime:
Crime consumado
I - consumado, quando nele se reúnem todos
os elementos de sua definição legal;
Ex.: latrocínio
Subtração – homicídio
Consumado – consumado
Tentado – tentado (tentativa de latrocínio)

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Responsabilidade subjetiva. Questões. Tentativa.
AULA 12
FATO TÍPICO
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
Crimes consumado e tentado
Ex.: latrocínio
Subtração – homicídio

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Consumado – consumado
Tentado – tentado (tentativa de latrocínio)
Tentado – consumado (latrocínio consumado)
Consumado – tentado (tentativa de latrocínio)
Súmula 610, STF - "Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma,
ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima."
22. QUESTÕES
1 - José, juiz de direito do Tribunal de Justiça de São Paulo, depara-se
com um processo em que figura na condição de ré uma grande amiga
de infância de sua filha. Não havendo causa de impedimento ou
suspeição, separa o processo para proferir, com calma, na manhã
seguinte, uma sentença condenatória bem fundamentada, pois sabe
que sua filha ficaria chateada diante de sua decisão. Ocorre que, por
descuido, esqueceu o processo no armário de seu gabinete por 06
meses, causando a prescrição da pretensão punitiva. Considerando a
hipótese narrada, é correto afirmar que a conduta de José:
a) é atípica, sob o ponto de vista do Direito Penal;
b) configura a prática do crime de prevaricação, pois presente o
elemento subjetivo da satisfação de sentimento pessoal;
c) configura a prática do crime de condescendência criminosa;
d) configura a prática do crime de prevaricação, bastando para tanto
o dolo genérico;
e) configura a prática do crime de corrupção passiva.

2 - Mário, ao chegar em casa, deparou-se com uma tragédia. Seu filho,


André, um jovem de 20 anos, manuseava, sem o cuidado devido, uma
arma de fogo pertencente a seu pai, quando esta acidentalmente
disparou e o projétil veio a atingir uma funcionária da casa. Sabendo que
o disparo fora acidental, mas temendo pelas consequências do
lamentável episódio para a vida de seu filho, optou Mário por não
procurar as autoridades policiais. Ao contrário, ao anoitecer, transportou
o corpo para um terreno baldio existente no seu bairro e ali o deixou.

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Ocorre que a funcionária em questão, na verdade, estava apenas ferida
e acabou sendo encontrada e levada para o hospital.
Sobre as condutas de Mário e André, é correto afirmar que:
a) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver e André
pelo de lesão corporal culposa.
b) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver e André
pelo de homicídio na forma tentada.
c) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver, na
forma tentada, e André pelo de lesão corporal, também na forma
tentada.
d) Mário deve ser punido pelo crime de ocultação de cadáver, e André
deve ser punido pelo de homicídio, também na forma tentada.
e) Mário não deve ser punido pela prática de crime e André deve ser
punido pela prática do crime de lesão corporal culposa.

3 - Assinale a alternativa correta no tocante às previsões relati-vas aos


crimes no Código Penal.
a) Para a omissão ser considerada penalmente relevan-te, é suficiente
que o omitente possa agir para evitar o resultado.
b) Diz--se o crime tentado, quando, iniciada a preparação, não se
consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
c) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui a
culpabilidade e isenta de pena o autor do crime.
d) O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí--la de um sexto a um terço.
e) Se o fato criminoso é cometido em estrita obediência à ordem
manifestamente ilegal de superior hierárquico, só é punível o autor da
coação ou da ordem.

4 - Considere as seguintes proposições,

I. O Direito Penal do Inimigo, idealizado por Günther Jakobs, pode ser


entendido como um Direito Penal de quarta geração. Na sua

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concepção inimigo é aquele que afasta de modo permanente da
norma. Segundo esta teoria, não deve ser ao criminoso conferido o status
de cidadão.

II. Segundo Hans Welzel, o Direito Penal tipifica somente condutas que
tenham certa relevância social; caso contrário não poderiam ser delitos.
Welzel desenvolve, a partir dessa ideia, o princípio da adequação social.

III. Com introdução de considerações axiológicas e materiais, o


neokantismo substituiu o método puramente jurídico-formal do
positivismo. O modelo neokantista possui o mérito de ter demonstrado
que toda realidade traz em seu bojo um valor preestabelecido,
permitindo a constatação de que as normas jurídicas, como um produto
cultural, possuem como pressupostos valores prévios, e o próprio
intérprete que, por mais que procure adorar certa neutralidade, não
estará imune a maior ou menor influência desses valores.

IV. Claus Roxin aborda a Teoria da Imputação Objetiva sob a concepção


de um funcionalismo radical, entendendo que o Direito Penal tem como
função essencial a reafirmação da norma, visando fortalecer as
expectativas de quem a obedece.

São corretas:
a) Somente as proposições I e II.
b) Somente as proposições III e IV.
c) Somente as proposições I, II e IV.
d) Somente as proposições II e III.
e) Somente as proposições I, II e III.

5 - Relativamente ao Direito Penal Brasileiro, analise as afirmativas a


seguir:
I. Os crimes unissubsistentes, habituais próprios, comissivos e permanentes
na forma omissiva não admitem tentativa.

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II. Considera-se desistência voluntária ou arrependimento posterior a
conduta do agente que, depois de consumado o crime, repara o dano
causado respondendo o agente somente pelos fatos praticados.

III. Considera-se impossível o crime quando o meio utilizado pelo agente


é relativamente incapaz de alcançar o resultado. IV. Nos crimes tentados,
aplica-se a pena do crime consumado reduzindo-a de 1/3 a 2/3, ao
passo que no arrependimento eficaz se aplica a pena do crime
consumado reduzindo-a de 1/6 a 1/3. Assinale:
(cód. Q13121)

a) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


b) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
c) se apenas as afirmativas I e IV estiverem corretas.
d) se nenhuma afirmativa estiver correta.
e) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.

6 - Em relação ao conceito formal e material do crime é correto afirmar:


a) Somente no conceito material permite-se um desdobramento do tipo
penal em ação ou omissão, tipicidade, ilicitude e culpabilidade.
b) No conceito formal, o delito constitui uma lesão a um bem jurídico
penal.
c) O delito, sob a perspectiva material e formal, é punido com pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos
d) O conceito de delito formal é o fato humano proibido pela lei penal,
e material há lesão ou perigo de lesão a um bem jurídico-penal.
e) O delito é fato típico e antijurídico e a culpabilidade, para o conceito
material, o distingue do conceito formal.

7 - A combatida responsabilidade penal objetiva


a) não encontra exemplos concretos em nossa legislação penal.

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b) é doutrinariamente definida como à sujeição de alguém à imposição
de pena sem que tenha agido com dolo ou culpa ou sem que tenha
ficado demonstrada sua culpabilidade, com fundamento no nexo de
causalidade, todavia, não encontra aplicação prática em casos
concretos.
c) pode ser exemplificada em nossa legislação penal na rixa
qualificada e na actio libera in causa na embriaguez.
d) tem um único exemplo em nossa legislação penal consistente na
responsabilização das pessoas jurídicas por crimes ambientais.
e) deve ser utilizada em ultima ratio, uma vez que, pode violar direitos e
garantias fundamentais da pessoa humana.

23. TENTATIVA
Artigo 14, II, CP
Art. 14 - Diz-se o crime:
II - tentado, quando, iniciada a execução, não
se consuma por circunstâncias alheias à
vontade do agente.
Iter criminis
i. Cogitação;
ii. Preparação;
iii. Execução;
iv. Consumação;
v. Exaurimento: ocorre quando mesmo já tendo consumado o crime,
o sujeito ativo continua agredindo o bem jurídico da vítima.

Ninguém é punido pelo que pensa.

Em regra, o direito não pune os atos preparatórios. Exceção: por


exemplo, a associação criminosa.

Obs.: admite tentativa, pode fracionar o inter criminis.

O crime preterdoloso não admite tentativa (posição majoritária).

Pena de tentativa diminuída de 1/3 a 2/3,

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A tentativa é causa obrigatória/especial de redução de pena.

Tentativa perfeita e acabada: o sujeito exaure todos os meio para


execução do crime.

Tentativa perfeita e inacabada: o sujeito tem o processo executório


interrompido por terceiro.

Tentativa cruenta ou vermelha: acerta a vítima.

Tentativa incruenta ou branca: não acerta a vítima.

QUESTÕES

1) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia

A relação de causalidade, estudada no conceito estratificado de crime,


consiste no elo entre a conduta e o resultado típico. Acerca dessa relação,
assinale a opção correta.

a) Para os crimes omissivos impróprios, o estudo do nexo causal é relevante,


porquanto o CP adotou a teoria naturalística da omissão, ao equiparar a inação
do agente garantidor a uma ação.

b) A existência de concausa superveniente relativamente independente,


quando necessária à produção do resultado naturalístico, não tem o condão
de retirar a responsabilização penal da conduta do agente, uma vez que não
exclui a imputação pela produção do resultado posterior.

c) O CP adota, como regra, a teoria da causalidade adequada, dada a


afirmação nele constante de que “o resultado, de que depende a existência
do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa; causa é a ação ou
omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.

d) Segundo a teoria da imputação objetiva, cuja finalidade é limitar a


responsabilidade penal, o resultado não pode ser atribuído à conduta do
agente quando o seu agir decorre da prática de um risco permitido ou de uma
conduta que diminua o risco proibido.

e) O estudo do nexo causal nos crimes de mera conduta é relevante, uma vez
que se observa o elo entre a conduta humana propulsora do crime e o resultado
naturalístico.

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2) Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia Civil

Sobre o crime culposo, é correto afirmar que:

a) sua caracterização independe da previsibilidade objetiva do resultado.

b) é dispensável a verificação do nexo de causalidade entre conduta e


resultado.

c) encontra seu fundamento legal no artigo 18 . I, de Código Penal.

d) se alguém ateia fogo a um navio para receber o valor de contrato de


seguro, embora saiba que com isso provocará a morte dos tripulantes, essas
mortes serão reputadas culposas.

e) há culpa quando o sujeito ativo, voluntariamente, descumpre um dever de


cuidado, provocando resultado criminoso por ele não desejado.

3) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: POLÍCIA CIENTÍFICA – PE Prova:


Conhecimentos Gerais

Em relação ao fato típico e aos elementos do crime, assinale a opção correta.

a) É isento de pena o agente que, por embriaguez completa, proveniente de


culpa ou de caso fortuito, ao tempo da ação ou da omissão, era parcialmente
incapaz de entender o caráter ilícito desse fato ou de determinar-se conforme
esse entendimento.

b) É caracterizada como estado de necessidade a conduta praticada por


bombeiro para salvar de perigo atual ou iminente, não provocado por sua
vontade, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.

c) Os elementos imputabilidade, potencial consciência da ilicitude,


inexigibilidade de conduta diversa e punibilidade são requisitos da
culpabilidade penal.

d) A coação física e a coação moral irresistível excluem a conduta do agente,


pois eliminam totalmente a vontade pelo emprego da força, de modo que o
fato passa a ser atípico.

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e) É considerado erro evitável, capaz de reduzir a pena, aquele em que o
agente atue ou se omita sem a consciência da ilicitude do fato, quando lhe era
possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.

GABARITO

2- E 3- E
1- D

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Desistência voluntária e Arrependimento eficaz.
Arrependimento posterior. Crime impossível.
AULA 13
FATO TÍPICO
8) DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ
Artigo 15, CP.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente,
desiste de prosseguir na execução ou impede
que o resultado se produza, só responde pelos
atos já praticados.
Há o chamado “Ponte de Ouro” (Nelson Hungria).
Na desistência voluntária, o a gente dá início a execução e desiste
voluntariamente de prosseguir com a intenção criminosa.
O arrependimento eficaz, também conhecido como resipiscência.
No arrependimento eficaz, o sujeito ativo após praticar ato de execução
suficiente para a consumação do crime, realiza conduta de salvamento.

