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ANA ELISA MARCHESAN RAMOS

ANÁLISE PRELIMINAR DOS RISCOS DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS


FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA ÁREA EM UM AEROPORTO NA REGIÃO
CENTRAL DO ESTADO

Santa Maria

2019
ANA ELISA MARCHESAN RAMOS

ANÁLISE PRELIMINAR DOS RISCOS DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS


FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA ÁREA EM UM AEROPORTO NA REGIÃO
CENTRAL DO ESTADO

Monografia apresentada ao Curso de


especialização: Engenharia em Segurança do
Trabalho, da Universidade Franciscana - UFN,
como requisito parcial para obtenção do título
de especialista.

Orientadora: Profa. Enfa. Dra. Rosiane Filipin Rangel

Santa Maria

2019
ANA ELISA MARCHESAN RAMOS

ANÁLISE PRELIMINAR DOS RISCOS DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS


FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA ÁREA EM UM AEROPORTO NA REGIÃO
CENTRAL DO ESTADO

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Profa. Enfa. Dra. Rosiane Filipin Rangel

Universidade Franciscana – UFN

________________________________________________

Prof. Me. Adriano da Silva Falcão

Universidade Franciscana - UFN

____________________________________________________

Prof. ????????????

Santa Maria, 11 de Março de 2019.


ANÁLISE PRELIMINAR DOS RISCOS DAS ATIVIDADES REALIZADAS PELOS
FUNCIONÁRIOS DE UMA EMPRESA ÁREA EM UM AEROPORTO NA REGIÃO
CENTRAL DO ESTADO
PRELIMINARY RISK ANALYSIS OF THE PERFORMED ACTIVITIES REALIZED BY
EMPLOYEES OF A COMPANY AREA AT AN AIRPORT IN THE CENTRAL REGION
OF THE STATE

Ana Elisa Marchesan Ramos


Pós-graduanda em Engenharia de Segurança do Trabalho - Universidade Franciscana (UFN)
E-mail: anaemr@gmail.com
Rosiane Filipin Rangel
Orientador – Universidade Franciscana (UFN)
E-mail: rosianerangel@yahoo.com.br

RESUMO

As atividades realizadas no setor da aviação têm como fundamental princípio a segurança,


porém, apesar de apresentar este cuidado e de todas as ações serem calculadas para que tudo
ocorra dentro do previsto, ainda é considerado um ambiente causador de acidentes, e quando
estes se dão, podem ser catastróficos. O aeroporto estudado no presente artigo está localizado
na região central do estado do Rio Grande do Sul, é administrado pela Prefeitura da cidade,
utiliza da pista de pouso da Base Aérea, conta com a segurança da Guarda Municipal e aloja
uma empresa aérea (responsável pelos voos diretos a capital), que também possui uma
terceirizada encarregada pelas bagagens e cargas. Cada um destes setores dentro do aeroporto
possui funcionários e todos estão diariamente expostos aos mesmos riscos, além dos riscos de
suas próprias funções. Devido a este fato, fazendo uso da ferramenta de Análise Preliminar de
Riscos (APR) este artigo foi constituído com o intuito de identificar os riscos ocupacionais
dos funcionários dessa empresa aérea no aeroporto estudado a fim de analisar e se possível
minimizá-los e/ou eliminá-los. Para esta análise os trabalhadores foram observados
diariamente ao longo de um ano e com base nestes dados coletados foi elaborada a APR. A
partir da elaboração da APR identificou-se 19 riscos ocupacionais, sendo 1 deles classificados
como moderado, 16 toleráveis e 2 triviais. Por fim, foram feitas recomendações para
minimizar e evitar os riscos envolvendo os trabalhadores.

Palavras-chave: Análise de Riscos, Riscos Ocupacionais, Aviação, Aeroviários, Saúde do


Trabalhador.

