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I - DOS FATOS
II - DO DIREITO
"De fato, a lei veda o uso abusivo, uso irregular, uso anormal do direito" de
propriedade. Nos ensina, ainda, o saudoso Washington de Barros Monteiro:
“São ofensas ao sossego ruídos exagerados que perturbam ou molestam a
tranquilidade dos moradores, como gritarias e desordens, diversões
espalhafatosas, bailes perturbadores, artes rumorosas, [...], emprego de
alto-falantes de grandes potência nas proximidades das casas residenciais
[...]."
E assim é porque a emissão de ruídos acima dos limites suportáveis pelo ser
humano causa-lhe sérios malefícios à saúde, como insônia, redução da
acuidade auditiva, estresse, fadiga, aumento da pressão sanguínea,
problemas nervosos e inúmeros outros efeitos nocivos.
A poluição sonora pode gerar efeitos muito graves sobre a qualidade de vida
dos seres humanos e sobre o meio ambiente como um todo.
Efeitos Psicológicos
▪ Nervosismo.
▪ Fadiga mental.
▪ Frustração.
▪ Perturbações da atenção
e do sono.
▪ Causa irritabilidade.
Efeitos na comunicação
▪ Prejudica a qualidade do
trabalho.
Efeitos Fisiológicos
▪ Perda da audição.
▪ Dor de cabeça.
▪ Diminuição do
controle muscular.
▪ Dilatação da pupila.
Com fundamento no art. 497 do NCPC, eis que o ocorrido gerou grande
transtorno a toda a família do requerente, tem o requerente com total
interesse em cumprir com suas obrigações, mas necessário que seja
regularizada tal situação de incomodo. Não é possível viver com
normalidade sabendo que, todo domingo a pregações religiosos na praça do
bairro, atrapalhando o descanso de todos que residem próximo, visto que o
local não é nada adequado como um templo ou então igreja não podendo
usar de uma praça para realizar o que bem entender, pois para tudo á
limites.
Nesta seara, faz-se imprescindível a prestação da obrigação de “não fazer”,
de maneira que o requerido se atenha à aplicação das penalidades legais.
Esta medida visa a acarretar tranquilidade e segurança para o requerente e
sua família, assim como a vizinhança local, de que serão aplicadas apenas as
medidas legais caso vier a insistir nas suas pregações religiosas conforme
bem entender.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir
liminarmente.
Nos termos do artigo 497 do NCPC, “Na ação que tenha por objeto a
prestação de fazer ou de não fazer, o juiz, se procedente o pedido, concederá
a tutela específica ou determinará providências que assegurem a obtenção
de tutela pelo resultado prático equivalente.”, sem prejuízo na conversão em
perdas e danos prevista pelo artigo 499: “A obrigação somente será
convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a tutela
específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.”,
inclusive, possibilitando-se a fixação das astreintes como determinação
inibitória, que vise a garantir a obtenção do resultado, consoante
inteligência do artigo 500: “A indenização por perdas e danos dar-se-á sem
prejuízo da multa fixada periodicamente para compelir o réu ao
cumprimento específico da obrigação.”
Ressalta-se que o objetivo não é obrigar o requerido a pagar a multa, mas
sim cumprir a obrigação na forma específica, para que desista de seu intento
de pregar proclamações a céu aberto, em praça pública que abrange a todos
por ser local de fácil acesso, não podendo somente agradar aos religiosos
adeptos a pregação do pastor, como também há de se importar o desagrado
de uma significativa comunidade do bairro.
Caio Mário da Silva Pereira ensina que "o indivíduo é titular de direitos
integrantes de sua personalidade, o bom conceito que desfruta na sociedade,
os sentimentos que estornam a sua consciência, os valores afetivos,
merecedores todos de igual proteção da ordem jurídica" (PEREIRA, Caio
Mário da Silva. Responsabilidade Civil. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense.
1998. P. 59).
À luz do artigo 186 do Código Civil, in verbis, “aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano
a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
Para caracterização do dano moral, portanto, deve haver:
Preconiza o Art. 927 do Código Civil que “aquele que, por ato ilícito (arts.
186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. MARIA
HELENA DINIZ (Curso de Direito Civil Brasileiro, 7º vol., 9ª ed., Saraiva),
ressalva que a reparação do dano moral tem dupla função, a penal
"constituindo uma sanção imposta ao ofensor, visando à diminuição de seu
patrimônio, pela indenização paga ao ofendido, visto que o bem jurídico da
pessoa (integridade física, moral e intelectual) não poderá ser violado
impunemente", e a função satisfatória ou compensatória, pois "como o dano
moral constitui um menoscabo a interesses jurídicos extrapatrimoniais,
provocando sentimentos que não têm preço, a reparação pecuniária visa a
proporcionar ao prejudicado uma satisfação que atenue a ofensa causada."
Do valor indenizatório, visa a atender à tríplice função do ressarcimento por
dano moral, qual seja punitiva, pedagógica e reparadora, sendo importante,
para a sua determinação, a consideração da natureza do fato e seus
desdobramentos.
f) Por fim, sejam todas as intimações, inclusive via Diário Oficial, realizadas
na pessoa da advogada que esta subscreve, com endereço profissional na
profissional na Avenida Maripá, nº 721, Bairro Centro, Marechal Candido
Rondon/PR, CEP 85960-000, e e-mail raissa_naiane@hotmail.com , sob
pena de nulidade.
12 de Outubro de 2017.
Advogada
OAB/PR nº 4896