9) ARREPENDIMENTO POSTERIOR
Artigo 16, CP.
Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou
restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do

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agente, a pena será reduzida de um a dois
terços.
Direito subjetivo do réu.
Crimes cometidos sem violência ou grave ameaça.
Obs.: Roubo – artigo 157, CP.
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou
para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo


depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a
fim de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.
Há três tipos de roubo:
i. Roubo com violência própria – artigo 157, primeira parte, Cp.
ii. Roubo com violência imprópria – artigo 157, parte final, CP.
iii. Roubo impróprio – artigo 157, §1º, CP.
No roubo com violência imprópria cabe o instituto do arrependimento
posterior.
Artigo 30, CP.
 Circunstâncias pessoais são incomunicáveis.
 Circunstâncias objetivas são comunicáveis.
 Elementares se comunicam.
Ex.: artigo 123, CP – infanticídio.
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado
puerperal, o próprio filho, durante o parto ou
logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Se a mãe auxiliada pela amiga mata o próprio filho, durante ou logo após
o parto, sob a influência do estado puerperal, de acordo com a doutrina
e com o artigo 30, CP, ambas respondem por infanticídio.

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Para corrigir essa incongruência, bastaria que o infanticídio fosse um
parágrafo do homicídio, ou seja, bastaria revogar o artigo 123, CP e criar
um parágrafo 7º ao artigo 121, CP, pois neste caso o infanticídio seria uma
condição pessoal (subjetiva) da mãe que não se comunicaria com a
amiga (coautora).
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

10) CRIME IMPOSSÍVEL


Artigo 17, CP.
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta
impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime.
Ex.: atirar com arma de fogo desmuniciada; arma imprópria para o
disparo.
Obs.: se o meio for relativamente inidôneo, responde pela tentativa

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Crime impossível. Erro de tipo.
AULA 14
FATO TÍPICO
CRIME IMPOSSÍVEL
Delito de ensaio – súmula 145, STF, veda o flagrante preparado.
Não há crime, quando a preparação do
flagrante pela polícia torna impossível a sua
consumação.
11) ERRO DE TIPO
Artigo 20, CP.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Erro é a falsa percepção da realidade.

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Erro de tipo é a falsa percepção da realidade acerca dos elementos
constitutivos do tipo penal, qualificadoras ou qualquer dado que se
agregue a figura típica.
Erro de tipo ≠ delito putativo por erro de tipo.
Erro de tipo – se o agente soubesse do erro, ele não cometeria o crime.
Delito putativo por erro de tipo – o a gente quer praticar o crime, age
como se tivesse cometido crime, mas não está. Ex.: incesto.
O erro de tipo essencial vai incidir nas elementares (está no “caput”, na
cabeça do dispositivo).
 Escusável/ invencível/ desculpável/ inevitável: o erro é
imprevisível, não deriva de culpa.
 Inescusável/ vencível/ indesculpável/ evitável: o erro é previsível,
deriva de culpa.
Obs.: o erro de tipo essencial quer seja escusável, quer seja inescusável,
sempre afasta o dolo.
Para saber se o erro é escusável ou inescusável:
1º corrente: análise do homem médio;
2º corrente: análise de caso a caso.

Descriminantes putativas
Artigo 20, §1º, CP.
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Descriminantes putativas.
§ 1º - É isento de pena quem, por erro
plenamente justificado pelas circunstâncias,
supõe situação de fato que, se existisse,
tornaria a ação legítima. Não há isenção de
pena quando o erro deriva de culpa e o fato
é punível como crime culposo.
Descriminantes são excludentes de ilicitude (justificantes).

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Obs.: descriminante putativa: o erro pode incidir em situação fática que
se existisse, tornaria a ação legítima (artigo 20, §1º, CP); ou pode incidir
sobre a existência ou sobre os limites da causa de justificação (artigo 21,
CP).
Art. 21 - O desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.
Teoria normativa pura ou extremada culpabilidade – erro de proibição
nos dois casos acima citados.
Teoria limitado – no primeiro seria erro de tipo; no segundo erro de
proibição.
Obs.2: a descriminante putativa por erro de tipo também é chamada por
erro de tipo permissivo; a descriminante putativa por erro de proibição é
conhecida por erro de permissão.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Erro de tipo. Concurso de crimes.
AULA 15
FATO TÍPICO
ERRO DE TIPO
Erro de tipo essencial ≠ erro de tipo acidental.
Erro de tipo acidental: erro sobre a coisa; erro sobre a pessoa; aberratio
ictus (erro na execução)  resultado diverso do pretendido; erro sobre o
nexo de causalidade.
Obs.: no que diz respeito ao erro sobre a coisa, exemplo, o agente queria
subtrair relógio de outro, errou e subtraiu relógio dourado. Neste caso, de
acordo com a doutrina majoritária, reponde pelo objeto subtraído (teoria
da concretização); já no erro sobre a pessoa (artigo 20, § 3º, CP) e na
aberratio ictus (artigo 73, CP), o legislador em ambos os casos estabelece
que o agente responderá como se tivesse praticado o crime contra a
vítima visada (teoria da equivalência).

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Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o
crime é praticado não isenta de pena. Não se
consideram, neste caso, as condições ou
qualidades da vítima, senão as da pessoa
contra quem o agente queria praticar o crime.

Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso


dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-
se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que
o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.
O erro sobre a pessoa se dá na representação, não há erro no golpe. A
vítima visada não corre perigo, pois ela não está no local.
Há dois tipos de aberratio ictus:
1º por acidente;
2º por erro na execução.
Na aberratio ictus por acidente, não há erro no golpe, mas desvio na
execução. Na aberratio ictus por acidente a vítima visada pode estar ou
não no local.
Na aberratio ictus por erro na execução, temos o erro no golpe. A vítima
visada necessariamente está no local.
 Aberratio ictus com resultado único.
 Aberratio ictus com resultado duplo (unidade complexa).
 Obs.: na legítima defesa é possível a aberratio ictus. Ex.: policial
trocando tiro com bandido, acerta terceiro inocente.

12) CONCURSO DE CRIMES

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Artigo 69, CP – concurso material: 2 ou mais condutas, 2 ou mais
resultados  soma.
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de
liberdade em que haja incorrido. No caso de
aplicação cumulativa de penas de reclusão e
de detenção, executa-se primeiro aquela.
Artigo 70, CP – concurso foral: 1 conduta, 2 ou mais resultados 
exasperação.
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave
das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de
um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou
omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Não poderá a pena exceder


a que seria cabível pela regra do art. 69 deste
Código.
Artigo 70, parte final, CP – desígnios autônomos – intenções dolosas,
concurso formal impróprio.
Artigo 70, parágrafo único, CP – cúmulo material benéfico: o que foi feito
para ajudar não pode prejudicar

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. FATO TÍPICO: Continuidade delitiva. Aberratio Criminis. Erro sobre
o nexo causal. Erro determinado por terceiro. EXCLUDENTES DE ILICITUDE: Estado
de necessidade.
AULA 16

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FATO TÍPICO
13) CONTINUIDADE DELITIVA
Artigo 71, parágrafo único, CP.
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de
uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições
de tempo, lugar, maneira de execução e
outras semelhantes, devem os subsequentes
ser havidos como continuação do primeiro,
aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se
idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a
dois terços.
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra
vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os
motivos e as circunstâncias, aumentar a pena
de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais
grave, se diversas, até o triplo, observadas as
regras do parágrafo único do art. 70 e do art.
75 deste Código.
Artigo 73, CP.
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso
dos meios de execução, o agente, ao invés de
atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge
pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-
se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que
o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.
Em caso de aberratio ictus com resultado duplo aplica-se o artigo 70, CP
(concurso formal).

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Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só
ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave
das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de
um sexto até metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou
omissão é dolosa e os crimes concorrentes
resultam de desígnios autônomos, consoante o
disposto no artigo anterior.
14) ABERRATIO CRIMINIS
Artigo 73, CP – aberratio ictus: pessoa x pessoa.
Artigo 74, CP – aberratio criminis: pessoa x coisa.
Art. 74 - Fora dos casos do artigo anterior,
quando, por acidente ou erro na execução do
crime, sobrevém resultado diverso do
pretendido, o agente responde por culpa, se o
fato é previsto como crime culposo; se ocorre
também o resultado pretendido, aplica-se a
regra do art. 70 deste Código.
Obs.: na aberratio criminis se o resultado visado for mais grave, não se
aplica o artigo 74, CP.
15) ERRO SOBRE O NEXO CAUSAL
 Erro sobre o nexo causal em sentido estrito
O agente pratica um só ato e o resultado advém por nexo causal
diverso. Ex.: o a gente joga a vítima de uma ponte com a intenção
de causar sua morte por afogamento, mas a vítima bate a
cabeça numa rocha e morre por traumatismo craniano.
 Erro sobre o nexo causal sobre dolo geral ou “aberratio causal”.
No dolo geral, o agente pratica um ato e depois pratica outro com
intenção diversa e então atinge o resultado.
16) ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO
Artigo 20, §2º, CP.

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Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do
tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.
§ 2º - Responde pelo crime o terceiro que
determina o erro.
Agente provocador x agente provocado.
O agente provocador cai responder a título de dolo ou culpa de acordo
com o resultado.
24. EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Causas de exclusão da ilicitude
Artigo 23, CP.
Art. 23 - Não há crime quando o agente
pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito.
Obs.: consentimento da vítima é causa supralegal de exclusão de
ilicitude.
1) ESTADO DE NECESSIDADE
Artigo 24, CP
Art. 24 - Considera-se em estado de
necessidade quem pratica o fato para salvar
de perigo atual, que não provocou por sua
vontade, nem podia de outro modo evitar,
direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se.

 Situação de perigo atual (a doutrina aceita o perigo iminente);


 Direito próprio ou de terceiros;
 Inevitabilidade do sacrifício do direito ameaçado;
 Elementos subjetivos.

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No estado de necessidade, temos o confronto entre dois bens jurídicos
lícitos.
Obs.: como no estado de necessidade existe o confronto entre dois bens
jurídicos lícitos, exige-se o “comodus discessus”, ou seja, o a gente deve
optar pela salvação que menos agrida o bem jurídico de terceiro. Se a
fuga for possível, o agente deve optar pela fuga.
 Estado de necessidade agressivo: o bem jurídico sacrificado é de
terceira pessoa inocente que não causa a situação de perigo.
 Estado de necessidade defensivo: o bem jurídico sacrificado é do
agente que causou o perigo.
Como o artigo 24, CP fala “que não provocou por sua vontade”,
entende-se que não poderá alegar estado de necessidade somente
quem causou a situação de perigo de forma dolosa.
QUESTÕES
1) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia
Acerca das questões de tipicidade, ilicitude (ou antijuridicidade) e
culpabilidade, bem como de suas respectivas excludentes, assinale a
opção correta.
a) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas
excludentes de ilicitude.
b) O erro de proibição é causa excludente de ilicitude.
c) Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade,
legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício
regular do direito.
d) Há excludente de tipicidade em casos de estado de necessidade,
legítima defesa, exercício regular do direito e estrito cumprimento do
dever legal.
e) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são causas
excludentes de tipicidade.
2) Ano: 2015Banca: FUNIVERSA Órgão: PC-DF Prova: Delegado de Polícia
Com relação aos elementos do conceito analítico de infração penal, ao
concurso de crimes, à causalidade no direito penal e à Lei n.º 9.605/1998,

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que dispõe sobre os crimes contra o meio ambiente, assinale a
alternativa correta.
a) O erro de tipo permissivo afasta a punição pela denominada culpa
imprópria.
b) Nos termos da Lei n.º 9.605/1998, que dispõe sobre os crimes contra o
meio ambiente, constitui causa especial de aumento de pena o fato de
o agente ter praticado crime ambiental em unidade de conservação
ambiental.
c) Na teoria da imputação objetiva, o resultado será objetivamente
imputável ao autor se, uma vez hipoteticamente eliminada a sua
conduta, o resultado não se concretizar.
d) Conforme a doutrina majoritária, o consentimento do ofendido
configura causa supralegal de exclusão da culpabilidade.
e) No concurso formal impróprio, por haver desígnios autônomos, as
penas dos crimes em concurso serão cumuladas, ainda que os diferentes
resultados tenham sido praticados mediante uma só ação.
3) Ano: 2014Banca: CESPE Órgão: TJ-SE Prova: Analista Judiciário - Direito
Julgue os itens subsecutivos, acerca de crime e aplicação de penas.