ABSTRACT

The activities carried out in the aviation sector have a fundamental safety principle. However,
although this care is taken and all actions are calculated in order for everything to happen, it is
still considered an environment that causes accidents, and when they occur , can be
catastrophic. The airport studied in this article is located in the central region of the state of
Rio Grande do Sul, is administered by the city's City Hall, uses the runway of the Air Base,
has the security of the Municipal Guard and houses an airline (responsible for direct flights to
the capital), which also has an outsourcer in charge of baggage and cargo. Each of these
sectors within the airport has employees and everyone is exposed to the same risks on a daily
basis, in addition to the risks of their own functions. Due to this fact, using the Preliminary
Risk Analysis tool (APR) this article was constituted with the purpose of identifying the
occupational risks of the employees of this airline in the studied airport in order to analyze
and if possible to minimize them and / or eliminate them. For this analysis the workers were
observed daily over a year and based on these data was collected the APR. From the
elaboration of the APR, 19 occupational risks were identified, 1 of them classified as
moderate, 16 tolerable and 2 trivial. Finally, recommendations were made to minimize and
avoid risks involving workers.

Keywords: Risk Analysis, Occupational Risks, Aviation, Aviators, Worker's Health.


INTRODUÇÃO

Segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC o transporte aéreo


regular interestadual de passageiros tem crescido e se tornado mais utilizado que o transporte
rodoviário, em 2008, aproximadamente 44% dos passageiros foram transportados pelo modal
aéreo em viagens interestaduais de longa distância, enquanto o modal rodoviário atendia cerca
de 56%. O cenário foi invertido a partir de 2010, e se mostra crescendo a cada ano que passa,
chegando a 67,5% dos passageiros em 2017 (ANAC, 2017). Pode-se visualizar este
crescimento e comparação na Figura 1 abaixo.

Figura 1 – Comparação entre Transporte Rodoviário e Aéreo.

Fonte: ANAC, 2017. (http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/mercado-de-transporte-


aereo/transporte-interestadual-de-passageiros-aereo-e-rodoviario) Acesso em março de 2019.

Com o aumento do setor aeroviário, aumenta-se também a preocupação com a


segurança das operações. Segundo a ANAC (Figura 2), tem-se um índice muito baixo de
acidentes, e este fato se deve ao extremo cuidado na área, de forma que as ações são
calculadas para evitar qualquer risco no ambiente (ANAC, 2015).

Figura 2 – Gráfico de Acidentes por Ano na Aviação Regular.

Fonte: ANAC, 2015. (http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/seguranca-operacional)


Acesso em março de 2019.

Entretanto, por maior que seja o cuidado para evitar acidentes, os colaboradores que
estão inseridos na rotina aeroportuária estão expostos diariamente à riscos químicos, físicos,
ergonômicos e de acidentes. De acordo com SELLA (2014), para determinar quais destes
riscos são inevitáveis e quais podem ser diminuídos, além da avaliação das probabilidades e
consequências dos eventos, precisa-se de uma metodologia que identifique e analise as
situações de risco. Diante deste contexto, as análises de risco apresentam-se como uma opção
para reduzir possíveis perigos.
A Análise Preliminar de Riscos (APR) se tornou uma ferramenta bastante utilizada no
meio da segurança do trabalho, pois caracteriza-se pela identificação dos potenciais riscos aos
quais os trabalhadores estão expostos (BROWN, 1998). Ao descrever de forma detalhada os
riscos elabora-se a escolha para a ação mais adequada a fim de que esse seja amenizado e/ou
eliminado, evitando assim um eventual acidente.
Segundo CHAVES (2016) a APR tem como principais objetivos: Identificar de forma
minuciosa cada risco no local de trabalho; Orientar os colaboradores incentivando à
prevenção; Estabelecer processos que promovam maior segurança; Organizar e sistematizar
as tarefas a fim de que a segurança se torne rotineira; Planejar cada etapa de cada tarefa de
forma detalhada; Orientar e capacitar os colaboradores de acordo com os riscos que estão
expostos; E, prevenir acidentes causados por falha mecânica ou humana.
Por estes motivos acima apresentados, e por observar dados estatísticos levantados
pela Boeing que mostram que 62% dos acidentes aéreos envolvendo aeronaves são causados
por erro humano (MARQUES, 2004), percebeu-se a necessidade da elaboração de uma APR
para as atividades exercidas pelos funcionários de uma empresa aérea na região central do
estado, já que o setor da aviação é um setor que deve estar em constante manutenção de sua
segurança.
Assim, diante do exposto, objetiva-se com o presente estudo identificar os riscos
ocupacionais dos funcionários citados acima a fim de analisar e se possível minimizá-los e/ou
eliminá-los.

