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TRABALHO E GÊNERO NO BRASIL NOS ÚLTIMOS DEZ ANOS

MARIA CRISTINA ARANHA BRUSCHINI

Problema: Progressos e atrasos na inserção feminina no mercado de trabalho brasileiro.


Panorama da escolarização, remuneração, tipos de emprego e o excesso de carga pela dupla
jornada de trabalho.

Método: base em estatísticas oficiais, como as do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,


do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério da Educação.

RESUMO

Este artigo retrata a realidade da mulher brasileira no mercado de trabalho desde 1990
até 2005. Sendo dividido em três partes. A primeira parte é demonstrada o crescimento da
presença feminina no mercado de trabalho brasileiro, na segunda é destacado as áreas que as
mulheres mais tiveram progresso, como educação e profissão, e por último destacam-se as
áreas às quais as mulheres tiveram pouco ou nenhum progresso. A primeira vista podemos
notar o grande crescimento da atividade feminina. Indicadores revelam que mais da metade
da população feminina em idade ativa trabalhou ou procurou trabalho em 2005 e que mais de
40 em cada 100 trabalhadores eram do sexo feminino, na mesma data. Porém, mesmo com
esse crescimento estamos distante dos homens que possuem taxas de atividade superiores a
70%. Não só de uma forma geral, há uma significativa mudança nos perfil das trabalhadoras,
que tinha um perfil de jovens, solteiras e sem filhos e passaram a serem mais velhas, casadas e
mães. Isso aconteceu devido a o envelhecimento da população, com maior expectativa de
vida ao nascer para as mulheres (75,5 anos) em relação aos homens (67,9 anos) e
principalmente por lares sendo chefiados por mulheres. Além dessas transformações
demográficas, mudanças nos padrões culturais e nos valores relativos ao papel social da
mulher como a inserção cada vez maior em faculdades influenciaram muito também nessas
mudanças. Infelizmente, mesmo com essas mudanças as mulheres continuam como principais
responsáveis pelas atividades domésticas, que acrescenta em muito a sobrecarga de trabalho.
Um estudo feito mostra que as taxas de atividades das mães são mais baixas quando os filhos
têm menos de dois anos, em comparação àquelas das mães de filhos maiores. Porém, todas as
mães, mesmo as de filhos muito pequenos, ampliaram sua presença no mercado de trabalho A
segunda parte disserta sobre a escolaridade e a ocupação. O principal motivo do crescimento
feminino no mercado brasileiro acontece devido ao aumento da escolaridade, que sobressai
aos homens. O tempo de escolaridade tem forte impacto nas taxas de atividades, mulheres
com mais de 15 anos de instrução chegam a ocupar 83% da taxa de brasileiras ativas. A
quantidade de ingressantes e concluintes femininas em universidades aumenta cada dia mais,
especialmente nas áreas consideradas ‘’para mulheres’’ como: educação, saúde e bem-estar
social e humanidades e artes. Porém estamos também tomando espaço em áreas masculinas,
como a área de engenharia. Mesmo ainda sendo em número inferior, as mulheres
representam cada vez mais em profissões tidas de grande prestígio como medicina,
arquitetura e direito, sejam de cargo público ou profissional liberal. Esse ingresso aconteceu
principalmente a mudanças culturais, representadas pelos movimentos sociais e políticos e a
expansão das universidades públicas e privadas. Mesmo com essa mudança positiva para as
mulheres, foi possível identificar que as mulheres em cargos mais elevados recebiam menos
que os homens.

Na terceira parte do estudo, é ressaltado que a inserção das mulheres no mercado de


trabalho brasileiro ainda é em serviços tido como precários. São elas, trabalhadoras
domésticas, atividades não remuneradas ou trabalhos na produção para o consumo próprio ou
do grupo familiar. Com essa pesquisa podemos identificar também que além de muitas
trabalhadoras serem informais, ou seja, desprotegidas pela legislação, as mulheres também
têm sido especialmente atingidas pelo desemprego, a taxa de desemprego é maior entre elas,
do que entre eles. Um dos motivos apontados é que como a população de mulheres
economicamente ativa está aumentando, o desemprego aumenta junto com ela.

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