Configura crime impossível a tentativa de subtrair bens de


estabelecimento comercial que tem sistema de monitoramento
eletrônico por câmeras que possibilitam completa observação da
movimentação do agente por agentes de segurança privada.

GABARITO

1- C 2- E 3- Errada

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Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CONCURSO DE PESSOAS: Requisitos para o concurso de agentes.
AULA 17
1. CONCURSO DE PESSOAS
Ocorre o concurso de pessoas (ou concurso de agentes ou
codelinquência) quando uma infração penal é cometida por duas ou
mais pessoas. Também é aplicável às contravenções penais.
Concurso eventual de pessoal pode envolver o inimputável? Não, um dos
requisitos é que a pessoa seja culpável. A teoria adotada como regra é
a teoria unitária.
Espécies:
 Participação - um autor do fato e outro prestando auxílio para o
evento.
 Coautoria - a diferença de autoria é a quantidade de autores.
Artigo 29, CP.
§1º - partícipe de menor importância.
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre
para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor
importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço.
A coautoria ocorre quando vários agentes praticam o crime (executam
a conduta admitida pelo verbo).
Ocorre participação quando o agente, não praticando atos executórios
do crime, concorre de qualquer modo para sua realização.
Partícipe é aquele que acede sua conduta à realização do crime,
manifestando sua ação na forma de induzimento, instigação ou auxílio.

1.1. Requisitos para o concurso de agentes

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 Pluralidade de agentes. Obs.: pode considerar o menor, desde
que haja razoabilidade;
 Relevância causal;
 Liame subjetivo entre agentes (acordo antes ou durante a prática
do crime, pode ser de forma expressa ou tácita);
 Identidade de infração penal;
 Identidade de elementos subjetivo (não há participação dolosa e
crime culposo, nem participação culposa em crime doloso – deve
haver congruência nos elementos subjetivos de partícipes e
coautores);
a) Crimes de concurso necessário
Aqueles em que tipo penal exige a participação de um número
mínimo de agente, pessoas, para a existência da infração. A
exigência para o crime plurissubjetivo para a existência do concurso
necessário, não é a mesma para o concurso eventual.
No concurso necessário a composição do número mínimo de
agentes, atendendo ao princípio da razoabilidade poderá se dar
com inimputáveis, o que não acontece em concurso eventual. Ex.: a
rixa.
b) Coautoria sucessiva
Concomitantemente.
c) Partícipe de maior importância
Recebe pena igual ou maior do que o autor, ex.: o mandante.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CONCURSO DE PESSOAS: Teoria sobre o concurso de pessoas.
Classificação dos crime conforme a espécie de concurso de pessoas. Autoria.
AULA 18
CONCURSO DE PESSOAS
1.2. Teoria sobre o concurso de pessoas
 Teoria pluralista: haverá um crime para autores e partícipes.
 Teoria dualista: uma infração para os autores e outra para os
partícipes. Ex.: artigos 124 e 126, CP; artigos 317 e 333, CP.

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Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou
consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o
consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de um a quatro anos.

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para


outrem, direta ou indiretamente, ainda que
fora da função ou antes de assumi-la, mas em
razão dela, vantagem indevida, ou aceitar
promessa de tal vantagem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem
indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato
de ofício:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e
multa.
 Teoria monista: adotada pelo CP. Uma infração para autores e
partícipes.
1.3. Classificação dos crimes conforme o concurso de pessoas
 Monossubjetivos: são os crimes nos quais o tipo penal não exige um
número mínimo de pessoas para que se exercite o crime. Crimes
de conduta eventual.
 Plurissubjetivos: o tipo penal exige um número mínimo de
participantes. Crime de concurso necessário. Ex.: associação ao
tráfico: mínimo de duas pessoas; associação criminosa: mínimo de
3 pessoas.
Espécies:
o De condutas paralelas – artigo 288, CP.
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais
pessoas, para o fim específico de cometer
crimes:

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos
o De condutas convergentes – bigamia.
o De condutas contrapostas – artigo 137, CP - rixa.
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar
os contendores:
Pena - detenção, de quinze dias a dois meses,
ou multa.
1.4. Autoria
 Teoria restritiva: adotada pelo CP. Autoria é a pessoa que realiza
a conduta definida no verbo do tipo legal de crime. Adota o
critério formal-objetivo, porque acentua as características
exteriores ou formais da conduta, em sua conformação com o tipo
legal.
 Teoria extensiva: autor é todo aquele que concorre de qualquer
modo para o evento. Adota o critério da “conditio sine qua non”.
Não é adotada pelo CP.
 Teoria do domínio do fato (teoria da ação criminosa): autor é
aquele que detém o controle final do fato, com plenos poderes
para decidir sobre o início, suspensão ou intervenção das
atividades. Adota o critério objetivo-subjetivo.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CONCURSO DE PESSOAS: Autoria.
AULA 19
CONCURSO DE PESSOAS
Autoria
Formas de autoria de acordo com a teoria do domínio do fato
 Autoria propriamente dita;
 Autoria intelectual: há coautoria.
 Autoria mediata: não há relação de modo e execução com dois
autores igualmente puníveis. Somente o mandante (autor
mediato) é punível. Mão há coautoria.
Formas de coautoria de acordo com a teoria do domínio do fato
 Coautoria direta;

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 Coautoria parcial ou funcional.

Autoria Mediata

Ocorre a autoria mediata quando o agente se serve de outra


pessoa, sem condições de discernimento, para realizar, por ele,
um fato típico,
Quando o executor não é punível:
 Por ausência de culpabilidade: coação moral irresistível;
obediência a ordem de superior hierárquico;
inimputabilidade.
 Por ausência de dolo.
Os crimes culposos e os de mão própria admitem autoria mediata?
Não existe participação dolosa em crime culposo.
Crime de mão própria é aquele que só pode ser praticado por
aquele indivíduo, ex.: feminicídio. Impossível autoria mediata.
Hipóteses de autoria mediata
 Erro de tipo provocado por terceiro -> Dolo.
 Inimputabilidade.
 Coação moral irresistível. Culpabilidade.
 Obediência hierárquica.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CONCURSO DE PESSOAS: Participação. Participação e coautoria.
AULA 20
CONCURSO DE PESSOAS
1.5. Participação
Decorre de uma norma de extensão pessoa e espacial da figura
típica; determinante da subsunção típica mediata ou indireta.
Os crimes de mão própria admitem participação? Sim.
Natureza jurídica
 Teoria da acessoriedade mínima: é suficiente que a
conduta do partícipe aceda a uma comportamento
principal que seja fato típico.

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 Teoria da acessoriedade limitada: contenta-se com a
punição do partícipe desde que ele tenha acedido a um
comportamento principal típico e ilícito,
independentemente da culpabilidade do executor.
 Teoria da acessoriedade máxima: é indispensável, para a
punibilidade do partícipe, que o autor seja culpável e tenha
praticado um fato típico e ilícito.
 Teoria da hiper-acessoriedade: exige que a punibilidade
do partícipe esteja subordinada à punibilidade in concreto
do autor principal, devendo àquele serem imputadas as
circunstâncias agravantes e atenuantes relativas a este.
Formas de participação
 Participação moral:
o Instigar: é reforçar uma ideia preexistente. O agente
já tem a ideia do fato criminoso.
o Induzir (ou determinar): é fazer surgir a ideia do
agente, antes inexistente.
 Participação material: exterioriza-se através de uma auxílio,
uma ajuda.
Participação e arrependimento
Não há punição pela desistência voluntária ou arrependimento
eficaz.
Arrependimento do partícipe, se a participação for material, o
partícipe não será punido se o crime não acontecer com o objeto
que ele emprestou.

1.6. Participação e Coautoria


Punibilidade: se a participação for de menor importância, a pena
pode ser reduzida de 1/6 a 1/3. A redução da pena varia de
acordo como grau de participação.
Desvios subjetivos: essa situação ocorre quando o autor principal
(executor) comete delito mais grave do que o pretendido pelo
partícipe. Este desvio não pode ser atribuído ao instigador, que

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deverá responder pela conduta realizada nos limites de seu dolo,
salvo se previsível o resultado mais grave, quando responde por
aumento de 1/2.
Outros conceitos:
 Autoria incerta: ocorre quando não se sabe quem foi o
causador do resultado na autoria colateral;
 Autoria ignorada: ocorre quando não se consegue verificar
quem foi o realizador da conduta;
 Participação da participação: ocorre quando uma
conduta é acessória de outra acessória (ex.: o induzimento
ao instigador);
 Participação sucessiva: ocorre quando o mesmo partícipe
concorre para a conduta principal de mais de uma forma;
 Participação impunível: ocorre quando o fato principal não
chega a ingressar na fase executória (art.31, CP).
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou
instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o
crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Qual a distinção de concurso de pessoas e associação criminosa?


Concurso de pessoas – crime monossubjetivo.
Associação criminosa – concurso obrigatório, necessário.
QUESTÕES
1) Ano: 2016 Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de
Polícia Civil
Sobre a participação em sentido estrito, é correto afirmar que:
a) adota-se, no Brasil, a teoria da acessoriedade máxima.
b) o auxílio material é ato de participação em sentido estrito, ao
passo em que a instigação é conduta de autor.
c) assume a condição de participe aquele que executa o crime,
salvo quando adotada a teoria subjetiva.
d) não há participação culposa em crime doloso.

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e) na teoria do domínio do fato, partícipe é a figura central do
acontecer típico.

2) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Escrivão de Polícia


A respeito do concurso de pessoas, assinale a opção correta.
a) Em relação à participação no concurso de pessoas, a
legislação penal brasileira adota a teoria da acessoriedade
mínima.
b) Situação hipotética: José, gerente de loja, mesmo ciente de
que um dos vendedores subtraía dinheiro do caixa, nada fez para
impedir o crime, agindo sem liame subjetivo e intenção de obter
vantagem econômica. Assertiva: Nessa situação, o gerente
responderá em coautoria pelo crime de furto, com ação omissiva.
c) Em se tratando de crimes plurissubjetivos, como, por exemplo,
o crime de rixa, não há que se falar em participação, já que a
pluralidade de agentes integra o tipo penal: todos são autores.
d) Situação hipotética: O motorista João e sua mulher, Maria,
trafegavam por uma rodovia, quando ambos, deliberadamente,
deixaram de prestar socorro a uma pessoa gravemente ferida,
sem que houvesse risco pessoal para qualquer um deles. João foi
instigado por Maria, que estava no banco do carona, a não parar
o veículo, e, por fim, em acordo de vontades com Maria, assim
efetivamente procedeu. Assertiva: Nessa situação, João
responderá como autor pelo crime de omissão de socorro e Maria
será tida como inimputável.
e) Haverá participação culposa em crime doloso na situação em
que um médico, agindo com negligência, fornece ao enfermeiro
substância letal para ser ministrada a um paciente, e o enfermeiro,
embora percebendo o equívoco, decide ministrá-la com a
intenção de matar o paciente.