METODOLOGIA

Um aeroporto na região central do estado do Rio Grande do Sul, foi o cenário escolhido
para o desenvolvimento desta pesquisa. O aeroporto está localizado em um espaço que
pertence ao Comando da Aeronáutica, que, por sua vez, cedeu o mesmo para a Secretária de
Aviação Civil (SAC), responsável por conceder o espaço à Administração da Prefeitura da
cidade por 10 anos. A Administração Aeroportuária possui contrato com uma empresa aérea,
que é responsável pela movimentação diária do aeroporto.
Desta forma, foi analisado ao longo de 12 meses esta empresa presente no aeroporto e
os respectivos funcionários (apresentados no Quadro 1 abaixo), as atividades exercidas pelos
mesmos e o risco que cada função está sujeita diariamente.

Quadro 1 – Funções e Número de Funcionários da empresa aérea presente no Aeroporto de estudo


Função Número de
Funcionários
Agente de Aeroporto 5
Gerente 1
Mecânico de Aeronaves 1
Total: 7
Fonte: A autora, 2019.

Os funcionários definidos como Agentes de Aeroporto, contratados da empresa aérea


são divididos entre as funções de COI (controle e documentação do voo), Checkin
(atendimento ao cliente), Bagagens (etiquetagem e verificação de danos), Chat e Loja
(atendimento online e atendimento ao cliente para compra de passagem de forma presencial),
Embarque (responsável pelos speeches e boarding dos clientes) e Pista (responsável por
receber o avião, os clientes do desembarque e embarque, verificação da aeronave, auxílio aos
clientes). Além destes funcionários a equipe conta com uma Gerente (responsável pelo
gerenciamento da base e das atividades dos agentes) e um Mecânico de Aeronaves
(responsável pela manutenção da aeronave).
A rotina destes trabalhadores consiste basicamente em uma carga horária de 6 horas por
dia, 6 dias por semana (salvo exceções de folgas e férias), para atender um voo que faz a rota
bate-volta capital-interior-capital.
Para elaboração da APR das atividades exercidas por estes funcionários foi escolhida a
metodologia de PEDRO (2006), que esta indicada pela Fórmula 1.

Fórmula 1 - Probabilidade

Onde, P é a probabilidade, ND o nível de deficiência e F a frequência da exposição ao


risco. A seguir os Quadros 2 e 3 apresentam os Níveis de Deficiência e a Frequência,
respectivamente.

Quadro 2 – Nível de Deficiência.


Nível de Aceitável (A) Insuficiente (I) Deficiente (D) Muito Totalmente
Deficiência Deficiente Deficiente (TD)
(MD)
Fator ND 1 2 6 10 14
Descrição O perigo está Foram Foram Foram Medidas
controlado, não detectados detectados detectados preventivas
foram fatores de risco alguns fatores fatores de risco inexistentes ou
detectadas de menor de risco significativos. desadequadas.
anomalias. importância. significativos. As medidas São esperados
O dano poderá As medidas preventivas danos na
ocorrer algumas preventivas existentes são maioria das
vezes. existentes tem a insuficientes. situações.
sua eficácia O dano ocorrerá
reduzida de na maior parte
forma das
significativa. circunstâncias.
Fonte: Adaptado de Pedro (2006).

Quadro 3 – Frequência da Exposição ao Risco.


Frequência Esporádica (E) Pouco Ocasional (O) Frequente (F) Rotina
Frequente (PF) Contínua (RC)
Fator F 1 2 3 4 5
Descrição Uma vez por Algumas vezes Algumas vezes Várias vezes Várias vezes
ano ou menos e por ano e por por mês. durante o por dia com
por pouco período de período laboral, tempo
tempo. tempo ainda que com prolongado ou
determinado. tempos curtos. continuamente.
Fonte: Adaptado de Pedro (2006).