3) Ano: 2015 Banca: FUNCAB Órgão: PC-AC Prova: Perito Criminal

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Clécius Almeida induz o adolescente Carlos Sátiro, de dezessete
anos de idade, a praticar o delito de roubo tendo como vítima a
senhora Sandra Costa. Para convencer Carlos, Clécius lhe disse ser
conhecido da vítima, por isto não poderia participar diretamente
do crime, contudo permaneceria por perto, sem ser visto, e lhe
daria cobertura no caso de um eventual problema. Diante disto,
Carlos acaba por roubar o relógio e o dinheiro da senhora Sandra.
No caso proposto, Clécius responde pelo resultado na condição
de:
a) autor mediato.
b) partícipe material.
c) partícipe moral.
d) coautor.
e) coator moral.

GABARITO

2- C 3- A
1- D

Ementa da Aula:

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DIREITO PENAL. EXCLUDENTES DE ILICITUDE: Legítima defesa. Estrito
cumprimento de um dever legal. Ofendículos. Obs.: legítima defesa.
AULA 21
25. EXCLUDENTES DE ILICITUDE
Artigo 23, CP.
Art. 23 - Não há crime quando o agente
pratica o fato: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
I - em estado de necessidade; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - em legítima defesa;(Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
III - em estrito cumprimento de dever legal ou
no exercício regular de direito.
Artigo 128, II CP – o aborto no caso de gravidez resultante de estupro, a
autorização é um excludente de ilicitude pois quem pratica aborto
pratica fato típico, mas tem uma causa excludente.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por
médico:
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto
é precedido de consentimento da gestante
ou, quando incapaz, de seu representante
legal.
2) LEGÍTIMA DEFESA
Artigo 25, CP.
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios
necessários, repele injusta agressão, atual ou
iminente, a direito seu ou de outrem.
Pressupostos/requisitos:
i. Agressão injusta;
ii. Atual/eminente;
Quando se dá início à legítima defesa? Final dos atos
preparatórios, para ter atuação de eminência de legítima defesa.
iii. A direito próprio ou de terceiros;

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iv. Uso moderado dos meios necessários;
Meio necessário é aquele capaz de cessar a agressão injusta
estando à disposição da vítima.
Proporcionalidade (moderação).
Excesso: a) intensivo, se dá quando no ato de se defender, a vítima
o faz com excesso, ou seja, quando ainda estão presentes os
pressupostos da causa de justificação; b) extensivo é aquele em
que a vítima após cessada a injusta agressão intensifica sua
reação.
v. Elemento subjetivo (precisa estar presente em todas as causas de
justificação). Ciência de que atua em legítima defesa.
3) ESTRITO CUMPRIMENTO DE UM DEVER LEGAL
Atinge em regra autoridades.
Pode alcançar particulares? Sim, em situação excepcional, por exemplo,
advogado processado por falso testemunho e alega sigilo profissional.
Obs.: na hipótese de o cliente do advogado ter autorizado a informação
cai na hipótese de exercício regular de direito.
4) OFENDÍCULOS
Exercício regular do direito ou legítima defesa preordenada? Maioria da
doutrina sustenta como legítima defesa preordenada, crítica: tira o
elemento subjetivo.
5) OBS.: LEGÍTIMA DEFESA
É impossível legítima defesa real recíproca, pois é necessário a agressão
injusta de uma das partes.
Legítima defesa sucessiva: é quando o autor da agressão injusta se
defende do excesso de legítima defesa da vítima.
É possível legítima defesa postergada? Sim, desde que seja logo após a
consumação. (Sanches).
Legítima defesa real x legítima defesa putativa, não existe, é imaginária,
mas é possível.
É possível tentativa em sede de legítima defesa putativa? Objetivamente
falando, sim. Mas não responde por tentativa.
Legítima defesa putativa x legítima defesa putativa -> é possível.

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É possível legítima defesa ser reconhecida na “aberratio ictus”? quando
o policial atira para se defender do bandido e erra na execução,
responde como se tivesse atingido o bandido. Então, o resultado
aberrante estará amparado pela legítima defesa.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CULPABILIDADE: teoria psicológica da culpabilidade, teoria
psicológico-normativa, teoria normativa pura (extremada), teoria limitada da
culpabilidade. Elementos da culpabilidade.
AULA 22
1. CULPABILIDADE
É o vínculo psicológico que une o autor ao fato típico e ilícito por ele
praticado.
É a culpabilidade que vai distinguir a conduta de quem é imputável
porque tem o caráter de entendimento daquilo que faz, da pessoa
inimputável que não tem essa compreensão.
É reprovabilidade. É juízo de censura. Aqui analisa o autor.
Culpabilidade de autor ≠ culpabilidade de fato.
Na culpabilidade de autor, há culpabilidade pelo o que o autor é.
No Brasil adota a culpabilidade de fato. A conduta do autor de acordo
com as circunstâncias fáticas. Artigo 59, CP.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos
limites previstos; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

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III - o regime inicial de cumprimento da pena
privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da
liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Teoria psicológica da culpabilidade
Van List Belling. A culpabilidade é o vínculo psicológico que une o autor
ao fato típico e ilícito por ele praticado. Dolo e culpa. A imputabilidade
é pressupostos.
Teoria psicológico-normativa
Reinhard Frank. Pressupostos: imputabilidade; dolo e culpa normativo
(dolo normativo é aquele que contém a consciência atual da ilicitude
do fato); exigibilidade de conduta diversa.
Teoria normativa pura (extremada)
Surgiu com o finalismo.
Imputabilidade – artigo 26, CP.
Art. 26 - É isento de pena o agente que, por
doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse
entendimento.
Retira dolo ou culpa da culpabilidade e passa para o fato típico.
Potencial consciência da ilicitude do fato – artigo 21, CP.
Art. 21 - O desconhecimento da lei é
inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se
inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá
diminuí-la de um sexto a um terço.
Exigibilidade de conduta diversa – artigo 22, CP.
Art. 22 - Se o fato é cometido sob coação
irresistível ou em estrita obediência a ordem,
não manifestamente ilegal, de superior

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hierárquico, só é punível o autor da coação ou
da ordem.
Obs.: a potencial consciência da ilicitude do fato é afastada pelo erro de
proibição inevitável.
Teoria limitada da culpabilidade
Tem praticamente os mesmo pressuposto. Ela diverge da teoria
normativa pura no tocante ao tratamento dispensado ao erro nas
descriminantes putativas.
Para a teoria normativa pura (extremada), o erro nas descriminantes
putativas que incide sobre situação fática que se existisse tornaria a ação
legítima e o erro nas descriminantes putativas que incide sobre a
existência ou sobre os limites da causa de justificação, tudo configura
descriminante putativa por erro de proibição.
Para a teoria limitada, a primeira situação (erro sobre os pressuposto de
fato), configura descriminante putativa por erro de tipo ou de erro de tipo
permissivo; a segunda (erro quanto a existência ou quanto aos limites da
causa de justificação), configura descriminante putativa por erro de
proibição ou erro de permissão.
Elementos da culpabilidade
 Imputabilidade: é a capacidade de entender o caráter ilícito do
fato.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CULPABILIDADE: elementos da culpabilidade. Sistema de aferição
da inimputabilidade. Embriaguez. Potencial consciência da ilicitude.
AULA 23
CULPABILIDADE
Elementos da culpabilidade
 Inimputável: Artigo 26, caput, CP – absolvição imprópria.
 Semi-imputável: artigo 26, parágrafo único, CP – perturbação
mental retira parcela do entendimento. Sistema vicariante. O juiz
pode aplicar pena reduzida ou medida de segurança – artigo 98,
CP. O semi-imputável é necessariamente condenado.

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Art. 26 - É isento de pena o agente que, por
doença mental ou desenvolvimento mental
incompleto ou retardado, era, ao tempo da
ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de
um a dois terços, se o agente, em virtude de
perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou
retardado não era inteiramente capaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse
entendimento. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

Art. 98 - Na hipótese do parágrafo único do art.


26 deste Código e necessitando o condenado
de especial tratamento curativo, a pena
privativa de liberdade pode ser substituída
pela internação, ou tratamento ambulatorial,
pelo prazo mínimo de 1 (um) a 3 (três) anos, nos
termos do artigo anterior e respectivos §§ 1º a
4º.
Sistemas de aferição da inimputabilidade
a) Biológico – leva em consideração apenas a doença mental;
b) Psicológico – se o agente não tinha como entender caráter ilícito do
fato (psiquismo do agente);
c) Biopsicológico – doença mental + não ter compreensão no caráter
ilícito do fato.
Nosso CP adotou o sistema Biopsicológico.
Embriaguez
 Voluntária (dolosa) – agravante genérica do artigo 61, CP.

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 Culposa.
 Artigo 28, CP.
 Não excluem a imputabilidade.
Embriaguez é a intoxicação aguda pelo álcool de substâncias de efeitos
análogos.
Embriaguez acidental completa, proveniente de caso fortuito ou força
maior – isento de pena.
Potencial consciência da ilicitude
Artigo 21, CP.
Pode-se errar quanto ao conhecimento do conteúdo ilícito do fato.
A potencial consciência da ilicitude do fato não é um conhecimento
técnico-jurídico sobre a ilicitude do fato praticado, mas um
conhecimento profano, leigo (valorização na esfera do profano0.
i. Erro de proibição direto: é aquele em que o agente erra
diretamente sobre o caráter ilícito do fato por ele praticado. Ex.:
camponês de origem humilde que sobrevive da caça, mata um
animal silvestre ameaçado de extinção (erro de proibição
inevitável).
ii. Erro de proibição indireta (ou erro de permissão): é a situação em
que o agente erra sobre a existência ou sobre os limites da causa
de justificação.
iii. Erro de proibição mandamental: é aquele em que o agente
envolvido em uma situação de garantidos, acredita
erroneamente, que o seu dever de cuidado, proteção ou
vigilância se acabou.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. CULPABILIDADE: exigibilidade de conduta diversa. QUESTÕES.
AULA 24
CULPABILIDADE
Exigibilidade de conduta diversa

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Foi introduzido pela teoria psicológica-normativa.
É a expectativa que se depositava no autor de um fato típico e ilícito de
autor de forma contrária a conduta que praticou, ou seja, de acordo
com o direito.
Exemplo 1: coação moral irresistível – inexigibilidade de conduta diversa;
Exemplo 2: se o fato é cometido em estrita obediência à ordem de
superior hierárquico manifestamente ilegal.
26. QUESTÕES
1) Aprovada em Sessão Plenária de 15 de dezembro de 1976, a Súmula
554 do Supremo Tribunal Federal enuncia que O pagamento de
cheque emitido sem suficiente previsão de fundos, após o
recebimento da denúncia, não obsta o prosseguimento da ação
penal. Com o advento da reforma da Parte Geral do Código Penal
pela Lei no 7.209/1984, o sentido normativo dessa súmula passou a
ser, no entanto, tensionado por importantes segmentos da doutrina
brasileira, notadamente à luz do instituto denominado
a) insignificância penal.
b) desistência voluntária.
c) arrependimento eficaz.
d) arrependimento posterior.
e) crime impossível.

2) Augusta, funcionária pública municipal, subtraiu da repartição em


que trabalhava, uma máquina fotográfica, patrimônio da Prefeitura,
que era utilizada na realização de perícias. Vários dias depois,
arrependida, procurou a sua superiora hierárquica, confessou a
subtração e devolveu a máquina referida. Nesse caso, na ação penal
resultante desse fato, Augusta
a) será inocentada, por ter ocorrido arrependimento eficaz.
b) responderá por tentativa de peculato.
c) terá sua pena reduzida de um a dois terços.
d) não terá nenhum benefício, por tratar-se de crime contra a
Administração Pública.

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e) será inocentada, por ter ocorrido desistência voluntária.

3) Em Direito Penal, o erro


(A) de tipo, se for invencível, exclui a tipicidade dolosa e a culposa.
(B) que recai sobre a existência de situação de fato que justificaria a
ação, tornando-a legítima, é tratado pelo Código Penal como erro
de proibição, excluindo-se, pois, a tipicidade da conduta.
(C) de tipo exclui o dolo e a culpa grave, mas não a culpa leve.
(D) de proibição é irrelevante para o Direito Penal, pois, nos termos do
caput do art. 21 do Código Penal, “o desconhecimento da lei é
inescusável”.
(E) de proibição exclui a consciência da ilicitude, que, desde o
advento da teoria finalista, integra o dolo e a culpa.

4) De acordo com o Código Penal, assinale a alternativa correta.

a) Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o


agente que não o houver causado ao menos culposamente.
b) Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa,
reparado o dano ou restituída a coisa até o recebimento da denúncia
ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de
um a dois terços.
c) O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o
dolo e não permite a punição por crime culposo.
d) É passível de pena quem, por erro plenamente justificado pelas
circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a
ação legítima. Haverá isenção de pena quando o erro deriva de
culpa e o fato é punível como crime culposo.
e) Não responde pelo crime o terceiro que determina o erro sobre
elemento constitutivo do tipo legal.

5) Acerca do erro jurídico-penal é INCORRETO afirmar que

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a) ocorre aberratio criminis quando o agente, objetivando um
determinado resultado, termina alcançando resultado diverso. Nesta
hipótese, o agente responde apenas por culpa, se houver previsão
legal nesta modalidade.
b) o erro acidental atinge elementos secundários ou acessórios dos
elementos constitutivos do tipo penal.
c) a Reforma Penal de 1984 adotou a teoria limitada da
culpabilidade, que distingue o erro incidente sobre os pressupostos
fáticos de uma causa de justificação do que incide sobre a norma
permissiva.
d) o erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena e, se
evitável poderá diminuí-la, de um sexto a um terço. Tal modalidade
de erro é classificada como erro de tipo e pode, em circunstâncias
excepcionais, excluir a culpabilidade pela prática da conduta.

6) Sobre as causas de justificação em direito penal, tem-se o seguinte:


a) no estado de necessidade a conduta pode ser dirigida contra um
terceiro desinteressado, enquanto na legítima defesa a conduta recai
somente sobre o agressor.
b) no estado de necessidade o bem jurídico é exposto a perigo,
enquanto na legítima defesa o direito sofre uma agressão futura.
c) no estado de necessidade ocorre um conflito entre dois bens
jurídicos colocados em perigo, somente por conduta da pessoa
humana.
d) a legítima defesa putativa é incompatível com a tentativa, tendo
em vista a errônea suposição de uma agressão por parte do
defendente.

7) Analise o caso a seguir.


Para repelir a arremetida de um cão feroz, o agente usa uma arma de
fogo matando o animal. O animal tinha sido instado ao ataque pelo
seu dono, o que era do conhecimento do agente.
O agente praticou o fato

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a) em estado de necessidade.
b) em legítima defesa.
c) em exercício regular de direito.
d) em inexigibilidade de outra conduta.

8) Roalda vinha dirigindo seu carro quando, em uma descida, percebeu


que vinha em sua direção, na traseira de seu veículo, um enorme
caminhão desgovernado, em face de ter perdido a capacidade de
frenagem. Para salvar a sua vida, Roalda jogou o seu automóvel para
o acostamento, colidindo com uma condução escolar, que estava
estacionada aguardando uma criança. Logo, a conduta de Roalda
frente à colisão com o veículo estacionado constituiu:
a) estado de necessidade defensivo.
b) estado de necessidade agressivo.
c) legítima defesa real.
d) legítima defesa putativa.
e) exercício regular do direito.

9) Caio, agente da polícia, durante suas férias, resolve manter a forma e


treinar tiros. Vai até um terreno baldio e ali alveja uma caçamba de
lixo. O agente imaginava-se sozinho e, sem querer, acerta um
mendigo que ali dormia, dentro da caçamba. Em tese, ocorreu:
a) Descriminante putativa.
b) Causa legal de exclusão da culpabilidade.
c) Caso fortuito, ou força maior criminógena.
d) Erro de tipo.
e) Erro na execução (aberratio ictus).

QUESTÕES
1) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-GO Prova: Agente de Polícia
Substituto
A respeito da aplicação da lei penal e dos elementos e das causas
de exclusão de culpabilidade, assinale a opção correta.

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a) O princípio da legalidade pode ser desdobrado em três: princípio
da reserva legal, princípio da taxatividade e princípio da
retroatividade como regra, a fim de garantir justiça na aplicação de
qualquer norma.
b) São excludentes de culpabilidade: inimputabilidade, coação
física irresistível e obediência hierárquica de ordem não
manifestamente ilegal.
c) Se ordem não manifestamente ilegal for cumprida por
subordinado e resultar em crime, apenas o superior responderá como
autor mediato, ficando o subordinado isento por inexigibilidade de
conduta diversa.
d) Emoção e paixão são causas excludentes de culpabilidade.
e) Em razão do princípio da legalidade, a analogia não pode ser
usada em matéria penal.

2) Ano: 2016Banca: FUNCAB Órgão: PC-PA Prova: Escrivão de Polícia


Civil
Afim de produzir prova em processo penal, o Juiz de Direito de
determinada comarca encaminha requisição à Delegacia de Polícia
local, ordenando que seja realizada busca domiciliar noturna na casa
de um réu. O Delegado de Polícia designa, assim, uma equipe de
agentes para o cumprimento da medida, sendo certo que um dos
agentes questiona a legalidade do ato, dado o horário de seu
cumprimento. O Delegado confirma a ilegalidade. No entanto,
sustenta que a diligência deve ser realizada, uma vez que há
imposição judicial para seu cumprimento. Com base apenas nas
informações constantes do enunciado, caso os agentes efetivem a
busca domiciliar noturna:
a) não agirão criminosamente, uma vez que atuam no estrito
cumprimento do dever legal.
b) agirão criminosamente.
c) não agirão criminosamente. em virtude de coação moral
irresistível.

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d) não agirão criminosamente, já que há mera obediência
hierárquica.
e) não agirão criminosamente, pois amparados pelo estado de
necessidade.

3) Ano: 2016 Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Agente de Polícia


Acerca das questões de tipicidade, ilicitude (ou antijuridicidade) e
culpabilidade, bem como de suas respectivas excludentes, assinale
a opção correta.
a) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são
causas excludentes de ilicitude.
b) O erro de proibição é causa excludente de ilicitude.
c) Há excludente de ilicitude em casos de estado de necessidade,
legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no
exercício regular do direito.
d) Há excludente de tipicidade em casos de estado de
necessidade, legítima defesa, exercício regular do direito e estrito
cumprimento do dever legal.
e) A inexigibilidade de conduta diversa e a inimputabilidade são
causas excludentes de tipicidade.

GABARITO
1- C 2- B 3- C

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. PENAS: introdução. Características da pena.
AULA 25
27. PENAS
a. Introdução
A tendência universal é a liberdade. A privação de liberdade é a
ultima ratio. Artigo 59, CP – princípio da intervenção mínima.

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Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos
antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos
limites previstos; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
III - o regime inicial de cumprimento da pena
privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
IV - a substituição da pena privativa da
liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Teorias sobre a finalidade da pena:
i. Teoria absoluta – função única: retribuição, pagar pelo o
que fez, não se preocupa com a recuperação do indivíduo,
sua devolução para a sociedade.
ii. Teoria relativa – tem função preventiva, a intenção de
prevenir infrações penais. Critério de prevenção: i. geral:
prevenção para a sociedade, é o exemplo. Prevenir a
prática de novos atos (prevenção geral negativa),
prevenção geral positiva: a sociedade vendo que está
funcionando. ii. Especial: para o indivíduo não praticar fatos
novos. Prevenção especial positiva: é a ressocialização,
reinserção do indivíduo na sociedade.
iii. Teoria mista – a pena tem a função retributiva e a função
preventiva. Adotada pelo Código Penal Brasileiro.

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b. Características da pena
i. Legalidade
ii. Personalidade
iii. Proporcionalidade: a pena deve ser sempre a menor
possível.
iv. Inderrogabilidade: uma vez violado o preceito primário
deve cumprir obrigatoriamente o preceito secundário.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. PENAS: penas privativas de liberdade: espécies, regimes
penitenciários, regime inicial na pena de reclusão, súmulas correlatas, detenção –
regime inicial, regime fechado – regras, regime semiaberto – regras.
AULA 02
PENAS
c. Penas privativas de liberdade
Espécies
a) Reclusão (crimes graves) – regimes iniciais fechado,
semiaberto, aberto.
b) Detenção (menos grave) – regimes iniciais aberto e
semiaberto; incidente de execução quando se pratica falta
grave – regressão regime fechado.
c) Prisão simples (contravenção penal) – regimes iniciais
semiaberto, aberto.
Regimes penitenciários
a) Aberto
b) Semiaberto
c) Fechado
Regime inicial na pena de reclusão
a) Pena imposta superior a 8 anos: regime fechado.
b) Pena imposta superior a 4 anos e até 8 anos: poderá ser regime
semiaberto.
c) Pena igual ou inferior a 4 anos: regime aberto.
d) Condenado reincidente: regime fechado.
e) Circunstâncias judiciais desfavoráveis: regime fechado.

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f) Crime hediondo, tráfico ilícito de entorpecentes e terrorismo:
regime inicialmente fechado.
g) Crime de tortura ou organização criminosa: regime
inicialmente fechado.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
i. Excepcionalmente o condenado a pena de reclusão
superior a 8 anos poderá iniciar o cumprimento da pena em
regime aberto – artigo 1º, §5º, Lei 9.613/98.
Art. 1o Ocultar ou dissimular a natureza,
origem, localização, disposição,
movimentação ou propriedade de bens,
direitos ou valores provenientes, direta ou
indiretamente, de infração penal. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois
terços e ser cumprida em regime aberto ou
semiaberto, facultando-se ao juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por
pena restritiva de direitos, se o autor, coautor
ou partícipe colaborar espontaneamente com
as autoridades, prestando esclarecimentos
que conduzam à apuração das infrações
penais, à identificação dos autores, coautores
e partícipes, ou à localização dos bens, direitos
ou valores objeto do crime. (Redação dada
pela Lei nº 12.683, de 2012)
ii. Prisão simples: inexiste previsão legal de regime inicial
fechado.
iii. Lei 12.736/12 alterou o artigo 387, CPP.
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença
condenatória: (Vide Lei nº 11.719, de 2008)
I - mencionará as circunstâncias agravantes ou
atenuantes definidas no Código Penal, e cuja
existência reconhecer;

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II - mencionará as outras circunstâncias
apuradas e tudo o mais que deva ser levado
em conta na aplicação da pena, de acordo
com o disposto nos arts. 59 e 60 do Decreto-Lei
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal; (Redação dada pela Lei nº 11.719, de
2008).
III - aplicará as penas de acordo com essas
conclusões; (Redação dada pela Lei nº 11.719,
de 2008).
IV - fixará valor mínimo para reparação dos
danos causados pela infração, considerando
os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação
dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
V - atenderá, quanto à aplicação provisória de
interdições de direitos e medidas de
segurança, ao disposto no Título Xl deste Livro;
VI - determinará se a sentença deverá ser
publicada na íntegra ou em resumo e
designará o jornal em que será feita a
publicação (art. 73, § 1o, do Código Penal).

Súmulas correlatas
Súmula vinculante 26, STF
S.V 26. Para efeito de progressão de regime no
cumprimento de pena por crime hediondo, ou
equiparado, o juízo da execução observará a
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072,
de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar
se o condenado preenche, ou não, os
requisitos objetivos e subjetivos do benefício,
podendo determinar, para tal fim, de modo
fundamentado, a realização de exame
criminológico.
Súmulas 719, 718, 717, 716, 715, STF
Súmula 715

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A pena unificada para atender ao limite de
trinta anos de cumprimento, determinado pelo
art. 75 do código penal, não é considerada
para a concessão de outros benefícios, como
o livramento condicional ou regime mais
favorável de execução.