Depois de classificar o risco nos quadros acima, utilizou-se a Fórmula 1 para chegar ao
Fator P e identificar a probabilidade, de acordo com o Quadro 4.
Quadro 4 – Descrição da Probabilidade.
Probabilidade Muito Baixa Baixa Média Alta Muito Alta
Fator P 1-3 4-6 8-20 24-30 40-70
Descrição Não é de A situação A situação A situação Normalmente a
esperar que a perigosa pode perigosa é perigosa pode situação
situação acontecer. passível de ocorrer várias perigosa ocorre
perigosa ocorra, ocorrer pelo vezes durante o com frequência.
ainda que possa menos uma vez ano.
ser concebida. com danos.
Fonte: Adaptado de Pedro (2006).

Após classificação do risco quanto à sua probabilidade, utilizou-se do Quadro 5, para


fazer a classificação do risco quanto à severidade, caso o dano ocorra.

Quadro 5 – Severidade do Dano.


Severidade Insignificante Leve Moderado Grave Catastrófico
Fator S 10 25 60 90 155
Danos Não há danos Pequenas Lesões com Lesões Um morto ou
Pessoais pessoais. lesões que incapacidade graves que mais.
requerem transitória. podem ser Incapacidade
apenas Requerem irreparáveis. total ou
primeiros tratamento permanente.
Descrição socorros. médico.
Danos Pequenas Reparação dos Requer pausa Destruição Destruição de
Materiais perdas danos, sem nas parcial. um ou mais
materiais na parar as atividades Reparação sistemas.
empresa. atividades. para efetuar complexa e Difícil
reparos. onerosa. reparação.
Fonte: Adaptado de Pedro (2006).

Conforme a Fórmula 2, pode-se calcular o nível do risco (NR) multiplicando a


severidade (S) do dano e a probabilidade (P) que este ocorra.
Por fim, verifica-se pelo nível do risco a necessidade de aplicar medidas preventivas, e a
ordem de prioridade para aplicá-las. Para auxiliar a compreensão do nível de risco, optou-se
por utilizar a nomenclatura: Intoleráveis, Relevantes, Moderados, Toleráveis e Triviais,
conforme apresentado no Quadro 6.

Fórmula 2 – Nível do Risco

Quadro 6 – Nível do Risco.


Nível de Risco Triviais Toleráveis Moderados Relevantes Intoleráveis
Fator NR 10 – 80 90 – 300 360 – 1080 1240 – 3100 3600 – 10850
Descrição Intervir apenas Melhorar se Situação a Situação a Situação crítica;
se em análise possível. melhorar; corrigir; Intervenção
futura mostrar Devem ser Adotar medidas imediata;
necessidade. elaborados de controle Provável parada
planos de enquanto a imediata;
intervenção. situação de Isolar o perigo
perigo não for até que se
eliminada ou adotem medidas
reduzida. de controle.
Fonte: Adaptado de Pedro (2006).
RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Quadro 7 apresenta a construção da Análise Preliminar de Risco das atividades


exercidas pelos funcionários da empresa aérea em sua rotina laboral. Estas atividades foram
separadas de acordo com o tipo de risco, seja ele ergonômico, físico, químico ou de acidentes;
foram descritas de acordo com suas causas e efeitos, e classificadas de acordo com a
metodologia apresentada no capítulo anterior.

Quadro 7 – Análise Preliminar de Riscos (APR) – Funcionários da empresa aérea no aeroporto estudado
Risco Causa Efeitos Categorias
ND F P S NR
Ergonômico Levantamento e transporte de - Dores no corpo do trabalhador 2 4 8 25 200
malas - Ao longo do tempo pode levar a
graves problemas de coluna.
Repetitividade do procedimento - LER (lesão por esforço 2 5 10 25 250
de checkin retirando o cartão de repetitivo)
embarque e etiqueta de
bagagem sempre do mesmo
lado
Prolongado tempo sentado - Dor lombar 1 5 5 25 125
Prolongado tempo em pé - Dor nas pernas 1 5 5 25 125
Esforço excessivo em transporte - Dor lombar; 2 3 6 25 150
de cliente cadeirante em rampa - Dores musculares.
de acesso ao avião
Acidente Acidente aéreo no pouso ou - Pode causar explosões ou 1 1 1 15 155
decolagem da aeronave incêndios 5
Buracos na pista - Risco de queda de mesmo nível 2 4 8 25 200
Iluminação inadequeda devido à - Queda; 2 3 6 25 150
queda ou falta de luz na - Colisão com objetos;
estrutura aeroportuária - Colisão com pessoas.
Espaço apertado dentro da - Colisão do trabalhador no teto 2 4 8 25 200
aeronave da aeronave;
- Colisão do trabalhador com
clientes;
- Colisão com malas e bolsas.
Arranjo físico inadequado dos - Queda; 1 3 3 25 75
divisores de fluxo - Colisão com objetos;
Piso molhado ou escorregadio - Queda. 1 3 3 25 75
devido à chuvas fortes
Material combustível em grande - Incêndios que podem causar: 1 1 1 15 155
quantidade Danos materiais, com destruição 5
parcial ou total; Queimaduras; E
risco de morte para o trabalhador.