Súmula 716
Admite-se a progressão de regime de
cumprimento da pena ou a aplicação
imediata de regime menos severo nela
determinada, antes do trânsito em julgado da
sentença condenatória.

Súmula 717
Não impede a progressão de regime de
execução da pena, fixada em sentença não
transitada em julgado, o fato de o réu se
encontrar em prisão especial.

Súmula 718
A opinião do julgador sobre a gravidade em
abstrato do crime não constitui motivação
idônea para a imposição de regime mais
severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.

Súmula 719
A imposição do regime de cumprimento mais
severo do que a pena aplicada permitir exige
motivação idônea.
Súmulas 491, 471, 440, 439, 269, STJ
Súmula 491: é inadmissível a chamada
progressão per saltum de regime prisional.

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Súmula: 471 – STJ Os condenados por crimes
hediondos ou assemelhados cometidos antes
da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se
ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei
de Execução Penal) para a progressão de
regime prisional.

Súmula 440/STJ - Fixada a pena-base no


mínimo legal, é vedado o estabelecimento de
regime prisional mais gravoso do que o cabível
em razão da sanção imposta, com base
apenas na gravidade abstrata do delito.

Súmula 439/STJ - Admite-se o exame


criminológico pelas peculiaridades do caso,
desde que em decisão motivada.

Súmula 269, STJ - É admissível a adoção do


regime prisional semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro
anos se favoráveis as circunstâncias judicias.

Detenção – regime inicial


a) Pena imposta superior a 4 anos: regime semiaberto;
b) Pena imposta igual ou inferior a 4 anos: regime aberto;
c) Condenação reincidente: regime semiaberto;
d) Circunstâncias judiciais desfavoráveis: regime semiaberto.

Regime fechado – regras:


a) Guia de recolhimento – artigo 87, LEP;
Art. 87. A penitenciária destina-se ao
condenado à pena de reclusão, em regime
fechado.
b) Exame criminológico – artigo 8, LEP e 34, CP;
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena
privativa de liberdade, em regime fechado,

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será submetido a exame criminológico para a
obtenção dos elementos necessários a uma
adequada classificação e com vistas à
individualização da execução.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por
fundação, ou empresa pública, com
autonomia administrativa, e terá por objetivo a
formação profissional do condenado.
c) Trabalho interno
d) Trabalho externo – artigo 37, LEP
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
autorizada pela direção do estabelecimento,
dependerá de aptidão, disciplina e
responsabilidade, além do cumprimento
mínimo de 1/6 (um sexto) da pena.
Observações importantes:
i. A pena em regime fechado deve ser cumprida em
penitenciária em sela individual, salubre e arejada, com
dormitório, aparelho sanitário e lavatório, área mínima de
6m².
ii. O preso não pode frequentar cursos fora do
estabelecimento prisional;
iii. O trabalho externo é permitido, desde que em obras
públicas ou assistenciais e, ainda assim, depois de cumprido
1/6 da pena imposta;
iv. O trabalho interno ou externo não está sujeito ao regime
celetista, mas conta com as garantias da previdência
social;
v. O preso político e provisório não estão obrigados a
trabalhar.

Regime semiaberto – regras


a) Guia de recolhimento, conteúdo:
- nome do condenado;

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- sua qualificação e registro geral do órgão oficial de
identificação;
- inteiro teor da denúncia e da sentença condenatória, bem
coo certidão de trânsito em julgado;
Informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
Data de terminação da pena;
Peças importantes do processo.
b) Exame criminológico;
c) Trabalho-regras-direito e dever do condenado;
d) Saída temporária.

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. PENAS: penas privativas de liberdade: regime aberto- regras, regime
especial, direitos do preso, trabalho do preso, progressão, regressão – hipóteses,
superveniência de doença mental, remição, detração, regime disciplinar diferenciado.
AULA 27
PENAS
d. Penas privativas de liberdade
Regime aberto – regras
a) Requisitos:
- guia de recolhimento – artigo 107, LEP;
Art. 107. Ninguém será recolhido, para
cumprimento de pena privativa de liberdade,
sem a guia expedida pela autoridade
judiciária.
- trabalho lícito;
- trabalho e remição da pena – não existe remição da pena
pelo trabalho no aberto. O estudo irá remir a pena;
- exceção à obrigatoriedade do trabalho do preso – artigo 117,
LEP – preso provisório e preso político não precisam trabalhar.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento
do beneficiário de regime aberto em
residência particular quando se tratar de:
I - condenado maior de 70 (setenta) anos;
II - condenado acometido de doença grave;

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III - condenada com filho menor ou deficiente
físico ou mental;
IV - condenada gestante.
b) Condições – artigo 115, LEP;
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições
especiais para a concessão de regime aberto,
sem prejuízo das seguintes condições gerais e
obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado,
durante o repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários
fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside,
sem autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e
justificar as suas atividades, quando for
determinado.
c) Prisão albergue domiciliar – cabimento artigo 117, LEP;
d) Inexistência de casa de albergue – posição do SJT: vai para o
semiaberto; posição do STF: vai para casa.
Regime especial
Artigo 37, CP.
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em
estabelecimento próprio, observando-se os
deveres e direitos inerentes à sua condição
pessoal, bem como, no que couber, o disposto
neste Capítulo.
Direitos do preso
Artigo 38, CP.
Art. 38 - O preso conserva todos os direitos não
atingidos pela perda da liberdade, impondo-
se a todas as autoridades o respeito à sua
integridade física e moral.
Trabalho do preso
Artigo 39, CP.

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Art. 39 - O trabalho do preso será sempre
remunerado, sendo-lhe garantidos os
benefícios da Previdência Social.
a) Direito – artigo 41, LEP
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do
tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação;
VI - exercício das atividades profissionais,
intelectuais, artísticas e desportivas anteriores,
desde que compatíveis com a execução da
pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica,
educacional, social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de
sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o
advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de
parentes e amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às
exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do
estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer
autoridade, em defesa de direito;
XV - contato com o mundo exterior por meio
de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não
comprometam a moral e os bons costumes.

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XVI - atestado de pena a cumprir, emitido
anualmente, sob pena da responsabilidade
da autoridade judiciária competente.
(Incluído pela Lei nº 10.713, de 2003)
b) Dever – artigo 39, LEP
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e
cumprimento fiel da sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a
qualquer pessoa com quem deva relacionar-
se;
III - urbanidade e respeito no trato com os
demais condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos
individuais ou coletivos de fuga ou de
subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das
ordens recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus
sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível,
das despesas realizadas com a sua
manutenção, mediante desconto
proporcional da remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou
alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
c) A jornada de trabalho não pode ser inferior a 6 horas e salário
não pode ser inferior a ¾ do salário mínimo.
d) Destinação do salário do preso: assistência à família e pessoa,
indenização dos danos causados com o delito e ressarcimento
ao estado das despesas com execução.
Progressão
Artigo 33, §2º, CP.

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Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida
em regime fechado, semiaberto ou aberto. A
de detenção, em regime semiaberto, ou
aberto, salvo necessidade de transferência a
regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão
ser executadas em forma progressiva,
segundo o mérito do condenado, observados
os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses
de transferência a regime mais rigoroso:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito)
anos deverá começar a cumpri-la em regime
fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena
seja superior a 4 (quatro) anos e não exceda a
8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la
em regime semiaberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena
seja igual ou inferior a 4 (quatro) anos, poderá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.
 Requisito objetivo: 1/6 da pena;
 Requisito subjetivo: mérito do condenado (artigo 112, LEP);
Art. 112. A pena privativa de liberdade será
executada em forma progressiva com a
transferência para regime menos rigoroso, a
ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver
cumprido ao menos um sexto da pena no
regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário, comprovado
pelo diretor do estabelecimento, respeitadas
as normas que vedam a progressão.
 Crimes hediondos: 2/5 e 3/5;
 Progressão realizada por saltos – impossibilidade.
Regressão – hipóteses

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a) Fato definido como doloso ou falta grave (artigo 50, LEP);
Art. 50. Comete falta grave o condenado à
pena privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para
subverter a ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz
de ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições
impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II
e V, do artigo 39, desta Lei.
VII - tiver em sua posse, utilizar ou fornecer
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou
com o ambiente externo. (Incluído pela Lei nº
11.466, de 2007)
b) Condenação por crime anterior cuja a pena, somada ao
remanescente, torna cabível o regime (artigo 118, LEP);
Art. 118. A execução da pena privativa de
liberdade ficará sujeita à forma regressiva,
com a transferência para qualquer dos
regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou
falta grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja
pena, somada ao restante da pena em
execução, torne incabível o regime (artigo
111).
c) Frustração dos fins da execução da pena (regime aberto);
d) Inadimplemento da multa cumulativamente aplicada (regime
aberto).
Obs.: em caso de falta grave, antes da regressão, o juiz
obrigatoriamente, deve ouvir o reeducando.
Artigo 33, §4º, CP.

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Art. 33, § 4o O condenado por crime contra a
administração pública terá a progressão de
regime do cumprimento da pena
condicionada à reparação do dano que
causou, ou à devolução do produto do ilícito
praticado, com os acréscimos legais.
Superveniência de doença mental
Artigo 41, CP.
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém
doença mental deve ser recolhido a hospital
de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à
falta, a outro estabelecimento adequado.
Remição
Consiste no abatimento de um dia de pena para casa três dias de
trabalho do condenado (compensação) ou estudo.
Particularidades:
 Remição tem caráter geral, aplicando-se aos crime
hediondos;
 Depende de declaração do juiz após ouvido o MP;
 Tempo remido é pena cumprida;
 Trabalhos artesanais não dão direito a remição;
 Falta grave apaga 1/3 do tempo remido (artigo 127, LEP);
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá
revogar até 1/3 (um terço) do tempo remido,
observado o disposto no art. 57, recomeçando
a contagem a partir da data da infração
disciplinar.
 A lei 12.433/11 – remição pelo estudo em qualquer regime
de cumprimento de pena;
 A cada 12 horas de frequência escolar, distribuída em 3
dias, será remida 1 dia da pena;
 As atividades de estudo: presencial ou a distância, desde
que certificadas;
 Artigo 126, §5º, LEP;

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Art. 126. O condenado que cumpre a pena em
regime fechado ou semiaberto poderá remir,
por trabalho ou por estudo, parte do tempo de
execução da pena. (Redação dada pela Lei
nº 12.433, de 2011).
§ 5o O tempo a remir em função das horas de
estudo será acrescido de 1/3 (um terço) no
caso de conclusão do ensino fundamental,
médio ou superior durante o cumprimento da
pena, desde que certificada pelo órgão
competente do sistema de educação.
(Incluído pela Lei nº 12.433, de 2011)
 Aplica-se a remição às prisões cautelares (artigo 126, §7º,
LEP);
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às
hipóteses de prisão cautelar. (Incluído pela Lei
nº 12.433, de 2011)
 Artigo 126, §3º, LEP;
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de
remição, as horas diárias de trabalho e de
estudo serão definidas de forma a se
compatibilizarem. (Redação dada pela Lei nº
12.433, de 2011)
 O acidente de trabalho que impossibilite o preso, dá direito
a remição;
 Não se aplica a remição ao preso submetido a medida de
segurança;
 Aplica-se remição para livramento na condicional.

Detração
Artigo 42, CP
 Competência exclusiva do Juízo da Execução – artigo 66,
III, “c”, LEP;
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
III - decidir sobre:

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c) detração e remição da pena;
 É possível em caso de conexão ou continência de delitos;
 Trabalho como direito e dever do condenado –
considerações.

Regime disciplinar diferenciado


Artigo 52, LEP.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime
doloso constitui falta grave e, quando
ocasione subversão da ordem ou disciplina
internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao
regime disciplinar diferenciado, com as
seguintes características: (Redação dada pela
Lei nº 10.792, de 2003)
I - duração máxima de trezentos e sessenta
dias, sem prejuízo de repetição da sanção por
nova falta grave de mesma espécie, até o
limite de um sexto da pena aplicada; (Incluído
pela Lei nº 10.792, de 2003)
II - recolhimento em cela individual; (Incluído
pela Lei nº 10.792, de 2003)
III - visitas semanais de duas pessoas, sem
contar as crianças, com duração de duas
horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003)
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2
horas diárias para banho de sol. (Incluído pela
Lei nº 10.792, de 2003)

Ementa da Aula:
DIREITO PENAL. TEORIA DAS PENAS: PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO:
Características. Espécies. Classificação. Fora do CP. Questão de concurso.
AULA 28
1. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO

Em que pese em não estarem cominadas no preceito secundário, na verdade


o artigo 59, IV, CP, diz que elas são penas de primeira categoria. O princípio da

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intervenção mínima, primeiro analisa a aplicação de outra pena que não seja
a privativa de liberdade. A pena de restritiva de direito e a pena de multa vem
em primeiro lugar. O juiz, obrigatoriamente deve aplicar a pena menos severa.

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos


antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e consequências do crime,
bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do
crime:

IV - a substituição da pena privativa da


liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível.

O artigo 43, CP traz as espécies das penas restritivas de direito.

Art. 43. As penas restritivas de direitos são:


(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº


9.714, de 1998)

II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei


nº 9.714, de 1998)

III - limitação de fim de semana. (Incluído pela


Lei nº 7.209, de 1984)

IV - prestação de serviço à comunidade ou a


entidades públicas; (Incluído pela Lei nº 9.714,
de 25.11.1998)

V - interdição temporária de direitos; (Incluído


pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela


Lei nº 9.714, de 25.11.1998)

2. CARACTERÍSTICAS

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São alternativas (pois servem de alternativa ao cárcere), e substitutivas
(primeiro o magistrado aplica a pena privativa de liberdade e depois a substitui
por uma restritiva de direito).

3. ESPÉCIES

Prestação pecuniária: serve para indenizar a vítima.

Perda de bens e valores: única pena transcendente do direito penal, única


pena que passa da pessoa do condenado, morreu o condenado, pode
transferir para o seus sucessores.

Limitação de fim de semana

Prestação de serviços a comunidade ou a entidades públicas (uma hora de


prestação de serviço por dia de condenação, serão 7h por semana).

Interdição temporária de direitos (proibição de prestar concursos públicos, é


uma pena especifica)

4. CLASSIFICAÇÃO

Reais: prestação pecuniária; perda de valores ou bem.

Pessoais: prestação de serviços à comunidade; interdição temporária de


direitos; limitação de fim de semana.

Quando se aplica a pena restritiva de direitos antes de iniciar o processo? (ver


essa parte da aula).

Nas ações penais públicas, preenchidos os requisitos, o mp – transação penal.

E nas ações penais privadas? A transação penal preenchidos os requisitos é


direito público subjetivo do autor do fato.

5. FORA DO CP

Existem penas restritivas fora do código penal, como por exemplo, no art. 28
da lei n. 11343/2006:

I – Advertência sobre o uso de drogas

II – Prestação de serviços a comunidade

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III – Medida educativa de comparecimento a programa ou curso
educativo.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em


depósito, transportar ou trouxer consigo, para
consumo pessoal, drogas sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou
regulamentar será submetido às seguintes
penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a


programa ou curso educativo.

Também podemos encontrá-las como penas principais e não alternativas


como ocorre nos artigos 302 e 303 do CTB.

Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção


de veículo automotor:

Penas - detenção, de dois a quatro anos, e


suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na


direção de veículo automotor:

Penas - detenção, de seis meses a dois anos e


suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo
automotor.

6. QUESTÃO DE CONCURSO

Não se inclui dentre as penas restritivas de direito:

A) Multa
B) Perda de bens e valores

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C) Prestação de serviços à comunidade
D) Interdição temporária de direitos
E) Limitação de fim de semana.

Até 1 ano = 1 multa ou restritiva de direitos

Mais de 1 ano até 4 anos = 1 multa + restritiva de direitos ou 2 restritivas de direitos

A multa tem caráter substitutivo, mas não é pena alternativa.

A pena de multa tem 4 espécies:

i. Pena única cominada;


ii. Pena cumulativa com a pena privativa de liberdade;
iii. Alternância a pena privativa de liberdade
iv. Substitutiva da privativa de liberdade aplicada na sentença.

Artigo 44, CP.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são


autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando: (Redação dada pela Lei
nº 9.714, de 1998)

I - aplicada pena privativa de liberdade não


superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à
pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo;(Redação
dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

II - o réu não for reincidente em crime doloso;


(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)

III - a culpabilidade, os antecedentes, a


conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição
seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)

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Primeiro critério: tempo. Para o crime doloso = pena aplicada na sentença de
até 4 anos.

Para o crime culposo, não tem limite, qualquer quantidade de pena.

Que o crime não seja praticado com violência ou grave ameaça contra a
pessoa.

Nos crimes menor potencial ofensivo, em que pese, ter no seu descritivo,
violência ou grave ameaça contra a pessoa, permitem a substituição.

O réu não seja reincidente em crime doloso (requisito de ordem subjetiva).

Artigo 44, §§2º, 3º, 4º, CP.

Reincidência específica é o mesmo crime: furto e furto

Reincidência especial: crimes hediondos.

§4º - hipóteses de conversão.

§ 2o Na condenação igual ou inferior a um


ano, a substituição pode ser feita por multa ou
por uma pena restritiva de direitos; se superior
a um ano, a pena privativa de liberdade pode
ser substituída por uma pena restritiva de
direitos e multa ou por duas restritivas de
direitos. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)

§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz


poderá aplicar a substituição, desde que, em
face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendável e a reincidência
não se tenha operado em virtude da prática
do mesmo crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)

§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se


em privativa de liberdade quando ocorrer o
descumprimento injustificado da restrição
imposta. No cálculo da pena privativa de
liberdade a executar será deduzido o tempo
cumprido da pena restritiva de direitos,

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respeitado o saldo mínimo de trinta dias de
detenção ou reclusão. (Incluído pela Lei nº
9.714, de 1998)

QUESTÕES

1) Ano: 2016Banca: CESPE Órgão: PC-PE Prova: Delegado de Polícia

O ordenamento penal brasileiro adotou a sistemática bipartida de infração


penal — crimes e contravenções penais —, cominando suas respectivas penas,
por força do princípio da legalidade. Acerca das infrações penais e suas
respectivas reprimendas, assinale a opção correta.

a) O crime de homicídio doloso praticado contra mulher é hediondo e, por


conseguinte, o cumprimento da pena privativa de liberdade iniciar-se-á em
regime fechado, em decorrência de expressa determinação legal.

b) No crime de tráfico de entorpecente, é cabível a substituição da pena


privativa de liberdade por restritiva de direitos, bem como a fixação de regime
aberto, quando preenchidos os requisitos legais.

c) Constitui crime de dano, previsto no CP, pichar edificação urbana. Nesse


caso, a pena privativa de liberdade consiste em detenção de um a seis meses,
que pode ser convertida em prestação de serviços à comunidade.

d) O STJ autoriza a imposição de penas substitutivas como condição especial


do regime aberto.

e) O condenado por contravenção penal, com pena de prisão simples não


superior a quinze dias, poderá cumpri-la, a depender de reincidência ou não,
em regime fechado, semiaberto ou aberto, estando, em quaisquer dessas
modalidades, obrigado a trabalhar.

2) Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: PC-CE Prova: Delegado de Polícia Civil de
1a Classe

Crime que tem reprimenda privativa de liberdade cominada de 1 (um) ano a 4


(quatro) anos, após ter reconhecida a modalidade tentada e sem considerar

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qualquer outra majorante ou minorante, terá pena fixada entre os patamares
mínimo de

a) 4 (quatro) meses e máximo de 1 (um) ano e 4 (quatro) meses.

b) 6 (seis) meses e máximo de 3 (três) anos.

c) 9 (nove) meses e máximo de 3 (três) anos e 4 (quatro) meses.

d) 9 (nove) meses e máximo de 2 (dois) anos e oito meses.

e) 4 (quatro) meses e máximo de 2 (dois) anos e 8 (oito meses).

3) Ano: 2014Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia

Observadas as disposições do Código Penal referentes à aplicação da pena,


analise as afirmações a seguir.

I - No concurso de crimes, as penas de multa são aplicadas distinta e


integralmente.

II - São circunstâncias que sempre atenuam a pena, ter o agente


desconhecimento da lei, bem como cometido o crime por motivo de relevante
valor social ou morai.

III - Quando forem aplicadas penas restritivas de direitos, o condenado cumprirá


simultanea- mente as que forem compatíveis entre si e sucessivamente às
demais.

IV - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao


invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa,
responde como se tivesse praticado o crime na forma culposa.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas I, II e III estão corretas.

b) Apenas I, II e IV estão corretas.

c) Apenas II e IV estão corretas.

d) Apenas II e III estão corretas.

e) Todas as afirmações estão corretas.

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GABARITO

1- B 2- E 3- A

Ementa da Aula:

DIREITO PENAL. TEORIA DAS PENAS: PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO: Regras


para a substituição. Súmula correlata. Hipóteses de conversão.
Prestação pecuniária. Perda de bens ou valores. Prestações de serviços
à comunidade. Interdição temporária de direitos. Limitação de fim de
semana.
AULA 29
1. REGRAS PARA A SUBSTITUIÇÃO.

Requisitos cumulativos para a substituição:

a) Pena privativa de liberdade não superior a 4 anos (objetivo)

b) Crime sem violência ou grave ameaça à pessoa (objetivo)*

c) Réu não reincidente em crime doloso (objetivo)**;

d) Culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do


condenado, bem como motivos e circunstâncias do crime assim o
indicarem (subjetivo).

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e) Em crime culposo não há limite de pena (objetivo);

f) Se o condenado for reincidente, excepcionalmente pode-se


aplicar a pena substitutiva.**

* Lei n. 9.099/95 –Lesões corporais leves e ameaça

** Exceto se houver reincidência específica

Se a condenação for igual ou inferior a 1 ano a pena poderá ser substituída por
multa ou 1 pena restritiva de direito.

Se a condenação for pena superior a 1 ano e que não exceda a 4 anos, poderá
ser substituída por 1 pena restritiva de direito mais uma pena de multa ou 2
penas restritivas de direito, desde que compatíveis.

2. SÚMULA CORRELATA.

Súmula 171, STJ: “Cominadas cumulativamente, em lei especial, penas


privativas de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da prisão por
multa”.

3. QUESTIONAMENTOS

O que ocorre se houver descumprimento da pena substitutiva? Efeito:


conversão em privativa de liberdade. A conversão se dá pelo tempo que resta
da pena, se for pecuniária, faz a proporcionalidade, e se for restritiva de direitos
que fala em tempo, converte-se em pena privativa de liberdade, se, por
exemplo, deixar de cumprir por 2 dias, faz-se audiência de justificação, se a
justificativa não for boa, converte depois de ouvido o MP, o mínimo é de 30 dias
(para não incentivar esse tipo de comportamento).

Se sobrevier outra condenação, o que deve fazer o juiz? Se a nova condenação


não for substituída também, ele não tem como cumprir a prestação de serviço
à comunidade e haverá a conversão.

É possível a substituição quando se tratar de crime de tráfico? Sim, a Resolução


5 do Senado tirou essa proibição da Lei 8.072. Hoje, se preenchidos os requisitos
objetivos e subjetivos, no tráfico é possível, perfeitamente, a substituição por
restritivas de direitos.

4. HIPÓTESES DE CONVERSÃO

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Artigo 181, parágrafo 1º da LEP.