Gramado próximo à pista - Picada de insetos peçonhentos; 2 4 8 60 480


propício a ter aranhas, cobras e - Dor intensa no local, necrose de
outros insetos peçonhentos. difícil cicatrização, náusea,
vômito, alterações na pressão e
nos batimentos cardíacos.

Químico Emissão de Querosene - Dor de cabeça; 2 4 8 25 200


- Enjoos;
- Doenças respiratórias.
Físico Temperaturas Elevadas - Desconforto térmico; 2 3 6 25 150
- Desidratação;
- Sudorese elevada.

Radiação Solar - Queimaduras de pele; 2 3 6 25 150


- A longo prazo pode causar
câncer de pele.
Baixas Temperaturas - Resfriado; 2 3 6 25 150
- Dor de garganta;
- Doenças respiratórias.
Ruídos causados pelo avião - Diminuição da audição. 1 4 4 60 240
- A longo prazo perda da audição.
Chuvas e Tempestades - Resfriado; 2 3 6 25 150
Nota: ND Nível de Deficiência; F – Frequência; P – Probabilidade; S – Severidade; NR – Nível de Risco.
Fonte: A autora, 2019.

A partir dos valores dos fatores de Nível de Risco obtidos no Quadro 7 e de acordo com a
classificação destes no Quadro 6, foi possível elaborar o Quadro 8 com os riscos considerados
como toleráveis e o Quadro 9 com o risco considerado moderado. Desta forma, concluindo a
APR, foram feitas sugestões de medidas de controle para cada risco identificado.

Quadro 8 – Medidas de controle para riscos toleráveis.


Nível do Risco Descrição NR Causa Medidas preventivas sugeridas
Toleráveis

- Melhorar se Levantamento e transporte de - Aplicação de força no eixo de menor torque;


possível. malas - Postura correta.
Repetitividade do procedimento - Postura correta;
de checkin retirando o cartão de - Troca de posição com os colegas.
embarque e etiqueta de
bagagem sempre do mesmo
lado
Prolongado tempo sentado - Recomenda-se postura correta;
- Pausas para caminhadas de 15 minutos a cada
2 horas;
- Alongamentos;
- Ajuste da altura correta da cadeira;
- Cadeira com apoio para os braços;
- Apoio para os pés. (Figura 3)
Prolongado tempo em pé - Disponibilização de assento para descanso.
Esforço excessivo em transporte - Postura correta;
de cliente cadeirante em rampa - Manutenção das cadeiras de rodas fornecidas
de acesso ao avião pela empresa aérea;
- Aplicação de força no eixo de menor torque;
Acidente aéreo no pouso ou - Não há sugestões para amenizar este risco.
decolagem da aeronave
Buracos na pista - Reparo dos buracos. (Figura 4)
Iluminação inadequada devido à - Melhora da rede elétrica;
queda ou falta de luz na - Manutenção dos geradores.
estrutura aeroportuária
Espaço apertado dentro da - Movimentos cuidadosos e suaves a fim de não
aeronave colidir com objetos e clientes.
Material combustível em grande - Revisão mensal dos extintores;
quantidade - Revisão do plano de emergência da equipe.
Emissão de Querosene - Não há sugestões para amenizar este risco.
Temperaturas Elevadas - Disponibilização constante de água;
- Fornecimento de uniforme de trabalho
adaptados à exposição ao calor.
Radiação Solar - Fornecimento de protetor solar.
Baixas Temperaturas - Fornecimento de uniforme adaptados à
exposição ao frio.
Ruídos causados pelo avião - Fornecimento de protetor auricular.
Chuvas e Tempestades - Fornecimento de galochas e capas de chuva.
(Figura 5)
Fonte: A autora, 2019.