Art. 181. A pena restritiva de direitos será


convertida em privativa de liberdade nas
hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos
do Código Penal .
§ 1º A pena de prestação de serviços à
comunidade será convertida quando o
condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar
incerto e não sabido, ou desatender a
intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à
entidade ou programa em que deva prestar
serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o
serviço que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena
privativa de liberdade, cuja execução não
tenha sido suspensa.

Quando o condenado não for encontrado por estar em lugar incerto e não
sabido, ou desatender a intimação editalícia.
Não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em que deva
prestar o serviço.
Recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço, que lhe foi imposto.
Praticar falta grave.
Sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade, cuja
execução não tenha sido suspensa.
5. Prestação pecuniária
Não se confunde com multa.
Artigo 45, §§1º, 2º CP.

Art. 45. Na aplicação da substituição prevista


no artigo anterior, proceder-se-á na forma

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deste e dos arts. 46, 47 e 48. (Redação dada
pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 1o A prestação pecuniária consiste no
pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou
privada com destinação social, de
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1
(um) salário mínimo nem superior a 360
(trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor
pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. (Incluído pela Lei
nº 9.714, de 1998)
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver
aceitação do beneficiário, a prestação
pecuniária pode consistir em prestação de
outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de
1998)
Cesta básica nasce do parágrafo segundo do artigo 45. Prestação pecuniária
é um valor em dinheiro, mas se a vítima aceitar, o condenado poderá pagar
prestação de outra natureza, inclusive cesta básica. A lei Maria da penha
proibiu a cesta básica.
Prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de
importância fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a
360 (trezentos e sessenta) salários mínimos.
Prestação pecuniária difere da multa: As multas destinam-se ao Fundo
Penitenciário, enquanto a prestação pecuniária é devida à vítima,
dependentes ou às entidades fixadas pela lei.

Observações:
a) Vítima e seus dependentes têm prioridade no recebimento da
prestação pecuniária.

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b) Nos delitos que na hajam vítimas (art. 288, do CP), pode o juiz dar
destino à prestação pecuniária a entidade pública ou privada com
destinação social
c) Condenação tem limite entre 1 e 360 salários
d) O valor pago à vítima e seus dependentes será deduzido de
indenização civil
e) Necessidade de comprovação de dano material ou moral por parte
da vítima
f) Se houver aceitação da vítima, a pena de prestação pecuniária pode
ser substituída por prestação outra natureza – (parágrafo 2. do artigo 45).

6. Perda de bens ou valores


Consiste na perda de bens e valores pertencentes ao condenado em favor do
Fundo Penitenciário Nacional, ressalvada a legislação especial. O limite máximo
da perda será – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou o do
proveito obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da prática do
crime.
Perdimento de bens difere do confisco: o confisco não é pena principal, mas
efeito extrapenal da condenação e recai sobre instrumentos, produtos e
proveito do crime (art. 91, II, a e b, CP). A perda de bens o valores é pena
principal e atinge bens e valores de origem lícita.
Art. 91 - São efeitos da condenação:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - a perda em favor da União, ressalvado o
direito do lesado ou de terceiro de boa-fé:
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) dos instrumentos do crime, desde que
consistam em coisas cujo fabrico, alienação,
uso, porte ou detenção constitua fato ilícito;
b) do produto do crime ou de qualquer bem
ou valor que constitua proveito auferido pelo
agente com a prática do fato criminoso.
Diferenças entre as penas de confisco e perda de valores e bens

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- A primeira e efeito da sentença penal condenatória, enquanto a
segunda é pena substitutiva à privação de liberdade.
- Existe previsão para a perda de bens e valores quando o condenado
houver causado um prejuízo em virtude da prática do delito, mesmo que
não tendo, de alguma forma, sido beneficiado com isso; tal previsão não
se encontra prevista na alínea b, do inc. II do artigo 91 do CP, que faz
somente menção à perda do produto do crime ou de qualquer bem ou
valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato
criminoso.

7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE

Consiste na atribuição ao condenado, quando sofrer pena superior a seis meses


de privação da liberdade, de tarefas gratuitas junto a entidades assistenciais,
hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em
programas comunitários (ou estatais) ou a entidades públicas.

Competência do juízo da execução.


Destaques
i. Só é cabível para penas privativas de liberdade superiores a 6 meses.
ii. Se a pena substitutiva for superior a 1 ano, é facultado ao condenado
cumpri-la em menor tempo nunca inferior a metade.
iii. Alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la à modificações ocorridas
na jornada de trabalho.
8. INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS
a) Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem
como de mandato eletivo;
b) Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam
de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
c) Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo
(revogado parcialmente pelo CTB ao tratar de veículo automotor);
d) Proibição de frequentar determinados lugares.

9. LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA.

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Consiste na obrigação do condenado de permanecer aos sábados e
domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou estabelecimento
similar (art. 93, LEP), podendo ser ministrado aos condenados, durante a
permanência, cursos, palestras ou atividades educativas.

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao


cumprimento de pena privativa de liberdade,
em regime aberto, e da pena de limitação de
fim de semana.

Ementa da Aula:

DIREITO PENAL. TEORIA DAS PENAS: MULTA. CRITÉRIO TRIFÁSICO DE


APLICAÇÃO DA PENA.
AULA 30
1. MULTA

A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia


fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e,
no máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-multa.

O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser inferior a um trigésimo
do maior salário mínimo mensal vigente ao tempo do fato, nem superior a 5
(cinco) vezes esse salário.

O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de


correção monetária. (art. 49 e §§, CP).

Art. 49 - A pena de multa consiste no


pagamento ao fundo penitenciário da
quantia fixada na sentença e calculada em
dias-multa. Será, no mínimo, de 10 (dez) e, no
máximo, de 360 (trezentos e sessenta) dias-

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multa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz


não podendo ser inferior a um trigésimo do
maior salário mínimo mensal vigente ao tempo
do fato, nem superior a 5 (cinco) vezes esse
salário. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando


da execução, pelos índices de correção
monetária. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Critérios para fixação da multa:

I – quantidade de dias-multa: entre 10 e 360;

II – valor do dia-multa: 1/30 até 5 salários mínimos vigentes à época do crime;

III – quantidade X valor = multa

Obs.: O valor do dia-multa toma por base a “situação econômica” do


condenado.

Existe divergência quanto ao critério de fixação para o número de dias-multa.

Termo inicial da correção monetária – posições:

- a partir da citação do condenado para pagamento;

- a partir do trânsito em julgado da sentença condenatória;

- a partir da data do fato: súmula 43 do STJ: “Incide correção monetária sobre


dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”.

Conversão da multa em detenção: abolida com a lei 9268/96;

Conversão da detenção em multa: “cominadas, cumulativamente, em lei


especial, penas privativa de liberdade e pecuniária, é defeso a substituição da
prisão por multa.” (súmula 171 do STJ)

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Multa no concurso de crimes: penas aplicadas distinta e integralmente (art.72,
CP).

Art. 72 - No concurso de crimes, as penas de


multa são aplicadas distinta e integralmente.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Pagamento da penal de multa

- Dez dias após o trânsito em julgado da sentença

- O pagamento pode ser feito em parcelas mensais (art. 50 do CP)

Art. 50 - A multa deve ser paga dentro de 10


(dez) dias depois de transitada em julgado a
sentença. A requerimento do condenado e
conforme as circunstâncias, o juiz pode
permitir que o pagamento se realize em
parcelas mensais. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

- Pode realizar-se mediante desconto no vencimento do condenado,


quando:

a) Aplicada isoladamente;

b) Aplicada cumulativamente com restritiva de direitos;

c) Concedida suspensão condicional da pena.

2. CRITÉRIO TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA

Artigo 68, CP.

Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-


se ao critério do art. 59 deste Código; em
seguida serão consideradas as circunstâncias
atenuantes e agravantes; por último, as causas
de diminuição e de aumento. (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Circunstâncias judiciais – artigo 59, CP. (pena-base)- diz respeito a pessoa do
condenado, culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade.

Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos


antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às
circunstâncias e conseqüências do crime,
bem como ao comportamento da vítima,
estabelecerá, conforme seja necessário e
suficiente para reprovação e prevenção do
crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

I - as penas aplicáveis dentre as cominadas;


(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos


limites previstos; (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

III - o regime inicial de cumprimento da pena


privativa de liberdade; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

IV - a substituição da pena privativa da


liberdade aplicada, por outra espécie de
pena, se cabível. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Circunstâncias atenuantes e agravantes – artigos 61 e 65, CP. (legais) –


primeiro analisa as atenuantes depois as agravantes

Art. 61 - São circunstâncias que sempre


agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

I - a reincidência; (Redação dada pela Lei nº


7.209, de 11.7.1984)

II - ter o agente cometido o crime: (Redação


dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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a) por motivo fútil ou torpe;

b) para facilitar ou assegurar a execução, a


ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime;

c) à traição, de emboscada, ou mediante


dissimulação, ou outro recurso que dificultou
ou tornou impossível a defesa do ofendido;

d) com emprego de veneno, fogo, explosivo,


tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que podia resultar perigo comum;

e) contra ascendente, descendente, irmão ou


cônjuge;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-


se de relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade;

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-


se de relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade, ou com violência contra a
mulher na forma da lei específica; (Redação
dada pela Lei nº 11.340, de 2006)

g) com abuso de poder ou violação de dever


inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;

h) contra criança, velho, enfermo ou mulher


grávida.

(Redação dada pela Lei nº 9.318, de 1996)

h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos,


enfermo ou mulher grávida; (Redação dada
pela Lei nº 10.741, de 2003)

i) quando o ofendido estava sob a imediata


proteção da autoridade;

j) em ocasião de incêndio, naufrágio,


inundação ou qualquer calamidade pública,
ou de desgraça particular do ofendido;

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l) em estado de embriaguez preordenada.

Art. 65 - São circunstâncias que sempre


atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na


data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos,
na data da sentença; (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 11.7.1984)

II - o desconhecimento da lei; (Redação dada


pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - ter o agente:(Redação dada pela Lei nº


7.209, de 11.7.1984)

a) cometido o crime por motivo de relevante


valor social ou moral;

b) procurado, por sua espontânea vontade e


com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe
ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes
do julgamento, reparado o dano;

c) cometido o crime sob coação a que podia


resistir, ou em cumprimento de ordem de
autoridade superior, ou sob a influência de
violenta emoção, provocada por ato injusto
da vítima;

d) confessado espontaneamente, perante a


autoridade, a autoria do crime;

e) cometido o crime sob a influência de


multidão em tumulto, se não o provocou.

Causas especiais e gerais de diminuição e aumento de pena.

QUESTÕES

1) Ano: 2014Banca: Aroeira Órgão: PC-TO Prova: Agente de Polícia

Dentre as penas restritivas de direitos previstas na Parte Geral do Código Penal


está a prestação pecuniária, que consiste no pagamento em dinheiro à vítima,

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a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social,
de importância fixada pelo juiz, não inferior a :

a) um salário mínimo nem superior a trezentos e sessenta salários mínimos.

b) doze salários mínimos nem superior a trezentos e sessenta e cinco salários


mínimos.

c) meio salário mínimo nem superior a cento e oitenta salários mínimos

d) dois salários mínimos nem superior a duzentos e cinquenta salários mínimos.

2) Ano: 2014Banca: Aroeira Órgão: PC-TO Prova: Delegado de Polícia

Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, o agente


que voluntariamente repara o dano, depois do recebimento da denúncia ou
da queixa, mas antes do julgamento,

a) ficará com sua pena inalterada.

b) terá a pena reduzida de um a dois terços

c) terá a pena atenuada.

d) ficará isento de pena.

3) Ano: 2013Banca: CESPE Órgão: DPF Prova: Delegado

No que se refere às causas de exclusão de ilicitude e à prescrição, julgue o


seguinte item.

A detração é considerada para efeito da prescrição da pretensão punitiva,


não se estendendo aos cálculos relativos à prescrição da pretensão
executória.

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GABARITO

1- A 2- C 3- Errada

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