Figura 3 – Cadeira com apoio para o braço, ajuste de altura e apoio para os pés.

Fonte: Arquivo próprio da autora, 2019.

Figura 4 – Buracos na pista destinada a pedestres.

Fonte: Arquivo próprio da autora, 2019.


Figura 5 – Fornecimento de capa de chuva e galochas.

Fonte: Arquivo próprio da autora, 2019.

Quadro 9 – Medidas de controle para riscos moderados.


Nível do Risco Descrição NR Causa Medidas preventivas sugeridas
- Situação a Gramado próximo à - Gramado deve ser mantido baixo a fim de que
melhorar; pista propício a ter possa ser identificado o risco de longe;
Moderado

- Devem ser aranhas, cobras e - O local deve se manter limpo;


- É a administração aeroportuária deve fazer
elaborados planos outros insetos
uma detetização do local.
de intervenção. peçonhentos.

Fonte: A autora, 2019.

Assim, o Quadro 7 mostra que foram identificados e analisados 19 riscos ocupacionais


inerentes ao trabalho dos funcionários da empresa aérea. De acordo com os resultados
obtidos na APR, 2 riscos são triviais, 15 são toleráveis e 1 moderado. Os 16 riscos toleráveis
devem ser melhorados se possível de acordo com as sugestões dadas na Tabela 10, assim
como o risco moderado deve seguir o plano de intervenção que foi descrito na mesma.
CONCLUSÕES

Foi possível analisar neste artigo que, todas as atividades laborais estão sujeitas a
riscos de acidentes, porém ao ser elaborada a Análise Preliminar de Riscos pode-se observar a
fundo cada um destes, classificá-los quanto ao seu nível de controle e verificar se os mesmos
necessitam de melhorias ou intervenções.
No caso das atividades realizadas pelos funcionários da empresa aérea em um
aeroporto na região central do estado, apenas uma atividade foi classificada como moderada e
precisa ser feita uma melhoria a respeito, as outras 16 atividades classificadas como toleráveis
apresentam riscos que podem ser melhorados se possíveis e a maioria inclusive já é
controlada com as sugestões que foram especificadas nos Quadros 8 e 9. Por fim, conclui-se a
importância de possuir uma APR atualizada, a fim de controlar ou eliminar possíveis
acidentes.
REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. Segurança Operacional, 2015. Disponível em:
http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-estatisticas/seguranca-operacional. Acesso em: 06
mar. 2019.

Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC. Transporte Interestadual Regular de Passageiros


– Aéreo e Rodoviário, 2017. Disponível em: http://www.anac.gov.br/assuntos/dados-e-
estatisticas/mercado-de-transporte-aereo/transporte-interestadual-de-passageiros-aereo-e-
rodoviario. Acesso em: 06 mar. 2019.

BROWN, Anthony. Análise de Risco. Boletim Técnico da GSI. Grupo de Pesquisa em


Segurança contra Incêndio do Núcleo de Pesquisa em Tecnologia da Arquitetura e do
Urbanismo da Universidade de São Paulo – GSI/NUTAU/USP. Ano III, nº1, janeiro-
fevereiro/1998.

CHAVES, A. APR - Análise Preliminar de Risco. Área SST – Saúde e Segurança do Trabalho,
2016.

MARQUES, E. Fator humano. In: INSTITUTO DE FOMENTO E COORDENAÇÃO


INDUSTRIAL (IFI). Seminário Internacional de Fator Humano. 6 e 7 de outubro, 2004, CTA:
São José dos Campos.

PEDRO, R. Métodos de Avaliação e Identificação de Riscos nos Locais de Trabalho. Revista


Tecnometal, n. 167, 2006.

SELLA, B. C. Comparativo entre as Técnicas de Análise de Riscos APR e HAZOP.


Monografia (Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho) –
Departamento de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Curitiba,
2014.

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